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Na última terça-feira (26), a organização Todos Pela Educação promoveu o Encontro Educação Já 2022. Na ocasião, a instituição convidou e questionou, previamente, os candidatos à Presidência da República sobre as propostas eleitorais para a Educação Básica brasileira. Participaram da dinâmica Lula (PT), que foi representado, presencialmente, por Aloizio Mercadante, Ciro Gomes (PDT), João Doria (PSDB), Simone Tebet (MDB), Felipe D'Avila (Novo), André Janones (Avante), todos de maneira remota, e Jair Bolsonaro (PL), que foi o único pré-candidato que não enviou plano educacional. Confira:

Lula (PT)

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Na apresentação das propostas petistas, Mercadante ressaltou os feitos do partido, durante as gestões dos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff. "Aplicamos 208% de aumento real na verba para a Educação (...) além de ter vinculado os recursos da Educação aos royalties do petróleo, ao Fundo Social do Pré-sal", ressaltou.

Além disso, foi exposto os avanços, no que se refere aos programas de alfabetização e acesso ao ensino superior, através da Lei de Cotas, e teceu críticas ao atual governo. "Nós temos que retomar o MEC, a Educação pública, nossas parcerias para colocar a Educação como a grande prioridade histórica desse país", finalizou.

Ciro Gomes (PDT)

No vídeo enviado, o pré-candidato afirma que os planos para a Educação básica brasileira serão os mesmos aplicados no Ceará, que conta com "a universalização da creche em tempo integral e aplicação da alfabetização na idade certa". Ciro explicou que o modelo de creche integral "estimula o desenvolvimento das faculdades motoras e intelectuais das crianças" e, para as mais carentes, "uma alimentação correta e balanceada".

Já a aplicação da alfabetização na "idade certa", de acordo com o pedetista, garante que os alunos tenham um aprendizado de maior qualidade, sem ficarem atrasadas em relação a outros alunos, o que é a maior causa de evasão". Ele também expôs, caso eleito, que haverá valorização e qualificação dos profissionais da Educação e implementação no ensino médio do modelo "minha escola, meu emprego, meu negócio".

João Doria (PSDB)

Também por meio de vídeo, o ex-governador de São Paulo e candidato ao cargo de presidente da república apresentou iniciativas educacionais, como aulas de inglês desde os primeiros anos do ensino fundamental nas escolas de todo o país. "Crianças falando inglês mudam a sua autoestima, melhoram a sua empregabilidade e criam oportunidade para atividade empreendedora", alegou.

Na apresentação, Doria defendeu o Novo Ensino Médio, iniciado em 2022, o qual realçou que é "um exemplo a ser seguido". “Ele [Novo Ensino Médio] oferece agora ao jovem a chance de estudar ao mesmo tempo em que conquista a sua profissão técnica", disse. Assim como Ciro Gomes, o ex-governador de São Paulo prometeu valorização dos profissionais da área e escolas em tempo integral.

Simone Tebet (MDB)

Atual senadora pelo Mato Grosso do Sul, e professora universitária, Simone Tebet disputa sua primeira eleição presidencial. Nos planos educacionais, Tebet afirma que seu compromisso como Chefe do Executivo será com as crianças e jovens. Meu compromisso com a educação passa por colocar acima de tudo criança e jovem no orçamento federal e na transversalidade, e acabar com essa desculpa esfarrapada de que Ensino Básico de estados e municípios", frisou.

Ademais, a pré-candidata falou sobre a formação superior dos professores. Em sua análise, os cursos de pedagogia devem retornar a ser "de responsabilidade das universidades públicas e presencial". Outro ponto do plano de Simone Tebet é a implantação do ensino integral, principalmente, no ensino fundamental, anos finais, e médio. "As nossas crianças e jovens não podem querer sair da sala de aula."

André Janones (Avante)

O deputado pelo estado de Minas Gerais e advogado André Janones apresentou proposta para mudar a "situação caótica" em que se encontra a Educação no país a partir de quatro pilares:

"Condições dignas para os profissionais da Educação, através de aperfeiçoamento e valorização salarial, mudança no sistema de financiamento estudantil, melhoria significativa na estrutura física, com disponibilização de laboratórios de informática, de ciência, quadras escolares, transporte público de qualidade para poder levar esses jovens até o ambiente escolar com tranquilidade, segurança".

Um dos últimos pilares principais do plano de governo está a indicação de um ministro da Educação que tenha familiaridades com a área e não apenas conhecimento técnico sobre o assunto. Alguém, de acordo com o pré-candidato, com sensibilidade para enxergar a população "como pessoas, como gente, e não apenas números".

Felipe D'Ávila (Novo)

Como meta governamental, o cientista político afirmou que pretende colocar o país no top 20 do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) nos próximos oito anos. "Para isso, precisamos ter a meta doméstica, que é atingir no Enem, no Ensino Médio, uma média sete", expôs. Para ele, essa média será alcançada a partir da implementação de iniciativas como o Centro Comunitário da Paz (Compaz) e Pacto pela Educação, ambos já conhecidos em Pernambuco.

Como política de valorização dos professores, D'Ávila falou sobre a necessidade de ter um curso especial para transformar a carreira do professor numa das carreiras mais desejadas do Brasil". Nessa questão, o presidenciável salienta três medidas.

"A primeira: exigir que aqueles que quiserem ingressar no magistério, na pedagogia, terão de estar no top 20% do Enem. Nenhum país do mundo melhorou a educação, não criando uma barra alta para ingressar na carreira. Segundo, precisamos ter curso em tempo integral para os professores. E terceiro, é preciso ter, sim, um exame de ingresso na carreira que entenda o lado prático, o lado pedagógico da carreira, porque senão não vamos ter bons professores na sala de aula", pontuou.

A ONG Todos Pela Educação divulgou, nesta terça-feira (8), um levantamento que mostrou os impactos da pandemia no desenvolvimento educacional de crianças no Brasil. No estudo,em que foram comparados os anos de 2019 e 2021, foi apontado que houve um aumento de 66,3% no número de crianças de 6 e 7 anos de idade que, segundo os responsáveis, não sabiam ler e escrever.

Colocando em em números absolutos são 2,4 milhões de crianças desta faixa etária, o que corresponde a 40,8%, ou seja, quase a metade do grupo não está alfabetizada em 2021. Comparando com os anos iniciais do estudo, em 2012, essa porcentagem era de 28%. O levantamento também explicitou a desigualdade no acesso à educação durante a pandemia da Covid-19. 

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Com as escolas públicas mais tempo fechadas e sem contar com uma boa infraestrutra para o ensino a distância, a porcentagem entre os mais pobres chega a 51%. Em contrapartida, nos domicílios mais ricos, esse número é de 16,6%. Outro dado apontado foi com relação a cor, a diferença de crianças pretas e crianças brancas alfabetizas é de 12,3%, o que torna a população preta a mais atingida.

O líder de políticas educacionais do Todos Pela Educação, Gabriel Corrêa, afirma que o crescimento das disparidades agrava problemas históricos da educação brasileira:  “A alfabetização na idade correta é etapa fundamental na trajetória escolar de uma criança, e por isso esse prejuízo nos preocupa tanto. E porque os danos podem ser permanentes, uma vez que a alfabetização é condição prévia para os demais aprendizados escolares”, afirmou, em nota.

“Precisamos urgentemente de políticas consistentes para a retomada das aulas, para que essas crianças tenham condições de serem alfabetizadas e sigam estudando. É inadmissível retrocedermos em níveis de alfabetização e escolaridade”, completou.

A nota técnica ainda traz um alerta: “Estes dados precisam continuar sendo acompanhados nos próximos trimestres, para que, em breve, tenhamos a real dimensão dos impactos do prolongado fechamento de escolas nestes indicadores”, afirmou. A lei prevê que crianças devem saber ler e escrever até os 7 anos, o que corresponde ao 2º ano do Ensino Fundamental.

A campanha #AplaudaUmProfessor, no Twitter, convoca todos os brasileiros, nesta sexta-feira (31), às 20h, para realizar uma salva de palmas para os professores do Brasil. A homenagem visa lembrar que, em meio à pandemia, os profissionais da educação continuam firme e fortes na educação dos jovens e adultos no País.

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Foto: Divulgação/Todos Pela Educação

Os aplausos são uma iniciativa proposta por dez organizações da sociedade civil, entre elas o Todos Pela Educação e a Fundação Roberto Marinho. Essas entidades também convocam todas as pessoas a gravarem um vídeo e postarem nas redes sociais com a hashtag #AplaudaUmProfessor, homenageando os educadores que marcaram positivamente sua vida.

A pré-candidata da Rede à Presidência da República, Marina Silva, negou nesta quinta-feira, 7, uma possível aliança com o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), por falta de alinhamento nos programas. Como exemplo, ela citou a Operação Lava Jato, a qual disse não ver o PSDB defender.

"Alianças exigem identidade programática. Não é apenas um cálculo pragmático para chegar ao poder", disse a presidenciável. Questionada se haveria "identidade programática" com os tucanos, ela respondeu de pronto que não. "Não vejo o PSDB sair em defesa da Lava Jato e isso deve ser parte importante, integrante do programa", afirmou, após uma reunião em São Paulo com o movimento Todos pela Educação.

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A possibilidade de uma aliança entre a Rede e o PSDB tem sido levantada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Na coluna do jornalista Bernardo Mello Franco no jornal O Globo publicada nesta quinta-feira, 7, o tucano elogiou a pré-candidata e disse que "não convém fechar as portas" com Marina.

Sobre a declaração de FHC, a pré-candidata retrucou: "Não convém fechar portas para história. E a história do Brasil mostra que é preciso uma renovação na política brasileira". Ela disse ainda que tem uma relação de respeito com o ex-presidente, mas que está pensando mais em soluções para enfrentar o problema que o Brasil está vivendo, em que a maior parte dos partidos "está envolvida em casos de corrupção".

A presidenciável da Rede está à frente de Alckmin nas pesquisas. No último Datafolha, de abril, Marina aparece empatada com o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL), com 15% e 16%, enquanto o ex-governador de São Paulo varia entre 7% e 8%.

"O PT, PSDB, MDB, tem gente boa em todo lugar. Mas esses que estão no banco de reserva precisam vir pro campo, e aqueles que ficaram no campo o tempo todo e levaram a essa situação precisam de um espaço para se reinventar", completou a pré-candidata.

Centro

Sobre a união do chamado "centro" nas eleições, Marina afastou a ideia de ser vinculada ao grupo de partidos que considera o apoio em torno de um nome para combater uma polarização entre Jair Bolsonaro (PSL) e candidatos da esquerda. "Eu não acredito em uniões que se dão apenas para disputar poder com outro grupo", falou.

Com a possibilidade de ter pouco tempo de rádio e TV e correndo e risco de ficar isolada de outros partidos que apoiaram suas candidaturas anteriores, a pré-candidata da Rede negou a intenção de desistir da disputa. "Não vão ser engessamentos que me farão desistir". Para ela é possível "apostar na consciência da sociedade" ao ter expectativa de vencer as eleições.

Educação

Marina participou de uma conversa com integrantes do movimento Todos pela Educação, em São Paulo, para receber as propostas da organização para o setor. A organização está elaborando um programa apresentado a presidenciáveis. O grupo já se reuniu com João Amoêdo (Novo), Persio Arida, coordenador do programa econômico de Geraldo Alckmin (PSDB), e Nelson Marconi, formulador do programa de governo de Ciro Gomes (PDT), além de já ter tido uma conversa com Flávio Rocha (PRB).

Entre os autores do estudo, estão Binho Marques (PT), ex-governador do Acre e ex-ministro do governo Dilma Rousseff, que participou da conversa com Marina, a educadora Mariza Abreu, ligada ao PSDB do Rio Grande do Sul, e a socióloga Neca Setúbal, coordenadora do programa de Educação de Marina em 2014, além de outros quadros.

Em entrevista a jornalistas após o encontro, a presidenciável da Rede se posicionou favorável às cotas para negros, índios e estudantes da rede pública nas universidades.

O objetivo de suas propostas na educação, reforçou, será igualar as condições de ensino dos setores público e privado. Ela defendeu a implantação de um sistema única da Educação, uma espécie de "SUS da Educação" para definir as diretrizes do ensino no País.

Sobre a reforma do ensino médio, feita pelo presidente Michel Temer, Marina evitou dizer qual atitude tomaria em um eventual governo. Ela reforçou apenas que o assunto será discutido.

Após três anos de vigência do Plano Nacional de Educação (PNE), apenas seis das 30 metas e estratégias que deveriam ter sido cumpridas até 2017 foram alcançadas total ou parcialmente. O número representa 20% do total, o que significa que quatro em cada cinco metas não foram atingidas. O balanço é do Observatório do PNE (OPNE), uma plataforma formada por 24 organizações parceiras, coordenada pelo movimento Todos Pela Educação.

O PNE é uma lei federal, sancionada em 2014, que prevê metas para melhorar a qualidade do ensino brasileiro em um prazo de dez anos, desde a educação infantil até a pós-graduação. As estratégias preveem aumento do investimento, melhorias em infraestrutura e valorização do professor. O texto estabelece 20 metas para serem cumpridas até 2024, das quais oito têm prazos intermediários, que já venceram. A lei também aponta 254 estratégias relacionadas a cada uma das metas e 14 artigos que definem ações a serem realizadas no país.

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Na avaliação da presidente executiva do Todos Pela Educação, Priscila Cruz, o principal entrave para o cumprimento do PNE é a falta de um plano estratégico que estabeleça uma ordem de execução das metas. Para ela, os governos federal, estaduais e municipais deveriam ter traçado uma estratégia de execução para definir o que deve ser feito primeiro.

“O plano não coloca as metas e as estratégias em uma ordem para que a gente consiga fazer com que ele seja realmente executado e cumprido. Algumas metas são gargalos para outras, é preciso definir quais deveriam ser cumpridas antes para que outras avancem e quais metas vão impedir que as demais sejam cumpridas”, aponta.

Para a pedagoga Anna Helena Altenfelder, superintendente do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), o balanço dos três anos do PNE é preocupante. “Ainda mais se levarmos em consideração que as metas são articuladas e o sucesso de uma depende da execução da outra. Temos que pensar no plano como um todo”, diz.

Valorização dos professores

Entre as metas consideradas fundamentais para o avanço da educação no país e que não foram cumpridas, algumas dizem respeito à valorização dos professores, considerada um dos gargalos para o avanço do ensino. A meta 18, por exemplo, estabelece que devem ser assegurados planos de carreira para os profissionais da educação básica e superior públicas, tomando como referência o piso salarial nacional. Segundo o Observatório, não há iniciativas em curso em âmbito federal.

“Com um bom professor, em uma escola com um bom diretor e bem gerida, com infraestrutura adequada, você consegue andar com várias metas [previstas no plano]”, diz Priscila.

Ela também cita como exemplo a meta que prevê a melhoria do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), indicador criado pelo Ministério da Educação (MEC) para medir a qualidade do ensino em diferentes etapas. A avaliação do Observatório é que apenas a meta do 5º ano do ensino fundamental foi cumprida, enquanto os anos finais dessa etapa e o ensino médio ainda estão em um patamar muito baixo. “Essa meta do Ideb não vai acontecer se não melhorarmos a formação dos professores. O maior determinante para a aprendizagem de alunos é a qualidade do professor”, diz.

A valorização da carreira docente também é apontada pela superintendente do Cenpec como fundamental para o sucesso do restante do plano. “Se queremos uma educação de qualidade, não se pode pensar nisso sem a valorização da carreira docente, que passa pelas condições de trabalho, pela carreira do professor e pela formação”, diz Anna Helena.

Educação infantil

Uma das metas do PNE determina que todas as crianças de 4 a 5 anos deveriam estar matriculadas na escola até 2016. Os dados mais recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), que são de 2015, mostram que a taxa de atendimento nessa faixa etária é de 90,5%. O cumprimento real da meta só poderá ser aferido quando a Pnad 2016 for divulgada, mas o relatório da Observatório destaca que o percentual de 9,5% restante representa cerca de 500 mil crianças dessa faixa etária fora da escola.

“Se a criança não entrou na educação infantil, ela vai ter mais dificuldades de se alfabetizar. Não se alfabetizando, ela não vai conseguir aprender tudo aquilo que ela deveria. Não aprendendo, ela vai abandonar a escola antes do tempo. É uma reação em cadeia”, explica Priscila Cruz.

No Brasil, a educação infantil é responsabilidade dos municípios. Para o presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Aléssio Costa Lima, a garantia da matrícula de todas as crianças nesta etapa de ensino depende de políticas públicas de inclusão social, uma vez que quem está fora da escola nessa faixa etária são moradores de periferias de centros urbanos ou de lugares distantes, com difícil acesso. “Teremos que ter um conjunto de políticas articuladas que venham a garantir a questão da inclusão”, diz o secretário.

O PNE prevê também que o investimento público em educação deve ser ampliado para 7% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2019 e para 10% até 2024. O presidente da Undime destaca que a ampliação de recursos para a educação é fundamental para o cumprimento das metas restantes. Para ele, o modelo atual de financiamento, que ocorre principalmente por meio do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), não é suficiente para atender as necessidades do setor.

“É preciso assegurar novas fontes de investimentos porque a melhoria da qualidade e a ampliação da oferta, como está colocado em muitas metas, isso não se faz sem acréscimo de investimentos”, diz o secretário.

Expectativa

Entre as metas que já foram cumpridas no PNE estão a formação de um fórum permanente para acompanhar o piso salarial do magistério público na educação básica e a divulgação de resultados pedagógicos de indicadores educacionais.

Outra meta alcançada, embora com atraso, foi a que estabeleceu o encaminhamento da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). A proposta foi encaminhada ao Conselho Nacional de Educação (CNE) em abril deste ano, quando o prazo inicial era até 2016. Também foi considerada cumprida parcialmente a meta que determina que os estados e municípios deverão elaborar seus planos de educação, com metas próprias para seus sistemas. Apenas dois estados e 14 municípios ainda não sancionaram seus planos.

A Agência Brasil procurou o MEC para um posicionamento sobre o cumprimento das metas do PNE, mas a pasta ainda não respondeu às perguntas da reportagem, e informou que irá se manifestar nos próximos dias.

Com o avanço ainda lento do plano, a presidente do Todos pela Educação diz que tem uma perspectiva pessimista quanto ao cumprimento da lei até 2024. “A gente já perdeu muito tempo. A falta desse planejamento estratégico fez com que a gente não conseguisse dar uma certa ordem na execução do plano. Então ficamos sem prioridade nenhuma”, diz Priscila, embora reconheça que dificilmente planos de metas são cumpridos em sua totalidade.

Para Anna Helena, é preciso uma ampla mobilização da sociedade para que o país avance no cumprimento das metas. “O PNE deve ser uma discussão de todos, não só das áreas especializadas. Ele precisa ser discutido nas escolas, pelos alunos, pelos professores, pelas famílias, pela sociedade como um todo, porque o plano fala sobre a escolha que estamos fazendo para o futuro do nosso país”.

O movimento Todos Pela Educação celebrou uma década de atuação em uma sessão solene na Câmara dos Deputados. Com presença de estudantes, professores, gestores públicos e autoridades - como o ministro Mendonça Filho -, o ato incluiu depoimentos inspiradores e leitura musicada de manifesto que pedia por educação pública de qualidade a todas as crianças e adolescentes.

A sessão teve apoio da Frente Parlamentar Mista de Educação e teve como mote o combate ao descaso histórico com a educação. Um dos depoimentos mais comoventes foi o da jovem Tábata Pontes, que cresceu na periferia de São Paulo e graduou-se na Universidade de Harvard, graças a uma bolsa de estudos.

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Em 2013, 54,3% dos jovens concluíram o ensino médio até os 19 anos, idade considerada adequada, segundo o movimento da sociedade civil Todos Pela Educação. No ensino fundamental, 71,7% dos estudantes conseguiram se formar até os 16 anos. Porém, as metas intermediárias definidas pelo movimento para o ano de 2013 eram 63,7% e 84%, respectivamente

O movimento Todos Pela Educação divulga nesta quinta-feira (2) o relatório De Olho nas Metas, publicado a cada dois anos a fim de acompanhar os indicadores educacionais do Brasil. Os resultados desta edição referem-se aos anos de 2013 e 2014.

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São cinco metas monitoradas no documento: a permanência de crianças e adolescentes entre 4 e 17 anos na escola, a alfabetização até os 8 anos, o aprendizado adequado de acordo com o ano cursado, a conclusão do ensino médio 19 anos e investimento em educação ampliado e bem gerido.

Até 2022, prazo estipulado pela entidade para atingir todas as metas, pelo menos 95% dos jovens brasileiros de 16 anos deveriam completar o ensino fundamental e 90% dos jovens de 19 anos deveriam concluir o ensino médio.

Segundo o movimento, os números apresentados no relatório mostram desafios que o país ainda precisa enfrentar na área de educação, como incluir aproximadamente 2,8 milhões de crianças e adolescentes de 4 a 17 anos na educação básica e garantir aprendizado adequado aos estudantes. Atualmente, só 9,3% dos estudantes do ensino médio apresentaram proficiência esperada em matemática, em 2013. No mesmo ano, 27,2% desses alunos tiveram o aprendizado esperado em português. Os valores estão também abaixo das metas intermediárias definidas pelo movimento Todos pela Educação para o ano – 28,3% e 39%, respectivamente.

Os estudantes do 5º ano do ensino fundamental apresentaram melhor desempenho na proficiência média dos alunos em 2013, o que foi atribuído ao acréscimo de um ano ao nível fundamental. “O estudo comprova que a expansão do ensino fundamental para nove anos, que na maioria dos municípios significou antecipar a entrada das crianças, foi um avanço importante e necessário para melhorar o desempenho escolar, especialmente dos que não tiveram acesso à educação infantil”, explicou Alejandra Meraz Velasco, coordenadora-geral do movimento Todos pela Educação.

Ela alerta, no entanto, que o efeito dessa medida irá se esgotar e, considerando os baixos níveis de proficiência que ainda persistem, outras políticas precisam ser garantidas para assegurar o direito à aprendizagem. “A partir de 2016, a pré-escola se torna obrigatória, antecipando a obrigatoriedade do ingresso das crianças na escola em dois anos. É preciso definir qual será a base curricular para essa etapa de tal forma que os anos adicionais de escolaridade se traduzam na melhoria da qualidade da educação”, acrescentou, em nota, o movimento.

O relatório mostra que, ainda em 2013, o investimento público direto em educação no Brasil foi 5,6% do Produto Interno Bruto (PIB). Os dados de investimento específico em educação básica estão no patamar de 4,7%, o que mostra uma tendência de crescimento desde 2000, quando o investimento era 3,2%.

O Anuário Brasileiro da Educação Básica 2015, elaborado pelo movimento Todos Pela Educação e a Editora Moderna, já pode ser acessado através dos sites parceiros da iniciativa. O trabalho traz abordagens estatísticas inéditas, essa edição abre uma fase importante da série de publicações, por ser a primeira após a sanção do Plano Nacional de Educação (PNE).

“Agora, no momento em que o PNE se consolida como o principal instrumento norteador dos esforços pela melhoria do ensino nas escolas do País, o conteúdo da lei passa a permear de forma ainda mais evidente as páginas do Anuário, não apenas no que diz respeito às metas, mas também às estratégias previstas para alcançá-las nos próximos dez anos”, afirmam os organizadores da obra, segundo informações de assessoria de imprensa.

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As principais estatísticas oficiais da Educação brasileira e recortes exclusivos oferecem uma leitura analítica dos indicadores, por meio de séries históricas e informações sociodemográficas, por localidade, por dependência administrativa, por etapa de ensino, entre outras.

O PNE foi aprovado em 2014 e é o documento legal que rege a Educação brasileira com 20 metas e suas respectivas estratégias, que embasam a organização do Anuário. O Anuário está disponível para download nos sites do movimento Todos Pela Educação e da Editora Moderna

Aproximadamente nove em cada dez municípios brasileiros não atingiram o percentual mínimo de alunos com desempenho adequado em matemática no 9º ano do ensino fundamental, segundo os parâmetros do movimento Todos pela Educação para 2013. De acordo com os dados, 10,8% dos municípios atingiram a meta intermediária calculada para que, em 2022, bicentenário da Independência do Brasil, pelo menos 70% dos alunos tenham aprendizado adequado.

O Todos pela Educação considerou os resultados da Prova Brasil de 2013, os últimos disponíveis. Em matemática, 10,8% atingiram a meta intermediária. Em português, esse percentual foi 29,6% dos municípios. As metas variam de acordo com o ano, a disciplina e a localidade. As metas intermediárias podem ser consultadas no site do movimento.

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Desde 2011, a organização tem verificado a queda no percentual dos municípios que conseguem cumprir as metas intermediárias em ambas as disciplinas. Para se ter ideia, em 2009, 83,7% dos municípios cumpriram a meta para o ano em português no fim do ensino fundamental e 42,7%, em matemática.

"Não é que os municípios estejam piorando, mas o que estamos observando é que não estamos melhorando", analisa a coordenadora-geral do Todos Pela Educação, Alejandra Meraz Velasco. "Isso acende um alerta. Tinha-se a expectativa de que os bons resultados que vêm sendo observados nos anos iniciais teriam repercussão nos anos finais, que começariam a melhorar, mas não é isso que vem se verificando. Chega ao ensino médio um aluno que não tem condições de acompanhar a etapa", acrescenta. 

O Brasil não tem, oficialmente, metas claras do que deve ser aprendido em cada nível de ensino. Em matemática, no 9º ano, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) considera nove níveis de desempenho na Prova Brasil, sem definir qual é o adequado. Para o movimento Todos pela Educação, o desempenho adequado é igual ou maior que 300, que corresponde, no mínimo, ao nível cinco do Inep. Para português, o desempenho considerado adequado é igual ou superior a 275, que corresponde no mínimo ao nível quatro dos oito considerados pelo Inep. 

Segundo Alejandra, "não há bala de prata para solucionar a questão". Ela defende que esses resultados reforçam que é preciso pensar políticas públicas específicas para os anos finais do ensino fundamental. A formação de professores e a definição de uma base nacional comum seriam questões-chave. "A formação dos professores é, sem dúvida, a mais importante, a que mais se aproxima de uma bala de prata. Uma base nacional comum ajuda a definir melhor o currículo de formação dos professores e ajuda o professor a ter clareza do que trabalhar em sala, além dos pais, a terem uma ideia mais objetiva do que deve cobrar da escola."

Nos anos iniciais do ensino fundamental, segundo o movimento, 48% dos municípios atingiram a meta intermediária para o ano em português e 61,7%, em matemática, com base no desempenho do 5º ano.

No Brasil, mais de 90% dos estudantes terminaram o ensino médio em 2013 sem o aprendizado adequado em matemática, segundo o movimento Todos pela Educação. Tomando por base avaliações do Ministério da Educação (MEC), o movimento concluiu que apenas 9,3% desses estudantes aprenderam o conteúdo considerado adequado para o período. O índice é menor que o anterior, registrado em 2011, quando 10,3% aprenderam o considerado adequado pelo movimento.

Além de matemática, o aprendizado em português também apresentou queda, na avaliação feita no terceiro ano do ensino médio, de 2011 para 2013. O percentual de alunos com apredizado adequado passou de 29,2% para 27,2%. "É o terceiro ano consecutivo em que cai o aprendizado em matemática e agora caiu também em português. É um grito de socorro. O ensino médio está piorando no Brasil", avalia a diretora executiva do Todos Pela Educação, Priscila Cruz.

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O Brasil não tem, oficialmente, metas claras do que deve ser aprendido em cada nível de ensino. O movimento Todos pela Educação estabelece metas para que em 2022, ano do bicentenário da independência do país, seja garantido a todas as crianças e jovens o direito à educação de qualidade. O movimento estabelece também metas intermediárias de aprendizado.

Priscila ressalta que o aprendizado considerado adequado não corresponde a um nível avançado de domínio da disciplina, mas apenas do básico. "Em matemática, são 90% não aprendendo esse básico. Pode parecer exagero, mas de certa forma não é. Estamos negando um futuro digno para eles, que não conseguem ter acesso ao básico da matemática, não conseguem avaliar um contrato de aluguel ou projetar o que pagam de juros em uma prestação. É o básico para viver a vida".

Os dados mostram que no ensino fundamental o quinto ano foi a única etapa que apresentou melhora. Passou de 40% de alunos com aprendizado adequado em português, em 2011, para 45,1% na última avaliação, e de 36,3% em matemática, para 39,5%. No nono ano, o percentual de alunos com aprendizado adequado em 2013 foi 28,7% em português, acima do verificado em 2011 (27%). Em matemática, o indicador apresentou queda, de 16,9% para 16,4%.

Pelos critérios do movimento, nacionalmente o país não cumpriu nenhuma das metas intermediárias, nem mesmo no quinto ano.  No nono ano e no ensino médio, o Brasil não cumpriu nenhuma das metas nem mesmo em nível estadual.

Os números são baseados no resultado da Prova Brasil e do Sistema de Avaliação Básica (Saeb), aplicados em 2013. Na opinião de Priscilla, os dados mostram que nos anos iniciais do ensino fundamental, do primeiro ao quinto ano, o modelo de ensino adotado pelo país mostra resultados e merece mais investimento, mesmo que a meta não tenha sido cumprida. Isso não ocorre com os modelos adotados nos anos finais, do sexto ao nono ano, e no ensino médio. "É como nadar e morrer na praia. De que adianta melhorar o fundamental 1 e chegar ao fundamental 2 e médio e o aluno não aprender?", pergunta. 

Uma das diferenças, segundo ela, é que até o quinto ano, o ensino é mais focado e não há tantas disciplinas quanto até o nono ano e o ensino médio. Ela defende uma reforma de métodos de ensino, que inclua as novas tecnologias, a internet, e também uma revisão do currículo, do que é ensinado em sala de aula. "O currículo é inchado, disperso, tem a ganância de fazer com que o aluno aprenda tudo, enquanto, na verdade, ele não aprende nada".

A Prova Brasil é um dos componentes do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), considerado um importante indicador de qualidade do ensino. O índice vai até dez e é calculado de dois em dois anos. O Ideb de 2013 foi divulgado pelo governo no início do mês. A meta estimada de 4,9 para anos iniciais foi a única cumprida pelo país, que obteve índice de 5,2. O Saeb é feito por amostragem nas redes de ensino e tem foco na gestão dos sistemas educacionais.

No Brasil, mais de 90% dos estudantes terminaram o ensino médio em 2013 sem o aprendizado adequado em matemática, segundo o movimento Todos pela Educação. Tomando por base avaliações do Ministério da Educação, o movimento concluiu que apenas 9,3% desses estudantes aprenderam o conteúdo considerado adequado para o período. O índice é menor que o anterior, registrado em 2011, quando 10,3% aprenderam o considerado adequado pelo movimento.

Além de matemática, o aprendizado em português também apresentou queda, na avaliação feita no terceiro ano do ensino médio, de 2011 para 2013. O percentual de alunos com apredizado adequado passou de 29,2% para 27,2%. "É o terceiro ano consecutivo em que cai o aprendizado em matemática e agora caiu também em português. É um grito de socorro. O ensino médio está piorando no Brasil", avalia a diretora executiva do Todos Pela Educação, Priscila Cruz.

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O Brasil não tem, oficialmente, metas claras do que deve ser aprendido em cada nível de ensino. O movimento Todos pela Educação estabelece metas para que em 2022, ano do bicentenário da independência do país, seja garantido a todas as crianças e jovens o direito à educação de qualidade. O movimento estabelece também metas intermediárias de aprendizado.

Priscila ressalta que o aprendizado considerado adequado não corresponde a um nível avançado de domínio da disciplina, mas apenas do básico. "Em matemática, são 90% não aprendendo esse básico. Pode parecer exagero, mas de certa forma não é. Estamos negando um futuro digno para eles, que não conseguem ter acesso ao básico da matemática, não conseguem avaliar um contrato de aluguel ou projetar o que pagam de juros em uma prestação. É o básico para viver a vida".

Os dados mostram que no ensino fundamental o quinto ano foi a única etapa que apresentou melhora. Passou de 40% de alunos com aprendizado adequado em português, em 2011, para 45,1% na última avaliação, e de 36,3% em matemática, para 39,5%. No nono ano, o percentual de alunos com aprendizado adequado em 2013 foi 28,7% em português, acima do verificado em 2011 (27%). Em matemática, o indicador apresentou queda, de 16,9% para 16,4%.

Pelos critérios do movimento, nacionalmente o país não cumpriu nenhuma das metas intermediárias, nem mesmo no quinto ano.  No nono ano e no ensino médio, o Brasil não cumpriu nenhuma das metas nem mesmo em nível estadual.

Os números são baseados no resultado da Prova Brasil e do Sistema de Avaliação Básica (Saeb), aplicados em 2013. Na opinião de Priscilla, os dados mostram que nos anos iniciais do ensino fundamental, do primeiro ao quinto ano, o modelo de ensino adotado pelo país mostra resultados e merece mais investimento, mesmo que a meta não tenha sido cumprida. Isso não ocorre com os modelos adotados nos anos finais, do sexto ao nono ano, e no ensino médio. "É como nadar e morrer na praia. De que adianta melhorar o fundamental 1 e chegar ao fundamental 2 e médio e o aluno não aprender?", pergunta. 

Uma das diferenças, segundo ela, é que até o quinto ano, o ensino é mais focado e não há tantas disciplinas quanto até o nono ano e o ensino médio. Ela defende uma reforma de métodos de ensino, que inclua as novas tecnologias, a internet, e também uma revisão do currículo, do que é ensinado em sala de aula. "O currículo é inchado, disperso, tem a ganância de fazer com que o aluno aprenda tudo, enquanto, na verdade, ele não aprende nada".

A Prova Brasil é um dos componentes do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), considerado um importante indicador de qualidade do ensino. O índice vai até dez e é calculado de dois em dois anos. O Ideb de 2013 foi divulgado pelo governo no início do mês. A meta estimada de 4,9 para anos iniciais foi a única cumprida pelo país, que obteve índice de 5,2. O Saeb é feito por amostragem nas redes de ensino e tem foco na gestão dos sistemas educacionais.

Levantamento divulgado nessa segunda-feira (8) pelo movimento Todos pela Educação mostra que, em 2013, apenas 54,3% dos jovens brasileiros conseguiram concluir o ensino médio até os 19 anos. O indicador foi calculado com base nos resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) 2013.

O índice, no entanto, vem apresentando melhora ao longo dos anos. Em 2007, 46,6% dos jovens concluíram o ensino médio até os 19 anos. Em 2009, foram 51,6% e, em 2012, 53%.

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Uma das metas propostas pelo Todos pela Educação para que se garanta educação de qualidade é que até 2022 pelo menos 90% dos jovens concluam o ensino médio até os 19 anos.

A coordenadora-geral do movimento, Alejandra Meraz Velasco, diz que os dados mostram que as melhorias feitas no ensino fundamental não se traduziram em melhoria automática no ensino médio. Ela defende a reformulação do ensino médio, de forma a tornar essa etapa mais atrativa aos jovens.

“Temos a necessidade de reformular o ensino médio, ter um ensino médio que converse mais com os jovens. Temos hoje, na maioria dos estados, um número exagerado de disciplinas”, acrescenta.

No ensino fundamental, a conclusão até os 16 anos foi alcançada por 71,7% dos jovens. A meta definida pelo Todos pela Educação é que até 2022 pelo menos 95% dos jovens completem o ensino fundamental até essa idade.

O levantamento mostra ainda que ao se levar em conta a raça, a parcela de jovens negros que concluem os ensinos fundamental e médio mais tarde é maior que a dos jovens brancos. Os declarados brancos que concluíram o ensino fundamental aos 16 anos são 81% e os que concluíram o ensino médio aos 19 anos são 65,2%. Em relação aos negros, esses percentuais são 60% e 45%, respectivamente.

“O indicador tem grande impacto e mostra que ainda há grande disparidade. Vemos um abismo entre raças, entre o meio urbano e o rural e de faixa de renda. Vemos a brecha do acesso se fechando”, diz Alejandra Velasco.

A distorção entre a idade e a série vem diminuindo gradualmente desde 2007. Apesar da redução contínua, no ano passado 33,1% dos alunos do ensino médio estavam com atraso escolar já no 1° ano, segundo o levantamento. A diferença de dois anos entre a idade do aluno e idade prevista para a série em que ele deveria estar matriculado é o parâmetro utilizado no cálculo da distorção idade-série.

“Essa distorção é provocada, em boa medida, pela reprovação. E esse histórico de fracasso escolar vai, no longo prazo, contribuir para o abandono escolar” diz a coordenadora-geral do Todos pela Educação, Alejandra Velasco. Uma alternativa para o problema, segundo ela, é o reforço escolar ao longo do ano letivo para que o estudante chegue ao final da série com o conhecimento adequado e não seja reprovado.

Já está disponível para download a edição 2014 do Anuário Brasileiro da Educação Básica. A publicação, que reúne a análise e a estatística do cenário atual da Educação Básica no Brasil, visa contribuir para o monitoramento e cumprimento das 20 metas previstas no Plano Nacional de Educação. O trabalho está disponível no endereço eletrônico nos sites do movimento Todos Pela Educação e da Editora Moderna.

Para a diretora do Todos Pela Educação, Priscila Cruz, esse é um importante momento para a Educação brasileira. “Nos últimos anos, o Brasil avançou muito na área educacional, especialmente no que se refere ao acesso, mas os desafios ainda são grandes, principalmente, os relacionados ao combate às desigualdades sociais e regionais que ainda persistem no cenário nacional”, fala a executiva, conforme a assessoria de imprensa que divulga o Anuário.  

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O trabalho oferece uma leitura dos indicadores, através de séries históricas e informações sociodemográficas, por localidade, por dependência administrativa, por etapa de ensino, entre outras. Além disso, o Anuário apresenta artigos de especialistas, um glossário de termos específicos da área e apresenta as principais estruturas governamentais e formas de financiamento da Educação.

Estudo feito pelo movimento Todos pela Educação aponta que 3,8 milhões de crianças e jovens entre 4 e 17 anos estavam fora da escola em 2010. Na década (2000-2010), entretanto, houve um aumento de 9,2% na taxa de acesso à escola, segundo o estudo De Olho nas Metas 2011, divulgado nesta terça-feira (7).

A Região Norte registrou o maior aumento na frequência ao sistema de ensino, com crescimento de 14,2%, o que possibilitou o atendimento de 87,8% das crianças e adolescentes entre 4 e 17 anos. A Região Sudeste teve o menor avanço na década, expansão de 8%. Ainda assim, é a parte do país com maior índice de jovens matriculados, 92,7%. No Brasil, a taxa de inclusão escolar chega a 91,5%. Mesmo com o acréscimo nas taxas de frequência, o relatório aponta que o país não conseguiu superar a meta intermediária (de 93,4% de acesso) estabelecida para o ano de 2010.

Com o maior número de jovens em idade escolar (17,3 milhões), a Região Sudeste registra o maior número de crianças e adolescentes fora da escola (1,27 milhão). Desses, 607,2 mil estão no estado de São Paulo, unidade da federação com maior número de jovens sem estudar. Percentualmente, no entanto, apenas 7% dos paulistanos entre 4 e 17 anos não frequentam a escola. Na Região Norte são 579,6 mil jovens que não estão estudando. O Acre é o estado com a pior taxa de inclusão, 85%, o que representa 35 mil crianças e adolescentes fora do sistema de ensino.

As taxas de acesso à pré-escola permanecem em patamares muito mais baixos que os estabelecidos pelas metas. Crianças de 4 e 5 anos têm a menor taxa de atendimento (80,1%). Na Região Norte, apenas 69% das crianças que deveriam estar na pré-escola estão estudando.

O ensino médio também apresenta uma taxa de frequência menor do que a média. Na faixa de 15 a 17 anos, apenas 83,3% estão inseridos no sistema de ensino, o que representa 1,7 milhão de jovens fora da escola. O menor percentual de acesso é registrado novamente no Norte (81,3%).

O estudo De Olho nas Metas é um relatório anual cujo intuito é acompanhar indicadores educacionais ligados às cinco metas estabelecidas pelo Todos Pela Educação para serem cumpridas até 2022. A primeira meta é chegar ao índice de 98% ou mais das crianças e jovens de 4 a 17 anos matriculados e frequentando a escola no prazo de dez anos.

DESEMPENHO - Apenas 42,8% dos alunos que concluem o 3º ano do ensino fundamental têm as habilidades em matemática esperadas para a série. O nível dos estudantes foi medido pela Prova ABC, aplicada em 250 escolas de todo o país em 2011, avaliando o desempenho em escrita, leitura e matemática.

Para a escrita, 53,3% dos alunos tiveram desempenho considerado satisfatório, com base nas escalas do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), metodologia do Ministério da Educação. Em relação à leitura, o índice de estudantes com as habilidades esperadas ficou em 56,1%.

A Região Norte obteve o pior resultado em matemática, apenas 28,3% dos estudantes tiveram o resultado esperado para a série. O Sul conseguiu o melhor resultado na disciplina, com 55,7% dos alunos apresentando bom desempenho.

Em relação à redação, o Nordeste teve o desempenho mais baixo, só 30,3% dos estudantes apresentaram domínio da escrita de acordo com a série que cursavam. A região também teve o menor percentual de alunos (42,5%) com habilidade de leitura satisfatória. O Sudeste é a região com o melhor resultado para a prova de escrita (65,6%).

Na rede particular de ensino, o percentual de alunos com bom resultado em matemática foi 74,3%, mais do dobro do verificado na rede pública, 32,6%. Na prova de redação, 80,7% dos estudantes do ensino privado tiveram desempenho satisfatório, contra o percentual de 44,3% verificado entre alunos das escolas públicas.

Proporção semelhante foi apresentada na avaliação de leitura, em que 79% dos alunos da rede particular se saíram bem e apenas 48,6% dos estudantes do ensino público tiveram um bom resultado.

Um dos fatores apontados pela pesquisa para a diferença entre os alunos do ensino privado e o público é o acesso à educação pré-escolar. “Uma explicação para esse resultado é que a maior aprendizagem na rede privada está relacionada ao fato de seus alunos terem melhores condições sociais e econômicas e de terem cursado a pré-escola. Tais condições ajudam a explicar, mas não deveriam justificar tal diferença entre as redes”, ressalta o estudo.

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