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Pelo menos 100 famílias que vivem em um imóvel abandonado da União na zona portuária do Rio estão ameaçadas de despejo do local, escolhido pela prefeitura para a construção de cinco torres comerciais, um projeto do empresário americano Donald Trump. O terreno foi ocupado há sete anos e um decreto da presidente Dilma Rousseff publicado na semana passada autorizou o município a declará-lo "de utilidade pública, para fins de desapropriação, destinado à urbanização da área".

Em audiência realizada nesta quarta-feira, 18, com a presença de dezenas de moradores, a juíza Maria Luiza Niederauer suspendeu por 120 dias ação de reintegração de posse movida pela Companhia Docas, dona do terreno. Na decisão, ela ressalta que "os representantes da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio (Cdurp) presentes se comprometem a prestar auxílio e interagir para providenciar uma solução habitacional para todos os ocupantes do imóvel".

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O terreno fica na Avenida Francisco Bicalho, 49. Atualmente, cerca de 40 famílias vivem no prédio da Docas, que foi ocupado em outubro de 2006. A ocupação recebeu o nome de Quilombo das Guerreiras por causa do grande número de mulheres negras que moram lá. Na manhã de hoje, havia muitas crianças no local, que não tem fornecimento de água nem luz. Galpões próximos também foram ocupados.

De acordo com representantes da Defensoria Pública, passa de cem o número de famílias que vivem hoje no terreno de 32 mil metros quadrados que a prefeitura pretende destinar

para a construção das Trump Towers. Anunciado em dezembro pelo prefeito Eduardo Paes (PMDB) como "o maior centro comercial do Brasil", o projeto prevê cinco torres espelhadas de 150 metros de altura.

Miriam Murphy foi uma das primeiras a ocupar o prédio. "O local estava abandonado há duas décadas. Eu tinha sido desalojada no Morro da Mineira e comecei a fazer parte do movimento dos sem-teto. Enquanto estiver viva vou continuar brigando por moradia para quem não tem. Acho um absurdo ver imóveis abandonados usados para especulação enquanto tem gente morando na rua."

A doméstica Helena Lopes mora na ocupação com oito filhos - dois nasceram lá. A mais nova, Jéssica, tem 2 anos e oito meses. Brenda Lopes, de 19, é a mais velha. "Tava muito difícil pagar aluguel. Agora estamos com o pé na rua", diz Helena. Brenda trabalhava de faxineira em um shopping, mas precisou deixar o emprego para ajudar a cuidar das crianças.

"Tá um inferno isso aqui sem luz e sem água, mas não temos para onde ir." Cada morador paga uma taxa de R$ 10 para ajudar na manutenção, diz Maria Aparecida Barbosa. "Não temos um líder. Vivemos em esquema de autogestão", conta Roberto dos Santos. Há biblioteca e sala de reuniões na ocupação, mas as condições são muito precárias. Quartos são divididos por ripas de madeira e muitos têm infiltrações aparentes.

"Agora vamos verificar qual é a proposta da prefeitura e tentar uma solução que seja digna", diz a defensora pública Adriana Bevilaqua. O chefe de gabinete da Cdurp, Marco Antonio Robalinho, afirma que "várias soluções" estão em estudo, mas ainda não há uma definição do local para onde as famílias serão levadas. "Foi bacana Docas ter aceitado nosso acordo. Vamos completar o cadastramento dos moradores. Eles não vão ser removidos sem que haja um local definido."

Segundo Robalinho, Paes determinou que 2 mil habitações populares sejam construídas na região. No plano original, anunciado pela prefeitura para a Olimpíada de 2016, há uma previsão de que o número de moradores da região seja ampliado de 28 mil para 100 mil. O único empreendimento anunciado até agora é o condomínio fechado Porto Vida, com apartamentos que vão custar a partir de R$ 420 mil.

A urbanista Helena Galiza diz que a legislação garante o uso de imóveis vazios para habitação social. "É evidente que o foco na valorização imobiliária está gerando um processo de gentrificação (expulsão dos moradores pobres) na região."

O secretário estadual de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, preferido pelo governador Sérgio Cabral (PMDB) para ser o candidato a vice em 2014 na chapa que será encabeçada pelo atual vice, Luiz Fernando Pezão (PMDB), não aceitou o convite para concorrer ao cargo, segundo Cabral afirmou nesta terça-feira, 17.

"Ele nunca se dispôs a disputar eleições na sua vida. Sempre foi um profissional da área da segurança e prefere continuar assim, servindo ao nosso governo, onde tem feito um trabalho extraordinário", afirmou Cabral. "A gente tem que respeitar, porque há uma diferença muito grande entre ser um servidor público ocupando um cargo na administração (...) e disputar um cargo eletivo. Era um convite que havia sido feito por nós, mas ele tomou essa decisão e a gente tem que respeitar. É totalmente de foro íntimo dele".

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O governador enfrenta uma grave crise de popularidade (em manifestações nas ruas, eventos públicos e até no Rock in Rio o coro de "fora, Cabral" se repete com frequência) e considerava Beltrame capaz de reverter ou amenizar esse quadro. Responsável pelo principal projeto do governo Cabral, a implantação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), Beltrame era o candidato ideal a vice.

Segundo Cabral, caso Pezão seja eleito, Beltrame vai continuar na pasta da Segurança. "Ele disse `olha, governador, eu continuo na Secretaria de Segurança e continuarei, sendo o Pezão o futuro governador. Não sendo o Pezão, eu deixarei a secretaria'".

O governador também afirmou que por enquanto desconhece qualquer decisão do PT sobre deixar o governo estadual. O partido, que apoiou Cabral nos dois pleitos em que ele foi eleito governador (2006 e 2010), deve lançar em 2014 o senador Lindbergh Farias como candidato ao governo. Por isso, planeja romper com a atual administração, mas ainda não decidiu quando fará isso.

"O PT vem há sete anos contribuindo com meu governo, com excelentes secretários, excelentes equipes, e eu só tenho a agradecer. Acho que nada está decidido ainda. Respeito a ambição e o desejo de qualquer político que queira disputar a eleição. O senador Lindbergh, por exemplo, eu procurei ajudar na sua eleição ao Senado em 2010, e tenho uma relação de respeito", afirmou Cabral, que disse ainda não ter sido procurado por nenhum representante do PT. "Estamos em ano ímpar, a eleição é em ano par, e estou muito concentrado em gestão", concluiu o governador.

O Rio de Janeiro registrou os primeiros casos de contaminação por bactérias modificadas pelo gene NDM-1. Essas superbactérias anulam os efeitos de antibióticos, inclusive aqueles que são mais utilizados para combater infecções por micro-organismos multirresistentes. Os casos foram registrados na pediatria do HemoRio, instituição de referência para tratamento de pacientes com doenças do sangue, e em hospitais de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, e em Duque de Caxias, na Baixada. Nenhum paciente morreu. Foi o segundo Estado do País a identificar a superbactéria. O Rio Grande do Sul teve cinco casos divulgados em maio.

A primeira pessoa do Rio de Janeiro a ser identificada com a superbactéria foi uma menina, que trata uma leucemia no HemoRio. Ela já havia recebido alta, depois de um mês de internação, e foi encaminhada para colocação de um cateter no Hospital da Criança. Lá, foi submetida ao exame de rotina para identificar possível infecção. O resultado deu positivo.

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A menina não chegou a desenvolver a infecção. O hospital procurou outras crianças que entraram em contato com a paciente. Também fechou leitos para permitir o isolamento daqueles que estavam internados e a desinfecção das enfermarias. Ainda há pacientes em isolamento, mas não foram diagnosticados novos casos.

O superintendente de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da Secretaria Estadual de Saúde, Alexandre Chieppe, esclareceu que nenhum dos pacientes identificados no Rio adoeceu. "Não foram casos de infecção. As pessoas foram colonizadas pela bactéria com mecanismo de resistência mais amplo. Não há indicação para interromper a rotina do funcionamento dos hospitais", afirmou Chieppe. Ele ressaltou que foram colocados em ação planos para conter a infecção, com intensificação da limpeza de ambientes.

O infectologista Alberto Chebabo, chefe do serviço de Doenças Infecciosas e Parasitárias do Hospital Universitário da Universidade Federal do Rio de Janeiro, explica que a infecção por superbactéria pode ser grave para pacientes com baixa imunidade, que estão em longas internações. "A bactéria se torna resistente a vários antibióticos. São poucas as opções de tratamento". Ele ressalta que o controle é muito difícil. "É importante evitar a superlotação, melhorar a higienização das mães e a vigilância de bactérias. Agora vamos ter que saber se ela vai se adaptar e ficar permanentemente no Brasil, se vai se espalhar ou se serão casos esporádicos".

As superbactérias aparecem a partir de uma mutação genética. Bactérias que já estão presentes no organismo, como a E. Coli, sofrem a modificação e passam a produzir enzimas que anulam o efeito do antibiótico. NDM-1 é a sigla pela qual é conhecida a enzima que torna a bactéria multirresistente. Significa "New Delhi Metallobetalactamase". O primeiro caso foi registrado em Nova Délhi, na Índia, em um paciente sueco, em 2009. Superbactérias com essa mutação foram identificadas nos Estados Unidos, Canadá, países da Europa e da América Latina.

A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) divulgou nota na tarde desta segunda-feira (16) para informar que o procurador-geral da Casa, Harriman Araújo, encontrou-se pela manhã com o delegado Gilson Perdigão, titular da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática, para registrar a invasão de hackers no site da Alerj.

De acordo com a nota, o procurador-geral "acertou com o delegado que enviará documentos sobre o caso ao longo da semana". "A partir daí, a Alerj aguardará o transcorrer das investigações para tomar as devidas providências". O site da Alerj foi invadido em 2 de setembro e novamente no domingo, 15.

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O município do Rio de Janeiro abre 102 vagas anuais para residência em Medicina de Família e Comunidade. É o maior programa do País, segundo a prefeitura. Sessenta vagas são oferecidas pela própria Secretaria Municipal de Saúde e as demais, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e Escola Nacional de Saúde Pública, da Fundação Oswaldo Cruz. A relação candidato-vaga é de três para uma, o que se justifica pela bolsa de R$ 8 mil líquidos, acima da média do Rio.

"Parece muita vaga, mas ainda é insuficiente", diz o coordenador do programa municipal, José Carlos Prado Junior. "É um foco da nossa gestão. Se a gente não se preocupa com formação, não há como ter profissionais qualificados."

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A formação dura dois anos. São até 60 horas de dedicação semanal, sendo 70% nas unidades de atenção básica e 30% nos ambulatórios de urgência e emergência, nas áreas de Pediatria e Clínica Médica, e nas aulas teóricas. Especialistas trabalham como preceptores dos residentes - dão aulas e supervisionam os atendimentos. A média é de 350 pacientes por mês por residente.

Residente no centro municipal de saúde do Catete, zona sul do Rio, a médica Luciana Figueiredo, de 27 anos, chega a atender até 30 pessoas em um dia cheio - e está feliz. "É gratificante ver a melhora do paciente. Hoje vejo que é essa medicina que idealizei quando entrei na faculdade." Recentemente, Luciana largou os plantões semanais, que rendiam R$ 3,5 mil por mês trabalhando 12 horas todo sábado."Ficava muito cansada. Meu projeto de vida agora é a medicina de família. Não vou dedicar meu tempo nessa especialização para trocar depois."

Estrutura

Onze unidades de atenção primária, entre clínicas da família e ambulatórios, servem ao treinamento na rede. São as mais bem aparelhadas e ficam em áreas de grande adensamento, como as favelas da Rocinha e do Alemão.

Os residentes são majoritariamente do Estado, mas há estudantes de São Paulo, Minas Gerais e do Espírito Santo, o que se deve à forte divulgação feita pela secretaria. Além disso, 60% são egressos de faculdade particular.

O município é pioneiro no Brasil nesse segmento de residência. A formação começou em 1976, quando a especialidade era chamada de Medicina Geral e Comunitária. Em 2012, surgiu a primeira turma própria da Secretaria Municipal de Saúde, com 60 vagas.

Neste momento estão cursando 59 residentes do primeiro ano e 45 do segundo. Se depois de formados eles optarem por carreira na rede municipal na mesma área, os ganhos podem chegar a R$ 20 mil - a média salarial é de R$ 14 mil.

Hoje, são atendidos na atenção básica 2,7 milhões de cariocas, e a meta é dobrar o número em três anos. A Secretaria Municipal de Saúde dispõe de 813 equipes de saúde de família e quer chegar a 1.440 em 2016.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Revoltados com a morte de uma motociclista que tentara escapar de uma blitz, moradores de Paty do Alferes, no sul fluminense, incendiaram dois carros e depredaram uma unidade da Polícia Militar na noite de sábado, 14. Ontem à tarde, antes do enterro, houve novo protesto, com bloqueio da RJ-125. Manifestantes atearam fogo a pneus.

Segundo a PM, Mara Lúcia Feijó da Silveira, de 30 anos, que dirigia sem habilitação, era perseguida após fugir da blitz, quando caiu da moto e bateu a cabeça ao passar por uma lombada.

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A rebelião dos moradores, que cercaram o quartel de Paty do Alferes, começou às 19h30 de sábado. Com a chegada de reforço da PM, a situação foi controlada. Segundo a PM, seis policiais ficaram feridos - um continuava internado ontem. Um rapaz foi baleado no ombro. Os seis detidos na revolta foram liberados.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Desde 2011, o governo Sérgio Cabral (PMDB) já pagou R$ 7,3 milhões à Condor S/A Indústrias Químicas, fabricante de armas e munições não letais, como sprays de pimenta, granadas de efeito moral, de gás lacrimogêneo e de luz e som, além de balas de borracha. Com as manifestações iniciadas em 6 de junho, o dinheiro destinado à empresa no primeiro semestre deste ano (R$ 2 milhões) já supera em 66% o que foi gasto no ano passado (R$ 1,2 milhão).

Quase 80% do valor empenhado em 2013 (R$ 1,6 milhão) refere-se à compra emergencial de "material explosivo e munições", feita em 19 de junho pela Polícia Militar para repor os estoques do Batalhão de Choque. Dois dias antes, uma manifestação pacífica que levou 100 mil pessoas às ruas do centro terminou em vandalismo na Assembleia Legislativa.

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Levantamento feito no Sistema Integrado de Administração Financeira para Estados e Municípios (Siafem) pelo gabinete do deputado estadual Luiz Paulo (PSDB), a pedido do Estado, mostra que cinco órgãos do governo repassaram dinheiro à Condor neste segundo mandato de Cabral.

Entre eles, dois que não estão diretamente ligados à segurança pública: a Fundação Carlos Chagas de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio (Faperj), que pagou R$ 160 mil; e a Secretaria Estadual de Governo (Segov), com R$ 17 mil. Na justificativa para o gasto da Secretaria de Governo, consta a aquisição de 138 sprays e 15 espargidores de pimenta para o Projeto Lei Seca, que está sob o guarda-chuva da Segov.

Os outros órgãos estaduais que gastaram com armamentos não letais são a Secretaria de Segurança, com R$ 4,3 milhões; a Polícia Militar, com R$ 2,6 milhões; e a Secretaria de Administração Penitenciária, com R$ 240 mil.

Reposição

O maior gasto do governo estadual com a Condor ocorreu em 2011: R$ 4,1 milhões. Naquele ano, a Secretaria de Segurança comprou 2.890 granadas de diversos tipos (efeito moral, luz e som, lacrimogênea, pimenta e fumígena), além de milhares de balas de borracha. A justificativa é de foi comprado material para a reposição do estoque.

Outro lado. A Faperj informou que a Condor foi selecionada no edital 28/2012, com projeto "exclusivo para desenvolvimento de tecnologia nacional de armas não letais até um protótipo de arma elétrica que se transforme em cabeça de série para a indústria". A Fundação informou que não compra armas não letais.

Já a Secretaria de Governo afirmou que as armas não letais podem ser usadas em "situações em que a integridade física dos agentes e/ou dos motoristas abordados venha a ser colocada em risco" durante as blitze da Operação Lei Seca, que têm a participação de PMs.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A juíza da 27.ª Vara Criminal, Simone Ferraz, determinou a libertação dos três acusados de administrarem o perfil Black Bloc RJ, no Facebook. Henrique Palavra Vianna, Daniel Guimarães Ferreira e Jahn Gonçalves Traxler foram presos no último dia 6 pelos crimes de formação de quadrilha armada e incitação à violência. Eles estão presos em Bangu 9, no Complexo Penitenciário de Gericinó, na zona oeste.

Os advogados do Instituto de Defensores de Direitos Humanos (DDH), coletivo de advogados voluntários que defendem os jovens, pediram a liberdade provisória dos três rapazes, alegando que são estudantes, têm bons antecedentes e casa própria. "Além disso, o delito de formação de quadrilha armada não procede. Não havia arma. Havia um objeto (feito de pregos) que não foi usado em nenhum delito", afirmou o advogado Felipe Coelho. Os jovens devem ser liberados na manhã desta sexta-feira (13). Segundo o advogado, não há tempo hábil para o alvará chegar ao presídio.

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Sob pressão do comando nacional do PT, o senador Lindbergh Farias, pré-candidato ao governo fluminense, aceitou fixar em 30 de novembro o desembarque do partido do governo de Sérgio Cabral (PMDB), no qual controla duas secretarias e cerca de 150 cargos.

O acordo no PT foi anunciado depois de Lindbergh ter conversado com Cabral na segunda-feira, 9, segundo pessoas próximas aos dois. Indicou-se então o afastamento petista da administração estadual até o fim do ano.

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Embora convicto da necessidade de se distanciar rapidamente do peemedebista, que enfrenta crise de popularidade e insiste no apoio dos petistas a Luiz Fernando Pezão, seu candidato à sucessão, Lindbergh cedeu à vontade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de adiar a saída, definida para 6 de outubro em encontro entre o senador e lideranças do partido no Estado. A nova data foi acertada entre Lindbergh e o presidente regional, Jorge Florêncio, e não ficará longe da provável desincompatibilização de Cabral, no fim de dezembro.

Lula não se opôs diretamente à saída do governo, mas pediu que ela não aconteça já. O presidente nacional do PT, Rui Falcão, avisou que o desembarque poderia ocorrer antes da saída de Cabral, mas não agora.

De início, adotou-se a data de 3 de novembro, mas quem reclamou, no caso, foi Florêncio. Segundo o presidente do PT local, a saída do governo estadual poderia afetar o Processo de Eleição Direta das novas direções do partido, que fará seu primeiro turno dia 10 de novembro. Acertou-se, então, o dia 30.

Já o governador mantém sua disposição de não aceitar dois palanques da base governista concorrendo ao governo do Rio em 2014. Se o PT lançar candidato, seu grupo ameaça não apoiar a candidatura da presidente Dilma Rousseff à reeleição. Essa disposição já foi manifestada por Cabral a Lula. Em encontro recente, em São Paulo, o ex-presidente disse ao governador que Lindbergh tem direito a postular a candidatura, mas a decisão levará em conta a aliança nacional.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), sancionou na noite desta quarta-feira, 11, o projeto de lei 2.405/2013, que proíbe o uso de máscaras durante manifestações. A lei, que entra em vigor nesta quinta-feira, 12, também obriga os manifestantes a comunicar os protestos com antecedência à polícia. As máscaras poderão ser usadas em eventos culturais. Se uma pessoa for presa com o rosto coberto em uma manifestação de rua, deverá ser encaminhada a uma delegacia. O projeto foi proposto pelos deputados Domingos Brazão e Paulo Melo, ambos do PMDB, e aprovado na terça-feira, 10, pela Assembleia Legislativa fluminense. Com a sanção, a lei será publicada nesta quinta no Diário Oficial do Estado do Rio e entra em vigor imediatamente.

A presidente Dilma Rousseff defendeu, na manhã desta quarta-feira (11), o programa Mais Médicos, do governo federal. "Vi um cartaz que dizia 'obrigada presidenta Dilma pelo Mais Médicos'. É obrigação de um governo escutar a demanda da população. Um governo não pode ser surdo. Um governo tem de ouvir muito", disse a presidente, em cerimônia de anúncio de novos investimentos em Mobilidade Urbana em São Gonçalo, no Rio de Janeiro.

"Quando está em questão o interesse do povo do País não existe nenhum outro interesse maior, de nenhuma corporação, de nenhum segmento", disse Dilma. "Nós respeitamos os médicos nesse País, agora temos uma avaliação: faltam médicos", completou.

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Ela comentou que o programa primeiro dá oportunidade aos brasileiros, mas afirmou que o governo federal fará o "possível e o impossível" para garantir a permanência de médicos em municípios que não possuem profissionais nos postos de saúde e na atenção básica. "Nós traremos médicos formados fora do Brasil para trabalhar na atenção básica, nos postos de saúde", disse.

Dilma afirmou ainda que há 701 municípios onde não mora nenhum médico. "Nós, com isso, estamos querendo fazer uma coisa importante, que é resolver um problema de caráter emergencial e urgente, porque a saúde das pessoas não pode esperar até que os médicos se formem."

Ela ressaltou que, paralelamente, a formação de médicos dentro do Brasil será ampliada, "assegurando que sejam formados em regiões do interior do País e nas periferias das grandes cidades". "Geralmente o médico fica onde ele se forma ou onde faz sua residência, vamos ampliar também o número de médicos especialistas", afirmou.

"Estamos fazendo algo que é diferente do resto do mundo? Não estamos", disse a presidente. Ela ressaltou que nos Estados Unidos cerca de 25% dos médicos se formaram fora do país, no Canadá o porcentual chega a 30%. "Aqui no Brasil, 1,78%. Não existe justificativa para esse número", completou.

Ela afirmou que o governo quer também que o Brasil melhore a infraestrutura de atendimento e os hospitais, com mais recursos. "Por isso o governo federal apoiou a destinação de 25% dos royalties (de petróleo) para a saúde", comentou.

A presidente disse que o governo defende o programa Mais Médicos, porque ele representa melhora na vida das pessoas. "Sabe onde falta médico? Em Ipanema não falta, não, nem no Leblon, agora aqui falta", finalizou a presidente, que estava em São Gonçalo. (Colaborou Renan Carreira)

Cerca de 2 mil pessoas participaram, na tarde deste domingo, dia 8, da 6ª Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa, na orla da Copacabana, na zona sul do Rio. O objetivo do evento, promovido pela Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR), é destacar que respeito e amor ao próximo são possíveis - e necessários - independentemente de qualquer credo. Participaram da caminhada católicos, evangélicos, representantes de religiões de matriz africana (como umbanda e candomblé), além de judeus, muçulmanos, espíritas e budistas, entre outros.

As caminhadas em Defesa da Liberdade Religiosa começaram em 2008, quando um grupo de fiéis da umbanda e do candomblé foi expulso de uma favela na Ilha do Governador, zona norte do Rio, por traficantes convertidos a religiões evangélicas neopentecostais. "Vivemos em um Estado laico. Não se pode admitir que uma crença ou religião mostre-se como a melhor e demonize as demais. Isso é fascismo", diz Ivanir dos Santos, membro da CCIR.

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No início deste mês, representantes da comissão denunciaram ao Ministério Público casos semelhantes de perseguição a fiéis de religiões afro em favelas dominadas pelo tráfico, nos bairros de Vaz Lobo e Vicente de Carvalho, também na zona norte. Terreiros estariam sendo invadidos e seus frequentadores ameaçados por vestirem roupas brancas. Mais uma vez, os agressores seriam traficantes que seguem outras religiões.

O jogador de futebol Adriano, de 31 anos, teve a carteira de motorista apreendida ao se recusar a fazer o teste do bafômetro numa blitz da Operação Lei Seca, na Avenida das Américas, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, na noite de sábado, dia 7. Segundo o governo do Estado, o Imperador, como é conhecido, também foi multado em R$ 1.915,40 e perdeu sete pontos na carteira.

Para sair do local com seu carro, um Mercedez CLS 63, Adriano precisou apresentar um condutor habilitado. Esta não foi a primeira vez que o atacante, revelado pelo Flamengo, se recusou a fazer o teste do bafômetro no Rio. Em fevereiro de 2011, ele foi parado em outra blitz da Lei Seca, também na Barra da Tijuca. Na ocasião, teve a carteira de motorista apreendida, foi multado em R$ 957,70 (valor vigente à época) e perdeu sete pontos.

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Mesmo com a presença de dois mil policiais militares no centro do Rio, integrantes do movimento Black Bloc conseguiram invadir a Avenida Presidente Vargas enquanto era realizado o desfile de Sete de setembro, ontem de manhã. Houve confronto com a polícia, que usou gás lacrimogêneo. O público que assistia à parada ficou apavorado e abandonou as arquibancadas. Pelo menos 27 pessoas foram detidas e 12 ficaram feridas.

O tumulto generalizado, com famílias correndo e crianças chorando, não alterou o desfile, que seguiu como se nada estivesse acontecendo. A confusão continuou depois da apresentação militar, que não contou com as presenças do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), e do prefeito Eduardo Paes (PMDB).

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No fim da tarde, os manifestantes seguiram para o Palácio Guanabara, sede do governo estadual, em Laranjeiras, na zona sul. A polícia mais uma vez usou gás lacrimogêneo para impedir a passagem do grupo.

As manifestações foram convocadas pelo Facebook e começaram por volta das 7h30, uma hora e meia antes do desfile. Antes do início da parada, pelo menos quatro manifestantes já haviam sido levados à delegacia por desacato, agressão, uso de máscara e recusa em se identificar, o que está proibido por decisão judicial. Os PMs ordenavam a retirada das máscaras e a apresentação de RG. Quem não concordava era detido.

Às 9h, os manifestantes tentaram invadir a avenida Presidente Vargas e houve confronto com a PM. Por volta das 10h, conseguiram. A invasão e a reação da polícia afetaram o público nas arquibancadas, calculado em quatro mil pessoas.

A aposentada Nair Rosa, de 69 anos, caiu de uma delas e teve uma crise de pressão. Foi atendida no hospital Souza Aguiar e liberada por volta de 12h. "Eu estava em cima da arquibancada quando começou a confusão, fui empurrada e caí lá de cima. Fiquei muito nervosa". Em pânico, dezenas de pessoas deixaram correndo o local e se abrigaram na estação de metrô da Central.

O cinegrafista Patrick Granja, do jornal A Nova Democracia, foi detido na Presidente Vargas. A PM não informou o motivo da prisão e nem para qual delegacia ele seria encaminhado. O fotógrafo do jornal O Dia Alessandro Costa levou um chute de um PM. Uma agência bancária teve vidraças estilhaçadas.

Terminado o desfile, cerca de mil manifestantes do Grito dos Excluídos saíram em passeata pacífica pela Presidente Vargas. Black Blocs tentaram se misturar ao grupo, mas foram impedidos por policiais. Eles foram até o monumento a Zumbi dos Palmares, retiraram a bandeira do Brasil, a rasgaram e queimaram, e colocaram uma bandeira preta no lugar.

Manifestantes tentam chegar ao Palácio Guanabara, sede do governo do Rio, em Laranjeiras, na zona sul da cidade. Depois dos protestos pela manhã durante o desfile de 7 de setembro, parte do grupo se reuniu em frente à Câmara Municipal, na Cinelândia, e então seguiu a pé por 2,5 quilômetros até o Largo do Machado, em Laranjeiras.

A Polícia Militar faz um bloqueio na rua do Palácio, a Pinheiro Machado, para impedir a passagem dos manifestantes. Militares do Batalhão de Choque jogaram bombas de gás lacrimogêneo contra o grupo e houve correria nas ruas das Laranjeiras e Pinheiro Machado.

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A secretaria estadual de Segurança informou que até as 17h deste sábado 27 pessoas foram conduzidas para delegacias. Delas, uma foi presa por "porte de arma" e 15 foram autuadas e liberadas.

De acordo com a secretaria, entre os autuados está um homem "com três passagens pela polícia". As pessoas foram autuadas pelos crimes de "lesão corporal, desacato, resistência e posse de material de explosivo". "Com os detidos, foram apreendidos um estilingue, um spray de gás lacrimogêneo, pedras, canivetes, bolas de gude, bombas artesanais e toucas", informou a secretaria.

Pelo menos quatro pessoas foram detidas no Rio de Janeiro na manhã deste sábado, nas manifestações durante o desfile de 7 de setembro. Todas foram encaminhadas à Delegacia de São Cristóvão.

Entre os detidos estava um homem que usava uma máscara do filme "V de Vingança". Em declaração a jornalistas, o homem se identificou como Carlos Alexandre e disse ser professor da rede municipal de São Gonçalo.

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Cerca de 200 pessoas protestam na Avenida Passos. Há bandeiras de movimentos sociais, do Anarquismo e até da Palestina, além de faixas contra políticos.

A polícia fez dois cordões de isolamento para evitar que os manifestantes invadam a Avenida Presidente Vargas. Até o momento, não há registro de tumulto, mas o clima no local é tenso.

A grande maioria dos manifestantes está sem máscaras, no entanto quase todos usam roupa preta. Os poucos que escondem o rosto estão sendo obrigados a se identificar por PMs do grupo conhecido como "alfanuméricos" (eles usam coletes e bonés com números e letras em tamanho grande para serem facilmente identificados).

O protesto organizado por Black Blocs em frente à sede do Tribunal de Justiça do Rio contra a prisão de três integrantes do grupo na quarta-feira, 4, terminou em pancadaria no início da noite desta sexta-feira, 6. Um ativista teve fratura exposta em um dedo da mão e um PM foi atingido por um objeto lançado por manifestantes, segundo a corporação.

Cerca de 60 pessoas participaram do ato, que começou às 17 horas. A confusão começou quando um grupo tentou entrar por um portão lateral do Fórum e foi barrado por policiais e seguranças. O portão automático foi acionado e manifestantes o seguraram, impedindo que fosse baixado. Houve tumulto e pancadaria entre policiais, seguranças e manifestantes. Ovos, lixeiras e placas foram atirados contra policiais e seguranças, que jogavam cavaletes de ferro. O manifestante que quebrou o dedo foi levado para um hospital em um táxi. Ele não quis se identificar. "Sou só mais uma vítima do Estado." Um segurança do Fórum havia jogado um cavalete de ferro contra ele. Em cartazes, Black Blocs pediam "liberdade aos presos políticos". Ninguém foi preso.

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Na quarta, três administradores da página Black Bloc RJ no Facebook foram presos sob acusação de formação de quadrilha armada e incitação à violência. Dois menores apreendidos na operação foram liberados. Desde segunda-feira, 2, uma decisão judicial autoriza a identificação criminal de quem usa máscara no Rio. Nesta sexta, os manifestantes não estavam com os rostos cobertos - alguns usavam adereços de carnaval, outros pintaram o rosto de preto. "Eles não vão arrancar a minha pele", disse um deles.

Mesmo com a atual crise de popularidade do governador Sérgio Cabral Filho (PMDB), o PT do Rio permanecerá no governo estadual por cerca de, pelo menos, mais 60 dias - a próxima data provável para o desembarque, ainda incerto, deverá ser entre fim de outubro e início de novembro. A oposição manifestada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi decisiva para que o grupo ligado ao senador Lindbergh Farias, pré-candidato a governador, recuasse da intenção de deixar a administração fluminense em 6 de outubro. A data chegara a ser fixada como objetivo pelos seguidores do parlamentar, mas acabou abandonada diante das resistências da Direção Nacional petista, defensora da proposição de deixar o Executivo em conjunto com Cabral, no fim de dezembro.

Há pelo menos um mês seguidores de Lindbergh e o comando do PT nacional, tendo à frente o presidente Rui Falcão, protagonizam uma disputa em torno de quando sair do governo fluminense. O grupo de Lindbergh até tentou que a Executiva Regional se reunisse em 4 de agosto para marcar uma data para que o Diretório Regional petista decidisse pela saída do governo, mas desistiu - houve pressões de Falcão sobre o presidente regional, Jorge Florêncio. Dez dias depois, aconteceu nova tentativa. O senador se reuniu com algumas das principais lideranças do partido no Estado, na residência da deputada federal Benedita da Silva. Ali, fechou-se um acordo que se esperava definitivo.

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O acerto, também aceito pelos deputados Luiz Sérgio e Edson Santos, estabelecia uma data para decidir a saída (6 de outubro), um limite para o movimento (o PT deixaria o governo, mas não faria oposição) e um padrinho para ele (o ex-presidente Lula, a ser consultado). "Sintonia com Lula" foi uma das expressões mais faladas na reunião. Lindbergh insistiu na necessidade de o PT deixar a administração Cabral, mas repisou que antes conversaria com o ex-presidente sobre a iniciativa. Só depois, com o aval do ex-presidente, a proposição iria à Executiva Regional. Tudo acertado, a ação travou em Lula. Em encontro com Benedita, em São Paulo, ele manifestou sua contrariedade.

"Que pressa é essa?", perguntou o ex-presidente, lembrando que o governo federal investiu muito no Rio. Lula mandou um recado para Lindbergh: que tentasse combinar com o próprio Cabral um prazo para saída. Dias depois, em conversa telefônica com o próprio senador e pré-candidato, o ex-presidente pediu cautela. "Vamos conversar. Acho que você está muito apressado. Vai devagar", afirmou, segundo interlocutores de ambos no PT fluminense.

Embora não tenha imposto nada, Lula defende o mesmo que o comando nacional petista: que o partido fique no governo do Rio até dezembro. O objetivo é não romper com Cabral e deixar aberta a possibilidade de dois palanques para o governo federal no Estado. Por trás dessa postura, está o temor da direção do PT de que uma ruptura com o governador fluminense cause retaliações do PMDB nacional ao governo da presidente Dilma Rousseff e prejudique sua campanha à reeleição. Para Lindbergh, contudo, a permanência no governo fluminense, com a saída simultânea à do governador, em dezembro, é péssima. Com ela, avaliam, o PT não se diferenciaria de Cabral, que vive um vácuo de popularidade, e correria riscos. Um seria a perda de apoios. Outro, acabar levado a apoiar a candidatura de Luiz Fernando Pezão, vice-governador, à sucessão estadual.

Recuo

A posição de Lula está em sintonia com Cabral - um amigo e parceiro de seu segundo governo (2007-2010). Há cerca de 20 dias, os dois, que se falam por telefone, conversaram em São Paulo. Em encontro com deputados estaduais petistas, há mais de um mês, o governador disse querer o apoio do PT e afirmou que a aliança deve ser discutida somente em junho de 2014 - prazo final para as convenções, o que quase inviabilizaria uma candidatura própria do partido.

Diante da oposição de Lula, Lindbergh e seu grupo fizeram nova pausa. Desistiram da data de 6 de outubro para saída do governo e agora começam a conversar com as várias facções do partido no Rio. Semana passada, por precaução, negaram quórum a uma reunião da Executiva Regional, para evitar uma eventual votação surpresa que fechasse o caminho do senador para que o partido deixe o governo. Querem combinar com as tendências a data entre fim de outubro e início de novembro para a saída. Se o conseguirem, pretendem que a Executiva Regional a aprove - mesmo que Lula não goste.

O secretário estadual de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, reuniu-se nesta quinta-feira, 05, com um grupo de artistas e estudiosos para discutir a atuação da polícia durante os protestos promovidos no Rio. Os músicos Caetano Veloso e Sidney Waismann, os sociólogos Michel Misse, Alba Zaluar e Olga Bronstein e as antropólogas Jaqueline Muniz e Yvonne Maggie fizeram parte do grupo recebido pelo secretário.

Antes do encontro, Caetano disse ter se surpreendido com a ação policial durante um dos atos no Leblon, na zona sul, que terminou em brigas e depredação. "Não entendo como é que a polícia pode ter agido de forma violenta quando cerca de quatro mil pessoas estavam perto da casa do governador e depois, quando havia somente 50 pessoas depredando lojas, a polícia não agiu."

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A imprensa não pode acompanhar a reunião, durante a qual o grupo entregou uma carta em que reivindica à polícia e aos manifestantes o fim da violência durante os protestos.

"Viemos cobrar da secretaria uma postura mais ponderada. Da forma como está agindo, com pessoas infiltradas, está intensificando a violência. É preciso que a PM atue de forma conjunta para apoiar e controlar o direito de se manifestar. É claro que a polícia tem a obrigação de manter a ordem, mas achamos que está havendo um aumento no ciclo de violência", disse Waismann. Com os manifestantes gostaríamos de uma conversa para explicar que a forma mais eficaz de se manifestar politicamente não é com bandos de gente na rua, assustando as pessoas", concluiu.

Integrantes do Comitê Popular da Copa e Olimpíadas percorreram nesta quarta-feira, 4, comunidades da zona oeste do Rio afetadas pela construção da Transoeste, uma via expressa que liga a Barra da Tijuca a Santa Cruz e Campo Grande. O objetivo foi recolher relatos de moradores removidos desnecessariamente ou que ainda não receberam indenização.

Os depoimentos serão encaminhados ao Ministério Público (MP), anexados a processos em curso na Justiça e entregues a vereadores para justificar a convocação de uma audiência pública sobre as remoções. "Contestamos não apenas a forma como essas remoções aconteceram, com graves denúncias de violação de direitos, mas também a motivação. As comunidades da Transoeste são exemplos concretos de remoções que obedecem a lógica do mercado imobiliário. Muitos terrenos não foram utilizados para as obras e vários empreendimentos estão sendo lançados na região", disse Marcelo Edmundo, do Comitê Popular da Copa e Olimpíadas.

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