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As eleições municipais não costumam carregar o mesmo peso ideológico das outras disputas políticas, no entanto, 2024 promete ser um ano em que o embate polarizado seja mais presente. Como um teste de força política, o presidente Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) serão cabos eleitorais de luxo e já traçam estratégias para demonstrar como ter o seu apoio pode ser suficiente para conquistar uma prefeitura.

O resultado da disputa palmo a palmo fica mais interessante nos principais centros, sobretudo nas capitais. O movimento do atual governo é renovar as bases já consolidadas e atrair novos apoiadores para reforçar a estrutura do pacto federativo, com uma comunicação mais facilitada na divisão de responsabilidades e de recursos da União com os municípios.

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Nesse ponto, o doutor em Ciência Política Rodolfo Marques entende que ter mais prefeitos aliados é fundamental para a governabilidade que o presidente busca. Ainda assim, acredita que a polarização - naturalmente - perca espaço para as demandas das cidades.

"Existe a questão da polarização. Talvez seja o pleito que mais vai ser forte em termos municipais, mas, geralmente prevalecem as questões da cidade, que é asfaltamento, Saúde Pública, Segurança Pública, que é uma demanda da Unidade Federativa, mas também você tem as forças auxiliares, as guardas municipais, a própria questão da Educação. Existe o IDEB (Índice de Avaliação da Educação Básica), que também é uma variável importante no que se refere a recursos. Então, os temas da cidade, eles emergem mais, mas é claro que essa polarização nacional vai ter um grau de interferência entre os bolsonaristas e o campo progressista, tanto o Lula quanto Bolsonaro vão se mobilizar para eleger o máximo de prefeitos", analisou Marques.

Mesmo inelegível, o ex-presidente tem a missão de frear a escalada progressista e reanimar a militância conservadora para atingir o plano ambicioso do PL de quadruplicar as prefeituras que emplacou em 2020. Sua atuação deve começar oficialmente já em março, quando inicia uma turnê pelo Brasil para fortalecer pré-candidaturas e participar de palanques com chances de derrubar aliados do PT.

"O PL tem um plano de eleger mais de 1.000 prefeitos. O PT, juntamente ali com o PSOL, com partidos mais à esquerda, a centro-esquerda, vai buscar também eleger nos principais colégios eleitorais. Tende a ser uma disputa acirrada", observou.

Mais de cinco mil municípios estão no centro da disputa. Contudo, a briga ganha mais fôlego em colégios maiores. Em São Paulo, por exemplo, a tendência é que a eleição seja polarizada pelo representante progressista Guilherme Boulos (PSOL) contra candidatos mais à direita, como o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) ou Ricardo Salles (PL), ex-ministro do Meio Ambiente de Bolsonaro. Por fora, a candidatura de Tabata Amaral (PSB) promete recalcular a divisão de votos na capital com a possível presença do apresentador José Luiz Datena como vice.

No Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD) deve ser reeleito sem grandes sustos. O nome do ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), Alexandre Ramagem (PL), é cotado como a aposta bolsonarista na cidade. Em Salvador, o atual prefeito Bruno Reis (UNIÃO), ligado a ACM Neto, deve garantir mais uma vitória à direita com certa tranquilidade.  

Em Belo Horizonte, o nome de Nikolas Ferreira (PL) é aventado como o candidato do ex-presidente, enquanto o PT deve ser representado por Rogério Correia, escolhido como vice-líder da sigla na Câmara.

“Nós temos cidades também bem importantes, como Porto Alegre, Curitiba, Florianópolis. Florianópolis tem um leitorado um pouco menor, mas ela é uma capital importante. As cidades do Sul, em especial, Curitiba e Florianópolis, ficaram mais próximas do bolsonarismo. Santa Catarina é um estado que também acabou se aproximando muito do bolsonarismo. No Nordeste, o PT foi muito bem em 2022, o Lula venceu a eleição nos nove estados da região e claro que chama a atenção as capitais, Salvador, Recife, também capitais importantes como São Luís, Teresina, que o campo progressista está bem consolidado, Fortaleza, que tem atualmente um governo também ligado ao campo progressista. Temos também na região norte Belém que é a metrópole da Amazônia. Temos Manaus também que tem uma grande concentração populacional todas as cidades serão polos importantes de disputa da polarização”, avaliou o cientista político.

 

A polarização política no Brasil entre os apoiadores do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ainda é uma realidade entre o eleitorado mesmo após quase um ano da eleição presidencial de 2018. Segundo pesquisa Datafolha, divulgada nesta sexta-feira (15), 29% dos eleitores se definem como petistas convictos, enquanto 25% afirmam ser bolsonaristas raiz.

Segundo a pesquisa, a parcela neutra - que diz não estar ligada nem a Lula nem a Bolsonaro - representa 21% do eleitorado.

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Aqueles que dizem ser mais próximos do petismo são 11% e os mais alinhados ao bolsonarismo, 7%, enquanto 1% afirma não saber.

Desde a primeira edição dessa pesquisa, em dezembro de 2022, a parcela de petistas convictos diminuiu três pontos porcentuais, indo de 32% para 29%. Por outro lado, a quantidade de bolsonaristas raiz se manteve a mesma, estável em 25% ou com oscilação dentro da margem de erro.

A permanência de apoiadores fiéis a Bolsonaro ocorre ao mesmo tempo em que o ex-presidente é alvo - direta ou indiretamente - de cinco investigações diferentes. Desde que deixou a Presidência, há nove meses, ele também teve o celular apreendido no âmbito das investigações sobre as fraudes nos cartões de vacinação e os sigilos fiscal e bancário quebrados no bojo da operação sobre a venda de joias recebidas durante viagens oficiais. Nesse mesmo período, também viu aliados próximos serem presos.

A pesquisa Datafolha foi realizada com 2.016 pessoas nos dias 12 e 13 de setembro. A margem de erro é de dois pontos porcentuais.

Aprovação estável de Lula

Na quinta-feira (14), o Datafolha mostrou que a taxa de aprovação do governo Lula está estável enquanto a reprovação teve um crescimento entre os eleitores. Segundo o levantamento, 38% consideram a gestão do petista boa ou ótima, enquanto que 30% a avaliam como regular. Outros 31% acham o mandato do presidente ruim ou péssimo, e 2% não souberam opinar.

Também foi perguntado aos eleitores sobre a expectativa para o governo no futuro. Para 43% do eleitorado, será bom ou ótimo. Os que veem uma piora são 28%. Outros 27% preveem um mandato regular.

A tragédia das chuvas no litoral de São Paulo, com 45 mortos até a manhã desta terça-feira (21), virou munição política para aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Após o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) posar para foto ao lado do petista, que interrompeu uma viagem a Salvador para visitar áreas afetadas pela chuva, bolsonaristas passaram a questionar o que Lula fez de concreto para ajudar as vítimas. Ao mesmo tempo, apoiadores do presidente foram às redes sociais para comparar o gesto do presidente com a postura de Bolsonaro em situações de calamidade.

Ex-ministro de Bolsonaro, Tarcísio agradeceu a presença de Lula em São Sebastião (SP) na segunda-feira. Segundo o governador, a ida do presidente ao litoral paulista dá "amparo e conforto" ao Estado. "A gente precisa trabalhar em um regime de cooperação", afirmou. Em seguida, focou o discurso em medidas decretadas para recuperar a região, ao falar para jornalistas.

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Ao assumir o microfone, Lula, por sua vez, fez comparações com o passado, sem citar Bolsonaro. "Queria mostrar a vocês uma cena que há muito tempo vocês não viam: um governador, um presidente, um prefeito, sentados numa mesa em função de algo comum que atinge a todos nós", disse. O presidente tem sido criticado por manter os "olhos no retrovisor" e continuar invocando Bolsonaro em seus discursos, mesmo caminhando para o terceiro mês de mandato.

"A presença do governador e do prefeito dá demonstração de que é possível exercer nossa função na democracia mesmo quando temos partidos diferentes ou pensamos de forma divergente", acrescentou Lula. "O bem comum do povo é muito maior que nossas diferenças políticas."

Nas redes sociais, aliados de Lula reforçaram a comparação feita pelo presidente e relembraram um episódio de dezembro de 2021, quando Bolsonaro disse esperar "não ter de retornar antes" de suas férias em Santa Catarina no momento em que a Bahia enfrentava fortes chuvas. Apesar da declaração, Bolsonaro chegou a sobrevoar a região afetada pelo temporal na época e escalou ministros para trabalhar com autoridades locais.

"Preocupado com o que aconteceu, o presidente Lula parou seu feriado para ver de perto a situação. O Brasil tem presidente", publicou a deputada federal e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann. O deputado federal Nilto Tatto (PT-SP) também explorou a situação como capital político para Lula: "diferença que faz ter um presidente que cuida das pessoas", publicou. O deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) publicou imagem de uma notícia antiga sobre Bolsonaro ignorar a tragédia na Bahia e escreveu: "a diferença de ter um presidente humano."

Já políticos bolsonaristas criticaram a quantia liberada pelo governo federal para socorrer as cidades atingidas pelo temporal, de R$ 2 milhões. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) comparou o valor com os R$ 5 milhões captados pela atriz Cláudia Raia para um espetáculo via Lei Rouanet. "O pai dos pobres", ironizou. O dinheiro destinado à Lei Rouanet, porém, não sai diretamente dos cofres públicos. "O presidente de todos os brasileiros desde que sejam cumpanheiros! (sic)", publicou o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) sobre o mesmo assunto.

A deputada Carla Zambelli (PL-SP) relembrou quando Bolsonaro liberou crédito extra de R$ 700 milhões para atender às regiões afetadas por chuvas na Bahia e em Minas no fim de 2021. "Lula liberou R$ 2 milhões? Que tipo de presidente é este?", questionou. "Nós tínhamos presidente", completou.

Até a noite desta segunda-feira, Bolsonaro não havia se manifestado sobre as chuvas no litoral paulista. O presidente costumava passar feriados e períodos de descanso na região durante seu mandato. Em fevereiro do ano passado, quando a chuva causou deslizamentos e mortes na região de Franco da Rocha (SP), o então presidente afirmou que faltou "visão de futuro" a quem construiu moradia em locais de risco. Na ocasião, Bolsonaro fez a declaração acompanhado de Tarcísio, então ministro da Infraestrutura.

Partidos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-presidente Jair Bolsonaro, PT e PL encabeçam uma disputa pela presidência de comissões estratégicas da Câmara. A polarização entre as duas legendas que marcou as eleições do ano passado se repete agora no Legislativo. PT e PL pretendem ter o controle de setores da agenda "ideológica" e de fiscalização do governo.

A Câmara tem 30 comissões temáticas, e a direção dos colegiados mais relevantes é disputada pelos partidos com grandes bancadas. O PL tem a maior, com 99 deputados. A federação do PT com PCdoB e PV tem a segunda, com 81 parlamentares. A expectativa é de que cada um dos dois partidos possa indicar os presidentes de até seis comissões.

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Enquanto integrantes do PL buscam ocupar espaço para assegurar poder de pressão contra ações do governo em áreas como meio ambiente e cultura, petistas agem para não deixar com o principal adversário o comando dos colegiados.

São nas comissões que tramitam os projetos de lei. Dependendo do tema, algumas das propostas aprovadas ali nem precisam passar pelo plenário da Câmara se houver acordo entre os partidos. As comissões também têm o poder de convocar ministros para dar explicações sobre suas pastas.

Contas

A principal disputa entre petistas e bolsonaristas será pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC). Ela é responsável por fazer o exame financeiro das contas da Presidência da República, acompanha as atividades contábeis e financeiras da União e tem relação direta com o Tribunal de Contas da União - Corte na qual nasceu o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

O deputado Carlos Jordy (PL-RJ) aponta a colega Bia Kicis (PL-DF) como o nome para o comando da CFFC. O PL ainda mira pautas caras ao grupo, como as comissões de Combate ao Crime Organizado, a Mista de Orçamento, a de Meio Ambiente e a de Cultura. Saúde é outra área de interesse.

"Serei líder da oposição. A função exige que eu esteja trabalhando em todas as comissões e coordenando para que os vice-líderes consigam atuar de forma vigilante. A presidente da CFFC será a deputada Bia Kicis, por toda sua experiência na CCJ (Comissão e Constituição e Justiça) e capacidade de conduzir um colegiado de tamanha importância para a fiscalização do governo", declarou Jordy.

Neste primeiro ano, a federação do PT já assegurou, por acordo, a principal comissão da Câmara, a de Constituição e Justiça, e indicará Rui Falcão (SP). A legenda passará o primeiro ano à frente e logo cederá o posto ao PL. A CCJ é a mais importante de todas as comissões porque ela é o ponto final de toda proposta legislativa.

De acordo com o líder petista na Casa, Zeca Dirceu (PR), o partido também deseja a CFFC e mira as comissões de Educação, de Direitos Humanos, de Meio Ambiente, de Finanças e Tributação e de Relações Exteriores. Na distribuição, o PV e o PCdoB terão direito a uma comissão cada e nos bastidores manifestam desejo por, respectivamente, Meio Ambiente e Cultura. "A federação terá seis comissões. Quatro serão do PT, uma do PV e uma do PCdoB. O acordo com Lira e demais líderes nos prevê com a primeira pedida, a CCJ", confirmou Zeca, em uma referência ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Ironia

O governo deverá entrar em outro confronto com o PL no Meio Ambiente. Na base governista, deputados do partido manifestam interesse no controle da agenda. O ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles chegou a ter o nome ventilado para presidir a comissão, mas, em entrevista ao Estadão/Broadcast na semana passada, negou.

Diante da reação de petistas e partidos do governo, Salles ironizou. "Como eu já disse algumas vezes na imprensa, não era o planejamento desejado (a presidência da comissão), mas, se essa for a vontade da esquerda, obviamente eu posso aceitar presidir para fazer o contraponto a certas visões equivocadas que não consideram a prosperidade econômica e o desenvolvimento como condição essencial à preservação ambiental", disse.

Negociação

"(Cultura e Meio Ambiente) são áreas de pouca disputa. O fato de haver uma oposição no combate sinaliza um enfrentamento de ideias. É uma forma de bater de frente com o governo, que vai ter de negociar muito com os membros dessas comissões para que o conteúdo das proposições não saia do avesso das intenções do Executivo", afirmou Joyce Luz, pesquisadora do Observatório do Legislativo Brasileiro (OLB), núcleo ligado à Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).

Lira reunirá os líderes dos partidos nesta terça-feira, 14, para fechar um acordo. Na semana passada, a Câmara aprovou a criação de mais cinco comissões permanentes. Assim surgiram as comissões de Saúde, do Desenvolvimento Econômico, do Trabalho, da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais e da Comunicação.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O julgamento de Cristina Kirchner, nesta terça-feira, 6, promete mexer com as estruturas políticas da Argentina, num momento de instabilidade, reforçando a polarização dos últimos anos entre os K (pró-Cristina) e os Anti-K (contra) e não levando a mudanças de cenários para o ano eleitoral de 2023. A vice-presidente peronista, de 69 anos, é acusada de conceder de forma fraudulenta contratos de obras públicas na Província de Santa Cruz e o resultado de primeira instância será conhecido hoje.

A condenação é muito provável e a própria vice-presidente já trabalha com essa hipótese, denunciando o uso político da Justiça no país. Cristina diz que está "perante não de um tribunal constitucional, mas de um pelotão de fuzilamento midiático-judicial e sua condenação já está escrita".

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"Estou certo de que ela está muito tranquila, sabe há três anos que sua condenação está escrita e esse é um passo lógico no caminho que os poderes demarcaram no caminho do processo de perseguição", disse ao Estadão o deputado governista Rodolfo Tahilade, próximo à vice-presidente.

Pena

A Procuradoria pede uma pena de 12 anos de prisão e a inabilitação política para exercer cargos públicos. Mas, mesmo se for condenada hoje, Cristina não será presa antes de uma decisão da Suprema Corte.

Movimentos sociais prometem uma grande paralisação em caso de condenação. Mas analistas políticos acreditam que o tamanho das manifestações vai depender do aceno político de Cristina. Se ela sair em público e pedir que as pessoas saiam às ruas, a reação pode ser imediata.

"Não se sabe o que será decidido. De toda forma, se Cristina for condenada, isso vai causar um impacto, mas, ao mesmo tempo, não muda o clima da vida política na Argentina. Estamos em uma sociedade muito polarizada, como ocorre no Brasil, nos EUA, com boa parte da população participando muito ativamente dessa polarização, a favor e contra o governo, o peronismo. Esses 60%, 70% da população mantêm suas posições, apesar das notícias que saem", explica o analista político Andres Fidanza.

Para o analista, a preocupação principal dos argentinos é com a situação econômica e é isso que deve direcionar as manifestações até o fim do ano. "O pulso social nas ruas está mais de acordo com o dia a dia, com a situação econômica, em particular a inflação. Isso está em primeiro plano."

O analista político Gustavo Marangoni concorda que a decisão não deve alterar os ânimos políticos. "Aqueles que consideram que Cristina é vítima da perseguição e os que a consideram culpada, continuarão pensando o mesmo e os indiferentes não devem mudar de opinião depois (da decisão)."

De toda forma, o uso político do caso é inevitável. "A vice-presidente vai dizer que é perseguida, falar da vinculação de juízes e procuradores com distintas figuras da oposição. Com certeza, haverá um uso político. Na oposição, vão usar a condenação", diz Fidanza.

Caso

Santa Cruz é a província onde nasceu o ex-presidente e marido de Cristina, Néstor Kirchner, morto em 2010. Foi lá que Cristina iniciou sua carreira política.

A província petroleira foi palco de muitas obras públicas. A Procuradoria acusa Cristina de comandar uma associação ilícita quando era presidente do país, entre 2007 e 2015, e favorecer o empresário Lázaro Báez, seu amigo, na concessão de licitações.

Ela nega as acusações. Dias depois de anunciar sua candidatura à vice-presidência, Cristina acusou os promotores de terem "inventado e deturpado" os fatos e garantiu que "ficou provado que eram falsos, e nem sequer existiram".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Episódios de ofensas, agressões e racismo envolvendo estudantes surgiram em diversas escolas particulares pelo País na semana passada, logo após o resultado da eleição presidencial. A fratura na sociedade evidenciada nos últimos meses atinge também crianças e adolescentes, de todas as idades. E atinge o espaço que deveria ser o de aprendizagem da vivência em sociedade e de fortalecimento dos valores democráticos. Para especialistas, os educadores não só não podem ficar omissos como são fundamentais para a reconstrução desse Brasil dividido.

"Os conflitos na escola têm de ser pedagógicos, têm de servir para transformar a sociedade em um lugar melhor", disse a professora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Telma Vinha, que pesquisa convivência na escola e formação ética. "A escola tem papel diferente da família, as regras e princípios valem para todos, a criança percebe que há pessoas diferentes. É nela que se aprende a viver em sociedade."

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Para Telma, faltam no Brasil políticas públicas voltadas para formar estudantes para a democracia, com assembleias, escuta, mediação, grupos de ajuda formados pelos próprios alunos, prevenção à violência e trabalho sobre a inserção nas redes sociais. Pesquisas internacionais mostram que países como Bélgica, Finlândia e França, que têm essas discussões nos currículos, formam jovens com valores fortes de equidade, tolerância e autonomia. "A escola particular, com medo de perder alunos, tornou-se apolítica e colocou essas questões para debaixo do tapete. Não dá para se preocupar só com Português e Matemática."

Medo

Em uma escola de Indaiatuba, no interior de São Paulo, crianças de 11 anos gritaram na sala de aula, na segunda-feira após o segundo turno, que pais de colegas que haviam votado em Luiz Inácio Lula da Silva (PT) "morreriam a pauladas". Um garoto já havia levado um soco durante o primeiro turno por discussão partidária. "Tenho muito medo de fazerem algo com meu filho", disse a mãe dele, que pediu para não ser identificada. Ao procurar a escola, ela escutou que o agressor recebeu uma advertência e que "os professores tinham sido orientados a não falar de política".

A advogada Alessandra Lacerda, que mora no Rio Grande do Norte, afirmou que a filha, de 8 anos, teve discussões na escola sobre preferência de candidatos. "Disse para não mais falar disso fora de casa, nem Lula nem Bolsonaro. A gente está vivendo um momento perigoso."

Segundo especialistas, a punição em casos de agressão ou evitar o assunto não ajudam a mudar concepções das crianças nem a melhorar o cenário. "Sou contra a ideia de que política, futebol e religião não se discutem. Política se discute, sim, e desde cedo", disse o diretor de Políticas e Direitos do Instituto Alana, organização que trabalha na defesa da infância, Pedro Hartung. Há abordagens e materiais para cada idade sobre esses assuntos. "Quanto mais diversidade e repertório, melhor será o desenvolvimento da criança."

Alteridade

A psicanalista e doutora em Educação Ilana Katz destacou que as crianças "vivem no mesmo mundo que nós e não podem ser blindadas das nossas experiências". Ela também vê a educação como peça fundamental nesse momento de ruptura. "A escola, como o lugar da experiência com o outro, precisa ser radicalmente contrária a movimentos abusivos, violentos, e fazer tudo para começar a reconstruir a experiência de alteridade."

Na noite do resultado do segundo turno das eleições, alunos do Colégio Porto Seguro, em Valinhos, interior paulista, protagonizaram um episódio de racismo, denunciado pela mãe da vítima nas redes sociais e na polícia. Cerca de 30 adolescentes criaram um grupo chamado "Fundação antipetismo" e alguns passaram a proferir ofensas racistas ao colega negro, que havia declarado sua preferência por Lula.

"Já tinham ocorrido outros episódios de racismo, mas a eleição acabou despertando esse discurso de ódio", disse a advogada Thais Cremasco, mãe de Antônio, de 15 anos, que sofreu as agressões. O Porto Seguro disse que repudia "toda e qualquer forma de discriminação e preconceito" e que "aplicou aos alunos envolvidos as sanções disciplinares", inclusive "desligamento imediato".

Em Curitiba, centenas de estudantes xingaram o presidente eleito em uma manifestação que rejeitava o resultado das urnas, no pátio do Colégio Marista Santa Maria. A escola informou que "repudia quaisquer atitudes ou comportamentos que incitem todos os tipos de violência, seja ela simbólica, verbal, psicológica ou física".

Em uma escola particular da zona oeste São Paulo, por sua vez, pais reclamaram da situação oposta: os filhos foram constrangidos por não declarar apoio a Lula.

Mediação

Para a diretora do Instituto Península, Heloisa Morel, o País precisa se dedicar a formar os professores para serem mediadores desse diálogo. "A eleição acabou, agora a escola tem a oportunidade formativa de sair do campo da batalha, explicar conceitos, acolher as diversidades", afirmou.

"A escola é espaço ideal para fazer isso sem paixões e, sim, com conhecimento", disse Ilana. Para ela, a reconstrução da sociedade vai se dar junto com as crianças. "As crianças estão com a gente nesse fundo do poço. O mais importante é criar um movimento de abertura, que inclua a experiência com o outro, para que, juntos, possamos inventar soluções.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Ao menos cinco microrregiões do Brasil viraram objeto central da disputa entre o petista Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro, candidato à reeleição pelo PL, neste segundo turno. 

Nos últimos quatro anos, essas regiões foram na contramão da cristalização histórica da votação no País. No primeiro turno de 2018, Bolsonaro venceu nelas, mas, neste ano, Lula foi o mais votado. Segundo especialistas ouvidos pelo Estadão, a eleição passada é atípica. Foi quando a pauta anticorrupção puxou apoio para o atual mandatário.

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Agora o eleitorado de baixa renda e menos radicalizado, sobretudo nessas regiões metropolitanas, voltaram para o ex-presidente em razão de frustrações com o governo Bolsonaro. Já em Minas, há ainda uma identificação maior com políticas sociais dos governos Lula do que com o PT, o que explica também a vitória do ex-presidente no Estado neste pleito na primeira fase da disputa.

"Essa oscilação é o que vai resolver a eleição. É uma das dinâmicas mais importantes", afirmou a cientista política Daniela Constanzo, do Instituto de Estudos Avançados da USP. Ela destaca como exemplo as mudanças registradas em São Paulo no primeiro turno deste ano, em que Lula recuperou a capital e Bolsonaro sai na dianteira no interior.

Nas últimas duas décadas, os mapas de votação do Brasil mostram uma divisão regional, com os candidatos petistas ao Palácio do Planalto com vitória majoritária em municípios do Nordeste e prevalência no Norte. Enquanto isso, nomes mais ligados à direita foram os mais votados no Centro-Oeste, no Sul e no Sudeste.

Minas Gerais aparece nesses pleitos como um Estado oscilante, que acaba por definir o resultado da eleição. Esse cenário se repetiu, ainda que em menor medida, no primeiro turno deste ano. Agora, na segunda etapa da campanha, os dois candidatos focam atividades justamente em cidades mineiras e em São Paulo para tentar consolidar ou virar votos.

MUDANÇA

Há 20 anos, na eleição de 2002, os eleitores identificados com a esquerda e aqueles mais à direita ainda se apresentaram dispersos no território nacional. Tanto José Serra (PSDB) quanto Lula tiveram vitórias em um grande número de cidades de todos os Estados e regiões do País. A partir do primeiro turno de 2006, no entanto, é possível notar uma maior divisão nos votos do eleitorado brasileiro por região.

Essa tendência de cristalização de votos majoritários nas regiões fica clara quando se analisa o primeiro turno das últimas seis eleições presidenciais com base no Geografia do Voto. A ferramenta, uma parceria da Agência Geocracia com o Estadão, georreferenciou mais de 5 bilhões de votos registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) desde 1996.

"Existe um modelo que parece testado e que tem regido as eleições no Brasil. É esse pulsar dessas regiões que tem caracterizado essa clivagem (divisão) no País", afirmou o advogado e geógrafo Luiz Ugeda, um dos responsáveis pela ferramenta Geografia do Voto.

De acordo com os especialistas, a distribuição de antipetismo e petismo nas regiões não se traduz exclusivamente em uma questão regional, já que a polarização nacionaliza a disputa. Políticas sociais encampadas nas gestões Lula, por exemplo, e a inflexão ao centro das reformas petistas contribuíram para uma mudança no perfil de seu eleitorado a partir de 2006.

O PT consolidou mais votos entre os mais pobres, enquanto Bolsonaro conquistou os mais ricos, o que se reflete no contraste visual dos votos nas regiões, mas também em regiões periféricas de grandes centros urbanos, por exemplo. Isso ajuda a explicar a retomada das cinco regiões "perdidas" pelos petistas em 2018.

"O que se pode considerar é que em determinados aglomerados sociais com população mais pobre, lideranças políticas que encarnam, efetiva ou simbolicamente, políticas sociais focalizadas neste segmento obtêm maior apoio eleitoral", disse Paulo Fábio Dantas, cientista político da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

INFLEXÃO

Cientistas políticos lembram que em 2018 houve avanço do voto antipetista em meio ao contexto da Operação Lava Jato. O sentimento antipolítica incorporado por Bolsonaro levou à vitória sobre Fernando Haddad (PT) - o ex-prefeito de São Paulo assumiu o lugar de Lula às vésperas do início formal da campanha, quando o ex-presidente estava preso em Curitiba.

Agora a relevância dos colégios eleitorais das microrregiões concentra a atuação de Lula e Bolsonaro na reta final da campanha, disse Ugeda, inclusive com sobreposição de agendas. O petista e a primeira-dama Michelle Bolsonaro, por exemplo, estiveram nas mesmas regiões nos últimos dias. "Bolsonaro tem consciência territorial de que são nesses lugares que ele perdeu voto e que tem gordura para resgatar", afirmou o geógrafo.

O presidente conquistou menos votos no Sudeste em 2022 do que há quatro anos. Isso faz com que aliados apostem na possibilidade de recuperar eleitores, com foco na pauta de costumes e anticorrupção, que regeu a eleição de 2018. Ontem, Lula fez uma caminhada entre Belo Horizonte e Ribeirão da Neves. Já Bolsonaro apostou em reverter votos em São Paulo, onde está desde quinta-feira e tem evento até hoje.

SÃO PAULO

O presidente ainda se encontrou com prefeitos do interior, marcou agendas na região metropolitana e foi recebido no Palácio dos Bandeirantes pelo governador Rodrigo Garcia (PSDB). Para especialistas, a derrota tucana em São Paulo após 28 anos de governo ajuda a explicar a mudança de voto na capital paulista, que desidratou o voto mais à direita na região metropolitana.

"O PT sempre ganhou bem na periferia de São Paulo. Perde em 2018 com a questão da Lava Jato e conseguiu recuperar o eleitor frustrado que aceitou a corrupção", afirmou Carolina de Paula, pesquisadora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Estudos feitos com eleitores que apostaram em Bolsonaro em 2018 e que neste ano dizem votar em Lula mostram que a condução do presidente combate à pandemia como um peso para o eleitorado menos conservador. "A esquerda consegue recuperar esse eleitor decepcionado, mas que ficou ainda mais frustrado com a gestão do Bolsonaro especialmente na pandemia", disse De Paula.

FLUTUAÇÕES

Além da Grande São Paulo, a Região Metropolitana de Belo Horizonte, a Zona da Mata Mineira e o Triângulo Mineiro apresentaram, desde 2018, flutuações de votos que quebraram o padrão que se desenhava em Minas. O Triângulo Mineiro votou alinhado com Mato Grosso do Sul quatro anos atrás, ao concentrar o maior número de cidades em que Bolsonaro foi o preferido. Neste ano, porém, é possível notar mais municípios com voto majoritário à esquerda, o que deu vitória a Lula na região. O mesmo ocorreu na Zona da Mata e na Grande BH.

"Minas é uma espécie de fiel da balança. Onde se ganha em Minas, tende-se a ganhar a (eleição) nacional", disse Thiago Silame, professor da Universidade Federal de Alfenas e pesquisador do Centro de Estudos Legislativos da UFMG.

Para ele, isso tem relação com o tamanho do eleitorado e, ao mesmo tempo, com uma heterogeneidade relacionada às divisas do Estado. "Há a Minas baiana, a Minas capixaba, a Minas carioca e há ainda uma Minas muito influenciada por São Paulo. Ou seja, espelha a diversidade socioeconômica e cultural do Brasil."

Em Minas, a campanha de Bolsonaro aposta na conversão não apenas dos indecisos, mas também do eleitor que votou em Lula e também em Zema no primeiro turno. Para analistas, a volta do ex-juiz Sérgio Moro à campanha de Bolsonaro também é uma estratégia de recuperar o voto lavajatista.

Já no Rio Grande do Sul, houve um movimento similar, explicado também pela consolidação do PT em algumas prefeituras ao longo do tempo, disse o cientista político Rodrigo González. Lula e Dilma já tiveram votações expressivas no Estado, onde o PT governou por dois mandatos.

"Se for olhar o padrão de voto, ter um candidato a governador e um candidato a senador ajuda a atrair votos para a campanha presidencial. São regiões que, mesmo com votações mais fracas, têm que se levar em conta também a capacidade do PT de um enraizamento", disse. No primeiro turno, Lula teve mais votos que Bolsonaro em Porto Alegre.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Se em 2018, alguns acontecimentos antes do primeiro turno, como a prisão do ex-presidente Lula (PT) e a facada em Jair Bolsonaro (PL) deixaram a disputa em aberto. Neste ano, o eleitor chega às urnas em um cenário muito mais consolidado para a Presidência. A uma semana do primeiro turno das eleições, o pleito de 2022 se construiu de uma forma totalmente diferente do há quatro anos.

O retorno ativo de Lula à política, a experiência da gestão de Bolsonaro e o antagonismo precoce estimulado pelos dois influenciou os eleitores e anteciparam o próprio ciclo eleitoral. "Nós temos uma eleição que foi muito antecipada, ou seja, na prática, a disputa eleitoral começou ainda no ano passado", pontuou o doutor em Ciências Políticas Vanuccio Medeiros.

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Em uma conjuntura na qual a politização é alimentada, em seu entendimento, a postura do eleitor de 2022 pode ser considerada uma das principais diferenças em comparação a 2018. "É uma eleição em que você vê que o eleitor já tem uma clareza muito grande e as pesquisas já indicam isso, que o voto é muito decidido desde o começo do ano", avaliou.

Tanto do ponto de vista das forças em disputa quanto o próprio desempenho dos candidatos nas pesquisas comprovam que o eleitor não abriu espaço para 'outsiders', como se elegeu Bolsonaro. Em 2018, o interesse por mudança culminou na escolha do candidato ainda desconhecido da maioria e sem histórico em cargos majoritários. Antes, se defendeu a candidatura de alguém que se posicionava como apolítico, hoje, a defesa se dá por pessoas já conhecidas e se inclina em um viés ideológico.

Nesse contexto, a corrida presidencial se mostra bem mais previsível, considera o cientista. Apesar da polarização já marcar o voto em 2018, o resultado se mostrava mais incerto. Neste ano, a própria estabilidade dos números e a posição dos candidatos configura um cenário mais controlado em relação às previsões. 

A pesquisa Genial/Quaest, publicada nesta quarta-feira (17), apontou que o ex-presidente Lula (PT) é o líder das intenções de voto no primeiro turno à Presidência. O petista obteve uma vantagem de 12 pontos percentuais para Jair Bolsonaro (PL) e conseguiu ampliar a diferença no segundo turno.  

O estudo realizado no formato estimulado, quando os concorrentes são apresentados aos eleitores, Lula obteve o desempenho de 45% no primeiro turno e Bolsonaro manteve o segundo lugar, com 33%. 

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O resultado mostra que os dois principais candidatos à Presidência estão em posições confortáveis para levar a eleição ao segundo turno, já que o terceiro mais bem avaliado, Ciro Gomes (PDT) atingiu apenas 6% e Simone Tebet (MDB) marcou 3%. O eleitorado que disse estar indeciso representa 6%. Brancos e nulos também foram 6%. 

Segundo turno

Com a polarização colocada à prova no segundo turno, de acordo com a pesquisa, Lula seria eleito com 51%. Bolsonaro obteve apenas 38% das intenções de voto. Indecisos foram 4%. Brancos, nulos e os que disseram que não vão votar foram 7% 

A Genial/Quaest ouviu dois mil eleitores presencialmente entre os dias 11 e 14 de agosto. O levantamento possui o índice de 95% de confiança e foi protocolado na Justiça Eleitoral com o registro: BR-01167/2022. 

A senadora Simone Tebet (MDB-MS) disse nesta quarta-feira, 27, durante convenção nacional do partido para lançá-la à Presidência da República, que os alicerces democráticos do País estão abalados. A parlamentar citou a fome, a miséria, a desigualdade e o desemprego e, principalmente, a polarização política e o discurso de ódio.

Com apoio da federação formada por PSDB e Cidadania, Tebet tenta se colocar como alternativa ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na corrida pelo Palácio do Planalto, mas ainda não conseguiu decolar nas pesquisas de intenção de voto. Ela não citou nenhum dos dois nominalmente em seu discurso inicial.

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"Infelizmente, o Brasil vive um dos momentos mais sensíveis. Nossos alicerces democráticos estão abalados, pela fome, pela miséria, pela desigualdade social, pelo desemprego, mas estão abalados principalmente por essa polarização ideológica, esse discurso de ódio, do 'nós contra eles', que está levando ao abismo", declarou Tebet.

O presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, abriu a convenção e autorizou os delegados a votar. O ato político é realizado de forma virtual, e a votação ocorre por meio da plataforma Zoom. A expectativa é de que o resultado seja divulgado às 14h. Participam também o presidente do PSDB, Bruno Araújo, e o do Cidadania, Roberto Freire.

Com 52 anos, Tebet vai disputar o Palácio do Planalto pela primeira vez. Antes de assumir uma cadeira no Senado em 2014, ela foi deputada estadual no Mato Grosso do Sul, de 2003 a 2005, prefeita de Três Lagoas (MS), de 2005 a 2010, e vice-governadora do Estado, de 2011 a 2015. No ano passado, a parlamentar se destacou em seus discursos na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, que investigou ações do governo na pandemia.

Apesar de ter o apoio do presidente nacional do MDB, Tebet enfrentou resistência da ala do partido que prefere apoiar Lula no primeiro turno. A avaliação desse grupo de emedebistas, liderado pelo senador Renan Calheiros (AL), é de que uma candidatura pouco competitiva à Presidência pode prejudicar os candidatos da sigla nos Estados e levar a uma redução da bancada de deputados federais no ano que vem. Atualmente, a legenda tem 37 assentos na Câmara.

"Hoje nós vamos fazer uma convenção que vai entrar para a História do MDB. Não no discurso, mas na prática nós vamos mostrar que, efetivamente, lugar de mulher é onde ela quiser. E, se Deus quiser, a nossa Simone Tebet será a nossa próxima presidente do Brasil", afirmou Baleia Rossi.

Em entrevista à GloboNews na segunda-feira, 25, a senadora disse que fará uma campanha com base no tripé economia verde, agenda social e "governo afetivo". Tebet defendeu a necessidade de se fazer no País uma reforma tributária, se posicionou contra a privatização da Petrobras, mas admitiu a possibilidade de venda de refinarias da estatal. Também afirmou que pode retomar, se eleita presidente, a política de reajuste do salário mínimo acima da inflação.

Como a hesitação do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) em ingressar na chapa do MDB à Presidência, a possibilidade de a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) concorrer como vice de Tebet voltou a ganhar força. O nome da parlamentar é visto como positivo porque seria um aceno ao eleitorado feminino, à região Nordeste e ao público religioso, já que Eliziane é evangélica.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) gravou um vídeo para as redes sociais exibindo o quarto em que ficou hospedado na cidade de Imperatriz (MA), onde compareceu a um evento da Assembleia de Deus nesta quarta-feira (13). Mesmo sem mencionar o nome de seu principal adversário na corrida eleitoral, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ato serviu como uma provocação "indireta" sobre a acomodação utilizada pelo petista em sua estadia em Brasília, esta semana.

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Como mostrou o Estadão, a suíte em que o ex-presidente ficou hospedado na capital federal, no hotel de luxo Meliá, tem 183 metros quadrados e custa mais de R$ 6 mil por dia. As despesas foram pagas com recursos do partido.

Bolsonaro, segundo o vídeo publicado em suas redes sociais, ficou hospedado no 50º Batalhão de Infantaria de Selva, em Imperatriz. Ele disse ter usado o gabinete do comandante e compartilhado a acomodação com sua equipe de segurança. Segundo o presidente, o custo foi "quase zero".

"Preço da diária aqui: zero. É o gabinete aqui do comandante do batalhão (...) quase toda a segurança dorme comigo aqui no quartel também, o custo é quase zero. Estamos fazendo a nossa parte aí", disse.

A suíte ocupada por Lula em Brasília, segundo anúncio do hotel, é destinada para hóspedes que querem se "sentir especiais". Tem dois quartos, duas salas, uma cozinha completa, dois banheiros, um lavabo e dois halls. Há, ainda, uma sala de jantar para oito pessoas. A conta da hospedagem deve sair do Fundo Partidário. A socióloga Rosângela Silva, mulher de Lula, conhecida como Janja, se hospedou com o ex-presidente.

O Estadão questionou a assessoria do PT sobre o motivo de Lula ter escolhido a suíte presidencial. Em nota, o partido informou que, durante os deslocamentos do ex-presidente, providencia "locais de hospedagem capazes de atender também a sua equipe de apoio e os dirigentes políticos que o acompanham em suas agendas, com instalações adequadas para receber convidados e realizar reuniões (salas e auditórios)". Destacou, ainda, que "todas as despesas relacionadas aos deslocamentos de seu presidente de honra são realizadas pelo PT, conforme a lei e rigorosamente informadas à Justiça Eleitoral, que as divulga".

Motociatas

Ao falar em "custo quase zero" para hospedar toda a equipe de segurança, Bolsonaro evitou citar valores gastos com a comitiva. Como mostrou o Estadão ainda em maio do ano passado, até aquele momento, as viagens do presidente já haviam consumido R$ 1,67 milhão somente em diárias da equipe de segurança que o acompanha. Já pré-candidato à reeleição, Bolsonaro usou muitos compromissos agendados fora de Brasília para fazer política, como em 23 de maio, quando participou de uma motociata no Rio.

Do total consumido com diárias da equipe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) - R$ 1,67 milhão -, a maior parte (R$ 1,54 milhão) foi para militares. Na prática, as motociatas geram custos também a Estados e municípios. Em junho do ano passado, por exemplo, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo informou que foram gastos mais de R$ 1,2 milhão com o reforço no policiamento para a motociata com o presidente realizada no sábado (12), na capital paulista e região de Jundiaí. Policiais das três forças de segurança estaduais foram convocados para garantir a segurança do presidente e a fluidez no trânsito.

Com frequência, Bolsonaro costuma explorar uma imagem "humilde" nas redes sociais. Além dos vídeos em hotéis, ele já publicou imagens comendo pastel, tomando caldo de cana, visitando bares de beira de estrada, entre outros. Em novembro do ano passado, porém, ele próprio fez uma gravação para mostrar a suíte de luxo em que ficou no Bahrein, no Oriente Médio. "Aqui a gente tem uma sala, uma sala aqui que (é) quase o tamanho do apartamento que eu morava no Rio de Janeiro. A cama bastante confortável, uma televisão (de) primeira linha." A diária de R$ 46 mil, segundo Bolsonaro, foi paga pelo "rei do Bahrein".

O pré-candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) afirmou nesta segunda-feira, 6, que o País amanhecerá "em guerra" se Luiz Inácio Lula da Silva (PT) for eleito em outubro. O ex-ministro questionou a capacidade do petista de pacificar o Brasil, dada a polarização que o ex-presidente protagoniza contra Jair Bolsonaro.

"Você acha que se o Lula for eleito, o País vai amanhecer mais ou menos pacificado? Vai amanhecer em guerra, é evidente", afirmou Ciro em entrevista ao Flow Podcast. "Você acha que o Lula tem condição de oferecer uma agenda de enfrentamento à corrupção, que é um problema gravíssimo no Brasil? Ele não tem condição nem de tocar no assunto", disse.

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O presidenciável admitiu novamente que pretende ser a segunda opção de voto daqueles que têm ressalvas contra Lula, mas que pretendem votar no petista para derrotar Bolsonaro. Recentemente, a campanha do pedetista lançou um jingle afirmando que "Muitos (eleitores) de Lula pensam nele escondido".

Na entrevista, Ciro também manifestou a intenção de chegar ao segundo turno contra o petista. "Eu quero mostrar para essa pessoa que eu derroto Bolsonaro, e posso derrotá-lo ainda tirando ele do primeiro turno. Em vez de votar com 'casca e tudo', engolindo essas contradições todas, vota em mim, que eu tiro o Bolsonaro do segundo turno", disse.

Suspeitas de mau uso de verba municipal para a contratação de shows sertanejos, especialmente do cantor Gusttavo Lima, chamaram a atenção de ministérios públicos estaduais e aproximaram, mais uma vez, os mundos da música e da política neste ano eleitoral.

Apresentações do astro agendadas em cidades do interior de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Roraima motivaram a abertura de investigações devido aos altos cachês cobrados pela equipe do cantor e à suspeita de desvio de finalidade dos recursos. A repercussão do assunto gerou o cancelamento da agenda do artista na cidade mineira de Conceição do Mato Dentro, onde ele faria um show orçado em R$ 1,2 milhão.

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Semanas antes, a cantora Daniela Mercury também virou alvo de investigação por sua apresentação no 1º de Maio pró-Lula, evento pelo qual ela receberia R$ 100 mil provenientes de emenda parlamentar. O pagamento foi suspenso pela Prefeitura de São Paulo, que apontou suspeitas de irregularidade devido ao caráter político do show.

O debate envolvendo a atuação de artistas e a administração pública ganhou força a partir de março, quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) acatou pedido do PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, e se posicionou contra manifestações políticas no festival Lollapalooza, em São Paulo. Na ocasião, cantores como Marcelo D2 e Pabllo Vittar foram acusados de showmício em prol da pré-candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência.

O episódio não envolveu dinheiro público, mas revelou a existência de uma polarização política entre a classe artística, fenômeno que ajuda a explicar a polêmica com Gusttavo Lima.

As investigações contra o cantor começaram depois que Zé Neto, da dupla com Cristiano, criticou Anitta nas redes sociais pelo uso de verbas da Lei Rouanet, de incentivo à cultura. O sertanejo é apoiador declarado do presidente Jair Bolsonaro, enquanto a cantora pop se posiciona mais próxima da esquerda.

Em um show em Mato Grosso, Zé Neto afirmou que os sertanejos são "artistas que não dependem de Lei Rouanet" e cujo cachê "quem paga é povo". "A gente não precisa fazer tatuagem no 'toba' pra mostrar se a gente tá bem ou não", completou o cantor, fazendo referência a uma tatuagem íntima feita por Anitta.

A declaração jogou luz sobre os contratos firmados por sertanejos com prefeituras. Nas redes sociais, usuários passaram a apontar que, embora aleguem não precisar da Lei Rouanet, esses cantores costumam fazer apresentações pagas com verba municipal, que também é dinheiro público. A prática é comum entre artistas de todos os espectros políticos e, a priori, não há ilegalidade.

A discussão, então, acabou desembocando nos valores cobrados por Gusttavo Lima às cidades que ele percorre. O Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) instaurou procedimento para apurar o pagamento de R$ 2,3 milhões pela prefeitura de Conceição do Mato Dentro aos cantores que se apresentariam em um evento na cidade em junho, Lima entre eles. Há suspeita de desvio de verba porque o cachê seria pago com dinheiro da Compensação Financeira pela Exploração Mineral, que só pode ser gasto com saúde, educação e infraestrutura.

Como revelou o Estadão, o cantor também usufruiria de uma fatia do R$ 1,9 milhão destinado pelo deputado André Janones (Avante-MG), que é pré-candidato à Presidência, para bancar uma festa com estrelas da música sertaneja em Ituiutaba (MG), sua cidade natal.

Lima também virou alvo de investigação pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), que abriu inquérito para apurar o pagamento de R$ 1 milhão ao artista por uma apresentação no município de Magé. Antes, o MP de Roraima já investigava a contratação do astro por R$ 800 mil pela prefeitura de São Luiz.

Após ter shows cancelados e virar assunto para discussões acaloradas na internet, Gusttavo Lima foi às redes sociais negar as suspeitas de irregularidades. Chorando, o cantor afirmou que "não compactua com dinheiro público" e disse cobrar um valor padrão das prefeituras.

"Não é porque é uma prefeitura que vou deixar de cobrar meu valor até porque eu tenho conta para pagar", argumentou.

Paralelamente, outro episódio recente mostra como a polarização política tem levado os artistas a terem seus cachês esmiuçados. A cantora Ludmilla, que apoia abertamente a pré-candidatura de Lula à Presidência, fez a letra "L" com as mãos durante seu show na Virada Cultural, evento promovido pela Prefeitura de São Paulo no último fim de semana.

O vereador Fernando Holiday (Novo) viu características de showmício na atitude da artista e entrou com ação popular para suspender o pagamento de seu cachê. Nesta terça, 31, o vereador protocolou denúncia no Ministério Público do Estado de São Paulo contra Lula e a cantora; e um requerimento de abertura de CPI dos Showmícios foi enviado à Câmara Municipal.

O parlamentar argumentou que o gesto feito por Ludmilla é o mesmo usado pela campanha do petista, apontando "caráter eleitoreiro em evento patrocinado com recursos públicos". A cantora, por sua vez, se defendeu dizendo que a letra "L" é a inicial de seu próprio nome.

Estamos em mais um ano de eleições e, como é praxe, vemos vários movimentos dos atores políticos, seja para se manterem em seus postos, seja para conquistar uma posição na máquina pública. A polarização, mais uma vez, dá o tom da disputa eleitoral, que deve ganhar ares mais “violentos” neste ano. Continua sendo difícil de compreender e aceitar a política brasileira, pautada sempre muito mais por interesses de poucos do que pelo bem-estar geral. Para onde vamos?

A cada dois anos, o mesmo cenário se repete: promessas, acusações, bate-bocas, rios de dinheiro gastos em propaganda. Quando a disputa é nacional – como agora, para o cargo de presidente –, tudo ganha ainda mais força. E, desta vez, o pleito promete ser acirradíssimo, contrapondo as duas principais forças políticas dos últimos tempos no Brasil. Antes mesmo do prazo legal estabelecido, os candidatos já se empenham em atos de campanha e lançam mão dos mais diversos artifícios. Por enquanto, o que se vê são apenas trocas de xingamentos. Algo desnecessário e, mais que isso, que não levará a disputa a um resultado produtivo. Afinal, estamos falando do futuro da nação. Em paralelo, uma “terceira via” realmente forte ainda não se apresentou para trazer alternativas.

A impressão – ou quase certeza – que temos é de que política no Brasil é uma atividade que visa a privilégios próprios e obtenção de vantagens individuais. Tome-se como exemplo o fundo eleitoral: enquanto o país ainda se recupera de uma grave crise, parlamentares aprovam um orçamento escabroso de R$ 4,9 bilhões para financiar campanhas. Um total contrassenso. Difícil encontrar um cidadão que se orgulhe dos “representantes do povo”, embora, claro, ainda haja muitos bons exemplos espalhados pelo país, pessoas comprometidas com o país e que buscam, de fato, trabalhar para a sociedade. Pena que esses não têm o devido reconhecimento e muitas vezes acabam corrompidos pelo tal “sistema”.

O Brasil amarga bons anos de dificuldades, que vão além da gestão atual. Os próximos mandatários (nas esferas federal e estadual) terão a grande responsabilidade de reconstruir o que foi perdido e ir além, pavimentando o caminho de volta ao desenvolvimento. Precisamos de propostas e compromissos sérios para a economia, a saúde, infraestrutura, desenvolvimento de negócios e, principalmente, para o empreendedorismo e a educação. Esta é a principal arma que garante liberdade a qualquer cidadão. Enquanto governantes não atentarem que apenas fortes investimentos em educação permitirão que o Brasil cresça com pujança, continuaremos a nos arrastar lentamente, ou mesmo andaremos para trás.

Política e eleição sempre foram campos complicados no Brasil. Interesses pessoais ou de grupos dominantes costumam se sobressair acima do que é melhor para a nação como um todo. Precisamos caminhar em outra direção, e esta é a do desenvolvimento, que não admite corrupção. Mais do que nunca, fazer boas escolhas significa definir o rumo do país.

Apesar da liderança das intenções de voto permanecer com o ex-presidente Lula (PT), nesta sexta-feira (13), a pesquisa Ipespe apontou que Jair Bolsonaro (PL) conseguiu encurtar a distância. O atual presidente oscilou dentro da margem de erro e alcançou o melhor resultado de 2022.

Conforme o estudo, o petista estabilizou a posição com 44% dos votos, enquanto Bolsonaro subiu 1% e atingiu 32% das intenções. Essa é a menor distância entre os concorrentes desde julho do ano passado.

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O desempenho do núcleo da terceira via sequer incomoda o cenário polarizado. Ciro Gomes (PDT) pontuou com 8%, seguido por João Doria (PSDB), com 3%, André Janones (AVANTE), com 2%, e Simone Tebet (MDB), que marcou 1%.

Segundo Turno

Aparentemente sem surpresas em um eventual segundo turno, a disputa se consolidaria entre os dois principais pré-candidatos. O resultado cravou a eleição de Lula com 54% dos votos e Bolsonaro derrotado com 35% do eleitorado.

Com margem de erro de 3,2 pontos percentuais, o Ipespe telefonou para 1.000 pessoas entre os dias 9 e 11 de maio.

Enquanto o presidente Jair Bolsonaro (PL) aposta na candidatura do seu ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) para contar com um palanque forte em São Paulo, as articulações partidárias na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes ainda reproduzem, até o momento, a polarização entre PT e PSDB - que perdurou até as eleições de 2018.

Com a retaguarda da máquina estadual, o governador Rodrigo Garcia (PSDB), pré-candidato à reeleição, já consolidou o apoio de seis partidos. Fecharam com o tucano agremiações bolsonaristas como o Progressistas e o Patriota, além de MDB, União Brasil, Avante e Podemos.

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PL

O PL de Bolsonaro está rachado em São Paulo. Apesar da pressão da cúpula nacional para que a sigla suba no palanque de Tarcísio, o atual governador recebeu no último dia 8 de abril o apoio de sete deputados estaduais, três federais, 42 prefeitos e 80 vereadores do partido. Na prática, isso significa que o tucano tem apoio de praticamente toda a estrutura política do PL paulista, que elegeu 42 prefeitos em 2020.

O ex-ministro da Infraestrutura deve, porém, contar com o tempo de TV do PL em São Paulo. Até agora, tem apoio do PSC e espera a adesão do PTB.

O ex-prefeito Fernando Haddad (PT) consolidou alianças com as principais legendas do campo da esquerda: PSOL, PCdoB, PV e Rede. O petista também mantém conversas avançadas com o Solidariedade, que anunciou apoio a Lula na eleição presidencial. "A velha polarização entre PT e PSDB este ano só deve sobreviver em São Paulo e no Rio Grande do Sul", disse o deputado Emídio de Souza (PT).

O ex-governador Márcio França, que tenta viabilizar uma candidatura na articulação que envolve PT e PSB, não fechou com nenhum partido até o momento. Em 2018, quando era governador e disputou a reeleição, o pessebista teve 15 partidos em seu palanque.

TEMPO

O PSDB aposta na capilaridade das alianças com prefeitos e na exposição na TV para alavancar Garcia nas pesquisas de intenção de voto. Pelas contas dos tucanos, o governador terá em torno de cinco minutos diários na TV e no rádio, ante dois minutos de Haddad e um minuto de Tarcísio.

"As alianças partidárias estão polarizadas entre o Rodrigo na centro-direita e o Haddad na esquerda", disse o presidente do PSDB paulista, Marco Vinholi. "O apoio da máquina faz a diferença. Márcio França agora está sem ela. A situação do Tarcísio é mais difícil", avaliou o cientista político Rodrigo Prando, do Mackenzie.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em publicação no Twitter nesta terça-feira (19), o pré-candidato à presidência, Lula (PT), ressaltou que a eleição deve ser polarizada. Na ocasião, o ex-presidente fez uma comparação com partidas de jogos de futebol, além de dizer não acreditar "que surja a terceira via". 

O presidente acredita que os candidatos que se colocam como uma terceira via não devem ter destaque e que a disputa será entre ele e o presidente Jair Bolsonaro (PL). 

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Ele exaltou que, por mais que a eleição seja polarizada, não deve ser temida, já que "a polarização sempre existiu". "Não acredito que surja a terceira via. Acho que vai ser uma eleição da polarização, mas não temos que temer isso. Tivemos um jogo polarizado entre o Flamengo e o São Paulo domingo, entre o Liverpool e o Manchester City, na Inglaterra". 

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O pré-candidato à Presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, lançou nesta segunda-feira (18) um novo jingle de campanha, o "Pagode do Cirão", que critica a polarização entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) e coloca o pedetista como alternativa na disputa ao Planalto. "Tá cansado dos mesmos de sempre, de seguir no mesmo giro, tá na hora de você olhar para o Ciro", diz trecho da música.

"Saber, que um rouba mas faz. E o outro, esse rouba sem fazer. Isso você não vai querer. No pé… dar um tremendo tiro". "Tá na hora de olhar pro Ciro", afirma o jingle.

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O pré-candidato do PDT, que vem negociando com União Brasil em busca de aliança para as eleições deste ano, se coloca como a "nova via" na disputa. A frase "Ciro - a rebeldia da esperança" é o slogan da campanha presidencial do pedetista.

Na última pesquisa Genial/Quaest, no cenário sem a presença do ex-juiz Sergio Moro (União Brasil), Ciro aparece em terceiro lugar com 6% das intenções de voto. O pedetista está à frente dos candidatos da chamada terceira via, que negociam o lançamento de um candidato único na corrida presidencial.

O pré-candidato à Presidência da República Sergio Moro (Podemos) classificou o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como duas alternativas eleitorais "muito ruins" e que podem agravar o cenário econômico do País neste ano. Segundo ele, a polarização do pleito presidencial entre os dois, algo que se desenha nas pesquisas de intenção de voto, pode fazer o mercado perder a confiança na recuperação do crescimento, o que aprofundará ainda mais a crise.

"Temos duas alternativas que são ruins. A primeira é a continuidade deste governo, que não tem projeto para o País, não tem rumo, e agora contraria as promessas de responsabilidade fiscal e de redução da dívida pública. A outra é a do ex-presidente Lula, e a gente lembra que esse governo não acabou bem. Ao fim desse governo, tivemos a maior recessão da história entre 2014 e 2016", afirmou Moro, nesta terça-feira (11), em palestra no evento "Money Week - Cenários 2022".

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O ex-juiz federal criticou a política econômica do governo Bolsonaro e disse que houve perda de credibilidade da gestão nessa área devido a medidas como a PEC dos Precatórios, o que levou, para ele, ao fim do teto de gastos.

"PEC dos Precatórios tem aspecto muito positivo, que é a expansão do antigo Bolsa Família, que é necessária. Juntamente com a PEC, são aumentadas outras receitas, de duvidosa necessidade neste momento. Uma é o aumento das verbas para emendas de relator", disse o ex-ministro de Bolsonaro, que também atacou o orçamento secreto. "Isso gera pulverização do orçamento público. Em vez de concentrar a verba em investimento público, leva a aplicar a verba em investimentos que não são relevantes."

Moro também defendeu que é preciso uma "política fiscal responsável" para retomada do crescimento, mas não citou propostas concretas para a área, caso seja eleito presidente. Ao falar sobre o combate à pobreza, sugeriu a criação de uma agência governamental que reuniria diversos ministérios e estados na formulação de políticas para a questão.

Sem citar diretamente a terceira via, ele defendeu que outras alternativas eleitorais podem ajudar a tirar o País da crise. "Crescendo outras alternativas eleitorais, com políticas econômicas mais responsáveis, baseadas na ciência, evitando ideologias equivocadas, isso pode gerar um viés positivo para a economia brasileira", declarou o ex-juiz federal, que se apresentou como um "defensor da livre-iniciativa".

O símbolo da Operação Lava Jato defendeu as privatizações, mas disse que é necessário definir qual a melhor forma de realizá-las. Não apresentou, entretanto, nenhuma ideia para a área.

Corrupção

Ao falar sobre o combate à corrupção, Moro afirmou que, se eleito, vai colocar a questão "nos trilhos" e que fará uma gestão com diálogo com partidos políticos, mas sem "transigir na ética".

"Transigir com a ética não leva à governabilidade. Temos exemplos claros do passado. Durante o governo do PT, nos quais se teve mensalão e petrolão, o resultado foram as recessões de 2014 e 2016. O governo atual, sem projeto, tem alianças bastante controvertidas, está utilizando de um mecanismo que leva à pulverização do orçamento através das emendas de relator, e ele está entregando uma provável recessão em 2022."

Os principais pré-candidatos do PSDB à Presidência usaram as redes sociais em defesa da chamada “terceira via”. O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e o governador de São Paulo, João Doria, rebateram declarações do ex-presidente Lula (PT) e do atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (sem partido).

Em sua conta no Twitter, nessa terça-feira (20), Leite afirmou que “ninguém chuta cachorro morto” e que, “se não existe terceira via, não sei por que Lula e Bolsonaro estão se preocupando”. “Depois do tanto que já nos foi roubado, querem agora roubar a nossa esperança”, finalizou.

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Doria, que deve disputar as prévias do partido tucano com o governador do Rio Grande do Sul, chegou a dizer que “o sonho do Lula é disputar eleição apenas com o Bolsonaro” e “o sonho do Bolsonaro é disputar eleição com o Lula”.

“O sonhos dos brasileiros é que os dois percam a eleição. Não adianta serem contra, a melhor via devolverá a esperança aos brasileiros”, complementou, fazendo uso da hashtag #NemLulaNemBolsonaro.

Muitos internautas, no entanto, rebateram a postagem de João Doria, relembrando o alinhamento político do mandatário paulistano com Jair Bolsonaro durante a última corrida presidencial.

“Esse governador anda alienado. Pensa que talvez ele e só ele devolverá esperança ao Brasil. Não esqueçamos quem apoiou firmemente Bolsonaro. E não se descontaminou ainda… Ganhará as eleições quem dará trabalho ao povo, poder comer, morar e incluir os excluídos. Alguém já fez isso”, respondeu o filósofo petista Leonardo Boff.

“Meu sonho, como brasileiro, é acabar com esse ritmo de ódio, é voltar a fazer planos pro futuro, é poder oferecer um churrasco pra minha família (hoje não dá), voltar a ter orgulho de ser brasileiro lá fora. Lula tem defeitos, mas na época dele eu tinha tudo isso”, disse outro internauta.

Também na terça (20), em entrevista à rádio Jovem Pan de Aracaju, o ex-presidente petista disse que “a terceira via é uma invenção dos partidos que não têm candidato”. Para Lula, “não adianta as pessoas inventarem que tem uma disputa entre dois opostos. Não tem essa radicalização, não tem essa polarização. O que está acontecendo é que de um lado tem a democracia e de outro lado o fascismo”.

No mesmo dia, durante conversa veiculada na Rádio Itatiaia, Bolsonaro declarou que “não existe terceira via” e que o povo “não engole isso aí”. Segundo o presidente, o único cenário possível é entre ele e Lula, e nenhum outro candidato vai “agradar” a população.

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