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Em São Sebastião (SP), município fortemente afetado pelas chuvas no litoral de São Paulo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira, 20, que o governo federal irá trabalhar na construção de casas para atender quem perdeu a moradia em razão da catástrofe.

Lula, que estava em dias de folga na Bahia, foi a São Sebastião acompanhado de nove ministros e se reuniu junto dos auxiliares durante a manhã com o governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o prefeito da cidade, Felipe Augusto (PSDB).

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No pronunciamento, realizado no começo da tarde, Lula destacou em mais de um momento a união entre os governos, cenário que, em sua avaliação, não era visto "há muito tempo". "Queria mostrar a vocês uma cena que há muito tempo vocês não viam: um governador, um presidente, um prefeito, sentados numa mesa em função de algo comum que atinge a todos nós. A presença do governador, do prefeito, dá demonstração de que é possível exercer nossa função na democracia mesmo quando temos partidos diferentes ou pensamos de forma divergente", disse Lula.

O presidente chegou a pedir que Tarcísio, apoiado por Jair Bolsonaro (PL) durante as eleições, se aproximasse durante seu pronunciamento. "Essa parceria é uma fotografia boa para nosso País. Que coisa bonita e simples, nós estamos juntos, acabou a eleição", disse Lula, que pediu orações pelas vítimas e para que a cidade não receba mais chuvas.

O presidente da República afirmou que os governos estarão juntos para "recuperar de maneira muito forte" as cidades afetadas pelas chuvas. De acordo com Lula, São Sebastião, onde foi registrado até agora o maior número de mortes, terá o auxílio do governo federal para a reconstrução de casas. O petista pediu que o prefeito da cidade localize um terreno "seguro" para que essas moradias possam ser erguidas à população que perdeu suas casas.

"Você vai ter certeza que a resolução de problemas para construção de casas para pessoas que perderam vai acontecer de verdade", disse o presidente, que destacou o ministro das Cidades, Jader Filho, para auxiliar na tarefa, destacando a importância de essas unidades não serem construídas em local suscetível a danos pelas chuvas. "Posso garantir que meus ministros estão dispostos pra gente recuperar", afirmou Lula, que pediu que as autoridades locais estimem as despesas para recuperar a região. "Essa conta tem que ser apresentada ao governo federal, estadual, e ao prefeito", disse, lembrando também da importância da reconstrução da estrada Rio-Santos.

Lula foi a São Sebastião acompanhado pelos ministros da Casa Civil, Rui Costa, dos Transportes, Renan Filho, do Esporte, Ana Moser, da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Goes, das Cidades, Jader Filho, da Secretaria-Geral, Marcio Macêdo, das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, e de Portos e Aeroportos, Márcio França.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarca na manhã desta segunda-feira, 20, no município de São Sebastião (SP) para visitar as áreas afetadas pelas chuvas. Ele estará acompanhado de ministros, como a do Planejamento, Simone Tebet, e o de Comunicação, Paulo Pimenta. De acordo com a agenda divulgada à imprensa, Lula chegará às 10h em São José dos Campos (SP) e fará um sobrevoo na região do Litoral de São Paulo. Às 10h30, o presidente vai se reunir com lideranças e autoridades locais, no Teatro Municipal de São Sebastião, no centro da cidade do litoral norte paulista. Em seguida, Lula fará atendimento à imprensa.

As fortes chuvas que atingem o litoral do Estado de São Paulo devem continuar ao menos até esta segunda-feira, 20. Os temporais já causaram ao menos 36 mortes, deslizamentos, alagamentos e bloqueios nas rodovias que dão acesso a Ilhabela, Ubatuba e São Sebastião, no litoral norte paulista.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) decretou alerta vermelho para o litoral de São Paulo, com chance de chuva superior a 60 mm por hora ou acima de 100 mm por dia. Depois de segunda-feira, o alerta deve ser rebaixado para a categoria laranja, com previsão de chuva entre 30 e 60 mm por hora e entre 50 e 100 mm por dia. Um milímetro de chuva equivale a um litro de água distribuído em uma área de um metro quadrado.

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A Defesa Civil do Estado alerta ainda que as chuvas serão acompanhadas por descargas elétricas, fortes rajadas de vento e granizo. Os temporais foram ocasionadas pela passagem de uma frente fria que gerou um sistema de baixa pressão, trazendo umidade do oceano para o Estado. Essa massa de ar se concentrou na região do litoral norte e da Baixada Santista, gerando acumulados elevados de chuvas. A tendência é de que essa massa de ar se desloque para o litoral sul.

De acordo com o Inmet, há risco de novos alagamentos, transbordamentos de rios e grandes deslizamentos de encostas. Entre as cidades que receberam o alerta vermelho estão Bertioga, Guarujá, Santos, São Vicente, Praia Grande, Mongaguá e Itanhaém.

Comitê

A Coordenadoria Estadual da Defesa Civil anunciou que um comitê para gerenciar as ações de atendimento às vítimas já foi instalado pede que a população evite ir até cidades do litoral norte até que a situação esteja normalizada. São Sebastião, que declarou calamidade pública, receberá reforço nas ações de atendimento pela Defesa Civil, com envio de colchões, cobertores, kits de limpeza e cestas básicas.

Ao menos 24 pessoas morreram vítimas das fortes chuvas que atingiram o litoral entre a noite de sábado, 18, e a madrugada deste domingo, 19. Somente em São Sebastião são 23 mortes confirmadas pelo prefeito Felipe Augusto (PSDB). Outra vítima é uma menina que morreu ao ser atingida pelo deslizamento de pedras em Ubatuba. Até a noite deste domingo, 228 pessoas estão desalojadas e 338, desabrigadas.

O temporal inundou casas, interditou rodovias e provocou deslizamentos em Ubatuba, São Sebastião, Ilhabela, Caraguatatuba e Bertioga. A Defesa Civil decretou estado de calamidade pública após mais de 600 milímetros de chuva em 24 horas.

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Em Ilhabela, o temporal arrastou carros e alagou até o interior de pousadas. Rodovias que dão acesso à região têm trechos bloqueados por queda de barreiras. Na Baixada Santista, houve alagamentos em Santos, São Vicente e Praia Grande.

O governador Tarcísio de Freitas, que viajou a São Sebastião na manhã deste domingo, pediu apoio às Forças Armadas para ajudar no socorro às vítimas. O Batalhão Aéreo de Taubaté vai disponibilizar dois helicópteros de alto desempenho para socorrer as vítimas. Segundo o governador, há pelo menos 30 pessoas feridas à espera de socorro.

Segundo o Corpo de Bombeiros, uma pedra deslizou sobre uma residência na Rua Benedito Alves da Silva, no bairro de Perequê-Açu, em Ubatuba, na madrugada de domingo, matando a menina na hora.

Em São Sebastião, as chuvas causaram alagamentos na área urbana e em praias afastadas do centro. No Itatinga, casas foram inundadas e carros foram arrastados pela correnteza. Houve deslizamentos na travessa Antônio Tenório e os moradores foram removidos para um abrigo montado na Escola Municipal Patrícia Viviane. Em Juquehy, as casas foram tomadas pela água com lama. Muitos moradores deixaram os imóveis e se abrigaram em casas de vizinhos. A prefeitura cancelou todos os eventos de carnaval previstos para este domingo.

Conforme a Defesa Civil, choveu 190 milímetros em algumas regiões do litoral norte nas últimas 12 horas e 250 mm no acumulado de um dia. Em Ilhabela, choveu 226 mm em poucas horas e o temporal arrastou carros e alagou até o interior de pousadas.

O transporte público entre Barra Velha e Borrifos foi suspenso, devido a erosões nas vias de acesso. O abastecimento de água na cidade está interrompido.

Em Santos, na Baixada Santista, a chuva alagou ruas inteiras e invadiu as casas. A ponte Edgar Perdigão, onde os passageiros tomam as balsas para o Guarujá, foi invadida pela ressaca do mar. A travessia de barcas chegou a ser suspensa. A maré alta invadiu a praia. O carnaval, no Centro Histórico de Santos, foi interrompido. Houve alagamentos também em São Vicente e Praia Grande.

Rodovias têm trechos bloqueados por queda de barreiras

Ao menos três rodovias que levam ao litoral paulista têm pontos de bloqueio causados por danos provocados pelas fortes chuvas que atingiram o Estado no fim de semana.

De acordo com informe divulgado pelo governo estadual às 18 horas, entre Toque Toque e Bertioga, não há opção de tráfego. Também não há opção de tráfego entre Juquehy e São Sebastião, sendo a rota alternativa o sistema Anchieta/Imigrantes.

A rodovia Mogi-Bertioga (SP-098) foi interditada na altura do quilômetro 82, em Biritiba Mirim, devido ao rompimento de uma tubulação e consequente erosão causados pelas fortes chuvas. Ainda de acordo com o governo, também há interdição total nos km 90 e 91, devido à queda de barreira; e no km 87, devido a uma erosão.

Internautas postaram nas redes sociais fotos de como a estrada ficou após o rompimento da tubulação. Grandes erosões danificaram o trecho.

"Uma equipe do DER está no local avaliando a situação para definir os procedimentos necessários ao restabelecimento do tráfego. Os motoristas estão sendo orientados a usar como rotas alternativas as rodovias Sistema Anchieta/Imigrantes (SP-160 e SP-150), Rodovia dos Tamoios (SP-099) e Oswaldo Cruz (SP-125)", diz a nota da administração estadual.

Já a rodovia dos Tamoios (SP-099) tem interdição no km 65 sentido litoral e no km 82 sentido capital. Na rodovia Dr. Manoel Hyppólito Rego (SP-055), há interdição total nos seguintes trechos:

- Km 174 - queda de barreira

- Km 164+100 - queda de barreira

- Km 178 - alagamento

- Km 140 ao 142 - queda de barreira e árvores

- Km 061 - queda de barreira

- Km 065 - queda de barreira

- Km 097 - alagamento

- Km 095 - queda de barreira

- Km 099 - alagamento

- Km 116 - queda de barreira.

Estão ainda com interdição parcial os km 164, 180, 205, 237, 66, 70, 84 e 93.

Na madrugada, um trecho de 25 quilômetros da rodovia Rio-Santos na altura de Ubatuba, no litoral norte de São Paulo, foi interditado por risco para os motoristas, mas acabou liberado na manhã deste domingo, 19.

De acordo com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a interdição ocorreu por volta da 1 hora da manhã no trecho entre os quilômetros 35 e 10 da rodovia, na altura da praia de Itamambuca.

Caminhões da Defesa Civil com colchões, cobertores, kits de limpeza e cestas básicas estão sendo abastecidos para o atendimento aos municípios.

Um dos municípios mais afetados do litoral paulista com as chuvas deste final de semana foi São Sebastião. Moradias foram destruídas por desabamentos, deslizamentos e alagamentos. "Tudo é lama, tudo é barro, destroços, entulhos e escombros. É realmente traumatizante" relata Pauleteh Araújo, vereadora suplente do município e moradora da região de Juquehy.

Pauleteh estava em casa durante as fortes chuvas, como não teve a residência muito afetada, agora auxilia outros moradores da região e conversou com o Estadão esta tarde.

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Ao menos 23 pessoas morreram vítimas das fortes chuvas que atingiram o litoral entre a noite de sábado, 18, e a madrugada deste domingo, 19. Somente em São Sebastião são 22 mortes confirmadas pelo prefeito Felipe Augusto (PSDB). Outra vítima é uma menina que morreu ao ser atingida pelo deslizamento de pedras em Ubatuba. Até a noite deste domingo, 228 pessoas estão desalojadas e 338, desabrigadas.

Como a casa de Pauleteh não chegou a ser inundada, ela afirma que abrigou três pessoas em sua residência e agora auxilia outras famílias em um dos alojamentos na cidade, localizado na igreja Assembleia de Deus Ministério de Belém. "A região está completamente destruída, é um outro local, irreconhecível, parece cenário de guerra", diz ela que cresceu no local.

Uma das pessoas na igreja que viveu e ainda vive o desespero da destruição no bairro é Priscila Silva, de 23 anos, moradora de Juquehy que acompanha sua irmã e o cunhado que perderam a casa com tudo dentro após alagamento. "Eu tinha acabado de chegar do trabalho, uma hora da manhã, foi quando eu fui ver que estava tudo alagado, eu só fui ter contato com ela (a irmã) era quatro horas da manhã", explica.

As duas irmãs ainda esperam notícias da mãe que mora na vila da Baleia e se encontra incomunicável desde sábado. De acordo com boletim divulgado pelo governo estadual, o bairro da Baleia é uma das regiões mais afetadas de São Sebastião junto com Camburi.

A moradora e líder comunitária de Barra do Sahy, no litoral de São Sebastião, Nalda Araújo também relatou os momentos de terror vividos por moradores e turistas durante a madrugada. Segundo ela, dezenas de casas foram soterradas.

"Era em torno das 3 horas da manhã quando a gente ouviu uma gritaria. Saímos na rua e o pessoal estava gritando, corre que o morro está desabando. Eu moro a mais de 100 metros, mas quando olhei para trás o morro estava descendo com casa, com carro, com pessoas. A gente saiu correndo...", disse.

Segundo o governo do Estado de São Paulo, os maiores acumulados de chuva das últimas 24 horas se deram em Bertioga (683mm). Guarujá (395mm), Santos (232mm), São Vicente (194mm), Cubatão (117mm), Praia Grande (209mm), Mongaguá (112mm), Itanhaém (94mm), Peruíbe (98mm), Ubatuba (335mm), Caraguatatuba (234mm), Ilhabela (337mm) e São Sebastião (627mm).

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) anunciou que o alerta vermelho para o litoral paulista permanece até segunda-feira, 20, com chance de chuva superior a 60 mm por hora ou acima de 100 mm por dia. Após segunda, o alerta deve diminuir para a categoria laranja, com previsão de chuva entre 30 e 60 mm por hora e entre 50 e 100 mm por dia. (Colaborou José Maria Tomazela)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se manifestou na noite deste domingo, 19, em sua conta oficial na rede social Twitter, sobre os efeitos dos temporais deste fim de semana no litoral de São Paulo. Lula está passando o feriado de carnaval na Base Naval de Aratu, na Bahia, e disse que irá amanhã (segunda-feira. 20) a São Paulo, "visitar a região e acompanhar os esforços de enfrentamento dessa tragédia".

"Conversei hoje com o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, @waldezoficial, com o governador de São Paulo, @tarcisiogdf, e com o prefeito @prefeitoFA após as fortes chuvas no litoral de São Paulo, em especial na cidade de São Sebastião", escreveu o presidente.

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"Todo o governo federal, através da @defesacivilbr e das Forças Armadas, está à disposição e atuando para ajudar no que for necessário e somar esforços ao governo de São Paulo e prefeituras no auxílio às vítimas", disse Lula.

"Vamos reunir todos os níveis de governo e, com a solidariedade da sociedade, atender feridos, buscar desaparecidos, restabelecer as rodovias, ligações de energia e telecomunicações na região. Meus sentimentos às famílias que perderam pessoas queridas nesta tragédia", acrescentou o presidente.

O vice-presidente Geraldo Alckmin foi às redes sociais neste domingo, 19, demonstrar solidariedade às vítimas das fortes chuvas que atingiram o litoral paulista neste carnaval.

De acordo com Alckmin, o governo federal acompanha a situação e determinou o deslocamento do Grupo de Apoio a Desastres (GADE) aos locais afetados.

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"Expresso minha solidariedade aos moradores do litoral norte de SP que sofrem transtornos e perdas em função das fortes chuvas. O @govbr, por meio da @DefesaGovBr e do @mdregional_br, acompanha a situação e determinou o deslocamento do GADE, grupo de apoio a desastres, ao Estado", publicou no Twitter o vice-presidente, que já governou São Paulo por quatro vezes.

Chuvas intensas entre a noite de sábado (18) e a madrugada deste domingo (19), inundaram casas, interditaram rodovias e provocaram deslizamentos no litoral de São Paulo. Uma criança de 7 anos morreu vítima de um deslizamento em Ubatuba. Em São Sebastião, a Defesa Civil decretou estado de calamidade pública após mais de 600 milímetros de chuva em 24 horas.

Segundo o Corpo de Bombeiros, uma pedra deslizou sobre uma residência na Rua Benedito Alves da Silva, no bairro de Perequê-Açu, em Ubatuba, na madrugada de domingo, matando a menina na hora.

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Em São Sebastião, as chuvas causaram alagamentos na área urbana e em praias afastadas do centro. No Itatinga, casas foram inundadas e carros foram arrastados pela correnteza. Houve deslizamentos na travessa Antônio Tenório e os moradores foram removidos para um abrigo montado na Escola Municipal Patrícia Viviane. Em Juquehy, as casas foram tomadas pela água com lama. Muitos moradores deixaram os imóveis e se abrigaram em casas de vizinhos.

Conforme a Defesa Civil, choveu 190 milímetros em algumas regiões do litoral norte nas últimas 12 horas e 250 mm no acumulado de um dia. Em Ilhabela, choveu 226 mm em poucas horas e o temporal arrastou carros e alagou até o interior de pousadas.

O transporte público entre Barra Velha e Borrifos foi suspenso, devido a erosões nas vias de acesso. O abastecimento de água na cidade está interrompido. A prefeitura cancelou todos os eventos de Carnaval previstos para este domingo.

Em Santos, na Baixada Santista, a chuva alagou ruas inteiras e invadiu as casas. A ponte Edgar Perdigão, onde os passageiros tomam as balsas para o Guarujá, foi invadida pela ressaca do mar. A travessia de barcas chegou a ser suspensa. A maré alta invadiu a praia. O Carnaval, no Centro Histórico de Santos, foi interrompido. Houve alagamentos também em São Vicente e Praia Grande.

Rodovias têm trechos bloqueados por queda de barreiras

Devido ao excesso de chuva, a pista antiga da Rodovia dos Tamoios, no trecho de serra, foi interditada às 2h30 deste domingo, devido ao risco de queda de barreira. O tráfego em direção a Caraguatatuba, no litoral norte, foi desviado para a pista nova, usada para subida.

Com isso, o trecho novo passou a funcionar com duas mãos de direção, tanto para a subida quanto para a descida da serra. Como ainda chove na região, não há previsão de liberação da pista interditada.

Trechos da rodovia Rio-Santos, em Ubatuba, foram interditados na madrugada deste domingo por conta da chuva. No km 63, entre São Sebastião e Ubatuba, houve queda de barreira. Já no km 97, um alagamento causou a interdição da rodovia.

A Rio-Santos chegou a ser fechada de madrugada também entre o km 10 e o km 35, na Praia de Itamambuca, devido ao risco de queda de barreiras, mas foi liberada pela manhã. Entre São Sebastião e Bertioga, há três pontos de interdição entre o km 164 e o km 180. A Polícia Rodoviária Estadual pede que os motoristas evitem trafegar pela rodovia.

O excesso de chuvas causou também a interdição da rodovia Mogi-Bertioga, acesso da Região Metropolitana de São Paulo ao litoral, na madrugada deste domingo. Conforme o Departamento de Estradas de Rodagem (DER), houve o rompimento de uma tubulação na altura do km 82, em Biritiba-Mirim, causando erosão na pista. Não há previsão para liberação da estrada.

Os motoristas estão sendo orientados a usar como rotas alternativas as rodovias do Sistema Anchieta-Imigrantes e a Rodovia dos Tamoios, também parcialmente interditada devido às chuvas, para acesso ao litoral.

A chuva moderada com trovoadas, que ocorre na cidade de São Paulo no início da tarde deste sábado (18) deixa em estado de atenção para alagamentos as zonas Leste e a Marginal Tietê, informou o Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGE).  Segundo o órgão, áreas de instabilidade formadas pela propagação de uma frente fria ao largo do litoral paulista começam a provocar chuva moderada a forte entre as subprefeituras de São Mateus, Aricanduva/Vila Formosa, Sapopemba e os municípios de Santo André e São Bernardo do Campo.

A tendência é de deslocamento lento, o que potencializa a formação de alagamentos intransitáveis, formação de enxurradas repentinas e rápida elevação de pequenos rios e córregos. O tempo permanece instável durante toda a tarde com previsão de chuva que pode se generalizar. A expectativa é de grandes volumes de chuva.

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Próximos dias

O domingo (19) será chuvoso e a expectativa é de elevados volumes de chuva, o que vai manter o potencial alto para formação de alagamentos, transbordamentos e deslizamentos de terra nas áreas de risco. Os maiores acumulados de chuva devem se concentrar entre a madrugada e o início da tarde. Os termômetros oscilam entre 18°C e 22°C.

Na segunda-feira (20), a área de baixa pressão vai se deslocar para o sul do estado de São Paulo e litoral da Região Sul. Dessa forma, o sol volta a aparecer entre nuvens pela manhã e primeiras horas da tarde na capital e Grande São Paulo. Com o aquecimento e a entrada da brisa marítima, áreas de instabilidade se formam e provocam chuva em forma de pancadas moderadas a fortes, acompanhadas de trovoadas e rajadas de vento entre o meio da tarde e o início da noite. O solo encharcado mantém alto o potencial para formação de alagamentos e deslizamentos de terra. Mínima de 19°C e máxima de 28°C. 

Medidas simples podem amenizar os efeitos dos alagamentos, aconselha o CGE: 

- Evite transitar em ruas alagadas; 

- Se a chuva causou inundações, não se aventure a enfrentar correntezas; 

- Fique em lugar seguro. Se precisar, peça ajuda; 

- Mantenha-se longe da rede elétrica e não pare debaixo de árvores. Abrigue-se em casas e prédios; 

- Planeje suas viagens, para que haja menor possibilidade de enfrentar engarrafamentos causados por ruas bloqueadas; 

- Em caso de dúvida sobre vias bloqueadas, ligue para a central de atendimento da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) através do número 156 ou entre no site da CET para saber como está o trânsito nas principais vias.

 

São Paulo soma 26 mortes e cinco pessoas desaparecidas em decorrência das chuvas no estado, indica balanço da Defesa Civil, que considera o período a partir de 1º de dezembro, quando teve início a Operação Chuvas de Verão. A maioria dos óbitos ocorreu em Araraquara, com sete registros. Foram contabilizadas 255 ocorrências, com 20 feridos, 1.183 desabrigados e 7.202 desalojados. 

Na manhã desta terça-feira (14), o Corpo de Bombeiros faz operação em Mauá na busca de uma pessoa que desapareceu nas águas das chuvas do dia 12 de fevereiro. A equipe está concentrada no Piscinão de Capuava. 

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Dos municípios que operam o Plano Preventivo de Defesa Civil, 132 permanecem em observação e 42 em atenção. As cidades de Aparecida, Socorro e Ferraz de Vasconcelos continuam em alerta. Segundo a Defesa Civil, no último fim de semana fortes chuvas causaram danos às regiões metropolitanas de São Paulo, Vale do Paraíba e Sorocaba. 

A Defesa Civil divulgou novo alerta para fortes chuvas no estado até quinta-feira (16). A previsão é de 55 milímetros (mm) na Baixada Santista, 60 mm na Grande São Paulo e no litoral norte, 70 mm no Vale do Ribeira e em Itapeva, 75 mm em Campinas e Sorocaba e 80 mm no Vale do Paraíba. O maior volume, com 120 mm, está previsto para a região da Serra da Mantiqueira.

Mais danos

Fortes chuvas também atingiram o município de São Luiz do Paraitinga, no Vale do Paraíba. O centro histórico do município possui arquitetura em estilo colonial, preserva características da época dos barões do café e foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 2012. 

Não é a primeira vez que a cidade enfrenta danos causados pelas chuvas. Em 2012, uma enchente danificou grande parte do município. O dossiê de tombamento que tinha sido finalizado pelo Iphan em 2009 foi atualizado após essa ocorrência. 

A cidade, conhecida pela programação carnavalesca com marchinhas, não terá festa na próxima semana de folia. A Comissão de Organização do Carnaval 2023 anunciou ontem (13) o adiamento da folia em razão das cheias do Ribeirão do Chapéu e Ribeirão do Pinga, que assolaram a Vila do Distrito de Catuçaba e deixaram mais de 700 pessoas desalojadas.

Obras e prevenção

O governo paulista informou que liberou R$ 11 milhões em recursos para obras de recuperação e que outros 14 milhões devem ser investidos. Para prevenção, o estado tem 839 instrumentos de identificação de risco, que atendem 330 municípios com maior vulnerabilidade para deslizamentos e inundações. Essas ferramentas são fornecidas aos municípios para estimar, por exemplo, a probabilidade de ocorrência de um evento adverso.

Uma inovação da operação deste ano para o período de chuvas é o uso da inteligência artificial para cruzamento de dados, como previsão meteorológica, acumulado de chuvas e histórico de ocorrências, que irão orientar a emissão de alertas de risco e probabilidade de ocorrências.

As chuvas que atingiram o Estado de São Paulo entre a tarde de domingo e a madrugada desta segunda-feira, 13, deixaram uma pessoa morta e três desaparecidas na capital e no interior. Ruas e casas foram alagadas e carros ficaram submersos. Desde o início da Operação Chuvas de Verão, em 1º dezembro de 2022, a Defesa Civil estadual contabilizou 25 mortes, cinco desaparecidos e 249 ocorrências em todo o Estado. Em todo o verão passado, até 20 de março, morreram 50 pessoas em decorrência das chuvas.

Um homem de 52 anos foi levado pela enxurrada durante forte chuva, na tarde de domingo, em Biritiba-Mirim, na região metropolitana de São Paulo. O corpo foi resgatado já sem vida no interior de um córrego, na rua Manoel da Nóbrega.

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Também no domingo, em Itaquera, na zona leste da capital, um menino de 10 anos desapareceu na inundação. As buscas foram retomadas nesta segunda-feira.

Em Salto de Pirapora, região de Sorocaba, a moradora Cleidilene Nunes de Souza sumiu após ser arrastada pela enxurrada e cair em um córrego, no Jardim Paulistano. Outra pessoa desapareceu em Mauá, na Grande São Paulo, segundo a Defesa Civil.

Cidades ficam sem água

As chuvas intensas do fim de semana interromperam o abastecimento de água em São Bento do Sapucaí, no Vale do Paraíba. Houve também a queda de uma ponte na zona rural. Em Itu, o temporal causou o rompimento da Represa do Itaim, interrompendo o abastecimento de água em 24 bairros.

Também ocorreram danos na adutora da região do Pirapitingui, afetando outros 11 bairros. Na tarde desta segunda-feira, a situação ainda não tinha sido normalizada.

O distrito de Catuçaba, na histórica São Luiz do Paraitinga, ficou sob as águas, com mais de 200 casas alagadas e 600 pessoas desalojadas. A prefeitura usou as redes sociais para pedir ajuda.

Em Sorocaba, choveu 100 milímetros entre a tarde de domingo e a madrugada desta segunda, causando grandes inundações em cinco bairros. Bombeiros usaram barcos para resgatar famílias ilhadas e retirar ocupantes de carros parados nos alagamentos.

Conforme o Centro de Gerenciamento de Emergências da Defesa Civil do Estado, as chuvas já deixaram também sete feridos, 1.376 desabrigados e 7.171 desalojados. Dos municípios que operam o plano preventivo da Defesa Civil, 138 permanecem em observação e 36 continuam em atenção.

As cidades de Aparecida, Socorro e Ferraz de Vasconcelos estão em alerta. "Estamos com equipes nas regiões afetadas, realizando vistorias e acompanhando o trabalho dos bombeiros, engenheiros e agentes das defesas civis", disse o coordenador estadual coronel Henguel Ricardo Pereira.

Seis mortes em Araraquara

Entre as vítimas das chuvas neste verão no Estado, dez estavam no interior de veículos que foram engolidos por erosões ou caíram em rios - uma única ocorrência causou seis mortes em Araraquara. Sete vítimas foram arrastadas por enxurradas, duas morreram em quedas de árvores, duas em desabamentos e uma foi vítima de raio.

No ano passado, 34 mortes aconteceram em deslizamentos de terra acontecidos em quatro cidades da região metropolitana de São Paulo. Só em Franco da Rocha foram 18 mortes.

Diversos Estados do Brasil estão sujeitos a novos temporais neste início de semana. De acordo com a Climatempo, a circulação dos ventos ainda mantém instabilidades espalhadas sobre grande parte do País nesta segunda-feira (13). Na cidade de São Paulo, o dia começou com sol entre nuvens, mas com elevação de temperatura no decorrer do dia, com máxima prevista de 29ºC. Há possibilidade de pancadas de chuva entre o meio da tarde e o início da noite.

Região Sudeste

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Nesta segunda-feira, o sol apareceu entre nuvens e favoreceu a elevação das temperaturas na capital paulista. "O calor e a chegada da brisa marítima devem provocar pancadas de chuva entre o meio da tarde e o início da noite, com descargas elétricas, rajadas de vento e intensidade variando entre moderada e forte", disse o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) da Prefeitura de São Paulo.

Na terça-feira (14), o cenário deve ser o mesmo. A mínima ficará em torno dos 20ºC e a máxima pode superar os 30°C, com pancadas de chuva de moderada a forte intensidade no fim do dia.

No Estado, persistem as pancadas típicas de verão, associadas ao ar quente e úmido e aos ventos constantes que sopram do mar contra a costa, segundo a Climatempo.

As pancadas de chuva também devem atingir nesta segunda-feira o Rio de Janeiro (principalmente o centro-sul do Estado) e Minas Gerais (no sul, especialmente). Já no Espírito Santo, não há previsão de chuva.

Região Sul

Nesta segunda-feira, uma mudança no padrão da circulação dos ventos favorece o aumento de nuvens de chuva entre Paraná, oeste de Santa Catarina e no oeste e noroeste do Rio Grande do Sul, conforme a Climatempo. O dia permanece ensolarado e firme em Florianópolis e Porto Alegre.

Região Centro-Oeste

O dia começa abafado, com pouca nebulosidade nas capitais e no Distrito Federal, com bastante sol no decorrer das horas. "Há possibilidade de aumento das nuvens de chuva entre a tarde e a noite e temporais devem atingir o sul e oeste de Mato Grosso, parte do Mato Grosso do Sul e o sul de Goiás", disse a Climatempo. Em Brasília, as pancadas podem vir com moderada a forte intensidade.

Região Nordeste

A costa norte da Região Nordeste permanece com clima instável. Nesta segunda-feira, o dia segue com sol e pancadas de chuva forte em São Luís, Teresina, Fortaleza e Natal.

Região Norte

Os temporais persistem entre Amazonas, interior do Pará, Amapá, Rondônia e sul de Roraima. De acordo com a Climatempo, o dia fica abafado em todos os Estados do Norte do Brasil, com chuva moderada a forte, apesar da abertura de sol.

A Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC) informou, nesta quinta-feira (9), que há previsão de chuva nas primeiras horas da manhã, além de chuvas de menor intensidade no decorrer da noite na Região Metropolitana do Recife, Zona da Mata e Agreste pernambucano. 

A meteorologista da Apac Aparecida Fernandes explicou que as chuvas desta quinta foram causadas pelo transporte de umidade do oceano para o continente. “Ao encontrar o Recife, que é uma cidade que funciona como ilha de calor, favoreceu a intensificação das nuvens”, disse. 

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Aparecida também lembrou que a agência já havia divulgado a possibilidade da ocorrência de chuvas intensas no Estado “porque o oceano está com temperatura acima do normal, que favorece uma maior evaporação e também uma maior intensificação dos sistemas meteorológicos que se aproximam da costa”, detalhou. 

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Após se recuperar do temporal ocorrido no último domingo (5) e que deixou uma vítima fatal em Olinda, o Grande Recife voltou a ser atingido por chuvas fortes desde a madrugada desta quinta-feira (9). Só na capital pernambucana, de acordo com Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), choveu 84 mm nas últimas 12 horas. Os outros municípios com maior quantidade de chuva acumulada são Camaragibe (39 mm), Jaboatão (39 mm), Araçoiaba (31 mm) e Olinda (30 mm). 

A Apac emitiu, no domingo (5), um alerta amarelo de precipitações de moderada a forte para o Grande Recife e a Zona da Mata. Ele chegou a ser renovado para alerta laranja, mais grave, no começo da semana, mas voltou ao estado de observação anterior. Ainda assim, a população sentiu o impacto do acúmulo das águas e precisou lidar com transporte público e trânsito mais lentos, além de muitos alagamentos. 

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Confira algumas das imagens obtidas pelo LeiaJá. Os registros foram feitos na região central do Recife e em algumas ruas e avenidas na Zona Oeste, entre os bairros da Iputinga e Caxangá.

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Devido às fortes chuvas que iniciaram na Região Metropolitana no Recife no final da manhã desta quinta-feira (9), a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) emitiu um alerta para informar que a previsão meteorológica é de redução das chuvas nas próximas horas. 

A agência também informou que o maior acumulado de chuva registrado até o momento foi no Recife, especificamente no bairro da Imbiribeira, Zona Sul da cidade, com 84mm. Em seguida, estão:  Camaragibe (39mm); Jaboatão dos Guararapes (39mm); Araçoiaba (31mm); e Olinda (30mm).

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Na manhã desta quarta-feira (8), um sofá de três lugares foi encontrado no mar de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. O estofado foi recolhido por funcionários da Prefeitura.

Dois dias após o deslizamento de barreira que matou um jovem de 19 anos em razão das chuvas que castigaram a Região Metropolitana, o prefeito João Campos (PSB) reclamou do descarte inadequado da mobília e relacionou os prejuízos causados pelas chuvas com a falta de cuidado da população com o lixo. "Todos precisam ajudar e fazer a sua parte!", advertiu.

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A Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes anunciou a criação da Secretaria de Defesa Civil para acompanhar os efeitos das chuvas deste ano. A gestão abriu inscrições para contratar 95 profissionais para a pasta e divulgou medidas que pretende adotar até a chegada do inverno.  

A implementação da pasta foi debatida na última sexta (3) pelo prefeito Mano Medeiros com o Secretário-Executivo de Defesa Civil de Pernambuco, Coronel Clóvis Ramalho, e com o Diretor de Gestão de Riscos de Desastres, Tenente-coronel George Vitoriano. O coronel Elton Ferreira foi designado para assumir a nova secretaria.

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“Segundo o IBGE, cerca de 33% da população jaboatonense moram em áreas de risco, ou seja, em torno de 230 mil pessoas, o que nos coloca em sexto lugar no país em moradias de risco. É um desafio extremo, sobretudo quando enfrentamos chuvas concentradas em quantidades bem acima da média, como as de 2022. Estruturar a Secretaria de Defesa Civil é uma forma de priorizar ainda mais o tema e tomar as decisões de forma mais rápida, já que o órgão fica ligado diretamente ao gabinete”, afirmou Mano. 

Entre as medidas de prevenção para o próximo inverno, ainda neste mês, a gestão prevê a instalação de um Sistema Inteligente de Monitoramento e Alerta em áreas de risco. A ferramenta foi desenvolvida pela startup Porang e Universidade de Pernambuco, núcleo de Caruaru, com financiamento da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco (Facepe). Ela permitirá um acompanhamento dos pontos em tempo real e o envio de mensagens à população.   

Ainda sem prazo definido, a Prefeitura aguarda autorização da Caixa para dar ordem de serviço e iniciar a construção de138 muros de arrimo em áreas de risco. As obras foram orçadas em R$ 26,5 milhões. Também foi encaminhado ao Governo Federal um Plano Habitacional com 305 unidades para moradores que perderam as casas, mas ainda não houve retorno.   

Integrantes de todas as secretarias se reuniram com o Comitê de Lideranças de Jardim Monte Verde para discutir projetos de contenção integrados a espaços de convivência indicados pelos próprios moradores. 

Operação Inverno

Em paralelo, a Defesa Civil reforçou a implantação de lonas e geopolímero nas encostas e a Operação Inverno, com a limpeza de canais e galerias, serviços de drenagem e regularização de ruas. Neste ano, a expectativa é limpar 74 km de canais e outros 30km de canaletas, com recursos de R$ 50 milhões e previsão de recolher em torno de 220 mil toneladas de entulhos nos sistemas de drenagem. 

Ao menos 15 pessoas morreram e 12 mil ficaram desabrigadas após um deslizamento de terra na região de Arequipa, no sul do Peru, nesta segunda-feira (6). As informações são do Indeci, órgão de defesa civil do país. A área mais afetada foi Nicolás Valcárcel, na cidade de Camaná, que sofreu com fortes chuvas e enchentes no domingo (5).

Ainda de acordo com o Indeci, 20 pessoas ficaram feridas, duas estão desaparecidas e outras 310 foram diretamente afetadas pelo desastre natural. O governador de Arequipa, Rohel Sánchez, alertou que o número de mortos pode aumentar, especialmente nas regiões de Miski, Secocha, Urasqui e San Martín, que possuem mineradoras. "Há uma grande probabilidade de ter pessoas mortas nos túneis", afirma Sánchez.

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Por causa do deslizamento, as autoridades de Arequipa solicitaram que o governo declarasse estado de emergência no local. A Presidência do Conselho de Ministros se ofereceu para unir diferentes áreas do governo para atender às exigências da emergência, que inclui helicópteros para voos humanitários e maquinaria pesada para limpar os escombros e combustíveis, conforme explicou Sánchez.

Um relatório da defesa civil do Peru destacou ainda que Yauyos, em Lima, também registrou deslizamentos de terra no domingo, que danificaram 99 casas e deixaram 265 pessoas desabrigadas. (Com agências internacionais).

A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), esteve, na tarde desta segunda-feira (6), em Águas Compridas, bairro de Olinda onde duas famílias foram vítimas de um deslizamento de terra que provocou a morte do jovem Israel Campelo, de 19 anos. A gestora foi acompanhada da vice-governadora Priscila Krause (Cidadania) e de uma equipe do seu secretariado. 

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Lyra publicou, nas redes sociais, o momento em que chegou à casa de Judite Soares dos Santos, de 51 anos, mãe de Israel. A dona de casa foi resgatada com escoriações leves e, a priori, não precisou de atendimento hospitalar, mas posteriormente foi encaminhada à Policlínica Amaury Coutinho, em Campina do Barreto, após passar mal por estresse. Outros cinco parentes, incluindo um menino de quatro anos, também estavam na residência no momento do deslizamento e foram socorridos com vida.  

"É claro que investir nos morros na Região Metropolitana do Recife exige muitos recursos, se tem pessoas que estão em áreas de extremo risco. A gente está começando agora um trabalho para permitir que essas pessoas possam estar em um lugar seguro. Infelizmente, hoje houve perdas e o que a gente quer é que nenhuma família passe por isso. O trabalho é duro e estamos aqui para prestar solidariedade à família de Dona Judite, que infelizmente perdeu um filho", disse a governadora, em entrevista à imprensa. 

Na última semana, a vice-governadora Priscila Krause coordenou a primeira reunião do Grupo de Trabalho sobre a Defesa Civil com prefeitos e representantes dos municípios do Recife e da Região Metropolitana, para tratar de ações de curto e médio prazo sobre os danos causados pelas fortes chuvas. 

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Pernambuco registrou, nesta segunda-feira (6), a primeira morte em decorrência das fortes chuvas que chegaram à Região Metropolitana do Recife (RMR), ainda na noite do domingo (5). O período chuvoso, que já é preocupação da população local, em especial, dos moradores ribeirinhos e localizados nas encostas da metrópole, se tornou um medo ainda mais presente após as ocorrências de 2022 terem deixado, em apenas um mês, mais de 130 mortes. 

O cenário se repetiu em uma área que já conhece a realidade dos alagamentos e deslizamentos. Desta vez, o deslizamento aconteceu em Águas Compridas, bairro de Olinda. O jovem Israel Campelo dos Santos, de 19 anos, foi a vítima fatal. Seus familiares também ficaram feridos. O rapaz, que era motoboy e trabalhava no próprio bairro, deixou a mãe, o pai e três irmãos.  

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No ano passado, a região foi a primeira a ser atingida por deslizamentos, também com mortes, ainda no mês de maio. À época, as ocorrências foram nos bairros da Caixa D'Água e Córrego do Abacaxi, a 10 minutos de Águas Compridas; todos cortados pelo Rio Beberibe. No deslizamento que vitimou Israel, nesta segunda-feira (6), o local, apesar de não possuir histórico de mortes, era considerado de risco e tinha trechos interditados pela Defesa Civil municipal. 

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“Eu estava dormindo e me acordei com a zoada. A gente tem um galpão atrás de casa e eu pensei que tinha sido algo no galpão. Gritei pelo meu filho, assombrada: ‘tu tás vivo?’, e ele já estava bem na porta me chamando. Ele que estava gritando por mim, para eu sair de dentro de casa, porque achou que era algo lá dentro. Meu menino que chegou primeiro na hora e ficou escavando com a mão, aí ouviu um grito de socorro. Era uma mulher”, relatou a senhora Severina da Silva, de 65 anos. Ela é conhecida como “Dona Biu” e mora em Águas Compridas há cerca de 40 anos. 

Dona Biu diz que, apesar do risco, nunca havia presenciado uma tragédia como esta, com mortes. O caso aconteceu na Rua Seis de Janeiro, que é alta e mais se parece com uma viela. Boa parte da escadaria que leva ao topo do morro não possui corrimão para dar suporte aos moradores. 

“Eles me mandaram sair e que eu só voltasse quando estiasse. Porque tem risco de uma estrutura em cima desabar e cair na minha casa. A minha casa mesmo não tinha risco não, até hoje, mas o solo encharcou e eles precisam que a chuva pare para ver. Eu nunca tinha presenciado uma tragédia como essa. Via na televisão, mas na minha frente, foi a primeira vez. Se não estiar, eu não vou para abrigo, não. Vou dar um jeito de sair daí, porque estou com medo e não vou continuar morando aí. As coisas não só acontecem com os outros, não, acontecem com a gente também”, continuou. 

A casa de dona Severina ficava entre as duas casas atingidas nos deslizamentos desta segunda-feira (6). No total, foram nove pessoas atingidas, e oito sobreviventes. Em uma casa estava um casal e, na outra, sete pessoas da mesma família, a de Israel. Agora em risco, Dona Biu vai procurar abrigo com um dos filhos, ao menos para a primeira noite fora de casa. 

No momento em que falou com o LeiaJá, ela carregava uma bolsa apenas com os documentos e estava acompanhada do genro, Marcelo. O filho Rivaldo, de 40 anos, que mora com ela, também deve ir para a casa de uma das irmãs. As outras filhas de Severina moram em duas comunidades de Olinda, o Alto da Conquista e o Buraco do Afonso, que fica no mesmo bairro, mas nenhuma delas está em área de risco. 

“Eu não sei o que vou fazer. Os escombros não bateram na minha casa, mas ficaram bem próximos. Eu não sei o que pode acontecer, porque com barreira, a gente nunca sabe. Eu não penso só em mim, penso em qualquer ser humano que more em um lugar desses. A gente só mora porque é a única opção. Se pudesse, a gente não morava nesse lugar. É a primeira vez que moro em uma barreira. Sou do interior, vim trabalhar no Recife e por aqui mesmo fiquei”, concluiu. 

“Tragédia anunciada” 

No local do ocorrido, um dos vizinhos da família de Israel comunicava a todos a indignação com a situação das encostas em Águas Compridas. O sentimento do motorista Antônio Souza, de 45 anos, foi endossado pelos demais moradores, que se veem esquecidos pelo poder público há anos. O homem mora em Águas Compridas desde criança. 

“A gente pede lona, mas é o paliativo. Lona não resolve. Temos buscado para que eles venham fazer um projeto amplo, com muros de arrimo, algo nesse nível, mas somos esquecidos pelo poder público. Inclusive pelos vereadores daqui de Olinda, que moram perto da gente. Na época de campanha, aparecem todos, mas depois da campanha, eles somem. Eu amo o local onde eu moro, mas infelizmente, não adianta eu, como morador, fazer alguma coisa, e ser esquecido pelo poder público”, afirmou o trabalhador. 

Antônio fez parte do resgate das vítimas e ajudou a retirar os demais soterrados dos escombros antes mesmo do Corpo de Bombeiros chegar. “Nos deparamos lá com a situação e tinham quatro vítimas soterradas. Conseguimos resgatar o casal e o irmão de Israel, um adolescente, também soterrado. O sofá ficou sobre o corpo dele e a gente conseguiu resgatar ele. Dona Judite [mãe de Israel] teve escoriações nas pernas. Leo [morador da outra casa atingida] teve fraturas nas pernas e em um dos braços. Os bombeiros chegaram uns 45 ou 50 minutos depois do acontecimento, já tínhamos resgatado três vítimas, só ficou Israel, que, infelizmente, saiu sem vida”, acrescentou. 

O que diz a Defesa Civil 

O LeiaJá entrevistou, durante o atendimento à ocorrência, o secretatário de Defesa Civil de Olinda, Irapoan Muniz. Ele reafirmou que a área, agora isolada, é de risco, e que está entre as prioridades do município para as ações de redução de riscos a serem implementadas até o outono-inverno deste ano, quando as chuvas têm maior acúmulo. Atualmente passando por um verão típico, Pernambuco enfrenta dias muito quentes e chuvas intensas com menor frequência. Confira o retorno do secretário abaixo, na íntegra: 

“Três pessoas foram socorridas com vida e a quarta pessoa, Israel, faleceu. O serviço social já está localizando as famílias para viabilizar os abrigos. Nas casas vizinhas e que estão em risco, as pessoas estão sendo comunicadas para saírem das casas e às que estão sem condições de migrar para outras casas, terão acesso a abrigo. Essa área vem sendo monitorada desde o inverno do ano passado. As pessoas que estavam aqui na época receberam os auxílios moradia e emergencial, inclusive, essa família que estava na casa [de hoje] morava de aluguel, pois os donos antigos alugavam a casa [mesmo em risco].  

Estamos monitorando 49 áreas de alto risco no município e essas áreas serão contempladas com obras de contenção de encostas e de aplicação de geomanta. É lamentável que nós tenhamos uma segunda-feira dessas. Estou pegando a relação reunião gabinete prefeito e com a Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos. 

Essa área, podemos admitir, é uma das mais comprometidas em Olinda. Águas Compridas, Caixa d’Água, Córrego do Abacaxi e Alto da Bondade são completamente comprometidos nas encostas. Fizemos estudos durante todo o processo para saber a viabilidade da implantação das geomantas e aqui [Águas Compridas] será a área mais contemplada. O local do deslizamento de hoje estava em um local mais crítico. Mesmo assim as pessoas, talvez pela situação de pobreza e de vulnerabilidade, insistiram em morar nessa residência.” 

 

 

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