Tópicos | São Sebastião

Os fortes temporais que atingem São Sebastião, litoral norte de São Paulo, fizeram a Defesa Civil municipal acionar na noite da quarta-feira, 24, a sirene de evacuação para a comunidade Vila Sahy, na costa sul da cidade. De acordo com o órgão, as pessoas que vivem no local devem sair de suas casas em razão do risco de deslizamento e inundação na região.

Autoridades sinalizaram na quarta que o acumulado das chuvas nas 72 horas seguintes pode chegar a 150 mm - nas últimas 72 horas, o registrado foi de 100 mm.

##RECOMENDA##

Foi o primeiro alerta do tipo emitido em São Sebastião, que há menos de um ano, no feriado de Carnaval, sofreu com os estragos provocados por um temporal de força extrema - 626 mm (um milímetro de chuva equivale a um litro de água por metro quadrado).

Na ocasião, 64 pessoas que estavam na cidade durante os temporais morreram. Muitas ficaram desabrigadas e outras ainda ficaram desaparecidas, embaixo dos escombros das casas levadas pelos deslizamentos de terra.

A Vila Sahy, a mesma a receber o alerta de evacuação nesta quarta, foi uma das áreas mais afetadas pelos temporais daquela época.

"Risco alto de deslizamento e inundação. Existe probabilidade muito alta de ocorrência do fenômeno alertado e com potencial para causar grande impacto na população", alertou a Defesa Civil de São Sebastião nas redes sociais sobre as chuvas previstas que devem atingir o município nas próximas horas.

Moradores da cidade registraram o momento em que a sirene de evacuação foi acionada, por volta das 20 horas. As pessoas estão sendo orientadas a se instalarem na Escola Municipal Henrique Tavares de Jesus, ponto de abrigo definido pela Defesa Civil localizado na Avenida Adelino Tavares, 301. O alerta vale para moradores da Vila Sahy, e não para toda a população da cidade.

A Defesa Civil do Estado emitiu um alerta na noite desta quarta para fortes chuvas que devem atingir o litoral de São Paulo entre quinta, 25, e sábado, 27. O órgão destaca as regiões da Baixada Santista, Vale do Ribeira e Litoral Norte como principais pontos que podem ser atingidos pelas precipitações.

"Na Baixada Santista, a chuva acumulada nos três dias pode chegar a 220 mm. No Vale do Ribeira, os registros devem ser de até 180mm. No Litoral Norte, os acumulados podem atingir 150 mm. Já outras regiões da faixa do leste do estado terão possibilidade de chuva moderada, com acumulados que variam entre 60 mm a 100 mm.", informou a Defesa Civil.

Os temporais serão formados em decorrência da atuação de áreas instabilidade atmosférica que trarão umidade do oceano, o que cria condição para pancadas de chuva. As previsões para São Paulo e Região Metropolitana, Vale do Ribeira e interior do Estado também são de temporais, mas com acumulados que devem variar de 60mm e 100mm.

"Com a previsão de grandes volumes acumulados no final de semana, especialmente no Litoral Paulista, a Defesa Civil do Estado recomenda atenção redobrada em áreas urbanas mais vulneráveis. Devido ao encharcamento do solo, haverá risco de deslizamentos, desabamentos, alagamentos, enchentes e ocorrências relacionadas a descargas elétricas e vento forte", destacou o órgão.

Um show pirotécnico para a noite de réveillon contratado pela Prefeitura de São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, terminou em incêndio no Morro do Guaecá, na madrugada desta segunda-feira, dia 1.º.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, a corporação foi acionada à 0h06 para atender a uma ocorrência de incêndio provocado por fogos de artifício. Uma viatura com quatro bombeiros foi até o Morro do Guaecá e às 3h57 as chamas foram completamente controladas.

##RECOMENDA##

Em nota, a Prefeitura de São Sebastião informou que, segundo a empresa contratada para realizar o show pirotécnico, não houve erro no lançamento dos fogos de artifício. Ainda de acordo com a administração municipal, a empresa esclareceu que, quando identificou o incêndio, agiu utilizando extintores para apagar os primeiros focos. "Infelizmente, devido aos fortes ventos, o fogo se propagou rapidamente", diz trecho da nota. Não há registro de feridos.

A prefeitura abriu investigação para apurar o incidente, "visando responsabilização e a implementação de medidas preventivas para evitar ocorrências semelhantes em futuras ocasiões."

Para a festa de réveillon, a Prefeitura de São Sebastião havia anunciado como grande atração a realização de "shows piromusicais", espetáculos que combinam fogos de artifício com música sincronizada.

O prefeito de São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, Felipe Augusto (PSDB-SP), entrou na Justiça para cobrar R$ 247 mil da própria prefeitura que comanda sob a alegação de ter direitos trabalhistas como todos os servidores da cidade. Ele fez pedidos para receber férias e 13º salário. O juiz da 2ª Vara Cível da Comarca da cidade, Guilherme Kirschner, entendeu que o tucano não tem direito algum e julgou a ação improcedente.

O processo começou a tramitar há pouco mais de um ano, em março de 2022. De acordo com o artigo 39 da Constituição, ministros, secretários de governo, prefeitos, governadores e até o presidente recebem os vencimentos por meio de uma "parcela única" - chamada de subsídio -, que não pode ter gratificações e acréscimos. Quando estouram este valor, cujo teto é o de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), as bonificações são chamadas de "penduricalhos".

##RECOMENDA##

Na ação, Felipe Augusto pediu à Justiça que fosse aplicado a ele o mesmo tratamento que a lei garante aos demais servidores públicos, que têm todos os direitos trabalhistas garantidos. O tucano está no seu segundo mandato na prefeitura. "Nesse contexto, os agentes políticos, como é o caso dos prefeitos e vice-prefeitos, não devem ter um tratamento melhor, mas também não podem ter uma situação pior do que a dos demais trabalhadores", argumentou Felipe Augusto na petição inicial.

O processo teve um pedido liminar para que a prefeitura de São Sebastião passasse a pagar imediatamente férias e 13.º salário ao prefeito, o que não foi concedido. Ele também pediu para receber essas verbas retroativas desde o começo do seu primeiro mandato, em janeiro de 2017. A causa tem o valor de R$ 247.270,30 - que corresponde à soma de todos os pedidos feitos, ou seja, representa quanto o advogado do prefeito avaliou que deveria ser pago. Se ele ganhasse o processo, o valor exato teria ainda de ser submetido a juros e correção monetária.

Na quarta-feira, 21, porém, Kirschner negou todos os pedidos em uma sentença de quatro páginas. Apesar de existir um precedente do STF que permite que férias e 13,º sejam pagos a membros do Executivo, o juiz entendeu que o direito precisa estar previsto na lei. "Inexiste direito público subjetivo dos agentes políticos ao respectivo recebimento, havendo necessidade de lei local autorizativa, de iniciativa parlamentar, para a implementação do direito", escreveu o magistrado.

Como Felipe Augusto perdeu a ação, ele terá de pagar honorários à Procuradoria do Município, arbitrados em 10% sobre o valor atualizado da causa. Com isso, ele pode ter de desembolsar cerca de R$ 25 mil.

O caso tramitou na Justiça comum e não na do Trabalho. Casos que envolvem verbas trabalhistas que deveriam ser pagas por entes públicos são de competência da Justiça estadual. Augusto pediu que o caso tramitasse em segredo de Justiça, mas Kirschner não autorizou, com o argumento de que "os vencimentos dos agentes públicos são públicos".

A sentença foi publicada no Diário de Justiça ainda na quarta-feira e cabe recurso. A reportagem entrou em contato com o prefeito Felipe Augusto por meio do telefone disponibilizado em seu site oficial. Contudo, não houve retorno.

Tucano é alvo de pedido de cassação

Felipe Augusto responde a um processo de cassação na Câmara Municipal de São Sebastião. O pedido para que o tucano seja destituído do cargo se fundamenta em um relatório do Ministério Público, que aponta supostos desvios de verbas da saúde durante a pandemia da covid-19.

O prefeito ajuizou um mandado de segurança pedindo a suspensão do processo na Câmara. Nesta sexta-feira, 23, o mesmo magistrado que apreciou os pedidos, Guilherme Kirschner, concedeu a liminar pleiteada, interrompendo o trâmite da cassação. Nos autos, ainda não há comunicação para Casa Legislativa local.

O prefeito de São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, Felipe Augusto (PSDB-SP), entrou na Justiça para cobrar R$ 247 mil da própria prefeitura que comanda sob a alegação de ter direitos trabalhistas como todos os servidores da cidade. Ele fez pedidos para receber férias e 13º salário. O juiz da 2ª Vara Cível da Comarca da cidade, Guilherme Kirschner, entendeu que o tucano não tem direito algum e julgou a ação improcedente.

O processo começou a tramitar há pouco mais de um ano, em março de 2022. De acordo com o artigo 39 da Constituição, ministros, secretários de governo, prefeitos, governadores e até o presidente recebem os vencimentos por meio de uma "parcela única" - chamada de subsídio -, que não pode ter gratificações e acréscimos. Quando estouram este valor, cujo teto é o de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), as bonificações são chamadas de "penduricalhos".

##RECOMENDA##

Na ação, Felipe Augusto pediu à Justiça que fosse aplicado a ele o mesmo tratamento que a lei garante aos demais servidores públicos, que têm todos os direitos trabalhistas garantidos. O tucano está no seu segundo mandato na prefeitura. "Nesse contexto, os agentes políticos, como é o caso dos prefeitos e vice-prefeitos, não devem ter um tratamento melhor, mas também não podem ter uma situação pior do que a dos demais trabalhadores", argumentou Felipe Augusto na petição inicial.

O processo teve um pedido liminar para que a prefeitura de São Sebastião passasse a pagar imediatamente férias e 13.º salário ao prefeito, o que não foi concedido. Ele também pediu para receber essas verbas retroativas desde o começo do seu primeiro mandato, em janeiro de 2017. A causa tem o valor de R$ 247.270,30 - que corresponde à soma de todos os pedidos feitos, ou seja, representa quanto o advogado do prefeito avaliou que deveria ser pago. Se ele ganhasse o processo, o valor exato teria ainda de ser submetido a juros e correção monetária.

Na quarta-feira, 21, porém, Kirschner negou todos os pedidos em uma sentença de quatro páginas. Apesar de existir um precedente do STF que permite que férias e 13,º sejam pagos a membros do Executivo, o juiz entendeu que o direito precisa estar previsto na lei. "Inexiste direito público subjetivo dos agentes políticos ao respectivo recebimento, havendo necessidade de lei local autorizativa, de iniciativa parlamentar, para a implementação do direito", escreveu o magistrado.

Como Felipe Augusto perdeu a ação, ele terá de pagar honorários à Procuradoria do Município, arbitrados em 10% sobre o valor atualizado da causa. Com isso, ele pode ter de desembolsar cerca de R$ 25 mil.

O caso tramitou na Justiça comum e não na do Trabalho. Casos que envolvem verbas trabalhistas que deveriam ser pagas por entes públicos são de competência da Justiça estadual. Augusto pediu que o caso tramitasse em segredo de Justiça, mas Kirschner não autorizou, com o argumento de que "os vencimentos dos agentes públicos são públicos".

A sentença foi publicada no Diário de Justiça ainda na quarta-feira e cabe recurso. A reportagem entrou em contato com o prefeito Felipe Augusto por meio do telefone disponibilizado em seu site oficial. Contudo, não houve retorno.

Tucano é alvo de pedido de cassação

Felipe Augusto responde a um processo de cassação na Câmara Municipal de São Sebastião. O pedido para que o tucano seja destituído do cargo se fundamenta em um relatório do Ministério Público, que aponta supostos desvios de verbas da saúde durante a pandemia da covid-19.

O prefeito ajuizou um mandado de segurança pedindo a suspensão do processo na Câmara. Nesta sexta-feira, 23, o mesmo magistrado que apreciou os pedidos, Guilherme Kirschner, concedeu a liminar pleiteada, interrompendo o trâmite da cassação. Nos autos, ainda não há comunicação para Casa Legislativa local.

A forte chuva que atinge o litoral norte de São Paulo nesta terça-feira, 13, deixou São Sebastião em estado de alerta, com ruas alagadas e alto risco de deslizamento de encostas, de acordo com o Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais). Desde às 13h, uma queda de barreira em um trecho da Rodovia Rio-Santos interditou um lado da pista. Em alguns bairros da cidade, como Juquehy, já foram registrados mais de 140 mm de chuva em menos de 24 horas. A previsão é de que esse volume chegue a quase 180 mm.

Além da chuva, há um alerta para a formação de ressacas no mar, com ondas de até 2,5 metros de altura. De acordo com o prefeito da cidade, Felipe Augusto (PSDB), a maré alta e o mar agitado estão atrapalhando o escoamento das inundações.

##RECOMENDA##

"Temos mais de 100 km de costa, chove muito ainda em alguns pontos e estamos monitorando, principalmente, as entradas das barras, porque, em função da força de maré, o mar está devolvendo muita água que desce dos morros", diz o prefeito.

As aulas da rede pública foram suspensas, trabalhadores foram liberados mais cedo e alguns equipamentos de saúde foram afetados. O rio Juquehy transbordou e alagou o bairro.

Em fevereiro deste ano, a cidade do litoral norte registrou o recorde de chuvas no País, mais de 600 mm atingiram o município em 24 horas. O temporal deixou 65 mortos na região, a maioria em um único bairro, o Vila Sahy, e pessoas feridas.

De acordo com a prefeitura de São Sebastião, os moradores das áreas de risco estão sendo informados sobre a situação. "Os avisos estão sendo repassados por meio dos Núcleos Comunitários de Defesa Civil (Nudecs). É importante ressaltar que os moradores em áreas de risco devem sair de suas casas em casos de alagamentos, enchentes ou deslizamentos de terra, seguindo as orientações previamente fornecidas", diz boletim municipal.

De acordo com o Cemaden, a possibilidade de deslizamentos (movimentos de massa) no litoral norte do Estado de São Paulo é alta "devido aos elevados acumulados das últimas 24 horas, à presença de áreas de alta suscetibilidade e a previsão de chuvas ao longo do dia, que poderão gerar acumulados suficientes para deflagrar deslizamentos de terra em encostas", diz o órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCTI).

A região da Baixada Santista também tem previsão de chuva, mas, de acordo, como Cemaden, por enquanto, moderado risco de deslizamentos.

Aviso prévio

Em fevereiro, durante o carnaval, quando a cidade sofreu com o maior volume de chuva já registrado no País, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) avisou diretamente ao governo do Estado de São Paulo sobre o risco de fortes chuvas e deslizamentos no litoral norte paulista um dia antes da tragédia.

Na noite do dia anterior, em encontro com o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), a situação também já havia sido explicitada, segundo o presidente do Cemaden, Osvaldo Moraes. "Fizemos o alerta, com a quantidade de chuva subestimada - 200 milímetros a 250 milímetros -, mas que já seria o suficiente para causar muitos estragos", disse o presidente do Cemaden ao Estadão.

A pluviosidade média anual da cidade é de 1243 milímetros. A média para fevereiro é de 225 milímetros. Ou seja, esperava-se em 24 horas mais chuva do que o era previsto para o mês inteiro. No entanto, o volume de água que atingiu a cidade foi de mais de 600 milímetros, quase o triplo do que seria normal ao longo dos 28 dias do mês.

Um mês após fortes chuvas e deslizamentos deixarem 65 pessoas mortas e uma desaparecida no litoral Norte do estado de São Paulo, as famílias atingidas enfrentam o luto pela perda de seus entes queridos e a incerteza sobre o futuro. Aproximadamente mil pessoas que tiveram suas casas destruídas, ou tornadas inabitáveis pelo mar de lama, vivem hoje temporariamente em pousadas e hotéis conveniados ao governo do estado. O convênio, de 30 dias, termina nas próximas semanas. 

Muita gente preferiu ir para casa de parentes ou se estabelecer em quartos emprestados, e não sabe até quando terá um teto. “Eu estou de favor em um quarto em Juquehy, em tempo de enlouquecer, de sair sem destino, sabe? Estou abalado, não sei qual o destino da minha vida. Não sei o que vai acontecer. Assim, é muita incerteza, só promessa”, conta Edvaldo Guilherme Santos Neto, de 39 anos, que teve que abandonar a casa em que morava em São Sebastião, na Vila Sahy, o bairro mais atingido pela catástrofe.

##RECOMENDA##

Entre a noite de 18 de fevereiro e a manhã seguinte, dia 19, choveu na região mais de 600 milímetros. O acumulado, segundo o Centro Nacional de Previsão de Monitoramento de Desastres (Cemaden), foi o maior já registrado no país. O grande volume de água devastou parte das cidades da região, causou mortes, deslizamentos de encostas, alagamentos, destruiu casas e estradas.

Guilherme, sua esposa e filho, estão abrigados hoje em uma pousada no bairro de Juquehy, em São Sebastião, em um quarto emprestado, pelo período de um mês, por uma amiga. A casa dele, na Vila Sahy, resistiu aos deslizamentos, mas está interditada pelas autoridades. Na casa vizinha, todos morreram, com exceção de um familiar, salvo pelos próprios moradores.

A casa de Guilherme recebeu da Defesa Civil o selo de risco laranja – usado quando a moradia não poderá voltar a ser habitada até uma avaliação das autoridades. O adesivo amarelo é utilizado para construções em situação de monitoramento, e o vermelho, para casas condenadas, que deverão ser destruídas.

“Eu não tenho psicológico para voltar para minha casa, mesmo se eles liberarem. E a Defesa Civil não dá um prazo de quando vai ser liberada. Fiz um empréstimo no Itaú e já sujei meu nome. Não sei o que fazer. Estou endividado pela minha casa, onde eu não posso morar. Não recebi nenhum amparo, nenhuma garantia de que eu vou receber algum valor desse imóvel, se ele não for liberado.”

Ele afirma que, após a tragédia, fez cadastro tanto na Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU) e no Centro de Referência de Assistência Social (Cras) da cidade. “Fizemos uns dez cadastros que eu nem sei para que que é. Eu sei que cadastro foi o que eu mais fiz e, até hoje, ninguém nunca me ligou nem para perguntar se eu preciso de um acompanhamento psicológico. Até agora estamos sobrevivendo da doação de cestas básicas.”

Guilherme diz que ele e a esposa tinham deixado os empregos pouco antes do desastre, para tentar iniciar um negócio próprio de comércio pela internet. As mercadorias compradas por eles ficaram dentro da casa e foram perdidas. Ele conta que nunca recebeu nenhum tipo de aviso das autoridades de que sua casa estava em área de risco. Além das casas que foram destruídas pelos deslizamentos, a Defesa Civil condenou outras 230 moradias no município, que serão derrubadas nos próximos dias. 

“Se hoje está essa situação em São Sebastião é porque, infelizmente, o poder público não fez um programa de habitação para o município. Isso quem paga é a gente. Eu moro na Vila Sahy há 25 anos e a prefeitura nunca fez um programa de drenagem das encostas, nunca fez um programa de habitação, nunca chegou na minha porta e falou assim: aqui é área de risco.”

Após enfrentarem a lama dos deslizamentos para tentar salvar os vizinhos, a esposa de Guilherme começou a sentir sintomas de leptospirose: diarreia e dores nas articulações. Ela procurou um serviço médico e recebeu o diagnóstico de virose.

“Minha esposa ainda está com diarreia, o corpo doendo, porque ela teve contato com a água contaminada. A gente tirou lama, tirou corpo dos escombros e da lama”.

A prefeitura de São Sebastião afirma que não existe surto da doença na cidade. A administração municipal reconhece, no entanto, que houve um “aumento de notificações de casos da doença” após as fortes chuvas. “Em fevereiro, foram notificados 19 casos e, em março, 17 casos, que aguardam resultado. Até o momento, não há casos confirmados de leptospirose.”

A Secretaria de Saúde do município disse que chegou a registrar um aumento de aproximadamente 30% nos atendimentos a pacientes com gastroenterite - uma irritação no sistema digestivo que causa, entre outros sintomas, diarreia - nas unidades de saúde do município, principalmente na Costa Sul. 

“No entanto, essa tendência não se consolidou. É comum nesta época do ano, devido ao clima quente, que as pessoas apresentem alguns problemas intestinais. O recente aumento de casos levantou um alerta no município, especialmente após as últimas chuvas.” 

A prefeitura orienta que, caso a pessoa apresente algum sintoma, deve procurar a unidade de saúde mais próxima, inclusive os hospitais de Clínicas da Costa Sul, localizado em Boiçucanga, e a unidade da região central.

Parcerias

A administração municipal informou que fez parcerias com o governo federal e estadual, por meio da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) e do programa Minha Casa, Minha Vida para a construção de mais de 900 imóveis, entre casas e apartamentos, que serão destinados às famílias que perderam suas casas. A Defesa Civil, diferentemente da prefeitura, diz que serão construídas 518 unidades habitacionais. 

Três terrenos já estão em fase de terraplenagem, nos bairros da Topolândia e Vila Sahy. Segundo a gestão estadual, as primeiras unidades habitacionais deverão ficar prontas em até 150 dias. Até lá, segundo a Defesa Civil, as pessoas que estão hoje abrigadas em cerca de 20 hotéis e pousadas serão instaladas temporariamente em vilas de passagem, unidades habitacionais de madeira, que estão sendo construídas em São Sebastião. As pessoas também serão alocadas temporariamente em unidades habitacionais já prontas na cidade vizinha de Bertioga (SP).

A prefeitura orientou que as famílias que estão enfrentando dificuldades procurem o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) mais próximo. 

 

Vereadores do município de São Sebastião, no litoral paulista, autorizaram na terça-feira (14), a abertura de um processo de cassação contra o prefeito Felipe Augusto (PSDB). O pedido foi feito pelo advogado Roberto Magiolino, a partir de denúncias apresentadas pelo Ministério Público e que constam em operação policial que está em tramitação e investiga desvios de recursos da saúde.

O requerimento aponta possíveis ilegalidades na administração municipal feita pelo prefeito em 2020, durante a pandemia de Covid-19. Segundo o advogado, os atos ilícitos se deram durante a compra de produtos, equipamentos, prestação de serviços e instalações dos hospitais de campanha desenvolvidos nesse período.

##RECOMENDA##

A denúncia acompanhou arquivos digitais da "Operação Mar Revolto", na qual tanto o prefeito, quanto secretários e servidores são apontados como réus. O arquivo também une análises técnicas do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, no qual, Magiolino afirma que "pode-se constatar as ilegalidades, bem como o prejuízo causado aos cofres públicos."

A votação foi em sua maioria em favor da abertura do processo de investigação. A comissão responsável pelo processo foi escolhida na base de sorteio e ficou nas mãos dos vereadores Giovani Pixoxó (MDB), como presidente, Diego Nabuco (PSDB), como relator, e Daniel Simões (PP), como membro. A comissão tem o prazo de cinco dias para iniciar os trabalhos e 90 dias para finalizar o processo.

O processo ocorre logo após crise ocasionada por fortes chuvas que abalaram o município em fevereiro deste ano.

Procurado, o prefeito Felipe Augusto não foi localizado até o fechamento deste texto.

O Corpo de Bombeiros confirmou, na tarde deste domingo (26), que foi encontrada a última pessoa desaparecida nos deslizamentos na Barra do Sahy, em São Sebastião, no litoral norte paulista. Com isso, o número de mortes devido aos temporais do último fim de semana chega a 65, sendo 64 em São Sebastião e uma em Ubatuba. 

Os bombeiros estão agora fazendo um levantamento para confirmar com as polícias Civil e Militar, assim como associações de moradores, se ainda há pessoas consideradas desaparecidas e, assim, decidir se encerram os trabalhos de resgate.

##RECOMENDA##

Temporais

No sábado (18) e domingo (19) da semana passada atingiram a região 682 milímetros de chuva, provocando enxurradas e deslizamentos. Vários bairros ficaram ilhados durante o carnaval devido aos danos causados à Rodovia Rio-Santos, só podendo ser acessados por helicópteros e barcos. A situação causou ainda falta de água e energia elétrica em diversos pontos do município.

Nas primeiras horas, os trabalhos de resgate foram feitos pelos próprios moradores da Barra do Sahy, bairro mais atingido pelos deslizamentos, uma vez que as equipes dos bombeiros e da Defesa Civil tiveram dificuldade de acesso à área. Sobreviventes e corpos das vítimas foram levados para a sede de uma organização não governamental, até que as equipes profissionais de socorro pudessem alcançar o local.

O último boletim divulgado pelo governo estadual, no fim da manhã deste domingo, informava que haviam sido identificados e liberados para sepultamento, os corpos de 55 pessoas – 20 homens, 17 mulheres e 18 crianças. As enxurradas e os deslizamentos de terra deixaram ainda 2.251 desalojados e 1.815 desabrigados na região.

No Hospital Regional do Litoral Norte, em Caraguatatuba, estavam internadas, 11 pessoas feridas nos temporais. 

Seis pessoas ainda estão desaparecidas após a tragédia provocada pelas chuvas na cidade de São Sebastião, no litoral norte paulista. Neste momento, o Corpo de Bombeiros segue com os trabalhos de busca por essas vítimas na Vila do Sahy, local onde houve deslizamento de terra e soterramento de casas e de pessoas.

Segundo o governo de São Paulo, 59 mortes foram confirmadas até o momento, sendo 58 em São Sebastião e uma criança em Ubatuba. Cinquenta e quatro corpos já foram identificados e liberados para sepultamento. São 19 homens, 17 mulheres e 18 crianças.

##RECOMENDA##

A prefeitura de São Sebastião informou que há 1.095 pessoas abrigadas atualmente em escolas, creches, igrejas e organizações não-governamentais (ONGs). Já o governo paulista informa que as chuvas deixaram 2.251 pessoas desalojadas e 1.815 desabrigadas em todo o litoral norte.

Buscas

Em boletim publicado na manhã deste sábado (25), a prefeitura de São Sebastião informou que as buscas estão concentradas no local mais provável para encontrar esses corpos, conforme a avaliação dos Bombeiros. A expectativa do município era que as vítimas fossem encontradas ainda hoje. Os Bombeiros, por sua vez, não deram uma previsão para o fim dos trabalhos no local.

“Entramos hoje no sétimo dia de operação após a ocorrência e, neste momento, temos uma única frente de trabalho. Até ontem tínhamos três frentes e hoje fechamos com um único ponto, onde, possivelmente, estão essas vítimas desaparecidas, que foram indicadas pelos familiares e pelos moradores próximos”, disse o porta-voz do Corpo de Bombeiros, capitão Maycon Cristo, em entrevista neste sábado à TV Brasil.

Ele destaca que as buscas só terminam quando o último corpo for encontrado. “Só se encerra quando a gente tirar a última vítima que está sendo buscada, que teve o desaparecimento noticiado. Encerrado isso, ainda há muitos outros passos envolvendo prefeitura, governos, diversas secretarias e que não se encerra tão logo”, acrescentou.

Ainda segundo o porta-voz, neste momento, a maior dificuldade que eles encontram nas buscas é a logística. “Temos um volume muito grande de entulho, terra, lama e árvores que desceram o morro e precisamos movimentar tudo isso. Precisamos tirar do local onde possivelmente estão essas vítimas e levar para outro ponto. E, para isso, precisamos conseguir acessar o local com caminhões e maquinários. Esse trabalho de movimentação dessa massa é o que está trazendo mais dificuldade para a gente neste momento”, explicou o capitão.

Volta às aulas

Por causa da tragédia provocada pelas chuvas, a prefeitura de São Sebastião decidiu adiar para o dia 6 de março o início das aulas e demais atividades letivas da rede pública municipal. A alteração do calendário escolar se deve ao estado de calamidade pública que foi decretado pelo governo municipal em virtude das fortes chuvas que atingiram a cidade no último domingo (19). As escolas estão sendo utilizadas para receber as famílias que foram desalojadas e desabrigadas ou para ações voluntárias, como distribuição de alimentos.

Tragédia

As chuvas que atingiram os municípios do litoral norte paulista no carnaval, como a cidade de São Sebastião, resultaram em uma das maiores tragédias da história do estado. Foi o maior acumulado de chuva que se tem registro no país, atingindo a marca de 682 milímetros em Bertioga e 626 milímetros em São Sebastião.

O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) elogiou a participação das Forças Armadas nas ações de resgate e auxílio à população de São Sebastião, Litoral Norte de São Paulo, atingida pelas fortes chuvas no último fim de semana, que vitimou ao menos 57 pessoas. 

“Nota 11. Toda diferença. Impressionante o profissionalismo, tecnologia, time”, disse Alckmin neste sábado (25), sobre a atuação das Forças. 

##RECOMENDA##

Ao tecer elogios às Forças, o vice-presidente mencionou que nunca havia entrado num navio tão grande quanto o novo-capitânia Atlântico, o maior da frota, que ancorou no litoral paulista. 

O governador de São Paulo Tarcísio Freitas (Republicanos) pediu ajuda do Exército Brasileiro para resgatar as vítimas após o temporal. Ele se reuniu com o presidente Lula (PT) no início da semana e, hoje, acompanha Alckmin na visita aos locais afetados por deslizamentos e pela enxurrada. 

“É só ver aqui, num caso específico, o Exército com mais de 300 militares, toda parte de engenharia e logística. Aeronáutica, equipamento mais moderno, transportando vítimas, socorrendo, trazendo alimento. Você tem a Marinha. Eu não tinha entrado num navio daquele tamanho. É impressionante esse navio. É uma cidade verdadeira”, disse o vice-presidente. 

Reconciliação

O governo federal passa por um momento de reconstrução de laços com as Forças Armadas depois de um início de mandato conturbado. O vice-presidente Geraldo Alckmin é visto como um dos responsáveis pelo processo de restauração dos laços com os militares. 

A desarmonia entre Força e governo se deu depois de suspeitas de inação militar durante os atos golpistas de 8 de janeiro, que bolsonaristas depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília. 

As buscas pelas vítimas soterradas pelos deslizamentos que atingiram São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, entraram neste sábado (25) no sétimo dia. As procuras foram retomadas hoje de madrugada após terem sido suspensas na sexta-feira (24) à noite por causa das chuvas fortes que voltaram a atingir a região.

Segundo o Corpo de Bombeiros da cidade, as buscas haviam sido interrompidas para garantir a segurança das equipes de resgate e foram retomadas quando os riscos diminuíram durante a madrugada. A corporação informou que não há previsão de quando os trabalhos serão encerrados.

##RECOMENDA##

Chuva

A chuva deve continuar nos próximos dias. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alerta de chuvas de 30 a 100 milímetros, com ventos de 60 a 100 quilômetros por hora, para uma faixa que abrange quase todo o litoral de São Paulo, a metade sul do litoral do Rio de Janeiro, a região serrana fluminense e o norte e oeste de São Paulo e a região central de Mato Grosso do Sul. O aviso começa às 12h deste sábado e vai até as 10h de domingo (26).

Além das chuvas, o litoral norte de São Paulo tem alerta neste final de semana para o risco de movimentação de solo. O alerta está no boletim de Previsão de Risco Geo-Hidrológicos, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) para este sábado (25).

Segundo o boletim, considera-se alta a possibilidade de movimentos de massa na Baixada Santista e no litoral norte paulista, com especial atenção para a faixa entre Guarujá e São Sebastião.

O município foi o mais afetado pelos temporais que atingiram a região no último fim de semana. Houve deslizamentos de encostas, alagamentos e bairros isolados devido à interdição de vias de acesso. Até o momento, 57 pessoas foram encontradas mortas em São Sebastião e mais de 3 mil estão desalojadas ou desabrigadas em todo estado.

O Corpo de Bombeiros informou que paralisou as buscas em São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, na tarde desta sexta-feira (24), por causa das chuvas fortes que voltaram a atingir a região.

O município foi o mais afetado pelos temporais que atingiram a região no final de semana. Houve deslizamentos de encostas, alagamentos e bairros isolados devido à interdição de vias de acesso. Até o momento, 57 pessoas foram encontradas mortas em São Sebastião e mais de 3 mil estão desalojadas ou desabrigados em todo estado.

##RECOMENDA##

A chuva deve continuar nos próximos dias. O litoral norte de São Paulo deve se manter alerta neste final de semana para o risco de movimentação de solo. O alerta está no boletim de Previsão de Risco Geo-Hidrológicos, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) para este sábado (25). 

Segundo o boletim, considera-se alta a possibilidade de movimentos de massa na Baixada Santista e no litoral norte paulista, com especial atenção para a faixa entre Guarujá e São Sebastião.

O governo do estado de São Paulo confirmou na tarde de hoje (24) a identificação de 47 corpos de vítimas da tragédia ocorrida em São Sebastião no último domingo (19). São 16 homens, 16 mulheres e 15 crianças. Os corpos serão liberados para sepultamento. Segundo o último balanço divulgado, o número de mortos subiu para 54; desalojados somam 2.251; e desabrigados, 1.815.

A Secretaria de Estado da Saúde informou que 21 adultos e seis crianças foram atendidas, até o início da tarde de hoje, no Hospital Regional do Litoral Norte (HRLN), em Caraguatatuba (SP). Deste total, 15 permanecem internados em situação estável. Oito pacientes já receberam alta hospitalar e quatro foram transferidos para outros hospitais. De acordo com a secretaria, os parentes de todos os pacientes atendidos no HRLN foram localizados pela equipe de assistência social.

##RECOMENDA##

Rodovias

O tráfego de veículos leves e pesados está liberado na Rodovia Rio-Santos (SP-055), que não tem mais pontos de interdição total. No entanto, há 14 pontos de interdição parcial na região do litoral norte, devido a queda de barreiras, árvores e erosão.  Apesar da desobstrução da rodovia, o governo de São Paulo orienta os turistas a não viajarem para as regiões afetadas do litoral norte neste fim de semana para não sobrecarregar o atendimento em hospitais, o trânsito nas estradas e o abastecimento de água e de alimentos na região.

“A Polícia Militar explica que as rodovias da região precisam estar desobstruídas para que veículos de socorro e de resgate possam circular livremente. A PM orienta também que as doações sejam feitas em postos que não estejam localizados nos municípios atingidos”, informa a PM. As instruções para saber como doar podem ser encontradas no site do governo paulista.

Já a Rodovia Mogi-Bertioga (SP-098) permanece totalmente interditada nos dois sentidos, em razão do rompimento de tubulação na altura do km 82, em Biritiba Mirim (SP). As obras emergenciais no local devem durar de dois a seis meses.

O governo do estado informou ainda que os sistemas de água foram restabelecidos em todos os municípios da região: São Sebastião, Ilhabela, Ubatuba, Caraguatatuba e Bertioga, atendidos pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).

O governador de São Paulo, Tarcísio Freitas (Republicanos), disse a apoiadores próximos que o presidente Lula é “um líder nato”, após encontro na ocasião da tragédia causada pelas chuvas no litoral paulista, no último final de semana (18). De acordo com Freitas, o tratamento dado a ele por Lula foi exemplar de um verdadeiro chefe de Estado, e não se sentiu constrangido em nenhum momento.

"Tarcísio disse que Lula se comportou como um líder nato e mostrou-se superior a qualquer rixa partidária", afirmou um dos membros do governo estadual ao colunista Daniel Cesar. O governador temia que seu apoio, no passado, ao ex-presidente Bolsonaro, pudesse interferir nas relações com o atual presidente. 

##RECOMENDA##

"O governador gostou muito da reunião e considera que o presidente fez o que dele se esperava. Ele chegou a cumprimentar o Lula por deixar divergências de lado", informou outra fonte ao repórter. Além de Lula não ter alimentado animosidades, Freitas também se portou como se espera de um governador, por ter ido direto para São Sebastião após o temporal que atingiu a região.

Um relatório apresentado em dezembro de 2018 pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, mostrava que havia em São Sebastião 161 moradias em áreas de risco alto para deslizamentos. O documento apontou ainda que 2.043 moradias estavam em áreas de risco médio ou baixo para deslizamentos no município.

O documento do IPT não listou na área da Barra do Sahy, no litoral Norte, um dos locais mais afetados pelos temporais ocorridos no último domingo (19), nenhuma construção em situação de risco alto ou muito alto. Isso mostra, segundo o diretor técnico do IPT, Fabrício Mirandola, que o pode ter tido uma ampliação da ocupação irregular desde a publicação do relatório. Ele destaca ainda que, pelo relato dos moradores, as vítimas foram atingidas pela lama quando deixavam as residências.

##RECOMENDA##

“Parte das pessoas que foram atingidas não estavam mais dentro das casas, elas estavam nas ruas e nas vielas, saindo, fugindo das moradias. Quando a gente tem esse processo de liquefação do solo, esse material tende a seguir o caminho das ruas, porque a rua normalmente segue o caminho natural da água”, disse.

Eventos mais recorrentes

O diretor ressalva ainda que o relatório de 2018 foi feito baseado em dados da média histórica de chuvas do local e não previa a ocorrência atípica das precipitações que atingiram a região no último domingo. Mas, segundo ele, o episódio recente pode indicar uma nova tendência.

“E aí a gente acaba tendo, menos de 10 anos depois, um evento que é quase cinco vezes maior do que esse [de 2014]. Realmente a gente vem tendo modificações no clima”, destacou. “Isso pode indicar, a gente não consegue cravar mas, pelo que a gente vem vendo dos históricos, que eventos extremos como esse eles vão ser mais recorrentes, e a gente precisa para preparado”, acrescentou.

Ele conta que o relatório faz referência a um temporal ocorrido em 2014 na região, que acumulou cerca de 180mm de chuva. Pelo modelo utilizado no documento, o instituto previu que uma nova chuva desse porte poderia voltar a ocorrer apenas daqui a 60 anos, previsão chamada tecnicamente de tempo de retorno.

Processo natural

Para o professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Rio Claro, e diretor da Federação Brasileira de Geólogos, Fábio Augusto Reis, o evento ocorrido no litoral Norte é um processo natural da região e deverá continuar a acontecer no futuro.

“Já ocorreram outros eventos, não com essa magnitude, mas eventos extremos na história do Brasil, na Serra do Mar. Isso vai continuar ocorrendo. Outros exemplos extremos vão ocorrer, isso faz parte do processo natural e a Serra do Mar é uma serra que sempre teve processos de deslizamentos, escorregamento, e vai continuar tendo”, disse.

Ele cita, como exemplo, os deslizamentos em série que ocorreram em 1967 no município de Caraguatatuba, também no litoral Norte, em que morreram cerca de 450 pessoas. “O evento de 67 foi muito pior. Só que, naquela época, tinha 15 mil pessoas morando em Caraguatatuba. Se aquele mesmo evento tivesse ocorrido hoje, estaríamos falando de milhares de pessoas mortas”.

“Então é isso que a gente tem que separar: o evento natural vai continuar. Agora, o grande problema está na ocupação, na ocupação desordenada que ocorre nessas cidades”, acrescentou.

Mais de R$ 7 milhões foram liberados pelo governo federal nesta quarta-feira (22) ao município de São Sebastião (SP), um dos mais afetados pelas chuvas que atingiram o litoral norte de São Paulo. Os recursos poderão ser usados para compra de cestas básicas, kits de limpeza e de higiene pessoal, colchões, refeições, água mineral, combustível e aluguel de caminhão-pipa.

De acordo com o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional, serão atendidas mais de 73 mil pessoas. Os municípios que desejarem receber recursos devem enviar planos de trabalho. 

##RECOMENDA##

“Nossas equipes continuam na área trabalhando junto com as equipes das prefeituras e do governo do estado nos planos de restabelecimento e nos planos também de construção que foi uma orientação que nós demos a pedido do presidente Lula”, disse o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Goés, que participou, de reunião, no Palácio da Alvorada, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e mais seis ministros. Goés disse que o navio da Marinha que chega amanhã à região deve contar com cerca de mil profissionais dos quais 150 vão ajudar nas buscas e resgates.

Na última segunda-feira (20), o governo federal reconheceu o estado de calamidade pública em seis municípios paulistas: São Sebastião, Caraguatatuba, Guarujá, Bertioga, Ilhabela e Ubatuba. No mesmo dia, o presidente Lula foi até São Sebastião, acompanhado de ministros. Durante a visita, Lula anunciou que haverá prioridade para a construção de moradias do Minha Casa, Minha Vida nos municípios atingidos.

De acordo Waldez Goés, a meta do governo é retomar a agenda preventiva por meio da recomposição do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Encostas e da destinação de R$ 10 bilhões para habitação. “Certamente muitos desses recursos serão para construir habitações de demanda dirigidas, onde esses pontos todos de situações de alto risco de deslizamento em encostas serão prioridade”.

A região do litoral norte de São Paulo, afetada por fortes chuvas nos dias 18 e 19, recebeu nesta quarta-feira (22) mais 300 policiais militares para reforçar o policiamento, informou a Secretaria da Segurança Pública do estado. Agora já são 462 policiais militares empenhados nas missões de buscas e salvamentos, que ainda contam com oito helicópteros e cinco embarcações.

Além do efetivo local, estão em atividade na região policiais do Comando de Policiamento de Choque (CPChq), do Comando de Aviação da Polícia Militar e do Policiamento Ambiental. O policiamento rodoviário atua para garantir a segurança dos motoristas na saída do litoral.

##RECOMENDA##

A Rodovia dos Tamoios (SP 099) implantou, hoje (22), a Operação Subida, em que uma faixa da pista antiga e as duas faixas da pista nova serão utilizadas para a subida da serra, sentido São José dos Campos. Já a descida sentido litoral é realizada por uma faixa da pista antiga. Nesta tarde, o tráfego segue normal, sem congestionamentos em nenhum dos sentidos.  Segundo o governo do estado, os trabalhos para liberação das vias prosseguem. Na Rodovia Rio-Santos (SP-055) cinco pontos estavam com interdição total. Ainda estão com interdição parcial os seguintes trechos:  Km 136 ao 142 – queda de barreira e árvores (Praia do Guaicá e Toque Toque) Km 142 – queda de barreira e árvores (Praia do Toque Toque) Km 157 ao 162 – queda de barreira (Praia de Maresias) Km 164 – queda de barreira (Praia de Boiçucanga) Km 180 – queda de árvore (Praia Preta).

As rodovias administradas pelo Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de São Paulo (DER) que ainda estão com pontos de interdição total e parcial.

Interdição total:  Rio-Santos (SP-055) - Km 174+500 – queda de barreira (Praia Preta)  Mogi-Bertioga (SP-098) - rompimento de tubulação na altura do km 82, em Biritiba Mirim. Também há interdição parcial nos km 90 e 91, devido à queda de barreira; e no Km 87, devido à erosão. 

Interdição parcial:  Rio-Santos (SP-055) - Km 061 – queda de barreira (Praia do Lamberto); Km 066 – queda de barreira (Praia de Fortaleza); Km 084 – queda de árvore (Praia Tabatinga); Km 087– queda de barreira e árvores (Praia da Cocanha); Km 096 – queda de barreira (Praia Massaguaçu); Km 116 – queda de barreira (Praia da Cigarra); Km 142 – queda de barreira e árvores (Praia do Toque Toque); Km 136 ao 142 – queda de barreira e árvores (Praia do Guaicá e Toque Toque); Km 142 – queda de barreira e árvores (Praia Toque Toque); Km 157 ao 162 – queda de barreira (Praia de Maresias); Km 164 – queda de barreira (Praia de Boiçucanga); Km 180 – queda de árvore (Praia Preta); Km 188 – erosão (Praia de Boracéia); Km 189 – erosão (Praia de Boracéia); Km 203 – queda de barreira (Praia Guaratuba).

Rodovia Oswaldo Cruz (SP-125) : Km 11 – queda de barreira; Km 13 – queda de barreira; Km 58 – queda de barreira.

Travessia

O Departamento Hidroviário informou que a travessia de balsa São Sebastião/Ilhabela foi restabelecida nesta terça-feira (21), após ser parcialmente suspensa entre 12h50 e 14h. O motivo da suspensão foi dar maior celeridade ao fluxo de veículos na Rodovia Rio-Santos (SP-55), no sentido São Sebastião-São Paulo.

As condições das travessias administradas pelo governo de São Paulo podem ser conferidas no site do Departamento Hidroviário ou o aplicativo do departamento, disponível gratuitamente nos sistemas iOS e Android.

Vítimas

Até o momento, 48 óbitos foram confirmados, sendo 47 em São Sebastião e um em Ubatuba. Até o momento, 26 corpos foram identificados e liberados para o sepultamento. São dez homens adultos, nove mulheres adultas e sete crianças.

Atualmente, as forças de segurança dão prioridade e seguem no socorro às vítimas e no fornecimento aos mais de 1.730 desalojados e 1.810 desabrigados em todo estado.  Assistência médica A Secretaria de Estado da Saúde (SES) informa que 29 adultos e seis crianças vítimas das chuvas foram atendidas, até o momento, no Hospital Regional do Litoral Norte. Desse total, 27 estão estáveis, um em estado grave e um paciente morreu na manhã desta quarta-feira (22). Outros dois pacientes já receberam alta hospitalar e outras duas pessoas, uma grávida e uma puérpera, foram transferidas para o Hospital Stella Maris. Ontem, duas crianças, ambas de 8 anos, foram transferidas ao Hospital Regional de São José dos Campos.

Além de reforçar o atendimento, a Secretaria de Segurança encaminhou um conjunto de insumos ao atendimento às vítimas. Foram encaminhadas, 7,4 mil insulinas humana e 20 mil agulhas para insulinas, 36 ampolas de soro antiofídico para cobras, 5 mil frascos de hipoclorito de sódio, 940 bolsas de glicose, 900 bolsas de soro, 180 kits intravenosos, 30 kits de sutura, 30 talas para imobilização, além de sedativos e outros medicamentos como antibióticos, anti-inflamatórios, analgésicos, entre outros.

Água

A Sabesp recuperou os sistemas de água de todos os bairros atendidos pela companhia em São Sebastião. De acordo com as equipes técnicas, os serviços foram restabelecidos inclusive em Boiçucanga, um dos bairros mais atingidos, que está com o abastecimento retornando de forma gradual para a população.

A Sabesp continua na região ampliando o atendimento direto aos moradores, dando assistência com distribuição de copos de água e disponibilizando caminhões-tanque - mesmo em bairros não atendidos pela companhia como Camburi, Camburizinho, Baleia e Sahy.

Doações

O Fundo Social de São Paulo e a Coordenadoria Estadual da Defesa Civil já encaminharam 54,63 toneladas de donativos para as cidades de Guarujá, Bertioga, Ubatuba, Caraguatatuba e São Sebastião. Somente na manhã de quarta-feira (22), 17,1 toneladas de doações para as vítimas da chuva no litoral norte paulista.  Voluntários que têm interesse em ajudar na triagem das doações podem se dirigir ao Fundo Social. As doações continuam sendo recebidas pessoalmente na Avenida Marechal Mário Guedes, 301, no Jaguaré, zona oeste da capital paulista, entre 8h e 17h.

O governo federal autorizou o empenho e o repasse de recursos a São Sebastião (SP), no valor de R$ 7,077 milhões, para a execução de ações de resposta aos desastres causados por tempestades no município. No fim de semana de carnaval, fortes chuvas atingiram a cidade do litoral paulista e provocaram ao menos 48 mortes, bloquearam rodovias e causaram prejuízos na região.

A liberação do recurso foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) nesta tarde, em portaria da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.

##RECOMENDA##

Mais cedo, o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, noticiou que o governo federal autorizou nesta quarta-feira, 22, o repasse de cerca de R$ 4,5 milhões a cidades do País afetadas por desastres naturais, valor que se somou aos R$ 28,7 milhões transferidos pela Defesa Civil Nacional, entre os dias 13 e 17 de fevereiro, a outras 50 cidades localizadas nos Estados de Santa Catarina, Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Rio Grande do Sul, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Goiás e São Paulo.

Um grupo de moradores do condomínio de luxo Vila de Anoman, em Maresias, São Sebastião, agrediu fisicamente e com palavrões a reportagem do Estadão que cobria a tragédia no litoral norte de São Paulo.

Um deles obrigou o repórter fotográfico Tiago Queiroz a apagar fotos que tinha feito das ruas do condomínio alagado, com carros danificados. Outro empurrou a repórter Renata Cafardo em um alagamento e tentou roubar seu celular. Um funcionário do condomínio e outros moradores tinham autorizado a reportagem a entrar no local.

##RECOMENDA##

Quando esse grupo viu a reportagem, no entanto, passou a xingar a equipe com palavrões e acusar o Estadão de ser "comunista e esquerdista". Em seguida, passaram a empurrar o fotógrafo e a repórter.

Queiroz foi cercado, sua câmera foi puxada e depois um deles tentou tirar o celular da mão da repórter. Como não conseguiu, empurrou Renata para um alagamento, que caiu na água. Ele só parou a agressão porque moradores que passavam na rua o seguraram.

A reportagem conseguiu fotografar o grupo, mas não tem a identificação deles. Eram cinco homens e uma mulher. Um deles se identificou como sub síndico do condomínio. O Vila de Anonan tem 30 casas, com 315 metros quadrados e piscina privativa, anunciadas para venda por R$ 3,5 milhões. Após as tragédias que mataram ao menos 40 pessoas, o grupo estava indo à praia quando parou para agredir a reportagem.

Este mês diversas entidades em defesa da liberdade de imprensa estiveram em Brasília com o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), para entregar um dossiê sobre violência contra jornalistas no País. Foi então criado, em parceria do governo, sociedade civil e judiciário, um observatório para reunir e dar rapidez as investigações contra violência contra a imprensa.

Desde os atos terroristas de 8 de janeiro, dezenas de jornalistas e comunicadores foram agredidos fisicamente e impedidos de trabalhar por bolsonaristas. A liberdade de imprensa é garantida por lei no País.

O Fundo Social de São Paulo e a Coordenadoria Estadual da Defesa Civil distribuem, nesta terça-feira (21), 7,5 toneladas de doações de itens de ajuda humanitária às vítimas dos temporais que castigaram o litoral norte do estado no fim de semana. Os insumos foram recolhidos no primeiro dia de doações da campanha organizada pelo órgão.

A primeira-dama do Estado de São Paulo, Cristiane Freitas, e o coordenador estadual da Defesa Civil, Coronel Henguel Ricardo Pereira, participam da entrega dos alimentos, roupas e itens de higiene e limpeza para as pessoas desabrigadas e desalojadas no município de São Sebastião.

##RECOMENDA##

Além de donativos como alimentos não perecíveis, água mineral e roupas limpas e em bom estado para uso, os interessados também podem fazer depósitos, transferência ou PIX para auxiliar as famílias desalojadas ou desabrigadas de São Sebastião, por meio de duas contas do Fundo Social de São Paulo. Saiba mais clicando aqui.

Estradas

O Departamento de Estradas e Rodagem (DER) liberou parcialmente o tráfego em diversos pontos que antes estavam totalmente obstruídos na rodovia Rio-Santos (SP-055), no trecho entre São Sebastião e Ubatuba.

Atualmente, as equipes seguem trabalhando para liberar o tráfego na altura da Praia Preta. No restante da via no sentido de São Sebastião, os usuários conseguem seguir com a operação pare e siga. A Rodovia dos Tamoios permanece totalmente liberada ao tráfego.

Neste momento, as seguintes rodovias administradas pelo DER estão com pontos de interdição total e parcial:

Total:

Rodovia Dr. Manoel Hyppólito Rego (SP-055)

Km 174+500 – queda de barreira

Parcial:

Rodovia Dr. Manoel Hyppólito Rego (SP-055)

Km 061 – queda de barreira;

Km 066 – queda de barreira;

Km 084 – queda de árvore;

Km 87– queda de barreira e árvores;

Km 095 – alagamento;

Km 95 ao 96 – queda de barreira;

Km 116 – queda de barreira;

Km 142 – queda de barreira e árvores;

Km 136 ao 142 – queda de barreira e árvores;

Km 157 ao 162 – queda de barreira;

Km 164 – queda de barreira;

Km 180 – queda de árvore;

Km 188 – erosão.

Mogi-Bertioga (SP-098)

A Rodovia Mogi-Bertioga (SP-098) segue interditada, em razão do rompimento de tubulação, na altura do km 82, em Biritiba Mirim. Também há interdição parcial nos km 90 e 91, devido à queda de barreira; e no Km 87, devido a uma erosão. Nesta terça-feira (21), uma equipe do DER inicia os serviços de recuperação no local. O investimento previsto é de R$ 9,4 milhões e prazo de execução é de até 180 dias.

Segundo informou o governo do estado, será realizada a recuperação completa da pista; novo sistema de drenagem, com escada hidráulica e linha de tubo; novo muro de arrimo; e reforço do muro existente.

Caso necessário o deslocamento, os motoristas devem usar como rotas alternativas as rodovias do Sistema Imigrantes/Anchieta (SP-160 e SP-150). Devido a uma queda de barreira no km 174+500 da SP-055, na Praia do Juqueí, o acesso a uma rota alternativa pela Rodovia dos Tamoios está interditado para quem está entre Bertioga e Juqueí.

Oswaldo Cruz (SP-125): Km 11 – queda de barreira; Km 13 – queda de barreira; Km 58 – queda de barreira.

Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA)

Equipes do Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA) prestam apoio na região. Grupos de trabalho estão nos municípios de São Sebastião e Caraguatatuba para auxiliar no socorro às vítimas.

Rodovias Concessionadas

A Agência de Transporte do Estado de São Paulo (ARTESP) informa que não há interdição nas rodovias estaduais concedidas. As principais rodovias que dão acesso ao litoral paulista e ao interior do Estado de São Paulo não apresentam congestionamentos na manhã desta terça-feira (21).

Rodovia dos Tamoios – Tráfego normal, sem congestionamentos.

Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI) – Tráfego normal, sem congestionamentos. Operação 5×5 permanece nas Rodovias Imigrantes e Anchieta.

Sistema Castello Branco-Raposo Tavares – Tráfego normal, sem congestionamentos.

Sistema Anhanguera-Bandeirantes – Tráfego normal, sem congestionamentos.

Rodovia Ayrton Senna/Carvalho Pinto – Tráfego normal, sem congestionamentos.

Identificação das vítimas

Até o momento, 40 óbitos foram confirmados, sendo 39 em São Sebastião e um em Ubatuba. Equipes do município com psicólogas e assistentes sociais fazem um trabalho de acolhimento dos familiares das vítimas. Sete corpos já foram identificados e liberados para o sepultamento. São dois homens adultos, duas mulheres adultas e três crianças.

Os trabalhos de busca, resgate e salvamento seguem ininterruptamente na região. Atualmente, são 1.730 desalojados e 766 desabrigados em todo Estado.

Atendimento médico

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) informa que 18 adultos e cinco crianças vítimas das chuvas foram atendidas, até o momento, no Hospital Regional do Litoral Norte (HRLN). Deste total, seis estão em estado grave e 13 estáveis. Outros dois pacientes já receberam alta hospitalar e outras duas, uma grávida e uma puérpera, foram transferidas para o Hospital Stella Maris.

Desde domingo, as unidades de Saúde do Estado no Litoral Norte estão em alerta para receber os possíveis feridos do desastre que atingiu a região. Outras unidades de saúde da Baixada Santista, Alto Tietê e da Capital também estão aptas a receber os feridos.

A SES acrescenta que, dos 23 pacientes que já passaram pelo HRLN, um não teve a família localizada. Esta paciente, uma mulher de 42 anos, deu entrada nesta madrugada e o serviço social da unidade trabalha para localizá-los.

Além de reforçar o atendimento, a SES-SP encaminhou um conjunto de insumos ao atendimento às vítimas desse desastre. Foram encaminhadas, 36 ampolas de soro antiofídico para cobras, 5 mil frascos de hipoclorito de sódio, 940 bolsas de glicose, 900 bolsas de soro, 180 kits intravenosos, 30 kits de sutura, 30 talas para imobilização, além de sedativos e outros medicamentos.

Abastecimento de água

Os técnicos da Sabesp seguem trabalhando para o restabelecimento dos sistemas de abastecimento de água no Litoral Norte e Baixada Santista. Em São Sebastião e Ilhabela, 40 caminhões-tanque da companhia realizam o abastecimento emergencial até a regularização total dos sistemas.

Nesta manhã (21), equipes de operação e de manutenção já estão em Boiçucanga para tentar o reparo do sistema de produção de água. Caminhões-tanque também estão a caminho. A produção de água em Maresias já foi retomada e mais de 8 mil imóveis já estão com o abastecimento em recuperação (Maresias e Barra do Una).

Em Caraguatatuba e Ubatuba, os sistemas de abastecimento continuam em processo de recuperação. Ao todo, 104 técnicos da companhia estão empenhados nesse trabalho, com o apoio de caminhões de hidrojateamento e alto vácuo, seis retroescavadeiras e outros veículos.

Previsão do tempo

Segundo os serviços meteorológicos, a terça-feira (21) começa com sol entre nuvens no Litoral Norte e as temperaturas sobem rápido. A partir do final da manhã, áreas de instabilidade se formam e favorecem a formação de nuvens carregadas sobre a região.

No início da tarde voltam as condições para pancadas de chuva, com risco de temporais, raios e até chance de granizo em pontos isolados. Essa situação pode ocorrer de forma intermitente até o início da noite. Diante dos volumes previstos, a orientação para a região do litoral norte é de atenção devido ao solo encharcado e das ocorrências de deslizamentos já verificadas nos últimos dias.

 

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando