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A Califórnia é um dos estados mais importantes dos Estados Unidos em vários aspectos, como o cultural, o populacional e o turístico. Viajar para lá é um dos objetivos de muita gente, seja por lazer, qualificação profissional, ou por emprego. E, esse foi o destino do jovem pernambucano Jonathan Lourenço da Silva Lima, de 15 anos. Morador do município de Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife, o estudante teve uma experiência inesquecível nos EUA, e, anteriormente, Jonathan se quer tinha viajado sozinho, sem a família, para qualquer lugar que fosse.
Em agosto deste ano, o adolescente viajou em forma de intercâmbio. Ele foi um dos selecionados do Programa Ganhe o Mundo, do Governo de Pernambuco, em que alunos da rede estadual de ensino participaram de cursos de inglês, em que os melhores foram selecionados e se tornaram intercambistas. EUA e Canadá foram alguns dos destinos dos jovens estudantes que puderam estudar um período letivo fora do Brasil. Na última terça-feira (25), Jonathan e o seu grupo voltou a Pernambuco.
“No dia que fiquei sabendo que tinha passado eu nem acreditei. Estava jogando bola e um amigo me falou. Eu deixei pra lá. Só depois percebi que era verdade”, conta o estudante. A euforia tomou conta de Jonathan, mas, sua mãe, Jadiane Lourenço da Silva, ficou receosa no início. “Apesar da felicidade que eu tive, fiquei um pouco preocupada. Ele nunca viajou só e ainda mais para os Estados Unidos. Mas, graças a Deus que tudo deu certo”, comenta.
De Abreu para a Califórnia
Como tudo que é novo se torna estranho para algumas pessoas, com o jovem pernambucano não foi diferente nos primeiros dias em solo americano. “O primeiro dia foi horrível. Eu tinha medo de não entender o que eles falavam. Fiquei na casa de uma família, com mãe, pai e irmãos americanos. Porém, eles sempre procuraram fazer com que eu entendesse tudo e me passaram confiança. Levei uns dois meses para entender tudo direito”, explica.
A escola onde o estudante teve aulas, possui além de alunos americanos, asiáticos e outros três brasileiros. Para que o idioma fosse bem trabalhado, tudo era falado e discutido em inglês nas aulas. Segundo Jonathan, quando os alunos não entendiam, os professores explicavam novamente.
Nessa instituição de ensino, as disciplinas realizadas foram física, história dos Estados Unidos, matemática e inglês. De acordo com Jonathan, comparado ao Brasil, as matérias são trabalhadas de uma forma bem mais fácil pelos professores americanos. “É tudo muito básico e os professores explicam tão bem que quase nos dão as respostas. As aulas são interativas e dinâmicas, e nas provas de matemática, a gente podia usar livros e calculadoras”, diz.
Diversão e cultura
Nem tudo foi estudo para Jonathan nos EUA. O jovem também se divertiu e conheceu vários lugares. Ele conta que teve a oportunidade até de jogar num time de futebol, passeou com amigos e professores, se aproximando mais da cultura americana.
“Os americanos não perdem tempo com besteiras, não ficam tanto tempo no Facebook e procuram estudar muito. Eles são meio frios e quem chega é que deve conquistá-los aos poucos. Me marcou muito o interesse deles pelos estudos”, comenta o brasileiro, destacando o interesse de muitos americanos pelo aprendizado estudantil.
“Não gostei muito da comida. Eles comem muitos sanduíches, o feijão é enlatado, há purê de batata quase todos os dias e ainda tem uma galinha doce, a base mel”, brinca o jovem. “Temos que comer, se não ficamos com fome”, completa.
Mensalmente, o jovem recebia uma ajuda de custo em torno de 300 dólares. Com o dinheiro, pôde comprar alguns objetos, tais como vídeo game, Iphone e roupas. E, claro, o amor não podia deixar de passar pela experiência do garoto. Sem querer revelar a nossa reportagem, ele apenas deu indícios de que conheceu uma jovem americana que teria gostado dele. “É melhor deixar isso pra lá”, fala o jovem, aos risos.
O legado
Independência. Com essa palavra Jonathan define bem o que o intercâmbio trouxe para ele. “Entendi que a gente não precisa da mãe e do pai a vida toda. Podemos fazer nossas coisas sozinhos, dependendo do nosso próprio dinheiro. O intercâmbio muda qualquer pessoa. Você passa a enxergar o mundo de outra forma”, explica o estudante.
O jovem gostou tanto da cultura americana e de como eles trabalha a educação que já tem um projeto em mente. “Meu sonho é cursar medicina em uma universidade americana. É isso o que eu quero para mim e vou lutar por isso”, projeta.
Dona Jadiane diz que já notou um novo jeito de ser do filho. “Ele está mais humilde e menos tímido. Passou a valorizar mais a família e não quer tudo na boca, como antes. Se queria uma água, eu levava para ele, comida também”, comenta.
De acordo com a mãe, o intercâmbio foi uma oportunidade essencial para o futuro do jovem. “Ele tem um diferencial conheceu uma nova cultura e tem tudo para ser um grande profissional, e o principal, uma grande pessoa”, afirma.
A avó de Jonathan e mãe de Jadiane, Eliete Batista, também está feliz com o intercâmbio do neto. “Há dois dias eu durmo bem mais tranquila. Coração de avó é muito mais bobo, mas, sei que essa viagem foi para algo importante na vida dele”, conta Eliete.
Ganhe o Mundo
De acordo com informações do Governo de Pernambuco, desde o mês de agosto deste ano os pernambucanos estavam fazendo o intercâmbio. Só em 2012, o Ganhe o Mundo levou para o exterior 552 estudantes com melhores notas no curso intensivo de língua inglesa, oferecido pela Secretaria de Educação de Pernambuco (SE). Ainda estão previstos até o fim de janeiro do próximo ano, oito desembarques em Pernambuco das outras turmas de estudantes que foram aos intercâmbios, uma vez que o grupo de Jonathan foi o primeiro a viajar.
Segundo o governador Eduardo Campos, a segunda edição do Ganhe o Mundo oferecerá 1.600 vagas, ao invés das 1.102. Até o dia 31 deste mês, estão disponíveis as inscrições para as 25 mil vagas para o curso intensivo de idiomas (inglês e espanhol), que também servem para selecionar os estudantes que farão intercâmbio. As inscrições podem ser realizadas através da internet.
Podem participar dos cursos alunos do 1º ano do ensino médio regular, semi-integral, integral ou das escolas técnicas estaduais. Do total de vagas oferecidas, 22 mil serão para cursos de língua inglesa e três mil para espanhola.
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