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O mês de março começou com chuvas fortes em todo o Brasil, de acordo com a previsão do tempo divulgada pela Climatempo. Na região Norte, as elevadas temperaturas favorecem a formação de nuvens de temporais, como é o caso da cidade de Belém. O Instituto Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) divulgou que a capital paraense está em alerta amarelo.

Moradores da Região Metropolitana temem os problemas que a chuva pode causar aos veículos. Quem trabalha em transportes precisa ter cuidados para evitar acidentes de trânsito ou os danos ao veículo.

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Para se prevenir de problemas mecânicos durante o período chuvoso, o especialista em mecânica Igor Lucas destaca a importância de manter a revisão do veículo em dia. “Se alguém for realizar viagens durante esse período, é importante fazer essas avaliações para evitar transtornos”, disse. 

Segundo Lucas, é preciso verificar a questão do alinhamento, balanceamento e também o sistema de arrefecimento, o qual tem a função de resfriar o motor. Além disso, é importante a revisão de óleo e filtros, para manter um bom funcionamento do motor do carro.

“A questão do motor é muito importante para evitar a dor de cabeça da quebra dessa máquina, além de outras peças que compõem esse sistema. Os para-brisas também devem receber manutenção, para manter uma vida útil boa”, sugeriu Lucas. 

Manter os pneus de veículos em bom estado é um cuidado redobrado que todo condutor deve ter durante toda a vida útil do veículo. “Em tempos de chuva, é sempre bom ter os pneus novos; quanto menos borracha, menos terá aderência com o contato com o solo molhado”, acrescentou Igor Lucas 

“Todo pneu sai de fábrica com TWI, que é o limite de segurança de cada pneu. Ele vem lá do fundo do sulco mínimo do pneu e é muito importante verificar para ver se não está bem perto da base, pois se estiver nesse estado, é a hora certa para trocar”, explicou o mecânico. 

Outro alerta é não estacionar veículos embaixo de árvores, pois os ocupantes podem estar em risco caso ocorra queda de galhos ou mesmo do próprio vegetal. Ao deparar com uma enchente, a ação mais segura é esperar o escoamento da água ou dar meia volta com seu veículo para seguir por outro caminho.

“Hoje nós sabemos que não é mais obrigatório, mas é superimportante andar com seu extintor de incêndio. Além disso, reforço que sempre devem usar o cinto de segurança, colocar crianças nos assentos especiais, nas cadeirinhas, pois além dos transtornos causados pela chuva, você também quer evitar multas”, finalizou o mecânico. 

Por Vitória Reimão (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).

 

A chuva intensa que caiu nesta semana voltou a alagar ruas e avenidas do Grande Recife, a maioria já conhecida por não suportar os períodos chuvosos. Um ano após o sofrimento de centenas famílias que perderam parentes e ficaram sem moradia no temporal mais severo das últimas décadas, como as prefeituras têm atuado para controlar a incidência de enchentes? 

 Logo em sua primeira noite, o outono deu uma prévia de como 2023 pode se comportar do ponto de vista meteorológico. A situação só não ficou ainda mais complicada pela estabilização da maré na maior parte da manhã. O LeiaJá procurou as gestões de Olinda, Recife e Jaboatão para compreender quais estratégias foram traçadas e o que foi posto em prática para mitigar os impactos dos alagamentos no trânsito e na rotina dos moradores.  

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O cuidado com a drenagem urbana é uma das responsabilidades dos gestores públicos. Ela está associada ao sistema de escoamento pluvial e tem o objetivo de fazer com que o volume de água das chuvas percorra a cidade o mais rápido possível até que seja recebida por rios capazes de suportar sua capacidade. 

Esse trajeto, se mal estruturado, torna a função de escoamento ineficaz, resultando em enchentes e áreas historicamente alagadas. Além do risco à saúde e à integridade física dos moradores, o desequilíbrio dessa rede prejudica os comércios e trava as cidades enquanto não houver estiagem.  

O planejamento e a capacidade de atuação de cada prefeitura são fatores fundamentais para evitar a falha desses dois sistemas. Enquanto a microdrenagem se volta à disposição de dutos e intervenções que devem acompanhar o processo de urbanização, a macrodrenagem corresponde ao trato com a rede natural de rios e córregos com o menor impacto possível.



Uma negligência histórica

O professor da Uninassau e mestre em Engenharia Urbana e Ambiental, Deyglis Fragoso, citou os processos de intervenção tardios do Estado, a expansão urbana precarizada em áreas ambientalmente fragilizadas e a falta de dinâmica sobre educação ambiental como agentes causadores das enchentes. Mesmo com décadas de acompanhamento referente aos índices de precipitações e a capacidade de projetar a quantidade de chuva que vai cair, parte da cidade se sustenta em aterros. 

"Você tem a relação do assoreamento desses cursos de água com o nível da maré, o sistema de drenagem extremamente fragilizado e ainda sobrecarregado com ações antrópicas [...] essa população de baixa renda muitas vezes descarta seus dejetos, que vão se acumulando ao longo do curso de água. Isso chega obviamente na região da desembocadura", pontuou.  

No sentido da densidade construtiva em zonas de alagados, Fragoso salientou que esse contexto acabou sendo preservado de forma cultural. Comunidades historicamente abandonadas pelo poder público passaram a morar às margens dos rios para sobreviver da pesca e da coleta de marisco. Outro ponto que sustenta a demora para uma solução é a falta de unidade política para que os projetos de melhoria das bacias hidrográficas do Capibaribe, Beberibe e Tejipió saiam do papel para reverter o cenário de descaso. 

Na visão do professor, é possível reduzir as enchentes a curto prazo com a manutenção frequente ao longo do ano. Porém, mesmo antes de rever toda estrutura e material usado para o sistema de drenagem, é fundamental propor a requalificação das áreas de margem dos rios com o deslocamento dos moradores para outras regiões, fomentando a educação ambiental à toda população. 

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Como atuam as prefeituras

No Recife, a Prefeitura informou que todas as áreas atingidas no último inverno estão sendo atendidas e que o assunto é operacionalizado pela Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb), através da Ação Inverno. 

Em nota, a gestão explicou que começou a limpeza dos 99 canais que cortam o município em janeiro, sendo investidos R$ 8,5 milhões. Outra intervenção realizada pela autarquia é o andamento das obras para eliminar pontos críticos de alagamento na Rua da Concórdia, Rua Imperial e Avenida Sul, onde estão sendo investidos cerca de R$ 12 milhões. 

Além de atuar na contenção, prevenção e monitoramento em áreas de risco, outro eixo destacado pela Emlurb é a conscientização para sensibilizar a população sobre a importância de não jogar lixo nos canais, galerias e encostas. 

Em Olinda, a Prefeitura esclarece que tem executado a limpeza dos canais, com destaque ao Canal da Malária, Canal do Matadouro, Canal Graviúna e Canal Ouriço do Mar. Em relação à microdrenagem, a Secretaria Executiva de Manutenção Urbana aponta que faz a limpeza de canaletas e galerias na Rua Timbiras, em Cidade Tabajara, e no cruzamento da Avenida Brasília com a Rua Paraná, em Jardim Brasil. 

Em Jaboatão dos Guararapes, a Secretaria Municipal de Infraestrutura apontou que realiza a implantação e substituição do sistema de drenagem e vem realizando a limpeza das galerias em dezenas de vias, com mais de 200 trabalhadores voltados ao serviço até agosto.  

A gestão também destacou que os moradores de Candeias e Barra de Jangada serão beneficiados com a limpeza profunda nos braços da Lagoa Olho D’água, inclusive, um desses braços ficará com cerca de um metro de profundidade. Outra mobilização se dá em torno da limpeza e desassoreamento dos canais Mariana, em Muribeca; Canal de Santo Aleixo e o Aniceto Varejão, em Candeias.

Para acompanhar de perto a situação dos municípios do Agreste do Estado mais afetados pelas fortes chuvas, a governadora Raquel Lyra visitou, nesse domingo (19), as cidades de Caruaru e Santa Cruz do Capibaribe. “Trouxemos todo o apoio da Defesa Civil com doações urgentes, a exemplo de lençóis, colchões e kit de limpeza, articulando com as prefeituras para que possamos garantir o socorro imediato às famílias. Além disso estamos investindo R$ 23 milhões para fazermos a reestruturação do Corpo de Bombeiros e a estruturação da Defesa Civil no nosso Estado, adquirindo equipamentos para que os trabalhadores possam garantir o socorro imediato às famílias”, destacou a governadora.

Em conversa com os moradores e lideranças da região, a chefe do executivo estadual ressaltou que as parcerias com os municípios estão sendo reforçadas para oferecer toda a assistência necessária à população prejudicada.  “Também estamos fazendo todo o levantamento de onde precisa ter as ações que sejam de drenagem e macrodrenagem, para que as prefeituras, junto com o Estado, possam agir de maneira mais assertiva no investimento do recurso público”, concluiu Raquel.

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Os dois municípios do Agreste foram os que registraram maiores volumes de chuva no sábado, sendo 118 mm em Santa Cruz do Capibaribe, onde o esperado para o mês inteiro de março seria 71 mm; e 92 mm em Caruaru, onde a previsão era de 75 mm. Nos demais municípios do Agreste, as chuvas ficaram abaixo de 50 mm.

Em Caruaru, Raquel Lyra visitou o loteamento Três Bandeiras, onde uma casa desabou e diversas famílias ficaram desalojadas. “A gente já vinha em contato com o Governo do Estado desde ontem e a visita da governadora ao nosso município foi de extrema importância. Vamos continuar em campo nas ruas, acolhendo as pessoas que estão precisando nesse momento”, ressaltou o prefeito de Caruaru, Rodrigo Pinheiro.

“Ficamos felizes com a visita da governadora e, faremos uma parceria importante para ajudar as famílias que perderam seus bens aqui devido às fortes chuvas no município”, disse o prefeito de Santa Cruz do Capibaribe, Fábio Aragão.

A Secretaria Executiva de Proteção e Defesa Civil do Estado está monitorando as chuvas desde o alerta emitido pela Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC), às 07h do sábado (18), com validade até às 23h59 desse domingo. “Deslocamos uma equipe para esses locais atingidos e, de forma contínua, já garantimos o socorro imediato às famílias. Seguimos em alerta e à disposição para atender à população”, afirmou o secretário executivo da pasta, coronel Clovis Ramalho.

Estiveram acompanhando a comitiva da governadora os secretários estaduais coronel Mamede (Casa Militar), Rodolfo Costa Pinto (Comunicação), Zilda do Rego Cavalcanti (Saúde) e Carolina Cabral (Desenvolvimento Social, Criança, Juventude e Prevenção às Drogas).

*Da assessoria de imprensa

 

O outono de 2023 tem início às 18h25 (horário de Brasília) desta segunda-feira (20). A estação é marcada por temperaturas mais amenas e, neste período, as chuvas são mais escassas no interior do Brasil, especialmente, no semiárido nordestino.

“É uma estação considerada de transição entre o verão quente e úmido e o inverno frio e seco, principalmente no Brasil Central”, explicou o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), em comunicado.

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Acrescentou que, já na parte norte das regiões Nordeste e Norte, o outono ainda é época de muita chuva, principalmente se houver a persistência da Zona de Convergência Intertropical mais ao sul de sua posição climatológica para o período. Essa zona é a área onde convergem os ventos alísios, que sopram dos trópicos para a região da Linha do Equador e que, por serem muitos úmidos, provocam chuvas nesses arredores.

No outro extremo, o outono também é caracterizado por entradas de massas de ar frio vindas do sul do continente, que provocam a queda das temperaturas do ar, principalmente, na Região Sul e em parte da Região Sudeste.

“Vale destacar ainda que, durante a estação, é possível observar as primeiras formações de fenômenos adversos, como nevoeiros nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste; geadas nas regiões Sul e Sudeste e no Mato Grosso do Sul; neve nas áreas serranas e nos planaltos da Região Sul, e friagem no sul da Região Norte e nos estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e até no sul de Goiás”, explicou o Inmet.

O início e o fim das estações estão associados aos fenômenos astronômicos chamados solstícios (verão e inverno) e equinócios (primavera e outono), que são definidos pela posição da Terra em sua órbita em torno do Sol, bem como pela inclinação do eixo de rotação em relação à órbita.

No dia 20 de março ocorre o equinócio de outono no hemisfério sul, época em que a duração do dia é aproximadamente igual à duração da noite, o mesmo que acontece no equinócio da primavera.

Com o passar do tempo, os dias vão ficando menores e as noites maiores até o solstício de inverno que será no dia 21 de junho, às 11h58 (hora legal de Brasília), quando, então, se encerra o outono e começa o inverno. Já no solstício de verão o, dia tem o seu maior pico de duração em todo o ano.

La Ninã

Segundo o Inmet, o fenômeno La Niña vem perdendo intensidade e as previsões indicam uma transição para a normalidade e posterior formação do El Niño entre o final do outono e início do inverno. O La Ninã tem contribuído para a ocorrência de chuvas mais frequentes nas regiões Norte e Nordeste, bem como a escassez de chuvas na Região Sul do Brasil, em especial no Rio Grande do Sul, durante esse verão que se encerra.

Ele é um fenômeno climático causado pelo resfriamento das águas superficiais do Oceano Pacífico, que banham o Oeste da América do Sul, no Chile, Peru, Equador e Colômbia. Esse resfriamento altera a circulação atmosférica tropical e impacta nas temperaturas e na quantidade de chuvas em todo o mundo. Já o El Niño é a fase quente do fenômeno.

Previsão por região

A previsão para o outono na Região Norte indica que as chuvas deverão permanecer acima da média climatológica, com volumes que podem ultrapassar 800 milímetros, principalmente em áreas do nordeste do Pará e noroeste do Amazonas devido à persistência de dias chuvosos.

Já no sul do Pará, as probabilidades indicam chuvas ligeiramente abaixo da média. A previsão do Inmet também indica o predomínio de temperaturas próximas e ligeiramente acima da média em grande parte da Região Norte, com valores que podem ultrapassar os 26ºC.

No Nordeste, a previsão para o próximo trimestre indica chuvas acima da média em grande parte da região, sendo que, entre os meses de abril e maio, as chuvas deverão persistir em áreas mais ao norte devido à permanência da Zona de Convergência Intertropical.

Além disso, as águas mais quentes próximas à costa nordestina aumentam as chances de chuvas até o final do outono. No leste da região, normalmente as chuvas superam os 400 milímetros no trimestre com o início do período chuvoso. As temperaturas permanecerão próximas à média, desde a costa do Maranhão até Alagoas, entretanto, no interior do nordeste, a previsão é de temperaturas mais elevadas.

Na Região Centro-Oeste, as chuvas deverão ficar próximas ou acima da média climatológica em Mato Grosso e extremo norte de Mato Grosso do Sul. Nas demais áreas, deverão variar entre próximas ou abaixo da média. O Inmet ressalta que, a partir do mês de maio, começa o período seco na parte central do país e as temperaturas deverão ser acima da média em toda região, principalmente no norte de Goiás, onde as temperaturas podem ser superiores a 24ºC.

No Sudeste, a previsão indica volumes de chuva abaixo da média nesse outono. Assim como na Região Centro-Oeste, normalmente existe uma redução das chuvas sobre esta região à medida que se aproxima do inverno, dando início ao período seco. A temperatura média do ar deverá prevalecer próxima e ligeiramente acima da climatologia do período, porém, não se descarta a possibilidade da entrada de massas de ar frio que poderão diminuir as temperaturas em alguns dias nas localidades de maior altitude, a partir do mês de maio.

Frentes frias

Já no Sul do país, o prognóstico indica chuvas abaixo da média em grande parte do Paraná e Santa Catarina, exceto no leste destes estados, onde as chuvas podem ser próximas da média, por causa da passagem de frentes frias.

Meteorologistas destacam a previsão do retorno das chuvas mais frequentes sobre o Rio Grande do Sul, devido ao enfraquecimento do fenômeno La Niña, “que assolou por três anos consecutivos o estado, causando escassez de chuvas”.

A temperatura do ar na Região Sul deverá prevalecer acima da climatologia do período, porém, não está descartada a possibilidade de geadas, principalmente em áreas serranas, à medida que se aproxima do inverno. Na costa da região, as chuvas poderão amenizar as temperaturas.

A cidade de Caruaru, no Agreste de Pernambuco, acumulou uma série de problemas causados pelas fortes chuvas que atingiram o município nesse sábado (18). As imagens de alagamentos e carros sendo arrastados pela correnteza impressionaram quem usou as redes sociais neste final de semana.

Segundo a prefeitura de Caruaru, a cidade foi castigada com 92mm de chuvas em apenas seis horas, causando inúmeros transtornos, mas até o momento não foi necessário o deslocamento de famílias para abrigos municipais.

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A gestão municipal afirmou que está com ações emergenciais para restaurar as áreas afetadas pela chuva intensa e vai elaborar um plano de macrodrenagem para analisar potenciais pontos de alagamentos.

Na tarde deste domingo (19), a Defesa Civil de Caruaru informou que segue monitorando os locais que foram alagados pelas chuvas e que "está tudo entrando na normalidade".

Durante a madrugada, equipes percorreram bairros e realizaram abordagens sociais para identificar pessoa desalojadas, mas, felizmente, ninguém ficou desabrigado.

A orientação é que todos estejam em alerta e, em caso de alagamento, saiam da residência para garantir a segurança de todos. Em caso de emergência, ligar para o número 199.

Outras cidades

Também circularam imagens de alagamentos na cidade de Santa Cruz do Capibaribe, outra do Agreste pernambucano. A prefeitura decretou situação de emergência e cancelou o expediente desta segunda (20) devido às "condições do prédio" onde funciona a administração municipal.

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Um mês após fortes chuvas e deslizamentos deixarem 65 pessoas mortas e uma desaparecida no litoral Norte do estado de São Paulo, as famílias atingidas enfrentam o luto pela perda de seus entes queridos e a incerteza sobre o futuro. Aproximadamente mil pessoas que tiveram suas casas destruídas, ou tornadas inabitáveis pelo mar de lama, vivem hoje temporariamente em pousadas e hotéis conveniados ao governo do estado. O convênio, de 30 dias, termina nas próximas semanas. 

Muita gente preferiu ir para casa de parentes ou se estabelecer em quartos emprestados, e não sabe até quando terá um teto. “Eu estou de favor em um quarto em Juquehy, em tempo de enlouquecer, de sair sem destino, sabe? Estou abalado, não sei qual o destino da minha vida. Não sei o que vai acontecer. Assim, é muita incerteza, só promessa”, conta Edvaldo Guilherme Santos Neto, de 39 anos, que teve que abandonar a casa em que morava em São Sebastião, na Vila Sahy, o bairro mais atingido pela catástrofe.

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Entre a noite de 18 de fevereiro e a manhã seguinte, dia 19, choveu na região mais de 600 milímetros. O acumulado, segundo o Centro Nacional de Previsão de Monitoramento de Desastres (Cemaden), foi o maior já registrado no país. O grande volume de água devastou parte das cidades da região, causou mortes, deslizamentos de encostas, alagamentos, destruiu casas e estradas.

Guilherme, sua esposa e filho, estão abrigados hoje em uma pousada no bairro de Juquehy, em São Sebastião, em um quarto emprestado, pelo período de um mês, por uma amiga. A casa dele, na Vila Sahy, resistiu aos deslizamentos, mas está interditada pelas autoridades. Na casa vizinha, todos morreram, com exceção de um familiar, salvo pelos próprios moradores.

A casa de Guilherme recebeu da Defesa Civil o selo de risco laranja – usado quando a moradia não poderá voltar a ser habitada até uma avaliação das autoridades. O adesivo amarelo é utilizado para construções em situação de monitoramento, e o vermelho, para casas condenadas, que deverão ser destruídas.

“Eu não tenho psicológico para voltar para minha casa, mesmo se eles liberarem. E a Defesa Civil não dá um prazo de quando vai ser liberada. Fiz um empréstimo no Itaú e já sujei meu nome. Não sei o que fazer. Estou endividado pela minha casa, onde eu não posso morar. Não recebi nenhum amparo, nenhuma garantia de que eu vou receber algum valor desse imóvel, se ele não for liberado.”

Ele afirma que, após a tragédia, fez cadastro tanto na Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU) e no Centro de Referência de Assistência Social (Cras) da cidade. “Fizemos uns dez cadastros que eu nem sei para que que é. Eu sei que cadastro foi o que eu mais fiz e, até hoje, ninguém nunca me ligou nem para perguntar se eu preciso de um acompanhamento psicológico. Até agora estamos sobrevivendo da doação de cestas básicas.”

Guilherme diz que ele e a esposa tinham deixado os empregos pouco antes do desastre, para tentar iniciar um negócio próprio de comércio pela internet. As mercadorias compradas por eles ficaram dentro da casa e foram perdidas. Ele conta que nunca recebeu nenhum tipo de aviso das autoridades de que sua casa estava em área de risco. Além das casas que foram destruídas pelos deslizamentos, a Defesa Civil condenou outras 230 moradias no município, que serão derrubadas nos próximos dias. 

“Se hoje está essa situação em São Sebastião é porque, infelizmente, o poder público não fez um programa de habitação para o município. Isso quem paga é a gente. Eu moro na Vila Sahy há 25 anos e a prefeitura nunca fez um programa de drenagem das encostas, nunca fez um programa de habitação, nunca chegou na minha porta e falou assim: aqui é área de risco.”

Após enfrentarem a lama dos deslizamentos para tentar salvar os vizinhos, a esposa de Guilherme começou a sentir sintomas de leptospirose: diarreia e dores nas articulações. Ela procurou um serviço médico e recebeu o diagnóstico de virose.

“Minha esposa ainda está com diarreia, o corpo doendo, porque ela teve contato com a água contaminada. A gente tirou lama, tirou corpo dos escombros e da lama”.

A prefeitura de São Sebastião afirma que não existe surto da doença na cidade. A administração municipal reconhece, no entanto, que houve um “aumento de notificações de casos da doença” após as fortes chuvas. “Em fevereiro, foram notificados 19 casos e, em março, 17 casos, que aguardam resultado. Até o momento, não há casos confirmados de leptospirose.”

A Secretaria de Saúde do município disse que chegou a registrar um aumento de aproximadamente 30% nos atendimentos a pacientes com gastroenterite - uma irritação no sistema digestivo que causa, entre outros sintomas, diarreia - nas unidades de saúde do município, principalmente na Costa Sul. 

“No entanto, essa tendência não se consolidou. É comum nesta época do ano, devido ao clima quente, que as pessoas apresentem alguns problemas intestinais. O recente aumento de casos levantou um alerta no município, especialmente após as últimas chuvas.” 

A prefeitura orienta que, caso a pessoa apresente algum sintoma, deve procurar a unidade de saúde mais próxima, inclusive os hospitais de Clínicas da Costa Sul, localizado em Boiçucanga, e a unidade da região central.

Parcerias

A administração municipal informou que fez parcerias com o governo federal e estadual, por meio da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) e do programa Minha Casa, Minha Vida para a construção de mais de 900 imóveis, entre casas e apartamentos, que serão destinados às famílias que perderam suas casas. A Defesa Civil, diferentemente da prefeitura, diz que serão construídas 518 unidades habitacionais. 

Três terrenos já estão em fase de terraplenagem, nos bairros da Topolândia e Vila Sahy. Segundo a gestão estadual, as primeiras unidades habitacionais deverão ficar prontas em até 150 dias. Até lá, segundo a Defesa Civil, as pessoas que estão hoje abrigadas em cerca de 20 hotéis e pousadas serão instaladas temporariamente em vilas de passagem, unidades habitacionais de madeira, que estão sendo construídas em São Sebastião. As pessoas também serão alocadas temporariamente em unidades habitacionais já prontas na cidade vizinha de Bertioga (SP).

A prefeitura orientou que as famílias que estão enfrentando dificuldades procurem o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) mais próximo. 

 

O conselheiro Antônio Roque Citadini, decano do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP), deu 15 dias para o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) prestar informações sobre o trabalho de prevenção a desastres naturais.

Mais de 60 pessoas morreram em deslizamentos de terra no litoral Norte do Estado no mês passado, depois que a região foi atingida por um volume recorde de chuva no intervalo de 24 horas.

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Um relatório entregue no início da semana por técnicos do TCE mostra que, entre os anos de 2012 e 2022, o governo estadual não cumpriu todas as ações previstas no Programa Estadual de Prevenção de Desastres Naturais e de Redução de Riscos (PDN). O documento também aponta falhas no monitoramento hidrológico e meteorológico.

"Conclui-se que as diversas atividades de Proteção e Defesa Civil requerem maior observação às normas e legislações aplicáveis, bem como demonstram necessidade de aperfeiçoamento no que tange à articulação entre as diversas secretarias e órgãos envolvidos em sua operacionalização", conclui o relatório.

Com base na auditoria, o conselheiro pediu 'informações, justificativas, e/ou esclarecimentos' da administração estadual para cada apontamento.

"Interessa para a instrução processual, que o Governo informe as medidas que tenha adotado ou pretenda adotar no sentido de solucionar as irregularidades assim entendidas pela fiscalização", escreveu.

Entre 2012 e 2022, quatro governadores passaram pelo Executivo de São Paulo: Geraldo Alckmin (PSB), Márcio França (PSB), João Doria (sem partido) e Rodrigo Garcia (PSDB).

COM A PALAVRA, O GOVERNO DE SÃO PAULO

"A atual gestão assumiu o Governo de São Paulo com atenção total ao período de fortes chuvas em todo o Estado. Desde os primeiros dias, tem reforçado as ações da Defesa Civil, entregado obras de recuperação e prevenção da infraestrutura e monitorado as regiões com maior incidência de chuva.

São Paulo prevê investir em 2023 mais de R$ 2 bilhões em novas ações e na continuidade das obras complementares às ações dos municípios, como na macrodrenagem e na construção de piscinões, implantação de galerias e canalização, revitalização de 3 mil quilômetros de cursos d'água em 260 municípios paulistas, e na manutenção dos 27 piscinões na Região Metropolitana. A dotação reservada não representa todos os investimentos do Estado no combate às enchentes. Isso fica evidente com todas as iniciativas já anunciadas para o litoral norte do Estado. O Estado fez a liberação imediata de R$ 7 milhões aos municípios do litoral Norte afetados pelas chuvas e arrecadou mais de 364 toneladas de donativos, alimentos e água aos moradores.

O Governador de SP criou o comitê de gerenciamento das ações de atendimento aos desabrigados e desalojados pelas chuvas, além de destinar recursos para a recuperação das áreas afetadas e crédito para o fomento do turismo e dos pequenos e médios empreendedores.

Com relação ao relatório, os apontamentos do conselheiro referem-se as ações das gestões anteriores."

As áreas de instabilidade voltam a ganhar força na tarde desta terça-feira (14) o que possibilita o retorno das pancadas de chuva - de moderada a forte intensidade - no decorrer da tarde na Grande São Paulo. A capital paulista amanheceu com céu bastante encoberto, mesmo assim as temperaturas devem variar entre 20ºC e 28ºC. Segundo a Climatempo, da Baixada Santista ao litoral sul e no sudoeste do Estado, as pancadas já podem ocorrer desde a manhã desta terça.

Na tarde de segunda-feira (13) o corpo de uma mulher foi encontrado durante a forte chuva que caiu na cidade de São Paulo. O temporal provocou alagamentos e deixou todas as regiões em alerta e a Prefeitura suspendeu o rodízio de veículos à tarde.

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De acordo com o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) da Prefeitura de São Paulo, as condições de chuva começam a perder força a partir de quarta-feira, 15, embora a chegada de uma brisa marítima aumente a nebulosidade na capital paulista, o que possibilita a incidência de pancadas de chuvas isoladas, inclusive sobre a Grande São Paulo. Na capital, os termômetros oscilam entre 18ºC e 29ºC, com sol entre nuvens no decorrer do dia.

"O solo encharcado ainda mantém elevado o potencial para alagamentos, inundações e deslizamentos de terra nos próximos dias", alerta o CGE.

Expectativa de chuva em outros Estados do Brasil

Outros locais da região Sudeste

Com exceção do norte mineiro, as demais áreas do Sudeste devem registrar pancadas de chuva entre a tarde e a noite desta terça-feira. Conforme a Climatempo, do Grande Rio ao Espírito Santo há expectativa de sol com chuva rápida durante o dia.

Regiões Norte e Nordeste

Ainda durante esta semana, a circulação de ventos nas diferentes camadas da atmosfera vai provocar muita chuva em Estados do Nordeste e do Norte do País.

"Os temporais atingem todos os Estados do Nordeste (exceto o centro-sul da Bahia), o Tocantins, e o Pará, onde a chuva vai acumular volumes muito altos no decorrer da semana, entre 200mm e 400mm, com alguns pontuais mais altos entre o sertão do Nordeste e o Pará", afirma a Climatempo.

Há risco de alagamentos, transbordamentos de rios e córregos, assim como deslizamentos de terra até o sábado, 18.

Região Sul

De acordo com a Climatempo, o dia deve ser de sol com poucas nuvens de Tramandaí ao litoral sul do Rio Grande do Sul, assim como em Porto Alegre. Nas demais áreas do Sul do País, há condições para pancadas de chuva, que podem ocorrer a qualquer hora do dia no norte do Paraná, assim como de Florianópolis a Curitiba.

Região Centro-Oeste

Segundo a Cimatempo, além do calor e da umidade, o Vórtice Ciclônico de Altos Níveis (VCAN), que atua entre o Mato Grosso e o Mato Grosso do Sul, é um fenômeno que espalha nuvens carregadas sobre a região.

"A chuva pode ocorrer em vários períodos do dia, no oeste e centro-sul de Mato Grosso do Sul, bem como em Campo Grande, e de Cuiabá ao norte do Mato Grosso. Nas demais áreas da região, incluindo Goiânia e Brasília, as pancadas estão previstas a partir da tarde", disse a empresa de meteorologia.

A Região Metropolitana do Recife (RMR) é formada por 14 municípios e conta com pouco mais de 4 milhões de habitantes, segundo dados do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2021. Dentro de uma grande diversidade econômica e social, seus moradores vivem em situações distintas, compartilhando as mesmas raízes culturais. Uma característica que muitos compartilham, no entanto, é a apreensão quando se aproxima o período de chuvas no meio do ano.

Em 2022 as chuvas que atingiram a RMR causaram o maior número de mortos do século, na história do estado. Diante do cenário de calamidade vivido por tantos moradores, o LeiaJá procurou o governo do estado e algumas prefeituras para saber quais as medidas que foram e estão sendo pensadas para evitar que a população sofra mais uma vez com insegurança estrutural.

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Pernambuco em alerta

O estado possui um histórico secular de desastres naturais causados por alagamentos, tempestades, rompimento de barreiras, entre outras tragédias do tipo. No entanto, conforme a Lei 12.608/2012, que regulamenta o Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil, os municípios são responsáveis pelo atendimento direto à população em caso de calamidade, como nos períodos de chuva. De acordo com o governo de Pernambuco, o papel da gestão estadual é prestar orientação técnica e orientá-los em suas ações.

Procurada pelo LeiaJá, a Secretaria Executiva de Defesa Civil (Sedec) declarou em nota que tem realizado visitas em todos os municípios e recebendo os planos de contingência de cada gestão municipal. A pasta também orienta acerca da inscrição das cidades no “Cadastro Nacional de Municípios com Áreas Suscetíveis a Riscos Geológicos e Hidrológicos, apoiando assim os municípios e o próprio Estado no mapeamento das principais áreas de risco”, informa.

A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) divulgou no dia 2 de março a criação da Frente Parlamentar de Prevenção e Acompanhamento dos Efeitos das Chuvas e Enchentes em Pernambuco, e tem nove membros, entre eles a deputada líder da oposição à gestão atual, Dani Portela (PSOL).

À reportagem, Portela disse que ações precisam ser tomadas com urgência, além de ser uma questão que perpassa outras esferas da sociedade. “Ninguém escolhe morar em área de risco. Hoje Pernambuco tem mais de 120 mil pessoas desalojadas ou desabrigadas por conta da questão das chuvas. E a moradia em área de risco é resultado de uma ampla negligência do poder público diante de uma demanda histórica de moradia, justamente dos grupos mais vulnerabilizados.”, relatou a parlamentar.

Em dezembro de 2022 foi elaborado um dossiê que denunciou o descaso do poder público, além de outras problemáticas envolvendo as questões das chuvas na RMR. 

Recife

As chuvas que atingiram a RMR em 2022 causaram grandes transtornos na capital do estado. Dezenas de pessoas foram a óbito, e milhares de famílias ficaram desabrigadas e desalojadas.

Procurada pela reportagem, a Prefeitura do Recife não respondeu.

A destruição causada pelas chuvas atingiu diversas partes da cidade, principalmente nas regiões de morro, consideradas áreas de risco.

Olinda

No último dia 6 de fevereiro, uma forte chuva atingiu a RMR, com registro de 97mm de água apenas em Olinda. A tempestade atingiu residências no bairro de Águas Compridas, causando a morte de Israel Campelo dos Santos, de 19 anos, por deslizamento.

A rua onde Israel morava estava inserida em um convênio feito pela prefeitura de Olinda com o Governo do Estado de Pernambuco, para melhorias na estrutura, assinado ainda em setembro do ano passado. Até hoje nenhuma das intervenções prometidas foi realizada, apesar do investimento do Estado em cerca de R$ 13 milhões dado à prefeitura. A promessa era a realização de serviços de estabilização de taludes e encostas com a utilização de geomanta. Desde o envio da verba até o dia da chuva que levou a vida de Israel, nenhuma intervenção foi feita.

Em nota, a prefeitura de Olinda informou à reportagem que a implantação das geomantas em 94 pontos de risco terá início ainda no mês de março, a começar pela Rua Vênus, no Córrego do Abacaxi. No total, o bairro receberá 17 geomantas. Os demais bairros que também serão contemplados com a proteção são: Águas Compridas, Caixa D’Água, Alto da Conquista, Alto do Sol Nascente, Travessa da Macaíba, Avenida Senador Nilo Coelho (Perimetral), Bonsucesso, Jardim Fragoso, Carmo e Alto da Bondade.

O gabinete também informou que o plano de contingenciamento para o caso de dar suporte a moradores desabrigados ainda não foi concluído, mas que será divulgado assim que for assinado.

Segundo o vereador Vinicius Castello (PT), que também é presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Olinda, o caso é de total omissão por parte da gestão executiva atual, encabeçada pelo prefeito, professor Lupércio (PDT). 

“A gente tem começado a fazer um diálogo com as secretarias porque o que a gente pode observar era que a vizinhança do local que foi atingido, além de estar preocupada, não teve o suporte necessário, a família não teve o suporte necessário. E quando eu falo o suporte necessário, eu falo de apoio psicossocial, de direcionamento para uma moradia, um auxílio que realmente pudesse dar o suporte, um contato direto com a própria gestão municipal nesse redirecionamento. E aí o que a gente observa na verdade é uma grande omissão da própria gestão, não só no atendimento direto a essa família atingida mas também de todos os arredores e familiares que estão em área de risco e que deveriam também ser direcionados.”, comentou o vereador em entrevista ao LeiaJá.

Três projetos de lei foram recentemente submetidos por Castello à Câmara, sendo um deles sobre a divulgação da relação dos inscritos nos programas habitacionais do Município de Olinda. Outro projeto visa a criação do plano municipal de informações e contingências sobre as chuvas, tendo em vista que ainda não existe um planejamento formal pronto. O terceiro projeto de lei busca priorizar a inclusão da mulher como beneficiária dos programas de habitação do município.

Camaragibe

Figurando na lista de municípios com um número preocupante de sua população vivendo em áreas de morros e encostas, a prefeitura de Camaragibe enxerga a necessidade de proteger as regiões mais vulneráveis. Uma das propostas apresentadas e colocada em prática pela defesa civil municipal é a instalação de lonas nos bairros com maior risco de deslizamento. Uma das localidade é no Areeiro, onde foi encontrado o corpo da última vítima dos deslizamentos do ano passado, no dia 3 de junho.

“Devido aos alertas emitidos pela APAC para o inverno de 2023, a gestão também está trabalhando em cima de um Plano de Contingência, reunindo diversas secretarias para traçar estratégias e ações a serem tomadas caso aconteçam inundações e deslizamentos em massa. Os moradores atingidos serão devidamente assistidos por meio da assistência social do município. Lembrando que a execução e as diretrizes do plano serão ajustadas conforme as necessidades dos munícipes atingidos”, informou por meio de nota.

Em maio de 2022, quando chuvas torrenciais atingiram a Região Metropolitana do Recife (RMR), causando a morte de 129 pessoas, o município do Jaboatão dos Guararapes contou o maior número de vítimas fatais, 64. As regiões mais afetadas foram em bairros próximos de morros e encostas, como a região de Monte Verde, no bairro de Dois Carneiros, onde mais de 20 pessoas perderam suas vidas, e o deslizamento de terra foi a tragédia mais comum no município.

A Prefeitura do município alega possuir planos de prevenção que, segundo nota, serão colocados em prática “em breve”, como a construção de 138 muros de arrimo em áreas de risco e a implantação de geomantas. O processo de seleção de 95 profissionais temporários para trabalharem na Defesa Civil ainda está em etapa de análise de currículo dos candidatos, e tem previsão para ser concluído ainda no mês de março.

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O LeiaJá visitou o a região dos morros em Monte Verde para verificar se já foi feito algum serviço de reestruturação da área das encostas. As casas que não foram levadas pelos deslizamentos haviam sido interditadas pela Defesa Civil do município à época, mas voltaram a ser habitadas pelos moradores pelo simples fato de eles não terem para onde ir. Na Rua Serra da Boa Esperança, conversamos com Vanessa*, 22 anos, que mora na mesma casa desde que nasceu. O local foi inundado de barro e lama do morro que cedeu em maio do ano passado. Mesmo diante da tragédia vivida, de ter perdido quatro parentes na época, vítimas de soterramento, ela diz que não tem condições de deixar o local de vez. No entanto, a sensação de insegurança é constante, principalmente pela falta de apoio por parte das autoridades competentes.

“Nenhum suporte [da prefeitura], que até então eles só fazem projetos, mas projetos que nunca saem do papel. Foi bem traumático, eu perdi quatro pessoas da minha família, e até hoje nada foi solucionado. O restante dos meus familiares moram de aluguel, e não têm nenhum suporte da prefeitura nem nada.”, explicou Vanessa.

Vanessa vive em casa própria, mas após os deslizamentos, ela e sua família tiveram de morar temporariamente com parentes em outra localidade, até a situação se resolver e ela conseguir abrir novamente sua residência. Seu maior receio é que as chuvas deste ano sejam piores do que as do ano passado e, segundo ela, as autoridades não fizeram muito pela população. “Eles [órgãos competentes] mesmos disseram que quando chegar o inverno, eles não vão poder trabalhar, e por que eles não fazem antes? Até o momento a gente está no aguardo, mais nada.”, comentou.

Desamparados, os moradores da região não veem outra solução. A moradora ainda comentou que não recebeu nenhum auxílio financeiro por parte da prefeitura após as chuvas, e dessa forma não haveria como viver de aluguel em outro lugar. No início de fevereiro o município recebeu um acumulado de mais de 100mm de chuva em apenas 24h, na madrugada do dia 6.

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Falta de verba

O investimento previsto pela gestão atual para a construção dos muros de arrimo é de R$ 26,5 milhões, mas o gabinete não informou quando as obras terão início. O LeiaJá tentou contato mais de uma vez acerca do andamento do projeto, mas a resposta dada pela assessoria de imprensa da prefeitura foi de que "a verba ainda não havia sido liberada pelo governo federal".

Na nota enviada anteriormente, a prefeitura informou o desenvolvimento de um Sistema Inteligente de Monitoramento e Alerta nas áreas de risco de deslizamentos e inundações. O projeto, realizado pela startup Porang e a Universidade de Pernambuco, núcleo de Caruaru, conta com financiamento da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco (Facepe). A promessa é que a ferramenta permita um acompanhamento dos pontos em tempo real e o envio de mensagens à população.

Outra parte do plano da cidade para o enfrentamento das chuvas do meio do ano é a implantação de 15 estações integradas, cada uma com raio de alcance de cinco quilômetros. “Com o sistema, se necessário evacuação de áreas, isso poderá ser feito de forma ordenada e antecipada. As inspeções de espaços que podem funcionar como abrigos e refúgios já foram realizadas, bem como o Plano de Contingenciamento em caso de desastres passa por atualização e treinamento de equipe”, diz a nota.

O principal problema enfrentado pelos moradores de áreas de risco é o constante medo de haver novos deslizamentos. Imagens de satélite captadas antes das chuvas de maio de 2022 mostram como era a região de Monte Verde, em comparação com a visita feita pelo LeiaJá essa semana (galeria de imagens). As estruturas de algumas casas ainda estão de pé, e elas possivelmente ainda estão sendo habitadas.

Em janeiro deste ano, a Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC) publicou a previsão climática para o primeiro trimestre em todo o estado. A estimativa "indica acumulado de chuva de normal a acima da média" para todas as regiões. Basta aos moradores esperarem por dias melhores.

*O nome foi modificado para preservar a identidade da entrevistada.

As fortes chuvas que atingiram Manaus no fim de semana provocaram deslizamentos de terra e deixaram ao menos oito pessoas mortas. De acordo com a prefeitura da capital do Amazonas, até as 2h desta segunda-feira (13) quatro crianças entre 5 e 7 anos e quatro adultos foram encontrados, sendo quatro das vítimas de uma mesma família.

Uma delas chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos. Mãe e filha foram achadas sem vida abraçadas nos escombros de uma casa, em imagem que emocionou quem ajudava no resgate. De acordo com a defesa civil, três pessoas foram resgatadas com vida.

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Por meio do Centro de Cooperação da Cidade (CCC), o município ativou no domingo, 12, o Comitê de Gestão de Crise, em decorrência das fortes chuvas e do desbarrancamento que ocorreu durante a noite no bairro Jorge Teixeira, na zona leste da cidade, onde 11 casas construídas em área de risco a quase 30 metros de altura ficam soterradas. As buscas ainda continuam no local, com 44 integrantes da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros. Equipes da prefeitura também trabalham manualmente e com auxílio de retroescavadeiras.

O governador do Amazonas, Wilson Lima, conversou na manhã desta segunda com o ministro da Integração Nacional, Waldez Góes, e pediu apoio do governo federal às ações da prefeitura de Manaus.

"Atuamos em 25 ações prioritárias e, para essa área, não teve nenhuma ligação. Infelizmente, no início da noite, teve esse desmoronamento. Segundo os moradores, muita chuva no local (do deslizamento de terra). É muita tristeza, nós estamos aqui com todas as secretarias integradas para dar todo o suporte possível", disse o prefeito David Almeida, que esteve na região afetada.

O desmoronamento, em três diferentes pontos, do barranco no bairro Jorge Teixeira ocorreu em uma área de risco e teria atingido 11 casas que ficavam na parte debaixo do barranco. Em média, choveu 97,2 mm nas últimas 24 horas. A zona leste da cidade, onde fica o local da tragédia, foi a mais afetada com 102,6 mm, segundo a Secretaria Municipal de Segurança e Defesa Social. Foram mais de 50 pedidos de socorro à Defesa Civil, ao longo do dia.

"Temos mais de mil áreas como essa em Manaus. E, dessas mil áreas, 62 são de alto risco, como essa aqui. Nós fizemos 17 áreas no ano passado (contenção de erosões), temos programado mais 20 áreas prioritárias como essa. E, agora, buscamos mais investimentos para a gente poder investir nessas áreas e dar moradia digna para as pessoas", disse Almeida.

A Secretaria Municipal de Assistência Social (Semasc) providenciou abrigo às famílias de casas próximas ao local do deslizamento. Ainda não há informações de quantas pessoas estão desabrigadas.

No sábado, 11, outro deslizamento na zona norte de Manaus atingiu 32 famílias que ficaram desabrigadas com o deslizamento de um barranco na Comunidade Monte das Oliveiras. Ninguém ficou ferido.

O Departamento de Polícia Técnico-Científica (DPTC) do Amazonas já trabalha na identificação dos oito corpos levados ao Instituto Médico Legal (IML). Das vítimas, quatro adultos e quatro crianças, cinco são do sexo masculino e três do sexo feminino. O DPTC vai usar toda a estrutura de identificação disponível e vai solicitar o apoio da Polícia Federal (PF) para identificar as vítimas, uma vez que informações indicam que quatro são de origem venezuelana.

Famílias desabrigadas pelas enchentes e deslizamentos de terra causados pelas chuvas que afetaram o litoral sul em 2020 e Franco da Rocha, na Grande São Paulo, no ano passado, ainda esperam uma solução definitiva de moradia. Hoje, elas pagam aluguéis que, em geral, são maiores que o auxílio moradia emergencial de R$ 608 que recebem. No litoral, moradores mudaram de endereço, mas ainda vivem em zonas de risco. Na Grande São Paulo, pessoas que tiveram casas demolidas ou interditadas esperam novas moradias ou indenizações há mais de um ano.

A cuidadora de idosos Laura Almeida, de 52 anos, perdeu a casa no Morro do São Bento, em Santos, no dia 3 de março de 2020 - ela decorou a data. Desempregada à época, usou o auxílio-moradia, concedido a munícipes que tiveram as casas consideradas inabitáveis pela Defesa Civil, para se mudar. O único aluguel que cabia no seu bolso era na Vila Progresso, no Morro da Nova Cintra, outra região com risco de deslizamento. "Ninguém sabe para onde vai. Vivo um dia de cada vez porque o futuro é incerto. Não temos apoio", diz.

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Esse também é o drama da costureira Mariana Junqueira. Depois de sobreviver às chuvas no morro do Tetéu, a moradora de 40 anos alugou quarto, cozinha e banheiro em outro endereço, no Morro Nova Cintra, ainda sob risco de novos desmoronamentos. "Queria morar num lugar sem preocupação de sair correndo por causa do desabamento de terra a qualquer momento."

Laura e Mariana estão entre as 458 famílias vítimas dos deslizamentos nos morros de Santos em 2020. Considerando-se Guarujá e São Vicente, outras cidades afetadas, pelo menos 43 pessoas morreram. Três anos depois, os sobreviventes esperam uma saída. "As moradoras cobram uma solução definitiva. Elas pagam aluguel, mas o auxílio não é suficiente. E a maioria continua em áreas de risco", afirma a advogada Gabriela Ortega, integrante da Rede Nacional de Advogadas Populares (Renap).

Mesmo quem conseguiu se afastar das áreas de risco socioambiental e tenta se reerguer economicamente sofre com o peso do aluguel, como a esteticista Kelly Simões, de 45 anos. Depois de perder um terreno com quatro casas, incluindo seu salão de beleza, ela alugou um apartamento no Saboó, região livre das chuvas.

Para ajudar nas despesas, entre elas o aluguel de R$ 1.200, ela teve de vender o carro. Kelly lembra que a tragédia aconteceu poucos dias antes do início das medidas de isolamento social por força da covid-19, o que pressionou ainda mais as famílias. "Não sei o que responder sobre perspectivas."

Para quem viveu a tragédia, as imagens dos deslizamentos em São Sebastião, nas últimas semanas, são um gatilho para novos momentos de dor e desespero. A dona de casa Priscilla Correia, de 38 anos, conta que a tragédia de São Sebastião é a reprise do que viveu com o marido e os dois filhos no Morro do Pacheco, em Santos. "Vejo na TV exatamente o que aconteceu com a gente". Priscilla conta que sua casa está interditada à espera de uma obra municipal que ainda nem começou no Morro do Pacheco. Ela quer reformar a casa e vendê-la. Os dois filhos não querem mais viver lá.

FRANCO DA ROCHA

A interdição ou demolição das casas em risco de desmoronamento posterior significa uma dor dividida em vários capítulos para as famílias. Em Franco da Rocha, cidade da Grande São Paulo que registrou a morte de 18 pessoas pelas chuvas dos dias 29 e 30 de janeiro do ano passado, a empreendedora Karina Macedo recebeu a notícia de que sua casa seria demolida ontem. Emocionada, ela encaminhou vídeo da ação da retroescavadeira sobre a construção com mais de 30 anos. Hoje, ela e outras 69 famílias devem participar de mais uma reunião com a prefeitura para definir a nova moradia. Os planos são de um empreendimento na Vila dos Comerciários com início da construção previsto para este ano. Karina fala em "descaso" do poder municipal. "Não houve indenização."

Moradores que perderam suas casas por ali - como na tragédia de Santos - também aguardam que uma porta se abra. "Ainda não há solução", como explica o líder comunitário Felipe Lima. Diante da indefinição, alguns voltaram para imóveis interditados próximos do local do desastre. Na frente dessas casas há um "X" na parede, pintado pela Defesa Civil. Uma auxiliar de limpeza de 39 anos que prefere não se identificar afirma que permanece ali porque não consegue pagar aluguel em outro lugar com o auxílio dos R$ 608,94 custeados pelo poder municipal. Outros moradores justificam o retorno com a preocupação com saques dos imóveis vazios. Na Rua São Carlos, algumas casas não têm mais janelas.

Felipe Lima calcula que cerca de 20% antigos dos moradores retornaram.

O cenário de destruição ainda persiste, principalmente no Parque Paulista, região mais atingida pelas chuvas. O medo persiste. A prefeitura e associações de moradores estimam que 2 mil famílias vivem em situações de risco hoje

Embora seja constituída, em sua maioria, por imóveis em situação regular, com IPTU em dia, a periferia de Franco da Rocha possui várias construções irregulares, muitas erguidas há cerca de 30 anos. Uma delas é a da aposentada Maria do Socorro Avelino Silva, de 57 anos. Sua casa foi interditada porque o barranco pode cair. Ela conta que passa por lá, de vez em quando, apenas para impedir os furtos. Depois de um ano, ela paga aluguel - mora com o filho para diminuir despesas. Diz que voltaria para a casa antiga desde que a prefeitura fizesse as obras de contenção. Na frase seguinte, repensa o que diz e afirma que não sabe se dormiria bem à noite.

GOVERNOS

A prefeitura de Franco da Rocha informa que oferece o Auxílio Moradia Emergencial de R$ 608,94 para 350 famílias, que continuará sendo pago até que tenham solução de moradia definitiva, e também vai indenizar os imóveis particulares cuja desapropriação foi necessária. O município prevê a construção de 692 unidades habitacionais para moradores de áreas de risco. O poder municipal conta com o apoio do governo estadual em duas obras: um muro de contenção na Rua São Carlos e dois piscinões.

Já a prefeitura de Santos informa que há 4.224 unidades habitacionais que serão destinadas à demanda dirigida e famílias moradoras em áreas de risco socioambiental. O poder municipal informa também que as 458 famílias vítimas dos deslizamentos nos morros, em março de 2020, estão recebendo, ininterruptamente, Auxílio Moradia Emergencial por meio de convênio com o governo estadual.

O Estado, por sua vez, informa que firmou convênios com municípios da Baixada Santista para contenção de encostas, no valor de R$ 48 milhões. Em Franco da Rocha, a Secretaria de Desenvolvimento Social do governo estadual doou R$ 98.438,16 referentes a Benefícios Eventuais. Também foram construídas 1.160 casas por meio do Casa Paulista, em parceria com a União.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Corpo de Bombeiros confirmou, na tarde deste domingo (26), que foi encontrada a última pessoa desaparecida nos deslizamentos na Barra do Sahy, em São Sebastião, no litoral norte paulista. Com isso, o número de mortes devido aos temporais do último fim de semana chega a 65, sendo 64 em São Sebastião e uma em Ubatuba. 

Os bombeiros estão agora fazendo um levantamento para confirmar com as polícias Civil e Militar, assim como associações de moradores, se ainda há pessoas consideradas desaparecidas e, assim, decidir se encerram os trabalhos de resgate.

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Temporais

No sábado (18) e domingo (19) da semana passada atingiram a região 682 milímetros de chuva, provocando enxurradas e deslizamentos. Vários bairros ficaram ilhados durante o carnaval devido aos danos causados à Rodovia Rio-Santos, só podendo ser acessados por helicópteros e barcos. A situação causou ainda falta de água e energia elétrica em diversos pontos do município.

Nas primeiras horas, os trabalhos de resgate foram feitos pelos próprios moradores da Barra do Sahy, bairro mais atingido pelos deslizamentos, uma vez que as equipes dos bombeiros e da Defesa Civil tiveram dificuldade de acesso à área. Sobreviventes e corpos das vítimas foram levados para a sede de uma organização não governamental, até que as equipes profissionais de socorro pudessem alcançar o local.

O último boletim divulgado pelo governo estadual, no fim da manhã deste domingo, informava que haviam sido identificados e liberados para sepultamento, os corpos de 55 pessoas – 20 homens, 17 mulheres e 18 crianças. As enxurradas e os deslizamentos de terra deixaram ainda 2.251 desalojados e 1.815 desabrigados na região.

No Hospital Regional do Litoral Norte, em Caraguatatuba, estavam internadas, 11 pessoas feridas nos temporais. 

Subiu para 65 o número total de mortes confirmadas após o desastre causado por fortes temporais no litoral norte de São Paulo no feriado de carnaval. Foram 64 óbitos em São Sebastião e um em Ubatuba, segundo o último balanço divulgado às 17 horas deste domingo, 26, pela Defesa Civil de São Paulo.

As equipes do município de São Sebastião, com psicólogas e assistentes sociais, fazem um trabalho de acolhimento dos familiares das vítimas.

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Até o momento, 55 corpos já foram identificados e liberados para o sepultamento. São 20 adultos, 17 adultas e 18 crianças.

Segundo o comunicado, a prioridade segue no socorro às vítimas e no atendimento aos mais de 1.150 desalojados e 1.290 desabrigados.

Acolhimento

As primeiras 43 famílias desabrigadas foram abrigadas em um hotel disponibilizado por uma instituição financeira.

Alguns animais resgatados também estão no local.

O governo estadual afirma que segue buscando terrenos seguros, além dos três já escolhidos, para iniciar a construção de casas para as vítimas que ficaram sem moradia.

Estradas

O Departamento de Estradas de Rodagem (DER) informou que o tráfego está liberado para veículos leves e pesados nas rodovias da região de São Sebastião.

Apenas o trecho do km 82 da rodovia Mogi Bertioga (SP-098), em Biritiba-Mirim, junto à ponte do Rio Sertãozinho, permanece com interdição total.

O governo de São Paulo comunicou neste sábado, 25, que irá isentar de ICMS as empresas que fizerem doações de mercadorias ao Fundo Social de São Paulo ou entidades assistenciais de utilidade pública para distribuição aos municípios do Litoral Norte, castigados pelas chuvas do último final de semana.

"Não teria cabimento cobrar imposto das doações de empresas, então decidimos tirar o ICMS", explica o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.

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Para ter o abatimento do imposto é necessário que a empresa doe ao Fundo Social de São Paulo, órgão que está concentrando o recebimento e distribuição dos donativos. Depois é só emitir o documento fiscal sem o destaque do ICMS, diz o boletim do governo do Estado.

Seis pessoas ainda estão desaparecidas após a tragédia provocada pelas chuvas na cidade de São Sebastião, no litoral norte paulista. Neste momento, o Corpo de Bombeiros segue com os trabalhos de busca por essas vítimas na Vila do Sahy, local onde houve deslizamento de terra e soterramento de casas e de pessoas.

Segundo o governo de São Paulo, 59 mortes foram confirmadas até o momento, sendo 58 em São Sebastião e uma criança em Ubatuba. Cinquenta e quatro corpos já foram identificados e liberados para sepultamento. São 19 homens, 17 mulheres e 18 crianças.

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A prefeitura de São Sebastião informou que há 1.095 pessoas abrigadas atualmente em escolas, creches, igrejas e organizações não-governamentais (ONGs). Já o governo paulista informa que as chuvas deixaram 2.251 pessoas desalojadas e 1.815 desabrigadas em todo o litoral norte.

Buscas

Em boletim publicado na manhã deste sábado (25), a prefeitura de São Sebastião informou que as buscas estão concentradas no local mais provável para encontrar esses corpos, conforme a avaliação dos Bombeiros. A expectativa do município era que as vítimas fossem encontradas ainda hoje. Os Bombeiros, por sua vez, não deram uma previsão para o fim dos trabalhos no local.

“Entramos hoje no sétimo dia de operação após a ocorrência e, neste momento, temos uma única frente de trabalho. Até ontem tínhamos três frentes e hoje fechamos com um único ponto, onde, possivelmente, estão essas vítimas desaparecidas, que foram indicadas pelos familiares e pelos moradores próximos”, disse o porta-voz do Corpo de Bombeiros, capitão Maycon Cristo, em entrevista neste sábado à TV Brasil.

Ele destaca que as buscas só terminam quando o último corpo for encontrado. “Só se encerra quando a gente tirar a última vítima que está sendo buscada, que teve o desaparecimento noticiado. Encerrado isso, ainda há muitos outros passos envolvendo prefeitura, governos, diversas secretarias e que não se encerra tão logo”, acrescentou.

Ainda segundo o porta-voz, neste momento, a maior dificuldade que eles encontram nas buscas é a logística. “Temos um volume muito grande de entulho, terra, lama e árvores que desceram o morro e precisamos movimentar tudo isso. Precisamos tirar do local onde possivelmente estão essas vítimas e levar para outro ponto. E, para isso, precisamos conseguir acessar o local com caminhões e maquinários. Esse trabalho de movimentação dessa massa é o que está trazendo mais dificuldade para a gente neste momento”, explicou o capitão.

Volta às aulas

Por causa da tragédia provocada pelas chuvas, a prefeitura de São Sebastião decidiu adiar para o dia 6 de março o início das aulas e demais atividades letivas da rede pública municipal. A alteração do calendário escolar se deve ao estado de calamidade pública que foi decretado pelo governo municipal em virtude das fortes chuvas que atingiram a cidade no último domingo (19). As escolas estão sendo utilizadas para receber as famílias que foram desalojadas e desabrigadas ou para ações voluntárias, como distribuição de alimentos.

Tragédia

As chuvas que atingiram os municípios do litoral norte paulista no carnaval, como a cidade de São Sebastião, resultaram em uma das maiores tragédias da história do estado. Foi o maior acumulado de chuva que se tem registro no país, atingindo a marca de 682 milímetros em Bertioga e 626 milímetros em São Sebastião.

As buscas pelas vítimas soterradas pelos deslizamentos que atingiram São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, entraram neste sábado (25) no sétimo dia. As procuras foram retomadas hoje de madrugada após terem sido suspensas na sexta-feira (24) à noite por causa das chuvas fortes que voltaram a atingir a região.

Segundo o Corpo de Bombeiros da cidade, as buscas haviam sido interrompidas para garantir a segurança das equipes de resgate e foram retomadas quando os riscos diminuíram durante a madrugada. A corporação informou que não há previsão de quando os trabalhos serão encerrados.

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Chuva

A chuva deve continuar nos próximos dias. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alerta de chuvas de 30 a 100 milímetros, com ventos de 60 a 100 quilômetros por hora, para uma faixa que abrange quase todo o litoral de São Paulo, a metade sul do litoral do Rio de Janeiro, a região serrana fluminense e o norte e oeste de São Paulo e a região central de Mato Grosso do Sul. O aviso começa às 12h deste sábado e vai até as 10h de domingo (26).

Além das chuvas, o litoral norte de São Paulo tem alerta neste final de semana para o risco de movimentação de solo. O alerta está no boletim de Previsão de Risco Geo-Hidrológicos, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) para este sábado (25).

Segundo o boletim, considera-se alta a possibilidade de movimentos de massa na Baixada Santista e no litoral norte paulista, com especial atenção para a faixa entre Guarujá e São Sebastião.

O município foi o mais afetado pelos temporais que atingiram a região no último fim de semana. Houve deslizamentos de encostas, alagamentos e bairros isolados devido à interdição de vias de acesso. Até o momento, 57 pessoas foram encontradas mortas em São Sebastião e mais de 3 mil estão desalojadas ou desabrigadas em todo estado.

O Corpo de Bombeiros informou que paralisou as buscas em São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, na tarde desta sexta-feira (24), por causa das chuvas fortes que voltaram a atingir a região.

O município foi o mais afetado pelos temporais que atingiram a região no final de semana. Houve deslizamentos de encostas, alagamentos e bairros isolados devido à interdição de vias de acesso. Até o momento, 57 pessoas foram encontradas mortas em São Sebastião e mais de 3 mil estão desalojadas ou desabrigados em todo estado.

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A chuva deve continuar nos próximos dias. O litoral norte de São Paulo deve se manter alerta neste final de semana para o risco de movimentação de solo. O alerta está no boletim de Previsão de Risco Geo-Hidrológicos, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) para este sábado (25). 

Segundo o boletim, considera-se alta a possibilidade de movimentos de massa na Baixada Santista e no litoral norte paulista, com especial atenção para a faixa entre Guarujá e São Sebastião.

O governo do estado de São Paulo confirmou na tarde de hoje (24) a identificação de 47 corpos de vítimas da tragédia ocorrida em São Sebastião no último domingo (19). São 16 homens, 16 mulheres e 15 crianças. Os corpos serão liberados para sepultamento. Segundo o último balanço divulgado, o número de mortos subiu para 54; desalojados somam 2.251; e desabrigados, 1.815.

A Secretaria de Estado da Saúde informou que 21 adultos e seis crianças foram atendidas, até o início da tarde de hoje, no Hospital Regional do Litoral Norte (HRLN), em Caraguatatuba (SP). Deste total, 15 permanecem internados em situação estável. Oito pacientes já receberam alta hospitalar e quatro foram transferidos para outros hospitais. De acordo com a secretaria, os parentes de todos os pacientes atendidos no HRLN foram localizados pela equipe de assistência social.

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Rodovias

O tráfego de veículos leves e pesados está liberado na Rodovia Rio-Santos (SP-055), que não tem mais pontos de interdição total. No entanto, há 14 pontos de interdição parcial na região do litoral norte, devido a queda de barreiras, árvores e erosão.  Apesar da desobstrução da rodovia, o governo de São Paulo orienta os turistas a não viajarem para as regiões afetadas do litoral norte neste fim de semana para não sobrecarregar o atendimento em hospitais, o trânsito nas estradas e o abastecimento de água e de alimentos na região.

“A Polícia Militar explica que as rodovias da região precisam estar desobstruídas para que veículos de socorro e de resgate possam circular livremente. A PM orienta também que as doações sejam feitas em postos que não estejam localizados nos municípios atingidos”, informa a PM. As instruções para saber como doar podem ser encontradas no site do governo paulista.

Já a Rodovia Mogi-Bertioga (SP-098) permanece totalmente interditada nos dois sentidos, em razão do rompimento de tubulação na altura do km 82, em Biritiba Mirim (SP). As obras emergenciais no local devem durar de dois a seis meses.

O governo do estado informou ainda que os sistemas de água foram restabelecidos em todos os municípios da região: São Sebastião, Ilhabela, Ubatuba, Caraguatatuba e Bertioga, atendidos pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).

A Petrobras informou que aprovou uma doação no valor de R$ 1 milhão para auxílio a comunidades atingidas pelas fortes chuvas que ocorreram no litoral de São Paulo. O montante será destinado ao Movimento União BR por meio do Instituto da Criança, entidade sem fins lucrativos.

Segundo a estatal, a doação será usada na aquisição de itens de primeira necessidade, como geladeira, fogão, alimentos, produtos de higiene e limpeza para a população afetada pelas chuvas nos municípios de São Sebastião, Ubatuba, Caraguatatuba, Ilhabela, Bertioga e Guarujá, no litoral de São Paulo.

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Entre os dias 18 e 21 de fevereiro, a região foi atingida pela maior chuva já registrada na história do País, chegando a um acumulado de 682 milímetros em 24 horas em algumas localidades, causando graves danos humanos, materiais e ambientais.

"Por meio dessas ações, colocamos em prática nossa política de Responsabilidade Social e reforçamos a solidariedade com as comunidades que foram atingidas por essa calamidade, somando esforços com o poder público e a sociedade civil para o apoio à região", afirmou em nota o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.

O Movimento União BR/Instituto da Criança também atuou como parceiro da Petrobras em ação realizada em 2022 para atender comunidades vulneráveis atingidas por enchentes em Pernambuco.

Além da doação, a Petrobras, que tem operações na região por meio da sua subsidiária Transpetro, participa de outras ações emergenciais, como campanha de voluntariado para doações de itens de alimentação, limpeza e higiene para as famílias atingidas. A empresa disponibilizou, ainda, combustível de aviação, bases de apoio, equipamentos e equipes para apoiar as autoridades no resgate às vítimas e apoio às regiões afetadas.

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