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Um estudo publicado no Reino Unido destacou, nesta quinta-feira (18), que cientistas identificaram fungos e bactérias comedores de plásticos nos pântanos salgados da China, uma possível nova arma na luta contra os resíduos.

Os pesquisadores identificaram "fungos e bactérias que degradam o plástico nos pântanos costeiros de Jiangsu", no leste da China, afirma um comunicado do Jardim Botânico britânico Kew Gardens.

De acordo com o Kew Gardens, seus cientistas encontraram "um total de 184 espécies de fungos e 55 espécies de bactérias capazes de decompor" diferentes tipos de plásticos.

As amostras foram coletadas pelos profissionais do Kew Gardens em maio de 2021, em Dafeng, no leste da China, um local incluído na lista de Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Um pântano na China. Foto: Pixabay

O material coletado confirmou a presença de uma "plastífera" terrestre – um ecossistema ainda pouco conhecido dos dejetos plásticos na costa.

O Jardim Botânico britânico destacou que "os cientistas estão cada vez mais interessados em micro-organismos, como fungos e bactérias, para enfrentar alguns dos desafios mais urgentes da era moderna, incluindo a crescente onda de poluição por plásticos".

Estudos anteriores já haviam reconhecido o potencial dos micro-organismos para combater a poluição por plásticos.

Até o momento, foram identificadas "436 espécies de fungos e bactérias capazes de decompor o plástico", afirma a instituição.

"Os cientistas do Kew e seus parceiros acreditam que suas últimas descobertas podem levar ao desenvolvimento de enzimas eficazes projetadas para decompor biologicamente os resíduos plásticos", acrescenta.

O estudo é publicado duas semanas antes de negociações em Paris, as quais devem culminar em um tratado internacional juridicamente vinculante contra a poluição por plástico até o final de 2024

Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), em 2019, foram produzidas 353 milhões de toneladas de resíduos plásticos em todo o mundo. Deste total, 22% acabaram em lixões ilegais, foram queimados a céu aberto, ou descartados na natureza.

E, de acordo com o Fundo Mundial para a Natureza (WWF), a quantidade total de plástico nos oceanos aumentou 50% nos últimos cinco anos, apesar de as políticas nacionais de combate terem aumentado 60%.

Nesta semana, a atriz Daniela Escobar publicou em seu perfil no Instagram que foi mordida por um de seus cinco gatos e que quase perdeu a mão. O post teve grande repercussão na rede social, pois ela afirmou que, apesar de seus animais de estimação serem saudáveis, a saliva da espécie possui bactérias que podem ser agressivas para o ser humano.

Segundo o médico veterinário Carlos Moraes, a afirmação da atriz está correta, mas não só a saliva dos gatos transmitem bactérias, como a de vários animais e também de humanos. "É importante manter a saúde bucal dos bichinhos de estimação em dia, escovar os dentes dos animais diariamente com produtos específicos. Frequentar um veterinário, de preferência odontologista, também é necessário", explica.

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Os animais de estimação transmitem doenças por meio da saliva, contato com as fezes ou pulgas e carrapatos infectados, porém é raro que isso aconteça. Mesmo assim, pessoas com sistema imunológico comprometido precisam ficar atenta. "Pessoas em tratamento de quimioterapia, idosos já debilitados e quem realiza tratamento com medicamentos que alteram o sistema imunológico podem ser alvos de infecções", ressalta Moraes.

As cortinas que separam os leitos dos pacientes em muitos hospitais servem para proteger sua privacidade, mas podem ameaçar sua saúde: geralmente carregam bactérias resistentes que podem contaminar os doentes, de acordo com um estudo divulgado nesta sexta-feira (12).

Ao todo, 1.500 amostras deste tipo de cortina foram coletadas para este estudo, e bactérias multirresistentes foram detectadas em mais de uma em cada cinco. Frequentemente, os pacientes carregavam as mesmas bactérias detectadas na cortina.

"Esses agentes patogênicos podem sobreviver nessas cortinas e, potencialmente, migrar para outras superfícies e para pacientes. À medida que essas cortinas são usadas em todos os lugares, é um problema global", disse uma das autoras do estudo, Lona Mody, médica e pesquisadora da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos.

Os resultados deste estudo, a serem publicados em breve em uma revista médica, serão apresentados no Congresso Europeu de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas, que acontece de sábado a terça-feira em Amsterdã.

O estudo se concentrou em seis centros de enfermagem em Michigan. No total, os pesquisadores coletaram 1.500 amostras em cortinas de 625 quartos: primeiro, durante a internação dos pacientes, depois periodicamente, até seis meses depois, no caso de uma estada prolongada.

Amostras foram retiradas da borda das cortinas, onde são mais frequentemente tocadas. Resultado: 22% dessas amostras foram positivas para bactérias multirresistentes.

Quase 14% estavam contaminadas com enterococos resistentes à vancomicina; mais de 6%, com bactérias gram-negativas resistentes; e cerca de 5%, com staphylococcus aureus resistente à meticilina, bactérias potencialmente mortais.

Em quase 16% dos casos, os pacientes tinham as mesmas bactérias que a cortina de onde estava internado.

E cada vez que os pacientes tinham enterococos resistentes à vancomicina e staphylococcus aureus resistente à meticilina, sua cortina, também.

Segundo o estudo, as bactérias provavelmente passaram do paciente para a cortina, mas o inverso é "certamente possível", disse Mody à AFP.

Ela acredita que mais estudos são necessários para determinar se essas cortinas são realmente uma fonte de contaminação bacteriana para os pacientes.

"Nós percebemos cada vez mais que o ambiente hospitalar desempenha um papel importante na transmissão de patógenos", acrescentou. "As cortinas são frequentemente tocadas com as mãos sujas e são difíceis de desinfectar", explica.

"As práticas variam de hospital para hospital, mas muitas vezes essas cortinas são mudadas a cada seis meses, ou quando estão visivelmente sujas", acrescentou.

Bactérias presentes no nosso intestino podem afetar nosso equilíbrio mental e, sobretudo, na probabilidade de sofrer de depressão, de acordo com um estudo em grande escala divulgado nesta segunda-feira.

Uma equipe de pesquisadores belgas analisou amostras de fezes de mais de 1.000 voluntários e descobriu que duas famílias de bactérias eram sistematicamente menores em pessoas depressivas, incluindo naquelas sob tratamento antidepressivo.

O estudo de uma população de controle de 1.000 holandeses validou essas conclusões de uma ligação estatística entre o número de certas bactérias e o nível de bem-estar e saúde mental, explica o artigo publicado na revista científica Nature Microbiology.

O estudo não estabelece uma causa e efeito, diz Jeroen Raes, um dos autores, acrescentando que a compreensão das ligações entre intestino e cérebro está engatinhando.

As famílias de bactérias envolvidas - Coprococcus e Dialister - são conhecidas por terem propriedades anti-inflamatórias.

"Mas também sabemos que a inflamação do tecido nervoso desempenha um papel importante na depressão, por isso nossa hipótese é que os dois estão ligados de uma forma ou de outra", disse à AFP o professor de microbiologia na Universidade KU Leuven.

"A ideia de que substâncias derivadas do metabolismo de micróbios podem interagir com o nosso cérebro - e, portanto, com o nosso comportamento e sentimentos - é intrigante", diz Jeroen Raes.

"Até agora, a maioria dos estudos se concentrava em ratos ou em um pequeno número de pessoas, e os resultados foram mistos e contraditórios", indicou à AFP.

Cerca de 300 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de depressão, segundo a Organização Mundial de Saúde.

Às vezes descrita como uma "epidemia silenciosa", essa patologia é uma das principais causas dos 800.000 suicídios identificados a cada ano.

Os antidepressivos estão atualmente entre os medicamentos mais prescritos em muitos países, mas esta pesquisa pode abrir caminho para novos tipos de tratamento para esta doença, diz Raes.

"Eu realmente acho que é um caminho a seguir: usar misturas de bactérias como tratamento".

Certas bactérias intestinais surgiram há pelo menos 15 milhões de anos, muito antes dos humanos, de acordo com uma pesquisa publicada nesta quinta-feira (21). Esta descoberta sugere que a evolução tem um papel maior na composição da macrobiótica intestinal do que se pensava anteriormente, de acordo com os pesquisadores, cujo trabalho foi publicado na revista americana Science.

Estas bactérias contribuem para as fases iniciais de desenvolvimento de nossos intestinos, treinam o nosso sistema imunológico para combater os agente patógenos, e podem ainda afetar o nosso humor e comportamento, indica o estudo.

Quando os seres humanos e os grandes primatas evoluíram em diferentes espécies a partir de um ancestral comum, as bactérias presentes nos intestinos deste último também evoluíram em diferentes linhagens, segundo os cientistas.

Assim, a primeira diferenciação de bactérias intestinais ocorreu cerca de 15,6 milhões de anos atrás, quando a linha dos gorilas divergiu da dos hominídeos. A segunda aconteceu 5,3 milhões de anos atrás, no momento em que o ramo humano se separou dos chimpanzés.

"Nós sabíamos há algum tempo que os seres humanos e os nossos primos mais próximos, os grandes macacos, têm estas bactérias em seus intestinos", diz Andrew Moeller, pesquisador da Universidade de Berkeley e um dos co-autores do estudo.

"A grande questão que queríamos responder era de onde vieram essas bactérias, se do nosso meio ambiente ou da nossa evolução, e por quanto tempo as linhagens foram mantidas", acrescenta. Para conduzir sua pesquisa, os cientistas analisaram amostras fecais de chimpanzés, bonobos e gorilas que vivem no estado selvagem na África, e pessoas nos Estados Unidos.

Fósseis e índices genéticos permitiram estabelecer que essas quatro espécies de hominídeos evoluíram de um ancestral comum que viveu há mais de 10 milhões de anos atrás.

Autoridades sanitárias americanas vão redobrar esforços para impedir o aparecimento de agentes microbianos resistentes a todos os antibióticos, após a descoberta recente de uma paciente infectada com uma bactéria mutante insensível a um antimicrobiano de último recurso.

Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos(CDC) anunciaram a criação de uma rede de laboratórios dedicada a detectar e tratar a resistência microbiana em amostras humanas. Os CDC vão, ainda, utilizar novos recursos para apoiar os serviços de saúde, como parte dos seus esforços para deter os surtos de infecções resistentes a antibióticos e impedir a propagação desses agentes patogênicos.

O medo de um cenário nefasto aumentou com o caso, nesta semana, de uma mulher de 49 anos que contraiu uma variedade da bactéria Escherichia coli, mais conhecida pela abreviatura E. coli, que lhe causou uma infecção urinária persistente.

A bactéria contraída é portadora do gene MCR-1, que a torna resistente à colistina, um antibiótico de 1959 utilizado como último recurso nos casos de polirresistência. A E. coli reagiu, porém, a um tratamento com carbapenema, outro antibiótico de amplo espectro, e a paciente está curada.

Os CDC afirmaram que estão trabalhando com o Ministério da Defesa - cujos virologistas detectaram a bactéria - e com as autoridades sanitárias do estado da Pensilvânia, onde a paciente esteve internada, para "identificar as pessoas que estiveram com ela, de modo a evitar contágios". É a primeira vez que o gene MRC-1 é encontrado em uma bactéria infectando um humano nos Estados Unidos. Antes, o gene já tinha sido detectado em aves e porcos na Europa e na China.

O gene mutante MCR-1, que se encontra sobre um pequeno fragmento do DNA microbiano, tem a capacidade de passar de uma bactéria a outra, propagando potencialmente a resistência aos antibióticos em diversas espécies bacterianas.

Um mundo pré-antibióticos

De acordo com as autoridades sanitárias, se as Enterobacteriaceae resistentes ao carbapenema adquirirem esse gene, não haveria mais antibióticos disponíveis para detê-las. "Estamos muito perto de ver emergir Enterobacteriaceae que serão impossíveis de tratar com antibióticos", alertou o médico Lance Prince, da Universidade George Washington, citado pelo jornal The New York Times.

Para Tom Frieden, diretor dos CDC, "corremos o risco de voltar a um mundo pré-antibióticos". Os CDC e os institutos nacionais de saúde começaram a estudar esse gene em bactérias na América do Norte a partir do seu aparecimento na China em 2015. A detecção pela primeira vez do MCR-1 nos Estados Unidos "é um sinal prévio da emergência de uma bactéria resistente a todos os antibióticos", escreveram os autores desta descoberta.

Com uma taxa de mortalidade que pode chegar a 50%, as Enterobacteriaceae resistentes ao carbapenema são consideradas pelos CDC como uma das maiores ameaças à saúde pública. Mas os cientistas do Ministério da Defesa afirmaram em um blog que o gene MRC-1 é raro. Disseram, ainda, que os pesquisadores das agências federais analisaram 44.000 bactérias salmonela e 9.000 bactérias E.Coli em amostras humanas e em carnes de supermercados sem encontrar vestígios.

Segundo Frieden, é imprescindível "fazer grandes esforços para proteger a eficácia dos antibióticos para a nossa geração e a dos nossos filhos", assim como desenvolver novas classes de antibióticos. Segundo um estudo recente publicado pela sociedade americana de medicina, até 30% dos antibióticos orais prescritos em consultas médicas nos Estados Unidos são inapropriados ou desnecessários.

Esse mal uso dos antibióticos é considerado a causa principal do desenvolvimento da resistência microbiana, que afeta a dois milhões de pessoas nos Estados Unidos e provoca 23.000 mortes por ano, segundo os CDC.

Pesquisadores do Instituto de Biotecnologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Botucatu, interior de São Paulo, isolaram bactérias que podem funcionar como agentes antidengue. Eles também desenvolveram em laboratório linhagens transgênicas do Aedes aegypti, com características diferentes do mosquito criado pela inglesa Oxitec. Desde o fim do ano passado, os estudos estão sendo expandidos para o vírus zika.

A pesquisa, desenvolvida em parceria com grupos das universidades inglesas de Keele e Imperial College London e apoio da Fapesp, busca formas de neutralizar o vírus dessas doenças no organismo do mosquito transmissor. De acordo com o pesquisador Jayme Souza-Neto, coordenador do laboratório de vetores da universidade, o estudo investiga o vírus quando chega ao intestino do mosquito, após o inseto se alimentar com o sangue infectado. "Quando o vírus consegue sair do intestino e chegar à glândulas salivares, o mosquito se torna transmissor da doença. Nosso interesse é desvendar a interação entre as defesas imunológicas do inseto e os micróbios que o colonizam e criar barreiras para impedir essa travessia", explicou.

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O estudo está identificando bactérias e genes com propriedades antidengue, ou seja, que tenham habilidade de impedir a replicação do vírus no Aedes. Os testes para o bloqueio do vírus já foram iniciados no mosquito e in vitro. "Estamos iniciando a geração de linhagens de Aedes aegypti geneticamente modificadas, em que alguns genes não funcionam. A ideia é gerar linhagens que se tornem resistentes ao vírus. Mais recentemente expandimos esses mesmos estudos para o vírus zika."

De acordo com o pesquisador, o uso de bactérias contra o Aedes pode ser feito diretamente no ambiente. "Se encontramos bactérias do próprio mosquito com propriedades antidengue, podemos produzi-las em larga escala e borrifá-las na natureza. Os mosquitos que tiverem contato com essa bactéria podem se tornar resistentes ao vírus, o que reduziria a transmissão." Também estão sendo isolados produtos bacterianos que neutralizam o vírus para suprir a lacuna de medicamentos para dengue. "Esses produtos são candidatos potenciais ao desenvolvimento de um tratamento específico para a dengue." Segundo ele, os mesmos princípios podem ser usados para controlar outras arboviroses, como a zika.

No Brasil, foi inaugurada em 2014, pela empresa britânica Oxitec, a primeira fábrica de Aedes transgênicos. Nesse caso, porém, a modificação genética não altera a capacidade do inseto de se defender da doença, mas faz com que sua prole seja inviável. De acordo com Souza-Neto, as estratégias são complementares, assim como as outras medidas para o controle do vetor, entre elas a eliminação dos criadouros. "É importante que a população não interprete as inovações científicas como a solução de todos os problemas, até porque as pesquisas exigem tempo. As estratégias devem trabalhar de maneira integrada."

A análise de bactérias encontradas no estômago de Ötzi, o homem do gelo de 5.300 anos cujo corpo mumificado foi encontrado nos Alpes em 1991, parece confirmar uma grande onda de imigração do Oriente Médio para a Europa, segundo um estudo publicado na semana passada.

Os cientistas ficaram surpresos ao descobrir, através do sequenciamento do genoma da estirpe da bactéria Helicobacter pylori, ou 'H. pylori', que tinha uma ascendência com um tipo muito antigo de bactéria da Índia, afirma o estudo publicado na revista Science. A descoberta vai contra o fato de que a maioria dos europeus modernos têm uma estirpe de H. pylori de origem norte-africana, explicam os especialistas.

Estas bactérias, que podem causar úlceras ou até mesmo câncer, estão presentes no estômago e nos intestinos dos humanos há pelo menos 100.000 anos, razão pela qual diferentes estirpes evoluíram em contato com outros grupos humanos que migraram no planeta, disseram. Atualmente, 50% da população é portadora de H. pylori, que é transmitida pelo contato físico, de modo que a sequência dos diferentes tipos de bactérias pode ser utilizada para estabelecer um mapa histórico da geografia humana.

Os europeus modernos são portadores de um H. pylori que é uma mistura de duas cepas antigas, uma da Eurásia e outra do norte da África. Uma teoria sugere que o cruzamento dessas duas linhagens ocorreu no Oriente Médio antes ou durante a última máxima glaciação, período alcançado a cerca de 20.000 anos atrás.

Mas, considerando que o H. pylori no estômago de Ötzi está relacionado apenas com a estirpe asiática, o cruzamento entre as linhagens originárias da África presentes nos europeus de hoje deve ter ocorrido mais tarde, durante as migrações do Oriente Médio nos últimos 5.000 anos.

A cepa asiática encontrada poderia ser levada pelos migrantes que inventaram a agricultura no Oriente Médio há 10.000 anos e começaram a exportá-la para a Europa há 8.000 anos - explicou em teleconferência Yoshan Moodley, da Universidade de Venda, na África do Sul, um dos autores estudo.

Ötzi, uma múmia excepcionalmente bem preservada, foi descoberta a 3210 metros de altitude nos Alpes por dois caminhantes alemães. Estudos de seu genoma determinaram que tinha entre 40 e 50 anos e morreu assassinada por uma flecha nas costas, que passou por uma artéria.

Uma equipe de bactérias avança sobre solo chileno extraindo o cobre de menor lei das rochas. Esta nova geração de 'mineradores' ganha terreno e promete soluções mais baratas e amigáveis no Chile, país líder na produção mundial de cobre.

Ainda engatinhando, a biolixiviação - como é chamado o uso de bactérias na extração de cobre - é apresentada como uma opção mais sustentável e mais barato para uma indústria atingida hoje por uma queda acentuada no preço do metal, cotado hoje no preço mais baixo dos últimos seis anos.

A empresa BioSigma, criada em 2002 pela estatal chilena Codelco - principal produtora de cobre do mundo - e a JX Nippon Mining e Metals Corp, conseguiram superar um longo processo de validação há seis meses para iniciar as operações comerciais em uma mina no norte do Chile.

"O gigantismo da mineração está acabando, a biotecnologia poderia ser o futuro e com a biolixiviação estamos falando em otimizar os processos naturais, com menor impacto ambiental e maior eficiência", disse à AFP Pilar Parada, CEO da BioSigma.

Com bactérias nativas ao longo do Chile, em mais de uma década de pesquisas conseguiu-se obter cerca de 70 patentes em todo o mundo e outras 120 estão em processo de validação.

Um trabalho único que aponta para identificar "um 'dream team' de bactérias específicas que tratam melhor o mineral, separando o ferro e o enxofre do cobre" e que se libera com a solução em piscinas para depois ser tratado com solventes até formar uma placa de metal, que é a exportada, explicou Parada.

"Aceleramos o processo natural, o que leva anos na natureza nós fazemos em meses e demonstramos que esta tecnologia é muito eficaz, cerca de 30% a 50% mais eficiente do que tecnologias convencionais", agregou.

A tecnologia só é viável quando a concentração do metal na rocha é baixa - entre 0,45 e 2%. Quando é maior do que isso, são utilizadas as técnicas tradicionais de extração.

Só na Codelco, responsável por 11% da produção mundial de cobre, "existem mais de 1,7 bilhões de toneladas de mineral disponível em sulfeto de baixo grau (ou concentração), que potencialmente poderiam significar dois milhões de toneladas de cobre adicionais que hoje não estão em nenhum plano de produção", afirma Parada.

Sustentável e de baixo custo

Diferentemente das tecnologias tradicionais, com a biolixiviação são utilizadas seis vezes menos água e três vezes menos energia.

Nos próximos anos, esta tecnologia pode render entre 50.000 a 60.000 toneladas de cobre fino adicionais.

Mais cuidadoso, Jaime Rivera, gerente de negócios e inovação da Codelco, afirma que a tecnologia mostrou ser exitosa embora "não tenha gerado uma chance real de competir com as outras tecnologias massivas".

Mas "se continuarmos melhorando, no futuro poderemos explorar mais depósitos minerais de baixo grau" e lidar com desafios-chave na mineração moderna como a sustentabilidade, em especial o tratamento e cuidado da água, afirmou em entrevista à AFP.

"Ao ser amigável com o meio ambiente, deve haver uma probabilidade maior de realizar a atividade mineradora perto de zonas populadas", agregou.

Uma luz de esperança numa indústria que enfrenta a cada ano novos desafios para manter a produtividade, com rochas de menor concentração e com maior quantidade de impurezas, ao que se soma um aumento nas regulamentações ambientais.

Crise e oportunidade

Apesar de um cenário global adverso, a Codelco garante que não está em seus planos desistir da missão de inovar para apoiar a sua produção, que hoje chega a 1,6 milhão de toneladas por ano.

Com a biolixiviação "temos mais vantagens nestes tempos de crise, já que o investimento e os custos (do projeto) já foram realizados no passado com períodos de altos preços de cobre", garante o executivo.

"Agora temos a tecnologia e sua aplicação é de baixo custo e assim a atual crise do preço do cobre não nos gera um problema", ponderou Rivera, em referência ao golpe representado pela desaceleração da economia chinesa.

Sem descuidar da inovação, a Codelco vem realizando nos últimos meses um plano de poupança, o que resultou na redução de cargos executivos e na revisão para baixo seu plano de investimentos para os próximos cinco anos.

Na mesma linha, o plano visa aumentar a produtividade da empresa em 18% ao longo dos próximos quatro anos.

Um gene que torna algumas bactérias resistentes a uma família de antibióticos conhecidos como "de último recurso" foi descoberto em pacientes e em animais na China - de acordo com pesquisadores que pedem que se restrinja o uso desses remédios na Medicina Veterinária.

"Nossos resultados são extremamente preocupantes", disse o professor Liu Jian-Hua, da Universidade agrícola de Cantão, principal autor do estudo publicado nesta quinta-feira na revista "The Lancet Infectious Diseases".

O novo fenômeno de resistência diz respeito às polimixinas (colistina e polimixina B), antibióticos usados em último caso para superar as bactérias gram - (como Enterobacter, E. coli, Klebsellia pneumoniae), especialmente em pessoas com fibrose cística, ou em reanimação. Na China, a colistina é largamente usada na Medicina Veterinária.

Foi em exames de rotina realizados em porcos destinados à alimentação que Liu e seus colegas encontraram uma cepa de E. coli resistente à colistina e capaz de se propagar para outras cepas bacterianas. Também encontraram bactérias resistentes a esse antibiótico em cerca de 1.300 pacientes hospitalizados em duas províncias do sul da China - Guangdong e Zhejiang.

Os pesquisadores descobriram que a bactéria E. coli encontrada nos porcos continha um novo gene, o "mcr-1", que pode se replicar e se transferir para outra bactéria facilmente, em especial para a Klebsiella pneumoniae, responsável por infecções respiratórias.

"É provável que a resistência à colistina provocada pelo gene mcr-1 tenha acontecido primeiro em animais, antes de se estender aos humanos", explica o professor Shen Jianzhong, um dos coautores do estudo. A China é um dos maiores produtores e usuários de colistina, sobretudo, em Medicina Veterinária.

Embora a resistência à colistina se limite à China, por enquanto, ela pode alcançar escala mundial, advertem os autores da investigação. Os pesquisadores exigem uma "reavaliação rápida" do uso desse tipo de antibióticos.

Bactérias do intestino de uma pessoa e da colônia de micróbios que vivem no corpo e na pele podem servir como um identificador único, como a impressão digital - informaram pesquisadores nesta segunda-feira.

O estudo liderado pela Universidade de Harvard é o primeiro a investigar como as pessoas são identificáveis ​​com base em suas bactérias, que podem variar substancialmente de acordo com idade, dieta, localização geográfica de uma pessoa e saúde geral.

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"Vincular uma amostra de DNA humano a um banco de dados de 'impressões digitais' de DNA humano é a base para a genética forense, que agora já é um campo consolidado", disse Eric Franzosa, principal autor do estudo, pesquisador do departamento de bioestatística de Harvard.

"Nós mostramos que o mesmo tipo de ligação é possível utilizando sequências de DNA a partir de micróbios e bactérias que habitam o corpo humano - sem que seja necessário DNA humano".

Os cientistas descobriram que as amostras de fezes foram particularmente confiáveis. Até 86% das pessoas poderiam ser identificados por suas bactérias do intestino após um ano.

As amostras de pele foram menos confiáveis. Cerca de um terço das amostras poderiam ser combinadas a uma pessoa depois de um ano, disse o estudo, publicado na revista Proceedings, da Academia Norte-Americana de Ciências.

Mas mesmo que as amostras não possam ser correspondidas, houve muitos poucos falsos positivos. Na maioria dos casos, ou houve compatibilidade ou não houve, mas raramente foi identificada a pessoa errada.

O estudo foi baseado numa amostragem de 120 pessoas, entre 242 que doaram amostras de fezes, saliva e pele para o Projeto Microbioma Humano - que mantém um banco de dados público para pesquisadores.

Um algoritmo de ciência da computação foi utilizado para estabelecer códigos individuais com base nos microbiomas (fauna microbiana e bacteriana do corpo humano, ndlr) dos doadores.

Estes códigos foram comparados com amostras das mesmas pessoas recolhidas durante as visitas de acompanhamento, bem como a um conjunto de estranhos.

Os pesquisadores disseram que o estudo mostra que é possível combinar amostras de microbioma humano através de bancos de dados.

Mas eles também levantaram a questão da ética, alertando que a prática poderia expor informações pessoais sensíveis, tais como a presença de uma infecção sexualmente transmissível, o que pode ser detectado a partir do microbioma sem o próprio DNA do indivíduo ou consentimento.

"Embora o potencial para quaisquer preocupações de privacidade de dados de DNA puramente microbiana seja muito baixa, é importante que os investigadores saibam que tais questões são teoricamente possíveis", afirmou Curtis Huttenhower, professor associado de biologia computacional e bioinformática em Harvard.

Bactérias perigosas, do tipo que causam vômitos e graves infecções, podem sobreviver em um avião por até uma semana, afirmaram cientistas nesta terça-feira (20). Pesquisadores da Universidade de Auburn testaram a viabilidade da "Staphylococcus aureus" resistente à meticilina (SARM) e da "E. coli O157:H7" em uma aeronave.

Essas bactérias se instalaram em apoios para braços, bolsos de assentos, entre outras superfícies, acrescentou a pesquisa, apresentada no encontro anual da Sociedade Americana de Microbiologia. Para o estudo, os cientistas aplicaram os patógenos nas superfícies mencionadas, além de bandejas plásticas, botões metálicos no banheiro, cortinas de plásticos das janelas e partes em couro, fornecidos por uma companhia aérea importante.

Em seguida, expuseram as superfícies a "condições típicas de um avião" e descobriram que a SARM foi a mais duradoura, vivendo no total 168 horas, ou seja, sete dias, no bolso de um assento. A bactéria "E. coli" viveu 96 horas, isto é, quatro dias, em um apoio para braço.

"Nossa análise evidencia que as duas bactérias podem sobreviver durante dias nas superfícies estudadas, independentemente dos fluidos corporais presentes", disse o diretor da pesquisa, Kiril Vaglenov. Isto significa que "apresentam um risco de transmissão através do contato com a pele", acrescentou Vaglenov. Os cientistas também estão realizando experiências com outras bactérias, como as que causam tuberculose, assim como métodos de limpeza que permitiriam combatê-las.

Nova-iorquinos e turistas que quiserem dar um mergulho no Hudson para se refrescar durante a atual onda de calor terão de esperar, diante do surgimento de bactérias resistentes a antibióticos no rio, informaram as autoridades nesta quinta-feira.

Pesquisadores da Universidade de Columbia destacaram a presença dessas bactérias no rio Hudson, que desemboca no lado oeste de Manhattan.

A descarga de águas residuais sem tratamento e diretamente no rio é a mais provável causa da presença desses organismos. Por isso, nadar no Hudson nunca foi tão perigoso.

"Se bactérias resistentes aos antibióticos são encontradas em um ecossistema, é difícil saber de onde vêm, mas, no Hudson, realmente acho que vêm das águas residuais sem tratamento", afirmou Andrew Juhl, microbiólogo da Universidade de Columbia.

Os ambientalistas dizem que há descargas regulares de águas residuais (água depois de utilizada, já poluída) no Hudson, principalmente quando chove muito. Nesses momentos, as estações de tratamento não dão vazão para tratar de toda a água suja.

As autoridades municipais estão tentando melhorar a situação com a instalação de revestimentos para permitir que a água seja filtrada no solo e com a plantação de vegetação nos telhados dos prédios para reduzir o escoamento.

A propagação de bactérias resistentes aos antibióticos foi causada, particularmente, pelo uso excessivo desses medicamentos para infecções menores. Nos Estados Unidos, 100 mil pessoas morrem todos os anos vítimas de infecções resistentes a antibióticos por contágio nos hospitais.

Nos últimos dias, uma onda de calor castiga o nordeste do país. Em Nova York, a temperatura passa de 35°C.

O simples ato de lavar as mãos pode prevenir 80% de doenças ocasionadas por vírus, fungos e bactérias. Com a chegada inverno vêm também os espirros, coriza e tosse que normalmente são desencadeados por gripes, resfriados e alergias. 

As mãos costumam ser o principal veículo de contágio, pois está diretamente em contato com objetos e lugares que podem estar contaminados. “Lavar as mãos com sabonete comum (sem ser bactericida) previne 80% das doenças transmissíveis pelo contato entre mãos, superfícies e outras pessoas. Já o antisséptico à base de álcool é mais eficaz porque consegue eliminar 99,99% dos germes mais comuns presentes nas mãos, podendo ser bactérias, fungos e vírus”, afirmou a doutora em saúde pública pela USP e especialista em saúde da pele, pesquisadora da GOJO, Luciana Barbosa, explica como se prevenir e manter a saúde em dia.

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Não é possível afirmar a quantidade de vezes ideal para lavar as mãos, de acordo com a pesquisadora. Para crianças, o indicado é lavar as mãos assim que terminar de brincar em ambientes externos com areia, terra, antes de se alimentar, sempre que chegar da rua e antes e depois de ir ao banheiro. 

Segundo a pesquisadora, em 2002 o Centro de Controle de Doenças dos EUA recomendou a substituição da lavagem das mãos com água e sabão pela utilização do álcool em gel, espuma ou líquido, pois é mais eficaz, mais barato, resseca menos a pele e ainda gasta menos tempo. Ela apenas atenta para o fato de que para garantir a pele saudável, o álcool em gel deve ter o álcool etílico a 70% e componentes que atuem na hidratação da pele, caso contrário pode prejudicar a oleosidade natural e desencadear problemas como ressecamento, irritações, coceiras, rachaduras e em alguns casos extremos até dermatites e outras doenças de pele.

Pesquisadores americanos anunciaram nesta segunda-feira a descoberta de bactérias que vivem em um lago salgado da Antártica sem luz ou oxigênio, um ambiente extremo que pode existir em outras partes do nosso sistema solar.

Este lago, chamado Vida, tem concentrações muito elevadas de amoníaco, nitrogênio, hidrogênio, enxofre e óxido nitroso, mas também abriga microorganismos sob 20 metros de gelo, taxa de salinidade superior a 20% e temperatura inferior a 13 graus centígrados.

"A descoberta deste ecossistema nos dá pistas não apenas sobre outros ambientes gelados e isolados da Terra, mas também sobre um modelo de vida em outros planetas cobertos de gelo que podem abrigar depósitos de sal e oceanos, como 'Europa', uma das luas de Júpiter", disse Nathaniel Ostrom, da Univerisdade de Michigan e coautor do trabalho publicado nos Anais da Academia Americana de Ciências (Pnas).

As altas concentrações de hidrogênio e óxido de nitrogênio em forma gasosa provavelmente proporcionam a fonte de energia química para a existência deste ecossistema isolado, estimam os cientistas. Estes gases se formam a partir de reações químicas da água muito salgada com rochas ricas em ferro.

"Não conhecíamos até agora quase nada sobre estes processos geoquímicos e da vida microbiana nestes ambientes gelados, especialmente em temperaturas abaixo de zero", disse Alison Murray, do Instituto de Pesquisas do Deserto da Universidade de Nevada.

Apesar das temperaturas baixas, da ausência de luz e da forte salinidade, este ambiente abriga uma fauna abundante de bactérias capazes de sobreviver sem a energia solar.

Estudos prévios no lago Vida revelam que estes ecossistemas bacterianos estiveram isolados de qualquer influência externa durante quase 3 mil anos, ao contrário de outros ecossistemas extremos que vivem sem luz próximos a fontes hidrotermais no fundo dos oceanos.

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