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O presidente Jair Bolsonaro se encontrou com a deputada alemã Beatrix von Storch, no Palácio do Planalto. Neta de um ministro de Adolf Hitler, ela integra o partido Alternativa para a Alemanha, sigla neonazista alemã de ultradireita.

Uma foto do encontro, que não estava previsto na agenda oficial, foi publicada pela parlamentar em seu perfil no Instagram nesta segunda-feira. "Um encontro impressionante no Brasil: gostaria de agradecer ao Presidente brasileiro a amistosa recepção e estou impressionada com sua clara compreensão dos problemas da Europa e dos desafios políticos de nosso tempo", escreveu Beatrix. 

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Ela é investigada pelo serviço de Inteligência alemão por propagar ideias neonazistas, xenofóbicas e extremistas. Na foto, além da parlamentar e de Bolsonaro, também está o marido de Beatrix, Sven von Storch.

Na semana passada, Beatrix já havia se reunido com os deputados federais Eduardo Bolsonaro (PSL-DF) e Bia Kicis (PSL-DF), presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Tanto o Museu do Holocausto quanto a Confederação Israelita do Brasil criticaram o encontro, sem citar os nomes dos envolvidos. Beatrix é neta de Lutz Graf Schwer, que foi ministro das Finanças de Hitler.

"Alternativa para a Alemanha é um partido político alemão de extrema-direita, fundado em 2013, com tendências racistas, sexistas, islamofóbicas, antissemitas, xenófobas e forte discurso anti-imigração", disse o Museu do Holocausto em nota no dia do encontro de Beatriz com Bia Kicis. "É evidente a preocupação e a inquietude que esta aproximação entre tal figura parlamentar brasileira e Beatrix von Storch representam para os esforços de construção de uma memória coletiva do Holocausto no Brasil e para nossa própria democracia."

"A Conib lamenta a recepção dada a representante do partido Alternativa para a Alemanha (AfD) em Brasília. Trata-se de partido extremista, xenófobo, cujos líderes minimizam as atrocidades nazistas e o Holocausto. O Brasil é um país diverso, pluralista, que tem tradição de acolhimento a imigrantes. A Conib defende e busca representar a tolerância, a diversidade e a pluralidade que definem a nossa comunidade, valores estranhos a esse partido xenófobo e extremista", afirma a Conib.

A ultradireita francesa de Marine Le Pen sofreu um revés neste domingo no primeiro turno das eleições regionais na França, em que a oposição de direita teve uma vitória cômoda, a menos de um ano das eleições presidenciais.

Em nível nacional, o partido de direita teria 29% dos votos, à frente da ultradireita (18,5%) e dos socialistas (18%), segundo várias pesquisas. O partido presidencial, A República em Marcha (LREM), sofreu uma dura derrota, e suas chances de conquistar uma região são quase nulas.

Com quatro anos de existência, o partido de Macron não conseguiu se impor em nível local, mas pode ser decisivo até o segundo turno para impedir a ascensão da ultradireita. "Claro que estamos decepcionados com esse resultado", disse o chefe do partido presidencial, Stanislas Guerini, à rádio RTL.

O LREM esperava obter 15% dos votos, mas convenceu apenas 10% dos eleitores. Ele foi eliminado do segundo turno em Occitane, Auvergne-Rhône-Alpes e, principalmente, em Hauts-de-France, onde o ministro Laurent Pietraszewski teria apenas entre 7,3% e 9,1%, apesar da presença de outros quatro membros do governo em sua lista.

Vitorioso se saiu o direitista Xavier Bertrand, que recebeu entre 39% e 46% dos votos, muito à frente da ultradireita, e cuja vitória será a plataforma de lançamento perfeita para a sua campanha à presidência.

Embora o Executivo tenha insistido em que não se submeteria aos resultados, a questão de uma reformulação ministerial volta à mesa, principalmente porque 15 ministros eram candidatos.

- Sobressalto -

Segundo estimativas, o partido de Marine Le Pen, finalista nas eleições presidenciais de 2017, obteve um resultado inferior ao previsto e ao das eleições regionais de 2015, em que venceu em seis regiões. "Faço um chamado por um sobressalto" no segundo turno, reagiu a presidente do Reagrupamento Nacional (RN), Marine Le Pen.

O RN foi para o segundo turno em um número importante de regiões, mas não parece ter condições de vencer em nenhuma no próximo domingo. O partido se vê prejudicado pelo sistema de votação, e enfrenta há décadas a hostilidade de outros partidos, que costumam criar uma frente unida contra ele sempre que há segundo turno.

Os ecologistas (EELV), que tiveram um bom desempenho nas eleições municipais de 2020, somariam apenas 12% dos votos em nível nacional, segundo diferentes pesquisas.

A votação foi marcada por uma abstenção recorde, de mais de 66%. "O nível de abstenção é particularmente preocupante", declarou o ministro do Interior, Gérald Darmanin.

“Podemos falar em um colapso da participação eleitoral”, resumiu o cientista político Bruno Cautrès, pesquisador do Cevipof, citando como motivos “um efeito Covid muito importante”, mas também a “ausência quase total de uma campanha sobre os temas de regionalização”.

"É um tapa na cara de toda a classe política", disse Philippe Moreau-Chevrolet, professor de Comunicação Política na escola Sciences Po.

Durante discurso proferido neste sábado (9), em frente à sede do Sindicato dos Metalúrgicos em São Bernardo do Campo (SP), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a dar indicativos de que pretende viajar pelo país para mobilizar a oposição. "Eu quero dizer a eles que estou de volta", bradou, referindo-se a Jair Bolsonaro, os ministros Sergio Moro e Paulo Guedes e ao procurador Deltan Dallagnol.

--> Lula: 'milicianos não podem acabar com esse país'

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"Se a gente tiver juízo e souber trabalhar direitinho, em 2022 a chamada esquerda que o Bolsonaro tem tanto medo vai derrotar a ultradireita que nós tanto queremos derrotar", disse Lula. "Esse país não merece o governo que tem", complementou ele.

O petista disse que está disposto a sair pelo país acompanhado de outros representantes da esquerda e lideranças sindicais. Entre outros, acompanhavam Lula no palanque o petista Fernando Haddad, os psolistas Marcelo Freixo e Guilherme Boulos e a vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos (PCdoB). Lula prometeu fazer um pronunciamento dentro de 20 dias, possivelmente para indicar os seus próximos passos.  

"Não tem ninguém que conserte esse país se vocês não quiserem consertar", acrescentou o ex-presidente, sugerindo a cobrança de maior mobilização. "Nós só iremos salvar esse país se tivermos coragem de fazer um pouco mais."

Os partidos de extrema direita que negociavam a formação de um poderoso bloco eurocético no Parlamento Europeu para minar o projeto de integração sofreram um golpe ontem, quando os nacionalistas da Polônia e o Partido do Brexit, do Reino Unido, disseram que não se juntarão ao grupo.

A ultranacionalista Liga, da Itália, foi uma das maiores vencedoras das eleições europeias da semana passada. Seu líder, o vice-premiê Matteo Salvini, tentou convencer os partidos nacionalistas europeus a deixar de lado as diferenças para formar um bloco coeso no novo Parlamento.

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A ideia era reunir o maior número possível de legendas na Aliança Europeia dos Povos e Nações. Dez partidos do grupo elegeram eurodeputados, dos quais os principais são Liga, da Itália, Reunião Nacional (RN), da francesa Marine Le Pen, e a Alternativa para a Alemanha (AfD).

Os eurocéticos de direita, ultradireitistas ou conservadores conseguiram eleger 173 eurodeputados - 23% do total. No Parlamento, essas forças estão divididas em três grupos, sendo dois ultradireitistas e um conservador críticos à UE.

A posição pró-Rússia de Salvini, da RN e da AfD levou Jaroslaw Kaczynski, líder do Partido Lei e Justiça (PiS), que governa a Polônia, a descartar a possibilidade de participar da coalizão. Além disso, o Partido do Brexit de Nigel Farage, que obteve 29 dos 72 assentos britânicos no Parlamento Europeu, também disse que não se juntará ao grupo - o Reino Unido deve deixar a UE em 31 de outubro, mas deputados tomarão posse em julho e permanecerão até o Brexit.

Expressando ceticismo, Kaczynski criticou o vice-premiê italiano. "Quando se trata de Salvini, temos um problema: ele quer criar um novo grupo com formações que não podemos aceitar. Temos propostas totalmente divergentes que não podemos aceitar."

O partido de Marine Le Pen, a AfD e a Liga têm boas relações com a Rússia, uma posição com a qual o PiS polonês não concorda, tanto por discordâncias em relação aos projetos russos para a Polônia quanto pela tradicional desconfiança polonesa com relação ao Kremlin.

O partido polonês defende valores católicos tradicionais e é contra aquilo que considera ser o expansionismo russo na Ucrânia e em outros lugares. A sigla conquistou 26 dos 51 assentos atribuídos à Polônia no Parlamento Europeu e deve se unir ao grupo dos Conservadores e Reformistas Europeus.

Disputas. Salvini apostava que a ambição comum dos partidos eurocéticos de moldar o futuro do bloco, devolvendo mais poderes aos Estados-membros e impondo novas restrições à imigração, superasse qualquer preocupação com a influência da Rússia. No geral, os partidos de extrema direita tiveram um desempenho menor do que o esperado nas eleições da União Europeia, particularmente na Alemanha e na Holanda.

Na semana passada, o primeiro-ministro nacionalista húngaro, Viktor Orbán, também distanciou seu partido, o Fidesz, do grupo eurocético de Salvini, enquanto tentava restaurar laços com os principais partidos de centro-direita da Europa.

O chefe de gabinete de Orbán, Gergely Gulyas, disse ontem que não vê "muita chance de cooperação em nível partidário ou em um grupo parlamentar conjunto" na UE.

Em um aparente gesto para apaziguar os principais aliados da UE, Orbán, que está suspenso do Partido do Povo Europeu (EPP), grupo de partidos de centro-direita, interrompeu inesperadamente reformas judiciais que, segundo os críticos, reduziam a independência do Judiciário na Hungria

O grupo da Europa das Nações e da Liberdade (ENL) no Parlamento tem 34 deputados, depois de várias saídas de partidos e até de cisões. Após as eleições, poderá crescer para 58 deputados, o que não chega perto das expectativas de Salvini, de um grupo com mais de 100 deputados de 10 países.

"Era uma cisão esperada, por que as direitas nacionalistas na Europa têm expectativas diferentes e desejos completamente diferentes", afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo o pesquisador britânico Jamie Bartlett, do Instituto Demos, especialista em populismo na Europa. "Essas discordâncias podem ser colocadas de lado em algum momento, mas algumas delas são difíceis de superar e exigirão negociações." (Rodrigo Turrer, com agências internacionais)

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em nenhum outro lugar da Espanha a súbita ascensão dos ultradireitistas do partido Vox é tão significativa quanto na Andaluzia, região que já foi reduto do socialismo espanhol. Em 2015, o partido radical tinha 3 mil filiados no país todo. Hoje, são 50 mil - 2 mil apenas em Sevilha, maior cidade andaluz.

Durante as celebrações da Semana Santa, data religiosa mais importante da Espanha, as pautas pelas ruas da cidade de Jaén, na Andaluzia, eram duas: as eleições gerais, que ocorrem neste domingo (28) e a ascensão do Vox. "Os políticos só roubaram por aqui. Acho que agora é a hora de uma mudança drástica. Precisamos de um governo firme, que faça com que o país cresça", diz a aposentada Marisol Soledad Olmo Villar, de 88 anos. "Chega. Estamos no limite. Queremos uma Espanha livre da ameaça do socialismo."

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A poucos metros dali, jovens com idade entre 18 e 25 anos se reúnem próximo à catedral de Jaén. O intuito é promover um debate sobre política. "Meu voto é do Vox, claro. As pessoas pensam que os eleitores do partido são todos velhos e conservadores. Preciso de emprego e quero um país melhor para meus filhos. Aqui tem muito imigrante. Não acho certo", afirma o estudante Juan Ortega, de 23 anos.

Em dezembro, pela primeira vez em 36 anos, uma força de ultradireita obteve representação parlamentar na Espanha. O Vox conquistou ao todo 12 cadeiras no Congresso regional de Andaluzia. Até então, o país, que passou por três décadas da ditadura de Francisco Franco, vinha resistindo à onda populista de direita que chegou à Europa.

Com a vitória regional, o Vox, liderado por Santiago Abascal, deu um passo gigante para eleger representantes nacionais e ser peça fundamental no próximo governo. "É impossível que o Vox tenha votos suficientes para formar o governo e indicar o primeiro-ministro da Espanha. A intenção do partido não é essa. O objetivo é crescer e conquistar visibilidade nacional. Seria o primeiro partido de extrema direita a entrar no Legislativo desde 1982, quando Blas Piñar, do Fuerza Nueva, que reivindicava a herança do franquismo, deixou o cargo de deputado", afirma o professor do Departamento de Ciência Política da Universidade Nacional de Madri, Jaime Pastor Verdú.

Em fevereiro, o premiê espanhol, o socialista Pedro Sánchez, convocou eleições antecipadas após sua proposta de orçamento ser derrotada no Parlamento por uma aliança de partidos de direita - PP (Partido Popular) e Ciudadanos - mais os independentistas catalães.

A eleição é a quarta em oito anos e deve favorecer a formação de uma maioria parlamentar conservadora, que inclui o Vox. As últimas pesquisas previam 8% de intenções de voto para a legenda. Isso seria o suficiente para o partido garantir entre 25 e 30 assentos no Parlamento.

Nas ruas de Madri, dezenas de jovens adeptos do Vox distribuem panfletos e oferecem informações sobre o partido. A estratégia é persuadir a classe trabalhadora, que ainda está indecisa. A panfletagem quebra o paradigma de que apenas a elite conservadora e mais velha da Espanha é adepta das ideias do Vox, como bem lembra o professor Verdú. "Há de tudo. É impossível estereotipar. Claro que o público mais velho ainda é majoritário. Os jovens, porém, também gostam das ideias do Vox porque se sentem representados. Há um descontentamento geral da juventude com o PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol) e o PP, que dominaram politicamente a Espanha nos últimos anos", diz.

Fundado em 2013 por ex-militantes do PP, o Vox defende uma política de imigração mais severa e faz críticas à União Europeia. O Vox ainda rejeita leis que protejam as mulheres contra a violência doméstica, também é contra o aborto e o casamento gay. A principal bandeira da legenda é seu posicionamento contra o separatismo catalão. Javier Ortega, secretário-geral do Vox, quer que os partidos secessionistas sejam banidos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD) conseguiu entrar no Parlamento alemão em 2017. Este ano, passou a ter representantes nos 16 Estados do país. A sigla conquista cada vez mais apoio em pesquisas de intenção de voto, mas enfrenta dificuldades financeiras e problemas na Justiça. A legenda diz sofrer um controle discriminatório.

Embora tenha crescido na eleição passada, o AfD ainda é considerado pequeno, com cerca de 30 mil filiados, o que resulta em menos verba partidária. Segundo as regras eleitorais alemãs, o governo contribui com 50% do valor arrecadado por sigla. Cada partido recebe recursos de doações e mensalidades pagas pelos filiados.

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Em comparação, a União Democrata-Cristã (CDU), partido da chanceler Angela Merkel - liderado desde sexta-feira por Annegret Kramp-Karrenbauer -, e o Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD) têm mais de 400 mil filiados cada.

O AfD é alvo de questionamentos sobre a última campanha. No último mês, procuradores alemães iniciaram uma investigação formal sobre uma das líderes do partido no Parlamento e outros três membros para apurar suposta doação ilegal na campanha de 2017, que transformou a legenda na terceiro mais forte do país. A deputada Alice Weidel recebeu um total de ¤ 130 mil (R$ 564 mil) não declarados de uma empresa farmacêutica suíça.

A lei restringe doações de países que não fazem parte da União Europeia. Partidos que quebram essa regra devem pagar multa equivalente a três vezes o valor recebido. Weidel nega irregularidades e alega que só teve conhecimento da doação em setembro, mês da eleição, e optou pela devolução do dinheiro. Segundo veículos locais, a quantia só foi transferida mais de seis meses depois, em abril, e em valor menor. Parte da quantia teria sido usada para publicidade em redes sociais e pagamento de taxas.

O cientista político Timo Lange, membro da ONG LobbyControl, afirma que diversas associações contribuíram para a campanha do AfD de maneira pouco transparente, por meio de serviços como a produção de revistas, vídeos e banners.

Nesses casos, os financiadores dos projetos permaneceram anônimos e o AfD não assumiu responsabilidade pelo material de apoio. Segundo o especialista, a sigla teria recebido cerca de ¤ 10 milhões (R$ 43 milhões) com esse tipo de publicidade "espontânea".

Em novembro, uma investigação conjunta de uma publicação alemã e uma suíça revelou que o empresário August von Finck teria participação no financiamento do jornal Deutschland Kurier, veículo associado à promoção do AfD. O empresário teria financiado comícios do AfD desde 2013 por meio de uma agência de relações públicas, mas seu nome permaneceu oculto. Finck tem nacionalidade alemã e mora na Suíça.

Representante do AfD no Parlamento alemão, o deputado Christian Blex afirma que o partido é vítima de mentiras reproduzidas pela mídia e a legenda tem dificuldade até mesmo de expor suas posições em estabelecimentos privados, que não querem ter sua imagem associada ao partido. Por isso, justifica que o principal meio de comunicação usado são as redes sociais.

Sobre as acusações de que há neonazistas no partido, alega que a legenda proíbe a entrada de nazistas, mas "você não pode prevenir tudo". "Não quero nenhum racista no meu partido. Nossos líderes também não querem. Ninguém quer nazista no nosso partido", afirmou ao Estadão / Broadcast.

Em setembro, ressurgiu uma discussão para que a agência federal de inteligência ampliasse para todo o partido a "observação" de alguns integrantes por discursos de ódio e proximidade com grupos extremistas. A ação não teve continuidade por falta de evidências. Em novembro, o escritório da agência de segurança anunciou que começou a acompanhar a juventude do AfD no Estado de Baden-Württemberg por possíveis práticas inconstitucionais.

Christian afirma que não existe nada parecido com essa instituição em outros países democráticos. "Eles não estão perseguindo crimes, mas sim opiniões. Isso é típico de um regime autoritário."

Renovação

Diante do crescimento do AfD e da perda de apoio em diversos Estados, o líder da União Social-Cristã (CSU) e atual ministro de Interior, Horst Seehofer, anunciou que renunciará à chefia do partido após dez anos no cargo. A decisão ocorreu após fracasso nas eleições regionais no Estado da Baviera, em outubro.

A posição é semelhante à da chanceler Angela Merkel, que decidiu deixar o comando do maior partido do país, a CDU. Os membros da CSU escolherão o sucessor de Seehofer no início do ano. A CDU, por sua vez, escolheu Annegret como nova líder. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Ao menos 20 pessoas ficaram feridas em confrontos durante uma manifestação neonazista em Chemnitz, no estado da Saxônia, leste da Alemanha, na noite da última segunda-feira (27).

O ato teve o apoio do partido de ultradireita Alternativa para a Alemanha (AFD), maior força de oposição no Parlamento, e foi motivado pela morte de um alemão de 35 anos durante uma briga com um sírio e um iraquiano.

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Entre os 20 feridos estão nove militantes neonazistas, nove contramanifestantes de esquerda e dois policiais. Segundo as autoridades locais, o ato reuniu 6 mil partidários da extrema direita e mil esquerdistas.

A polícia esperava um protesto com apenas 1,5 mil pessoas, mas sua difusão nas redes sociais quadriplicou o número de manifestantes. "Aquilo que vimos não tem lugar em um Estado de direito", afirmou a chanceler Angela Merkel, ao comentar os tumultos no protesto neonazista.

Em seu perfil no Twitter, um deputado do AFD, Markus Frohnmaier, expressou o apoio do partido à manifestação. "Se o Estado não pode proteger seus cidadãos, os cidadãos saem às ruas para se proteger. Muito fácil", disse.

Por sua vez, o porta-voz do governo, Steffen Seibert, afirmou que na Alemanha não há espaço para a "justiça com as próprias mãos" e para "grupos que vão às ruas espalhar ódio, intolerância e extremismo".

A política de portas abertas para refugiados custou popularidade a Merkel e sedimentou o avanço da extrema direita, que alcançou um resultado histórico nas eleições federais de 2017, com 12,6% dos votos.

Segundo as Nações Unidas, a Alemanha abriga cerca de 1,4 milhão de refugiados e solicitantes de refúgio, maior número absoluto na União Europeia e o quinto maior em termos proporcionais.

Da Ansa

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, distanciou-se nesta terça-feira do movimento denominado 'alt-right', de ultradireita, que o apoiou durante a campanha, segundo declarações feitas a um grupo de jornalistas do The New York Times.

"Eu o desautorizo e condeno", disse Trump sobre o movimento, em meio a um escândalo provocado por um vídeo de uma reunião recente deste movimento, no qual os participantes comemoram o resultado da eleição presidencial com saudações nazistas, com o braço direito esticado.

"Heil, Trump!", gritam os seguidores do movimento, em uma cena que chocou o país e motivou fortes pressões para que o presidente eleito condene este apoio.

"Não é um grupo que quero incentivar. E se eles têm força, quero analisar isto e descobrir porque", comentou.

No entanto, Trump defendeu a nomeação do polêmico editor Steve Bannon como seu assessor para assuntos estratégicos, já que é visto precisamente como o porta-voz mais famoso do movimento de ultradireita americana denominado 'alt-right'.

"Se eu pensasse que ele é um racista ou um 'alt-right' ou o termo que quisermos utilizar, eu não teria pensado em contratá-lo", comentou.

À frente do site Breitbart, alinhado com a ultradireita americana, Bannon se tornou uma personalidade famosa para o movimento 'alt-right', como ele mesmo admitiu em julho deste ano.

Segundo jornalistas do NYT, na conversa desta terça, Trump disse que "Breitbart é apenas uma publicação" e acrescentou que Bannon estava passando "por um momento difícil" devido à polêmica provocada por sua nomeação.

Depois de idas e vindas, Trump recebeu nesta terça-feira em seu escritório um grupo de jornalistas e editorialistas do NYT, um jornal com o qual mantém uma relação tensa que se tornou uma guerra aberta desde a campanha eleitoral.

Cerca de quinze membros de um pequeno grupo da ultradireita alemã escalaram, neste sábado, o Portão de Brandemburgo, monumento emblemático de Berlim, para protestar contra a política de acolhida de migrantes do governo alemão, informou a polícia local.

Durante a manhã, militantes do grupo "Movimento Identitário" conseguiram escalar o monumento, situado em pleno coração da capital alemã, e colocaram dois cartazes sob a quadriga que coroa o portão, um dos quais dizia: "Fronteiras seguras, futuro seguro". Em seguida, dezenas de policiais rodearam o monumento e convenceram os manifestantes a descer.

Todos foram identificados e liberados, mas serão investigados por "infração da legislação sobre o direito de reunião e intrusão ilegal" em um edifício público, informou à AFP uma porta-voz da polícia local. A ação durou em torno de uma hora.

Em sua página do Facebook, o grupo informou que teria escolhido intencionalmente o sábado para organizar a ação porque se celebrava uma jornada anual de portas abertas, este ano dedicada às questões da integração de migrantes. Mais de 1 milhão de migrantes, principalmente refugiados da guerra na Síria, chegaram à Alemanha em 2015, causando temor entre a população sobre a capacidade do país de integrá-los.

O ritmo de chegada tem diminuído manifestadamente neste ano, embora continue sendo ligeiramente alto (pouco mais de 200.000 no primeiro semestre). Embora tenha endurecido suas políticas em matéria de acolhida desde o começo do ano, a chanceler Angela Merkel rejeita fechar as fronteiras aos migrantes, e assegura que o país, como primeira potência econômica europeia, tem capacidade de integrá-los.

Um total de 211 militantes de extrema-direita que incendiaram veículos e quebraram vitrines em Leipzig, leste da Alemanha, foram detidos na noite de segunda-feira (11), informou nesta terça-feira (12) a polícia local. Cinco membros das forças de segurança ficaram levemente feridos durante os incidentes, acrescentou a fonte.

Os incidentes foram registrados no bairro de Connewitz, um reduto da esquerda, enquanto em outra zona da cidade milhares de partidários do movimento Pegida (Patriotas Europeus contra a Islamização do Ocidente) protestavam em calma.

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Os vândalos quebraram vidraças com pedras, lançaram bombas, queimaram veículos e lixeiras. Em reação, militantes de esquerda queimaram um dos ônibus nos quais haviam chegado ao bairro, indicou a polícia, que contabilizou 57 infrações à lei.

Por sua vez, foi divulgado nesta terça-feira que sete policiais ficaram feridos no domingo passado em confrontos entre militantes de extrema-direita e policiais em Potsdam, na região de Brandeburgo, leste do país.

Em 2015, em relação à chegada maciça de solicitantes de asilo, a Alemanha registrou um número recorde de crimes atribuídos a militantes de extrema-direita.

Desde o início de 2016, após a divulgação dos incidentes da noite de Ano Novo na cidade de Colonia, onde centenas de mulheres foram agredidas por homens de origem estrangeira, se multiplicaram as manifestações contra os migrantes e as agressões contra estrangeiros.

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