Neste final de semana, Recife recebe a First Lego League, um dos mais importantes torneios de robótica do mundo, que reunirá equipes do Nordeste. As escolas que irão participar da competição estão, há semanas, preparando as equipes.
O Colégio Apoio, localizado no Recife, competirá com a própria equipe de robótica, a Apoiobot, que é composta por dez integrantes. O grupo está desenvolvendo um robô de lego nunca visto antes, de acordo com informações da instituição. A Apoiobot também aperfeiçoou uma pesquisa voltada para crianças com dificuldades de comunicação. A professora e uma das coordenadoras do grupo, Vancleide Jordão, explicou a intenção do trabalho deste ano: “O tema desse ano é relativo à biotecnologia. Com o nome de Body Forward, o desafio incentiva os jovens a explorar o mundo da engenharia biomédica, descobrindo modos de reparar, curar ou aprimorar o corpo humano”.
Segundo informações da assessoria de comunicação do Apoio, o projeto “Corpo e Tecnologia: novos cenários para inclusão” está sendo modificado e aprimorado para integrar a mostra. Recentemente, o trabalho foi reconhecido em eventos do segmento. “Ciência não é só fazer um trabalho, ser premiado e parar. A ideia é que aquilo sirva para a sociedade, que todo mundo usufrua, esse é o efeito científico”, relatou a diretora do Apoio, Terezinha Cysneiros.
Outra escola que está se preparando bastante para a competição é o Colégio Fazer Crescer, também de Recife. A equipe é a Technobots, com dez integrantes, entre 12 e 14 anos de idade. De acordo com Carmem Guerra, assistente de comunicação da instituição, “a equipe fez uma pesquisa ligada ao sistema cardiovascular, com a ideia de usá-la com um instrumento de tratamento”, adiantou Carmem, avisando que mais detalhes serão mostrados no torneio.
Uma das profissionais responsáveis pela Technobots é a professora de biologia, Clícia Kely Melo. Ela explicou como foi o processo de preparação dos alunos: “Há dois meses estamos nos preparando, o que é pouco tempo. Por isso, tivemos que trabalhar sábados e à noite, pois, os estudantes são de turnos diferentes e os horários se chocavam. Mas, o que ajudou, foi que eles já possuíam experiências em torneios passados e têm aulas extracurriculares de robótica".
Fabiana Mendes, professora de química, falou sobre o processo de avaliação do FLL. “Na apresentação da pesquisa, é verificado se ela tem relevância e também como foi o seu processo inicial, ou seja, como ela se deu. Há também as missões, que são tarefas para serem feitas, onde os alunos programam as engrenagens, o tempo de funcionamento, entre outras coisas”, relatou a professora. Ela também comentou sobre o envolvimento dos alunos com profissionais de saúde: ”Eles entraram em contato com médicos e entenderam um pouco do processo. Isso foi uma ponte de trocas de conhecimento”.
Dentre os integrantes da Technobots, está o garoto Kaio Luna, 13. O aluno afirmou que a equipe se preparou muito bem, apesar do tempo reduzido. “Tivemos pouco tempo, mas, nos preparamos bem. Tudo está sendo positivo”. Ele também falou sobre a expectativa para o torneio: “Tem alguns colégios que são fortes, mas, a nossa equipe terá um bom desempenho”, apostou. Kaio salientou, ainda, a importância do FLL para ele como futuro profissional. “A robótica é importante, pois, eu quero me formar em engenharia mecatrônica”, disse o participante.
Guilherme Milet, 14, que também é participante da equipe, destacou os benefícios trazidos pela tecnologia em prol da humanidade. “Com a tecnologia nós podemos mudar o mundo, ajudando pessoas, pois, já existem robôs que contribuem para a recuperação de deficientes físicos”.
A Escola Manoel de Queiróz, da rede pública de ensino, localizada na cidade de Paulista, também vem forte para a competição, mesmo tendo algumas dificuldades para desenvolver a preparação. “A gente só teve um mês de preparação e passamos por muitas dificuldades. A condição física também não é boa, porque, falta espaço e estamos trabalhando no chão. No entanto, nossa equipe, a Ejomaq, vem forte, pela força de vontade dos alunos”, disse a professora de física e responsável pelo grupo, Ivone Alves. A professora também comentou sobre a questão humana da competição: “O FLL envolve questões de vida e tecnologia, os frutos serão ações práticas que beneficiarão as pessoas”.
Um dos integrantes da Ejomaq, Mateus Guedes, de 13 anos, falou da diversão proporcionada pelos encontros da equipe. “De certa forma foi divertido, e nos trouxe coisas boas. Tecnologia está em tudo”, falou Guedes.
No geral, estão participando da etapa regional do FLL, só de Pernambuco, 22 escolas, entre públicas e privadas. Quem vencer irá para a competição nacional, que selecionará o representante do Brasil para o mundial, que acontece nos Estadis Unidos.
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