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Com a inflação nas alturas, a atividade praticamente estagnada e os dados de emprego sendo revisados para baixo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, tem se agarrado ao tão criticado lado fiscal do governo para ensaiar o discurso para a campanha eleitoral.

Apesar de as mudanças no teto de gastos terem gerado forte reação negativa no mercado, o ministro tem reforçado o argumento de que esse será o primeiro governo a reduzir o gasto em proporção do Produto Interno Bruto (PIB), de que a dívida não explodiu como apontavam as projeções e de que o déficit primário será zerado antes do esperado.

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Em meio a ataques a Lula e Moro - principais adversários de Bolsonaro em 2022 -, Guedes já avisou que sua plataforma para a campanha será um repeteco de 2018: privatizações das maiores estatais (que não saíram até agora), capitalização da Previdência (que não emplacou e foi limada da reforma aprovada em 2019), carteira de trabalho verde a amarela (rejeitada pelo Congresso) e as reformas tributária e administrativa (que seguem empacadas no parlamento).

AMEAÇAS

A especialista em contas públicas da Tendências Consultoria, Juliana Damasceno, avalia, porém, que a melhora dos números tende a se perder neste ano sem a ajuda para as receitas que veio da alta da inflação em 2021 e sem o auxílio nas despesas que veio dos juros baixos da crise.

"Há um receio de que seja necessário operar com juros altos por mais tempo, justamente quando seria necessário estimular a economia com investimentos para recuperar a produtividade e o PIB potencial do Brasil", avalia.

A economista critica a ênfase de Guedes ao "sucesso" na gestão das contas públicas quando o governo dá aval para mudanças no teto de gastos.

"Era o teto que permitia haver alguma ancoragem sobre a trajetória futura dos gastos públicos. Com folga aberta no teto, o que se coloca é que o limite não está sendo respeitado", enfatiza. Para ela, o governo poderia ter revisto inúmeras despesas não eficientes ou revisto os benefícios tributários que não têm avaliação de resultados, mas optou pelo caminho mais fácil de aumentar o gasto em ano eleitoral.

Armando Castelar, pesquisador associado do FGV Ibre, prevê que as despesas que vinham caindo em 2021 darão um salto em 2022. Os juros da dívida pública, que, descontada a inflação, chegaram a ficar negativos nos últimos 12 meses, devem superar os 5% em termos reais. Os benefícios tributários atrelados ao salário mínimo podem ter um reajuste de dois dígitos.

O diretor executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI), Felipe Salto, reconhece que o gasto de 2022 em proporção do PIB ficará abaixo do de 2018 (ano da eleição presidencial anterior), mas alerta que boa parte da queda decorre da contenção de investimentos, e não do ataque às despesas menos eficientes.

Às vésperas da pandemia do novo coronavírus, quase quatro em cada dez brasileiros tinham alguma dificuldade de acesso à água, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ano de 2019, aproximadamente 38% da população do País tinham alguma vulnerabilidade de acesso à água, quase 80 milhões de pessoas, "o que poderia dificultar a higienização das mãos e de objetos", apontou o órgão.

Em todo o Brasil, 22,4% dos habitantes moravam em lares sem abastecimento diário ou sem estrutura de armazenamento de água, enquanto que 11,9% eram abastecidos por outra forma que não a rede geral de distribuição de água.

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Outros 3,4% moravam em domicílios sem ligação à rede geral de água nem ao menos canalização, apontam os dados dos Indicadores Sociais de Moradia no Contexto Pré-Pandemia de Covid-19, baseados em informações coletadas pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua).

Apenas 62,2% da população brasileira consumiam água oriunda de rede geral de distribuição, com abastecimento diário e estrutura de armazenamento, como caixa d'água, por exemplo. Esse porcentual subia a 81,4% na região Sudeste, mas descia a somente 29,6% no Norte e 41,1% no Nordeste.

"No contexto atual, no qual autoridades de saúde apontam a importância do distanciamento social e da lavagem das mãos com água e sabão para o combate à pandemia, o IBGE considera fundamental disponibilizar informações que auxiliem a superação da crise e a proteção da população frente ao grave quadro de saúde pública global", defendeu Bruno Mandelli Perez, analista do IBGE responsável pelo estudo, em nota oficial.

Em 2019, 2,6% da população moravam em domicílios sem banheiro, ou seja, cerca de 5,4 milhões de brasileiros nessa situação. Na região Norte, 11,0% dos moradores não tinham banheiro em casa para higiene pessoal.

O IBGE também divulgou informações sobre o número de pessoas por domicílio, o chamado adensamento domiciliar, que influencia a possibilidade de isolamento em casa quando há infecção de algum morador por Covid-19.

Em 2019, apenas 27,0% da população viviam em domicílios com três pessoas, enquanto 9,8% dos brasileiros moravam em casas com seis ou mais pessoas. "A proporção de pretos e pardos que viviam nessa situação era quase o dobro da população branca", ressaltou o IBGE.

No governo Jair Bolsonaro, a Polícia Federal faz menos operações, prende menos bandidos e apreende menos armas do que no último ano do governo Michel Temer. A maioria dos indicadores do órgão caiu nos dois primeiros anos da atual gestão. As prisões em operações, por exemplo, diminuíram 40% quando se compara o número de 2020 com o de 2018. A redução não pode ser creditada só à pandemia de covid-19, pois a tendência começou em 2019, na gestão de Sérgio Moro no Ministério da Justiça, e se acentuou quando André Mendonça assumiu a pasta, há um ano.

Para especialistas ouvidos pelo Estadão, os números são reflexo da instabilidade no comando da PF - que teve três diretores-gerais no governo Bolsonaro -, do impacto da Lei de Abuso de Autoridade e da reversão de avanços institucionais que garantiam mecanismos eficientes de combate ao crime organizado, aos delitos ambientais e à corrupção. Há um ano, Moro deixava a pasta da Justiça após acusar Bolsonaro de ingerências no órgão. O estopim da saída foi a reunião ministerial de 22 de abril na qual o presidente disse sobre os adversários: "Eles querem a nossa hemorroida".

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No caso das prisões, considerando o ritmo ano a ano, o maior decréscimo aconteceu em 2019. Em relação a 2018, o número caiu 36%. Em 2020 houve nova redução, de 7%. De 2013 a 2018, a soma das prisões temporárias, preventivas e em flagrante nas operações comuns e especiais da PF cresceu ano a ano, saindo de 1.997 casos e atingindo o pico de 5.064 ao fim do governo Temer. No primeiro ano de Bolsonaro, o total caiu para 3.225 e, em 2020, para 2.991.

Investigadores e procuradores da República dizem ainda que esse cenário é consequência dos limites colocados à prisão de corruptos pelos tribunais, que reservam cada vez mais esse tipo de medida para delinquentes violentos, como latrocidas, ou para condenados em última instância. "Nós já prevíamos que isso fosse acontecer", afirmou Edvandir Paiva, presidente da Associação dos Delegados da PF. "O juiz hoje pensa duas vezes antes de decretar uma prisão." Trata-se de um cenário bem diferente de quando Moro deixou a Lava Jato - há um ano ele deixou o Ministério da Justiça.

Segundo Paiva, a instabilidade provocada por trocas corriqueiras de comando tem reflexo nas investigações. "Foram cinco trocas em três anos e meio (duas na gestão Temer e três na de Bolsonaro), o que gera turbulência, por isso defendemos a autonomia funcional da PF." Outro que afirma que trocas de comando afetam o trabalho dos federais é o coronel José Vicente da Silva, ex-secretário nacional de Segurança Pública. "As mudanças de comando trazem impacto forte na PF. Com as trocas sistemáticas, muito trabalho tem de ser recomeçado em superintendências, e isso tende a produzir desorganização."

Para Bruno Brandão, diretor executivo do braço brasileiro da Transparência Internacional, organização que monitora o combate à corrupção, é "extremamente preocupante" o recuo na capacidade de investigação da PF. "É fundamental monitorar a qualidade das investigações e se delegados e agentes estão tendo independência para atuar, já que a corporação tem sido vítima de crescente ingerência política. Essa situação se insere em um quadro mais amplo de retrocessos da luta contra a corrupção, que já começa a se tornar mais um tema de preocupação da comunidade internacional, com risco de sanções por descumprimento de compromissos assumidos em convenções da OCDE e da ONU."

Na comparação de 2020 com 2018, o fenômeno da queda das prisões em operações afetou os dez principais tipos de crimes investigados pela PF, como corrupção (-42%), delitos financeiros (-80%), fazendários (-70%) e contra o meio ambiente (-40%). Houve só três tipos de crimes cujas prisões aumentaram após a saída de Moro, em abril de 2020: crimes cibernéticos (17%), tráfico de drogas (50,5%) e crimes contra a ordem política e social (88%). O crescimento das prisões desses três tipos de delitos, no entanto, não foi suficiente para ultrapassar os índices de 2018.

Para José Vicente da Silva, a queda das prisões por corrupção não pode ser creditada à diminuição dos crimes. Segundo Paiva e procuradores que atuam na área, a covid-19 também ajudou a derrubar os números, com o afastamento de policiais infectados, entre outras dificuldades para o trabalho de campo. O aumento das prisões por crimes cibernéticos em 2020, em comparação a 2019, seria outro efeito da pandemia.

Mas o indicador de prisões não foi o único a cair na gestão Bolsonaro, segundo os dados obtidos pelo Estadão com base na Lei de Acesso à Informação. Entre 2018 e 2020, também diminuíram as apreensões de armas (-26,5%), os inquéritos abertos por tráfico de drogas (-48%), além dos inquéritos instaurados para apurar crimes como fraude em licitação (-13,9%) e peculato (-18%). No primeiro ano de Bolsonaro, os inquéritos abertos por corrupção aumentaram 30%; em 2020, após a saída de Moro, houve uma queda de 20%.

As exceções foram as apreensões de bens, que atingiram o segundo maior nível desde 2013, e o recorde de apreensão de 104 toneladas de cocaína, na gestão de Moro. As drogas apreendidas tiveram queda de 12% em 2020, mas ainda assim o número ficou acima do último ano de Temer.

Há outras exceções no governo Bolsonaro. Entre elas estão o aumento de inquéritos por lavagem de dinheiro, as apreensões de bens (mais informações nesta página) e os inquéritos com base na Lei de Segurança Nacional (aumento de 168% em 2020 ante 2018). Por fim, as principais operações da PF diminuíram em seis dos dez principais delitos apurados. O total caiu 18% quando comparado 2018 com 2020.

O Estadão procurou o Ministério da Justiça, mas a pasta informou que a PF se manifestaria sobre os números, o que não aconteceu até a conclusão desta edição.

Lavagem

Desde que tomou posse no Ministério da Justiça, Sérgio Moro concentrou ações do órgão no combate à lavagem de dinheiro e nas apreensões de grandes quantidades de drogas como forma de descapitalizar as organizações criminosas do País. Embora a estratégia não explique a razão da queda de outros indicadores da Polícia Federal, ela seria, segundo especialistas, o motivo para a existência de três exceções nos dados estatísticos da PF: os aumentos de apreensões de drogas, de valores apreendidos e de inquéritos por lavagem de dinheiro e organização criminosa.

"A PF abandonou há muito o esquema de prender o caminhoneiro e a droga", afirmou Edvandir Paiva, da Associação de Delegados da PF. Os dados mostram que o total de bens apreendidos em 2020, em comparação com 2018, cresceu 98%, atingindo a marca de R$ 9,7 bilhões - só inferior ao total de 2016, auge da Lava Jato, com R$ 13,2 bilhões (valores atualizados).

O total de inquéritos abertos por lavagem de dinheiro cresceu 21%, enquanto os de organização criminosa tiveram aumento de 8%. Já as apreensões de cocaína aumentaram 15%, e as de maconha, 103%.

Para a subprocuradora-geral da República Luiza Cristina Fonseca Frischeisen, houve "uma concentração de atuação nos desvios de verbas da saúde, auxílio emergencial e outros ligados a áreas da pandemia." Exemplo disso foi o que ocorreu com o auxílio emergencial pago pelo governo, onde foram identificados 3,9 milhões de pedidos irregulares, que provocaram um prejuízo de R$ 2,3 bilhões aos cofres públicos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Mesmo com Pernambuco apresentando estabilidade no número de casos da Covid-19, com leve viés de queda, o Estado continua com os indicadores do novo coronavírus em patamares elevados, causando grande pressão sobre a rede de saúde. 

Até esta quinta-feira (22), Pernambuco contabilizou 3.218 pessoas internadas com a Covid-19 nas redes de saúde pública e privada, sendo quase 2 mil em leitos de terapia intensiva. 

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O secretário de Saúde, André Longo, aponta que permanece indispensável a ajuda da população cumprindo as medidas restritivas. “Como foi anunciado mais cedo pelo governador Paulo Câmara, o nosso comitê de enfrentamento decidiu manter as atuais restrições, com adequações mínimas, sem maiores avanços no Plano de Convivência. Reforço que, para que possamos ter menos medidas restritivas, menor pressão sobre a rede e menos vidas perdidas, é preciso que todos usem máscara, lavem as mãos e evitem as aglomerações. Nossas ações podem salvar vidas”, destacou.

O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) da Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgado hoje (8) caiu 5,8 pontos em março, para 77,1 pontos, menor nível desde agosto de 2020 (74,8 pontos), em uma escala de zero a 200. Em médias móveis trimestrais, o IAEmp caiu em 2,8 pontos, para 81,2 pontos.

O IAEmp busca antecipar tendências do mercado de trabalho com base em entrevistas com consumidores e com empresários dos serviços e da indústria.

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“Em março, o IAEmp manteve sua trajetória de queda de forma mais intensa. Essa tendência de piora dos indicadores de mercado de trabalho em 2021 são justificadas pelo agravamento do quadro da pandemia e as consequentes medidas restritivas. O retorno para um caminho de recuperação ainda depende da velocidade do programa de vacinação e da melhorada atividade econômica”, disse, em nota, o economista da FGV IBRE Rodolpho Tobler.

O Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) caiu 0,2 ponto para 99,1 pontos. O ICD, que mede a percepção do consumidor sobre o desemprego, é medido em uma escala invertida de 200 a 0, em que, quanto maior a pontuação, pior é o desempenho.

“O ICD ficou relativamente estável em março, mas é importante considerar o elevado patamar que o indicador se encontra. O resultado sugere que a taxa de desemprego deve se manter em níveis historicamente altos no primeiro semestre de 2021 e ainda sem perspectiva de melhora no curto prazo. Com o andamento da vacinação, os números podem ser mais positivos, ou menos negativos, na segunda metade do ano”, afirmou o economista.

A extrema pobreza dificulta a sobrevivência de mais de 1,2 milhão de pernambucanos. A informação consta na Síntese de Indicadores Sociais 2020 (SIS), divulgada nessa quinta-feira (12) pelo IBGE, com dados relativos a 2019. Segundo o levantamento, Pernambuco está em terceiro lugar em desigualdade entre os estados, e Recife é a capital mais desigual do país, com índice de 0,612, posição que não ocupava desde 2016. 

Isso significa que 13% da população possui renda mensal domiciliar per capita inferior a R$ 151 (US$ 1,9 por dia, equivalente, na cotação do dia desta publicação, a R$ 10,39), critério adotado pelo Banco Mundial para identificar a condição de extrema pobreza. É o maior patamar da série histórica iniciada em 2012, e o dobro da média nacional, de 6,5%, que se manteve inalterada entre um ano e outro. Em 2018, os muito pobres eram 11,4% da população. 

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No Recife, cerca de 115 mil pessoas, ou 7% da população da capital, vivem abaixo da linha de extrema pobreza.

A síntese mostra ainda que a extrema pobreza implica em menor acesso a serviços básicos. 9% dos pernambucanos com renda mensal inferior a R$ 10,39 por dia não têm a cobertura de nenhum tipo de programa de proteção social. 28,6% têm ao menos uma precariedade nas condições de moradia, 38,8% têm dificuldade no acesso à educação, 47,1% não têm conexão à Internet e 66,5% vivem em domicílios sem saneamento básico.

A SIS também demonstra que o índice de pessoas pobres em Pernambuco passou de 41,1% em 2018 para 41,8% em 2019. Este foi o pior resultado em sete anos. Isso significa que pouco mais de quatro em cada dez pernambucanos vivem com menos de R$ 436 reais por mês, ou US$ 5,5 por dia (R$ 30,07), de acordo com o mesmo critério do Banco Mundial. O resultado supera a média nacional, de 24,7% da população abaixo da linha de pobreza.

Comparativo e questões raciais

A desigualdade na distribuição de renda é medida pelo índice de Gini, dado que também faz parte da Síntese de Indicadores Sociais. Ano passado, Pernambuco foi o terceiro estado com maior concentração de renda do Brasil, com 0,573, atrás apenas de Sergipe (0,580) e Roraima (0,576).

Recife, por sua vez, é a capital brasileira mais desigual, com índice de 0,612. A cidade é seguida por João Pessoa (0,591) e Aracaju (0,581). Quanto mais perto de 1, mais a renda é concentrada nas mãos de poucas pessoas. O índice de Gini do Brasil, o nono país mais desigual do mundo, é de 0,543, inferior aos índices tanto de Pernambuco quanto do Recife. Tanto o estado quanto a capital seguiram a tendência do Nordeste, única região do país a ter aumento no índice entre 2018 e 2019.

Os resultados são ainda mais preocupantes entre as pessoas de cor preta ou parda que, segundo os números, têm pouco mais da metade da renda domiciliar per capita dos brancos

Em 2019, o rendimento médio domiciliar per capita da população pernambucana foi de R$ 954,; no Recife, o valor é praticamente o dobro: R$ 1.899. No ano passado, 75,5% da população pernambucana tinha rendimento médio domiciliar per capita de até um salário mínimo.

Pessoas de cor ou raça preta ou parda tiveram rendimento médio domiciliar per capita de R$ 771, pouco mais da metade do rendimento de R$ 1.347 das pessoas de cor ou raça branca, uma diferença de R$ 576. Além disso, entre os 10% da população com menores rendimentos, três quartos, ou 75,4%, são pretos e pardos. Já entre os 10% com maiores rendimentos, mais da metade, ou seja, 56,5%, é branca.

A situação se repete quanto às oportunidades e remuneração das pessoas de cor. Apesar do desemprego ser maior para esse grupo, os salários são menores. A taxa de desocupação, em 2019, era de 16,3%, contra 12,5% entre os brancos e acima da média de 15,1% para a população em geral. A desocupação entre as mulheres era ainda maior, alcançando 17% no período, enquanto, para os homens, o índice era de 13,6%.

O tempo de procura de trabalho para a população desocupada também foi mensurado na pesquisa pela primeira vez. Das 631 mil pessoas desempregadas em 2019, 14,6% delas procurava uma ocupação há menos de um mês, 31,6% de um mês a menos de um ano, 16,5% entre um ano e dois anos e a maior parte, 37,4%, há dois anos ou mais.

Os pretos e pardos também recebem menores salários do que a população branca, seja em ocupações formais ou informais. Enquanto os brancos recebem, em média, R$ 3.130, quando estão formalizados, o valor cai para R$ 1.942 entre pretos e pardos. Os trabalhadores informalis branco recebem por volta de R$ 1.324, os pretos e pardos recebem menos de um salário mínimo, ou R$ 873.

O maior hospital de campanha construído no Recife durante a pandemia do novo coronavírus vai ser desativado a partir da quarta-feira (12). A decisão foi tomada com base na tendência de queda ao longo de quase três meses nos indicadores da Covid-19. O Hospital Provisório Recife 2 (HPR2), nos Coelhos, contava com 260 leitos ativos, sendo 100 de UTI e 160 enfermarias.

Segundo o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), a cidade chegou à menor taxa de ocupação de UTIs, somando os leitos da prefeitura e do governo do estado. "Hoje 63% desses leitos estão ocupados. Nos hospitais de campanha da Prefeitura, nós temos 124 pacientes em UTI, sendo apenas 46 do Recife. E já chegamos a 90 dias de redução nos casos graves de Covid-19 e nos óbitos em nossa cidade. Por isso a gente vai dar prosseguimento à reorganização da rede emergencial", disse Geraldo Julio.

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Em julho, já haviam sido desativados 90 leitos do Hospital Provisório Recife 2. "Agora nós vamos desativar a segunda enfermaria e também as UTIs. Esse hospital, a partir de amanhã, não receberá mais novos pacientes, que serão encaminhados para outros hospitais da rede. A Prefeitura do Recife permanece com 242 leitos de UTI ativos porque a pandemia não acabou", disse o prefeito.

O hospital de campanha foi erguido em uma área de antigos galpões na Rua Largo dos Coelhos e chegou a ter 350 leitos ativos, 250 de enfermaria e 100 de UTI. A desmobilização completa da unidade só deverá ser concluída conforme os pacientes internados forem recebendo alta. Nesta terça-feira (11), há 39 pacientes internados nas 100 UTIs ativas e outras 47 pessoas nas 160 enfermarias em funcionamento.

No início de julho, a Secretaria de Saúde do Recife abriu 53 UTIs e desativou 300 enfermarias em cinco hospitais de campanha. Além das 90 enfermarias fechadas no HPR 2, foram desativados leitos nos hospitais construídos nas áreas externas do Hospital da Mulher do Recife (HMR - Curado) e das Policlínicas Barros Lima (Casa Amarela), Amaury Coutinho (Campina do Barreto) e Arnaldo Marques (Ibura). No HMR e nas policlínicas, foram removidas as estruturas provisórias erguidas nas áreas externas das unidades, mas todas permanecem com leitos de Covid-19 nas áreas internas. Com o fechamento do HPR2, a prefeitura terá desativado um total de 460 leitos, 100 deles de UTIs. 

Atualmente, a Prefeitura do Recife está com 724 leitos em funcionamento, sendo 342 de UTI e 382 de enfermaria. Com a aproximação desativação, a rede municipal ficará com 564 leitos ativos.

De acordo com a Prefeitura do Recife, os equipamentos médico-hospitalares retirados dos leitos desativados nos hospitais de campanha municipais estão sendo levados para outras unidades que serão entregues este ano, como o Hospital Eduardo Campos da Pessoa Idosa (Estância), Unidade Pública de Atendimento Especializado (UPAE) do Ibura, assim como para as maternidades municipais Bandeira Filho (Afogados), Arnaldo Marques (Ibura) e Barros Lima (Casa Amarela). Algumas camas serão levadas para casas de acolhimento de idosos. Outra parte dos equipamentos ficará temporariamente guardada em galpões para caso a curva epidêmica volte a subir e seja necessário abrir novos leitos.

A Prefeitura do Recife destaca que a capital foi responsável por apenas 16% de todos os novos casos de Pernambuco. Em abril, a cidade chegou a ser responsável por 54% dos registros. O município também identificou uma queda de 60% no número de atendimentos nas emergências das policlínicas em cujas áreas externas foram erguidos hospitais de campanha. Em abril, a rede registrou mais de cinco mil atendimentos a pessoas com sintomas respiratórios, mas no último mês o número caiu para cerca de dois mil.

O mercado de câmbio teve um dia de alívio nesta terça-feira, 12, após quatro altas seguidas do dólar. O real foi a moeda que mais se valorizou perante a divisa dos Estados Unidos, considerando os países emergentes e desenvolvidos. O exterior positivo e a perspectiva de avanço da reforma da Previdência, com a confirmação de que o texto base das medidas está pronto e o presidente Jair Bolsonaro pode mesmo ter alta nesta quarta-feira, além da entrada de fluxo do exterior, fizeram o dólar ter a maior queda diária desde 2 de janeiro, quando recuou 1,83%. No final da sessão, a moeda americana terminou em R$ 3,7148 (-1,33%).

Operadores relatam a entrada de fluxo externo para a bolsa, que subiu forte, enquanto o BTG Pactual fechou captação externa de US$ 600 milhões. Com isso, o dólar testou o nível de R$ 3,70, na parte da tarde, com o noticiário doméstico também ajudando. No noticiário doméstico, o médico de Bolsonaro, Antonio Luiz Macedo, disse que o presidente está "excelente" e deve ter alta nesta quarta-feira (13). Mais cedo, após se reunir com o ministro da Economia, Paulo Guedes, o secretário especial da Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, disse que a equipe concluiu um texto base do projeto de reforma da Previdência, que será apresentado ao presidente assim que ele estiver recuperado. Ele lembrou que o texto está diferente da minuta da reforma, que previa idade mínima de 65 anos para aposentadoria homens e mulheres.

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O gestor da Rosenberg Asset, Eric Hatisuka, avalia que a expectativa do mercado sobre a reforma da Previdência está alta, o que abre espaço para a frustração com alguns pontos. Para ele, os desdobramentos recentes indicam que o texto caminha, mas talvez em ritmo mais lento do que o inicialmente esperado. Mas nesta terça, o gestor ressalta que o cenário externo positivo foi decisivo para a melhora dos ativos domésticos. Ele observa que o índice DXY, que mede o desempenho do dólar perante uma cesta de moedas de países desenvolvidos, interrompeu uma sequência de oito altas seguidas e caiu 0,36%. "Quando este índice sobe, ajuda a aumentar a aversão ao risco", disse ele.

No exterior, após uma segunda-feira de maior nervosismo, o dia foi de busca por risco, estimulada pela possibilidade de avanço nas negociações comerciais entre China e Washington, e pelo acordo preliminar entre democratas e republicanos para evitar nova paralisação do governo americano. Na questão comercial, representantes do primeiro escalão do governo americano estão em Pequim para tentar avançar com as conversas e o presidente Donald Trump admitiu que, se as conversas estiverem avançadas, pode estender o prazo de 1º de março, estipulado para o fim da trégua entre os dois países.

Ainda sobre a reforma da Previdência, pesquisa do Bank of America Merrill Lynch mostra que subiu para 93%, um nível recorde, o porcentual de gestores internacionais que acreditam que as medidas serão aprovadas este ano. Com isso, também cresceu o número de investidores, de 32% em janeiro para 39% na pesquisa deste mês, que preveem que o dólar vai terminar o ano abaixo de R$ 3,60.

O dólar teve novo dia de alta e terminou esta quinta-feira, 7, em R$ 3,7187 (+0,37%), o maior nível em uma semana. Uma combinação de exterior negativo com noticiário interno desfavorável estimulou nova busca por proteção dos investidores, mesmo após a forte reprecificação dos ativos domésticos de quarta-feira, que retirou o dólar do nível de R$ 3,65 de volta para R$ 3,70. A moeda americana chegou a zerar os ganhos no final da tarde e cair pontualmente, mas a notícia de que o presidente Jair Bolsonaro está com pneumonia fez o dólar subir novamente. O Credit Default Swap (CDS), uma medida do risco-Brasil, subiu para 168 pontos base, uma indicação de piora na avaliação do Brasil.

Na interpretação das mesas de câmbio, a piora do quadro de saúde de Bolsonaro pode ter desdobramentos. Um dos médicos do presidente disse que ele precisa ficar "mais 5 a 7 dias" internado. Com isso, operadores ressaltam que devem permanecer as incertezas sobre os rumos da reforma da Previdência. "Precisamos respeitar o 'timing' de recuperação do presidente Bolsonaro", disse no final da tarde o ministro da Economia, Paulo Guedes. Mais cedo, o dólar chegou a ensaiar queda com declarações do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de que a Previdência pode ser votada em maio.

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"O tom de cautela do mercado tende a continuar", avalia o analista de investimentos da Toro Investimentos, Pedro Nieman. Para ele, cresce no mercado a percepção de que a reforma pode demorar mais que o previsto, o que ajuda o panorama a ficar um pouco mais "turvo". O noticiário doméstico desfavorável vem em paralelo a um ambiente externo mais negativo. Esta quinta foi novo dia de fuga do risco dos investidores internacionais, com bolsas caindo em Nova York e fechando nas mínimas na Europa.

Renovadas preocupações sobre a desaceleração da economia mundial, após a Alemanha divulgar inesperada queda da produção industrial, fizeram os mercados abrir no negativo e o dólar se fortalecer ante moedas de países desenvolvidos, sobretudo o euro, e emergentes. O petróleo chegou a cair quase 4%, pressionando o dólar e outros ativos. Os economistas do ABN Amro, Nick Kounis e Bill Diviney, ressaltam que previsões de crescimento da zona do euro e da economia mundial têm sido amplamente revisadas para baixo e estas mudanças podem não ser suficientes. "Futuros reduções nas estimativas são prováveis", escrevem em relatório nesta quinta-feira.

Na parte da tarde, notícias de que o encontro entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder chinês Xi Jinping, é "altamente improvável" antes de 1º de março, data em que termina a trégua comercial acertada na Argentina entre as duas maiores economias do mundo, provocaram nova onda de piora dos ativos externos e domésticos.

Perto do fechamento, a S&P Global Ratings anunciou a manutenção do rating do Brasil e da perspectiva da nota, mas não houve influência nas cotações. Segundo operadores, já se esperava manutenção da nota desde o final de 2018, quando os técnicos da S&P visitaram o Brasil. A avaliação é que mudanças no rating só virão com a aprovação ou não da reforma da Previdência.

As bolsas de Nova York fecharam em baixa nesta quarta-feira, 6, interrompendo uma sequência de cinco dias de ganhos para o S&P 500, após no pregão anterior os índices acionários terem fechado nos maiores patamares desde 3 de dezembro. Balanços corporativos continuaram a influenciar os negócios, como o da General Motors, que levou a ação da montadora a avançar.

O índice Dow Jones fechou em queda de 0,08%, em 25.390,30 pontos, o Nasdaq recuou 0,36%, a 7.375,28 pontos, e o S&P 500 teve queda de 0,22%, a 2.731,61 pontos.

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Mais cedo nesta semana, as bolsas mostraram maior força, apoiadas por balanços acima do esperado que ajudaram a reduzir os temores de uma rápida desaceleração econômica nos EUA. Hoje, a GM divulgou resultado que agradou ao mercado e a ação subiu 1,55%. Snap, por sua vez, publicou resultados após o fechamento de terça-feira, com prejuízo no quarto trimestre do ano passado, mas números melhores do que o previsto pelos analistas, o que levou o papel a avançar 22,02%.

Companhias de semicondutores também se destacaram, com Skyworks em alta de 11% após anunciar a recompra de US$ 2 bilhões em ações. No setor de moda, Capri Holdings, anteriormente conhecida como Michael Kors Holdings, avançou 11%, após elevar sua previsão de receita.

Por outro lado, ações do setor de serviços de comunicações mostraram em geral fraqueza. Papéis de empresas do setor de jogos eletrônicos tiveram os piores desempenho do S&P, com Electronic Arts e Take-Two ambas com baixa de mais de 13%, após divulgarem projeções que desagradaram, enquanto a concorrente Activision Blizzard recuou 10%. (Com informações da Dow Jones Newswires)

As bolsas europeias fecharam sem sinal único, nesta quarta-feira, 6. Os investidores mostraram maior cautela no início dos negócios, reagindo a balanços corporativos, a um indicador da Alemanha e avaliando o discurso do Estado da União do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Além disso, um indicador da Alemanha influenciou nos mercados, com foco também na negociação da saída do Reino Unido da União Europeia, o Brexit.

O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em 0,15%, em 365,52 pontos.

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Na Alemanha, as encomendas à indústria recuaram 1,6% em dezembro ante novembro, após ajustes sazonais, o que contraria a previsão dos analistas de alta de 0,3%. Outro fator negativo veio do setor corporativo: o balanço do BNP Paribas mostrou queda na receita no quarto trimestre, o que fez o papel chegar a cair. Ao longo do pregão, porém, ele se recuperou com as sinalizações futuras do banco e fechou em alta de 1,77%.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) ainda divulgou relatório sobre o quadro na Itália, projetando crescimento de apenas 0,6% da economia do país em 2019. Para o FMI, a Itália enfrenta uma recuperação "modesta", com "desafios significativos", como uma dívida pública "muito alta" e nível de pobreza elevado.

No câmbio, o dado da Alemanha pressionou o euro, o que tende a ajudar ações de exportadoras da Europa.

No Reino Unido, influi a expectativa sobre o Brexit, em meio a especulações de que o prazo para a saída do país da UE poderia ser adiado. O bloco tem resistido a negociar, enquanto a premiê britânica, Theresa May, insiste em renegociar a questão da fronteira entre as Irlandas.

Na Bolsa de Londres, o índice FTSE-100 fechou em queda de 0,06%, a 7.173,09 pontos. Entre os bancos, Lloyds subiu 0,38% e Barclays avançou 0,66%, enquanto a petroleira BP ganhou 1,28%. Por outro lado, Greatland Gold recuou 12,83%, entre os papéis mais negociados.

Em Frankfurt, o índice DAX caiu 0,38%, a 11.324,72 pontos. Aroundtown recuou 0,90% e Deutsche Telekom, 1,00%, enquanto Deutsche Bank subiu 1,24% e Commerzbank registrou alta de 1,75%. No setor de energia, E.ON caiu 1,76%.

O índice CAC-40, da Bolsa de Paris, teve baixa de 0,08%, a 5.079,05 pontos. Visiomed Group caiu 2,36%, enquanto Société Générale subiu 1,69%.

Em Milão, o índice FTSE-MIB avançou 0,82%, a 19.996,47 pontos. Mesmo após a sinalização do FMI, o mercado avançou, em jornada positiva para os bancos italianos em geral, como BPM (+2,14%), UniCredit (+4,36%) e Intesa Sanpaolo (+2,39%).

Na Bolsa de Madri, o índice IBEX-35 teve alta de 0,10%, a 9.100,90 pontos. Santander subiu 0,46% e Banco de Sabadell avançou 2,94%, enquanto Repsol caiu 0,23%.

Em Lisboa, o PSI-20 subiu 0,89%, a 5.215,24 pontos. Banco Comercial Português teve ganho de 2,55%, mas Mota-Engil recuou 0,31%. (Com informações da Dow Jones Newswires)

O Índice de Confiança do Comércio (Icom) teve queda de 0,2 ponto em janeiro, passando de 104 para 103,8 pontos, de acordo com o levantamento da Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgado hoje (25).

Segundo a fundação, os empresários estão otimistas com o aumento das vendas nos próximos meses, porém ainda mantêm certa atenção com a situacão econômica do país. O levantamento mostra, por exemplo, que o Índice de Situação Atual recuou 2,5 pontos, passando de 97,1 para 94,6 pontos. A primeira queda desde maio do ano passado, ao passo que o Índice de Expectativas subiu 2,1 pontos e foi de 110,8 para 112,9 pontos. O maior patamar desde fevereiro de 2011.

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"Após registrar altas expressivas em novembro e dezembro, a confiança do comércio acomodou no início de janeiro", explica o coordenador da sondagem do comércio da FGV, Rodolpho Toblerone. "O resultado mostra que o setor ainda se encontra em transição para níveis maiores de confiança", completa.

O Índice de Confiança da Indústria (ICI) registrou alta de 0,5 pontos e atingiu 94,8 pontos em dezembro. A segunda alta seguida do setor, apesar de ele ainda apresentar um ritmo moderado de atividade, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quinta-feira (27).

"Mesmo após a segunda alta consecutiva, a confiança do setor industrial segue abaixo dos níveis alcançados no primeiro semestre do ano e sinaliza um ritmo morno de atividade na virada para 2019", explica o superintendente de estatísticas públicas da FGV, Aloisio Campelo Jr. "Em relação à situação corrente, a boa notícia do mês foi a melhora sobre a demanda interna, sugerindo um quadro de normalidade", acrescenta.

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No último mês do ano, 11 dos 19 segmentos pesquisados apresentaram melhora na confiança. O Índice da Situação Atual (ISA) teve alta de 1,8 ponto, para 96,0 pontos, em seu segundo avanço seguido.

Por outro lado, o Índice de Expectativas (IE) se manteve em queda e recuou 0,7 ponto, para 93,8 pontos, seu menor nível desde junho de 2017. "Apesar disso, as expectativas para a evolução da produção e do emprego no horizonte de três meses continuam refletindo a perda de fôlego observada pelo setor nos meses anteriores. Mas no horizonte de seis meses, as empresas sustentam uma visão otimista para os negócios", afirma Campelo Jr.

O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) também apresentou queda em dezembro, com recuo de 0,6 ponto percentual, para 74,6%, o menor patamar desde outubro do ano passado.

Depois da vitória no primeiro turno, poucas foram as publicações do governador Paulo Câmara (PSB) nas redes sociais. No entanto, nesta quinta-feira (29), o pessebista decidiu comemorar os bons índices alcançados em Pernambuco, que foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

De acordo o ranking, Pernambuco tem a menor mortalidade infantil do Nordeste e a a 9ª menor do Brasil. “12,1%, menor inclusive do que a média brasileira (12,8%). Muito ainda temos o que fazer, mas continuamos avançando na melhoria dos nossos indicadores sociais”, destacou. 

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“Também melhoramos a nossa expectativa de vida ao nascer. Subimos de 73,9 anos para 74,3 anos. Segunda colocação do Nordeste, e a 13ª do Brasil”, complementou afirmando que os bons números são frutos do trabalho do governo em conjunto com a área da saúde por meio do programa Mãe Coruja Pernambucana, bem como com os municípios e instituições.

Recentemente, o governador afirmou que estava disposto a trabalhar “em parceria” com o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). Segundo ele, seria importante para vencer os desafios em benefício dos pernambucanos. Ele citou como pautas prioritárias “a segurança pública, a retomada de obras federais e o desbloqueio das operações de crédito, bem como a situação preocupante do Programa Mais Médicos”. 

O medo do desemprego diminuiu e o nível de satisfação aumentou no primeiro trimestre, revela pesquisa divulgada hoje (9) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo a CNI, os indicadores mostram que a população começa a perceber a recuperação da economia.

O Índice do Medo do Desemprego terminou março em 63,8 pontos, com queda de 2 pontos em relação ao nível registrado na pesquisa anterior, em dezembro. O Índice de Satisfação com a Vida encerrou março em 67,5 pontos, com alta de 1,9 pontos na comparação com o levantamento anterior, também divulgado em dezembro.

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De acordo com a CNI, mesmo com o recuo, o indicador de expectativa em relação ao desemprego ainda está em níveis altos, bem acima da média histórica de 49,2 pontos. Para a entidade, a preocupação dos brasileiros ainda não reflete a recuperação da produção e do consumo porque o emprego normalmente é o último indicador a reagir em momentos de saída de crises econômicas.

Em relação ao Índice de Satisfação com a Vida, o valor obtido em março ainda está abaixo da média história de 67,5 pontos. Segundo a CNI, as pessoas começam a sentir os efeitos da melhora da economia e da queda da inflação, mas continuam menos satisfeitas que antes da crise econômica.

Segundo a CNI, os dois índices permitem antecipar as tendências do consumo das famílias. À medida que os dois indicadores melhoram (queda do medo do desemprego e aumento da satisfação pessoal), a população consome mais, impulsionando a recuperação da economia. O levantamento ouviu 2 mil pessoas em 126 municípios entre 22 e 25 de março.

Os mercados acionários americanos encerraram o pregão desta quinta-feira, 29, em alta, revertendo parte das perdas registradas nas duas sessões anteriores, em um movimento liderado pelas gigantes de tecnologia.

O índice Dow Jones fechou em alta de 1,07%, aos 24.103,11 pontos; o S&P 500 avançou 1,38%, aos 2.640,87 pontos; e o Nasdaq subiu 1,64%, aos 7.063,45 pontos. Já o subíndice de tecnologia do S&P 500 apresentou valorização de 2,17% no dia.

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Após operar em níveis historicamente baixos no ano passado, a volatilidade voltou a dar as caras em fevereiro, quando os mercados acionários de todo o mundo sucumbiram com a possibilidade de retirada de estímulos pelos grandes bancos centrais. Além disso, a forte valorização das ações no ano passado deu suporte a um movimento de correção.

Nesta semana, a volatilidade se mostrou presente mais uma vez: os principais indicadores acionários enfrentaram um grande movimento de compras na segunda-feira e fortes perdas nos dois dias seguintes. Com isso, a busca por pechinchas fez os investidores voltarem às compras nesta quinta-feira, antes do feriado do Páscoa, com as ações de tecnologia sendo as mais procuradas do dia. O Facebook reverteu parte das baixas recentes e fechou em alta de 4,42%. Além dele, Netflix (+3,35%), Microsoft (+2,10%) e Google (+3,18%) foram outras giant techs bastante procuradas.

Já a Amazon, que chegou a cair mais de 2% após críticas do presidente dos EUA, Donald Trump, contra a empresa, fechou em alta de 1,11%, após a Casa Branca voltar a dizer que não há nenhum plano que afeta a empresa sendo elaborado.

A alta do petróleo também contribuiu. Os contratos futuros do óleo fecharam em alta de quase 1% e, assim, papéis de companhias de energia foram ajudados durante a sessão. A Chevron subiu 1,73% e a ExxonMobil ganhou 2,47%.

A Intenção de Consumo das Famílias apresentou crescimento de 4,2% de janeiro para fevereiro deste ano. A alta chegou a 13% se comparada ao mesmo período de 2017. O índice é medido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e foi divulgado hoje (22).

De acordo com a CNC, o crescimento é provocado pela melhora do poder de compra das famílias brasileiras. A confederação considera que a trajetória de queda da inflação, das taxas de juros e das linhas de crédito permitiram menor comprometimento da renda e, consequentemente, o aumento da intenção de consumo.

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Apesar disso, a CNC afirma que a velocidade de crescimento ainda não é favorável. “A recuperação da intenção de consumo é lenta, distante dos níveis registrados entre 2010 e 2012”, diz a pesquisa.

Em comparação com o mês de janeiro, o destaque vai para a compra de bens duráveis, com alta de 5,3%. Já em comparação com o mesmo período de 2017, as melhores avaliações foram observadas no que tange a perspectiva de consumo – crescimento de 25,7%.

O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) avançou 0,7 ponto em janeiro de 2018 ante dezembro de 2017, para 107,7 pontos, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quinta-feira, 8. Segundo a FGV, após o quinto aumento consecutivo, o indicador sinaliza uma aceleração no ritmo de recuperação do mercado de trabalho.

"O Indicador Antecedente de Emprego continua sinalizando melhora nas condições do mercado de trabalho ao longo dos próximos meses. O cenário de melhora no nível de atividade econômica, juntamente com a expectativa de contratação futura, sugere continuidade da tendência de melhora do mercado de trabalho e de retorno à geração de vagas formais em 2018", avaliou o economista Fernando de Holanda Barbosa Filho, do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.

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Já o Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) recuou 3,6 pontos em janeiro ante dezembro, para 96,7 pontos. "Apesar do otimismo quanto à geração de emprego nos próximos meses, a taxa de desemprego continua elevada (11,8%) e a população desocupada ainda chega a representar 12 milhões de pessoas. Diante do quadro, as pessoas continuam percebendo dificuldades no mercado de trabalho, ainda que a melhora do indicador no último mês tenha sido expressiva", completou Barbosa Filho.

O ICD é construído a partir dos dados desagregados, em quatro classes de renda familiar, da pergunta da Sondagem do Consumidor que procura captar a percepção sobre a situação presente do mercado de trabalho. Já o IAEmp é formado por uma combinação de séries extraídas das Sondagens da Indústria, de Serviços e do Consumidor, todas apuradas pela FGV. O objetivo é antecipar os rumos do mercado de trabalho no País.

No IAEmp, cinco dos sete componentes tiveram avanços em janeiro, com destaque para os que medem a situação dos negócios para os seis meses seguintes na Sondagem de Serviços (+4,0 pontos) e a situação dos negócios atual na Sondagem da Indústria de Transformação (+3,5 pontos).

No ICD, as classes de renda que mais contribuíram para a queda de janeiro foram as duas mais baixas, consumidores com renda familiar até R$ 2.100,00 (-9,9 pontos) e com renda entre R$ 2.100 e R$ 4.800 (-4,6 pontos).

Em alta pelo terceiro mês consecutivo, a confiança do empresário industrial atingiu, em outubro, o maior nível em mais de quatro anos. O Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei), medido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) somou 56 pontos no último mês, no maior nível desde março de 2013 (57,1 pontos).

O indicador varia de 0 a 100 pontos. Quando estão acima de 50 pontos indicam empresários confiantes. De acordo com a CNI, este é o segundo mês consecutivo em que o índice está acima da média histórica de 54 pontos.

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A confiança é mais alta nas grandes indústrias, onde o Icei de outubro atingiu 58,6 pontos. O índice somou 54,3 pontos nas médias empresas e 52,3 pontos nas pequenas indústrias. Nas expectativas para os próximos seis meses, o Icei aumentou 0,4 ponto, fechando outubro em 58,8 pontos. De acordo com a CNI, a tendência é que o indicador repita o desempeno nos próximos meses.

Formado pelas avaliações dos empresários em relação às condições atuais e futuras das empresas e da economia, o Icei, segundo a confederação, antecipa tendências de investimento na indústria. Para a CNI, o aumento do otimismo indica que os empresários estão mais dispostos a investir, criando empregos e contribuindo para a retomada do crescimento econômico.

Feita entre 2 e 17 de outubro, a pesquisa ouviu 3.097 empresários industriais em todo o país. Desse total, 1.208 são empresas pequenas, 1.175 são médias, e 714 são de grande porte.

O resultado positivo do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre fez a Bolsa de Valores fechar no maior patamar em mais de seis anos. O Ibovespa, principal índice da B3 (novo nome da Bovespa), fechou aos 71.923 pontos. A última vez em que o indicador havia ficado acima desse nível foi em 5 de novembro de 2010, quando marcou 72.606 pontos no fechamento do pregão.

Um outro indicador que apontou o otimismo do mercado com o resultado do PIB foi o risco Brasil. O CDS (Credit Default Swap, uma espécie de seguro contra calotes) brasileiro de cinco anos recuou 1,12% ontem e fechou aos 193 pontos-base, o menor nível registrado desde que Michel Temer assumiu a presidência. O dólar, por sua vez, terminou o dia em baixa de 0,13%, cotado a R$ 3,1451.

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Os dados positivos do mercado financeiro são uma reação direta aos números do PIB, que vieram acima das expectativas do mercado. "A grande mensagem do PIB é que chegou a primavera depois de um longo inverno. A recessão acabou e o futuro é promissor. A recuperação está se generalizando na economia, como mostram os dados de varejo, confiança, de mercado de trabalho, por exemplo", disse o economista-chefe para América Latina do BNP Paribas, Marcelo Carvalho.

Para Alessandra Ribeiro, sócia da Tendências Consultoria, o resultado do PIB do segundo trimestre reforça a perspectiva de que a reação da economia deverá ganhar tração nos próximos meses. "Estamos vendo os reflexos do reequilíbrio macroeconômico."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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