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Um vídeo da colação de grau do curso de medicina da Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC) viralizou na internet pela entrada do formando Deivison Luiz, um jovem negro que escolheu a música “Negro Drama”, dos Racionais MCs, para sua entrada na festa.

A cena apareceu na gravação completa da solenidade da colação, publicada no dia 18 de janeiro, no YouTube. O rapaz recebeu seu diploma pelas mãos da sua avó, pai e mãe, que se emocionou durante a cerimônia.

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Por Thaynara Andrade

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep) ressaltou, nesta quinta-feira (11), a obrigatoriedade da realização da prova do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) e preenchimento do Questionário do Estudante, como requisitos para a colação de grau por parte dos concluintes em cursos de nível superior.

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O exame é considerado componente curricular obrigatório dos cursos de graduação nacionais, de forma que é registrado no histórico escolar do estudante pela própria instituição de ensino ao qual está vinculado.

A aplicação do Enade será realizada no próximo domingo (14) para cerca de 490 mil estudantes concluintes dos cursos vinculados à avaliação da edição. Para visualizar o cartão de confirmação, que contém informações como local e horário de prova, é preciso que o participante preencha o formulário disponibilizado até o próximo sábado (13), no portal do Enade.

O Enade integra o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) ao lado da avaliação de cursos de graduação e da avaliação institucional. Juntos, eles formam indicadores sobre a qualidade da educação superior brasileira.

Entre as diversas mudanças que a pandemia de Covid-19 causou nas nossas vidas, a necessidade de ampliar o número de profissionais de saúde no mercado de trabalho foi decididamente uma das mais urgentes, uma vez que a demanda de doentes nos hospitais se tornou muito maior do que em tempos normais.

Com a chegada da pandemia, uma das formas encontradas pelo Governo Federal para solucionar o problema foi a edição de uma Medida Provisória, posteriormente regulamentada em portaria, permitindo antecipar a formatura de alunos de graduação matriculados no último semestre do curso com pelo menos 75% do período de internato concluído.   Desde que a medida entrou em vigor no dia 9 de abril, segundo dados do Ministério da Educação (MEC), mais de 90 instituições de ensino superior possibilitaram que seus estudantes optassem pela antecipação da formatura. 

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Ao todo, 5.352 médicos, 1210 enfermeiros, 490 fisioterapeutas e 387 farmacêuticos se formaram mais cedo para auxiliar no combate à Covid-19. O Estado com mais formaturas antecipadas é Minas Gerais, com 1.103, seguido de São Paulo (952) e Rio de Janeiro (659). No Nordeste, o Ceará é o campeão com 469 estudantes. No que diz respeito à rede de ensino, 5.111 são alunos de instituições privadas e 2.328 de universidades públicas. 

Nesta terça-feira, 11 de agosto, celebra-se o Dia do Estudante, que no ano de 2020 ganha uma nova conotação diante de todos os desafios impostos pela Covid-19 aos alunos em todos os níveis de ensino. Para marcar a data, o LeiaJá publica a série de reportagens especiais “Estudante, você também é herói”, trazendo vários aspectos da rotina dos alunos durante a pandemia. Neste texto, você conhecerá as histórias de duas heroínas que anteciparam suas formaturas no curso de medicina para ajudar a enfrentar uma contagiosa e potencialmente letal, aceitando junto com suas famílias todos os riscos envolvidos nessa decisão.

O peso da responsabilidade de uma vida na sua mão

Thayse Pinheiro de Sales Croccia, de 28 anos, estava cursando o 12º semestre de medicina na Universidade de Pernambuco (UPE) quando o Governo Federal divulgou a Medida Provisória e uma primeira Portaria (posteriormente tornada sem efeito) autorizando a antecipação da colação de grau para estudantes de cursos de saúde. Repleta de anseios sobre sua formatura, com os estágios do internato paralisado e temerosa com a possibilidade de atrasar a conclusão de seu curso, Thayse viu ali uma oportunidade de, enfim, se tornar médica e exercer a sua profissão em um momento em que o País realmente estava precisando.   

“Queria poder contribuir nesse momento de dificuldades, mas ao mesmo tempo havia um medo grande, já que o começo da vida médica é sempre desafiador e nesse contexto o desafio seria ainda maior, pois estaríamos lidando com uma doença até então desconhecida e a cada semana surgiam novos dados. Além disso, o temor de contaminar a família com uma doença potencialmente letal principalmente para os mais velhos, como nossos pais e avós, sempre nos acompanhava. Nesse contexto, o apoio dos meus pais, que apesar de temerosos com a situação deixaram claro que estariam comigo independente do que eu escolhesse, foi essencial, pois me deu segurança em meio a tantas incertezas”, conta ela.

Foto: Cortesia 

Antes da pandemia e de antecipar sua formatura, Thayse explica que sua rotina era muito intensa com os últimos momentos do internato de medicina no último semestre de curso. “Eu era estagiária, estava próxima do fim da faculdade, último período. Era uma rotina de estágio de segunda a sexta, já lidava com pacientes e todos os desafios incluídos”, diz a médica. 

A primeira experiência profissional de Thayse foi e ainda é no sistema público de saúde, dando plantões em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) exclusiva para pacientes com Covid-19. “Apesar do medo e ansiedade iniciais, eu pude aprender muito, já que os livros não ensinam a prática ainda mais nesse contexto novo. Pude ainda me sentir útil aplicando meus conhecimentos, retribuindo a formação que recebi em uma universidade do Estado e fazendo parte do SUS, que acolhe tantos brasileiros que de outra forma não teriam atendimento”, relata a jovem. 

Perguntada sobre como é o dia a dia de trabalho dentro de uma UTI COVID, onde chegam os pacientes mais graves e o risco de contaminação é o mais alto possível, Thayse relata que tudo é sempre muito intenso e as responsabilidades das decisões são muito mais pesadas do que nos estágios desenvolvidos durante o curso de medicina. “É sempre um choque sentir o peso da responsabilidade de uma vida na sua mão. Antes você treina, mas não sente o peso total em você porque a decisão final não cabe a você. Sem decisão, você não tem tanta responsabilidade. Nessa situação do coronavírus, a responsabilidade foi agravada por estarmos lidando com uma doença que não conhecíamos, que não tínhamos visto na faculdade, era nova para nós e para todos, na verdade. Estava provocando um caos em todos os aspectos na nossa sociedade. Além do medo da contaminação própria e da família, porque sair para trabalhar era não só assumir um risco, era sua família que estava com você também assumir, tanto que houve muitas pessoas que saíram de casa nesse período para proteger a família”, afirma ela.

“Eu achei e sinto que estou preparada”

Maria Eduarda Valadares Santos Lins, 25 anos, se formou pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) quando estava no 12º semestre de medicina. Atualmente, trabalha em postos de saúde e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Ela conta que, já no último semestre e tendo aulas a distância apenas de uma disciplina, sua turma começou a solicitar à Universidade que realizasse a antecipação. “Estávamos tendo EAD de aulas já vistas durante a faculdade e como já estávamos no final achamos que a melhor solução seria adiantar do que esperar. Não acho que interferiu no meu aprendizado de forma significativa”, conta.

Além de considerar que não haveria ônus na antecipação, Eduarda não estava satisfeita com a rotina de estudos a distância, uma vez que não gostou do formato. “Para mim foi péssimo! Achei ruim o formato de aula EAD. Alguns colegas também não estavam gostando. Mas outros gostaram de revisar os assuntos. Apesar de estar isolado em domicílio, era cansativo, até porque estávamos acostumados com o internato, onde temos contato direto com paciente e discussões presenciais. Na minha opinião, perde um pouco do aprendizado”, opina Eduarda. Questionada sobre o que lhe desagradava nas aulas remotas, a jovem listou motivos como “muita gente na sala, quando você falava outra pessoa também falava, as pessoas com câmera ligada distraiam sua atenção", entre outras questões. À

A transição de estudante para a vida profissional em meio a uma pandemia, segundo Maria Eduarda, foi difícil, pois ela faz parte do grupo de risco da doença. “Sou asmática de difícil controle e tive duas crises no início do ano, mas estava usando as medicações regularmente para não ter crises. Minha família pesou muito, mas comecei trabalhando em posto onde o risco de contaminação é menor por ser grupo de risco e recentemente estou dando plantão em emergência”, relata ela. 

Além disso, a médica explica que há outras questões além da saúde envolvidas, como o emocional e as novidades da vida de profissional formada. Apesar disso, Eduarda se sente confiante para encarar as novidades impostas pela vida profissional, mesmo em meio ao medo do desconhecido trazido pela pandemia de Covid-19. 

“Tem a insegurança e ainda mais nessa época de Covid, mas eu achei e sinto que estou preparada, pelo menos tenho conseguido lidar com a maioria das situações. Percebo como a importância do estudo continuado para relembrar das coisas e se atualizar e uso corretamente os EPIs para minha segurança e do paciente”, afirma.

Confira, abaixo, as demais matérias do especial “Estudante, você também é herói”. Nossos repórteres mostram as rotinas de alunos, da educação infantil à pós-graduação, durante a pandemia do novo coronavírus:

--> Pequenos 'grandes' estudantes e o ensino remoto

--> Isolamento social e a ansiedade na preparação para o Enem

--> A perseverança de Ana e o carinho pela pedagogia

--> Pós-graduação sofre os efeitos da Covid-19

--> O que o futuro reserva para os estudantes após a pandemia?

Diante da pandemia do novo coronavírus, a cerimônia de colação de grau da Gabrielle Burson, que se formou em Ciências da Saúde, foi cancelada. Mas seu pai, Torrence Burson, realizou o sonho da filha ao montar um palco na garagem de casa e realizar a tão sonhada formatura. 

Torrence não quis aceitar o fato de que sua filha, formada pela Universidade Xavier da Louisiana, nos Estados Unidos, ficasse sem as devidas honrarias. "Depois de todos esses anos, você vai atravessar o palco, nem que seja o meu, pois vou construir um pra você", disse o pai orgulhoso, em entrevista à Fox de Memphis.

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A celebração foi completa, com direito a decoração semelhante a formaturas tradicionais dos EUA, com hino nacional, música de abertura e discurso de formatura. E ainda contou com plateia, formada por seus vizinhos que acompanharam toda a festa. 

Mesmo que a criação do evento não tenha sido uma tarefa fácil, Torrence conta que ficou feliz por poder fazer sua filha sentir-se celebrada. “Independente do que gastamos para conseguir isso. Se eu tivesse que fazer isso de novo, provavelmente faria ainda mais”, completou.

O irmão dela fez a transmissão ao vivo do evento pelo seu facebook. Confira:

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“Independente de suas dificuldades, continue, não desista nunca. Porque se você desistir em qualquer obstáculo que surgir na sua vida meu amor, você vai desistindo da vida”. Essas foram as palavras de Gilmar Roberto dos Santos Júnior, 32, recém formado em nutrição. O que nos leva à história dele é o ressurgimento da drag queen Sayuri Heiwa, que foi criada e resgatada por Gilmar para custear o sonho da formação no ensino superior, em uma instituição localizada no Recife.

Drag queen como caminho para formação

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Na última sexta-feira (14), foi realizada a cerimônia de colação de grau na instituição de ensino em que o recém formado, Gilmar, foi orador da turma. Para homenagear a profissão que o levou até a formação, ele decidiu ir “montado” para a cerimônia. E nos olhos de quem acompanhou esse momento podíamos notar que a conquista da drag queen estende-se aos amigos e familiares.

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Esse momento fecha um ciclo que iniciou três anos atrás, quando Gilmar retomou às atividades artísticas como drag queen em casas de apresentações artísticas do Recife. Vindo de família humilde, Sayuri, hoje, proporciona outra situação de vida para seus pais e irmã, que sempre estiveram lado a lado nessa caminhada, além de contar com o apoio do esposo, Heitor Eiras, que desde o início se dispôs a ajudar. 

“Sayuri, desde que voltou, em 2017, veio numa crescente muito grande. Então eu vi a necessidade de ajudar ela na questão de redes sociais e na questão de administrar o dinheiro. Todo dinheiro que ela vinha recebendo a gente colocava em um caderninho", explicou Heitor ao LeiaJá.

A drag queen comemora a aprovação, pois, através da arte de transformação, pode honrar os compromissos financeiros e alcançar o seu sonho, formar-se em nutrição. “Eu meti a cara mesmo e fui tentar uma bolsa lá. E ganhei uma bolsa pelo projeto talento, que a faculdade oferece, que dá descontos de até 70%. E eu fui contemplado com 50% do valor da mensalidade. Eu fui e arrisquei em fazer o curso e consegui pagar até os últimos dias”, disse Sayuri ao LeiaJá.

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O valor da mensalidade inicialmente era de R$ 400 e terminou por R$ 750, já com a bolsa de 50%. O estudante recebia cachês de valores variados.

A sociedade e o convívio familiar

Segundo relatório do Grupo Gay da Bahia (GGB), divulgado na última sexta-feira (17), a cada 23 horas é registrada uma morte por homofobia. Mesmo com esse dado alarmante, Sayuri diz ter sorte em ter uma família que sempre o acolheu, amou e o apoiou. Seu pai, Gilmar Roberto dos Santos, e sua mãe, Maria José dos Santos, ao descobrirem sua orientação sexual, reagiram de forma afetuosa, zelando apenas pelo respeito entre eles.O pai de Sayuri vibra com a formação do filho e projeta como será sua atuação profissional. “Ele vai ter que ver o que vai dar melhores condições a ele. Agora ele formou-se, e vai querer ficar justamente dando sequência ao trabalho (como nutricionista). Agora ele também não quer deixar o outro lado (trabalho como drag)”, relatou ao LeiaJá

Sayuri conviveu em um ambiente em que os funcionários, professores e estudantes da faculdade mantinham uma cultura de respeito à diversidade e não discriminação. “Foi uma grande alegria saber do empenho que ele desenvolvia no curso, as custas do trabalho dele, que é um trabalho honesto. E saber que dentro do curso de nutrição ele não sofreu nenhum tipo de preconceito, nenhum tipo de dificuldade em relação a isso (trabalho como drag queen)”, afirmou Ana Karla Ferrer, coordenadora do curso de nutrição.

Planos 

Como Sayuri Heiwa, o recém formado pretende ser voluntário na Articulação e Movimento para Travestis e Transexuais de Pernambuco (Amotrans-PE), usando o visual drag queen para ajudar a comunidade de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transsexuais e pessoas soro positivo (LGBT+), assistidas pela entidade, a ingressar no mercado de trabalho.  

Esse é um plano priorizado para a construção da sua carreira. Outra pretensão, após registro no Conselho Regional de Nutricionistas (CRN), é unir a atividade como drag queen aos conhecimentos da área de nutrição. E assim promover, além de workshop e palestras, uma relação que permita condições melhores de saúde para pessoas trans em processo de transição.

Vania Gonçalves Willric, que recebeu o seu diploma de pedagogia na cama do Hospital Santo Antônio em Blumenau, no Estado de Santa Catarina, faleceu na tarde de sábado (30) em decorrência de um câncer de mama diagnosticado em 2016, com metástase para o cérebro, costas e medula óssea. A Uniasselvi, universidade que Vania frequentou, emitiu nota de pesar no domingo (1º). "Descanse em paz, Professora Vânia. Seu exemplo nos inspirará, para sempre", dizia a nota da instituição. 

Vânia concluiu o curso com 100% de frequência nas aulas presenciais, que ela fazia questão de frequentar apesar da doença. Em entrevista ao portal G1, o marido dela, Carlos Alberto Willrich, afirmou que "mesmo com as dores causadas pela doença, durante a quimioterapia e radioterapia, recusou-se a faltar aulas". "Quando não conseguia dirigir, eu a levava à universidade e depois à sala de aula com uma cadeira de rodas. Da mesma forma, ela experimentou a toga e o vestido do baile. Foi muito emocionante vê-la concretizar esse sonho”, completou o marido, em entrevista ao G1.

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No entanto, o agravamento de seu quadro de saúde não permitiu que Vânia participasse da cerimônia de colação de grau, na próxima sexta-feira (6), levando a família a pedir que a universidade antecipasse a cerimônia, realizada no hospital. “A reitora da universidade se dispôs a vir ao hospital, fazer a colação e entregar o diploma. O hospital também autorizou o protocolo. Foi muito emocionante”, contou o marido ao G1. 

Em entrevista ao mesmo portal, a coordenadora da Uniasselvi de Blumenau, Glausuara Marchetti, afirmou que a colação de grau de Vania “Com certeza foi um momento único e muito emocionante. Enquanto instituição, precisamos estar presentes e auxiliar nossos acadêmicos até o último ato institucional, que é a colação do grau. No caso da acadêmica, a colação, infelizmente, não pode acontecer com a sua turma, mas nem por isso deixou de ter um grande significado”. 

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