Tópicos | maio

Nesta quarta-feira (8), o Ministério da Educação (MEC) e o Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) anunciaram, durante coletiva de imprensa, que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020 será realizado nos meses de janeiro e fevereiro. A decisão diverge do resultado da consulta feita junto aos participantes inscritos, que escolheram datas no mês de maio para a realização das provas.

Além dos alunos que vão fazer o processo seletivo, outra categoria muito importante nesse momento é a dos professores, profissionais responsáveis por auxiliar, orientar e transmitir os conteúdos aos estudantes do ensino básico ou cursinhos. Entre eles, a data da prova também dividiu opiniões. 

##RECOMENDA##

A professora de redação e linguagens Fernanda Pessoa achou a escolha da data positiva diante das possibilidades que foram apresentadas anteriormente pelo MEC. Para ela, a realização das provas no mês de maio traria prejuízos para muitos estudantes em diversos aspectos. 

“A maioria dos estudantes votou em maio não pensando no todo, porque quando voto em maio eu não levo em conta que o resultado dessa prova só vai sair em julho e a maioria não passa. Como é que eu vou começar a me preparar para o próximo ano em agosto, já tendo no fim do ano o Enem de novo? (...) Como eu vou ter dois Enem’s muito próximos um do outro? Porque eu vou ter um Enem em maio e outro no fim do ano em novembro? Então isso daria margem para o MEC usar como justificativa não ter o Enem do ano que vem para economizar dinheiro. Eu não fui a favor de ser em maio, porque eu acho que não vai resolver o problema”, argumentou Fernanda. 

Questionada a respeito do fato de muitos alunos terem ficado aflitos com a proximidade entre o final do ano de 2020 e a data escolhida para prova, Fernanda afirmou que para ela seria possível, sim, haver um meio termo entre a escolha feita pelos alunos e o mês que o MEC elegeu. “Eu acho que o mês perfeito seria fevereiro”, afirmou a professora. 

Apesar disso e das críticas de parte dos alunos, na visão da professora, o fato de, enfim, haver uma data definida após o anúncio do adiamento ajuda os alunos a terem mais tranquilidade. “Eu acho que essa alteração de data dá uma tranquilidade, na verdade, mais emocional, mas a falta de base, a falta de uma educação básica de verdade, fundamental I, fundamental II, ensino médio, de uma educação de qualidade, é o que vai pesar no final das contas”, disse ela. 

Josinaldo Lins é professor de química e defendia um adiamento longo para as provas do Enem, por volta de 120 dias a partir da data original, devido aos riscos de saúde envolvidos e também por sua preocupação acerca dos impactos do ensino remoto. Ele ainda criticou a forma como o Ministério conduziu a questão ao abrir uma consulta, divulgar seu resultado mesmo com baixa adesão de votos e não respeitar a data escolhida no processo. 

“Em cada cinco estudantes, quatro não participaram da enquete. Isso deu margem ao MEC para desconsiderar o resultado da enquete. A maioria não pode se sentir prejudicada, nesse caso, porque nem chegou a ser atingida. Nada desse governo pode ser colocado como ‘estão perdidos, não sabem o que fazem’. Sabem sim, planejam tudo direitinho, mas para fazer o mal”, disse o professor. 

O processo de escolha das datas, para o professor Josinaldo, resultará no “Enem mais desigual da história”, uma vez que ele vê o processo de escolha das datas como “o resultado de uma combinação de erros, principalmente por parte do MEC, por estipular prazos sem levar em consideração a real possibilidade de que ainda estejamos às voltas com um ciclo pandêmico e todos os cuidados que este exige”. 

Isaac Melo, professor de linguagens e redação, vê o adiamento para o mês de janeiro com bons olhos por avaliar que o mês de maio, como votaram os estudantes na consulta do MEC, seria inviável para o calendário das universidades e escolas. 

“Dois meses de adiamento eu avalio como positivo, apesar de que essa data vai trazer divergências, questionamentos de pessoas sem acesso à internet, à educação, de escolas que não estão funcionando corretamente. Esses 60 dias obviamente não resolvem esse problema que tem raízes mais profundas, mas dá um tempo, dá espaço, dá um fôlego para que o aluno consiga estudar mais”, disse o professor.

Isaac também destacou as dificuldades de atender às necessidades de todos os diferentes perfis de alunos em um país do tamanho e com os níveis de desigualdade social do Brasil, especialmente em um momento em que esse problema foi maximizado pela pandemia de Covid-19. Ele também fez críticas à atitude do governo que colocou para votação uma data que causaria problemas aos calendários acadêmicos e age com negligência no que diz respeito à redução das desigualdades na educação durante a pandemia. 

“Eu lembro de um comentário que foi feito pelo ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, de dizer que não cabe ao Enem discutir desigualdades sociais. Me parece que há uma negligência do governo no sentido de tomar cuidado em como essa educação está chegando. O segundo ponto é uma crise muito forte na educação brasileira, uma crise maior. A grande diferença [do Enem] desse ano para o do ano passado é uma sequência de erros antes do Enem. Eu não sei te dizer por que o Inep colocou como uma das datas maio, se sabia ou deveria saber que maio é uma data que prejudicaria imensamente o calendário acadêmico das universidades brasileiras. Me parece uma crise no Ministério da Educação, um ministério que dada a sua importância está sem ministro. O Brasil em si está em crise”, afirmou Isaac.

LeiaJá também

--> Fim da espera: MEC anuncia datas das provas do Enem

--> Sisu poderá ter edição extra em 2021

--> Enem 2020 não terá comissão de avaliação de questões

--> Com datas confirmadas, o que e como estudar para o Enem?

As vendas do comércio varejista subiram 13,9% em maio ante abril, na série com ajuste sazonal, informou nesta quarta-feira (8) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio acima do teto do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que esperavam uma alta entre 0,90% e 11,60%, com mediana positiva de 5,90%.

Em relação a maio de 2019, sem ajuste sazonal, as vendas do varejo tiveram baixa de 7,2% em maio de 2020. Também nessa comparação, o resultado surpreendeu positivamente. O recuo foi ainda menor que a previsão menos negativa dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast. Nesse confronto, as projeções iam de uma queda de 17,30% a 8,30%, com mediana negativa de 13,40%.

##RECOMENDA##

As vendas do varejo restrito acumularam recuo de 3,9% no ano e ficam estáveis (0%) em 12 meses.

Varejo ampliado

Quanto ao varejo ampliado, que inclui as atividades de material de construção e de veículos, as vendas subiram 19,6% em maio ante abril, na série com ajuste sazonal. O resultado também veio acima do teto do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que esperavam um aumento entre 0,50% e 13,10%, com mediana positiva de 7,70%.

Na comparação com maio de 2019, sem ajuste, as vendas do varejo ampliado tiveram baixa de 14,9% em maio de 2020. O resultado também surpreendeu positivamente. Nesse confronto, as projeções variavam de uma redução entre 27,7% e 16,2%, com mediana de negativa de 22,4%.

As vendas do comércio varejista ampliado acumularam queda de 8,6% no ano e redução de 1% em 12 meses.

A queda de 21,9% registrada pela indústria em maio de 2020 ante maio de 2019 foi decorrente de perdas na produção em 22 das 26 atividades pesquisadas, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Além dos reflexos negativos da pandemia do novo coronavírus, o efeito-calendário negativo contribuiu para intensificar a magnitude de perdas na produção, segundo André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE. O mês de maio de 2020 teve dois dias úteis a menos do que maio de 2019.

##RECOMENDA##

Entre as atividades, o setor de veículos automotores, reboques e carrocerias despencou 74,5%, a maior influência negativa para a média da indústria. Houve perdas relevantes ainda nos ramos de máquinas e equipamentos (-35,5%), metalurgia (-28,0%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (-60,8%), produtos de borracha e de material plástico (-26,4%), outros produtos químicos (-17,1%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-36,5%), couro, artigos para viagem e calçados (-56,3%), produtos de minerais não-metálicos (-25,0%), produtos de metal (-25,0%), outros equipamentos de transporte (-71,2%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-31,1%), produtos têxteis (-46,5%), indústrias extrativas (-5,7%), produtos diversos (-50,6%) e bebidas (-16,5%).

Entre as quatro atividades que apontaram expansão na produção em relação a maio do ano passado, os avanços mais relevantes foram registrados por produtos alimentícios (2,9%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (1,6%).

O Índice de Difusão da indústria - que mostra o porcentual de produtos investigados com avanço na produção em relação ao mesmo mês do ano anterior - desceu de 19,1% em abril para 17,3% em maio, o pior desempenho da série histórica.

"É o pior da série. O segundo porcentual mais baixo foi o do mês passado. O Índice de Difusão há oito meses está mostrando predomínio de produtos com taxas negativas. Não é um movimento de agora, mas houve aumento de intensidade de produtos com taxas negativas", frisou Macedo.

Segundo o gerente do IBGE, a flexibilização das medidas de isolamento social no combate à covid-19 pode levar a algum tipo de melhora da produção industrial no País nos próximos meses.

"Uma maior flexibilização pode se traduzir em resultado melhor à frente, mas sempre tendo a ressalva de que é um crescimento que se dá sobre uma base de comparação depreciada", ressaltou Macedo.

No caso de uma eventual necessidade de novo endurecimento das medidas de isolamento social, se a crise sanitária voltar a piorar, um novo fechamento de plantas industriais poderia novamente ter reflexos sobre a produção.

"A priori não tenho como dizer se esse movimento de crescimento (de maio ante abril) vai permanecer", disse Macedo. "(A indústria) Pode ter também problemas de natureza de demanda menor do âmbito doméstico. Com os dados do mercado de trabalho com contingente importante de pessoas fora dele, o ritmo da produção também vai estar diretamente associado à dinâmica desse demanda doméstica. E tem a questão do mercado externo, as exportações, para onde (a indústria) vai escoar a produção. São vários fatores que podem de alguma forma acelerar ou evitar a recuperação dessa produção industrial", alertou o pesquisador.

A produção industrial subiu 7% em maio ante abril, na série com ajuste sazonal, divulgou nesta quinta-feira, 2, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado superou a mediana das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, calculada em 6,15%, e ficou dentro do intervalo de previsões, de queda de 1,50% a avanço de 12,20%.

Em relação a maio de 2019, a produção caiu 21,9%. Nessa comparação, sem ajuste, as estimativas variavam de uma queda de 28,9% a 17,1%, com mediana negativa de 22,2%. A indústria acumula queda de 11,2% no ano de 2020. Em 12 meses, a produção acumula baixa de 5,4%.

##RECOMENDA##

A produção da indústria de bens de capital cresceu 28,7% em maio ante abril, informou o IBGE. Na comparação com maio de 2019, o indicador recuou 39,4%. Os dados fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física (PIM-PF). No acumulado em 12 meses, houve redução de 9,6% na produção de bens de capital.

Em relação aos bens de consumo, a produção registrou alta de 14,5% na passagem de abril para maio. Na comparação com maio de 2019, houve redução de 31%. No acumulado em 12 meses, a produção de bens de consumo diminuiu 6,3%.

Na categoria de bens de consumo duráveis, a produção aumentou 92,5% em maio ante abril. Em relação a maio de 2019, houve queda de 69,7%. Em 12 meses, a produção diminuiu 14,7%.

Entre os semiduráveis e os não duráveis, houve elevação de 8,4% na produção em maio ante abril. Na comparação com maio do ano anterior, a produção caiu 19,3%. A taxa em 12 meses ficou negativa em 4,0%.

Para os bens intermediários, o IBGE informou que a produção subiu 5,2% em maio ante abril. Em relação a maio do ano passado, houve uma queda de 14,6%. No acumulado em 12 meses, os bens intermediários tiveram redução de 4,2%.

O índice de Média Móvel Trimestral da indústria registrou queda de 8% em maio.

A taxa de desocupação no Brasil ficou em 12,9% no trimestre encerrado em maio, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta terça-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado ficou perto da mediana das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, do sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, calculada em 13%, e dentro do intervalo entre 12,3% e 14,8%.

##RECOMENDA##

Em igual período de 2019, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 12,3%. No trimestre até abril de 2020, a taxa de desocupação estava em 12,6%.

A renda média real do trabalhador foi de R$ 2.460,00 no trimestre encerrado em maio. O resultado representa alta de 4,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 206,623 bilhões no trimestre até maio, queda de 2,8% ante igual período do ano anterior.

A pandemia do coronavírus levou ao fechamento de 1,487 milhão de vagas com carteira assinada entre março, quando foi registrado o primeiro caso de covid-19 no país, e maio. De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta segunda-feira, 29, pelo Ministério da Economia. No mês de maio, o saldo líquido entre a abertura e o fechamento de vagas foi negativo em 331.901 empregos.

O resultado de maio decorre de 703.921 admissões e 1,035 milhão de demissões. Esse foi o pior resultado para o mês da série histórica, que tem início em 1992. Em maio de 2019, houve a abertura de 32.140 vagas.

##RECOMENDA##

No acumulado do ano, o saldo do Caged foi negativo em 1,144 milhão de vagas, o pior desempenho da série histórica disponibilizada (2010).

Ao todo 4,2 milhões de brasileiros, ou cerca de 2% da população, apresentaram sintomas conjugados de síndrome gripal que podiam estar associados à Covid-19 em maio, calcula a PNAD Covid-19, pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os conjuntos de sintomas utilizados foram: perda de cheiro ou de sabor, ou tosse e febre e dificuldade para respirar, ou tosse e febre e dor no peito. Segundo o IBGE, eles foram informados pelo morador e não se pressupõem a existência de um diagnóstico médico.

##RECOMENDA##

"Esses sintomas conjugados estão mais concentrados nas regiões Norte ou Nordeste. Em termos de perfil, eles estão mais associados às mulheres, à população de 30 a 59 anos de idade, e à população preta ou parda", disse Maria Lúcia Vieira, coordenadora de Rendimento e Emprego do IBGE, em entrevista coletiva.

A elaboração do indicador síntese se deu a partir de uma pesquisa recomendada pelo CDC - Control Disease Center, observação de experiências internacionais e consulta a especialistas brasileiros do Inca, do Ministério da Saúde, da Fiocruz, da escola de enfermagem UFMG. "São os sintomas relacionados à síndrome gripal." Segundo o diretor adjunto de pesquisas do IBGE, Cimar Azeredo, na pesquisa de julho serão inseridos outros sintomas, entre eles, a diarreia.

As pessoas negras ou pardas representaram 70% dos que apresentaram algum dos sintomas conjugados, e as mulheres representaram 57,4%. Pela distribuição etária, o maior porcentual foi entre as pessoas de 30 e 59 anos (55,2%), seguido pelo grupo entre 20 e 29 anos (21,1%) e pelos idosos com 60 anos ou mais (11,1%).

Entre as pessoas que apresentaram sintomas conjugados, 31,3% (ou 1,3 milhão de pessoas) procuraram atendimento em estabelecimento de saúde. A maioria deles procurou atendimento em estabelecimentos públicos de saúde (postos de saúde, equipe de saúde da família, UPA, Pronto Socorro ou Hospital do SUS): 78,2%.

Além disso, 13,5% (61 mil) das pessoas que procuraram atendimento em hospitais com algum dos sintomas conjugados precisaram ficar internadas e, destas, 36,1% (22 mil) precisaram ser sedadas, entubadas e colocadas em respiração artificial.

O contingente de pessoas desocupadas somou 10,1 milhões no País em maio, segundo os primeiros resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Covid19 (Pnad Covid19), divulgados nesta quarta-feira, 24, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa de desocupação atingiu 10,7% no mês.

A pesquisa revela que tanto a desocupação e a informalidade são maiores nas regiões Norte e Nordeste, mulheres e entre pessoas pretas ou pardas.

##RECOMENDA##

O Nordeste e o Norte são as regiões que apresentaram maiores taxas de desocupação em maio: 11,2% e 11,0%, frente a Centro-Oeste (11,4%), Sudeste (10,9%) e Sul (8,9%). "O destaque é a região Sul, que teve o menor nível de desocupação", disse Maria Lúcia Vieira, coordenadora de Rendimento e Emprego do IBGE

A taxa de desocupação entre as mulheres (12,2%) foi maior que a dos homens (9,6%). Por raça ou cor, a taxa de desocupação da população preta ou parda atingiu 12%, enquanto a da população branca ficou em 9,2%.

O IBGE apontou 29,1 milhões de pessoas ocupadas na informalidade por meio da pesquisa no mês de maio. Nesse recorte, a taxa de informalidade entre pretos e pardos é de 38,6%, contra 30,2% de brancos. Por região, a informalidade no Norte (48%) e no Nordeste (45,4%) , enquanto a média do Brasil era de 34,7% no mês.

Em maio, a PNAD Covid19 estimou que o país tinha 169,9 milhões de pessoas em idade de trabalhar, isto é, com mais de 14 anos. Segundo o IBGE, 84,4 milhões de pessoas estavam na população ocupada em maio. Outros 75,4 milhões estavam fora da força de trabalho (que não estava trabalhando nem procurava por trabalho).

27,9% da população ocupada trabalhou menos

Cerca de um terço da população brasileira que continuou trabalhando durante a pandemia da Covid-19 (18,3 milhões de pessoas ou 27,9%) trabalhou menos do que sua jornada habitual.

Os dados são relativos ao mês de maio e apontam que a média semanal de horas efetivamente trabalhadas caiu de uma média de 39,6 horas para 27,4 horas. No entanto, para 2,4 milhões de trabalhadores, ou 3,6% das pessoas ocupadas e não afastadas, a média de horas trabalhadas aumentou.

Segundo o IBGE o rendimento efetivo dos trabalhadores caiu, ficando cerca de 18% menor do que o habitualmente recebido. O rendimento habitual de todos os trabalhos no País ficou, em média, em R$ 2.320 e o efetivo em R$ 1.899, ou seja, o efetivo representava 81,8% do habitualmente recebido.

Segundo a pesquisa, no Brasil, 38,7% dos domicílios receberam algum auxílio relacionado à pandemia. O valor médio recebido foi de R$ 847. Entre os benefícios, estão o Auxílio Emergencial e a complementação do Governo pelo Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda.

O estoque da dívida pública federal (DPF) subiu 2,17% em maio, quando atingiu R$ 4,250 trilhões. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (24) pelo Tesouro Nacional. Em abril, o estoque estava em R$ 4,160 trilhões.

A correção de juros no estoque da DPF foi de R$ 16,53 bilhões no mês passado, quando houve emissão líquida de R$ 73,58 bilhões.

##RECOMENDA##

A DPF inclui a dívida interna e externa. A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) subiu 2,26% e fechou o mês em R$ 4,032 trilhões.

Já a Dívida Pública Federal externa (DPFe) ficou 0,41% maior, somando R$ 218 bilhões no mês passado.

Estrangeiros

A fatia dos investidores estrangeiros na dívida pública voltou a cair em maio em relação a abril. De acordo com dados divulgados pelo Tesouro Nacional, a participação dos investidores no Brasil no estoque da DPMFi passou de 9,36% para 9,11% em maio, somando R$ 367,29 bilhões. Em abril, o estoque estava em R$ 369,26 bilhões.

As instituições de previdência reduziram a participação no estoque da dívida de 25,65% para 24,88%. A categoria das instituições financeiras, por outro lado, teve alta na participação do estoque da DPMFi de 25,72% em abril para 26,77% em maio.

Os fundos de investimentos aumentaram levemente a fatia de 5,76% para 25,85%. Já a participação das seguradores passou de 3,96 % para 3,91%.

Após o superávit de US$ 3,840 bilhões em abril, o resultado das transações correntes ficou novamente positivo em maio deste ano, em US$ 1,326 bilhão, informou nesta quarta-feira (24) o Banco Central. Os dados refletem os efeitos da pandemia do novo coronavírus, que a partir de março se intensificou no Brasil, reduzindo o volume de importações de produtos. A autarquia projetava para o mês passado superávit de US$ 3,1 bilhões na conta corrente.

O número de maio ficou dentro do levantamento realizado pelo Projeções Broadcast, que tinha intervalo de superávit de US$ 1,000 bilhão a superávit de US$ 4,500 bilhões (mediana positiva de US$ 1,930 bilhão).

##RECOMENDA##

A balança comercial registrou saldo positivo de US$ 4,205 bilhões em maio, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 1,717 bilhão. A conta de renda primária também ficou deficitária, em US$ 1,303 bilhão. No caso da conta financeira, o resultado ficou positivo em US$ 1,449 bilhão.

No acumulado do ano até maio, o rombo nas contas externas soma US$ 11,334 bilhões. A estimativa atual do BC é de déficit em conta corrente de US$ 41,0 bilhões em 2020. Esta estimativa, no entanto, foi divulgada no fim de março, quando os efeitos da pandemia do novo coronavírus sobre a economia ainda não eram claros. O dado será atualizado nesta quinta-feira, 25, na divulgação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI).

Nos 12 meses até maio deste ano, o saldo das transações correntes está negativo em US$ 42,447 bilhões, o que representa 2,54% do Produto Interno Bruto (PIB). Este é o menor porcentual desde setembro de 2019 (2,53%).

Lucros e dividendos

A remessa de lucros e dividendos de companhias instaladas no Brasil para suas matrizes foi de apenas US$ 32 milhões em maio, informou o Banco Central. A saída líquida representa um volume bastante inferior aos US$ 2,431 bilhões que foram enviados em igual mês do ano passado, já descontados os ingressos.

No acumulado do ano até maio, a saída líquida de recursos via remessa de lucros e dividendos alcançou US$ 6,175 bilhões. A expectativa do BC é de que a remessa de lucros e dividendos de 2020 some US$ 25,0 bilhões. Esta projeção, no entanto, havia sido divulgada no fim de março.

O BC informou também que as despesas com juros externos somaram US$ 1,274 bilhão em maio, ante US$ 997 milhões em igual mês do ano passado.

No acumulado do ano até maio, essas despesas alcançaram US$ 9,065 bilhões.

Viagens internacionais

Sob os efeitos da pandemia do novo coronavírus na economia, a conta de viagens internacionais registrou déficit de apenas US$ 87 milhões em maio, informou o Banco Central. O valor reflete a diferença entre o que os brasileiros gastaram lá fora e o que os estrangeiros desembolsaram no Brasil no período. Em maio de 2019, o déficit nessa conta foi de US$ 1,053 bilhão.

Na prática, com o dólar mais elevado e o espaço aéreo fechado em vários países, os gastos líquidos dos brasileiros no exterior despencaram 91,7% em maio deste ano. Vale lembrar que a pandemia do novo coronavírus ganhou corpo a partir de março, quando se intensificaram as restrições de deslocamento entre países. No dia 24 de maio, os Estados Unidos anunciaram a proibição de entrada de viajantes estrangeiros provenientes do Brasil.

O desempenho da conta de viagens internacionais no mês passado foi determinado por despesas de brasileiros no exterior, que somaram US$ 200 milhões - queda de 86,4% em relação a maio de 2019. Já o gasto dos estrangeiros em viagem ao Brasil ficou em US$ 113 milhões no mês passado, o que representa um recuo de 72,9%.

No ano até maio, o saldo líquido da conta de viagens ficou negativo em US$ 1,663 bilhão.

Junho

A conta de viagens internacionais registra déficit de apenas US$ 101 milhões em junho até o dia 19. O dado parcial para o mês leva em conta os efeitos da pandemia do novo coronavírus sobre a economia.

Com as restrições de viagens aéreas em todo o mundo, os brasileiros gastaram no exterior apenas US$ 218 milhões em junho até o dia 19. Já os turistas em viagem ao Brasil tiveram despesas de US$ 117 milhões no período.

Dívida externa

A estimativa do Banco Central para a dívida externa brasileira em maio é de US$ 313,946 bilhões. Segundo a instituição, o ano de 2019 terminou com uma dívida de US$ 322,985 bilhões.

A dívida externa de longo prazo atingiu US$ 233,407 bilhões em maio, enquanto o estoque de curto prazo ficou em US$ 80,540 bilhões no fim do mês passado.

Neste sábado (20), será iniciado o período de votação para escolha das novas datas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O procedimento de escolha que vai até o dia 30 de junho.

A votação é restrita aos inscritos no Exame e deve ser feita por meio da Página do ParticipanteAo fazer login, as opções apresentadas ao estudante são Enem impresso em 6 e 13 de dezembro e Enem Digital em 10 e 17 de janeiro; Enem impresso em 10 e 17 de janeiro e Enem Digital em 24 e 31 de janeiro; ou Enem impresso em 2 e 9 de maio e Enem Digital em 16 e 23 de maio. Confira um passo a passo para a votação:

##RECOMENDA##

[@#galeria#@]

LeiaJá também

--> Enquete não oficial aponta preferência pelo Enem em maio

--> Em nota, MEC diz que Weintraub 'inovou' no Enem

--> Professores e UNE comemoram saída de Weintraub do MEC

Mesmo após o segundo mês consecutivo de deflação, pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a alta dos preços dos alimentos - de 0,24% em maio, vindo de um aumento de 1,79% em abril - indica que as famílias mais pobres terão a renda ainda mais comprometida pela pandemia.

Quando os alimentos sobem em um momento de alta de salários, esse gasto acaba amortecido pelo ganho de renda. No cenário atual, no entanto, a perda de dinheiro das famílias, sobretudo para as de menor renda, é expressiva e a alta dos custos de alimentação pesam ainda mais.

##RECOMENDA##

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as famílias mais pobres gastam cerca de 22% do orçamento com alimentação. E uma outra pesquisa, do Instituto Plano CDE, aponta que 50% das famílias das classes D e E, de baixa renda, perderam mais da metade da renda desde o início da crise causada pela pandemia do novo coronavírus.

"A crise, do ponto de vista de desigualdade de renda, é catastrófica. Muitos profissionais, ainda com redução de salário, puderam se adaptar para trabalhar em casa. Para os mais pobres, só restou tentar o auxílio emergencial", diz o economista da Universidade de Brasília (UnB) José Luis Oreiro.

Especialista em inflação, o economista da Universidade de São Paulo (USP) Heron do Carmo lembra que há um problema de oferta de alimentos, por conta do clima mais seco e muitos produtos estão sujeitos a choque de preços. "Pesou mais para as famílias mais pobres. Como é um gasto básico, não há uma queda abrupta do consumo, mas o consumidor procura, na medida do possível, racionalizar as compras."

Pelo IPCA, itens como frutas (-2,10%) tiveram queda de preços, mas houve altas de produtos, como cebola (30,08%), batata-inglesa (16,39%), feijão carioca (8,66%) e carnes (0,05%).

André Braz, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), concorda que a alta dos alimentos, apesar de destoar dos demais preços, vem em um momento cruel. "A alta de 0,24% poderia parecer pouco, se a renda tivesse se mantida estável. O problema é quando a renda desaparece, por conta da pandemia, e comer fica mais caro."

Ele avalia que os preços dos alimentos devem ter uma nova alta em junho, por conta de um aumento da demanda por carnes por parte da China, que já começou o processo de reabertura após a quarentena. "Essa nova alta dos alimentos, porém, ainda não deve ser suficiente para que a inflação como um todo suba, devemos ter mais um mês de deflação em junho."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em meio à pandemia do novo coronavírus, os preços da economia voltaram a recuar pelo segundo mês consecutivo. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) saiu de uma deflação de 0,31% em abril para uma queda de 0,38% em maio, o menor resultado em mais de duas décadas, informou o IBGE.

"Essa é a segunda maior deflação do Plano Real", ressaltou Pedro Kislanov, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE.

##RECOMENDA##

Com um cenário inflacionário tão comportado, o Itaú Unibanco espera que o Banco Central (BC) corte em 0,75 ponto porcentual a taxa básica de juros, a Selic, na reunião de junho, para 2,25% ao ano até o fim de 2020.

"A inflação não é um risco para a política monetária, olhando esse cenário benigno para 2020 e a propagação para 2021", resumiu a economista Julia Passabom, do Itaú Unibanco.

A queda nos preços dos combustíveis e das passagens aéreas puxou a deflação em maio, mas as famílias também gastaram menos com habitação, vestuário, saúde e despesas pessoais. Os alimentos subiram menos, embora os preços ainda persistam em patamar elevado. Cenoura e frutas ficaram mais baratas, enquanto cebola, batata-inglesa, feijão carioca e carnes pesaram mais no orçamento. "O nível de preços continua alto, e ficou um pouquinho mais alto. Essa demanda elevada também ajuda a segurar os preços lá em cima", lembrou Pedro Kislanov, gerente do IPCA do IBGE.

A taxa acumulada pelo IPCA em 12 meses desacelerou de 2,40% em abril para 1,88% em maio, ante uma meta de 4% perseguida pelo BC ao fim deste ano. O resultado de maio foi o mais baixo desde janeiro de 1999, quando a taxa em 12 meses estava em 1,65%.

"De uma maneira geral, a deflação em maio e abril mostrou a pressão da recessão causada pelas medidas de distanciamento social nos preços de serviços e produtos. Mas, como parece que abril foi o fundo do poço para a atividade, já trabalhamos com expectativa de uma taxa positiva em junho (no IPCA do mês)", afirmou o economista sênior do Banco MUFG Brasil, Carlos Pedroso.

Para Kislanov, os últimos reajustes dos combustíveis nas refinarias e a flexibilização das medidas de isolamento social podem pressionar a inflação em junho. "Em relação ao isolamento social, a gente tem de aguardar para ver, pode ser que haja maior movimentação na economia e que possa se refletir nos preços de serviços", disse.

De janeiro a maio, os combustíveis contribuíram para conter o IPCA. A gasolina acumulou uma queda de preços de 14,64% nos cinco primeiros meses do ano de 2020. O etanol recuou 18,14% no período, enquanto o óleo diesel diminuiu 14,43%.

O economista Vitor Vidal, da corretora XP Investimentos, acredita que a alta dos preços de petróleo puxada pela retomada econômica no mundo, e, em consequência da gasolina, é o maior risco de pressão sobre a inflação neste ano. No entanto, ele avalia que essa recuperação da economia ainda deve ser lenta, mantendo os preços em níveis bastante baixos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A queda de 0,38% registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em maio foi o mais baixo resultado desde agosto de 1998, quando recuou 0,51%, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em maio de 2019, o IPCA ficou em 0,13%. Com o resultado de maio de 2020, a taxa acumulada pelo IPCA em 12 meses desacelerou de 2,40% em abril para 1,88%, ante uma meta de 4% perseguida pelo Banco Central este ano.

##RECOMENDA##

A taxa do IPCA em 12 meses foi a mais baixa desde janeiro de 1999, quando estava em 1,65%.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou deflação de 0,38% em maio, ante um recuo de 0,31% em abril, informou nesta quarta-feira (10) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A deflação registrada foi menor que a mediana das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, do sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, calculada em -0,46%, mas ficou no intervalo das previsões, todas de queda, de 0,61% a 0,35%.

##RECOMENDA##

O IPCA acumula queda de 0,16% no ano, segundo o IBGE. Em 12 meses, o resultado é de alta de 1,88%, acima da mediana de 1,80% das projeções (intervalo de 1,64% a 1,91%).

As exportações da China caíram em maio, atingidas pela pandemia de coronavírus que segue derrubando a demanda global. Enquanto isso, uma queda mais acentuada que a esperada nas importações sinalizou pressão crescente sobre fábricas do país.

As leituras de comércio da segunda maior economia do mundo colocam pressão sobre autoridades do país para adotarem mais medidas de estímulo para um setor que é crítico para a renda de mais de 180 milhões de pessoas. O comércio externo representa cerca de um terço da economia da China.

##RECOMENDA##

As exportações da China em maio caíram 3,3% sobre um ano antes, depois de uma alta surpreendente de 3,5% em abril, segundo dados divulgados ontem. Isso se compara a uma perspectiva de queda de 7% compilada por pesquisa da Reuters.

Embora as exportações tenham sido melhores que o esperado, as importações desabaram. Elas caíram 16,7% em maio sobre um ano antes, ampliando a queda de 14,2% em abril e compondo o pior declínio desde janeiro 2016. A expectativa média do mercado era de que as importações de maio cairiam 9,7%.

Como resultado, a China teve um superávit comercial recorde de US$ 62,93 bilhões em maio. (Com agências internacionais). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os pedidos de falência no País subiram 30% em maio em relação a abril, conforme a Boa Vista. Já as taxas que medem os pedidos de recuperação judicial e as recuperações judiciais deferidas aumentaram bem mais na comparação mensal: 68,6% e 61,5%, respectivamente. Em contrapartida, as falências decretadas caíram 3,3% no mês passado ante o anterior.

No acumulado em 12 meses finalizados em maio, os pedidos de recuperação judicial cresceram 3,7%, enquanto as recuperações judiciais deferidas tiveram alta de 2,4%. Já os pedidos de falência caíram 25% e as falências decretadas cederam 21,6% no acumulado em 12 meses.

##RECOMENDA##

O recuo no índice de falências, segundo a Boa Vista, estava atrelado à melhora nas condições econômicas apresentada entre 2017 e o início deste ano. Contudo, devido aos efeitos do novo coronavírus, essa dinâmica tende a ser alterada. "Como observado na análise mensal, a tendência é de que as empresas tenham mais dificuldades em dar continuidade a esse movimento nos próximos meses", cita em nota.

Pelos resultados da primeira quinzena, as vendas de veículos novos neste mês devem ficar próximos às de abril. Com 55,7 mil unidades comercializadas, foi o menor volume mensal para o setor em 21 anos. Com quedas recorde e estoques altos, as montadoras estão retomando gradualmente a produção sem ter ainda conseguido resolver o problema de liquidez.

As fabricantes reclamam do problema desde o início da crise e agora a preocupação aumenta diante da falta de perspectivas de um acordo com o governo para a liberação de linha de crédito com juros mais acessíveis ante aos cobrados no mercado.

##RECOMENDA##

As montadoras afirmam necessitar de R$ 40 bilhões para manter operações nos próximos três meses. O dinheiro seria para pagar fornecedores e dar suporte às concessionárias, permitindo a atuação desses segmentos até o arrefecimento da pandemia do coronavírus.

A proposta das empresas é que o governo, por meio do BNDES, convença bancos privados a liberarem crédito com juros e prazos acessíveis para o momento de crise. Em troca, oferecem como parte das garantias R$ 25 bilhões que têm em crédito a receber do governo federal e dos Estados por impostos dos quais são isentas, mas têm de recolher por uma "aberração do sistema jurídico", afirma o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos Moraes.

Ele ressalta que a falta de liquidez é problema de todos os setores, não só do automotivo. Ele defende uma solução sistêmica, que seria o governo assumir o risco da garantia para todos. "Nem todo mundo vai dar calote e, mesmo que alguns deem, a conta será menor do que, por falta de condições, as empresas deixarem de recolher impostos, demitirem funcionários (que terão de receber o salário-desemprego), além do aumento da informalidade", diz.

"O governo tem de tomar uma decisão", diz Moraes, ressaltando que empresas de todos os portes estão com dificuldades de obter crédito. O R$ 1,2 trilhão liberado pelo Banco Central não chega à ponta por causa da preocupação dos bancos com o calote, afirma Moraes. Quando liberam, é com juro "absurdo", que chega a 20% ao ano, e curto prazo de carência.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Índice de Confiança do Comércio (Icom) subiu 6,2 pontos na passagem de abril para maio, para 67,4 pontos, informou nesta segunda-feira a Fundação Getulio Vargas (FGV). Nos dois meses anteriores, o índice tinha acumulado uma perda de 38,6 pontos e descido ao menor nível da série histórica.

"Os efeitos da pandemia de coronavírus continuam impactando as empresas do comércio após a forte queda da confiança de abril. Apesar da alta no mês, esse resultado pode ser visto como uma acomodação em patamar muito baixo, dado que esse resultado positivo recuperou apenas 16% da confiança perdida desde março. Ainda não é possível observar cenário de recuperação consistente devido ao elevado nível de incerteza e à grande cautela por parte dos consumidores, que informam estarem comprando apenas o essencial neste momento", avaliou Rodolpho Tobler, coordenador da Sondagem do Comércio no Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.

##RECOMENDA##

Em maio, houve melhora na confiança em todos os seis principais segmentos do comércio. O Índice de Situação Atual (ISA-COM) avançou 8,4 pontos, para 69,3 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE-COM) subiu 3,7 pontos, a 66,9 pontos, o segundo menor patamar da série histórica iniciada em março de 2010.

Em médias móveis trimestrais, os revendedores de bens essenciais - hipermercados e supermercados, alimentos, bebidas e artigos farmacêuticos - registraram alta de 0,7 ponto no ISA-COM em maio ante abril, sugerindo que a pandemia não parece ter afetado tanto suas avaliações sobre o momento atual.

Entre os revendedores dos demais itens, o ISA-COM recuou 15,1 pontos em maio ante abril. "O resultado sugere que as vendas do setor continuam com ritmo muito baixo, à exceção dos segmentos essenciais", ressaltou a FGV, na nota.

A coleta de dados para a edição de maio da Sondagem do Comércio foi realizada entre os dias 4 e 22 do mês e obteve informações de 667 empresas.

O número de famílias com dívidas em cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguro recuou ligeiramente em maio, passando de 66,6%, em abril, para 66,5%. O percentual de endividamento foi maior que maio de 2019, quando ficou em 63,4%.

A proporção de famílias endividadas, medida pela Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) foi divulgada hoje (20).

##RECOMENDA##

Segundo a CNC, a quantidade de brasileiros com dívidas ou contas em atraso caiu 0,2 ponto percentual na comparação mensal, ficando em 25,1%. No entanto, houve crescimento em relação a maio do ano passado, quando ficou em 24,1%.

“Mesmo com as incertezas impostas pela pandemia, a inadimplência não mostra trajetória explosiva, pelo menos não ainda. Com medidas de auxílio à renda, como o coronavoucher, as famílias mostram alguma resiliência na quitação de seus compromissos financeiros”, afirmou, em nota, a economista da CNC responsável pela pesquisa, Izis Ferreira.

O percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e que, portanto, permaneceriam inadimplentes aumentou, passando de 9,9% do total em abril para 10,6% em maio. Esta é a maior proporção de famílias que permanecerão na inadimplência para um mês de maio desde o início da realização da Peic, em janeiro de 2010, e a mais elevada desde abril de 2018.

O total de famílias que se declararam muito endividadas também aumentou em maio, chegando a 16% e atingindo o maior percentual desde setembro de 2011, quando o indicador alcançou 16,3%.

O presidente da CNC, José Roberto Tadros, avalia que, apesar das medidas para enfrentar a crise provocada pelo novo coronavírus, como a injeção de liquidez na economia e a queda das taxas de juros, a maior aversão ao risco no sistema financeiro tem impedido que o crédito de fato alcance os consumidores.

“Apesar da pequena queda no mês, o endividamento das famílias está em proporção elevada, sendo importante também viabilizar prazos mais longos para os pagamentos das dívidas, como forma de evitar o crescimento da inadimplência nos meses à frente”, disse Tadros, em nota.

Em relação aos tipos de dívida, o cartão de crédito continua sendo o mais apontado pelos brasileiros como a principal modalidade de endividamento: 76,7%. Carnês (18%) e financiamento de veículos (11,1%) também permanecem na segunda e terceira posições, respectivamente. “O cartão de crédito, apesar de seguir em primeiro lugar nos principais tipos de dívida, vem perdendo espaço para outros tipos de dívida, em função de ser uma das modalidades mais caras de crédito. O endividamento com cartão chegou a representar 79,8% em janeiro deste ano”, disse a economista.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando