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No mesmo dia em que o governo enfrentava protestos nas ruas de Beirute, uma explosão deixou dezenas de mortos e milhares de feridos na capital, agravando ainda mais a tensão em um país que vive dura recessão econômica desde o ano passado. Com a inflação corroendo os salários, a desvalorização da libra libanesa (moeda local) e a pandemia de Covid-19 agravando a pobreza, a estimativa é que o PIB caia 12% este ano.

Na avaliação do cientista político Hussein Kalout, pesquisador da Universidade Harvard, a explosão agrava a tensão política, porque ocorre em um momento de questionamento das lideranças e às vésperas do veredicto do assassinato do ex-premiê Rafic Hariri. A seguir, trechos da entrevista.

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Após a explosão, surgiu a desconfiança de que pudesse ser um atentado dado o histórico de violência do país. Por que essa conexão?

O Líbano tem uma história trágica. Diversas autoridades importantes foram assassinadas nas últimas décadas, com violência, bombas, explosivos. Já houve atentados contra ex-presidentes, primeiros-ministros, lideranças do Exército. Então, toda vez que ocorre uma explosão de grande magnitude, a tendência é inferir que é um atentado contra alguém importante ou que está relacionado a algum objetivo.

A explosão ocorreu nas vésperas do veredicto do ex-primeiro-ministro Rafic Hariri, ele mesmo assassinado em um atentado. Há alguma relação?

Acredito que não há nexo causal de uma coisa com a outra. A decisão do tribunal se arrasta há quase uma década e todo mundo sabe qual vai ser. Estranho seria se quem foi acusado durante dez anos for inocentado. Tudo indica que foi acidental o motivo da explosão.

O Líbano viveu um dia de protestos em Beirute. Qual o contexto desses atos contra o governo?

O país está quebrado economicamente. Declarou falência e não tem como pagar as dívidas com as instituições financeiras internacionais. Isso também é parte das restrições econômico-financeiras impostas ao país, que aprofundaram a crise, elevando ainda mais a taxa de desemprego, que já era alta. Há impacto nas cadeias de suprimento, o Líbano é um país que importa praticamente tudo, tem poucos recursos. Então, são muitas as limitações. O novo governo tenta fazer um ajuste econômico, mas por mais que seja feito, implica em reforma do Estado, reforma tributária, corte de salários. Isso não é suficiente se o bloqueio econômico e o estrangulamento financeiro seguirem em curso.

Que consequências imediatas essa explosão pode trazer?

O local do acidente, o porto de Beirute, é um ponto importante. É de onde muitos produtos que entram e saem do país são escoados. Em uma situação em que o Líbano está imerso em uma gravíssima crise, ter um porto daquela importância inoperante tende a agravar os contornos da crise e elevar a tensão política.

Há perspectiva de mudança no curto e médio prazos?

O governo tem muito pouco tempo (começou em janeiro). Não dá para tirar um país imerso endemicamente na corrupção assim. A classe política esteve envolvida nos mais variados crimes de caráter financeiro. Não tem como solucionar todo esse funcionamento da dinâmica institucional que está carcomido pela corrupção. É muito difícil em um governo de pouco tempo encontrar soluções. E é preciso lembrar que boa parte dos políticos permanece em posições de força no poder.

Como estão as investigações contra os políticos acusados de corrupção?

O Judiciário do Líbano não é independente, não há uma efetiva separação dos poderes. O Poder Judiciário obedece à dinâmica de ser fracionado em grupos partidários vinculados a determinadas lideranças. Ele não prima pela transparência. Não há um caso de corrupção em qualquer tribunal em qualquer instância que esteja investigando e operando para condenar quem ao longo de décadas destruiu a economia por meio do desvio de recursos públicos.

Que peso você atribui às manifestações ocorridas nesta semana contra o governo. Elas podem provocar mudanças?

Não consigo enxergar no momento mudanças efetivas como resultado dessas manifestações. Primeiro, as demandas são as mais variadas. Alguns querem mudança no formato do processo eleitoral, outros querem a exclusão da classe política inteira, o seu banimento nas próximas eleições. É difícil harmonizar esses pedidos e anular as forças políticas existentes, pois elas têm uma base popular importante, uma representatividade e um reconhecimento. Como efetuar reformas sem elas? Antes da covid-19, a cidade viveu manifestações durante quase um mês e, mesmo assim, isso não alterou o sistema político. Cortaram um privilégio aqui e outro ali, mas não é isso que vai restaurar a economia do país.

No início também se falou que essa explosão pudesse estar ligada ao Hezbollah, que negou. Qual o peso desse grupo hoje na política libanesa?

É uma força política como todas as outras, tem uma expressividade grande dentro do país e não tem como tangenciar. Toda vez que você tenta excluir um grupo representativo, imobiliza o sistema político. O próprio governo hoje tenta alterar, fazer mudanças efetivas em vários sentidos e não consegue. Há forças políticas, algumas que não estão no governo, que não querem transformações. A chave é achar um ponto de equilíbrio para trazer todas as frentes a um ponto comum.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que a explosão ocorrida na região portuária de Beirute, capital do Líbano, na tarde desta terça-feira (4), parece ter sido um "ataque". Na coletiva de imprensa diária sobre a pandemia de Covid-19, o republicano disse ter conversado com generais dos EUA que não acreditam que a tragédia tenha sido causada acidentalmente. "Eles parecem pensar que foi um ataque. Foi algum tipo de bomba", declarou Trump.

O líder da Casa Branca prestou condolências às vítimas e disse que os EUA estão prontos para ajudar o Líbano. A explosão destruiu grande parte de um porto e danificou edifícios em toda a capital libanesa. Pelo menos 70 pessoas morreram e mais de 3 mil ficaram feridas, de acordo com as autoridades locais.

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O presidente Jair Bolsonaro usou sua conta no Twitter para manifestar solidariedade às famílias dos mortos e aos feridos em explosão ocorrida nesta terça-feira, 4, na região portuária de Beirute, capital do Líbano. Ele disse estar "profundamente triste" com as cenas da devastação provocada.

"O Brasil abriga a maior comunidade de libaneses do mundo e, deste modo, sentimos essa tragédia como se fosse em nosso território", escreveu o presidente.

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Em uma das entradas do porto de Beirute, uma jovem corre gritando o nome do irmão. Ele se chama Jad e tem olhos verdes, descreve, abalada. As forças de segurança não a deixam passar.

A poucos metros dali, outra mulher busca desesperadamente pelo irmão, após as explosões no porto da capital libanesa, que deixaram mais de 70 mortos e 3 mil feridos, provocaram uma destruição sem precedentes na cidade e traumatizaram seus moradores.

Por mais de três horas, o som das ambulâncias não para. Elas entram na zona acidentada e saem transportando vítimas. No epicentro da explosão, o cenário é apocalíptico: os contêineres lembram latas de conserva retorcidas e seu conteúdo espalhou-se pelo chão. As chamas e nuvens de fumaça negra tomam conta do céu. Helicópteros do Exército tentam, em vão, apagá-las com água do mar.

O fogo devora um barco atracado em frente ao porto. No cais, seguranças temem que os tanques de combustível explodam. Três horas depois da catástrofe, um corpo está caído no chão. Ao seu lado, há uma maleta intacta.

O chão está repleto de maletas, óculos, sapatos, pastas e documentos de escritórios próximos atingidos pelo impacto das explosões. A dezenas de metros dali, são vistas fileiras de carros importados destruídos, com faróis piscando e alarmes acompanhando o barulho das ambulâncias.

- Corpos despedaçados -

Alguns bombeiros, perplexos, procuram colegas que tentavam apagar um incêndio ocorrido antes das explosões, segundo um deles. Socorristas, auxiliados por agentes de segurança, buscam sobreviventes ou corpos entre os escombros. Um deles grita para os jornalistas: "O que estão filmando? Há corpos despedaçados por todos os lados!"

Perto dali, seguranças removem o corpo de um colega. Um deles chora. Outro, pega o telefone para mostrar uma foto da vítima: "Aqui está ele, no dia do seu casamento."

Entre os feridos, há membros sírios e egípcios da tripulação de embarcações que chegaram hoje ao porto, entre elas uma da Ucrânia, que transporta trigo para a Síria. "Há seis meses, esperamos o momento do nosso retorno à Síria. Somos 13 jovens. Sete de nós ficaram feridos", conta um dos tripulantes. Outro cita uma rachadura no casco do navio. "Ele está está afundando, com a explosão houve feridos graves a bordo."

Em todos os bairros da capital, inclusive no subúrbio, correspondentes da AFP observaram estragos causados pelas explosões, que sacudiram a cidade e causaram pânico.

Nos edifícios, moradores inspecionam os danos. Janelas se quebraram, assim como vitrines de lojas, espalhando um tapete de estilhaços por seus arredores. Hospitais da cidade estão sobrecarregados com o atendimento aos feridos.

Duas fortes explosões sucessivas, nesta terça-feira, 4, na região portuária da capital do Líbano, Beirute, deixou ao menos 73 mortos e 3,7 mil feridos, semeando o pânico e provocando uma imensa coluna de fumaça. Segundo fonte do Ministério da Saúde, o balanço é provisório e pode subir ainda mais, uma vez que os hospitais da capital estão saturados pelo fluxo de feridos.

As explosões, que ocorreram na área portuária e cuja origem ainda não foi determinada, foram ouvidas em vários bairros da cidade e fora dela. No Chipre, uma ilha mediterrânea situada a 180 quilômetros a noroeste de Beirute, os moradores relataram ter ouvido as duas grandes explosões em rápida sucessão. Um morador da capital, Nicósia, disse que sua casa tremia, sacudindo persianas.

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O presidente do Líbano, Michel Aoun, convocou uma reunião de emergência do Conselho de Defesa Supremo, de acordo com uma postagem do Twitter oficial da presidência. O primeiro-ministro, Hassan Diab, decretou luto nacional para a quarta-feira. "Uma grande catástrofe atingiu o Líbano hoje", declarou Diab.

Em um duro pronunciamento na TV, Diab disse que aqueles responsáveis pelas explosões "vão pagar o preço". "Eu prometo a vocês que essa catástrofe não ficará sem que seus responsáveis sejam punidos. Eles pagarão o preço", disse Diab.

Segundo a agência de notícias estatal, a fonte da explosão foi um incêndio em um armazém com produtos inflamáveis confiscados nas proximidades do porto, mas as causas não foram ainda esclarecidas. Os primeiros relatos são de que se trata de material como nitrato de amônio.

"Os fatos sobre este armazém perigoso que existe desde 2014 serão anunciados e eu não irei antecipar as investigações", disse o primeiro-ministro.

Hospitais da cidade ficaram lotados e chegaram a recusar feridos por falta de capacidade para atendimento. A Cruz Vermelha libanesa afirmou que qualquer ambulância disponível no norte ou sul do país e em Bekaa seria enviada para Beirute.

Nas redes sociais, moradores relatam que janelas de edifícios e vitrines de lojas estilhaçaram. Conversando com repórteres, o chefe de segurança interna do Líbano, Abbas Ibrahim, se recusou a especular sobre a causa da explosão dizendo "não podemos antecipar as investigações".

Nas proximidades do distrito portuário, os danos e a destruição são enormes. Muitos residentes feridos andavam nas ruas em direção a hospitais e carros foram abandonados nas ruas com os airbags inflados. A mídia local transmitiu imagens de pessoas presas em escombros, algumas cobertas de sangue.

A Casa Branca informou estar acompanhando com muita atenção o desenvolvimento dos fatos ligados à explosão em Beirute. O presidente Donald Trump foi informado e segue de perto os acontecimentos.

Israel e Irã oferecem ajuda

O Irã informou estar pronto para ajudar o Líbano de qualquer maneira necessária, segundo tuíte do ministro das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif. "Nossos pensamentos e orações estão com o grande e resiliente povo do Líbano. Como sempre, o Irã está totalmente preparado para prestar assistência de qualquer maneira necessária. Mantenha-se forte, Líbano", Zarif tuitou.

O ministro da Defesa de Israel, Benny Gantz, também ofereceu ajuda e assistência humanitária logo em seguida. "Israel abordou o Líbano pelos canais diplomáticos e de segurança internacional e ofereceu assistência médica e humanitária ao governo libanês", informou Gant, em um comunicado conjunto com o ministro das Relações Exteriores, Gabi Ashkenazi.

Há uma semana, após meses de relativa calma, Israel disse que frustrou um ataque "terrorista" e abriu fogo contra homens que cruzaram a "Linha Azul" entre o Líbano e Israel.

O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, atribuiu a infiltração ao Hezbollah, um movimento armado pró-iraniano muito influente no sul do Líbano e que o Estado judeu considera como seu inimigo. Acusado de "brincar com fogo", o Hezbollah negou qualquer envolvimento.

Crise sem precedentes

O Líbano atravessa sua pior crise econômica em décadas, marcada por depreciação monetária sem precedentes, hiperinflação, demissões em massa e restrições bancárias drásticas, que alimentam há vários meses o descontentamento social.

Na sexta-feira, o Tribunal Especial do Líbano (STL), com sede na Holanda, deve emitir seu veredicto no julgamento de quatro homens, todos suspeitos de serem membros do Hezbollah, acusados de participar do assassinato do ex-primeiro-ministro Rafiq Hariri.

Em 14 de fevereiro de 2005, um atentado com uma caminhonete carregada de explosivos atingiu o comboio de Hariri, matando-o com outras 21 pessoas e ferindo mais de 200. A explosão causou chamas de vários metros de altura, quebrando as janelas dos prédios em um raio de meio quilômetro. (Com agências internacionais)

Nesta terça-feira (4), vídeos de uma explosão em Beirute, no Líbano, chocou diversos internautas. O acidente no armazém, que guardava nitrato de amônio, acabou provocando a morte de mais de 70 pessoas e deixando quase 3 mil feridos. O assunto repercutiu bastante, inclusive no Brasil. O apresentador Luciano Huck foi um dos famosos que falaram sobre o assunto.

Ele lamentou as mortes ocasionadas pela explosão. "Muito triste. Meus sentimentos às famílias de luto pelas mortes em Beirute causadas por essa explosão chocante. Tenho amigas e amigos de origem libanesa no Brasil e libaneses em Beirute. Hoje há mais descendentes aqui do que libaneses vivendo lá. Por isso, o Líbano também é aqui", escreveu.

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Apesar de ter demonstrado solidariedade com o caso, Luciano Huck foi criticado pelos usuários do Twitter. Algumas pessoas chegaram a dizer que o marido de Angélica estava aproveitando a situação para se promover. "Embusteiro querendo aparecer até na desgraça alheia", detonou um dos seguidores. "Já chegou o Zé desgraça", disparou outro.

Veja:

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Duas violentas explosões registradas no porto de Beirute nesta terça-feira (4) deixaram 27 mortos e 2.500 feridos, segundo estimativas preliminares anunciadas pelo ministro da Saúde, Hamad Hassan.

"É uma catástrofe em todos os sentidos do termo", lamentou Hassan, em declarações a várias emissoras de televisão após visitar um hospital na capital libanesa.

"Os hospitais da capital estão todos cheios de feridos", acrescentou, pedindo que as outras vítimas sejam levadas para estabelecimentos nos arredores da cidade.

Antes, o diretor da Segurança Geral, Abbas Ibrahim, havia dito que as explosões poderiam ter sido causadas por "materiais altamente explosivos confiscados há anos", mas acrescentou que uma investigação determinará a "natureza exata do incidente".

No entanto, os responsáveis terão que "prestar contas", disse o primeiro-ministro libanês, Hassan Diab, que pediu ajuda aos "países amigos" do Líbano.

"Faço um apelo urgente a todos os países amigos e irmãos que amam o Líbano que se coloquem do nosso lado e nos ajudem a curar nossas feridas profundas", acrescentou.

Vídeos transmitidos nas redes sociais mostraram uma primeira explosão seguida por outra que causou uma gigantesca nuvem de fumaça.

As deflagrações sacudiram os edifícios vizinhos e fizeram com que vidros se quebrassem a vários quilômetros de distância.

O presidente Michel Aoun convocou uma "reunião urgente" do Conselho Superior de Defesa e o primeiro-ministro decretou um dia de luto nacional para a quarta-feira.

"É uma catástrofe. Existem corpos no chão. Ambulâncias estão pegando os corpos", disse à AFP um soldado próximo ao porto.

A imprensa local divulgou imagens de pessoas presas nos escombros, algumas cobertas de sangue.

"Pareceu um terremoto e, em seguida, uma grande deflagração e os vidros quebraram", contou à AFP uma libanesa no centro de Beirute.

Um navio atracado no porto estava em chamas, constataram jornalistas da AFP. Um oficial pediu a jornalistas que se afastassem do setor, temendo a explosão do combustível do navio.

- "Arremessados" -

O setor portuário foi isolado pelas forças de segurança, que só permitem a passagem da Defesa Civil, de ambulâncias e dos bombeiros, constataram jornalistas da AFP na entrada do porto.

Nos arredores, há muitos danos e destruição.

Duas horas após a explosão, chamas ainda podiam ser vistas na área. Um helicóptero carregava água do mar para apagar os incêndios.

"Vimos um pouco de fumaça e depois uma explosão. E então um cogumelo (de fumaça). A força das explosões nos arremessou para dentro do apartamento", diz um morador do bairro Manssouriyeh, que viu a explosão de sua varanda, a vários quilômetros do porto.

Após as explosões, muitos moradores, alguns deles feridos, andavam pelas ruas em direção aos hospitais.

Em frente ao centro médico de Clémenceau, dezenas de feridos, incluindo crianças cobertas de sangue, aguardavam atendimento, constatou um jornalista da AFP.

Quase todas as vitrines das lojas dos bairros Hamra, Badaro e Hazmieh estouraram, assim como os vidros dos carros. Nas ruas havia veículos abandonados com airbags acionados.

Segundo testemunhas, as deflagrações foram ouvidas até mesmo na cidade costeira de Larnaca, no Chipre, a mais de 200 km da costa libanesa.

Em 14 de fevereiro de 2005, um atentado realizado com uma van cheia de explosivos foi perpetrado contra o comboio do então primeiro-ministro Rafic Hariri, matando 21 pessoas e deixando mais de 200 feridos.

A deflagração provocou chamas com vários metros de altura e quebrou as janelas de prédios localizados em um raio de meio quilômetro.

Na sexta-feira, o Tribunal Especial do Líbano (TSL), com sede na Holanda, planeja anunciar o veredicto após o julgamento de quatro homens, todos suspeitos de serem membros do poderoso movimento libanês Hezbollah, acusado de ter participado do assassinato de Rafic Hariri.

O Líbano passa pela pior crise econômica em décadas, marcada por uma depreciação cambial sem precedentes, hiperinflação e demissões em massa que alimentam a agitação social há vários meses.

A forte explosão que ocorreu na região portuária da capital do Líbano, Beirute, na tarde desta terça-feira, 4, deixou pelo menos 10 mortos e centenas de feridos. Segundo a agência de notícias estatal, a fonte da explosão foi um incêndio em um armazém com produtos inflamáveis confiscados nas proximidades do porto, mas as causas não foram esclarecidas.

O ministério da Saúde informou que centenas de pessoas ficaram feridas após a explosão. Um hospital da região estava lotado e mandando feridos embora por falta de capacidade para atendimento.

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A Cruz Vermelha libanesa afirmou que qualquer ambulância disponível no norte ou sul do país e em Bekaa seria enviada para Beirute. Nas redes sociais, moradores relatam que janelas de edifícios e vitrines de lojas estilhaçaram.

Conversando com repórteres, o chefe de segurança interna do Líbano, Abbas Ibrahim, se recusou a especular sobre a causa da explosão dizendo "não podemos antecipar as investigações".

Nas proximidades do distrito portuário, os danos e a destruição são enormes. Muitos residentes feridos andavam nas ruas em direção a hospitais e carros foram abandonados nas ruas com os airbags inflados. A mídia local transmitiu imagens de pessoas presas em escombros, algumas cobertas de sangue.

O Líbano atravessa sua pior crise econômica em décadas, marcada por depreciação monetária sem precedentes, hiperinflação, demissões em massa e restrições bancárias drásticas, que alimentam há vários meses o descontentamento social.

A Casa Branca informou estar acompanhando com muita atenção o desenvolvimento dos fatos ligados à explosão em Beirute. O presidente Donald Trump foi informado e segue de perto os acontecimentos.

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Duas fortes explosões sacudiram, nesta terça-feira (4), a região portuária da capital libanesa, Beirute, fazendo dezenas de feridos, segundo uma fonte da segurança e correspondentes da AFP no local.

As explosões, que ocorreram na área portuária e cuja origem ainda não foi determinada, foram ouvidas em vários bairros da cidade. Janelas de muitos prédios e vitrines de lojas quebraram nos arredores. Nuvens de fumaça laranja podiam ser vistas no céu da capital.

A área portuária foi isolada pelas forças de segurança, que só permitem a passagem de agentes da defesa civil, o balé de ambulâncias com suas sirenes e caminhões de bombeiros. Os jornalistas foram proibidos de acessar a zona, segundo um correspondente da AFP.

Nas proximidades do distrito portuário, os danos e a destruição são enormes. A mídia local transmitiu imagens de pessoas presas em escombros, algumas cobertas de sangue.

Segundo informações preliminares da imprensa local, as explosões resultaram de um incidente no porto de Beirute. Mas as circunstâncias e os detalhes do incidente permanecem desconhecidos.

"Os prédios estão tremendo", tuitou um morador da cidade, dizendo que "todas as janelas do (seu) apartamento explodiram". Segundo um outro, a explosão foi ouvida por quilômetros.

De acordo com os correspondentes da AFP, muitos residentes feridos andam nas ruas em direção a hospitais. No bairro de Achrafieh, os feridos correm para o Hôtel Dieu.

Em frente ao centro médico de Clémenceau, dezenas de feridos, incluindo crianças, às vezes cobertas de sangue, esperavam para serem admitidos, segundo um correspondente da AFP.

Quase todas as vitrines das lojas dos bairros de Hamra, Badaro e Hazmieh estavam quebradas, assim como os vidros dos carros. Carros foram abandonados nas ruas com os airbags inflados.

O Líbano atravessa sua pior crise econômica em décadas, marcada por depreciação monetária sem precedentes, hiperinflação, demissões em massa e restrições bancárias drásticas, que alimentam há vários meses o descontentamento social.

Há uma semana, após meses de relativa calma, Israel disse que frustrou um ataque "terrorista" e abriu fogo contra homens que cruzaram a "Linha Azul" entre o Líbano e Israel.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, atribuiu a infiltração ao Hezbollah, um movimento armado pró-iraniano muito influente no sul do Líbano e que o Estado judeu considera como seu inimigo.

Acusado de "brincar com fogo", o Hezbollah negou qualquer envolvimento.

Uma forte explosão foi registrada nesta terça-feira (4) próximo ao porto da cidade de Beirute, capital do Líbano. Segundo relatos iniciais, a explosão não é um ato terrorista.

Duas fontes da área de segurança ouvidas pela agência Reuters disseram que a explosão ocorreu em uma área do porto usada para depósito. Segundo a publicação, há registro de feridos.

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Segundo uma reportagem publicada pela CNN, a explosão teve como fonte um grande incêndio em um armazém de fogos de artifício e atingiu diversos prédios, incluindo o prédio onde o ex-primeiro-ministro Saad Hariri vive.

Diversos vídeos e fotos que foram colocados nas redes sociais mostram uma grande nuvem de fumaça na cidade. Ainda não há uma contagem oficial do número de feridos.

Foto: Anwar Amro / AFP

A explosão foi tão forte que janelas de casas e vitrines de lojas foram destruídas a quilômetros de distância do epicentro, segundo alguns registros.

Um vídeo filmado a partir de uma embarcação mostra o local sendo atingido por diversas explosões.

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Da Sputnik Brasil

Uma forte explosão foi registrada nesta terça-feira (4) em Beirute, no Líbano. Não há informações sobre que causou o incidente, próximo a uma área portuária, mas imagens divulgadas pelas redes sociais mostram uma explosão de enormes proporções.

Em diversos pontos da cidade, pessoas relataram que vidros nos prédios foram quebrados e há ainda diversos carros completamente destruídos pelas ruas.

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Da Ansa

Mais de 500.000 crianças de Beirute lutam pela sobrevivência, em um país que atravessa um marasmo econômico, lamentou nesta quarta-feira (29) a ONG Save The Children.

O Líbano vive há meses a pior crise econômica e financeira de sua história, agravada pela pandemia do coronavírus e marcada pelo colapso da moeda nacional, o aumento do desemprego e a hiperinflação.

Na região da Grande Beirute, que inclui a capital e seus subúrbios, 910.000 pessoas, entre elas 564.000 crianças, mal conseguem satisfazer suas necessidades básicas, como a alimentação, alertou a ONG.

Desde setembro do ano passado, os preços dos produtos básicos subiram 169%, enquanto o desemprego chegou a 45% no setor informal. O poder aquisitivo das famílias caiu 85%.

"Esta crise atinge a todos: as famílias libanesas, os refugiados palestinos e sírios. Começaremos a ver crianças morrendo de fome antes do fim do ano", lamentou Jad Sakr, diretor interino da ONG Save The Children no Líbano.

O Líbano acolhe cerca de 1,5 milhão de refugiados sírios e 174.000 refugiados palestinos.

"Por causa do coronavírus, meu pai não trabalha e nós não comemos. Quero trabalhar para ajudar meus pais e dar o que comer a minhas irmãs", relatou Sara, uma menina síria de 9 anos, citada pelo relatório da ONG.

A crise não poupa nenhuma classe social e crianças de famílias de classe média também têm sofrido na busca por alimento.

As grandes manifestações no Líbano contra as autoridades continuam a ganhar força, apesar das medidas anunciadas pelo governo, e o Exército aumentou sua presença nas ruas.

A mobilização, longe de diminuir após as reformas apresentadas pelo governo na segunda-feira, ganhou terreno em Beirute. Os soldados e as forças de segurança também foram mobilizados nos arredores dos pontos de conflito, de acordo com jornalistas da AFP, que constataram a presença de veículos blindados.

Depois de vários dias de grandes manifestações, centenas de pessoas lotaram as ruas nesta quarta-feira. Em um cara a cara, às vezes tenso, manifestantes conversavam com os militares. Agitando bandeiras libanesas ou cantando o hino nacional ou canções tradicionais, lhes entregaram flores, para ganhar sua simpatia.

Segundo um fotógrafo da AFP, alguns soldados ficaram com olhos lacrimejantes de frente para a multidão, que gritava: "Pacíficos, pacíficos!"

"Vimos as lágrimas deles, sabemos que eles recebem ordens", disse Elie Sfeir, uma trabalhadora de 35 anos. "Mas continuaremos aqui para obter uma mudança de regime, é tudo o que pedimos. Queremos escrever um novo capítulo neste país".

Em Nabatiye, no sul, a polícia tentou dispersar com força um grupo de manifestantes. Alguns deles ficaram feridos, segundo a Agência Nacional de Informação (ANI).

Nesse reduto dos movimentos xiitas Hezbollah e Amal, os manifestantes também foram atacados, em parte, por apoiadores desses dois partidos, o que levou o exército a intervir, disse um manifestante à AFP.

- O medo desapareceu -

Hassan, de 27 anos, e seus amigos não se deixaram impressionar pelos soldados, quando estes retiraram as barreiras que haviam instalado no meio da rua. Os jovens sentaram-se quietos no chão, com bandeiras libanesas, e os militares recuaram. A rua permaneceu bloqueada.

"O sentimento de medo desapareceu!", gritou Hassan.

Michel Khairallah, um jovem garçom, quer "bloquear o país até a vitória". O que significa até o estabelecimento de um novo governo "sem ministros corruptos", composto por "pessoas jovens e competentes" capazes de levar o país adiante.

Em um comunicado, o primeiro-ministro, Saad Hariri, se declarou "determinado a obter a abertura das estradas para garantir a livre circulação de cidadãos" e ressaltou "a importância de salvaguardar a segurança e a estabilidade do país".

No fim do dia, somente apenas uma barricada na entrada norte de Beirute havia sido derrubada, enquanto que a estrada que cruza o país de norte a sul seguia em grande parte bloqueada.

Bancos, escolas e universidades permanecem fechados até novo aviso.

O plano de reforma econômica apresentado na segunda-feira pelo primeiro-ministro Saad Hariri não mudou a situação, apesar de incluir medidas muito simbólicas, como a redução dos salários dos ministros e deputados.

"Muito pouco, muito tarde?", questionou o jornal L'Orient le Jour.

Os Estados Unidos pediram aos líderes de Líbano que enfrentem as queixas "legítimas" dos cidadãos.

David Schenker, o principal funcionário do Departamento de Estado para o Oriente Médio, disse que os Estados Unidos "estão prontos para ajudar o governo libanês" a tomar medidas, em comentar sobre o pacote de reformas apresentado por Hariri.

- Imposto demais -

Por enquanto, nenhum líder emergiu da mobilização. Na terça-feira, surgiu um "comitê de coordenação da revolução", que fez um discurso na Praça dos Mártires em Beirute, mas sua representatividade não convenceu completamente.

Um grupo de economistas propôs seus serviços para tentar encontrar soluções.

Os protestos surgiram após o anúncio, em 17 de outubro, de uma nova taxa sobre as chamadas feitas através do serviço de mensagens WhatsApp.

Este novo imposto atingiu em cheio a população de um país cuja vida cotidiana não para de degradar, com cortes incessantes de água e eletricidade, 30 anos após o fim da guerra civil (1975-1990).

Sem esquecer uma classe política no poder há décadas, acusada de corrupta e de ser incapaz de encontrar soluções.

Por sua parte, Hariri, que mantém boas relações com a comunidade internacional, crê num apoio financeiro do exterior para ajudar a avançar o país.

Na terça, ele se reuniu com os embaixadores da França e dos Estados Unidos, dois países amigos, para convencê-los da solvência de seu plano de emergência.

Ele espera, acima de tudo, desbloquear um fundo de 11 bilhões de dólares, prometido em abril de 2018 em uma conferência em Paris em troca de reformas estruturais.

Dezenas de pessoas fizeram uma vigília neste sábado à noite (23), diante do Museu Nacional de Beirute, para protestar contra a violência contra as mulheres, após o assassinato de pelo menos três na semana passada no Líbano.

"Poderia ter sido eu" foi o lema escolhido pelas ativistas feministas para lançar a convocação do protesto nas redes sociais e expressar sua rejeição a "uma violência [...] generalizada que persegue [as mulheres] no espaço público e privado".

Entre 13 e 18 de dezembro, ao menos três mulheres foram assassinadas no país, segundo as organizadoras. O marido de uma delas e o genro de outra estão detidos.

A morte mais midiática foi a da britânica Rebecca Dykes, que trabalhava para a embaixada de seu país no Líbano e foi estrangulada por um motorista de táxi.

As organizadoras falam de uma quarta mulher, que teria se suicidado, mas cuja causa da morte não está clara.

"Os crimes da semana passada demonstram que não há lugar seguro para as mulheres. Sofremos diariamente diferentes formas de discriminação, de violência e de agressões", afirmaram.

Em maio de 2014, o Líbano adotou uma lei que pune a violência machista, pela primeira vez, após uma campanha sem precedentes da sociedade civil. A campanha foi deflagrada depois da morte de várias mulheres, espancadas por seus maridos.

A evacuação de mais de 3.000 sírios que estava programada para acontecer neste domingo (16) foi adiada, segundo membros da oposição ao governo. A retirada estava prevista para acontecer em quatro áreas do país um dia depois de uma explosão que matou mais de 120 pessoas, entre elas vários governistas.

As razões para o atraso não foram deixadas claras pelo governo. Segundo a agência estatal síria SANA, dois membros de uma delegação de mídia russa ficaram feridos no ataque realizado pelo Estado Islâmico em partes da cidade de Deir el-Zour, no leste do país. A cidade é controlada pelo governo.

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A Rússia é um dos principais aliados do presidente sírio, Bashar Assad, e os jornalistas russos gozam de amplo acesso em partes governamentais do país.

O serviço de notícias russo Anna-News, que emprega os jornalistas, disse que um deles foi ferido no braço enquanto o outro sofreu lesões na perna e no estômago. O serviço de notícias disse que os dois foram retirados da Síria, acrescentando que sua condição era "satisfatória".

As Nações Unidas não estão supervisionando o acordo de transferência, que envolve os moradores das aldeias pró-governo de Foua e Kfarya e as cidades de Madaya e Zabadani. Todas estão sob cerco há anos, e são vítimas de um acordo que, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), impede a chegada de ajuda humanitária.

Rami Abdurrahman, que chefia o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, e a TV Al-Manar do Hezbollah, disseram anteriormente que 3.000 pessoas serão evacuadas de Foua e Kfarya, enquanto 200, a maioria deles combatentes, serão evacuados de Zabadani E Madaya.

Abdurrahman e o ativista da oposição, Hussam Mahmoud, que é de Madaya, disseram que a evacuação foi adiada. Abdurrahman disse que nenhuma permissão foi dada para a evacuação seguir, enquanto Mahmoud disse que a operação foi adiada por "razões logísticas". Fonte: Associated Press.

A Rússia e o Irã renovaram seu apoio ao governo sírio por meio de conversas telefônicas hoje, dizendo que os ataques a mísseis promovidos pelos Estados Unidos na semana passada violaram a soberania síria, mas ao mesmo tempo não fortaleceram os chamados "grupos terroristas" no país.

Em conversa com o presidente sírio, Bashar Assad, o presidente iraniano, Hassan Rouhani, classificou o ataque norte-americano como uma "violação flagrante" da soberania síria, informou a mídia local. Assad acusou os EUA de tentarem aumentar o moral dos "grupos terroristas" na Síria. O governo se refere a todos os que lutam contra ela como terroristas.

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Uma declaração realizada no braço da mídia militar do Hezbollah condenou o ataque em uma linguagem muito mais forte, dizendo que tinha "passado dos limites" e prometendo "responder com força" a qualquer agressão futura "de diversas maneiras".

O grupo militante libanês investiu milhares de combatentes na defesa do governo de Assad. A declaração foi feita em nome de uma "sala de operações compartilhadas", até então desconhecida, entre a Rússia, o Irã e as forças aliadas. Representantes russos e iranianos não comentaram a declaração.

O Kremlin disse em um comunicado que Rouhani também conversou com o presidente russo, Vladimir Putin, por telefone. "Ambos os lados notaram a inadmissibilidade de ações agressivas dos EUA contra um Estado soberano, em violação ao direito internacional", disse o comunicado. "Vladimir Putin e Hasan Rouhani falaram a favor de uma investigação objetiva e imparcial de todas as circunstâncias do incidente com armas químicas no dia 4 de abril na província síria de Idlib".

Rouhani disse que o ataque norte-americano não afetaria a política síria do Irã, enquanto o líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei, disse que o Irã não se intimidaria diante de agressões semelhantes. "O que os americanos fizeram foi um erro estratégico e uma ofensa. Eles estão repetindo a ofensa de seus predecessores ", disse Khamenei, segundo a agência oficial de notícias IRNA.

O Irã proporcionou assistência militar e econômica crucial a Assad durante toda a guerra civil de seis anos na Síria. Organizou várias milícias xiitas de todo o Oriente Médio para lutar em apoio ao governo de Assad e enviou tropas e oficiais de sua própria Guarda Revolucionária.

Os EUA afirmam que a decisão foi uma resposta a um ataque químico na cidade de Khan Sheikhoun, dominada pelos rebeldes, na semana passada. O governo sírio negou o uso de armas químicas.

O secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, negou em uma entrevista que os ataques sinalizavam uma revisão da política americana, afirmando que sua prioridade era derrotar os militantes islâmicos no Oriente Médio. Foi a primeira vez que as forças americanas atacaram uma instalação do governo sírio durante a guerra. Funcionários do Tesouro norte-americano dizem que estão preparando sanções em resposta ao ataque com armas químicas, embora o governo sírio já sofra com sanções dos EUA e de outras nações.

Tillerson se reunirá com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, em Moscou ainda esta semana. Moscou tem sido um aliado firme do governo sírio e tem defendido Assad de responsabilidade pelo uso de armas químicas. Fonte: Associated Press.

Ataques aéreos atingiram várias partes da Síria neste sábado (25), matando e ferindo dezenas de pessoas em meio a confrontos em várias frentes entre forças governamentais e grupos insurgentes. É um dos maiores ciclos de violência das últimas semanas no país.

Os ataques, com relatos de participação de aviões russos, concentraram-se nas província de Idlib, de Hama e subúrbios da capital, Damasco, que foram atacados por grupos insurgentes na semana passada.

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Um dos ataques aéreos atingiu uma rua principal no subúrbio de Hamouriyeh em Damasco, matando pelo menos 16 pessoas e ferindo mais de 50, disseram ativistas. Os ataques aéreos causaram ampla destruição na área.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, com sede no Reino Unido, relatou que os ataques aéreos mataram 16 pessoas, incluindo oito mulheres e crianças, e feriram mais de 50. A Coordenação Local disse que 18 foram mortos e dezenas foram feridos. Ambos os grupos disseram que algumas pessoas ainda estão desaparecidas e que o número de mortos pode aumentar.

"Eles estão bombardeando Hamouriyeh há dias, mas hoje eles atingiram uma área repleta de civis", disse Awis al-Shami, do grupo de busca e resgate da Defesa Civil, também conhecido como White Helmets, por mensagem de texto.

Os ataques aéreos ocorrem depois que grupos rebeldes lançaram uma ofensiva em Damasco e na província central de Hama nos últimos dias. As forças governamentais e seus aliados lançaram uma contra-ofensiva capturando algumas das áreas que perderam em Damasco e Hama.

Ativistas da oposição também relataram ataques aéreos na província de Idlib atingindo várias cidades e vilarejos, bem como a capital da província, o que leva o mesmo nome.

O Observatório disse que um ataque na noite de sexta-feira atingiu uma prisão administrada por militantes, matando pelo menos 16 pessoas, incluindo prisioneiros e funcionários da prisão na cidade de Idlib. Acrescentou que as mulheres também estavam entre os mortos.

O grupo de monitoramento, que tem uma rede de ativistas em todo o país, disse que algumas pessoas foram mortas por tiros enquanto os guardas da prisão perseguiam detidos que tentavam fugir após o ataque. A Corte Penal Internacional disse que cinco ataques aéreos atingiram a cidade sem dar mais detalhes. Idlib é um baluarte de grupos insurgentes e é regularmente alvo de aviões de guerra sírios e russos. Fonte: Associated Press.

Um vídeo divulgado neste domingo mostra a morte de cinco ativistas de mídias sírias capturados pelo grupo Estado Islâmico no ano passado. O Observatório Sírio para os Direitos Humanos baseado no Reino Unido diz que os cinco foram sequestrados em outubro e acredita-se terem sido morto em dezembro, durante a cobertura de eventos na cidade síria oriental de Deir el-Zour, da qual metade está sob domínio do EI.

O chefe do Observatório, Rami Abdurrahman, explicou que a notícia da detenção e morte dos ativistas não foi divulgada antes porque nenhum corpo tinha aparecido e as famílias temiam represálias por relatar as mortes.

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No vídeo, um narrador do Estado Islâmico diz que o grupo está a enfrentar uma guerra de mídia, e adverte quem comunica aos "cruzados" e "inimigos de Deus". O narrador diz que jornalistas que cobrem o EI podem ser alvo, mesmo que residam na Europa.

Abdurrahman disse que um dos ativistas, Sami Jawdat, de 28 anos, enviou informações ao Observatório desde a eclosão da guerra civil em 2011, e continuou depois que o grupo tomou metade de Deir el-Zour em 2014. Segundo o chefe do Observatório, Jawdat havia sido detido pelo grupo extremista em ocasiões anteriores.

Segundo ele, desde as informações sobre o sequestro e assassinato dos ativistas, o seu grupo tem pedido a outros ativistas que evitem tirar fotos ou gravar vídeo em áreas controladas pelo EI.

No vídeo, cada ativista explica o que fez para mandar relatos da área, às vezes agindo escondidos para tirar fotografias ou entrevistar pessoas no mercado da cidade. Um dos ativistas diz fazer reportagens para a Al-Jazeera, e o outro diz que contribuiu para a Human Rights Watch baseado em Nova York.

A Síria é o terceiro país mais mortal no mundo para jornalistas, após Iêmen e Iraque, de acordo com o Comitê para a Proteção dos Jornalistas. Pelo menos 95 jornalistas foram mortos na Síria desde 2011. Quase não há organizações internacionais de notícias com cobertura direta na Síria por causa de sequestros por militantes, que muitas vezes matam os reféns. Fonte: Associated Press

Pelo menos 517 pessoas, incluindo 151 crianças, foram mortas em ataques aéreos do exército sírio contra rebeldes na província de Aleppo desde 15 de dezembro, revelou hoje o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).

Pelo menos 46 combatentes – 34 rebeldes e 12 extremistas da organização do Estado Islâmico no Iraque e no Levante (EIIL) – e 46 mulheres estão também entre as vítimas mortas nos ataques aéreos diários do exército sírio, que lança "barris explosivos" há duas semanas sobre a capital e a província do norte sírio, segundo um relatório da organização.

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"O OSDH considera que todos aqueles que permanecem em silêncio na comunidade internacional são cúmplices destes massacres que o regime sírio continua a cometer”, disse a organização, considerando que este “silêncio” é “uma luz verde” para que o regime sírio “continue a largar barris de ódio sobre crianças, mulheres e idosos em Aleppo e na sua província”.

Os bombardeamentos aéreos na antiga capital econômica da Síria foram condenados pelos países ocidentais e organizações humanitárias internacionais. O regime disse visar alvos "terroristas" que se estabeleceram entre os civis.

Aleppo, uma das principais frentes do conflito que devasta o país há mais de dois anos e meio, está dividida desde o verão de 2012 entre as áreas rebeldes e os setores controlados pelo regime.

De acordo com o OSDH, o regime está tentando avançar em áreas rebeldes localizadas, principalmente, no leste de Aleppo usando táticas já utilizadas para retomar outras localidades.

Uma forte explosão de bomba atingiu um distrito empresarial no centro de Beirute, capital do Líbano, nesta sexta-feira (27). Carros ficaram incendiados e cinco pessoas morreram, incluindo Mohammed Chatah, que foi ministro de Finanças durante o governo do ex-primeiro-ministro Saad Hariri. Segundo a Agência Nacional de Notícias, a explosão também deixou mais de 70 feridos.

O exército isolou a área da explosão para evitar que pessoas se aproximassem da cena, onde as ferragens retorcidas de vários carros ainda estavam queimandos. Aparentemente a explosão foi causada por um carro-bomba, mas autoridades disseram que ainda não há informações confirmadas.

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O Líbano tem visto uma onda de explosões durante os últimos meses à medida que aumentam as tensões relacionadas à guerra civil da vizinha Síria. Hariri lidera a principal coalizão libanesa apoiada por países do Ocidente que se opõe ao grupo militante libanês Hezbollah, aliado do presidente da Síria, Bashar Assad.

O conflito sírio gerou tensões entre as comunidades sunitas e xiitas do Líbano, já que cada grupo apoia um lado na guerra civil vizinha. A situação levanta receios de que o país, que ainda se recupera de uma guerra civil de 15 anos encerrada em 1990, esteja perto de entrar em uma espiral de violência sectária.

Chatah, um economista conhecido e ex-embaixador do Líbano para os EUA, foi um dos mais próximos assessores do ex-primeiro-ministro Rafik Hariri, que morreu em uma explosão de bomba em Beirute em 2005. Posteriormente ele se tornou ministro de Finanças quando o filho de Rafik, Saad Hariri, assumiu o governo e continuou como seu consultor depois de perder o cargo, no início de 2011. Fonte: Associated Press.

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