Tópicos | Antártica

A descoberta de fósseis de dinossauros e flora pré-histórica na Patagônia chilena reforça a teoria de que espécies pré-históricas da América e da Antártica migraram há milhões de anos por pontes que os uniam, assinalam pesquisadores do Chile e do Brasil.

Uma expedição de cientistas encontrou no cerro Guido - uma zona inóspita da Patagônia 3.000 quilômetros ao sul de Santiago - um depósito de fósseis de dinossauros e restos fossilizados de flora e folhas cuja idade seria remontaria a 68 milhões de anos atrás, quase no fim da era dos dinossauros.

"Na Antártica, foram encontrados restos de ossos de dinossauros típicos das zonas continentais (América), que tenham atravessado por pontes formadas entre a América do Sul e a Antártica", disse à AFP Marcelo Leppe, líder da expedição e do Departamento científico do Instituto Antártico Chileno (Inach). Leppe acredita que tudo começou com uma queda brusca de temperatura.

Isso "produziu queda da neve que se acumulou como gelo e causou o declínio dos oceanos entre 25 e 200 metros, permitindo a emergência para a superfície de porções de terra que estavam sob o mar, formando pontes", garante o paleontólogo, que foi responsável pela base do Inach na Antártica.

Entre os fósseis descobertos no continente branco estão o saurópode, o maior e mais meridional dinossauro encontrado no Chile em 2014, que chegou a medir 30 metros de comprimento e pesar 35 toneladas, e também o hadrossauro, um herbívoro que atingia 10 metros de comprimento e chegava a pesar 20 toneladas.

Ambas as espécies foram encontradas no depósito de fósseis de Cerro Guido, cuja extensão chegaria aos sete quilômetros. Neste local, um dos maiores da América, os dinossauros viveram milhões de anos antes de chegar à Antártica há 68 milhões de anos.

Os cientistas fizeram longas caminhadas e subiram uma colina de mais de mil metros de altitude para encontrar esses fósseis. Durante a expedição, que durou duas semanas, dormiram em barracas num acampamento montado cerca de três quilômetros de distância de qualquer contato humano, suportando frio intenso e fortes ventos patagônicos.

Vegetação da Antártica

No Cerro Guido, os cientistas também descobriram as folhas fossilizadas de nothofagus, uma espécie arbórea no hemisfério sul e cuja idade atinge 68 milhões de anos.

De acordo com os investigadores, estas folhas são as mesmas que foram descobertas na Antártida, mas que datam de 80 milhões de anos atrás. Elas são muito mais velhas do que as da Patagônia, indicando que são originárias do continente branco, quando esse tinha vegetação.

"Alguns fósseis de flores, folhas de árvores e plantas encontrados tinham como local de procedência a Antartica, o que reforça a teoria de que estes tenham migrado por pontes formadas entre o continente branco e o americano", acredita Leppe.

A pesquisa indica que na Antártica descobriram fósseis de espécies como canela, mirtasias, eucaliptos, pinheiros, manios, que atualmente são típicos das florestas do sul do Chile, e também migraram por essas pontes de vento, chuva e a estrada de terra. "Podemos dizer que as florestas dessas regiões chilenas são registros do que foi a vegetação na Antártica cerca de 70 milhões de anos atrás", disse o paleobotânico brasileiro Thiers Wilberger.

As plantas mais antigas da América do Sul estão no Brasil há mais de 120 milhões de anos, enquanto na Argentina há registros de fósseis de plantas de 80 milhões de anos, garante Wilberger.

O especialista brasileiro destacou o bom estado de conservação dos restos de folhas, flores e ossos de dinossauros encontrados em Cerro Guido, na fronteira com a Argentina, e que pode ser acessado a pé ou em um trator contornando colinas e cruzando rios.No local também foi encontrado pólen, algo muito raro devido à sua fragilidade.

Wilberger afirma que algumas espécies como as araucárias - uma árvore hoje típica do sul do Chile - migraram para o Brasil e outras até a Nova Zelândia e Nova Caledônia. "Apesar de não ter uma fronteira na atualidade,a conexão entre Chile e Brasil, graças a esta migração da flora, é muito próxima", disse o brasileiro.

Desde 2013, os pesquisadores viajam para esta remota região por duas semanas durante o ver]ao austral, já que no restante do ano a zona está coberta de neve e as temperaturas ficam perto de zero.

A espessura do gelo em torno da Antártica sofreu uma redução de 18% entre 1994 e 2012, revela um estudo publicado nesta quinta-feira (26). O estudo, baseado em informações de satélites, foi realizado pela Agência Espacial Europeia entre 1994 e 2012 e revela como o gelo antártico reage à mudança climática.

O trabalho foi publicado no site da revista Science. Os paredões de gelo têm uma espessura média de entre 400 e 500 metros e podem se estender por centenas de quilômetros na costa antártica.

Quando o paredão sofre uma redução drástica de sua espessura, placas de gelo caem no oceano e começam a derreter, elevando o nível do mar. Os pesquisadores concluíram que o volume total de gelo antártico se alterou pouco entre 1994 e 2003, mas a partir de então o derretimento se acelerou de forma pronunciada.

"Uma redução de 18% durante um período de 18 anos é realmente algo substancial", disse Fernando Paolo, cientista da Universidade da Califórnia, em San Diego. "Em geral, mostramos não apenas que o volume total de gelo está decrescendo, mas também que houve uma aceleração na última década".

Se o ritmo do derretimento prosseguir, as geleiras poderão perder a metade de seu volume nos próximos 200 anos, segundo os pesquisadores.

Para o professor Andrew Shepherd, diretor do Centro para a Observação Polar da Universidade de Leeds, a tendência do derretimento é "uma verdadeira preocupação, porque estes níveis de derretimento não podem ser mantidos por muito tempo".

As geleiras do Mar de Amundsen, no oeste da Antártica, estão perdendo gelo mais rapidamente do que em qualquer outra parte do continente e são as que mais contribuem para a elevação do nível do mar, disseram os investigadores.

Cientistas que estudam a Antártica advertiram nesta quarta-feira (18) que o número crescente de turistas que visita o continente branco ameaça seu frágil ecossistema e pediram maior proteção. De 1990 até hoje, o número de turistas passou de 5.000 em um ano para os 40.000 atuais, segundo dados da indústria do setor. A maioria visita áreas sem gelo, que constituem menos de 1% da Antártica.

Também estão em construção instalações de pesquisa, estradas e depósitos de combustíveis nestas áreas minúsculas onde o gelo desapareceu. Estas áreas abrigam a maior parte da fauna e da flora do continente e são as menos protegidas do planeta, segundo estudo do National Environmental Research Programme (NERP), financiado pelo governo e a divisão australiana da Antártica.

"Muita gente pensa que a Antártica está bem protegida das ameaças à sua biodiversidade porque é isolada e (quase) ninguém mora lá", escreveu Justine Shaw, do NERP, no estudo publicado no jornal PLoS Biology.

"No entanto, demonstramos que há ameaças para a biodiversidade da Antártica", prosseguiu. "A maior parte da Antártica é coberta de gelo e só menos de 1% carece de gelo", lembrou.

"Apenas 1,5% desta zona sem gelo pertence às áreas especialmente protegidas da Antártica, apesar de que esta região abriga a maior parte da biodiversidade", acrescentou. Cinco das áreas sem gelo não têm nenhum tipo de proteção, enquanto as 55 zonas protegidas do continente estão perto de locais com atividade humana.

Steven Chown, da escola de Ciências Biológicas da Universidade de Monash, que também colaborou no estudo, disse que estas áreas sem gelo têm ecossistemas muito básicos, devido à escassa diversidade da Antártica.

Isto torna a fauna e a flora nativas muito vulneráveis à invasão de espécies de fora, que podem ser introduzidas pela atividade humana. "A Antártica foi invadida por plantas e animais, sobretudo vegetais e insetos de outros continentes", acrescentou.

O estudo destacou que o nível atual de proteção é "muito inadequado" e é necessário fazer muito mais para proteger a região do 'boom' registrado na indústria turística.

"(Precisamos) proteger os insetos, as plantas e os pássaros marinhos endêmicos, que não existem em nenhum outro lugar do mundo", disse. "Precisamos garantir que as zonas protegidas da Antártica não vão sofrer os efeitos da atividade humana, como a contaminação, a presença humana ou as espécies invasoras", acrescentou.

A Antártica é considerada uma das últimas fronteiras para os aventureiros. A maioria viaja em navios e chega a pagar até US$ 20 mil por um camarote de luxo na alta temporada, que se estende de novembro a março. Também há um mercado florescente de voos panorâmicos que têm o continente gelado como destino.

A China inaugurou sua quarta estação científica na Antártica, uma nova etapa na rápida consolidação da presença do país no continente branco, onde pretende construir uma nova base até o início de 2015.

A estação, batizada com o nome de Taishan, foi construída a 2.600 metros de altitude em 53 dias por uma equipe de 28 pessoas, segundo a Administração do Estado para os Oceanos, citada pela agência oficial Xinhua.

A base será utilizada apenas no verão, de dezembro a março. A temperatura média anual no local é de -36,6°C.

A China possui agora quatro bases no continente branco austral: Changcheng (grande muralha), Zhongshan, Kunlun e Taishan. De acordo com o canal estatal CCTV, ainda este ano o país terá uma base permanente na região.

Um helicóptero chinês iniciou nesta quinta-feira (2) as operações de retirada dos passageiros de um barco russo bloqueado há mais de uma semana na Antártica. "O helicóptero chinês chegou a Shokalskiy", anunciou no Twitter Chris Turney, comandante da expedição.

"Vamos embora. Um grande agradecimento a todos", completou Turney, que divulgou um vídeo que mostra o helicóptero chinês voando do quebra-gelos "Xue" até uma pista de pouso marcada ao lado do navio russo.

O "Akademik Shokalskiy", com 22 tripulantes e 52 passageiros a bordo, entre cientistas e turistas, está bloqueado desde 24 de dezembro em uma área situada 100 milhas náuticas ao leste da base francesa Dumont d'Urville.

Os passageiros de uma embarcação científica presa no gelo da Antártica seguiam esperando neste domingo o resgate do quebra-gelos australiano, que, no entanto, pode não ter potência suficiente para superar a espessa camada de gelo.

O "Akademik Shokalskiy" permanece imobilizado desde a última terça-feira uma centena de milhas náuticas a leste da base francesa Dumont d'Urville. Três barcos quebra-gelos se dirigiram ao local para tentar socorrê-lo, mas dois deles, o francês "L'Astrolabe" e o chinês "Snow Dragon", deram meia volta por falta de capacidade suficiente.

O "Snow Dragon" chegou no sábado a menos de 7 milhas náuticas do navio russo, mas precisou retroceder porque o gelo era muito espesso.

As 74 pessoas a bordo do "Akademik Shokalskiy", entre elas turistas, cientistas e a tripulação, agora depositam suas esperanças no quebra-gelos australiano "Aurora Australis".

"O navio avaliará suas possibilidades de romper o gelo para chegar ao 'Akademik Shokalskiy'", indicou à AFP a autoridade australiana de segurança marítima (ASMA).

Se não conseguir abrir passagem, "tentaremos utilizar o helicóptero a bordo do quebra-gelo chinês", acrescentou a autoridade.

Dos três quebra-gelos enviados à região, o australiano é o mais potente, mas isso não garante que conseguirá alcançar a embarcação russa. Pode romper o gelo de uma espessura de 1,60 metro, mas o "Akademik Shokalskiy" está preso por gelo de 3 metros de espessura.

Um dos responsáveis pela expedição russa, Greg Mortimer, indicou que os passageiros serão retirados com o helicóptero do "Snow Dragon" se o barco australiano não conseguir alcançá-los "nos próximos dias".

Os ventos do sudeste comprimiram o gelo, que agora é muito mais firme, e se houvesse ventos do oeste a pressão diminuiria.

Apesar do fracasso da operação de resgate, a atmosfera é positiva a bordo, onde os passageiros estão sãos e salvos. Outra das responsáveis pela expedição, Chris Turney, e o correspondente do The Guardian Alo Jha, criaram na internet um diário de bordo em tom jovial.

A bordo do barco russo viajam cientistas e turistas que reproduzem a expedição histórica à Antártica realizada há um século (1911-1914) pelo explorador australiano Douglas Mawson. Também realizam alguns experimentos daquela expedição.

A embarcação circulava em uma zona onde os barcos podem passar normalmente nesta época do ano, mas uma mudança brusca das condições climáticas conduziu a embarcação a uma zona de gelo espesso.

A expedição começou há três semanas e deveria chegar à Nova Zelândia no início de janeiro.

A Marinha do Brasil abriu o período de inscrições para o Concurso Cultural O Brasil na Antártica, que irá premiar os melhores  vídeos produzidos sobre as atividades do Brasil na Antártica. Podem participar estudantes do ensino médio, regularmente matriculados em instituições de ensino das redes pública e particular, com idades entre 15 e 19 anos.

O vídeo, de um a três minutos, deverá ser entregue em DVD. As inscrições devem ser encaminhadas para a Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (SECIRM), em Brasília, até o dia 10 de janeiro. Os candidatos também precisam preencher a ficha de inscrição, o termo de cessão de direitos autorais, a declaração de matrícula e frequência escolar e a autorização de uso de imagem, assim como providenciar todas as autorizações de uso de imagem, som e voz, assinadas pelos participantes do vídeo, e o termo de autorização (se menor de idade) devidamente assinado pelos responsáveis.

##RECOMENDA##

Serão selecionados dois vídeos. Os autores dos melhores vídeos serão premiados com uma viagem ao continente antártico, acompanhados de um professor escolhido pelo aluno.

Mais informações estão disponíveis no site do concurso.

O grupo americano Metallica fará uma apresentação no início de setembro na Antártica, "o único continente" em que a banda ainda não tocou e onde realizará um concerto "silencioso", sem amplificadores. "Em 30 anos de carreira, tivemos a oportunidade única de visitar quase todo o mundo... com exceção de apenas um lugar, a Antártica", afirma a banda em um comunicado.

O Metallica tocará em 8 de dezembro, ao fim da primavera austral, perto do heliporto da base argentina Carlini. "Tocaremos em uma cúpula e o show será transmitido por fones de ouvido. Nenhum instrumento será amplificado", anunciou o grupo, responsável por hits como "Enter Sandman" e "Nothing Else Matters".

##RECOMENDA##

Para assistir ao show, os fãs do Metallica poderão participar em um concurso organizado por uma marca de refrigerantes na Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica e México. Segundo a revista Rolling Stone, este será o segundo show na Antártica. A banda de rock Nunatak, formada por cientistas, se apresentou no continente gelado em 2007 durante o "Live Earth", uma série de apresentações de forma simultânea em todo o planeta para promover a conscientização sobre o aquecimento global.

Lar de cientistas brasileiros na Antártica, a Estação Comandante Ferraz, destruída por um incêndio há mais de um ano, terá nova sede, mais moderna e segura, e as obras começarão no início de 2014, anunciou nesta quinta-feira (10), no Rio de Janeiro, o almirante Julio Soares de Moura Neto, comandante da Marinha.

Teremos “uma estação moderna, com materiais mais novos e resistentes. Será uma estação mais capacitada para abrigar as pesquisas, e mais segura também”, explicou à imprensa o almirante, coordenador da Comissão Interministerial para recursos do mar, após apresentação do projeto da nova base.

Selecionado em abril após um concurso com mais de 100 inscritos, o projeto, com custo estimado em R$ 110 milhões (cerca de 40 milhões de euros), prevê 4,5 mil metros quadrados de área construída com capacidade para abrigar 64 pessoas no verão e 34 no inverno.

A nova estação terá “18 laboratórios internos, mais sete unidades isoladas para pesquisas de meteorologia, ozônio, da atmosfera”, entre outros ambientes, detalhou Fabio Henrique Faria, arquiteto responsável pelo Estúdio 41, autor do projeto.

Em fevereiro de 2012, um incêndio provocado por vazamento de combustível matou dois militares e consumiu 70% da base brasileira, comprometendo a realização de pesquisas no local, que abarcam as áreas de Ciências da Terra, da Atmosfera e da Vida.

Faria explicou que a grande preocupação foi em dotar a base de um sistema mais eficaz contra incêndio. Estabelecemos “vários níveis de proteção contra incêndio, tanto sistemas preventivos, de combate e isolamento de risco (...), que evitam a propagação das chamas por toda a estação”, explicou.

À apresentação do projeto se seguirá a licitação para a escolha da empresa que vai construir os 200 módulos que vão compor a base, a realização de estudos geotécnicos e colocação das fundações da nova estação, o que deve ocorrer até março de 2014.

A estação modular será construída no Brasil e no verão de 2014-2015, os módulos serão levados para a Antártica e colocados sobre as fundações, instalados no mesmo local da base anterior.

“Acreditamos que em março de 2015 possamos inaugurar a (nova) estação antártica comandante Ferraz”, disse o almirante Neto.

Para ele, a permanência do Brasil no continente gelado é uma questão estratégica. “A importância da Antártica é muito grande, pois ela influencia o clima no mundo inteiro. O clima brasileiro (em especial) tem uma ligação direta com a Antártica, (pois) as frentes frias que temos vêm dali”, afirmou.

Localizada na Ilha Rei George, Baía do Almirantado, a Estação Comandante Ferraz foi inaugurada em fevereiro de 1984 e recebeu mais de 30 missões científicas de pesquisadores de universidades brasileiras.

Lá são realizados estudos sobre meio ambiente, entre os quais se destacam a pesquisa de fenômenos glaciais com impacto global. Além disso, o gelo antártico abriga cerca de 70% da água doce do planeta.

O degelo da Antártica durante o verão é 10 vezes mais rápido que há 600 anos e acelerou nos últimos 50 anos, revela um estudo internacional divulgado nesta segunda-feira.

Os cientistas perfuraram a 364 metros de profundidade na ilha de James Ross, norte da geleira antártica, para medir as temperaturas de centenas de anos.

As camadas sucessivas nas mostram revelam o movimento de degelo e de congelamento.

"Constatamos que há 600 anos havia condições mais frias na península antártica e uma menor quantidade de gelo derretido", explicou Nerilie Abram, do British Antarctic Survey de Cambridge.

"Naquela época, as temperaturas eram aproximadamente 1,6 grau centígrado menor que as temperaturas registradas no fim do século XX e a quantidade de neve que derretia a cada ano e depois voltava a congelar era de 0,5%. Hoje, a quantidade de neve que derrete a cada ano é 10 vezes maior", disse Abram.

Apesar do aumento regular das temperaturas há centenas de anos, o degelo se intensificou a partir da metade do século XX, afirma o estudo publicado na revista Nature Geoscience.

Isto significa que o aquecimento na Antártica alcançou um nível no qual até leves aumentos de temperatura podem provocar uma forte aceleração do degelo.

Pesquisadores americanos anunciaram nesta segunda-feira a descoberta de bactérias que vivem em um lago salgado da Antártica sem luz ou oxigênio, um ambiente extremo que pode existir em outras partes do nosso sistema solar.

Este lago, chamado Vida, tem concentrações muito elevadas de amoníaco, nitrogênio, hidrogênio, enxofre e óxido nitroso, mas também abriga microorganismos sob 20 metros de gelo, taxa de salinidade superior a 20% e temperatura inferior a 13 graus centígrados.

"A descoberta deste ecossistema nos dá pistas não apenas sobre outros ambientes gelados e isolados da Terra, mas também sobre um modelo de vida em outros planetas cobertos de gelo que podem abrigar depósitos de sal e oceanos, como 'Europa', uma das luas de Júpiter", disse Nathaniel Ostrom, da Univerisdade de Michigan e coautor do trabalho publicado nos Anais da Academia Americana de Ciências (Pnas).

As altas concentrações de hidrogênio e óxido de nitrogênio em forma gasosa provavelmente proporcionam a fonte de energia química para a existência deste ecossistema isolado, estimam os cientistas. Estes gases se formam a partir de reações químicas da água muito salgada com rochas ricas em ferro.

"Não conhecíamos até agora quase nada sobre estes processos geoquímicos e da vida microbiana nestes ambientes gelados, especialmente em temperaturas abaixo de zero", disse Alison Murray, do Instituto de Pesquisas do Deserto da Universidade de Nevada.

Apesar das temperaturas baixas, da ausência de luz e da forte salinidade, este ambiente abriga uma fauna abundante de bactérias capazes de sobreviver sem a energia solar.

Estudos prévios no lago Vida revelam que estes ecossistemas bacterianos estiveram isolados de qualquer influência externa durante quase 3 mil anos, ao contrário de outros ecossistemas extremos que vivem sem luz próximos a fontes hidrotermais no fundo dos oceanos.

O plenário do Senado aprovou a Medida Provisória (MP) 560/2012, que libera recursos para a reconstrução da base militar brasileira na Antártica. Através dessa medida haverá a liberação por parte do governo do crédito extraordinário de R$ 40 milhões ao Ministério da Defesa, para começar as obras de limpeza do terreno e de reconstrução da Estação Antártica Comandante Ferraz, que pegou fogo no início do ano.

Os recursos liberados irão servir para cobrir as despesas com a retirada de uma chata (embarcação com fundo rente), que afundou em dezembro do ano passado em frente à estação brasileira. A retirada dos escombros deve começar no verão austral, em outubro.

##RECOMENDA##

O incêndio destruiu 70% da Estação Antártica Comandante Ferraz, no dia 25 de fevereiro. Dois militares morreram no acidente.

A matéria seguiu para promulgação do presidente do Congresso Nacional, senador José Sarney (PMDB-AP).

O ministro da Defesa, Celso Amorim, informou hoje em audiência no Senado que a reconstrução da base da Marinha na Antártida ocorrerá até 2018. Para isso, o governo disponibilizará ainda neste ano um recurso extra inicial de R$ 40 milhões. Técnicos do governo avaliam modelos de base recentemente desenvolvidos pela Espanha e pela Coreia do Sul. "Estima-se que essas bases, não as monumentais, mas as razoáveis, custem na ordem de R$ 100 milhões", disse Amorim.

Ele ressaltou que pesquisadores e militares poderão voltar aos seus trabalhos na Antártida utilizando módulos provisórios, que serão instalados na área da antiga base Comandante Ferraz. A reconstrução definitiva, no entanto, levará mais tempo para começar. "Se tudo ocorrer muito bem, (a reconstrução) só poderá começar no verão de 2014", disse o ministro. "A experiência indica que este projeto de construção levará de três ou quatro anos, caso os recursos venham de maneira contínua."

##RECOMENDA##

Uma chata carregada com óleo combustível, que afundou no final do ano passado no Continente Antártico, perto da Estação Comandante Ferraz, foi resgatada e levada para terra, afastando o perigo de dano ambiental. A informação foi divulgada no final da tarde de ontem (3) pela Marinha. Os trabalhos de resgate começaram em 28 de fevereiro e duraram cinco dias.

A embarcação foi reflutuada em operação executada por mergulhadores embarcados no navio Gulmar Atlantis, cedido pela Petrobras, com apoio do Navio Polar Almirante Maximiano, da Marinha. Também foi utilizado um veículo submersível de operação remota, um minisubmarino conhecido como ROV, para checar as condições em que se encontrava a chata.

A embarcação foi içada por um guindaste do navio Gulmar Atlantis e, posteriormente, teve colocados flutuadores ao longo de seu casco. Em seguida, o óleo que estava em seus tanques foi bombeado em recipientes que permitem armazenamento seguro, para ser levado pela Marinha à base no Rio de Janeiro.

Durante toda operação, houve a preocupação de se evitar qualquer possibilidade de dano ambiental na região, que é considerada um santuário de vida marinha ainda livre da poluição, através da colocação de uma barreira ao redor da área montada com equipamentos da Petrobras.

O presidente do Chile, Sebastián Piñera, ofereceu ajuda ao Brasil para a reconstrução da base brasileira Comandante Ferraz, na Antártica. A base, localizada na ilha Rei George, no arquipélago Shetlands do Sul, foi totalmente destruída após a explosão e incêndio que atingiram as instalações brasileiras. Segundo informou o governo chileno hoje em um comunicado, no sábado o presidente Piñera, por telefone, disse à presidente Dilma Rousseff que o governo chileno está disposto a colaborar nos trabalhos que o Brasil empreenderá nos próximos tempos para a recuperação da base nesse continente.

O governo chileno também informou, no mesmo comunicado, que a presidente Dilma agradeceu a oferta de Piñera. Além disso, Dilma teria expressado sua gratidão pelo respaldo dado pelos chilenos aos brasileiros da base Comandante Ferraz. No sábado, os militares da base chilena Presidente Eduardo Frei enviaram uma equipe de combate a incêndios e um enfermeiro. Na seqüência, removeram o grupo de quatro dezenas de brasileiros até a base chilena. Dali, foram transportados em um avião Hércules da Força Aérea Argentina até a chilena cidade de Punta Arenas, no lado norte do estreito de Magalhães.

##RECOMENDA##

No hospital Cirujano Cornélio Guzmán dessa cidade o sargento brasileiro Luciano Gomes Medeiros, que teve queimaduras leves durante o incêndio, recebeu atendimento médico. O resto da equipe brasileira ficou hospedado no hotel Diego de Almagro, no centro de Punta Arenas.

Segundo o comunicado do governo Piñera em Santiago, a presidente Dilma disse ao presidente chileno que fará uma visita em breve ao Chile. Dilma, explicaram os chilenos, deixou a tarefa de coordenação dessa visita ao chanceler Antonio Patriota, que discutirá os detalhes com o chanceler do Chile, Alfredo Moreno.

A presença do Chile na Antártida acumula mais de um século. Os chilenos possuem atualmente quatro bases permanentes na área (de um total de 18 bases permanentes de diversos países em toda a Antártida). Além disso, contam com oito bases de verão, além de sete refúgios.

As bases chilenas possuem uma população de 130 habitantes, dos quais um terço é composto por civis, enquanto os dois terços restantes são militares. A principal base chilena é a Presidente Frei, de onde partiu a ajuda para a base Comandante Ferraz ontem de madrugada. Ambas as bases estão na ilha do Rei George.

Rio de Janeiro – Quarenta e uma pessoas resgatadas da Estação Antártica Comandante Ferraz, que pegou fogo ontem (25), chegam na madrugada desta segunda-feira (27) à Base Aérea do Galeão. Antes de chegar ao Rio, o avião pousa em Pelotas, no Rio Grande do Sul, onde desembarcarão quatro pessoas.

A previsão é que o Hércules C-130 da Força Aérea Brasileira (FAB) decole às 15h30 de Punta Arenas, no Sul do Chile, para onde foram levados os pesquisadores e funcionários civis da base brasileira na Antártica.

##RECOMENDA##

O incêndio, que destruiu parte da Estação Comandante Ferraz, começou na madrugada de sábado (25), na “praça de máquinas”, e provocou a morte de dois militares da Marinha, além de deixar outro militar ferido. O resgate dos militares e pesquisadores que estavam no local foi feito imediatamente, com a ajuda de um avião argentino, e todos foram levados para a cidade de Punta Arenas, de onde voltam para o Brasil.

Agência Brasil

Brasília – O avião da Força Aérea Brasileira (FAB) que vai resgatar militares e pesquisadores que trabalham na Estação Antártica Comandante Ferraz vai sar sair da Base Aérea do Galeão às 15h30 deste sábado (24), com destino a Punta Arenas, no Chile. Um incêndio na estação começou durante a madrugada e ainda não foi controlado.

De acordo com a FAB, o avião, um Hércules C-130, deve pousar em Punta Arenas à meia-noite deste domingo (26). A aeronave deve chegar ao Brasil por volta das 8h30, na Base Aérea do Galeão.

Ainda não há informações sobre mortos e sobre o estado da estação, que funciona como base militar e científica. Dois militares da Marinha estão desaparecidos e um ficou ferido. De acordo com a assessoria da Marinha, mais de 40 pessoas estavam na estação no momento do incidente.

Os pesquisadores e os colaboradores foram transferidos de helicópteros chilenos para a base chilena Eduardo Frei, de onde partirão em aeronave da Força Aérea Argentina para a cidade de Punta Arenas. Permanecem na estação o chefe e parte do grupo-base, que trabalha no combate ao incêndio.

Rio, 25 - Dois sargentos da Marinha morreram nesta madrugada em um incêndio que atingiu a Estação Comandante Ferraz, base científica e militar brasileira na Antártica. Havia 60 pessoas na estação, metade delas pesquisadores de universidades nacionais, que escaparam ilesos. Em nota, a Marinha não reconhece as mortes dos militares. Informa apenas que eles estão desaparecidos e que um terceiro teve ferimentos. Na nota, porém, a Marinha se define como "extremamente consternada".

O incêndio ocorreu na Praça de Máquinas, onde ficam os geradores de energia. Cientistas que estavam na estação contam que os dois sargentos não conseguiram sair do local, destruído pelas chamas. O ferido conseguiu ser resgatado por colegas da Marinha e foi levado para a base polonesa de Arctowski, próxima à brasileira, para receber os primeiros socorros. Depois, seguiu para a base chilena Eduardo Frei. Em comunicado, a Marinha garante que a vítima não apresenta risco de morte.

##RECOMENDA##

Os 30 cientistas, um alpinista, um representante do Ministério do Meio Ambiente e 12 funcionários do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro foram levados ao amanhecer para a base chilena, de onde seguirão possivelmente para o Chile, em Punta Arenas. Ficaram na estação apenas 12 militares da Marinha, que tentam combater o incêndio. A Marinha enviou um Navio-Polar para apoiar o trabalho dos militares. Além dele, dois navios da Marinha Argentina, dois botes da Estação polonesa e três helicópteros chilenos já estão no local do incêndio.

Já a Força Aérea Brasileira (FAB) disponibilizou uma aeronave, que seguirá para Punta Arenas, a fim de trazer ao Brasil as pessoas que estavam na Estação. Um Inquérito Policial Militar foi instaurado para apurar as causas do acidente.

A britânica Felicity Aston se dirige à Antártica, onde vai tentar ser a primeira pessoa a atravessar o continente gelado sozinha usando apenas a força de seu corpo. Felicity vai tomar um voo fretado do Chile que a levará a uma base na Antártica nesta sexta-feira. De lá, ela será abandonada com seus esquis e trenó na costa rochosa. Então subirá de esqui uma glaciar e passará pelas Montanhas Transantárticas. Felicity vai puxar mais de 80 quilos contra o vento e em temperaturas abaixo de 40º C por seu caminho até o Pólo Sul.

Várias outras expedições ocorrem neste ano pelo aniversário de 100 anos da primeira expedição polar bem-sucedida no dia 14 de dezembro. Mas Felicity Aston planeja continuar esquiando ao outro lado da Antártica, totalizando 1.700 quilômetros.

##RECOMENDA##

Segundo o jornal The Huffington Post, Felicity, de 33 anos, já passou três anos trabalhando como meteorologista com a Pesquisa Antártica Britânica e, em 2009, lideram um grupo só de mulheres que foi da costa do continente até o Pólo Sul. As informações são da Associated Press

O Brasil será o primeiro país a ter energia elétrica gerada tendo como matéria-prima o etanol no continente antártico. A partir de novembro, a Estação Antártica Comandante Ferraz vai substituir o diesel mineral por etanol hidratado na produção de eletricidade.

A iniciativa conta com investimentos de R$ 2,5 milhões vindos de parceria entre a Petrobras Biocombustível, Vale Soluções em Energia (VSE) e pela Marinha do Brasil.

##RECOMENDA##

De acordo com o diretor de etanol da Petrobras Biocombustível, Ricardo Castello Branco, a iniciativa abre a expectativa de criação de um novo campo de uso para o etanol brasileiro na produção de energia elétrica, além de possuir um forte efeito simbólico. "Queremos desenvolver na geração de energia elétrica limpa o mesmo conhecimento e competência que temos na área de etanol combustível", disse Castello Branco.

O executivo explica que, a partir de novembro, será realizado um teste na estação Antártica que deve durar um ano, para que a utilização de etanol sob condições climáticas extremas seja analisada.

O teste deve consumir 350 mil litros de etanol hidratado, que serão disponibilizados pela Petrobras, assim como o transporte até a estação. "Desenvolvemos tanques especiais para levar o etanol até lá, construídos sobre trenós para que ele deslize sobre o gelo", explica.

Segundo o executivo, a utilização de etanol para geração de eletricidade pode ser um mercado importante no médio prazo. "Veja a necessidade de energia do Japão, por exemplo. Grandes geradores que funcionem a partir de etanol poderiam suprir parte dessa demanda", disse.

Parceira do empreendimento, a Vale Soluções em Energia (VSE) produziu o gerador, com capacidade de 250 quilowatts. Segundo o presidente da VSE, James Pessoa, esse volume de energia é suficiente para abastecer e iluminar toda a estação de pesquisa na Antártica. A VSE é uma parceria entre a Vale (que detém 53% da empresa) e o BNDESPar (dono dos outros 47%), que investe em pesquisa, desenvolvimento e produção de sistemas de geração sustentável.

Pessoa explica que a VSE desenvolveu o gerador que opera com etanol hidratado para geração de energia. "Ao contrário do motor que desenvolvemos para ônibus coletivos que estão sendo testados em São Paulo, o gerador da Antártica não precisa de um aditivo extra e funciona apenas com o etanol hidratado puro", disse.

A VSE também construiu geradores para a Amazonas Energia, da Eletrobras, para produzir energia elétrica na Amazônia de forma mais limpa e reduzir a utilização de diesel na região.

Em 2012, a presença brasileira na Antártica completará 30 anos, e a expectativa é de que toda a eletricidade gerada durante a cerimônia que será realizada venha do etanol. Uma das prioridades do Programa Antártico Brasileiro (Proantar) é a qualidade ambiental das operações do Brasil na Antártica.

Por meio desse programa, gerenciado pela Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM), o Brasil realiza estudos sobre os impactos do aumento da concentração de gases de efeito estufa no planeta, além de pesquisas científicas sobre os fenômenos que ocorrem no continente.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando