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A quinta edição do Recifest – Festival de Cinema de Diversidade Sexual e de Gênero será realizado entre os dias 13 e 30 de novembro. O evento, que foca no trabalho de pessoas LGBTs no cinema e em temáticas de gênero e sexualidade, irá oferecer, além da mostra de filmes, oficinas gratuitas ligadas a essas questões.

Uma delas é o ‘Drag Queen Curso’, que será ministrada por Zecarlos Gomes, ator e produtor cultural. O grupo contará com até 20 alunos e as vagas são destinadas a jovens e adultos, independente da orientação sexual ou identidade de gênero. Os encontros ocorrerão no Recife nos dias 22  24 de novembro e em Caruaru do dia 27 ao dia 29. As inscrições podem ser feitas online.

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Já a ‘OCA – Oficina Cinema de Animação’, que acontece do dia 28 ao dia 30 em Caruaru, também voltada para temáticas LGBT, promete aulas sobre técnicas iniciais para produção do material utilizando um método que consiste na montagem de um estúdio com ferramentas de baixo custo. O grupo também contará com 20 vagas, voltadas para jovens e adultos e as inscrições são online.

Além dessas, haverá a oficina de Mídia e Transexualidade, ministrada por Sofia Fragoso e Luiz Lopes e construída em parceria com o coletivo Lutas e Cores de Caruaru, no Agreste pernambucano, e, na capital, a oficina Estética da Afetividade, por Isabel Fernanda de Freitas, que propõe desenvolver o potencial pessoal e social dos participantes através dos elementos do Teatro do Oprimido de Augusto Boal, que prega que as pessoas são melhores do que pensam ser.

Serviço

Drag Queen Curso

22 a 24 de novembro | 14 às 18h

Espaço Experimental (R. Tomazina, 199 – Recife)

27 a 29 de novembro | 14 às 18h

Boate Haus (R. Silvino Macedo, 98 - ou Rua da Má Fama – Caruaru)

OCA – Oficina Cinema de Animação

28 a 30 de novembro | 14h às 17h

Sala no Campus Agreste - UFPE (Rodovia BR-104, Km 59, s/n - Caruaru)

Mídia e Transexualidade

29 de novembro | 10h às 13h

Auditório da Secretaria da Mulher de Caruaru (R. Padre Rolin, 40 - Maurício de Nassau – Caruaru)

Estética da Afetividade

13 e 14 de novembro | 10h às 13h

Colônia Penal Feminina (R. Bom Pastor, 1407 - Iputinga, Recife)

Por favor, qual é o seu nome Drag Queen? Perguntas como essas são ouvidas diariamente pelas personagens do mundo das Drag Queens. Uma vida real dividida entre um cotidiano banal, tal qual o de todos os mortais, e uma personagem brilhante, espalhafatosa, que de banal não tem nada.

Foram 137 inscritos para o curso sobre o universo drag queen ministrado pelo produtor cultural de São Paulo, Zecarlos Gomes, no Recife. No início das aulas, estavam presentes as apenas 11 pessoas selecionadas para o curso. Entre elas, uma futura drag, disposta a viver a transformação e transformar o processo em uma reportagem.

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Criado em 2010, o Drag Queen Curso (DQC) trata da cultura Drag com exercícios práticos, técnicas de maquiagem, dublagem, passarela e coreografia que ajudam na construção da personagem. São abordadas as origens das Drags, dinâmicas de expressão teatral e autoconhecimento. "Performances de Drag Queens são completamente artísticas. Acompanhei alguns concursos para esse segmento e percebia que os garotos tinham energia e vontade de fazer um bom trabalho, mas não tinham respaldo artístico e técnico para tal”, explica o ator e criador do curso. 

Uma semana inteira de exercícios de teatro, autoconhecimento, mudanças, escolhas do personagem, personificação, dança e a tão real transformação, ou montagem. Numa sala de espelhos em uma boate, as pessoas se conheciam abertamente em roda, perguntando seus nomes e as curiosidades. Ninguém poderia imaginar que naquele momento o contato humano entre os não personagens formaria uma futura família de Drags.

Rodas, diálogos, exercícios para soltar o corpo. Levanta, corre, senta, deita, corre, pula, relaxa, anda, rápido, para. O coração pulsando por algo que não tínhamos a mínima noção do que iria acontecer. Nos olhávamos uns para os outros percebendo as reações corporais. E recomeçava. Dança, solta, solta mais, corre, pula, deita, anda rápido, mais rápido, para. Todos os dias foram da mesma forma, mas no último sabíamos o que nos esperava.

Em frente ao espelho, olhando para nós mesmos, fomos desafiados a pensar em coisas que gostaríamos e que queríamos deixar para trás. Cada um a seu tempo, envolvido pela música, caminhava em direção ao espelho pela busca de si, deixando o passado para trás. Movidos pelo pensamento, uns decidiram com rapidez e em passos firmes, outros esperaram e seguiram quando se sentiram preparados e confiantes. Se conhecer acima de tudo e saber guiar a vida foram os ensinamentos passados para as Drags em construção.

Coloca salto, tira salto, anda, prossegue, olho no olho, repete. Tudo aos olhares atentos do professor, que não falava. Analisava a intuição e o desenrolar de cada um. Com os olhos firmes nos detalhes, conseguia decifrar melhor do que ninguém a história de cada Drags. Corpo lado a lado, os exercícios seguiam para apresentações em grupo, composições de coreografia, e expressão. Aos poucos, estavam surgindo as personagens, que vivem suas histórias e dividem a vida real. Uns a guardavam no baú, outros já haviam apresentado ao mundo, e ainda tinha aqueles que estavam construindo sua própria.

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Drag não é sinônimo de travesti

O cenário artístico brasileiro vem testemunhando a expansão do artista performático denominado Drag Queen. Uma arte antiga, que muitos acham se restringir aos lugares em que a comunidade LGBTT - Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais - frequenta. Os artistas drag de hoje alcançam um espaço maior na sociedade e nos meios de comunicação, os grupos que fazem parte das tranformações não se restringem a homens homossexuais, mas incluem os heterosexuais e as mulheres. Algumas causas tornaram o poder de voz delas mais vivo na sociedade, tais como a relação aos direitos humanos e cívicos da comunidade LGBTT, a reordenação da concepção da identidade sexual, a luta das minorias por um espaço de igualdade e respeito. Dentro dos grupos estão os crossdressers e transformistas ou drag queens e no caso de mulheres, as drag kings. Alguns estudos remetem que essa performance surgiu na época do teatro grego, o surgimento das máscaras em transformar a aparência. O religioso e o estético interferiram na costrução dessa nova aparência. 

De acordo com o autor Roger Baker em seu livro 'Drag: The History of Female Impersonation in the Performing Arts', de 1994, existem duas formas de Drag Queen. A primeira é a característica secular, ou seja, aquela drag que se manifesta em rituais de forma pagã, exercendo a função satírica de blasfemar e dar voz ao indizível perante a sociedade, a personagem que muito se assemelha ao bufão. A outra forma diz respeito a sua característica sagrada, aquela que teria a responsabilidade de viver as personagens trágicas na Grécia, que pertenceriam a uma narrativa. Hoje a Drag possui uma função social cênica, seja de entretenimento ou de política, que não permanece apenas no autoprazer e no divertimento. 

O curso ministrado por Zecarlos Gomes fez parte das atividades do IV Festival da Diversidade Sexual e de Gênero (Recifest), realizado no início do mês de novembro. Pela segunda vez na capital pernambucana, o produtor cultural afirma que não sabia o que esperar, tudo seria novo. Novas técnicas, pessoas, novos conhecimentos seriam passados para o grupo. "Não sabia que existia tantas Drags em Pernambuco, eu fico imaginado todas elas prontas, maquiadas, aqui. É muita gente", diz o professor ao LeiaJá, impressionado. Em relação aos sonhos, Zecarlos olha e diz com afeto, "Quero criar a minha escola de Drags, é o meu sonho e objetivo", finaliza sorrindo.

Observador e atento à performances, ele ainda não tinha se apresentado. Sua personagem - a Drag - não havia se mostrado durante o curso. Na última noite, em uma comemoração pequena com os amigos que realizaram o curso, ao encontrar os olhares em questão de segundos, ele vira apenas a cabeça, e o tempo para. A imagem congela. A forma como puxou os braços ao redor da cabeça, posicionou e sorriu. No respeito e na ternura do olhar, surgia Sheyla Muller.

Família, sociedade e preconceito

Questões de ordem religiosa, afetiva, escolha de gênero, relações familiares ainda abalam muitas pessoas. O fato de sair do "comum", optar por outro modo de vida, impacta na relação dos grupos, e dos indivíduos com as famílias. A não aceitação da homoafetividade interfere na decisão e na personalidade deles, nos sentimentos. Os participantes concordam em falar, desde que não haja a identificação de quem deu que depoimento. "Meus pais sabem que sou homossexual, mas fingem não ver. Aceitam em termos, mas não existe um reconhecimento por parte deles", diz um jovem participante do curso. "Meu pai é militar e minha mãe é da igreja. Eu já escutei e passei por algumas coisas que não gostaria. Eu acho que aceitar, eles não vão", relata outro.

"Meu pai me abordou e perguntou se eu tava fazendo um curso de drag Queen, porque meu tio viu na televisão. Ele veio com um discurso bem pesado, dizendo que nunca imaginava que teria um 'viado' na família, e ainda por cima que quer viver de Drag Queen. Disse que isso não era vida e que ele estava muito triste. Também falou que eu já sou maior, já sei o que eu devo fazer e que não iria me atrapalhar se era isso que eu queria. Mas que pra ele isso não era certo", conta mais um jovem, enquanto vive a transformação no personagem que escolheu.

A personagem criadas com a Drag permite um poder de voz, em que as pessoas escutam eles pelo quadro leve de humor que aplicam em contextos polêmicos da sociedade. Essa arte performática abre as portas para discussões que talvez na vida real não funcionasse. Treinam suas posturas, o perfil, a personalidade, fabricam suas roupas e fazem seus desfiles em apresentações nos Espaços do Recife. Precisam trabalhar as marcas que a vida traz, os motivos de conflitos sociais e religiosos buscando a compreensão de assuntos talvez não entendidos pela sociedade. Se juntam em espaços que são vistas com respeito e começam a trabalhar a força interna de cada uma através do Teatro e da dança onde se personificam para as apresentações.

As produções como maquiagem, a confecção das roupas e as perucas são componentes importantes para a criação da Drag Queen. O passo a passo da montagem de cada detalhe, o delineador, a cor da sombra, os cílios postiços, o blush, o batom. As perucas curtas ou compridas, com diversas cores e volumes surgiam na sala e ao serem colocadas faziam surgir as personagens diante de todos. "Depois que aprendi a andar de salto, me sinto outra pessoa. A segurança é muito maior, me sinto diferente", comemora uma nova drag. "Gosto de me maquiar e quando tiro essa personagem toda acabo gostando mais de quem eu sou", resume.

*Quem assina a matéria é Ismida, cujo sobrenome está em fase de construção.

A IV edição do Recifest, que chegou ao fim no último sábado (19), divulgou a relação dos filmes premiados do festival. O curta Nena Cajuína, de Almir Guilhermino, sobre a ex-prostituta que recebeu uma homenagem da câmara legislativa de Arcoverde, foi o escolhido do júri oficial. Já o cearense Antes da Encanteria, de Elena Meirelles, Gabriela Pessoa, Jorge Polo, Lívia de Paiva e Paulo Victor Soares, foi o escolhido entre os nacionais.

Além disso, o júri ainda concedeu menções honrosas, entre os curtas nacionais, para Transexualidade Masculina, de Lucio Souza, Emannuel Nascimento, Bianca Pereira e Giselle Cahú na mostra pernambucana, além de Ingrid, de Maick Hannder.

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O júri Federação Pernambucana de Cineclubes (Fepec) escolheu Horizonte de Eventos como melhor filme e deu menção honrosa para O Chá do General. Já Transexualidade Masculina foi o melhor filme do voto popular, entre os pernambucanos, e O Chá do General foi o melhor curta nacional.

Os vencedores do IV Recifest

Prêmio do júri oficial

Melhor curta pernambucano - "Nena Cajuína"

Menção honrosa curta pernambucano - "Transexualidade Masculina"

Melhor curta nacional - "Antes da Encanteria"

Menção honrosa curta nacional - "Ingrid"

Prêmio do público

Melhor curta pernambucano - "Transexualidade Masculina"

Melhor curta nacional - "O chá do general"

Prêmio Fepec

Menção honrosa - "O chá do general"

Prêmio Fepec - "Horizonte de eventos" 

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Uma noite marcada por surpresas e sutilezas durante o quarto dia de exibição do Recifest 2016. Nesta sexta-feira (18), o púbico que esteve no Cinema São Luiz, Centro da capital pernambucana, pôde conferir a mostra competitiva dos curtas nacionais do festival que já está na quarta edição. O evento, que começou na última terça-feira (15), segue até este sábado (20).

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Ao todo foram exibidos dez curtas que trabalharam, de forma singular, as dificuldades, desafios, descobertas, aceitações e o amor. Canto da Sombra, Ingrid, O Chá do General; Rosinha, Se o Mundo Acabar, Me dê um Toque; Horizontes de Ventos, Lovedoll, Onde é Aqui, Aquela Estrada e Antes da Encanteria foram os trabalhos que retrataram os temas relacionados à temática LGBT do Festival.

Foi entre sorrisos e aclamações que o público presente reagiu a cada apresentação. A estudante Marina Lemos relatou que para ela o filme mais engraçado foi o Lovedoll. “O curta trouxe um fim inusitado e uma temática com um caráter empoderador para os tempos que vivemos. Acho que a mulher tem que se descobrir e ser dona de seus desejos”, falou.

Outro filme que também esboçou bastante reação dos presentes foi 'O Chá do General'. Com uma temática leve e delicada, o filme abordou a descoberta e aceitação. “Confesso que é difícil para uma mãe entender, mas o amor está acima de tudo, quero que o sonho do meu filho seja o meu”, afirmou a professora Maria das Graças da Silva, que já passou por um momento semelhante ao do filme.

A descoberta do HIV, do 'eu' e do amor também foram abordadas pelos filmes. O curta 'Horizontes de Ventos' levantou a questão do HIV e como Gabriel enfrenta a situação através das redes sociais. Já o filme 'Rosinha', que já conquistou o Prêmio Saruê e está sendo exibido pela primeira vez do Recife, retrata a história do amor.

Segundo o diretor de fotografia André Miranda, o curta tenta abordar a essência do amor incondicional de um triângulo amoroso. “O curta conta a história de um casal, onde o marido leva para casa uma amigo e acaba acontecendo uma relação linda de doação e amor entre eles”, diz Miranda. 

De 15 a 19 de novembro, Recife recebe a 4ª edição do Recifest - Festival da Diversidade Sexual e de Gênero, dedicada à temática LGBT. O evento vai reunir diversas atividades, como a exibição de 27 filmes, lançamentos de livros, performances, debates e apresentações de teatro e dança. O festival será realizado no Cinema São Luiz, no bairro da Boa Vista - área central do da capital pernambucana. O acesso é gratuito.

Entre os destaques da programação está o documentário ‘Divinas Divas’, da atriz Leandra Leal. O trabalho faz uma homenagem à primeira geração de artistas travestis que fizeram sucesso e história quebrando padrões de gênero e sexualidade na sociedade brasileira. Outro filme em destaque é ‘Amores Santos’, de Dener Giovani. O longa aborda a relação de líderes religiosos com homens gays através da internet, apresentando o discurso de ódio e homofobia

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A curadoria é de Alexandre Figueirôa e da Mestre em Gestão Pública e documentarista Clara Angélica. O diretor e curador do Rio Festival de Gênero & Sexualidade Alexander Mello é o curador da sessão de curtas internacionais e de animação. Os homenageados desta edição são a diva da Praça Roosevelt, Phedra de Córdoba, e o crítico de cinema Christian Petterman - falecidos no começo deste ano.

Confira a programação completa:

Terça-feira (15)

18h - Lançamento do livro: "Homoafetividade e as religiões: Educando pela Diversidade", de Jorge Arruda

19h - Lavagem da calçada do São Luiz

19h30 - Abertura: Teatro: Fragmento do espetáculo "Ossos", de Marcelino Freire, pelo Angu de Teatro + Longa: Amores Santos, de Dener Giovani

Quarta-feira (16)

18h- Lançamento do livro: Cinema Noir: A Sombra como experiência estética e narrativa, de Bertrand Lira

19h30 - Abertura Música: Espetáculo "#acordefrida: sapatômico", de Madalena Rodrigues e Juliana Pires + Mostras curtas internacionais e Div.A

Quinta-feira (17)

19H30 - Abertura: Dança - espetáculo "ämämä mämäm, de André Aguiar + Mostra competitiva pernambucana

Sexta-feira (18)

19H30 - Abertura: Representatividade - Vídeo sobre Sr. Avelino Fortuna, do Mães pela Diversidade + Mostra competitiva nacional

Sábado (19)

19h30 - Abertura: Audiovisual - Projeto Margem, de Gui Nonato + Divinas Divas, de Leandra Leal

Seleção de curtas internacionais + Div.A

- A Night in Tokoriki, de Roxana Stroe (Romênia)

- The Wayward Carnality, de Joanna Maria Wókcik (Polônia)

- Lucid Noon, Sunset Blush, de Alia Logout (EUA)

- Elise, de Evan Sterrett e Jo Bradlee (EUA)

- Máscaras, de David San Juan (Bélgica)

- Float, de Sam Berliner (EUA)

- All Their Shades, de Chloé Allienz (Bélgica)

Mostra competitiva pernambucana

- Quarto para alugar", de Enock Carvalho e Matheus Farias

- Faz que vai,  de Bárbara Wagner e Benjamim de Burca

- Um brinde", de João Vigo

- Angu.doc, de André Brasileiro e Vinícius Vieira

- Irma - Era uma vez no sertão, de Camilla Lapa e Lorena Arouche

- Nena cajuína, de Almir Guilhermino

- Milagres, de Adalberto Oliveira

- Transexualidade masculina, de Lucio Souza, Emannuel Nascimento, Bianca Pereira e Giselle Cahú

Mostra competitiva nacional

- Canto da sombra", de Thiago Kistenmacker (RJ)

- Ingrid, de Maick Hannder (RJ)

- O chá do general, de Bob Yang (SP)

- Rosinha, de Gui Campos (DF)

- Se o mundo acabar, me dê um toque (SP/Bélgica)

- Horizonte de eventos, de Gil Baroni (PR)

- Lovedoll, de Debora Zanatta e Estevan de La Fuente (PR)

- Onde é aqui", de Mateus Capelo (SP)

- Aquela estrada, de Rafael Ramos (AM)

- Antes da encanteria, de Elena Meirelles, Gabriela Pessoa, Jorge Polo, Lívia de Paiva e Paulo Victor Soares (CE).

Longas

- Amores Santos, de Dener Giovani

- Divinas Divas, de Leandra Leal

Serviço

Recifest - IV Festival da Diversidade Sexual e de Gênero

De 15 a 19 de novembro | 19h

Cinema São Luiz (Rua da Aurora, Rua da Aurora, 175, Boa Vista, Recife)

Gratuita

Nesta terça-feira (17), tem início a terceira edição do Festival de Cinema de Diversidade Sexual e de Gênero (Recifest). O evento, que acontece no Cinema São Luiz, no bairro da Boa Vista, Centro do Recife, segue até o próximo sábado (21). No total, a curadoria do evento selecionou 10 curtas nacionais e outros 12 pernambucanos que serão veiculados durante o festival. As sessões são gratuitas e começam sempre às 19h30.

A mostra competitiva em si será realizada nos próximos dias 19 e 20 de novembro e os primeiros colocados nas categorias júri popular e oficial receberão a premiação de R$ 1.500 (curtas pernambucanos) e R$ 1.000 (curtas nacionais) cada. Todos os concorrentes levam para casa, entretanto, o troféu Rutílio de Oliveira, homenagem ao produtor, ator e diretor que foi idealizador do Recifest, mas cuja morte prematura o impediu de ver o projeto concretizado.

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Fora de competição, o festival revive o modelo das suas duas últimas edições, com exibições de longas-metragens, curtas internacionais e a Mostra DIVA – Diversidade em Animação, que reúne a produção cinematográfica que aborda a diversidade sexual e de gênero utilizando técnicas de animação. Nas duas últimas edições, o festival exibiu cerca de 100 filmes com uma curadoria que busca fortalecer a representatividade LGBT no meio audiovisual, além de realizar debates, oferecer performances e oficinas gratuitas que dialogam com as temáticas que envolvem a diversidade sexual e de gênero. A programação pode ser acessada no site oficial do evento e alista dos cutas selecionados a seguir:. 

Mostra competitiva nacional

Translúcidos, de Guilherme Cândido e Asaph Luccas, SP, 14’20”

Monstro, de Breno Batista, 19’28”, Ceará

A Visita, de Leandro Corinto, 7’48”

O Mar que havia em seus olhos , de Carlos Camacho, ‘14’58”

Dessas coisas que acontecem , de Sueli Araújo, 19’58”, PR

Aceito, de Felipe Cabral, 20’

Ainda não lhe fiz uma canção de amor, de Henrique Arruda, RN, 15’48”

Blaxploitation: A rainha negra, de Edem Ortegal, 20’11”

Javaporco, de Will Domingos e Leandro das Neves, RJ, 13’28”

Aqueles dois naquela manhã, de Guilherme Macedo, RJ, 7’

Mostra competitiva pernambucana

O Ídolo Caído, de Felipe André Silva, PE, 9’07”

Virgindade, de Chico Lacerda, PE, 15’43”

GIF, de Sócrates Alexandre, PE, 10’25”

Crua, de Benedito Leandro , PE, 20’

Como era gostoso meu cafuçu, de Rodrigo Almeida, PE, 14’33”

Homorragia, de Lorena Arouche, PE, 7’10”

Veludosas vozes veladas, de João Paulo Soares e Neidjane Tenório, PE, 3’11”

Palloma, de William Tenório, PE, 9’12”

Luciana, de Chico Ludermir, 10’32”, PE

Corço, de Rafael Vascon, 7’03”, PE

Espaço, de Igor Travassos, 7’34”

Mulher(es)pelhos, de Rayza Oliveira, 7’27”, PE

A organização da 3ª edição do Recifest (Festival de Cinema de Diversidade Sexual e de Gênero) abriu inscrições para três oficinas que serão oferecidas, de forma gratuita, como parte da programação paralela ao festival, que está marcado para o período que vai do dia 17 a 21 de novembro, no cinema São Luiz, no bairro do Recife Antigo, Zona Central da cidade. As portas estão abertas para os interessados a partir de 15 anos de idade e as atividades terão como temas centrais o Cineclubismo, o estudo de cineastas que interpretaram personagens homossexuais em longas-metragens de ficção e a construção de roteiros focados em figuras transexuais. 

Trezentas vagas estão à disposição do público, e o processo de seleção dos participantes permanecerá aberto até o dia 2 de novembro. Os interessados que desejarem uma vaga na programação paralela deverão redigir um texto com o máximo de cinco linhas, declarando as razões que os levaram a procurar as oficinas. O material deve ser encaminhado para o seguinte e-mail: recifestsite@gmail.com.

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Com 25 vagas, a oficina de cineclubismo contará com 16 horas de aula, e será ministrada por instrutores ligados à Federação Pernambucana de Cineclubes (FEPEC), com um conteúdo que irá da história do cinema às orientações sobre montagem e estruturação de cineclubes. Na etapa de transfilme, serão 20 vagas destinadas apenas a maiores de 18 anos, e as aulas ficarão por conta de Almir Guilhermo da Silva, que é jornalista, mestre em cinema, doutor em letras e PhD em antropologia visual. Já as atividades voltadas para cinema LGBTT, também reservadas aos maiores de idade, serão conduzidas pelo jornalista e crítico de cinema Christian Petermann, que exporá linguagens visuais e narrativas para abordar a imagem da homoafetividade em seu contexto sociopolítico atrelado ao ramo cinematográfico.

Na noite deste sábado (15) foi realizada a premiação do 2º Recifest - Festival de Cinema da Diversidade Sexual, pioneiro ao se dedicar à temática LGBTTT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros). O curta pernambucano Casa Forte, de Rodrigo Almeida, foi o grande vencedor a da noite e levou três prêmios. O documentário (Trans)parência, de Igor Travassos recebeu duas premiações, incluindo a de melhor curta pernambucano na votação do Júri Popular. O 2º Recifest exibiu 39 filmes de 10 países.

Na cerimônia de abertura da premiação, que foi apresentada pela empresária Maria do Céu e pelo artista plástico Aslan Cabral, o grupo que realizou a oficina de drag queen liderada pelo ator Zecarlos Gomes realizou uma apresentação performática. Quatro participantes da oficina se apresentaram e foram aclamados pela platéia com aplausos e gritos de apoio. Ao fim, o Grupo Frida de Gênero e Diversidade premiou com medalhas as melhores performances da noite. 

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Pernambuco

O curta Casa Forte, de Rodrigo Almeida, foi o grande vencedor da noite de premiações do Recifest. O filme recebeu da Federação Pernambucana de Cineclubes (FEPEC) o título de melhor filme 'para reflexão' exibido no Recifest. O júri da ABD/Apeci (Associação Brasileira de Documentaristas e Curtametragistas/Associação Pernambucana de Cineastas) também premiou Casa Forte como melhor curta pernambucano.

O diretor do filme, Rodrigo Almeida, agradeceu bastante. "Casa Forte foi feito em um momento que eu morei próximo ao bairro e me senti muito incomodado com o excesso de nomes em prédios que remetem ao período colonial da escravidão. A ideia do filme é mostrar essa relação de poder e desejo que ainda há entre o branco e o negro", contou. 

(Trans)parência, do diretor Igor Travassos, recebeu dois prêmios na 2ª edição do festival. Paulo Moraes, secretário executivo de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, entregou o Prêmio 7ª Arte e Direitos Humanos ao documentário (Trans)parência. O curta ainda foi eleito pelo Júri Popular como o melhor curta pernambucano e levou o Troféu Rutílio de Oliveira (batizado com o nome do idealizador do Recifest). 

O Júri oficial do evento, formado por Alexandre Figueirôa, Carol Almeida e Christian Petermann, fez uma menção honrosa a quatro animações com duração de cerca 1 minuto, produzidas por alunos da UFPE com sede em Caruaru. Os curtas All you need is sex, de Luiz Melo, Amor Objeto, de Rayana França, Instinto, de Ingrid Soares e Power Charques de Rafaela Cavalcanti, Fernanda Xavier e Sara Régia. Na premiação, o Júri oficial do evento elegeu Casa Forte como melhor curta pernambucano do festival. O curta de Rodrigo Almeida levou o Troféu Rutílio de Oliveira e uma premição em dinheiro de R$ 1,5 mil. 

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Nacional

Venceu a competição nacional o curta paulista Antes de palavras, de Diego Carvalho, premiado pelo Júri oficial do evento. O Clube (RJ), de Allan Ribeiro, ganhou menção honrosa. “Me emocionei muito com as falas das Mães Pela Igualdade e acho que O Clube vai por aí, é sobre um grupo de 53 anos se tornou uma família”, disse Allan. Já o júri popular premiou Cancha – antigamente era mais moderno (PB), de Luciano Mariz, como o melhor curta nacional. O Prêmio Estadual 7ª Arte e Direitos Humanos ficou com O Clube (RJ). O júri da ABD/Apeci escolheu Dentro (SP), de Bruno Autran, como o melhor curta nacional do festival. 

Homenagem

Na cerimônia de premiação houve uma homenagem ao movimento Mães Pela Igualdade, representado por Dona Eleonora Pereira, que recebeu a homenagem ao lado de Patrícia Martins do Rio e Fátima Cavalcanti, que perderam seus filhos em assassinatos motivados por homofobia. "É preciso transformar a dor em luta. Hoje tenho muitos filhos. Quero dizer às mães para queos amem”, disse Eleonora.

O Recifest é realizado pela Panela Produções Culturais e Associação Cultural Bondosa Terra, e conta com o patrocínio da Fundarpe/Governo de Pernambuco, através do edital de fomento do Funcultura Audiovisual.

A noite deste sábado (26) foi marcada pelo encerramento do 1º Recifest - Festival de Cinema da Diversidade Sexual, no cinema São Luiz, Centro do Recife. Após cinco dias com uma programação diversificada, o último dia do evento trouxe uma apresentação de Ceronha Pontes e Lilli Rocha, do Coletivo Angu de Teatro.

Além das premiações, o festival- que contou com 47 curtas e dois longas-metragens voltados para o público LGBTTT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros)- prestou uma homenagem a Rutílio de Oliveira, produtor cultural que faleceu há cerca de um ano, e ao Coletivo Angu de Teatro. Os troféus entregues na noite foram confeccionados pela artista Xuruca Pacheco. 

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Em um momento em que o país promove discussões sobre a homofobia, beijos gays começam a ser encarados com maior naturalidade na mídia e o casamento entre iguais entra em evidência, o evento surge em um momento de fortalecimento de espaço. "Minha grande luta é falar sobre visibilidade: como somos vistos, como devemos ser vistos e como queremos ser vistos", revelou Ricky Mastro, curador do evento, ao Portal LeiaJá.

Com muita emoção, a cerimônia recebeu a presença de Eleonora Pereira, coordenadora Nacional e Regional do Movimento Nacional Mães pela Igualdade e presidente do Instituto José Ricardo - Pelo bem da Diversidade. Eleonora, que perdeu seu filho, vítima de um crime homofóbico, declarou "Meu filho ainda está vivo, mas não fisicamente, está vivo na luta.  A partir do momento que retiraram o bem mais precioso dele e que caiu da sua mão a bandeira do arco-íris, a mãe dele ergueu a mesma bandeira sem vergonha de dizer que meu filho era gay e era muito amado, e ainda é", arrancando lágrimas da plateia. 

Allan Deberton, diretor do vencedor "O melhor amigo", na categoria curta nacional, eleito pelo Júri Oficial, emocionado com as palavras de Eleonora comentou como o preconceito também lhe afetou. "Me sinto covarde por minha família não ter assistido o filme ainda. Sei que vou magoá-los, ou, talvez eles tenham orgulho, mas ter o filme exibido e ter a simpatia do júri e do público me deixa muito feliz, então talvez agora eu me prepare para que eles possam assistir também", disse. 

Também estava presente na cerimônia o Procurador de Justiça do Ministério Público de Pernambuco, Adalberto Farias. O Procurador, que protagonizou o 1º casamento homoafetivo a ocorrer fora da região Sul-Sudeste do Brasil, explanou "Acredito que o casamento civil entre os homossexuais constitui um direito humano e o direito da cidadania em uma sociedade democrática". 

O Cinema São Luiz que sediou o evento durante os cinco dias de exibição contou com um público assíduo e sessões lotadas. "Não recebemos apenas um público GLS, muitas pessoas que prestigiaram o evento estavam aqui porque gostam de cinema", comentou a promoter Maria do Céu. 

Confira os premiados do 1º Recifest - Festival de Cinema da Diversidade Sexual:

Prêmio Estadual Sétima Arte Direitos Humanos

Curta Pernambucano - Khady, de Hanna Godoy

Curta Nacional - Quem tem medo de Cris Negão?, de René Guerra

Prêmio cineclubista de melhor filme para a reflexão

Quem tem medo de Cris Negão?, de René Guerra

Prêmio ABD/Apeci 

Melhor curta pernambucano - Garotas da moda, de Tuca Siqueira

Melhor curta nacional - Jessy, de Paulo Lice, Rodrigo Luna e Ronei Jorge

Prêmiação do Júri Popular

Melhor curta pernambucano júri popular

Tubarão, de Leo Tabosa

Melhor curta nacional júri popular

O diário de Márcia, de Bertrand Lira

Menção Honrosa Júri Oficial

O diário de Márcia, de Bertrand Lira

Quem tem medo de Cris Negão?, de René Guerra

Garotas da Moda, de Tuca Siqueira

Khady, de Hanna Godoy

Melhor curta nacional Júri Nacional

O melhor amigo, de Allan Deberton

Melhor curta pernambucano Júri Oficial

Tubarão, de Leo Tabosa

Começa nesta terça-feira (22) o Festival de Cinema da Diversidade Sexual, primeiro evento local dedicado à temática LGBTTT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros). A abertura acontece nesta terça (22), às 19h30, no Cinema São Luiz, onde o festival acontece até o próximo sábado (26). A programação completa, com competição de curtas, oficinas, palestras, debates e exibição de longas-metragens, pode ser conferida no site do festival. A entrada é gratuita.

O diretor André Brasileiro e a atriz Hermila Guedes conduzem a cerimônia de abertura do festival, que homenageia este ano Rutílio de Oliveira (1959-2012), idealizador do Recifest, e o coletivo Angu de Teatro, que completa dez anos. Ao todo, 47 curtas e dois longas-metragens serão exibidos no Cinema São Luiz, que terá seu primeiro andar ocupado por um louge da boate Metrópole, e exposições de objetos da artista Xuruca Pacheco e da grife Rogay Por Nós, de Mauro Lira.

Durante a abertura terá uma mostra do longa-metragem Tudo o que Deus criou, produção paraibana cujo roteiro gira em torno de um jovem de 23 anos que precisa assumir uma família enquanto passa por um conflito de identidade. Fazem parte do elenco, nomes como: Letícia Spiller, Guta Stresser, Maria Gladys e Cláudio Jaborandi. O diretor André Costa Pinto estará presente para apresentar o filme.

A partir da próxima quarta (23) começam a ser exibidos os curtas internacionais, inéditos na América do Sul. Já a competição oficial está dividida em nacional e pernambucana e será exibida nos dias 24 e 25. Os filmes serão julgados por uma comissão formada pelos cineastas Kátia Mesel (PE), Alexander Mello (RJ), Beto Normal (PE), Quiá Rodrigues (RJ) e Uirá dos Reis (CE).

Serviço:

Recifest – Festival de Cinema da Diversidade Sexual

22 a 26 de outubro

Cinema São Luiz (Rua da Aurora 175 – Boa Vista)

Entrada gratuita

(81) 3031-0352

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Entre os dias 22 e 26 de outubro será realizado o Recifest – Festival de Cinema da Diversidade Sexual, primeiro evento local dedicado a filmes de temática LGBTT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais). O festival, que acontecerá no Cinema São Luiz, vai ter sua programação completa anunciada na próxima terça-feira (15).

Para esta primeira edição, a curadoria formada pelo diretor Ricky Mastro e pelo produtor Alexandre Taquary selecionou títulos nacionais e estrangeiros. Haverá também competição de mostras, e os melhores filmes vão receber troféus confeccionados pela estilista Xuruca Pacheco. A programação do festival vai contar também com premiações e oficinas e debates sobre o assunto.

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Duas obras de ficção estão confirmadas para a abertura e encerramento do festival, com a presença dos realizadores. O filme paraibano Tudo o que Deus criou, de André Costa Pinto, trata da história de um jovem que precisa assumir uma família enquanto passa por um conflito de identidade. A outra obra é dos cearenses Guto Parente e Uirá dos Reis, intitulada Doce Amianto, que conta a história de uma travesti que sente-se abandonada por seu amor.

Realizado pela Associação Cultural Bondosa Terra, o Recifest conta com o patrocínio da Fundarpe/Governo de Pernambuco, através do edital de fomento do Funcultura Audiovisual, e tem como homenageados o ator e produtor Rutílio de Oliveira (1959-2012), idealizador do Recifest, e o coletivo Angu de Teatro, que completa dez anos e fará o cerimonial do evento.

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