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A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) realizará na sexta-feira (7), o primeiro grande evento do setor elétrico em 2014. O leilão de Transmissão de nº 11/2013 licitará a linha de transmissão de Belo Monte (PA), que vai escoar a energia produzida pela usina para a região Sudeste e demandará investimento estimado em cerca de R$ 5 bilhões. O chamado linhão de Belo Monte terá 2,1 mil quilômetros de extensão e capacidade para transmitir 4 mil megawatts (MW) de energia. O início do certame está previsto para às 10 horas.

A expectativa no mercado é de que o leilão seja disputado por dois consórcios. Um deles formado por Eletrobras e State Grid, empresa chinesa líder global na tecnologia de linhas de transmissão de ultra tensão, e o outro composto por Alupar e Transmissora Aliança de Energia Elétrica (Taesa), empresa controlada pela Cemig. Não está descartada, porém, a presença de outros concorrentes, como a Copel. Grupos espanhóis também se organizam para atuar como epecistas, ou seja, responsáveis pela construção do projeto.

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Ao contrário do que faz normalmente, a comissão de licitação da Aneel decidiu não divulgar de forma antecipada o nome dos consórcios e empresas que disputarão o linhão, a fim de garantir maior concorrência ao processo licitatório.

Este será o primeiro leilão no qual será empregada no Brasil a tecnologia de ultra-alta tensão em corrente contínua, que tem como principal benefício o baixo nível de perdas técnicas. A nova linha terá 800 kV de tensão, superior aos 765 kV do sistema de transmissão de Itaipu.

A Corte Especial do Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF-1) derrubou, por 11 votos a 1, liminar que determinou a paralisação das obras da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, informou nesta quinta-feira, 19, a Advocacia-Geral da União. A liminar havia sido concedida pela Quinta Turma do TRF-1 no dia 16 de dezembro.

Segundo a AGU, a Corte Especial do TRF-1 concordou com o argumento da Advocacia-Geral, segundo o qual é válido o licenciamento ambiental, concedido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A decisão da Corte Especial é válida até o julgamento definitivo do caso.

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A ação que questiona a licença ambiental do empreendimento foi proposta pelo Ministério Público Federal do Pará (MPF-PA), que pediu a paralisação das obras.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou nesta quinta-feira, 19, o edital do leilão das linhas de transmissão da usina hidrelétrica de Belo Monte. O edital será publicado no dia 27 de dezembro e a licitação ocorrerá em 7 de fevereiro.

Segundo a Aneel, será a primeira vez que o País vai construir uma linha de transmissão de 800 kV com corrente contínua. A linha terá extensão de 2,1 mil quilômetros e capacidade para transmitir 4 mil megawatts (MW). A linha exigirá 4,5 mil torres.

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Conforme a Aneel, serão necessárias 134 mil toneladas de aço. A linha deverá ser entregue em janeiro de 2018, data em que o consórcio Norte Energia, responsável pela construção de Belo Monte, deve colocar a 12ª turbina em operação, o que a torna indispensável para o escoamento da energia.

A sistemática do leilão será diferente da prática que é comumente adotada pela Aneel. A licitação será feita em duas etapas. Na primeira, a tentativa será a de leiloar um único lote, chamado de AB, composto por duas subestações conversoras.

Se não houver proponentes para o lote único, terá início a segunda etapa do leilão, em que serão oferecidos o lote A, composto pelas subestações e, em seguida, o lote B, formado pelas linhas de transmissão. As subestações serão feitas no Pará e em Minas Gerais. Já as linhas vão passar por Pará, Minas Gerais, Goiás e Tocantins.

Se o lote AB for licitado, o prazo para entrega das obras será de 46 meses. Se forem leiloados em separado, o prazo será de 44 meses para o lote B, para que sejam feitos testes para o funcionamento das linhas e das subestações conversoras. O lote A permanece com 46 meses.

A taxa de retorno sobre o capital (WACC) será de 6,63%. Será o primeiro leilão desde que a Aneel elevou essa taxa, na última terça-feira. Antes, ela estava em 4,60%. O empreendimento está orçado em R$ 5,1 bilhões, sendo R$ 2,4 bilhões para as linhas e R$ 2,7 bilhões para as subestações.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai financiar parte da obra. Do total, 46,20% do investimento poderá ser feito com capital de terceiros e 53,80% com capital próprio.

A receita anual máxima permitida (RAP) para o lote AB será de R$ 701 milhões por ano. Para o lote A, o valor será de R$ 370,6 milhões por ano, e para o lote B, R$ 327,4 milhões por ano. O vencedor do leilão será o consórcio que oferecer o maior deságio para essa receita.

Os consórcios interessados deverão se inscrever para o leilão no dia 4 de fevereiro. O resultado do leilão deve ser homologado em 18 de março, e o contrato de concessão será assinado no mesmo mês.

O presidente da Transmissora Aliança de Energia Elétrica (Taesa), José Ragone, disse que a companhia está atenta a oportunidades tanto no mercado secundário quanto na elaboração de novos projetos. A empresa já analisa, informou, a possibilidade de participar do leilão de linha de transmissão de Belo Monte, previsto para 7 de fevereiro. A Taesa deverá participar do processo em parceria com a Alupar, em um consórcio com 50% de participação de cada empresa. Ragone pondera, no entanto, que essa formação pode mudar até a data do leilão.

O edital do leilão de Belo Monte será submetido à avaliação da diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em reunião extraordinária agendada para a próxima quinta-feira, 18. O edital deve ser divulgado cinco ou seis dias depois, segundo a diretoria da Aneel.

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Dois dias antes, a Aneel deve analisar o WACC que ditará as condições dos leilões de transmissão de 2014. Ragone acredita que o leilão de Belo Monte, agendado previamente para este mês, foi postergado para fevereiro de 2014 justamente para considerar o novo cálculo.

O leilão também já deve considerar uma nova condição de custos e riscos dos projetos brasileiros, já evidentes nos últimos leilões de transmissão. No certame de hoje, o deságio médio ficou em 5,64%, o que reflete uma "nova realidade" de deságios, segundo avaliação do diretor da Aneel, Edvaldo Santana.

Em assembleias gerais simultâneas realizadas na manhã desta sexta-feira, 29, em todos os canteiros de obras da usina Belo Monte, os sítios Pimental, Belo Monte, Canais e Diques, Bela Vista e Infraestrutura, os trabalhadores decidiram encerrar a greve geral deflagrada na terça-feira e que teve o reajuste salarial como principal reivindicação.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada do Pará (Sintrapav-PA), Rogineu Gobbo, avaliou como positivo resultado das negociações. Segundo ele, os trabalhadores decidiram aceitar a contraproposta do Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM) que foi de 11% para os trabalhadores das áreas de execução, técnica e os encarregados. Para os cargos de supervisor e gerente, o aumento chega a 6,5%; reajuste de 12% na Participação nos Lucros e Resultados (PLR), de 25 horas/mês para 28 horas/mês; e reajuste de 25% a 30% no valor da Cesta básica.

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Segundo Gobbo, ficou acertado que não haverá desconto caso os trabalhadores retornassem nesta sexta-feira ao trabalho. Dentre as vitórias, o Sintrapav/PA contabiliza também o recesso de 15 dias nas festas do fim de ano. Hoje existem 27 mil trabalhadores na usina. Segundo o CCBM, as obras civis do empreendimento já chega a acerca de 50% do total. Desde esta sexta-feira, os canteiros retornaram as atividades e a expectativa é que os trabalhos retornem 100% a partir deste sábado.

A greve que durou três dias e atingiu 100% as obras da construção da usina foi a 17ª paralisação enfrentada pelo empreendimento desde que começou ser erguido em junho de 2011. A Norte Energia, empresa responsável pela construção e operação da usina estima prejuízo de R$ 12 milhões por dia parado ou R$ 360 milhões por mês. Em abril, o Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM) admitiu pela primeira vez que o cronograma pode ser afetado.

Os sítios Pimental, Belo Monte, Canais e Diques, Bela Vista e a infraestrutura das obras da Usina Belo Monte, no Rio Xingu, em Altamira do Pará, estão 100% paralisados. Os 27 mil trabalhadores do empreendimento decidiram entrar em greve por melhorias trabalhistas na terça-feira. É a 17ª paralisação do empreendimento.

A Norte Energia, responsável pela construção e operação da usina, estima prejuízo de R$ 12 milhões por dia parado ou R$ 360 milhões por mês. Em abril, o Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM) admitiu pela primeira vez que o cronograma pode ser afetado.

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A principal reivindicação é um reajuste salarial de 15%. O CCBM ofereceu 11%. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada do Pará (Sintrapav-PA), Rogineu Gobbo, disse que a greve só acaba se o consórcio apresentar nova proposta.

Segundo Gobbo, os trabalhadores querem, além do reajuste salarial, plano de saúde e aumento no valor do vale-refeição. Segundo ele, o reajuste de 11% foi oferecido aos trabalhadores das áreas de execução, técnica e os encarregados. Para os cargos de supervisor e gerente, o aumento chega a 6,5%.

A greve ganhou adesão aos poucos. No dia 9, os trabalhadores pararam as obras do Sítio Pimental. No dia 12, as obras foram paralisadas no sítio Belo Monte. No dia 14, a Justiça proibiu que os operários bloqueassem o acesso ao sítio Belo Monte. Para garantir o cumprimento da decisão, a Força Nacional foi convocada para reforçar a segurança no local. A Polícia Militar também foi chamada.

Em nota, a assessoria de imprensa do CCBM confirma a paralisação e destaca o reajuste de 11% proposto, "muito superior à inflação do período (5,68%); reajuste de 12% na Participação nos Lucros e Resultados (PLR), de 25 horas/mês para 28 horas/mês; e reajuste de 30% no valor da cesta básica/vale-alimentação,atualmente de R$ 200. Segundo a assessoria de imprensa, diante da greve, o CCBM está avaliando as medidas a serem adotadas.

As crescentes dificuldades enfrentadas pelo governo federal na construção da usina hidrelétrica de Belo Monte detonaram a necessidade de regulamentar o artigo 231 da Constituição e a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). A avaliação é de Paulo Maldos, secretário nacional de articulação social da Secretaria Geral da Presidência. Segundo ele, os critérios para a consulta de comunidades indígenas antes da operação das usinas hidrelétricas estarão prontos até o fim do primeiro semestre deste ano.

"Sem uma regra, fica esse mal estar generalizado. A Funai (Fundação Nacional do Índio) garante que consultou todas as comunidades indiretamente afetadas por Belo Monte, mas diversos líderes indígenas asseguram que isso não ocorreu. Como não há uma regulamentação, essa insegurança permanece", diz Maldos, que coordena os estudos sobre o assunto.

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Os índios que vivem próximos a Belo Monte chegaram a invadir o canteiro de obras da usina, que deve ser entregue em 2015.

Maldos destaca o artigo 7.º da convenção da OIT, que prevê que os povos afetados devem participar da formulação, implementação e avaliação de "planos e programas de desenvolvimento nacional e regional que possam afetá-los diretamente".

De acordo com o secretário, a regulamentação será um "instrumento poderoso na relação entre o Estado e as comunidades indígenas, especialmente".

"Temos 325 diferentes povos no Brasil, e 180 línguas distintas. Então a regulamentação deve contemplar os diferentes protocolos para o Estado se relacionar com os nossos povos", afirma Maldos. "Levei caixas com o texto da Convenção 169 para o Xingu, e todos os líderes o receberam muito bem. Sabem que esse será um instrumento importante para eles", completa o secretário. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Advocacia-Geral da União (AGU) informa que procuradores federais conseguiram cassar a decisão que impedia a continuidade da construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. Segundo a AGU, foi assegurado, perante a Justiça, o atendimento de condicionantes relativas à infraestrutura, saneamento, saúde e educação contidas na licença prévia de instalação do empreendimento. Essas questões tinham motivado a decisão da Justiça que determinou a interrupção da obra. As obras em Belo Monte, portanto, pode ser executadas normalmente.

O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) havia determinado a paralisação das obras de Belo Monte por ilegalidade na concessão do licenciamento ambiental. O órgão ordenou também que os repasses do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) sejam suspensos. O TRF-1 considerou procedente ação do Ministério Público Federal no Pará (MPF-PA), ajuizada em 2011, que questionou a licença parcial dada para os canteiros das obras do empreendimento. Segundo o MPF-PA, essa licença foi concedida sem que fossem cumpridas as condicionantes da licença prévia.

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Contra essa decisão, a AGU relata que, na época, recorreu ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) para defender a legalidade do empreendimento. Segundo os procuradores federais não seria possível suspender as obras de Belo Monte, com supostas alegações de que as condicionantes não foram atendidas, quando o próprio Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) confirmou que não houve irregularidade.

Histórico - A AGU lembra que o então Presidente do TRF-1, em 2011, concordou com os argumentos da Advocacia-Geral e, posteriormente, o juízo de primeiro grau extinguiu a ação sem resolução do mérito, uma vez que a licença de instalação foi substituída. Mas o MPF manteve os pedidos anteriores e, no último dia 25 de outubro, a solicitação foi atendida em decisão monocrática de um desembargador do Tribunal. A AGU voltou, então a agir no caso. Os procuradores federais peticionaram, no dia 28 de outubro, ao Presidente do TRF da 1ª Região, Mário Cesar Ribeiro, sustentando que não pode haver limitação dos efeitos da decisão da presidência do Tribunal e que apenas a Corte Especial do TRF-1 é quem tem competência para cassá-la.

O presidente do Tribunal concordou com a AGU, cassou a decisão proferida pelo relator da apelação e confirmou a autoridade da decisão que validou a continuidade das obras. "A decisão monocrática não tem o condão de, sob pena de usurpação de competência, afastar os efeitos da Suspensão de Liminar, que permanece hígida e intangível", destacou o desembargador.

Obras - A Norte Energia, responsável pela construção e operação de Belo Monte, divulgou nota informando que as atividades nas obras da Usina estão em pleno funcionamento. "A continuidade das obras está de acordo com a decisão proferida pelo presidente do TRF 1ª Região, Mário Cesar Ribeiro", destaca a empresa.

A nota da Norte Energia, cita, entretanto, que o presidente do TRF 1ª Região afirmou que "a decisão proferida, monocraticamente, pelo Desembargador Sousa Prudente, não tem o condão de, sob pena de usurpação de competência da Corte Especial, afastar os efeitos proferida nos autos da Suspensão de Liminar ou Antecipação de Tutela, que permanece intangível até que ocorra o trânsito em julgado da Ação Cível Pública, uma vez que o agravo regimental interposto contra a decisão do então presidente Desembargador Federal Olindo Menezes não foi conhecido, porquanto interposto intepestivelmente".

O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) determinou a paralisação das obras da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, por ilegalidade na concessão do licenciamento ambiental. O órgão ordenou também que os repasses do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) sejam suspensos.

O TRF-1 considerou procedente ação do Ministério Público Federal no Pará (MPF-PA), ajuizada em 2011, que questionou a licença parcial dada para os canteiros das obras do empreendimento. Segundo o MPF-PA, essa licença foi concedida sem que fossem cumpridas as condicionantes da licença prévia.

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Em sua decisão, o desembargador do TRF-1 Antonio Souza Prudente decidiu paralisar as obras até "o efetivo e integral cumprimento de todas as condicionantes estabelecidas na licença prévia". Até que isso seja feito, ficam sem eficácia as licenças de instalação e as autorizações de supressão de vegetação já emitidas ou que venham a ser emitidas.

O desembargador ordenou também que os repasses do BNDES só sejam retomados quando as condicionantes forem cumpridas. A multa em caso de descumprimento da decisão é de R$ 500 mil por dia. A decisão é do dia 25 de outubro e foi tomada em caráter liminar. As informações são do MPF-PA.

"Está claro que não se trata de questionar a opção do governo federal por um modelo energético. Menos ainda, de ser contra o desenvolvimento do País. Mas de afirmar que não há opção quando se trata de cumprir a lei", disse a procuradora da República Thais Santi, que atua em Altamira.

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, afirmou que o leilão de linha de transmissão da hidrelétrica Belo Monte, do Rio Xingu (PA), será realizado ainda no primeiro trimestre de 2014. "O linhão deve ser no início do ano que vem", afirmou o executivo, que participou de seminário promovido pelo Grupo de Economia de Energia (GEE/UFRJ).

Inicialmente, a intenção do governo federal era licitar o linhão de Belo Monte ainda em 2013. Mas a única licitação de transmissão prevista até o fim do ano, marcada para novembro, não ofertará o tronco principal de escoamento da energia da usina. "Porém, está garantido que dá tempo para a linha entrar em operação em janeiro de 2018, quando é o momento que o sistema precisa", afirmou Tolmasquim. O linhão irá trazer a energia da usina para o Sudeste.

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Caso a data seja cumprida, a linha de transmissão irá entrar em operação comercial dois anos depois da entrada da primeira turbina de Belo Monte, que é a maior hidrelétrica em construção no País com 11 mil MW de capacidade. A expectativa da Norte Energia, concessionária que está construindo e operará Belo Monte, é de colocar a primeira máquina em funcionamento em 2016.

Isso, no entanto, não significa que a hidrelétrica não conseguirá escoar a sua energia. Por estar próxima da hidrelétrica de Tucuruí, também no Pará, Belo Monte poderá utilizar a infraestrutura de transmissão existente para escoar a sua produção inicial de energia. Além disso, o governo federal vem licitando alguns projetos nos últimos leilões de transmissão conhecidos no setor como o sistema "pré-Belo Monte", os quais permitirão antecipar o escoamento da energia.

Leilão de energia

Tolmasquim ainda se mostrou confiante sobre a participação da hidrelétrica São Manoel, de 700 MW de capacidade, no leilão de energia nova A-5 que será realizado em dezembro, que tem por objetivo contratar a demanda do mercado cativo em 2018. "Fizemos as audiências públicas e foram muito boas. Está tudo ocorrendo para que o projeto seja licitado. Estamos muito otimistas. A parte mais complicada, que eram as audiências públicas, foram feitas com sucesso", afirmou.

O projeto da hidrelétrica São Manoel, do Rio Teles Pires (PA/MT), ainda não dispõe da licença prévia ambiental (LP). Sem este documento, o projeto não poderá ser licitado pelo governo federal no leilão A-5.

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Com o corpo pintado e as vestimentas tradicionais, cerca de 150 índios de quatro etnias ocuparam a sede da Fundação Nacional do Índio (Funai), em Brasília nesta terça-feira (11). Os indígenas chegaram à capital federal há uma semana para se reunir com o governo após terem ocupado as obras da usina hidrelétrica de Belo Monte, que está sendo construída no estado do Pará na região amazônica.

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Eles dizem que o governo fez decreto que passam por cima dos direitos dos povos nativos e que nenhuma liderança indígena foi consultada sobre a construção da hidrelétrica.

O movimento dos índios ganhou força em abril deste ano quando líderes de 121 etnias invadiram o plenário da câmera dos deputados para exigir os seus direitos. 

O governo está preparando um reforço na segurança das obras da usina hidrelétrica de Belo Monte, informou nesta terça-feira, 4, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho. Em entrevista à imprensa depois de reunião de aproximadamente com nove etnias indígenas, em anexo do Palácio do Planalto, Carvalho destacou esperar que não ocorra novamente a ocupação de Belo Monte.

"Estamos tomando providências para que haja um reforço na segurança em Belo Monte. A obra não pode parar. Cada dia de paralisação é um prejuízo enorme para toda a nação", declarou o ministro. Segundo Carvalho, foram tomadas providências junto à Força Nacional para que haja um reforço na segurança, permitindo que os operários possam trabalhar e que os protestos sejam feitos de maneira democrática. "Mas não tentar inviabilizar um empreendimento que é importantíssimo para a questão energética brasileira e que está em pleno andamento", defendeu.

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Os representantes indígenas da região chegaram a Brasília em voo da Força Aérea Brasileira (FAB). A conversa com Carvalho durou cerca de três horas. "Deixamos claro para eles que aceitamos toda forma de protesto e de divergência, mas não poderemos mais aceitar ocupações naquele canteiro", disse a jornalistas, ao final da reunião.

Questionado se o governo insistiria em realizar a obra da usina de "todo jeito", Carvalho argumentou que Belo Monte "está a meio caminho andado". O ministro destacou que se trata de empreendimento que representa "um investimento enorme" e que é necessário. "Aceitamos protestos democráticos, mas não vamos aceitar que a obra seja interrompida. É uma questão de responsabilidade. É um dever de Estado garantir a construção", concluiu.

Após quatro dias de ocupação do principal canteiro de obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará, as lideranças do protesto indígena aceitaram a proposta feita pelo governo federal. Um grupo de índios viajará a Brasília na próxima quarta-feira (5) para se reunir com representantes da Secretaria-Geral da Presidência da República e dos ministérios da Justiça e de Minas e Energia. Os indígenas, no entanto, permanecerão no interior do canteiro até, pelo menos, o dia do encontro.

A decisão de deixar ou não o local vai depender do resultado da conversa com os representantes do governo. O acordo foi fechado ontem (30) à noite, ao fim de uma reunião de mais de cinco horas. A proposta, que já havia sido apresentada às lideranças em carta, pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, voltou a ser submetida nesta quinta-feira pelo coordenador-geral de Movimentos do Campo e Territórios da secretaria, Nilton Tubino.

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O transporte dos índios entre Jacareacanga e Brasília vai ser custeado pelo governo federal. Desde o início da ocupação, os índios exigiam que um representante do Executivo fosse ao canteiro negociar as reivindicações. Entre outras medidas, eles querem a suspensão de todos os empreendimentos hidrelétricos na Amazônia até que o processo de consulta prévia aos povos tradicionais, previsto na Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), seja regulamentado. O governo, contudo, argumenta que será mais fácil negociar em Brasília, após o canteiro ser desocupado, pois na capital federal há como consultar outros ministros e membros da equipe.

Ao contrário da vez anterior, os índios ontem aceitaram a proposta com a condição de poderem permanecer no escritório central do canteiro Sítio Belo Monte até o fim da reunião com o governo federal. Com isso, a ordem de reintegração de posse concedida pela subseção da Justiça Federal em Altamira na terça-feira (28) não será cumprida até segunda ordem.

O acordo permite ao Consórcio Construtor Belo Monte retomar as atividades paralisadas por motivo de segurança, o que já está sendo providenciado. A previsão do consórcio é que, até o turno da noite, os trabalhos já tenham sido normalizados. Segundo a assessoria do consórcio, com o acordo, os índios devolveram todos os veículos e radiocomunicadores da empresa. Além disso, os manifestantes liberaram as portarias e desobstruíram todas as rotas de fuga, usadas em caso de emergência.

O acordo entre índios e governo federal foi fechado horas depois de um índio terena ter sido morto a tiros durante a desocupação de uma fazenda localizada na cidade de Sidrolândia, em Mato Grosso do Sul. A operação foi coordenada pela Polícia Federal e contou com o apoio de policiais militares sul-mato-grossenses. Um inquérito foi instaurado para apurar se houve abuso dos policiais. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, prometeu rigor na apuração.

Cerca de 170 indígenas da região de Volta Grande do Xingu voltaram a ocupar o canteiro principal das obras da usina hidrelétrica Belo Monte, em Altamira do Pará. A invasão ocorreu na madrugada desta segunda-feira, 27.

Esta é a segunda ocupação do sítio Belo Monte por indígenas este ano. No dia 2 de maio, o local foi ocupado pelos Munduruku, Juruna, Kayapó, Xipaya, Kuruaya, Asurini, Parakanã e Arara. A saída aconteceu sete dias depois que a Justiça Federal determinou a desocupação de forma negociada com a presença da Funai e do MPF.

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A coordenadora do Movimento Xingu Vivo para Sempre, Antonia Melo, disse que a pauta de reivindicações continua a mesma. Os indígenas querem a presença do secretário geral da Presidência, ministro Gilberto Carvalho, além de consulta prévia, prevista na Constituição e na Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) para a construção da hidrelétrica.

Por telefone, lideranças indígenas afirmaram que desta vez não vão sair "nem mesmo com liminar da justiça". O Consórcio Construtor Belo Monte informou que os trabalhos foram suspensos por "questão de segurança".

A Norte Energia, empresa responsável pela instalação e operação da usina hidrelétrica, vai se pronunciar após tomar conhecimento da ação. A Volta Grande do Xingu é o local onde ficam as aldeias às margens do rio Xingu. A área possui mais de 100 quilômetros de rio, que podem secar quando a obra for concluída, segundo o Movimento Xingu Vivo Para Sempre.

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) acelera o desenvolvimento dos estudos da primeira linha de transmissão de Belo Monte (PA) para licitar o projeto em dezembro. "A expectativa é de concluirmos os estudos em agosto", afirmou o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, que esteve no Encontro Nacional dos Agentes do Setor Elétrico (Enase), promovido pelo Canal Energia.

O projeto de escoamento de Belo Monte prevê a construção de uma grande linha de transmissão partindo de Xingu (PA) até a divisa entre São Paulo e Minas Gerais. De acordo com Tolmasquim, o Ministério de Minas e Energia (MME) e a EPE discutem a possibilidade de se construir uma segunda linha de transmissão para a Usina Belo Monte.

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A segunda de linha, de 2,37 mil quilômetros de extensão e 800 kV, partiria também de Xingu, mas chegaria ao Rio. "A opinião da EPE é de que essa linha é necessária", afirmou. Além de escoar a produção de Belo Monte, Tolmasquim afirmou que o segundo tronco de transmissão também permitiria transportar a energia do Complexo Hidrelétrico do Rio Tapajós (PA) - a primeira usina do complexo, São Luís do Tapajós, está prevista para ser licitada pelo governo em 2014. "A linha também reforçaria o intercâmbio de energia entre o Norte e o Sudeste do País", acrescentou.

Durante a apresentação, ele afirmou que os novos leilões de transmissão de 2013 devem ofertar ao mercado mais 5,2 mil quilômetros de novas linhas. A intenção do governo é licitar 2,3 mil km de rede para expansão da interligação, que é o primeiro tronco de Belo Monte, 2,04 mil km em reforços do sistema, 600 km em interligação dos sistemas isolados (linha Rio Branco-Cruzeiro do Sul, no Acre) e 200 km de rede para o escoamento dos projetos eólicos no Nordeste. Dentre os projetos a serem licitados ainda este ano, estão os empreendimentos dos quatro lotes que não tiveram ofertas no primeiro leilão de transmissão, realizado no início de maio. Segundo Tolmasquim, o governo já licitou 4 mil quilômetros de novas de linhas este ano.

A Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, foi orçada em R$ 16 bilhões, leiloada por R$ 19 bilhões e financiada por R$ 28 bilhões. Quase dois anos depois do início das obras, o valor não para de subir. Já supera R$ 30 bilhões e pode aumentar ainda mais com as dificuldades para levar a construção adiante.

Com a sequência de paralisações provocadas por índios e trabalhadores, estima-se que a obra esteja um ano atrasada. Se continuar nesse ritmo, além dos investimentos aumentarem, a concessionária poderá perder R$ 4 bilhões em receita.

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O vaivém dos números da terceira maior hidrelétrica do mundo deve acertar em cheio a rentabilidade dos acionistas, que em 2010 estava calculada em 10,5%. Hoje, as planilhas dos analistas de bancos de investimentos já apontam um retorno real de 6,5% ao ano.

A Norte Energia, concessionária responsável pela construção da usina de 11.233 megawatts (MW) no Rio Xingu, evita falar de indicadores financeiros e afirma apenas que os valores (de R$ 25 bilhões) foram corrigidos para R$ 28,9 bilhões.

Leiloada em abril de 2010, a usina foi arrematada por um grupo de empresas reunidas pelo governo para que a disputa tivesse concorrência. Desde então, o projeto tem sido pressionado por uma série de fatores em áreas distintas. A montagem eletromecânica dos equipamentos, por exemplo, até hoje não foi contratada, e um dos motivos seria a elevação dos preços dos serviços, de R$ 1 bilhão para cerca de R$ 1,6 bilhão. Custos ambientais e gastos administrativos também estão bem acima das previsões iniciais.

Junta-se a essa lista as despesas indiretas com mão de obra, como cesta básica e tempo para visitar a família. Dados do Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada (Sinicon) mostram que, em apenas um ano e meio, o valor da cesta básica dos trabalhadores de Belo Monte subiu 110% e o intervalo entre as visitas das famílias, pagas pela empresa, recuou de 180 dias para 90 dias.

Vale destacar que a obra tem 22 mil trabalhadores, e a maioria fica em alojamentos. Qualquer mudança nos benefícios - mesmo que pequena - tem impacto relevante no orçamento.

As interrupções dos trabalhos por causa das invasões e greves também são fatores que explicam o aumento dos custos. Até quinta-feira, cerca de 7 mil trabalhadores do sítio Belo Monte, onde está sendo construída a casa de força da usina, ficaram parados por causa da invasão de 83 índios no local. A paralisação durou uma semana. Desde o início das obras da hidrelétrica, foram 15 invasões (e 16 dias de greve) que paralisaram as atividades e ajudaram a atrasar o cronograma em cerca de um ano.

Aceleração

Recuperar o tempo perdido exigiria um programa de aceleração das obras e significaria elevar os custos de mão de obra, dobrar turnos ou contratar mais gente. Ainda assim, afirmam executivos que trabalham na obra, não é certeza de que a hidrelétrica seja entregue no prazo estabelecido. Desde a década de 70, quando os primeiros estudos começaram a ser feitos, Belo Monte é motivo de polêmica.

Pela dimensão do investimento e sua visibilidade no mundo inteiro por causa das questões ambientais, o projeto é alvo de reivindicações e protestos - e ninguém duvida que novas greves e invasões vão ocorrer até o fim da obra. Pelo cronograma original, as operações da usina devem começar em dezembro de 2014. Hoje, porém, apenas 30% das obras civis estão concluídas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Justiça Federal do Pará negou pedido de reintegração de posse do canteiro de obras da Hidrelétrica de Belo Monte. O local está ocupado desde quinta-feira (02) por cerca de 200 indígenas, em protesto contra a construção de barragens nos Rios Xingu, Tapajós e Teles Pires. A Norte Energia e o Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM) confirmam a permanência dos manifestantes no canteiro.

Na decisão, o juiz Sérgio Wolney de Oliveira Guedes disse que "a questão indígena e os impactos sociais da construção da hidrelétrica geram a necessidade de cautela na utilização de decisões unilaterais e da força para cumpri-las". A decisão foi publicada no dia 4 e considerou que a "desocupação (...) impõe uso de força policial, o que (...) representa risco de morte para os supostos índios e para os profissionais que participariam do cumprimento da decisão, inclusive considerando a alegada presença de mulheres e crianças".

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De acordo com Guedes, o prejuízo alegado pela empresa não se mostrou razoável. Ele determinou que a Fundação Nacional do Índio (Funai) passe a intermediar a negociação com a concessionária, e que o Ministério Público Federal e a Polícia Federal tomem ciência e apurem os fatos.

Também na sexta-feira (03), a juíza Cristina Sandoval Collier, da 4.ª Vara Cível de Altamira (PA) concedeu reintegração contra não indígenas. A reintegração não foi cumprida, mas jornalistas que acompanhavam as manifestações foram retirados do local. Por meio de assessoria, a Norte Energia informou que entrou nesta segunda-feira na Justiça com novo pedido de reintegração de posse. O pedido foi protocolado depois de o juiz federal ter negado liminar na primeira ação de reintegração de posse ajuizada pela Norte Energia.

Durante o fim de semana, representantes do governo federal se encontram em Altamira para dialogar com os indígenas. Não houve acordo. Segundo a agência oficial do governo federal, "o prejuízo com a interrupção da jornada de milhares de trabalhadores (segundo a Norte Energia, só o número de funcionários permanentemente alojados no local chega a 4 mil) ainda não foi calculado".

Homens da Força Nacional e da Polícia Militar do Pará chegaram ao canteiro de obras da Usina Hidrelétrica Belo Monte na tarde desta sexta-feira para cumprir mandado de reintegração de posse. Mas o mandado judicial não foi cumprido. O canteiro de Belo Monte, onde ficarão as turbinas, está ocupado desde esta quinta-feira (02). Por meio de nota, a Norte Energia, empresa responsável pela operação da usina, e o Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM) confirmaram que a ocupação do Sítio Belo Monte continua.

Os manifestantes, indígenas, ribeirinhos e pescadores, lançaram nesta sexta-feira nova carta reafirmando a pauta reivindicatória. No documento, eles afirmam que não querem negociar com o CCBM, nem com a Norte Energia. "Nós estamos aqui para dialogar com o governo. Para protestar contra a construção de grandes projetos que impactam, definitivamente, nossas vidas", afirmam num trecho.

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O Sítio Belo Monte, da usina, está ocupado e com as atividades paralisadas desde esta quinta-feira. Os ocupantes querem regulamentação da consulta prevista na convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a suspensão "imediata de todas as obras e estudos relacionados às barragens nos Rios Xingu, Tapajós e Teles Pires".

No mesmo dia, por medida de segurança, o CCBM, de acordo com a assessoria, suspendeu as atividades no canteiro. Como quinta-feira era dia de pagamento do pessoal do canteiro, trabalhavam apenas os funcionários da área corporativa. Em nota, a Norte Energia e o CCBM, disseram que as reivindicações apresentadas pelos manifestantes estão fora do âmbito das competências da empresa, muito além de uma pauta referente à Usina Hidrelétrica Belo Monte. Para resolver o impasse, a empresa informa que "já contatou os órgãos governamentais envolvidos nos assuntos da pauta dos ocupantes e confia numa desocupação o mais rápido possível da área".

Cerca de 200 indígenas afetados pela construção de hidrelétricas ocuparam nesta quinta-feira o principal canteiro de obras da Usina de Belo Monte, em Vitória do Xingu (PA). Eles reivindicam a regulamentação da consulta prévia e a suspensão das obras e estudos relacionados às barragens nos Rios Xingu, Tapajós e Teles Pires. A tropa de choque da Polícia Militar já esperava pelos índios, mas não conseguiu barrá-los.

Eles pertencem aos povos mundurucu, juruna, caiapó, xipaia, curuaia, asurini, paracanã e arara. Há também pescadores e ribeirinhos. Pelo menos 6 mil trabalhadores, nas estimativas do movimento, deixarão de atuar no canteiro. A ocupação, de acordo com os indígenas, será mantida por tempo indeterminado - ou até que o governo atenda às reivindicações.

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Para justificar a invasão, os indígenas divulgaram uma carta na qual afirmam que são "a gente que vive nos rios em que vocês querem construir barragens". "Vocês estão apontando armas na nossa cabeça. Vocês sitiam nossos territórios com soldados e caminhões de guerra. Vocês fazem o peixe desaparecer", diz o documento. "O que nós queremos é simples: vocês precisam regulamentar a lei que regula a consulta prévia aos povos indígenas. Enquanto isso, vocês precisam parar todas as obras e estudos e as operações policiais nos Rios Xingu, Tapajós e Teles Pires", diz a carta nos parágrafos finais.

A construção da usina elétrica de Belo Monte é elogiada pela revista britânica "The Economist" na edição que chega às bancas nesta quinta-feira, 2. Com o argumento de que o impacto ambiental será menor que o propagado pelos ecologistas, a publicação exalta a obra erguida no meio da floresta amazônica. A reportagem, porém, lança dúvidas sobre a viabilidade econômica do empreendimento.

Com o título "Os erros e acertos de Belo Monte", a revista diz que após "passar muito tempo para construir o terceiro maior projeto hidrelétrico do mundo, o Brasil corre o risco de receber um pequeno retorno do investimento de US$ 14 bilhões". O argumento da reportagem é que a usina custará muito mais que o previsto, o que pode prejudicar a rentabilidade do projeto. Segundo a publicação, o Orçamento da obra saltou dos originais R$ 16 bilhões para os atuais cerca de R$ 29 bilhões ou cerca de US$ 14 bilhões.

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A revista cita, por exemplo, que o preço da energia de Belo Monte será comparável à da energia eólica - uma fonte conhecida por ser mais cara que a hidrelétrica. O texto diz que recentes leilões de energia eólica "com centenas de concorrentes do setor privado" tiveram vencedores que ofereceram o megawatt-hora por valor entre R$ 90 e R$ 100. Quando o consórcio Norte Energia levou o direito sobre a energia de Belo Monte, a proposta vencedora foi de R$ 77,97 por MWh. "Desde então, o orçamento (relacionado à usina) aumentou um terço".

A revista diz que o governo "insiste que os custos são um problema da Norte Energia". "Isso parece falso. O grupo é quase totalmente estatal", diz a revista com a lembrança de que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) concedeu um empréstimo de R$ 22,5 bilhões à Norte Energia em novembro. "O maior crédito da história do banco". "Se Belo Monte se tornar um elefante branco, a conta recairá sobre o contribuinte", diz a revista.

A reportagem, que visitou as obras da usina, defende que o impacto ambiental de Belo Monte será menor que o dito por ecologistas. Um dos argumentos é que o método de construção é mais moderno e gerará menos danos à natureza. O preço dessa condição mais amigável ao meio ambiente é que a unidade será menos eficiente que usinas antigas.

A revista também comenta que o Brasil tem experimentado mudança na matriz energética nos últimos anos - especialmente após o apagão de 2001 e 2002, com a maior participação da geração termoelétrica. Essa participação tende a crescer ainda mais com a futura exploração dos campos de gás de xisto. O texto comenta, ainda, que mesmo com o aumento do nível dos reservatórios observado recentemente, o Brasil segue usando a energia térmica para formar "uma reserva" nos reservatórios suficiente para atender a demanda durante a Copa do Mundo de 2014. "A repetição de um apagão seria uma humilhação nacional".

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