Tópicos | Abelardo da Hora

No próximo domingo (1), o projeto Olha!Recife promove um passeio histórico e cultural por três ordens religiosas que influenciaram a capital pernambucana. O passeio terá início às 14h, na Praça do Arsenal da Marinha, área central da cidade.

Ao todo, são 70 vagas. Os interessados devem realizar inscrição até esta sexta-feira (29) no site do evento. O projeto abordará a influência dos Franciscanos, Jesuítas e Oratorianos no Recife e passará por espaços como a Igreja Madre de Deus e Paço Alfândega.

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Já na quarta-feira (4), o Olha!Recife presta uma homenagem ao artista pernambucano Abelardo da Hora, que ficou conhecido por retratar com precisão o cotidiano da população menos favorecida e mostrar a cultura popular da região. Na ocasião, os participantes vão conhecer algumas esculturas do artista. O passeio também começa às 14h, na Basílica do Carmo.

Serviço

Olha!Recife a pé

Domingo (1º)| 14 h

Praça do Arsenal da Marinha

Quarta-feira (4) | 14h

Basílica do Carmo (Avenida Dantas Barreto s/n, Santo Antônio)

Gratuito

O filho do artista plástico Abelardo da Hora, Abelardo da Hora Filho, faleceu na última segunda (23), em São Paulo, em decorrência de um Acidente Vascular Cerebral (AVC). O corpo dele deve chegar ao Recife nesta quarta (25). O segundo filho mais novo do artista plástico morre pouco mais de um ano após o falecimento de seu próprio pai. 

Abelardo da Hora Filho passou uma semana internado no Hospital das Clínicas na capital paulista por conta do AVC mas já havia deixado a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), no fim de semana, e se recuperava bem no quarto. Porém, na segunda (23), complicações o levaram ao óbito. Ele tinha 56 anos e se dedicava a cuidar da preservação da obra e história de seu pai no Instituto Abelardo da Hora.

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--> As várias facetas de um multiartista - especial sobre a obra de Abelardo da Hora

Um dos nomes mais importantes da história da arte em Pernambuco, Abelardo da Hora deixou um vasto legado, fruto de sua mente inquieta e voltada a discutir as fragilidades e dilemas da sociedade. O Classificação Livre desta semana apresenta uma exposição que reúne obras marcantes de Abelardo e revelam seus principais interesses artísticos e pessoais.

Também nesta edição, a arte da inclusão entre em cena. Comandado pela ONG Integrate, o Show Especial do Recife chegou à sua nona edição, mantendo a proposta de incentivar o ingresso e reconhecimento de pessoas com deficiência, no cenário artístico. O evento começou no último final de semana (dias 12 e 13) e  prosseguirá com atividades neste sábado (19) e domingo (20), sempre a partir das 16h na Caixa Cultural. O Classificação Livre mostra todos os detalhes do projeto.

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Abra as portas e deixe a arte passar, dando play no vídeo logo a seguir. O Classificação Livre é apresentado pela jornalista Areli Quirino e vai ao ar todas as quartas pelo Portal LeiaJá.

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O escultor, desenhista, gravador e ceramista Abelardo da Hora, ganha uma exposição na Caixa Cultural para lembrar um ano de sua morte (em setembro) além do seu aniversário de 91 anos, caso estivesse vivo. Abelardo da Hora 90 anos: Vida e Arte traz 110 obras que realçam a faceta inquieta do artista. A mostra abre nesta quarta (12) e marca, também, o início das comemorações dos 35 anos da Caixa Cultural. 

Especial: Abelardo da Hora, as facetas de um Multiartista 

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Estarão expostas esculturas, desenhos, pinturas e maquetes que mostram todas as vertentes do artista como desenhista, pintor e gravador. Destacam-se os bronzes Menino de mocambo (1969) e A fome e o brado (1947), a série de 22 desenhos de bico de pena de 1962 e o poema Meninos do Recife. Também estará na mostra maquete e fotos da Torre de iluminação cinética, instalada em 1961 na praça da Torre, no Recife e destruída pelo regime militar em 1964. 

Abelardo da Hora é considerado um dos maiores escultores expressionistas do Brasil. Ele foi reconhecido internacionalmente a partir dos anos 1960 com as obras de temática social que denunciavam a miséria brasileira e a exclusão social. Seu trabalho traz traços fortes e delicados, ao mesmo tempo, versando tanto sobre denúncia quanto sobre a alegria de brincar e pensar positivamente. 

Confira este e muito mais eventos na Agenda LeiaJá.

Serviço

Abertura da exposição Abelardo da Hora 90 anos: Vida e Arte

Quarta (12) | 19h30

Caixa Cultural (Av. Alfredo Lisboa, 505 - Praça do Marco Zero)

Gratuito

 

Visitação

De 13 a 27 de setembro

Terça a sábado | 10h às 20h

Domingo | 10h às 17h

Gratuito

O ano de 2014 leva mais um grande nome da cultura brasileira. Desta vez, nos deixa o escultor, desenhista, ceramista, gravador e poeta, Abelardo da Hora. Mais um pernambucano que ganhou o mundo com sua arte e fez exposições em vários países da Europa, na Mongólia, na Argentina, em Israel, na antiga União Soviética, na China e nos Estados Unidos.

Apesar de ter sido, no começo da carreira, influenciado por Cândido Portinari, ele afastou-se de qualquer referência ou influência anterior e começou a construir um estilo próprio e que logo caiu no gosto do povo. As obras de Abelardo tornaram-se inconfundíveis. Ele era um apaixonado pela figura feminina e pelo povo.

Abelardo despertou para arte por coincidência, quando entrou, por acaso, na Escola Técnica da Encruzilhada e concluiu o curso de Artes Decorativas. No entanto, não acredito em coincidência. Abelardo se tornou o que era em sua essência: um dos pilares da arte moderna em Pernambuco.

As esculturas de Abelardo estão espalhadas pelo Recife, no entanto, é na sua casa que está a maior parte das suas obras. O artista trabalhava e vivia no mundo que ele mesmo criava. Quem olhava aquele pequeno homem, enxergava um jeito doce, a tranquilidade e a simplicidade de quem tinha prazer em viver e trabalhar.

Da Hora era um exemplo de vitalidade. Com mais de 1.800 obras e aos 90 anos, ele se preparava para novos trabalhos. Abelardo foi comunista, fundou a Sociedade de Arte Moderna do Recife, contou que foi preso mais de 70 vezes, inclusive durante o golpe militar, foi secretário de educação e tantas outras coisas. Mas, o mais importante, Abelardo da Hora foi e é história.

E, se a arte de Abelardo da Hora é, desde o começo, feita de amor e solidariedade, ele dedicava o seu amor às mulheres através das esculturas e a solidariedade vinha da inspiração que o povo e a vida popular lhe davam. Uma das séries mais famosas do escultor, “Meninos do Recife”, foi inspirada no sofrimento e na miséria do povo, e eternizada em esculturas expressionistas.

O último traço da genialidade de Abelardo da Hora foi sobre o futebol. A peça ‘O Artilheiro’ está imortalizada na entrada da Arena Pernambuco, em São Lourenço da Mata, sua cidade natal. Com um título sugestivo, a estátua simboliza o artista que sempre fez “gols” em todos os seus trabalhos. Em um ano tão marcante, perdemos mais um grande artista e inspirador.

O cantor Nonô Germano vai deixar registrado, em música, uma homenagem a seu tio, Abelardo da Hora, falecido nessa terça (23), no Recife. Bloco pra Abelardo é um frevo-canção - com letra de Marcelo Varella e musica de Bráulio de Castro -  e vai estar no novo disco de Nonô, com previsão de lançamento para novembro. A dupla de compositores enviou o frevo para Nonô Germano há cerca de um mês, durante as comemorações dos 90 anos do artista plástico, completados em julho deste ano.

O disco também vai ser ilustrado por uma gravura de Abelardo na capa. Na letra do frevo, referências às mãos do artista que foi pintor, escultor e ceramista - “Mãos que dão forma à poesia/ Mãos que traduzem o amor/ Mãos que fazem a fantasia/ Mãos que o Recife sonhou/ Luz que ilumina a esperança/ Vida de tantas andanças/ Cores que brilham no espaço/ Traços de tantas crianças”.

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Abelardo da Hora, mestre de dezenas de artistas e inspiração para vários outros, foi enterrado no cemitério de Santo Amaro no início da tarde desta quarta-feira (24).  O velório do artista estava acontecendo desde o fim da tarde da última terça-feira (23) no Salão Nobre da Assembléia Legislativa do Estado de Pernambuco (ALEPE), dia da morte de Abelardo.

As 11h foi realizada uma missa na ALEPE e às 11h40 o caixão do artista plástico chegou ao Cemitério de Santo Amaro em um carro dos bombeiros. 

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>> Morre Abelardo da Hora

O momento reuniu famílias, amigos e admiradores e foi repleto de emoção. "Abelardo foi uma árvore que deixou frutos e esses frutos estão em toda a cidade, são suas obras e as pessoas que ele influenciou" falou o jornalista e poeta Marcelo Mário Melo na chega do caixão ao jazigo. "Abelardo conseguiu unir o compromisso político com a estética. Ele é um artista universal e estará sempre na memória do povo" concluiu. Depois da fala do poeta, foi feita uma oração, iniciada por uma das filhas de Abelardo, Sara. 

 >> Velório de Abelardo é cheio de homenagens e emoção 

No fim da cerimônia, Abelardo Filho falou com a imprensa sobre o pai. "A morte dele deixou Recife mais feia. Ele lutou pela cultura do Brasil e é um dos maiores expoentes dela."

Sobre o futuro das obras do pai, ele conta que Abelardo deixou pronto o projeto para a nova Torre Cinética do Recife (cujo projeto original foi erguido pelo artista em 1961 e foi derrubada pela ditadura) e o busto de Gregório Bezerra, que será implantado na Praça de Casa Forte. 

Sobre o Instituto Abelardo da Hora, Abelardo Filho afirma que todo o esforço da família será em construí-lo.

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O velório de Abelardo da Hora, artista morto na manhã desta terça-feira (23), está sendo velado no Salão Nobre da Assembleia Legislativa de Pernambuco (ALEPE) desde às 17h40. No espaço, familiares, parentes e amigos conversavam e relembravam o artista. Uma das primeiras a chegar ao local foi a secretária de Cultura do Recife, Leda Alves.

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Conversando com a imprensa antes de entrar no Salão Nobre, Leda falou sobre a importância do trabalho e da figura do artista: "É uma grande perda. Abelardo era uma pessoa que em toda sua obra denunciou a opressão, retratando os mais fracos. Ele não era simplesmente um criador, mas um homem comprometido com o povo. O tamanho da obra dele é universal." 

Abelardo Filho contou sobre a luta do pai em seus últimos dias de vida. O artista plástico lutava há 34 dias pela vida. De início hospitalizado por causa de uma virose, Abelardo sofreu duas infecções e um AVC, mas sempre forte, falando do futuro e pensando em novos projetos. "Ele pegou na minha mão com força e naquele momento eu acreditei que todos aqueles projetos que ele me falou iriam ser concretizados" relembrou. Ele também falou mais do pai: "Ele deixa um grande legado. Meu pai é o mestre de uma geração e representa um exemplo de ética. Hoje Recife está mais feia por causa da morte dele. O dia está cinza", declarou.

Com 90 anos de idade, Abelardo da Hora era um homem que amava trabalhar e falava sobre seus futuros projetos mesmo no hospital. Abelardo Jr. revelou que o artista tinha planos para o futuro, um deles era Torre Cinética do Recife (espaço que será instalado no bairro da Torre) e um busto de Gregório Bezerra "quase pronto" que ficará na Torre Cinética. "Ele não queria morrer, durante toda esse tempo ele sempre lutou pela vida", revelou o filho do artista.

Um dos vieram à ALEPE para prestar homenagem ao artista foi o cantor Claudionor Germano, irmão de Abelardo. Muito emocionado, foi amparado por familiares e depois falou com a imprensa sobre o irmão: "É uma perda irreparável. Só temos a agradecer o imenso legado que eles nos deixou".

Também estiveram presentes no velório Marcelo Canuto, secretário estadual de Cultura e Severino Pessoa, presidente da Fundarpe. Tereza Costa Rego, amiga há mais de 50 anos de Abelardo Barbosa, falou da importância do artista, que ela considerava um irmão: ''Eu vou sentir muita falta de Abelardo, ele era um artista diferente, que amava formar outros artistas. Toda uma geração passou pela mão de Abelardo e ele ainda é uma presença forte na cidade. Acho que o Recife ainda não se deu conta dessa perda" comentou a artista plástica.

O corpo de Abelardo da Hora continua no Salão Nobre da ALEPE até amanhã de manhã. O velório é aberto ao público até as 22h e nesta quarta-feira (24) reabre às 8h. O enterro do artista será no cemitério de Santo Amaro, às 11h.

 

 

A morte do artista plástico Abelardo da Hora entristeceu a todos. O pernambucano estava internado no Hospital Memorial São José desde agosto com um quadro agravado de pneumonia, depois de passar por vários problemas de saúde. Em toda sua carreira, Abelardo foi um verdadeiro exemplo de homem do povo e artista, que com sua obra encheu o estado de orgulho por sua arte.

O prefeito do Recife, Geraldo Julio, decretou luto oficial de três dias no Recife devido ao falecimento do artista. A cidade de São Lourenço da Mata, onde Abelardo nasceu, também decretou luto oficial de três dias. Políticos, autoridades, artistas e membros do universos das artes lamentam a perda do artista. Confira abaixo depoimentos de familiares, amigos e admiradores:

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O traço que gostaria de realçar na trajetória de Abelardo da Hora transcende e atravessa qualquer apreciação crítica sobre o seu trabalho como escultor ou desenhista. Gostaria de destacar sua integridade como homem comprometido criticamente com seu tempo, que mobilizou todas suas capacidades artísticas, intelectuais e afetivas para a construção de um mundo menos duro e injusto. Pensou a arte como algo que se partilha, como uma fagulha de vida nova a ser dividida.

Moacir dos Anjos - Curador e Coordenador de Artes Visuais da Fundação Joaquim Nabuco

Conheci Abelardo em 1948, na inauguração da primeira exposição dele no Sindicato dos Comerciários. Desde essa época somos amigos e companheiros de arte. Eu devo a ele, como artista plástico, o melhor orientador. Abelardo foi pra mim um pai, um amigo, um irmão e um grande companheiro. Ele foi um grande artista, em tudo que fazia. Um grande homem para o povo pernambucano e brasileiro.

Wilton Souza - Artista plástico e amigo de longa data de Abelardo

Abelardo se dizia um homem de coração recifense. Mas tinha o coração universal dos grandes mestres. Dos que vivem para encantar e fazer pensar. Eternamente inspirado na arte de inspirar, assim nos ensinou tanto. Inclusive a lutar. Abelardo atuou na gestão pública, enfrentou a ditadura, criou o Movimento de Cultura Popular. Por isso sua obra vai muito além da contemplação. É trabalho de raiz guerreira e inteira, tradução de sentimentos e necessidades. Coragem, senso de liberdade e generosidade fizeram de Abelardo um artista do povo, pelo povo, para todos.

Geraldo Júlio - Prefeito da Cidade do Recife

Perdemos mais um filho ilustre e um dos maiores nomes das artes brasileiras. Aos 90 anos, ainda lúcido e ativo, Abelardo da Hora continuava sua extensa obra iniciada desde os anos 1940, quando começou a moldar suas primeiras peças na Escola de Belas Artes do Recife. Sua obra se caracterizou com o compromisso com o povo: uma galeria de arte a céu aberto. Espalhou sua criatividade por ruas avenidas, prédios públicos, bancos, hotéis, hospitais  e edifícios residenciais. Uma arte feita com amor e paixão que fazem parte do cotidiano dos pernambucanos.

João Lyra - Governador de Pernambuco

Perdemos mais um filho ilustre e um dos maiores nomes das artes brasileiras. Aos 90 anos, ainda lúcido e ativo, Abelardo da Hora continuava sua extensa obra iniciada desde os anos 1940.  Sua obra se caracterizou com o compromisso com o povo: uma galeria de arte a céu aberto. Espalhou sua criatividade por ruas avenidas, prédios públicos, bancos, hotéis, hospitais e edifícios residenciais. Uma arte feita com amor e paixão que fazem parte do cotidiano dos pernambucanos. Abelardo da Hora deixa um legado também na militância política em favor dos mais pobres da nossa sociedade, causa que sempre se comprometeu, utilizando seu trabalho como forma de contribuição para a melhoria da sociedade. Um artista politicamente combativo e fortemente defensor do povo.

Humberto Costa - Senador da República

Abelardo é um mestre das artes do brasil, um educador, deixou uma geração de grandes artista. Um exemplo de ética, tão ausente esses dias. Pernambuco fica mais pobre com essa perda.

Abelardo da Hora Jr

É um momento de tristeza muito grande para toda a família e para todos que o admiravam. Sabemos que ele era um cara muito forte e vinha resistindo bravamente as internações e complicações. Hoje, infelizmente, não conseguiu resistir e acabou falecendo.

Claudionor Germano - Cantor e irmão do artista

As lembranças que quero ter dele são ótimas, animado, alegre e brincalhão. Meu tio gostava de estar sempre rodeado de pessoas, fazendo amizades. A família está unida neste momento tão triste, mas reconhecemos que meu tio foi um guerreiro em sua trajetória de vida e até na hora de se despedir.

Nonô Germano - Cantor e sobrinho do artista

A gente pode medir a importância de um(a) artista também pela influência que ele ou ela exerce sobre seus contêm. Contemporâneos e gerações subsequentes. Eu acho que este é o caso de Abelardo da Hora. Ele foi fundamental para sacramentar muitos caminhos artísticos, a exemplo de Francisco Brennand e de todos os participantes do ateliê coletivo. Sem falar da linguagem plástica que ele desenvolveu, muito marcante e significativa. Abelardo deixa sem dúvida um grande legado para o meio artístico brasileiro. 

Cristiana Tejo - Jornalista, curadora e uma das criadoras do espaço Fonte

Abelardo da Hora, além de artista com importante acervo na cidade, foi tambem fundamental para mudar o cenário da arte pernambucana. Integrou a Sociedade de Arte Moderna em 1946, fundou o Movimento de Cultura Popular que abrangia educacao, artes, musica e teatro.

Beth da Matta - Diretora do Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães


Muito além de um escultor. Muito além de um pintor ou de um ceramista. De um desenhista, gravurista ou um poeta. Abelardo da Hora, do alto dos seus 89 anos, continua sem descanso a produção artística que o tornou conhecido no Brasil e no mundo. Diariamente se dedica à criação artística em sua casa, que é uma verdadeira galeria de arte, com dezenas de peças que fazem o visitante imergir no universo anguloso, sensual e crítico da sua obra.

Abelardo da Hora faleceu às 8h49 desta manhã de segunda-feira (23). O escultor pernambucano pernambucano tinha 90 anos e estava internado no Hospital Memorial São José desde o dia 17 de agosto com um quadro agravado de pneumonia. A causa da morte foi uma insuficiência cardiorrespiratória.

Muito além de um escultor, pintor, ceramista, desenhista ou poeta, Abelardo é um dos grandes mestres das artes plásticas, assim como José Cláudio, Francisco Brennand, Maria Carmem e Gilvan Samico (Leia nosso especial sobre o artista aqui).

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O interesse por arte surgiu de forma inusitada, quando Abelardo tinha 12 anos. Instigado pela mãe, que ansiava em ver os filhos formados e com uma profissão, matriculou-se na Escola Industrial Professor Agamemnon Magalhães (atual ETEPAM) juntamente com seu irmão mais novo, Luciano. Por falta de vaga no curso de Técnico Mecânico, o menino que era apaixonado por zeppelins e queria ser engenheiro mecânico, acompanhou o irmão menor no curso de Artes Decorativas.

Boa parte das obras de arte de Abelardo da Hora pode ser encontrada na própria casa do artista, que desde a sua entrada está completamente cheia de peças que representam diversos períodos da sua história. No mesmo endereço, na Rua do Sossego (área central do Recife), fica o Instituto Abelardo da Hora, criado para divulgar e manter o acervo do escultor, além de reviver a ideia do próprio Movimento de Cultura Popular, do qual o artista foi um dos criadores.

O velório será na Assembléia Legislativa do Estado de Pernambuco às 15h de hoje (23). O sepultamento será às 11h de amanhã, quarta feira (24), no cemitério de Santo Amaro. 

"Abelardo é um mestre das artes do brasil, um educador, deixou uma geraçao de grandes artista. Um exemplo de ética, tão ausente esses dias." comentou Abelardo Jr, filho do artista, que também falou sobre os últimos problemas de saúde do pernambucano: "A vida inteira ele foi um guerreiro. Estava internado há 34 dias por conta de uma virose que se transformou numa pneumonia. Ele superou a pneumonia, depois 4 infecções pulmonares - entre a 2ª e 3ª infecções, ele teve um AVC, que também conseguiu superar." em entrevista ao Portal LeiaJá.

"É um momento de tristeza muito grande para toda a família e para todos que o admiravam. Sabemos que ele era um cara muito forte e vinha resistindo bravamente as internações e complicações. Hoje, infelizmente, não conseguiu resistir e acabou falecendo" afirmou Claudionor Germano, irmão do artista.

"As lembranças que quero ter dele são ótimas, animado, alegre e brincalhão. Meu tio gostava de estar sempre rodeado de pessoas, fazendo amizades. A família está unida neste momento tão triste, mas reconhecemos que meu tio foi um guerreiro em sua trajetória de vida e até na horar de se despedir" declarou o cantor Nonô Germano, sobrinho do artista.

Uma das últimas obras produzidas por Abelardo foi a escultura O Artilheiro, feita em bronze polido e com cinco metros de altura. A obra foi inaugurada no dia 31 de julho (aniversário do artista) em frente à Arena Pernambuco, localizada em São Lourenço da Mata, terra natal do escultor.

Veja algumas das obras do artista:

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 (Atualizado às 13h)

Confira o especial que o LeiaJá Preparou sobre o gênio das artes plásticas.

Na próxima quinta-feira (31) o artista plástico pernambucano Abelardo da Hora comemora 90 anos de idade sem perder o pique. A festa de comemoração será realizada no Lounge Premium da Itaipava Arena Pernambuco, às 19h, e na ocasião Abelardo inaugurará sua mais nova obra, uma estátua esculpida em bronze chamada O Artilheiro, com cinco metros de altura e 1,5 tonelada.

A peça retrata a figura de um jogador em movimento de chute a gol, cedida pelo artista à Itaipava Arena Pernambuco. A estátua será instalada na área externa do estádio pernambuco. 

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Abelardo da hora: as várias faces de um multiartista

Na ocasião será lançado também o material gráfico do Recife Convention & Visitors Bureau, com ilustrações retiradas do acervo de Abelardo da Hora. O conteúdo é composto por um guia com todas as diretrizes que um organizador de eventos precise sobre Pernambuco, além de informações básicas sobre estrutura e equipamentos, pontos turísticos, gastronomia, artesanato e cultura. 

Serviço

Aniversário de Abelardo da Hora e inauguração da peça O Artilheiro

Data: 31 de julho (quinta-feira)

Horário: 19h

Local: Lounge Premium da Itaipava Arena Pernambuco

 

Homenageando Abelardo da Hora e Carlos Varella, o IV Congresso Internacional Sesc PE e UFPE de Arte-Educação promove debate sobre a arte no processo de educação e como lidar com novas questões contemporâneas em sala de aula. O evento começa nesta segunda-feira (28) e segue até o dia 1° de agosto, no Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Durante o encontro, serão realizadas conferências, palestras, cursos, exposição, lançamento de livro, apresentações artísticas e atividades de comunicações orais. A coordenadora pedagógica do Congresso, Ana Julia, ressalta que esta é a primeira edição que a UFPE participa como realizadora do evento, atuando de forma ativa em todo o processo. “Em 2012 e 2013, a UFPE esteve presente como apoiadora do Congresso, e este ano pôde estar envolvida junto com o Sesc em todos os momentos”, comenta a coordenadora, segundo informações da assessoria de imprensa.

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A programação completa do Congresso pode ser acessada no site do Sesc Pernambuco. O Campus Recife da UFPE fica na Avenida Professor Moraes Rego, 1235, no bairro da Cidade Universitária, na zona oeste da cidade.

 

 

 

Nos dias 31 de março e 1° de abril, às 19h, acontece no Museu do Estado de Pernambuco o seminário Movimento de Cultura Popular: um sonho interrompido, uma história recorrente – 50 anos depois do golpe militar de 1964. A entrada é gratuita e as inscrições podem ser feitas pelo e-mail inscricoes.seminariomcp@gmail.com.

No seminário, será discutida a interrupção do movimento pelo golpe militar e a trajetórias de artistas, educadores e militantes da sociedade civil que participaram do Movimento de Cultura Popular (MCP) realizando ações comunitárias de educação popular. Para falar sobre o MCP foram convidados Germano Coelho, Abelardo da Hora, Geraldo Menucci, Silk Weber, Joacir Castro e Letícia Rameh.

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Serviço

Movimento de Cultura Popular: um sonho interrompido, uma história recorrente – 50 anos depois do golpe militar de 1964 

31 de março e 1° de abril | 19h

Auditório Museu do Estado de Pernambuco (Av. Rui Barbosa, 960 - Graças)

Gratuito

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Diante de um Teatro de Santa Isabel lotado e com ingressos esgotados horas antes do espetáculo ter início, Claudionor Germano apresentou na noite desta segunda-feira (20) o show Dos oito aos oitenta, em comemoração à marca dos seus 80 anos de vida – o cantor atualmente tem 81 anos. A apresentação fez parte da 20ª edição do Janeiro de Grandes Espetáculos (JGE) e reuniu ao lado de Claudionor vários artistas como Expedito Baracho, Nonô Germano e o maestro Ademir Araújo.

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“A ideia deste espetáculo surgiu do Instituto Abelardo da Hora, mas na hora de pensar nas participações especiais optei também por nomes menos conhecidos. Tem uma cantora muito boa que é a Patrícia Luna e outros convidados como a Claudia Beija, Quarteto Novo, Jeová da Gaita, o Zé Brown fazendo um rap, Beto do Bandolim e, por fim, o Bloco da Saudade. Vai ser uma brincadeira que, se Deus quiser, dará certo”, disse Claudionor em conversa com o LeiaJá

Com direção de José Pimentel, o show é um resumo da carreira artística de Claudionor, que começou na segunda metade da década de 40 sob incentivo do irmão Abelardo da Hora – presente no Teatro de Santa Isabel para assistir à apresentação. Claudionor coleciona mais de 30 discos e é um dos principais divulgadores do frevo, tendo inclusive gravado 132 músicas de Capiba. 

Para Carmen Lima, que acompanha o artista desde a época dos bailes carnavalescos das décadas de 60 e 70, o romantismo é uma das marcas de Claudionor. “A imagem que eu tenho dele é que as músicas cantadas naquele tempo, saudosismo à parte, eram realmente músicas mais românticas. Falava-se muito mais do amor espontâneo e não dessa gozação toda. O carnaval até exige brincadeira, mas aquele romance de Claudionor não tem igual”, opinou. 

Paulo de Castro, um dos produtores do JGE, ressaltou a importância da presença de Claudionor Germano na programação do festival. “Na realidade nós já trabalhamos com o Claudionor Germano há 10 anos. E a produção do Janeiro de Grandes Espetáculos achou oportuno trazer o Dos oito aos oitenta, que é o grande show de Claudionor e é onde estão as figuras mais importantes do Carnaval de Pernambuco. Eu o chamo de Senhor Frevo, porque ele é a cara desse ritmo. Ninguém mais o representa como ele”, avalia Paulo.  

Ao longo do espetáculo, Germano apresentou canções como Maria Betânia, A Deusa da Minha Rua, É Hoje, Na cadência do Samba, Castigo e Me Dê Motivo, cantadas em coro com a plateia. O frevo não ficou de fora e, além das homenagens à Capiba, no final da apresentação o cantor convidou ao palco o Bloco da Saudade para cantar a música Valores do Passado. Isabel Bezerra, presidente da agremiação carnavalesca, demonstrou bastante entusiasmo em participar do show de Claudionor. “Ele faz parte da história do bloco e sempre esteve conosco nas nossas apresentações, então nós não poderíamos faltar a este convite e aproveitamos também para comemorar o aniversário dele e os nossos 40 anos de estrada”.   

Mural e Esculturas de Abelardo da Hora nos Parques e Praças do Recife. Este é nome dos dois próximos tours que fazem parte do Passeio de Sensibilização Turística, projeto da Prefeitura do Recife. Os passeios, que acontecerão nos próximos dias 4 e 11 deste mês, pretendem explorar as obras do artista pernambucano Abelardo da Hora.

O circuito garante visita ao ateliê do artista, espaço que está localizado na rua do Sossego, no Centro do Recife. O roteiro passará por obras de arte, como O Sertanejo, na Praça Euclides da Cunha, no bairro da Benfica; Vauthier e Monumento aos Heróis de 1817, na Praça da República, no bairro de Santo Antônio.

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Especial Abelardo da Hora: as várias faces de um multiartista

O tour será às 14h, da Praça do Arsenal, e será acompanhado por um guias de turismo. Os interessados devem fazer o cadastro por telefone nas sextas-feiras que antecedem o projeto (3 e 10 de janeiro), a partir das 8h. As vagas são limitadas e os interessados devem também levar 1 kg de alimento não perecível que serão doados para instituições de caridade.

Serviço

Passeio de Sensibilização Turística - Abelardo da Hora

(81) 3355 8605

A Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara, realizou na última quinta-feira (21), na Sede da OAB de Pernambuco, audiência para apurar as “Ocorrências no Meio Acadêmico e Cultural”. No evento, foram ouvidos os depoimentos do artista plástico Abelardo da Hora e do economista Manoel Messias. Os dois relataram que aconteceu um forte esquema de repressão imposto pela ditadura militar.

“Certa vez, fui preso porque escrevi num muro a palavra paz, estava em minha casa, prestes a dormir. Essa prisão foi motivo de manchetes nos jornais”, afirmou Abelardo Germano da Hora, escultor pernambucano, que aos 89 anos, contabiliza mais de 70 prisões durante a ditadura militar. O artista plástico foi integrante do Partido Comunista. Na época da repressão, ele foi taxado como autor de “obras antipatrióticas”.

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Com o Golpe, em 1964, Abelardo teve uma de suas obras – a Torre de Iluminação Cinética do bairro da Torre, Recife – destruída pelos militares, que viam em sua escultura um caráter subversivo e alusivo ao comunismo. “A essência da democracia é você dizer o que sente para o outro apreciar. Fiz uma escultura nomeada de “As Bestas do Apocalipse” para ilustrar os monstros infiltrados nas forças militares”, disse.

“Certo dia, minha mãe perguntou-me: meu filho valeu a pena tanto sofrimento? Sim, derrotamos a ditadura, saímos vitoriosos, respondi”, afirmou o secretário do Partido Comunista da época, Manoel Messias da Silva. “Os militares eram especialistas em mentiras, eles mesmos tomaram partido contra o povo. Tive a minha casa invadida e o piso escavado pelo Exército à procura de armas que teriam vindo de Cuba mas que nunca existiram”, completou.

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Especial Aberlardo da Hora 

Companheiro de exílio, na Argélia, do ex-governador de Pernambuco, Miguel Arraes, Manoel afirmou que “em Caruaru, 1964,  fui duramente torturado e espancado, lembro que fiquei prostrado no chão, sangrando. Em seguida, fui trancado e esquecido numa cela com água até a altura dos joelhos. Lá fiquei esquecido por dias. Fui obrigado a confessar crimes jamais cometidos, como por exemplo, de que queria colocar veneno na água para matar a população do município” relatou.

Com informações da assessoria.

Muito além de um escultor. Muito além de um pintor ou de um ceramista. De um desenhista, gravurista ou um poeta. Abelardo da Hora, do alto dos seus 89 anos, continua sem descanso a produção artística que o tornou conhecido no Brasil e no mundo. Diariamente se dedica à criação artística em sua casa, que é uma verdadeira galeria de arte, com dezenas de peças que fazem o visitante imergir no universo anguloso, sensual e crítico da sua obra.

Sua primeira exposição aconteceu em abril de 1948, na Associação dos Empregados do Comércio de Pernambuco, localizada na Rua da Imperatriz, Centro do Recife. Devido ao cunho social empregado por ele nas obras, assim como à própria efervescência política da época, a mostra teve uma resposta bastante positiva.A principal peça da primeira exposição foi a A Fome e o Brado, escultura que ele guarda com carinho até hoje em casa.

Abelardo da hora: as várias faces de um multiartista

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Na vida de Abelardo da Hora, a insatisfação com a realidade social não é vista apenas no forte expressionismo das suas obras. Para ele, o Artista tem que ir além de ser um mero criador (ou recriador) de belezas, e usar o seu trabalho como forma de contribuição para a melhoria da sociedade. Por isso, desde muito cedo, ele viu na política uma forma de luta para a mudança das mazelas da sociedade.

Abelardo foi preso dezenas de vezes por conta do seu posicionamento político e envolvimento com o Partido Comunista, do qual foi integrante por vários anos. As constantes prisões, seguidas do tolhimento dos direitos políticos durante a época da Ditadura Militar, ocasionados pela sua atividade no Partido Comunista, atingiram a família como um todo. "Durante o Golpe, foi muito difícil crescer em meio às prisões de papai. Ele era comunista e, nessa época, nós não tínhamos direito nem de frequentar a escola pública. Nem a casa dos meus amigos de rua. Isso fez com que nossa família ficasse muito unida para superar as adversidades. Ainda hoje, somos assim", conta Abelardo Filho.

Atualmente, Abelardo da Hora está afastado do envolvimento com a ação política, preferindo envolver-se mais com sua arte e sua família.

Confira as três faces de Abelardo da Hora: o Homem, o Artista e o Político no hotsite especial que o LeiaJá preparou sobre este que é um dos mais importantes artistas brasileiros do século 20.

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