No dia 7 de novembro do ano de 1978 foi criado Suape – Complexo Industrial Portuário, com a intenção de administrar a implantação do distrito industrial, o desenvolvimento das obras e a exploração das atividades portuárias. Localizado estrategicamente entre os municípios de Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho, desde o ano de 2007 o complexo passa por uma “explosão econômica”, no sentido de receber grandes investimentos e representar um dos polos desenvolvimentistas da economia do estado.
Depois da firmação do Complexo em Pernambuco, foram perceptíveis inúmeras notícias sobre oportunidades de empregos no local. É comum ver muitas pessoas com o discurso de que Suape é o “lugar dos empregos”, a fonte de oportunidades para quem está desempregado ou busca um trabalho melhor.
De acordo com dados da assessoria de comunicação do complexo portuário, atualmente, existem 100 empresas funcionando no local, entre elas, o Atlântico Sul, maior estaleiro do Hemisfério Sul. Ainda existem 30 empreendimentos que estão em fase de implantação, como por exemplo, instituições dos segmentos petroquímico e petrolífero. A assessoria ainda informa que já foram gerados mais de 25 mil empregos diretos nas empresas e mais de 40 mil na construção civil, no contexto dos empreendimentos em instalação ou ampliação.
Oportunidades existentes
Segundo dados da Secretaria de Trabalho, Qualificação e Empreendedorismo de Pernambuco (STQE), um estudo está sendo realizado para que sejam contabilizadas as oportunidades de trabalho que surgirão neste ano. Em relação às funções que serão mais solicitadas, a Secretaria informa que as vagas podem se dividir em duas fases: construção e operação.
“Na fase de construção, as funções mais solicitadas são aquelas relativas à construção civil (operadores de máquinas pesadas, pedreiros, ajudantes, serventes, almoxarife, auxiliar de almoxarifado, pintores, apontadores, armadores, encarregado de obra, ajudante de montagem, supervisor de montagem, e demais profissionais responsáveis por montagens de equipamentos específicos, de acordo com o setor)”, falou gerente geral de do trabalho da Secretaria, Celso Miranda.
No que diz respeito à fase de operação, o gerente afirma que existirão oportunidades de trabalho nas áreas administrativas e cargos específicos. “Na fase de operação, as funções mais solicitadas dependem do tipo de setor. Existem vagas na área administrativa de empresas, como por exemplo, auxiliares e gerentes, além de vagas específicas na área naval: engenheiros navais, soldadores, inspetores de solda, mecânicos. Também há na área de petróleo e gás: soldadores de metais, caldeireiros, engenheiros mecânicos, engenheiros eletrotécnicos, mecânicos, entre outras funções”, explica Miranda .
Capacitação
Suape criou uma fama de empregabilidade no estado. Contudo, inúmeros cursos de capacitação foram criados em Pernambuco por diversos estabelecimentos educacionais destinados, especificamente, para as vagas disponíveis no Complexo. No entanto, as pessoas devem saber ao certo qual a função que elas pretendem ocupar em Suape.
Diante disso, Celso Miranda dar dicas de como as pessoas podem se capacitar corretamente para conseguir uma determinada vaga no espaço portuário: “Primeiramente o candidato deve ter em mente que área deseja atuar, a depender do nível de escolaridade e especificidade técnica solicitada. Em seguida, as pessoas precisam procurar cursos de qualificação e capacitação, preferencialmente aqueles que têm seriedade e compromisso com o aluno, com a metodologia e, em especial, pela prática e possibilidade de contabilização. Também é importante o encaminhamento à prática da experiência profissional, em geral solicitada pelas empresas”.
De acordo com o STQE, lá são promovidos cursos de qualificação, onde existe um processo técnico de levantamento das demandas, junto às empresas, fundamentado em mapas que têm as necessidades, classificado por ocupações, especificidades, requisitos e, principalmente, quantitativo.
Exemplos de sucesso
“Eu trabalhava numa empresa de fralda, e no ano de 2009 o meu irmão me indicou para trabalhar numa empresa de Suape. Entrei como ajudante de pedreiro e fui capacitado pela minha própria empresa e hoje já sou carpinteiro”. Quem conta essa história é o trabalhador Daniel Ramos (foto), de 21 anos de idade. Ramos é um exemplo de profissional que conseguiu entrar no Complexo, se firmou e aumentou de cargo. Ele afirma que não tinha nenhuma experiência como ajudante de pedreiro e muito menos uma profissão. “Eu não sabia trabalhar nessa função, mas com o dia a dia fui aprendendo. E, ainda por cima, aprendi uma nova função na empresa, a de carpinteiro”.
O profissional diz que o Complexo é um lugar cheio de oportunidades. “Aqui tem muitas oportunidades. Já consegui pagar o meu curso de logística e pretendo continuar trabalhando aqui”, relata Ramos. O trabalhador é funcionário da Odebrecht, empresa que atua na área de engenharia e construção.
Também da Odebrecht é Juarez Melo (foto), 47. Ele está trabalhando em Suape desde o mês de junho do ano passado como ajudante de produção de eletromecânica. “Eu ouvia muitos comentários sobre Suape, até que eu vim parar aqui. Nunca tive uma experiência numa obra grande. Aqui é um leque de oportunidades e aprendizados”. De acordo com o trabalhador, na própria empresa ele recebeu um curso para montador de andaime e adquiriu conhecimento em uma nova profissão. “Fiz um teste e passei para que eu pudesse realizar um curso de montador de andaime que a própria Odebrecht me proporcionou. Quando a gente aprende algo novo, isso nos agrega valor profissional, pois fui beneficiado com o meu desenvolvimento profissional, econômico e educacional”, conta Juarez Melo.
Qualificações na empresa
Bernardo Pedral (foto a direita), gerente administrativo financeiro da Oderbrecht, explica os benefícios trazidos para a empresa com a realização das qualificações. “São vários programas de qualificação, onde capacitamos pessoas não só da nossa empresa, como também, moradores de regiões próximas a Suape. É melhor para a gente contratar profissionais qualificados daqui, pois não precisamos gastar dinheiro trazendo gente de outros estados”.
De acordo com Pedral, grande parte daqueles que se capacitam conosco são aproveitados pela empresas. Ele ainda afirma que “o meu dever é formar um substituto”, ou seja, os profissionais são preparados para ocupar cargos na própria Odebrecht, que são deixados por profissionais antigos para que eles sigam para outros canteiros de obras.
Segundo a assessoria de comunicação da empresa, no momento não existe curso de capacitação aberto para inscrições, mas, futuramente, a depender da necessidade da Odebrecht, mais qualificações devem ser abertas no decorrer do ano.