Tópicos | Xenofobia

Três mesquitas da Califórnia receberam, nos últimos dias, cartas com ameaças ao Islã, garantindo que o presidente eleito Donald Trump "vai limpar" os Estados Unidos - de acordo com denúncia feita neste domingo (27) pela principal associação de muçulmanos no país, o Cair.

Dirigidas aos "filhos do Satanás", as cartas lançam insultos contra o Islã e afirmam que Trump "vai limpar os Estados Unidos e lhe devolver seu esplendor", denunciaram os responsáveis pelo Council on American-Islamic Relations (Cair), na Califórnia, que exigiu mais proteção policial nos arredores das mesquitas.

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A primeira carta foi recebida na quinta-feira passada (24) na mesquita de Evergreen, de San José, no norte da Califórnia. As outras duas foram deixadas hoje nos templos de Long Beach e Claremont, perto de Los Angeles.

A Polícia "deve investigar esta campanha islamofóbica contra os lugares de oração na Califórnia, pois se trata de um ato de intimidação religiosa", afirmou Hussam Ayloush, do Cair (Conselho de Relações Islâmico-Americanas), em Los Angeles.

"Os dirigentes do nosso estado devem rejeitar a crescente intolerância contra os muçulmanos", acrescentou Ayloush, em um comunicado.

Em 2015, a Polícia registrou um aumento de 67% dos atos contra os muçulmanos americanos. Eles representam 1% da população.

O Cair disse ter constatado um "aumento dos atos contra muçulmanos americanos desde a eleição presidencial", em 8 de novembro passado.

Outras associações que lutam contra o racismo e o Partido Democrata também denunciaram uma escalada da violência contra as minorias após a vitória do republicano Donald Trump. Sua campanha foi marcada por um discurso especialmente refratário a muçulmanos e a imigrantes.

A banalização da xenofobia nas regiões da ex-RDA na Alemanha, onde as agressões raciais aumentaram consideravelmente no ano passado, depois da chegada de uma onda de refugiados, é uma ameaça à paz social, denunciou o governo de Berlim.

"O extremismo de direita em todas as suas forças supõe uma ameaça muito grave para a paz social e o desenvolvimento econômico", destacou a encarregada dos estados regionais do leste da Alemanha, Iris Gleicke, ao apresentar um relatório a respeito em coletiva de imprensa em Berlim.

O texto sobre o Estado da União, que é publicado todos os anos por volta de 3 de outubro, data da Reunificação e festa nacional, destaca principalmente que há uma banalização das ideias de extrema-direita.

"Isso é mais que um simples sinal de alarme, quando as agressões e a violência apoiadas por meio social ou são aceitas em silêncio", denunciou a delegada do governo. A Alemanha abriu suas portas no ano passado para quase um milhão de refugiados da guerra na Síria, Iraque e Afeganistão.

A chegada dos migrantes sacudiu profundamente o país e dividiu a população, entre os que defendem a acolhida e quem percebe isso como uma ameaça. A Alemanha assiste pela primeira vez desde a queda do III Reich a uma ascensão da extrema-direita populista, encarnada pela formação Alternativa para Alemanha (AfD, lançada em 2013), que conseguiu grandes avanços eleitorais no leste.

Autoridades da Alemanha baniram nesta quarta-feira o grupo de extrema-direita Weisse Wölfe Terrorcrew (WWT) e conduziu incursões em dez estados, em um movimento do governo contra ataques xenófobos.

O Ministério do Interior disse que procurou e apreendeu provas contra os 16 principais membros do grupo.

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"Direitistas grupos extremistas como o WWT não têm lugar na Alemanha", disse o ministro do Interior Thomas de Maizière.

"O WWT está agindo de forma aberta e agressiva contra nosso estado e nossa sociedade, contra os imigrantes e qualquer um que não seguem sua linha. Ele se espalha uma ideologia xenófoba e desumana, carrega agitação extremista de extrema direita para as ruas e não se coíbe de atos de violência", disse o ministro.

A chegada de aproximadamente 1 milhão de migrantes na Alemanha no ano passado correspondeu com uma onda de ataques contra os refugiados, de acordo com a Agência de Polícia Federal da Alemanha. O governo registrou mais de 1 mil crimes contra abrigos de refugiados no ano passado, um aumento acentuado em relação às 199 ocorrências desse tipo em 2014.

O Ministério do Interior disse que o WWT procura criar uma ditadura baseada no modelo do nacional-socialismo, e os seus membros estão dispostos a exercer a violência contra os opositores políticos.

Os membros do grupo, que opera em 10 estados, incluindo Baviera, Berlim, Hamburgo e da Baixa-Saxónia, são neonazistas e ex-membros da cena skinhead, de acordo com Ministério do Interior. Fonte: Dow Jones Newswires.

Um grupo de pessoas atacou uma sala de orações muçulmana na Córsega, um dia após uma emboscada deixar dois bombeiros feridos em um conjunto habitacional, disse neste sábado (26) uma autoridade estadual da ilha da França. A autoridade, Christophe Mirmand, disse que reforços policiais foram enviados à capital da ilha, Ajaccio, e que salas de oração e mesquitas estavam sendo vigiadas.

Duas investigações separadas foram abertas, uma do ataque contra os bombeiros, na quinta-feira, e outra sobre os estragos na sala de orações, na sexta-feira, disse Mirmand à emissora de televisão iTele.

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Não estava claro quem havia armado a emboscada contra os bombeiros. Na sexta-feira, cerca de 600 pessoas participaram de um ato em apoio aos bombeiros. Dezenas de pessoas nesse grupo, porém, seguiram para a sala de orações, lançaram objetos e tentaram queimar exemplares do livro sagrado muçulmano, o Alcorão, e outros livros de oração, além de causar estragos em uma loja de kebab. "Todos esses fatos estão interligados", disse Mirmand.

Um vídeo mostrou um grupo gritando "esta é nossa casa", antes de que a sala de orações fosse atacada.

O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, pediu nesta sexta-feira respeito à lei francesa, após "a intolerável agressão em relação aos bombeiros e uma profanação inaceitável de um local de oração muçulmano". O ministro do Interior da França, Bernad Cazeneuve, condenou os responsáveis contra os bombeiros e também contra o local de orações, que segundo ele tinha "o cheiro do racismo e da xenofobia" e seria punido. Fonte: Associated Press.

A violência contra refugiados sírios teve um pico na Alemanha durante este final de semana com a polícia reportando este domingo diferentes ataques em que seis refugiados ficaram feridos, tendo que ser enviados a hospitais.

Em dois dos ataques, nas cidades de Wismar e Magdeburg, 30 pessoas espancaram dois sírios de 26 anos e um homem de 35 anos. A polícia prendeu um suspeito, um homem de 24 anos.

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Em um terceiro ataque, um sírio de 26 anos foi atingido por pedaços de vidro quando explosivos foram atirados contra a janela de seu quarto em um abrigo na cidade de Freital, no estado da Saxônia. O ministro do Interior da Saxônia, Markus Ulbig, condenou duramente o que chamou de ataque "covarde e a sangue frio".

No município de Sehnde, próximo de Hannover, um homem de 43 anos foi preso por suspeita de ter provocado um incêndio criminoso contra a casa de uma família que vinha de Montenegro. Ninguém foi ferido.

Diversos ataques incendiários foram reportados em várias partes da Alemanha e os alvos foram espaços designados para ser abrigos para refugiados. Um dos locais afetados foi um hotel vazio na cidade de Dresden e um antigo clube em Castrop-Rauxel.

Ataques contra refugiados e abrigos aumentaram fortemente na Alemanha nos últimos meses na medida em que famílias migram para a Europa tentando fugir da guerra e da pobreza. O ministro de Interior da Alemanha disse na semana passada que já haviam ocorrido 576 crimes contra abrigos de refugiados ao longo deste ano até o momento. O montante é comparável com um total de 198 ataques em todo o ano passado. Fonte: Associated Press.

Vários ataques contra locais de culto muçulmano foram registrados em diferentes cidades da França desde a noite de quarta-feira, após o atentado cometido contra a revista Charlie Hebdo em Paris, informaram fontes judiciais.

Em Le Mans (centro), ao menos um tiro foi disparado e três granadas de exercício foram lançadas às 23h30 GMT (21h30 de Brasília) de quarta-feira contra uma mesquita no leste da cidade.

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Em Port-la-Nouvelle (sul) foram feitos dois disparos contra uma sala de orações muçulmana durante a noite, uma hora após o fim da oração, indicou à AFP o Ministério Público da cidade de Narbona.

"Evidentemente trata-se de alguém que considerou conveniente se vingar de algo ou alguém", declarou o procurador David Charmatz, interrogado sobre um possível vínculo com o atentado à revista Charlie Hebdo, que deixou 12 mortos.

Por outro lado, uma explosão de origem criminosa foi registrada nesta quinta-feira em Villefranche-sur-Saône (leste) por volta das 07h00 GMT (05h00 de Brasília) em frente a um restaurante de kebabs próximo a uma mesquita.

"A princípio está vinculado com a situação dramática" vivida no país após o atentado contra a Charlie Hebdo, considerou o prefeito da cidade, Bernard Perrut, que pediu a todos "coesão, unidade e respeito".

O primeiro-ministro e o presidente da Bulgária fizeram nesta terça-feira um chamado contra a xenofobia, depois de uma série de incidentes em um país que acolhe uma grande número de refugiados sírios.

"Nos últimos dias, assistimos incidentes alarmantes, ataques criminosos, incitação ao ódio e pedidos de expulsão de refugiados", afirmaram o chefe de governo Plamen Oresharski e o presidente Rosen Plevneliev.

"Estes atos são extremamente perigosos e inaceitáveis, e devem ser denunciados de forma categórica", afirmaram os dois, advertindo que esses incidentes danificam a imagem europeia do país, membro da União Europeia.

"As ajudas aos refugiados não afetarão as ajudas sociais para os cidadãos búlgaros, nem seus empregos, ou pensões", acrescentaram em uma declaração comum.

Em um dos últimos incidentes, um muçulmano búlgaro, que alguns skinheads tomaram por um imigrante, foi agredido em Sofia e agora está em coma.

Na semana passada, foi fundado um novo partido nacionalista, cujo programa proclama como objetivo "limpar o país do lixo dos imigrantes".

A vice-cônsul do Brasil na Bolívia, Saíde Sabóia, disse que não poderia fazer nada para combater a xenofobia que estudantes brasileiros dizem estar sofrendo no país. "Todo dia recebemos essas denúncias e não temos como combater, pois a segurança na Bolívia é muito precária", informou a vice-cônsul, para desespero principalmente de um grupo cearense de estudantes de Medicina que se diz vítima de xenofobia e extorsão por parte de autoridades bolivianas. Segundo ela, a Polícia boliviana não facilita a apuração da denúncia.

Saíde informa que 15 mil brasileiros cursam Medicina somente em Santa Cruz de la Sierra. É a primeira explicação que o consulado dá para a aversão dos bolivianos aos brasileiros. "Somente em Santa Cruz cerca de 80% dos estrangeiros são brasileiros", destaca ela, que questionando a qualidade das faculdades de Medicina da Bolívia.

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"Existem algumas faculdades sérias, mas a maioria não passa de fábricas de diplomas. Você paga e passa. Muitos estudantes mentem ao dizer que estudam, eles querem apenas o diploma, fazendo um verdadeiro tráfico de educação."

Ivan de Oliveira Rolim, pai do cearense Renato Rolim, que estuda Medicina em Santa Cruz, diz que a maior preocupação é com a segurança do filho. "Estive lá no ano passado e vi que a quantidade de brasileiros incomoda os bolivianos." As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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