Tópicos | indicadores

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) ficou estável na passagem de julho para agosto, em 77,3 pontos numa escala de zero a 200. O indicador, no entanto, apresentou crescimento de 11,5% na comparação de agosto deste ano com o mesmo período do ano passado. Os dados foram divulgados hoje (17) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Entre os sete componentes do ICF, quatro tiveram crescimento: compras a prazo (1,4%), perspectiva profissional (0,5%), renda atual (0,4%) e avaliação sobre o momento ser adequado para a compra de bens duráveis (0,4%).

##RECOMENDA##

Três componentes tiveram queda: perspectiva de consumo (1,5%), nível de consumo atual (0,8%) e emprego atual (0,4%).

Já na comparação de agosto deste ano com o mesmo período de 2016, os sete componentes tiveram alta: perspectiva de consumo (29,9%), momento para duráveis (23,7%), nível de consumo atual (22,5%), compra a prazo (11,5%), renda atual (6,6%), emprego atual (4,8%) e perspectiva profissional (2,1%).

O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) recuou 2,4 pontos em junho ante maio, para 96,9 pontos, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). O resultado representa a segunda queda consecutiva, sinalizando desaceleração no ritmo de recuperação do mercado de trabalho.

"O recuo do índice antecedente de emprego mostra que o aumento da incerteza na economia está reduzindo as expectativas quanto à contratação futura, como pode ser visto na queda do ímpeto de contratação nos próximos três meses pela indústria. O elevado nível do índice, no entanto, ainda reflete otimismo quanto ao futuro", ponderou Fernando de Holanda Barbosa Filho, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.

##RECOMENDA##

O Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) caiu 0,7 ponto em junho ante maio, para 96,6 pontos. No ano, o indicador acumula uma queda de 7,0 pontos.

"O recuo do ICD ocorre de forma consistente com os recuos recentes da taxa de desemprego, indicando que o mercado de trabalho teria passado pelo fundo do poço. Obviamente, uma possível perda da governabilidade por parte do governo pode reverter esta tendência", completou Barbosa Filho.

O ICD é composto a partir dos dados desagregados, em quatro classes de renda familiar, da pergunta da Sondagem do Consumidor que procura captar a percepção sobre a situação presente do mercado de trabalho. Já o IAEmp é formado por uma combinação de séries extraídas das Sondagens da Indústria, de Serviços e do Consumidor, todas apuradas pela FGV. O objetivo é antecipar os rumos do mercado de trabalho no País.

No IAEmp, cinco dos sete componentes tiveram redução em junho. A maior contribuição para o resultado geral foi do indicador que retrata o ímpeto de contratações na indústria nos três meses seguintes, com recuo de 10,3 pontos em relação a maio.

No ICD, as classes de renda que mais contribuíram para a queda de junho foram as duas mais baixas: consumidores com renda familiar até R$ 2.100,00, com redução de 3,6 pontos, e na faixa entre R$ 2.100,00 e R$ 4.800,00 mensais, com diminuição de 2,4 pontos. (- Daniela.amorim@estadao.com)

A economia brasileira deve voltar ao terreno ligeiramente positivo no primeiro trimestre deste ano, após enfrentar a mais longa e profunda recessão, aponta pesquisa do Projeções Broadcast.

Entre 30 instituições financeiras e consultorias consultadas, a maioria espera um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) entre janeiro e março, apesar de essa avaliação não ser consensual entre os analistas. O levantamento mostra que há quem projete estabilidade e até uma pequena queda da atividade no período. De toda forma, na média, o avanço esperado é de 0,25% na comparação como último trimestre de 2016. Para o ano de 2017, a projeção é de um crescimento em torno de 0,50%.

##RECOMENDA##

Parte dos economistas ouvidos pela reportagem do Estado acredita que o pior momento pode ter ficado para trás, ponderando que este ano será de transição. Mas há aqueles que consideram o quadro ainda muito ruim.

Mas, mesmo entre os otimistas, o cenário é de cautela em relação à recuperação. Boa parte deles acredita que a economia pode ter parado de piorar na virada do ano, o que já é tido como um e avanço.

Casca de banana. No entanto, há riscos políticos que podem atrapalhar a recuperação. "Casca de banana não falta", alerta o ex-diretor do Banco Central, o economista Alexandre Schwartsman, em referência à não aprovação da reforma da Reforma da Previdência, de acordo com moldes previstos.

A maioria dos entrevistados concorda que hoje não há motores potentes para impulsionar a atividade. Eles depositam as expectativas na queda da taxa de juros combinada com a redução da inflação para incentivar o consumo e, assim, trazer de volta o crescimento.

Depoimentos:

José Márcio Camargo, professor da PUC-Rio:

"Há vários indicadores que tendem a sugerir que a economia está chegando, se já não chegou, no fundo do poço: o número de veículos pesados nas rodovias, a produção de papelão ondulado, a confiança dos consumidores e empresários. São indicadores que antecedem o nível de atividade. Eles mostram que efetivamente há uma estabilização na queda ou, quem sabe, um início de retomada. Isso deve fazer com que o desemprego em algum momento comece a cair. Pelas nossas estimativas, o desemprego deve começar a recuar no último trimestre de 2017. Como a inflação está caindo, isso deve provocar uma elevação do salário real das pessoas empregadas. A estabilização do desemprego e o aumento do salário real vão gerar a elevação da folha de salários da economia e provocar um avanço do consumo. Além disso, a redução dos juros deve, em algum momento, voltar a impulsionar o crédito. Os recursos disponíveis das contas inativas do FGTS também vão ajudar. Existe um conjunto de reformas e de atitudes que está criando uma credibilidade que não se tinha no passado. A pinguela está virando ponte e alguns alicerces foram feitos." (Márcia de Chiara)

Luiz Carlos M. de Barros, ex-presidente do BNDES:

"A economia já está reagindo. No Brasil os ciclos econômicos são muito mais acentuados do que em outras economias. Passamos da euforia para desespero em dois a três anos, como aconteceu agora. Hoje estamos lá em baixo no ciclo, batemos no fundo do poço. Na medida que o governo Temer, com a equipe econômica de qualidade e de credibilidade, começou a fazer as coisas certas, é uma questão de tempo para o ciclo voltar a expandir. A recuperação precisa de duas condições: as condições do ciclo econômico que está se vivendo e a ancoragem no futuro. Por isso, as reformas são tão importantes. O déficit em conta corrente, que era de 5%, hoje é de 1%. Isso dá credibilidade, o real se valoriza e força uma desinflação, que acaba se acelerando pela ociosidade da economia. O desemprego é o último que se recupera. O que vai começar a acontecer é que os trabalhadores vão perder o medo de ficar desempregados. Na hora que isso ocorrer, como a renda de quem se manteve empregado está preservada, e até subiu em termos reais, esse pessoal vai perceber que há espaço para voltar a consumir. Esse é o primeiro movimento da economia real." (Márcia De Chiara)

Zeina Latif, economista-chefe da XP:

"Vejo sinais de estabilização, não de reação, o que, nesta altura do campeonato, é uma boa notícia. Tivemos uma surpresa muito negativa no PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre. Provavelmente vamos ter uma leitura negativa também no quarto trimestre. Mas, quando observamos a evolução dos indicadores ao longo do último trimestre, há razões para vermos sinais de estabilidade, ainda que num patamar muito baixo. Não temos motores para puxar o crescimento. Temos uma safra agrícola positiva com seus efeitos de segunda ordem. Mas, infelizmente, isso não é puxador de crescimento. Precisamos ter o corte de juros se traduzindo em normalização do crédito. Imagino que isso ocorrerá só para meados do ano. A retomada não é algo já dobrando a esquina. É claro que estamos mudando o ritmo da economia, trocando a marcha. Antes, estávamos acelerando a queda e agora estamos indo para o ponto morto. Nesse cenário, é claro que alguns setores vão na frente, claro que a gente vai ter histórias de sucesso aparecendo. Mas, no nível macroeconômico, vamos ter de esperar um pouquinho mais. Este ano ainda é de transição." (Márcia De Chiara)

José Luís Oreiro, professor da UFRJ:

"A situação é bem difícil. Vamos parar de piorar, mas retomar o crescimento são outros 500. São coisas diferentes. Estamos diminuindo o ritmo de piora. Talvez agora neste primeiro trimestre a gente pare de piorar. Ou seja o PIB (Produto Interno Bruto) do primeiro trimestre de 2017 pode ser igual ou ligeiramente maior do que o PIB do último trimestre de 2016. Para que a economia possa sair da crise, em que ela está funcionando abaixo do produto potencial, é preciso ter expansão da demanda. Entretanto, não estou vendo vetor de crescimento da demanda para 2017: nem consumo, nem investimento, nem gasto do governo, nem exportações. O que poderia talvez ajudar um pouco seria destravar as concessões de obras de infraestrutura. Mas não tenho visto muita movimentação do governo nesse sentido. Podemos ficar muito tempo nessa posição de equilíbrio, com subutilização da capacidade produtiva e desemprego crônico da força de trabalho. No momento, o único instrumento de política econômica à disposição do governo é a política monetária. O Banco Central precisa acelerar o corte na taxa de juros." (Márcia De Chiara)

Monica de Bolle, pesquisadora do Peterson Institute:

"Não acho que a economia esteja virando. Existe uma euforia meio carnavalesca no Brasil nas últimas semanas, mas os indicadores são muito turvos ainda. Não dá para dizer que há sinais de virada. É exagero carnavalesco. A economia conseguiu transitar do péssimo para o muito ruim. Isso dá uma impressão de melhora e as pessoas tendem a ficar um pouco eufóricas. Não é uma virada de nível e não significa agora que a economia esteja crescendo já. Não há nada que vá fazer 2017 ser um ano de virada no sentido de que as pessoas pensem: o Brasil finalmente está crescendo não sei quanto. Com o endividamento muito alto setorialmente, está todo mundo mais preocupado com desalavancagem do que com consumo e investimento. Não há demanda doméstica com força suficiente para gerar esse tipo de crescimento. Também o lado externo não vai ajudar. O crescimento mais forte a médio prazo está longe de estar garantido. Não vejo como isso será possível, uma vez que a produtividade está lá embaixo. E a única coisa que gera expectativa de crescimento sustentável é aumento de produtividade, coisa que o Brasil não tem." (Márcia De Chiara)

Luiz Carlos Bresser-Pereira, ex-ministro da Fazenda:

"O meu entendimento é que não estamos saindo da recessão. Ainda tivemos essa triste notícia de que no ano passado o PIB (Produto Interno Bruto) pode ter caído 4,3%, segundo indica o IBC-Br (indicador antecedente do PIB calculado pelo Banco Central). É um desastre profundo. Nunca houve uma recessão tão forte que eu me lembre no Brasil. A crise atual é uma crise financeira das empresas. Não é uma crise financeira de balanço de pagamento nem é, graças a Deus, uma crise financeira dos bancos. Tinha de ter uma linha especial de crédito para as empresas para elas poderem voltar a empregar. Quais foram as políticas contracíclicas que este governo tomou? Não conheço nenhuma. Só se eu chamar de contracíclica o Banco Central, depois de um imenso atraso, afinal começar a baixar juros. Fora isso, juros absolutamente escandalosos, não vi nada. Espero que aconteça alguma recuperação, apesar da política do governo, que é contra. O governo tem trabalhado firme e determinadamente para aprofundar a recessão e impedir a retomada da economia. Suponho que vai haver alguma recuperação, dado o caráter cíclico do capitalismo." (Márcia De Chiara)

Alexandre Schwartsman, ex-diretor do Banco Central:

"Tem alguns sinais que parecem indicar que chegamos muito perto do fim da recessão no último trimestre de 2016. A atividade, a produção industrial, o varejo e os serviços continuaram caindo. Nada veio brilhante. Agora, o ritmo de queda parece ser menor. Parece que a economia está encontrando o fundo do poço, devagarzinho ela está encontrando o fundo do poço. De qualquer forma não espero uma baita retomada daqui para frente. Não acho que a gente vá sair apitando da recessão. Vamos bater no fundo do poço e crescer devagar a partir dali. Crescimento mais rápido é só para o final de 2017. Para este ano, o PIB (Produto Interno Bruto) deve avançar em torno 0,5%. Casca de banana não falta para atrapalhar a retomada. Se der uma pisada na bola do lado político, teremos repercussões. Não é o cenário que estou trabalhando. Entre os riscos estão a reforma da Previdência não passar ou passar muito desfigurada. Daí, as pessoas começam a ver que as contas não fecham e o humor sobre o País muda. Temos um caminho para a recuperação, mas acho que é um caminho muito estreitinho: tem de fazer tudo certo." (Márcia De Chiara)

Marcio Pochmann, professor da Unicamp:

"Não vejo dinamismo que possa indicar uma recuperação da economia, que leve a um ciclo de investimento. O que nós podemos ter é uma situação na qual a economia segue estagnada. Pode até apresentar um indicador positivo, levemente acima de zero, mas para mim isso não significa recuperação. Em 1982 e 1991, estávamos no meio da recessão e o PIB (Produto Interno Bruto) não foi negativo, mas no ano seguinte voltou a cair. O que nós estamos vendo não é só uma recessão. O País vem acumulando não apenas redução do ritmo de atividade, mas redução da capacidade de produção por um fenômeno chamado desinvestimento: empresas estão sendo fechadas e não estão sendo abertas novas. O PIB potencial está encolhendo. Eu não diria que está ocorrendo uma depressão como em 1930, mas existe uma depressão especialmente no setor industrial. Entre 10 e 15 indústrias estão sendo fechadas a cada mês em São Paulo. Não há saída econômica que possa reverter esse cenário. A maior dificuldade é o tema da política. Uma saída seria um acordo entre o governo e o setor produtivo para dar garantias de que a economia não vai voltar a cair." (Márcia De Chiara) As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os sinais positivos que começam a aparecer na economia elevam o otimismo, ainda que cauteloso, dentro do governo para o ano. A expectativa da equipe econômica é de que, ao fim do último trimestre, o Brasil esteja crescendo a um ritmo de 2% em relação ao mesmo trimestre de 2016. "Devemos ter crescimento neste primeiro trimestre. O ponto da virada parece ter sido em dezembro", diz o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Fabio Kanczuk.

A Fazenda vem mapeando a intensidade do "vigor" da retomada nesses três meses. Até o momento, identificou pelo menos cinco importantes sinais de que o período de recessão econômica, que atravessou 11 trimestres consecutivos, está ficando para trás.

##RECOMENDA##

Nas contas do ministério, esboçam reação os setores de agronegócio, com uma safra recorde; automobilístico, com a normalização dos estoques; de bens não duráveis, com o aumento do consumo, sobretudo em super e hipermercados; o minério de ferro, com o aumento do preço no mercado internacional; e a construção civil, beneficiada pelas medidas recentes de ampliação do Minha Casa, Minha Vida e elevação para R$ 1,5 milhão do limite de compra da casa própria com recursos do FGTS.

Alguns indicadores também sinalizam a retomada, como o aumento de licenciamento de veículos e o aumento da confiança do consumidor e do empresário. Para a equipe econômica, dessa vez é um "crescimento de verdade", sem artificialismos do passado recente. O PIB pode até mesmo surpreender e superar 1% (a previsão oficial até o momento), mas a estratégia agora é não contar com um cenário melhor para não ter de ficar "torcendo" depois.

Para o presidente do Insper, Marcos Lisboa, ex-secretário de Política Econômica, porém, o Brasil ainda não está numa trajetória de crescimento sustentado. Segundo ele, para crescer a patamares de 3%, por exemplo, é preciso levar à frente a agenda de aumento da produtividade, que está estagnada no País. Mas ele pondera que há agora uma janela de oportunidade aberta, com a melhora da perspectiva das contas públicas. Ela dá um fôlego até 2018 para abrir essa agenda. A maior preocupação é de a crise financeira dos Estados contaminar a retomada, levando à crise social.

A economista Sílvia Matos, coordenadora do Boletim Macro do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da FGV, diz que o crescimento virá "devagar", como deve ser depois do "desarranjo" recente da economia. O Ibre foi uma das primeiras instituições no ano passado a perceber que a retomada não começaria em 2016, como se imaginava inicialmente. Agora, projeta uma retomada começando no primeiro trimestre.

Segundo Sílvia, a perspectiva é de alta de 0,4% nesse período. Ele alerta, no entanto, que metade desse crescimento será decorrente da agricultura. O setor de serviços continuará muito fraco. Somente no segundo trimestre é que a retomada começa a ser mais disseminada. E o aumento do emprego formal só começará em 2018.

Renda

Para o governo, a queda surpreendente da inflação neste início de ano ajuda na retomada da economia, porque aumenta a renda real do brasileiro, favorecendo o consumo de bens não duráveis. O ponto alto da retomada, no entanto, é a exuberância do setor agrícola, com a estimativa de safra de 220 milhões de toneladas de grãos e crescimento de 20% em relação a 2016.

Na indústria, as informações são de que nove setores estão reagindo: máquinas e equipamentos; produtos de metal; perfumaria, produtos de limpeza; calçados e artigos de couro; borracha e plástico; mobiliário; veículos, reboques, carrocerias; vestuário e acessórios; e informática, produtos eletrônicos e ópticos.

O comércio também estaria começando a dar alguns sinais de melhora, mas o primeiro trimestre é tradicionalmente mais fraco para esse setor. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Depois de ter fechado com resultados negativos em setembro (-0,4%) e outubro (-2,3%), o volume do setor de serviços encerrou novembro de 2016 com crescimento de 0,1% em relação a outubro – uma alta de 2,4 pontos percentuais de um mês para o outro. Ainda assim, o segmento fechou o período janeiro-novembro com queda acumulada de 5% e receita nominal com crescimento nulo (0,0%) em relação ao mesmo período de 2015.

Os dados fazem parte da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) e foram divulgados hoje (12), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com novembro de 2015, o setor acusou queda de 4,6%. Com esses resultados, a taxa acumulada nos últimos 12 meses também ficou em -5%.

##RECOMENDA##

O crescimento de outubro para novembro de 2016, segundo o IBGE, se deu em todos os segmentos com destaque para Outros Serviços, cuja expansão foi de 3,3%; Transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio (2,1%); Serviços de informação e comunicação (1%); Serviços profissionais, administrativos e complementares (0,8%) e Serviços prestados às famílias (0,2%). O agregado especial das Atividades turísticas cresceu 0,5%.

A receita nominal do setor em novembro registrou a mesma variação positiva do volume dos serviços: 0,1% em relação a outubro, em ambos os casos na série com ajuste sazonal, e também na comparação com mesmo mês do ano anterior (série sem ajuste sazonal). No acumulado dos últimos doze meses, a receita nominal do setor também foi de 0,1%.

Onde o crescimento foi maior

Em relação a outubro, o volume de serviços cresceu mais na Bahia, Amazonas e Mato Grosso, mas 15 das unidades da federação apresentaram resultados regionais positivos no volume dos serviços em novembro frente a outubro e 12 observaram queda.

Na Bahia, o crescimento foi de 5,2%, o maior do país, e 5,1 pontos percentuais superior à media nacional do setor; no Amazonas (4,6%); e em Mato Grosso (2,6%). Já as maiores quedas foram observadas no Tocantins (-15,6%), Rondônia (-2,8%) e Santa Catarina (-2,2%).

Já na comparação com novembro de 2015 (série sem ajuste sazonal), todas as unidades da federação apresentaram queda, à exceção do Distrito Federal, onde houve estagnação (0,0%). As maiores quedas foram em Mato Grosso (-33,1%), Rondônia (-22,1%) e Tocantins (-19,6%).

Os dois indicadores de avaliação do mercado de trabalho da Fundação Getulio Vargas (FGV) encerraram o ano de 2016 com resultados negativos. O Indicador Antecedente de Emprego (Iaemp), que busca antecipar tendências futuras do mercado de trabalho, recuou 3,1 pontos em dezembro, atingindo 90 pontos.

Esse foi o menor resultado do indicador, calculado com base em entrevistas com consumidores e empresários da indústria e dos serviços, desde julho do mesmo ano (89,1 pontos).

O Indicador Coincidente de Desemprego (ICD), que avalia a situação atual do mercado de trabalho com base na opinião de consumidores brasileiros, piorou 0,6 ponto e atingiu 103,6 pontos. É o pior resultado da série histórica, iniciada em novembro de 2005.

##RECOMENDA##

Segundo a FGV, os indicadores refletem mais uma vez a piora na percepção da situação da economia no país. O Iaemp recuou devido à redução do entusiasmo em relação ao ritmo de recuperação da economia brasileira. Já o resultado do ICD reflete a elevação das taxas de desemprego e a maior dificuldade em conseguir um emprego no país.

A produção e o emprego continuam caindo na indústria brasileira. Os índices de evolução da produção e de emprego ficaram em 45,8 pontos em outubro, segundo a Sondagem Industrial da Indústria, divulgada hoje (21) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Os indicadores variam de 0 a 100 pontos. Índices abaixo de 50 pontos revelam queda da produção e do emprego. O fraco desempenho do setor está levando empresários a reverem a estimativa.

“A produção industrial, que costuma crescer em outubro, manteve o ritmo de queda do mês anterior e segue muito baixa, provocando elevada ociosidade no setor”, destacou a pesquisa. O índice de utilização da capacidade instalada caiu um ponto percentual em outubro na comparação com setembro e ficou em 65%. A pesquisa mostra ainda que os estoques estão dentro do planejado pelos empresários. O indicador de estoque efetivo em relação ao planejado ficou em 50,6 pontos, próximo da linha divisória dos 50 pontos.

##RECOMENDA##

O baixo volume de produção piorou as expectativas dos empresários industriais para os próximos seis meses. Os indicadores de expectativas de demanda, compra de matérias-primas, exportações e número de empregados ficaram abaixo dos 50 pontos em novembro. O número demonstra que os empresários esperam redução da demanda, das exportações, das compras de matérias-primas e dos empregos nos próximos seis meses.

A falta de perspectiva de recuperação no curto prazo reduziu a disposição de os industriais fazerem investimentos. O índice de intenção de investimentos ficou em 43,9 pontos em novembro. Mesmo com alta de 3,1 pontos em relação a outubro de 2015, o valor está 3,7 pontos inferior à média histórica, de 47,6 pontos para o mês.

A pesquisa foi feita entre 1º e 11 de novembro com 2.371 empresas industriais em todo o país. Desse total, 979 são pequenas, 862 são médias e 530 são de grande porte.

O Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) recuou 1,9 ponto em junho na comparação com o mês anterior, para 97,6 pontos. Com isso, o indicador retornou para o nível de outubro de 2015, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). Em maio, o ICD havia subido 3,9 pontos.

Segundo a FGV, a evolução do indicador nos últimos meses sugere redução no ritmo de alta da taxa de desemprego em relação ao ano passado. "A evolução dos Indicadores de Mercado de Trabalho nos últimos meses vem sinalizando que as empresas estão calibrando o ritmo de ajuste de seus efetivos de mão de obra, um movimento em consonância com os resultados mais recentes das pesquisas quantitativas, que começam a mostrar uma atenuação do ritmo de queda do emprego", diz a nota distribuída pela FGV nesta quarta-feira (6).

##RECOMENDA##

O ICD é construído a partir dos dados desagregados, em quatro classes de renda familiar, da pergunta da Sondagem do Consumidor que procura captar a percepção sobre a situação presente do mercado de trabalho.

Antecedente de Emprego

O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) cresceu 2,8 pontos em junho ante o mês imediatamente anterior, nos dados com ajuste sazonal, para 82,2 pontos, segundo o Ibre/FGV. Este é maior nível para o indicador desde abril de 2014, quando o IAEmp registrou 83,0 pontos.

Segundo a FGV, "o resultado sinaliza uma tendência de arrefecimento das taxas negativas de evolução do total de pessoal ocupado na economia brasileira durante os próximos meses".

Em nota distribuída, a entidade informou que os componentes que mais contribuíram para a alta do IAEmp em junho foram os indicadores "que medem o ímpeto de contratações nos próximos três meses e a situação dos negócios para os próximos seis meses, ambos da Sondagem de Indústria, com variações de 8,7 e 7,6 pontos, respectivamente".

O IAEmp é formado por uma combinação de séries extraídas das Sondagens da Indústria, de Serviços e do Consumidor, todas apuradas pela FGV. O objetivo do levantamento, segundo a FGV, é antecipar os rumos do mercado de trabalho no País.

O número de pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos registrou aumento de 13 mil na semana encerrada em 11 de junho, para 277 mil, no cálculo com ajustes sazonais, segundo pesquisa do Departamento de Trabalho. Este foi o primeiro aumento desde a semana encerrada em 7 de maio.

O resultado contrariou o esperado por analistas consultados pela Dow Jones Newswires, que previam aumento para 269 mil. O indicador da semana passada marcou a 67ª semana consecutiva em que os pedidos ficaram abaixo de 300 mil, na sequência mais longa desde 1973. O dado da semana passada, de 264 mil, não foi revisado.

##RECOMENDA##

O indicador de auxílio-desemprego pode apresentar volatilidade de uma semana para outra, especialmente quando há feriados, como foi o caso da semana passada. A média móvel das últimas quatro semanas, que é calculada para reduzir a volatilidade do dado, mostrou queda de 250 pedidos, a 269.250 na semana passada.

O número total de pessoas que recebem auxílio-desemprego no país subiu 45 mil na semana encerrada em 4 de junho, a 2,157 milhões. Esse indicador específico é divulgado com uma semana de atraso. Fonte: Dow Jones Newswires.

Apesar do mau momento do mercado de trabalho, há a expectativa de que o cenário vai melhorar, segundo o pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) Fernando de Holanda Barbosa Filho. O Indicador Antecedente do Emprego (IAEmp) de maio, divulgado nesta quinta-feira, 9, demonstra que a percepção dos entrevistados é que vagas serão criadas no horizonte de seis meses. O indicador avançou 3,8%, ao atingir 79,4 pontos, o melhor nível desde abril de 2014.

O IAEmp é calculado a partir de dados extraídos de sondagens da indústria, serviços e do consumidor, realizadas pelo Ibre/FGV, e sinaliza a percepção dos entrevistados do que será o mercado de trabalho ao longo do semestre. Apesar do otimismo, o resultado da pesquisa ainda está abaixo da média histórica, o que demonstra, segundo Barbosa Filho, que os entrevistados não estão completamente seguros de que o cenário vai melhorar.

##RECOMENDA##

Já o Indicador Coincidente de Desemprego (ICD), que avalia o cenário presente, mostra que os consumidores continuam demonstrando pessimismo com o mercado de trabalho. O índice subiu 4,1%. O avanço significa piora da percepção do mercado de trabalho. "Na prática, o retrato é de otimismo, mas também de recuperação lenta", afirmou Barbosa Filho.

O ICD é formulado a partir da Sondagem do Consumidor, que capta a percepção do entrevistado a respeito da situação presente do mercado de trabalho.

A melhora nos indicadores de emprego medidos pela Fundação Getulio Vargas (FGV) pode dar a impressão de que o desemprego vai parar de subir, mas na verdade significa apenas que o ritmo de piora deve parar de aumentar, alertou o economista Fernando de Holanda Barbosa Filho, pesquisador da instituição. Segundo ele, ainda é cedo para ter esperanças de melhora efetiva do quadro.

"O nível dos indicadores está muito fora do normal, isso sinaliza que a situação está ruim ainda", disse. "Existe o risco grande de as coisas continuarem a piorar, mas essa piora não será mais tão intensa", acrescentou.

##RECOMENDA##

O Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) recuou 1,9% em abril ante março, enquanto o Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) cresceu 3,7% no período. Quando o ICD cai, significa que a dificuldade para se inserir no mercado de trabalho diminuiu aos olhos dos consumidores. No caso do IAEmp, a alta é positiva e indica maior otimismo dos empresários.

No primeiro trimestre, a taxa de desemprego subiu a 10,9% em todo o País, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua. São mais de 11 milhões de desempregados - dois milhões que engrossaram a fila por uma vaga apenas na passagem do quarto trimestre de 2015 para o início deste ano.

O resultado do IAEmp e do ICD também é frágil porque é calcado nas expectativas de empresários e consumidores, que podem mudar conforme o rumo da política e da economia do País. "Além disso, o pessoal mais vulnerável (com renda mensal abaixo de R$ 2,1 mil) ainda não acha que está melhorando", disse Barbosa Filho.

O Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) recuou 0,2% em março ante fevereiro, para 97,5 pontos, considerando os dados ajustados sazonalmente. O indicador apresenta assim a terceira queda consecutiva, sinalizando acomodação da taxa de desemprego neste primeiro trimestre de 2016, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV).

"A queda observada no ICD nos últimos meses não indica forte recuperação, nem redução da taxa de desemprego no curto prazo. Os indicadores indicam um mercado de trabalho ainda bastante difícil", ponderou o economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), Fernando de Holanda Barbosa Filho, em nota oficial.

##RECOMENDA##

A classe de renda que contribuiu majoritariamente para a queda do ICD foi a de consumidores com renda mensal familiar até R$ 2.100,00, cujo Indicador de percepção de facilidade de conseguir Emprego (invertido) caiu 7,2% em março ante fevereiro.

O ICD é construído a partir dos dados desagregados, em quatro classes de renda familiar, da pergunta da Sondagem do Consumidor que procura captar a percepção sobre a situação presente do mercado de trabalho.

Antecedente de Emprego

O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) avançou 1,8% em março ante fevereiro, nos dados com ajuste sazonal, para 73,8 pontos. O resultado representa uma retomada da tendência de crescimento do indicador, que tinha sido interrompida pela queda de 1,1% no mês anterior.

Com o desempenho, o indicador sinaliza atenuação do ritmo de queda do total de pessoal ocupado na economia brasileira ao longo dos próximos meses, destacou a Fundação Getulio Vargas (FGV).

"O IAEmp mostrou recuperação, mas ainda se encontra em patamar muito baixo, sinalizando um mercado de trabalho ainda fraco nos próximos meses", ponderou Fernando de Holanda Barbosa Filho, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.

Os componentes que mais contribuíram para a alta do IAEmp em março foram os indicadores que medem o grau de satisfação com a situação atual dos negócios e o grau de otimismo com a evolução dos negócios nos seis meses seguintes, todos da Sondagem da Indústria. A ambos tiveram elevação de 4,5% em março ante fevereiro.

O IAEmp é formado por uma combinação de séries extraídas das Sondagens da Indústria, de Serviços e do Consumidor, todas apuradas pela FGV. O objetivo é antecipar os rumos do mercado de trabalho no País.

As contratações temporárias de fim de ano amenizaram os resultados dos indicadores da Fundação Getulio Vargas (FGV) que antecipam as tendências para o mercado de trabalho, afirmou nesta quinta-feira (5) o economista Tiago Cabral, pesquisador da instituição. Após atingir em setembro o menor ponto da série, iniciada em junho de 2008, o Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) subiu 5,0% no mês passado.

Mas o resultado não indica tendência de longo prazo, já que as contratações serão fruto de um movimento sazonal. "O 13º salário ajuda a injetar recursos, então o comércio fica mais aquecido nessa época, o que justifica as contratações", avaliou Cabral. No curto prazo, essas contratações devem estabilizar a taxa de desemprego, que desde o início do ano tem escalado degraus em uma velocidade que impressionou os economistas. "Mas para 2016 vai ter mais deterioração do emprego", disse.

##RECOMENDA##

Para este ano, o economista prevê que a taxa de desemprego média ficará em 8,3%, tendo como referência a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, que mensura o mercado de trabalho em todo o País. Já no ano que vem, essa taxa deve saltar a 11,0%.

Aos olhos do consumidor, o emprego nem sequer parou de piorar. Em outubro, o Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) subiu 5,4%. Quando esse índice avança, significa que a percepção das famílias está menos favorável do que antes.

O emprego na indústria registrou uma piora em junho, atingindo o menor nível desde dezembro de 2009. Ante maio, houve retração de 0,7% no nível de emprego. Em relação a junho de 2014, houve um recuo de 5,7%, informou a Confederação Nacional da Indústria (CNI) no levantamento Indicadores Industriais. Entre janeiro e junho deste ano, em comparação ao mesmo período de 2014, o nível de emprego acumula uma queda de 4,6%.

As horas trabalhadas tiveram queda de 1,1% em junho ante maio, a quinta queda consecutiva. Na comparação com o mesmo mês de 2014, a redução foi de 5,3%. De janeiro a junho, o indicador apontou um recuo de 8,6% em relação ao mesmo período do ano passado.

##RECOMENDA##

A massa salarial real, por sua vez, teve a primeira alta em quatro meses, subindo 0,8% em junho, na comparação com maio. De acordo com a CNI, o aumento se deve tanto ao pagamento da primeira parcela do décimo-terceiro quanto aos valores pagos a título de rescisão contratual. Em relação ao mesmo mês de 2014, houve queda de 4,7%. No acumulado do ano até junho, houve um decréscimo de 4,5%. Na avaliação da entidade, o nível de atividade industrial, que já era baixo, ficou ainda menor no mês de junho.

A 5ª edição do Ranking QS de Universidades da América Latina foi divulgado nesta semana e colocou a Universidade de São Paulo (USP) no topo da lista. A relação é gerada a partir de vários indicadores, entre eles avaliação da reputação da instituição de ensino através de pesquisas globais com acadêmicos e empregadores.

A segunda colocação do Ranking ficou com outra instituição de ensino brasileira, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A Pontificia Universidad Católica de Chile (UC), que esteve na liderança da relação nos últimos anos, desceu para a terceira posição. Confira a lista completa:

##RECOMENDA##

1 - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP)

2 - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS (UNICAMP)

3 - PONTIFICIA UNIVERSIDAD CATÓLICA DE CHILE

4 - UNIVERSIDAD DE CHILE

5 - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO (UFRJ)

6 - UNIVERSIDAD NACIONAL AUTÓNOMA DE MÉXICO (UNAM)

7 - UNIVERSIDAD DE LOS ANDES COLOMBIA

8 - UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA "JÚLIO DE MESQUITA FILHO"  (UNESP)

9 - TECNOLÓGICO DE MONTERREY

10 - UNIVERSIDADE DE BRASILIA (UNB)

Ao todo, 20 países possuem instituições de ensino na lista. O Brasil é o líder com 79 unidades. Aparecem logo em seguida México (47), Colômbia (41), Argentina (36) Chile (30) e Peru (16).

O governo estabeleceu o salário mínimo de R$ 854 no ano que vem. O valor consta do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO), enviado nesta quarta-feira (15) ao Congresso Nacional. Para 2017, o valor previsto é de R$ 900,1 e, para 2018, de R$ 961. Neste ano, o salário mínimo está em R$ 788.

No documento, o governo definiu a meta de superávit primário do setor público consolidado de R$ 126,73 bilhões em 2016, o equivalente a 2% do PIB. O PLDO 2016 indica meta de R$ 104,55 bilhões para o governo central, 1,65% do PIB. Para os Estados e municípios, a meta no ano que vem será de R$ 22,18 bilhões, 0,35% do PIB. Já ao tomar posse, no início do ano, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse que o superávit primário "não seria menor do que 2%" em 2016 e 2017.

##RECOMENDA##

Neste ano, a meta de superávit é de R$ 66,3 bilhões, o equivalente a 1,2% do PIB. O governo espera estabilidade para o superávit primário depois de fazer uma economia de 1,2% em 2015. De 2016 a 2018 esse porcentual ficaria em 2%. Esse desempenho seria suficiente para reduzir a dívida bruta, que deve ficar em 62,5% do PIB este ano e desacelerar até 2018, primeiro para 61,9% no próximo ano, depois para 60,9 e finalmente chegaria a 60,4%.

Segundo o PLDO 2016 entregue hoje, o déficit nominal das contas públicas deve ficar em 5,16% este ano, recuar para 2,93% no próximo e seguir em desaceleração até 2018, sendo 2,33% em 2017 e 2,26% no ano seguinte. A dívida líquida fica em 34,9% em 2015 e segue com 34,9% (2016), 35,3% (2017) e 35,1% (2018).

PIB, inflação, juros e câmbio

O governo espera que o PIB brasileiro recue 0,9% em 2015, de acordo com o cenário macroeconômico previsto no PLDO de 2016. A previsão para a inflação medida pelo IPCA é de 8,2% no fim do ano. Para o câmbio, a previsão para o fim de 2015 é de R$ 3,21. De acordo com o ministro Nelson Barbosa, as previsões estão próximas das feitas pelo mercado para dar mais credibilidade às metas fiscais, traçadas com base nesse cenário.

Para 2016, a projeção é que o PIB crescerá 1,3%. A expectativa é que a inflação medida pelo IPCA encerre o ano de 2016 em 5,6%. A última previsão para o PIB era de crescimento de 2%. Ao tomar posse, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse que o governo passaria a considerar as previsões do mercado para o crescimento e inflação.

O Ministério do Planejamento, na PLDO, ainda apresentou uma previsão de 11,50% para a Selic em 2016. Para 2015, eles estimam que o Banco Central vá elevar a taxa em mais 0,50 ponto porcentual, chegando a dezembro em 13,25% ao ano. Depois desse pico este ano, a projeção é de desaceleração da taxa, sendo 10,50% em 2017 e 10% em 2018. Para o câmbio, a expectativa é uma taxa de R$ 3,30.

A Bovespa fechou em queda nesta quinta-feira, 05, depois de um pregão volátil e de três sessões consecutivas de ganhos, conduzida pelas expectativas dos investidores sobre a definição dos nomes que formarão a nova diretoria da Petrobras. Notícias envolvendo o setor de energia também pesaram nos negócios.

No fim da sessão, o Ibovespa caiu 0,14%, para 49.233,85 pontos. Na máxima, a bolsa atingiu 49.816 pontos (+1,05%) e na mínima, 49.020 pontos (-0,57%). O volume de negócios totalizou R$ 7,117 bilhões, segundo dados preliminares. No mês de fevereiro, o índice acumula alta de 4,96% e no ano, baixa de 1,55%.

##RECOMENDA##

A Bovespa oscilou entre perdas e ganhos influenciada pelo vaivém das ações da Petrobras, em meio a notícias envolvendo as denúncias de corrupção na companhia e as expectativas sobre a definição da nova diretoria.

Nesta manhã, os conselheiros da Petrobras e representantes da União, acionista majoritária da estatal, se reuniram para discutir a substituição da atual diretoria. Amanhã acontece encontro do Conselho de Administração para discutir o assunto e a previsão é de que não seja concluído num único dia.

À tarde, as ações da Petrobras se firmaram em queda depois que fontes afirmarem que Luciano Coutinho, atual presidente do BNDES, pode ser "solução emergencial" para a estatal. Mais tarde, o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, apurou que o presidente da resseguradora IRB Brasil Re, Leonardo Paixão, também é considerado como uma opção para substituir Graça Foster na presidência da Petrobras. Ele foi procurado há algumas semanas e pode assumir o comando da estatal caso o governo não consiga emplacar um nome de maior peso. Também estão sendo cotados para o cargo o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles e o ex-presidente da BR Distribuidora Rodolfo Landim. Nos bastidores, também falam no diretor-presidente da Vale, Murilo Ferreira, e o ex-presidente da Vale Roger Agnelli.

Ainda dentro do noticiário envolvendo a petroleira, o ex-gerente de Engenharia da empresa Pedro Barusco afirmou, em sua delação premiada, que foi o executivo Rogério Santos do Araújo, da Construtora Norberto Odebrecht, quem apresentou a lista de quem seriam as empresas convidadas para as obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, que foi superfaturada e custou mais de R$ 27 bilhões. A obra iniciada em 2007 é um dos alvos centrais da Operação Lava Jato, que desbaratou um megaesquema de propina e caixa 2 na estatal petrolífera. A Odebrecht negou as acusações. Ele disse também que cobrou propina sobre contratos da Diretoria de Gás e Energia, na época em que a unidade era dirigida por Graça Foster.

Além disso, a Polícia Federal cumpriu hoje mandado de prisão preventiva contra o sócio da Arxo, Gilson João Pereira, e o diretor financeiro da empresa, Sérgio Ambrósio Maçanerro. Os dois estavam em Itajaí (SC) e são acusados de envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras que vem sendo investigado na Lava Jato.

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse hoje acreditar que a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras só será feita após o carnaval. 'Acho mais viável a instalação da CPI depois do carnaval', disse.

No fim dos negócios, as ações ON e PN da estatal recuaram 2,42% e 2,20%, respectivamente. 

No setor de energia: Eletrobras PNB (-2,36%), CPFL Energia ON (-0,68%), CESP PNB (-0,83%), Cemig (-1,82%) e Energias do Brasil (-3,42%). O diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) Tiago de Barros Correia afirmou que o novo sistema das bandeiras tarifárias vai permitir um "sinal de preço" mais aderente à realidade das condições de oferta de energia no País. Ele confirmou que o valor da bandeira vermelha, a ser sugerido na audiência pública, será de R$ 5,50 para cada 100 kWh consumidos e o da bandeira amarela, de R$ 2,50 para cada 100 kWh consumidos.

Os indicadores que retratam o quadro de atividade da indústria brasileira tiveram em 2014 o pior desempenho dos últimos cinco anos e, para o início de 2015, a expectativa do setor é que o cenário de dificuldade continue.

Os dados divulgados nesta terça-feira (3), pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostraram que o faturamento da indústria teve queda de 1,8% em 2014, que foi a maior retração anual desde 2009, quando o recuo foi de 4,8%.

##RECOMENDA##

"O quadro da indústria em 2014 foi bastante negativo. O nível de atividade espelha as grandes dificuldades que as empresas brasileiras estão tendo: competição com produtos importados, demanda doméstica mais fraca, e queda do investimento", explicou o gerente de Políticas Econômicas da CNI, Flávio Castelo Branco. "Há uma relação bastante estreita entre a dinâmica da economia brasileira com o desempenho do setor industrial", completou.

A queda nas horas trabalhadas na produção, que foi de 3,7% em 2014, também teve o pior resultado desde 2009, quando a retração foi de 8,0% no ano. Outro indicador que mostrou o pior resultado dos últimos cinco anos foi a utilização da capacidade instalada, que caiu 1,3% em 2014, também o pior desempenho desde 2009, quando o declínio foi de 2,7%.

O emprego na indústria mostrou retração de 0,7% em 2014, também o mais baixo desde a queda de 3,3% em 2009. A massa salarial, apesar de ter apresentado um crescimento de 1,5% no ano passado, mostrou desaceleração e foi o pior resultado desde 2009, quando houve retração de 2,3%.

Para 2015, a CNI espera que o cenário de dificuldade para o setor continue. "A necessidade de ajustes na política econômica, com foco na reorganização das contas, levou ao aumento de tributação e à elevação de taxa de juros. E esse quadro só agrava as dificuldades do setor industrial", disse Castelo Branco. "As expectativas para os primeiros meses de 2015 são de continuidade do quadro de dificuldade", completou.

Os principais indicadores industriais devem encerrar o ano em queda, caso não haja uma recuperação nos próximos meses, avaliou o economista da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Fábio Guerra. Segundo a entidade, como base no chamado efeito carregamento, se a atividade se mantiver no nível atual, o faturamento e as horas trabalhadas na produção devem encerrar 2014 com um queda em torno de 3%. O emprego, por esse mesmo efeito estatístico, pode fechar o ano com uma retração de 0,5%.

O economista afirmou que os dados de agosto confirmam que as horas trabalhadas cresceram em julho, depois de quatro meses em queda, por questões atípicas. "A base de junho foi muito comprometida pela redução dos dias úteis por conta da Copa", disse, explicando porque o indicador cresceu em julho na comparação com o mês anterior. Guerra destacou que julho também teve menos dias úteis e, ainda assim, as horas trabalhadas em agosto sofreram redução. "Mesmo tendo mais dias úteis, a atividade operou em ritmo inferior", disse.

##RECOMENDA##

O nível médio de capacidade instalada da indústria e o número de horas trabalhadas guardam semelhança de comportamento em 2014, segundo a CNI, mostrando uma acomodação forte na indústria.

Como resposta, o emprego continua caindo. Foi a sexta retração consecutiva. Por outro lado, a massa salarial ainda está crescendo. Guerra disse que esse indicador apresenta uma defasagem em relação ao ritmo da atividade porque os salários ainda têm um grau de indexação na economia. "É natural que no primeiro momento, mesmo que a atividade e o emprego estejam caindo, que a massa esteja subindo", explicou.

A CNI está revisando suas previsões, mas acredita que o PIB industrial deve cair em torno de 1,7% em 2014, enquanto que a economia brasileira deve ter uma expansão em torno de 0,5%.

"A deterioração do setor industrial já vem há algum tempo. Lá fora, o ambiente é de dificuldade de competição e, aqui, houve uma acomodação do consumo das famílias que cresce em torno de 1% ao ano. Isso bate no setor industrial", disse o economista-chefe da CNI, Flavio Castelo Branco.

Ele desvinculou o resultado da indústria ao momento eleitoral. "Os dados de agosto pouco refletem o momento que a gente está vivendo. Tem pouca relação com o ciclo eleitoral no curto prazo", disse. Segundo ele, o desempenho do setor reflete as dificuldades da economia, como desaceleração na demanda agregada e no consumo das famílias e queda dos investimentos. "Isso evidentemente explica o ciclo de dificuldade da indústria", afirmou.

Castelo Branco avaliou que não se deve esperar uma mudança muito significativa do quadro industrial nos próximos meses. Segundo ele, os a resultados eleitorais a partir de novembro darão um quadro de maior previsibilidade e de maior crescimento para o futuro, mas o impacto será apenas em 2015.

Câmbio

Ainda de acordo com Castelo Branco, a elevação recente da taxa de câmbio não deve ter impacto imediato no desempenho do setor industrial. "O câmbio mais desvalorizado favorece competição com produtos estrangeiros aqui e lá fora. Mas a gente não pode achar que só o câmbio resolve o problema da competitividade brasileira", afirmou.

Segundo ele, no passado, a taxa de câmbio já teve relação mais direta com o desempenho do setor industrial. "Os efeitos positivos tendem a mostrar certa defasagem e com uma intensidade menor que no passado", disse. Segundo ele, há uma dificuldade de acessar mercado no exterior e as empresas têm dificuldades de fazerem substituição de importações com rapidez.

"Para o câmbio ter efeito sob a atividade produtiva, precisamos deixar passar essa volatilidade de curto prazo e olhar a tendência de mais médio e longo prazo. Acredito que a gente vai ter mais para o futuro um câmbio mais desvalorizado, por questões domésticas e pela normalização da política monetária do Fed", afirmou.

Sobre as medidas anunciadas na última segunda-feira pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, para o setor exportador, Castelo Branco disse que elas têm efeito limitado no curto prazo. "O Reintegra é muito importante porque permite melhor planejamento para as empresas nas suas vendas. Mais importante que a vigência do Reintegra para 2014, é o anúncio para 2015, que permite um trabalho mais confiante das empresas", disse.

Quatro indicadores antecedentes do ritmo da economia, três deles citados pela presidente Dilma Rousseff na segunda-feira, 18, em entrevista ao 'Jornal Nacional', tiveram, uma melhora no desempenho de junho para julho, depois do tombo registrado de maio para junho. Indicadores antecedentes são dados setoriais que antecipam as principais tendências da economia.

Apesar da reação favorável na comparação que tira o efeito sazonal, típico destes meses, a virada dos resultados não pode ser encarada como mudança de tendência, conforme ressaltado por Dilma na entrevista.

##RECOMENDA##

De junho para julho, as vendas de papelão ondulado usadas como embalagens pela indústria cresceram 5,4%, depois de terem caído 3,3% em maio e fechado o primeiro semestre com retração de 0,23%, segundo cálculos dessazonalizados da consultoria Tendências.

No caso de veículos, o tombo foi ligeiramente menor. A produção tinha caído 17,1% de maio para junho e recuou 16,8% no último mês. Mas fechou o semestre com alta de 10,3%.

O consumo industrial de energia elétrica e o fluxo de veículos pesados nas rodovias aumentaram 1% e 3,2% respectivamente de junho para julho. De maio para junho, o consumo de energia tinha caído 1,4% e o fluxo de caminhões caiu 4,4%. O primeiro semestre fechou com queda de 1,6% no fluxo de caminhões e alta de 5,3% no consumo de energia em relação ao mesmo período de 2013.

"Os dados preliminares dos indicadores antecedentes melhoraram, mas ainda é cedo para falar em reversão de tendência da atividade", diz o economista da consultoria, Rafael Bacciotti.

De toda forma, com base nesses indicadores antecedentes, Bacciotti projeta crescimento de 0,6% na produção industrial de junho para julho, ante queda de 1,4% de maio para junho. No ano, no entanto, a perspectiva é que a indústria recue 2%.

Base

Um dos fatores apontados por Bacciotti para sustentar essa avaliação cautelosa é a base baixa de comparação, que foi o mês de junho. Por causa da Copa do Mundo, houve muitos feriados, o que fez a produção da indústria despencar. Por isso, ficou mais fácil crescer no mês seguinte. Além disso, ele diz que a confiança dos empresários e dos consumidores está num nível muito baixo, o que pesa negativamente na recuperação da atividade.

Foi exatamente isso que constatou um estudo feito pela Fundação Getulio Vargas, a pedido da Associação Brasileira de Embalagem, para radiografar o setor, que engloba não só embalagem de papelão, mas de plástico, metal, vidro e madeira.

De janeiro a junho, a produção física de embalagens caiu 0,73% em relação ao primeiro semestre de 2013 e, na melhor das hipóteses, poderá fechar 2014 no empate. "É mais provável que o número seja negativo", afirma Salomão Quadros, da FGV, que coordenou o estudo. Ele calcula que a retração no ano pode chegar a 0,7%, depois da alta de 1,2% em 2013. Em janeiro, o cenário era de crescimento de 1,5% para 2014.

Um sinal de alerta que reforça o enfraquecimento do setor, que é termômetro da atividade econômica, é a perda de fôlego do emprego, que cresceu só 0,31% no primeiro semestre na comparação anual, após registrar altas na casa de 2% em 2013, frisa Quadros.

Inflação

Além dos indicadores antecedentes, Dilma citou o arrefecimento da inflação como sinal favorável da economia. Em julho, a inflação oficial ficou em 0,01%.

Adriana Molinari, da Tendências, que projeta um IPCA de 0,27% para este mês e uma média mensal de 0,40% até o fim do ano, diz que a inflação arrefeceu em julho por causa da retirada dos efeitos da Copa e do enfraquecimento da atividade. Apesar disso, a inflação está alta e em 12 meses beira o teto da meta de 6,5%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando