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O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou, nesta sexta-feira (29), os editais das edições impressa e digital do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Os documentos poderão ser conferidos no Diário Oficial da União (DOU).

Segundo o cronograma, as inscrições para o Enem 2022 poderão ser realizadas entre os dias 10 e 21 de maio, por meio da Página do Participante. A taxa de candidatura, no valor de R$ 85, pode ser paga até o dia 27 do mesmo mês.

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Veja o cronograma abaixo:

cronograma do Enem 2022

No edital, o Inep alerta que o participante que justificou ausência ou solicitou isenção também deverá se inscrever no período de candidaturas.

Como de costume nos anos anteriores, a abertura dos portões dos locais de aplicação serão realizadas a partir das 12h, horário de Brasília, enquanto o fechamento está previsto para as 13h. O início das provas será meia hora depois, às 13h30. O término do prazo para responder às questões será às 19h, no primeiro dia de aplicação, e de 18h30, no segundo.

Neste ano, o Inep disponibilizará 101.100 vagas para o Enem digital. As provas, tanto na versão impressa quanto na digital, são compostas por 45 questões das áreas de Matemática e suas Tecnologias, Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Ciências Humanas e suas Tecnologias e Ciências da Natureza e suas Tecnologias. Além disso, os participantes também realizarão uma redação.

Confira, abaixo, os editais:

Enem impresso

Enem digital

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (inep) divulgou, nesta quinta-feira (15), que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2021 conta com 4.004.764 inscritos. As candidaturas no processo seletivo puderam ser feitas até esta quarta-feira (14).

A confirmação do total de participantes só será feita, no entanto, após a confirmação do pagamento da taxa de inscrição, no valor de R$ 85. Os boletos podem ser pagos até a próxima segunda-feira (19).

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 Foram registrados 3.903.664 inscrições para a versão impressa do Enem, enquanto a modalidade digital teve as 101.100 vagas ofertadas preenchidas. As duas versões da prova serão aplicadas nas mesmas datas. O Enem 2021 será realizado em 21 e 28 de novembro.

O Enem Digital é exclusivo para o estudantes que já concluíram o ensino médio ou terão conclusão neste ano. Quem for fazer o Enem por experiência, na condição de "treineiro", só poderá fazer a versão impressa do exame. 

Para acompanhar o andamento da inscrição, o candidato deve ficar atento à Página do Participante. Para acessá-la, é preciso fazer login no portal gov.br, o mesmo procedimento realizado para fazer as candidaturas.

Confira as próximas datas do Enem 2021:

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O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2021 já está com inscrições abertas. No ano passado, os estudantes contaram com a possibilidade de realizar a prova também no formato digital, além do tradicional impresso. Com isso, as duas possbilidades podem gerar dúvidas nos estudantes que ainda não decidiram qual a melhor opção para realizar a prova. Pensando nisso, o LeiaJá conversou com professores que trouxeram dicas para ajudar os alunos a escolherem a melhor opção de acordo com o perfil.

Para o professor de química Berg Figueiredo, ainda que no edital informe que as provas sejam no mesmo dia e com a mesma dificuldade, o aluno que deseja realizar o exame para concorrer a uma vaga em uma universidade, deveria optar pela prova impressa. “Entre os motivos pelas quais a opção impressa seria a mais adequada, é que a prova permite que o aluno risque, marque alternativas, faça rascunhos e observações. Com o Enem Digital, o aluno corre o risco de falta de energia, o que pode atrasar ou desestabilizar o psicológico. Outro ponto é o fato do aluno estar mais adequado a prova impressa, se já vem fazendo simulados ou cursinho”, explicou o docente.

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“O Enem Digital ainda pode ocasionar dores nas costas ou vista. A maneira como você se posiciona durante as horas de prova pode agravar o desconforto nessas regiões", completa Berg.

Professor de linguagens e redação Felipe Rodrigues, aconselha o aluno a observar seu comportamento com o computador e com o papel tradicional. “Estudantes da geração que não querem ser ‘cringe’, da nova geração, já estão totalmente adaptados a educação 4.0, esses estudantes vão ter muito mais tranquilidade em realizar a prova digital, não terão dificuldade no manuseio e ainda terão o tempo reduzido pois não precisarão marcar gabarito”, afirma.

Segundo Felipe, a opção é indiferente com relação à redação. “A estrutra continua a mesma, introdução, desenvolvimentos e conclusão. Independente se o aluno vai fazer impresso ou virtual, ele irá realizar a mesma produção de texto com o mesmo tema e folha redacional em ambas as modalidades. O estudante deve focar na estrutra textual, na apresentação desse texto e, em segundo momento, focar no conteúdo. A redação exige conteúdo, principalmente nas competências dois e três, gramática e proposta de intervenção”, aconselha.

O professor ainda ressalva que a escolha é muito particular, há alunos que não aceitaram o novo modelo, como há alunos que "se dão bem na frente de uma tela". Cabe ao estudante escolher o que o deixa mais confortável.

O Enem 2021 será realizado nos dias 21 e 28 de novembro. As inscrições podem ser feitas até o dia 14 de julho, por meio da Página do Participante. Os candidatos que não foram contemplados pela isenção, precisam pagar uma taxa de R$ 85.

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As inscrições para a edição 2021 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) terão início nesta quarta-feira (30), por meio da Página do Participante. Os interessados poderão realizar as candidaturas até o dia 14 de julho para as modalidades impressa ou digital.

Para realizar a prova, os interessados deverão se inscrever mesmo que já tenham adquirido a isenção da taxa de inscrição e/ou justificado a ausência no Enem 2020. No ato da candidatura, os participantes precisarão informar o número do CPF e a data de nascimento, além de indicar se querem fazer o Enem impresso ou o digital.

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Nesta edição, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão responsável pelo Enem, reforça que as duas versões do processo seletivo terão os mesmo itens e serão aplicadas nos dias 21 e 28 de novembro.

O Enem Digital será exclusivo para quem já concluiu o ensino médio ou está concluindo essa etapa em 2021. Os candidatos que farão a prova para fins de autoavaliação, chamados de “treineiros", só poderão optar pelo o Enem impresso.

O candidato que deseja ter atendimento especializado poderá, entre os dias 30 de junho e 14 de julho, no ato de inscrição, solicitar pela Página do Participante. O Inep também receberá os pedidos de tratamento pelo nome social a partir do dia 19 de julho.

O Ministério da Educação (MEC) publicou, nesta quarta-feira (2), o edital do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2021 das versões impressa e digital. O documento completo pode ser conferido no Diário Oficial da União

De acordo com o cronograma publicado oficialmente do edital, as inscrições serão realizadas no período de 30 de junho a 14 de julho, pela Página do Participante, enquanto o pagamento da taxa de candidatura, no valor de R$ 85, pode ser feito até o dia 19 do mesmo mês. A solicitação de tratamento especializado poderá ser feita no mesmo período.

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Já o tratamento pelo nome social, segundo o cronograma, poderá ser solicitado entre 19 e 23 de junho. A aplicação da prova está marcada para os dias 21 e 28 de novembro, tanto na versão digital quanto na impressa.

Provas

Assim como nos anos anteriores, os participantes responderão a 180 questões, divididas entre quatro áreas de conhecimento: Linguagens, Ciências da Natureza, Ciências Humanas e matemática, além de uma redação.

No primeiro dia, serão aplicadas provas de Ciências Humanas, Linguagens e redação, com duração de 5h30. Já o segundo dia de provas será composto das disciplinas de Ciências da Natureza e matemática.

Segundo o edital, o Enem impresso será aplicado em todos os estados e no Distrito Federal. A abertura dos portões dos locais de realização da prova está prevista para o meio-dia, enquanto o fechamento será às 13h. Já o início da priva está marcado para as 13h30. O término do exame será às 19h no primeiro dia e às 18h30 no segundo.

Para o Enem Digital, neste ano, serão disponibilizadas 101.100 inscrições, em municípios descritos no edital do exame. Veja mais informações do documento.

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Além de confirmar a participação dos treineiros na edição 2021 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) anunciou, na noite desta terça-feira (1º), uma informação bastante relevante sobre a prova digital. Neste ano, ela oferecerá 101.100 vagas e terá, segundo a autarquia, as mesmas questões do modelo impresso.

De acordo com a organização do Exame, a versão digital também terá atendimentos especializados. “Os recursos disponíveis serão prova ampliada, prova superampliada, prova com contraste e locais de prova com acessibilidade para pessoas com deficiência”, detalhou o Inep.

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As versões impressa e digital do Enem 2021 serão realizadas nos dias 21 e 28 de novembro. Para o Inep, essa decisão facilitará a “elaboração dos Cadernos de Questões, já que as duas versões utilizarão os mesmos itens”.

As inscrições poderão ser feitas de 30 de junho a 14 de julho, na Página do Participante. O edital do Enem, com todas as regras, deverá ser publicado ainda nesta semana.

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Ao confirmar a aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), edição 2021, para os dias 21 e 28 de novembro deste ano, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, trouxe uma novidade. A versão impressa será realizada no mesmo dia da prova digital, que neste ano achega à segunda edição.

“Conforme eu já havia anunciado dias atrás, o Enem 2021 acontecerá e será aplicado neste ano. As provas serão aplicadas nos dias 21 e 28 de novembro, para as versões impressa e digital. É isso mesmo! A mesma prova, nas mesmas datas, para as duas modalidades”, comunicou Ribeiro, por meio do Twitter. No exame 2020, as aplicações ocorreram em momentos diferentes.

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Na visão do professor de Linguagens e redação Diogo Xavier, a realização as versões impressa e digital do Enem nos mesmos dias é um aspecto positivo, desde que as questões sejam as mesmas. “A prova digital e a impressa ocorrendo juntas acaba deixando-as mais isonômicas, caso o Inep aplique exatamente a mesma prova. Caso não haja problemas logísticos, será benéfica essa unificação”, opinou.

O professor de matemática Edu Coelho, porém, se apresenta contrário à aplicação das provas nas mesmas datas. “Sinceramente, sou bastante pessimista em relação à realização da prova impressa e digital no mesmo dia, haja vista o histórico das últimas edições do Enem em que aconteceram diversos problemas, então, acho que é bastante cedo colocar as provas no mesmo dia, já que houve apenas uma edição da versão digital. Acredito que ainda não foi possível corrigir os erros sobre ela”, analisou Coelho.

O período de inscrições para as duas provas será de 30 de junho a 14 de julho, na Página do Participante. O edital do processo seletivo, com todas as regras e o valor da taxa de participação, deverá ser publicado nesta semana.

Estudantes que estão habituados com o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) reunir, somente em uma prova, todos os conteúdos do ensino médio, agora verão novas modalidades. Este ano, além do exame impresso e digital, os vestibulandos de todo o Brasil poderão contar com a prova no formato seriado.

As versões impressa e digital do Enem estão previstas para serem aplicadas em novembro ou dezembro deste ano, como afirmou, em coletiva de imprensa, o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Alexandre Lopes. As duas modalidades serão aplicadas em dois domingos e terão, cada uma, 180 questões distribuídas entre as áreas de Linguagens, Ciências Humanas, Ciência da Natureza e matemática, além de uma redação.

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Neste ano, a versão digital do vestibular se tornou a maior aposta do Inep: “Nós vamos expandir o Enem digital já na edição de 2021”, ressaltou Lopes. Os estudantes que optarem por esta modalidade responderão às alternativas pelos computadores disponíveis nos locais de provas. A redação, por sua vez, terá que ser escrita manualmente, assim como na versão impressa.

Em 2021, o novo Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) será chamado de Enem Seriado. Nele, os alunos realizarão uma prova ao longo dos três anos do ensino médio e, ao final, poderão utilizar a pontuação para ingressar em uma instituição de ensino superior. A inédita modalidade do vestibular não será como as versões impressa e digital. Os alunos responderão, ao final de cada ano do ensino médio, questões ligadas apenas ao seu nível.

O Enem Seriado está previsto para ser aplicado em novembro deste ano para os alunos do primeiro ano do ensino médio do Brasil. “Será uma prova digital que abordará apenas língua portuguesa e matemática e deve também ter questões abertas, além das objetivas”, explicou o professor e diretor de inovação pedagógica, Vinícius Freaza, da Evolucional, startup de educação inovadora.

Ao LeiaJá, Freaza comenta quais são suas expectativas para as três modalidades da prova. “O ano de 2021 será de muitas mudanças em relação ao Enem. O exame regular, no formato que conhecemos, continuará acontecendo, porém deve haver um aumento de oferta para a versão digital. A grande novidade, entretanto, fica por conta da implementação do Enem Seriado, direcionada apenas para alunos da primeira série do ensino médio”, disse. Confira, a seguir, a entrevista com o professor:

Qual é o Enem "ideal"?

“Primeiramente, é preciso entender que o Enem Seriado não excluirá o Enem regular, mas será mais uma opção para o aluno. Se o aluno desejar, a partir de 2021 ele poderá fazer o Enem Seriado nas três séries do ensino médio e também fazer o Enem regular ao final do terceiro ano. Com isso, ao aplicar a nota para uma vaga na universidade, ele poderá optar em concorrer com a pontuação acumulada do Enem Seriado ou com a nota do Enem regular”, esclarece.

“Quanto a optar pela versão digital ou impressa no Enem regular, é importante que o candidato tenha simulado com antecipação o meio em que fará a prova. Se optar pelo formato digital, é ideal que ele tenha feito simulados em plataformas digitais semelhantes a do Enem. O Inep disponibilizou um vídeo tutorial da sua nova plataforma no youtube para conhecimento dos candidatos”, informa o professor.

Como começar a se preparar para cada versão do Enem?

Enem impresso: “fazer simulados no formato impresso; resolver provas antigas do Enem, priorizando as questões fáceis para aumentar o desempenho calculado pela Teoria de Resposta ao Item (TRI); e aprender a controlar o tempo de prova, considerando a transposição das alternativas escolhidas para o gabarito”, listou.

Enem digital: “fazer simulados em plataformas digitais; estudar o funcionamento da plataforma do Inep a partir do vídeo do YouTube; se informar com antecedência sobre o local em que fará a prova, e se preparar mentalmente para a organização da sua mesa de prova que contará com monitor, mouse e folhas de rascunho fornecidas pelo Inep”, elencou.

Enem Seriado: “ficar atento a divulgação dos editais e matrizes do exame que, segundo o Inep, deverão ser divulgados ainda em fevereiro de 2021; entender o tempo disponível para fazer a prova e organizá-lo de acordo com a quantidade e tipo de questões; e se preparar para fazer questões discursivas e objetivas de língua portuguesa e matemática”, finalizou o docente.

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A prova de matemática do exame Nacional do Ensino Médio (Enem) Digital foi mais objetiva, segundo o professor Ricardo Rocha. De acordo com o docente, os textos foram mais curtos e lembrou o início da aplicação do exame, nos anos 2000.

"No Enem Digital não caiu geometria com tanta frequência como no enem impresso, foi bem acessível para o estudante fazer, uma matemática mais leve, era ler e responder", salientou Rocha. 

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O docente aprovou o nível das questões. "Se continuar assim, vai ser uma prova bem mais justa, pois foi bem menos cansativa do que no enem impresso", garantiu. Alguns assuntos cobrados foram funções do primeiro e segundo graus, anagrama, estatística, áreas de figuras planas, perímetro, razão, proporção, regra de três, porcentagem, progressãoa ritmética, taxa percentual, divisão proporcional, volume, áreas e plano cartesiano.

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A prova de biologia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) Digital, realizado neste domingo (7), foi de fácil interpretação, segundo professores. De acordo com os docentes, os quesitos foram mais objetivos e fáceis de compreender, em comparação com a prova impressa do Enem.

"A prova foi acessível, bem distribuída, objetiva, ia logo na pergunta. Lembra o início das provas do Enem, por volta dos anos 2000. Foi melhor do que o Enem impresso", explicou o professor André Luiz. 

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Compartilhando do mesmo pensamento, está a professora Ana Gabriele. "Eu gostei bastante, ela (a prova) foi direta, foi tranquila e de fácil interpretação", garantiu. A docente ainda salienta que houve assuntos de bioquímica presentes. "Apesar de que algumas questões poderiam ter sido aprofundadas", pontuou.

O tamanho das questões também foi alvo de elogios do professor Carlos Bravo. "Foi melhor que a prova escrita", salientou. "As questões foram bem distribuídas, maior distribuição de conteúdo", finalizou.

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O professor de química Berg Figueiredo, em entrevista ao LeiaJá, analisou a prova digital do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), aplicada neste domingo (7). Para o educador, os quesitos foram mais fáceis, na comparação com o processo seletivo impresso.

“A prova, no geral, foi próxima da realidade dos alunos, no meu ponto de vista mais fácil, comparando com o Enem impresso, porque estava com questões classificadas como mais objetivas. Quando o aluno lia o comando da questão, já identificada a pergunta, sem aqueles textos todos. Achei com menos textos”, avaliou o professor de química.

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De acordo com Figueiredo, assuntos abordados foram eletroquímica, modelos atômicos e isomeria. “Conteúdos que faltaram na prova impressa e são muito trabalhados pelos professores”, complementou. Apenas dois quesitos de química exigiram cálculos, uma de estequiometria e outra de densidade. “O restante foi de questões teóricas, consideradas pelos estudantes como mais fáceis”, comentou.

O professor fez a prova do Enem Digital. Acostumado com a resolução das provas tradicionais, Figueiredo confessa que sentiu falta de riscar o caderno de provas, como no Enem impresso. No entanto, é uma visão bem pessoal, já que muitos alunos e outros professores se mostraram mais favoráveis ao modelo do Exame no computador.

Josinaldo Lins, que também é professor de química, avaliou para o LeiaJá a prova do Enem Digital. O docente acrescentou: “Destaco uma questão sobre e outra para determinar a acidez do leite, por meio de indicadores de pH. E outra sobre a Coca-Cola, que só não cita o nome do refrigerante, mas dá todas as dicas de que é dela que está se falando”.

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Na última quarta-feira (27), o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou a primeira versão do gabarito oficial da edição impressa do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020, já com duas questões anuladas no segundo dia de provas. 

Após a divulgação das respostas, houve questionamentos a alguns itens, o que levou o Inep a divulgar uma primeira correção e, mais tarde, uma segunda retificação. Ao todo, foram modificadas as respostas de quatro questões: uma de biologia, uma de matemática e duas na prova de Linguagens, sendo uma de português e outra de inglês. 

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As duas últimas foram, inclusive, motivo de polêmica e acusações de racismo ao Inep. Uma falava sobre seleções de emprego feitas por softwares que evitavam nomes comuns entre pessoas negras e ex-presidiários, afirmando que o texto versava sobre “linguagem” quando a resposta era “preconceito”. 

A outra trazia um trecho do livro Americanah em que a protagonista, uma mulher negra, se recusa a alisar seu cabelo afirmando que gosta dele “como Deus fez” e a questão, ao perguntar sobre a atitude da jovem, apontava “imaturidade” como motivo da recusa. No gabarito atualizado, a resposta é “atitude de resistência”. 

Pressionado, o Onstituto que organiza o exame veio a público se explicar por meio de uma nota oficial. "A autarquia verificou que uma modificação feita no gabarito após o retorno das provas para o Inep não foi salva no banco de dados. Em função disso, a área técnica providenciou uma revisão no material e o Instituto já disponibilizou as versões corrigidas no seu portal", disse o Inep. 

Mesmo após a declaração, o órgão seguiu sendo criticado por internautas e movimentos estudantis, como a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), que afirmou por meio de sua conta no Twitter que “o racismo não pode ser tolerado” e “somente alterar o gabarito não é retratação”. 

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O LeiaJá ouviu professores das matérias que tiveram questões anuladas ou modificadas na atualização dos gabaritos oficiais do Enem 2020 para saber como avaliam essas mudanças pós-prova e se consideram normal ou não o número de retificações realizado no gabarito desta edição do certame. 

Anulações corretas

Edu Coelho é professor de matemática e, para ele, a decisão de anular o item foi acertada. “Ao acompanhar a maioria das resoluções disponíveis, via que estavam sendo feitas umas considerações que deixavam alguns detalhes de lado. Uma análise mais atenta realmente mostra que a questão não possuía alternativa correta”, disse o professor. 

Sobre o número de atualizações nos gabaritos em um curto espaço de tempo, Edu afirma que é normal ter mudanças em seleções. Contudo, falando especificamente do Enem 2020, ela afirma que achou “um pouco mais que o normal e com um grande grau de discordâncias em relação a algumas respostas”. Ele encerrou afirmando que o Enem 2020 “parece que estava fadado a ser problemático”.

O professor de biologia Carlos Bravo tem uma posição semelhante à de Edu. A disciplina teve uma questão anulada ainda na primeira versão do gabarito oficial e, segundo Carlos, “tinha um erro conceitual em relação ao tipo de meiose que acontece nas plantas”, tornando a decisão, portanto, acertada.

Apesar de não considerar o feito uma falha gravíssima diante do número de anulações, o professor também criticou o Inep. “Não deveria ter nenhuma questão anulada nem trocar gabarito, mas duas questões num universo de 180… Não deveria ter nenhuma, porém o número é pequeno e o aluno não perde porque o ponto é redistribuído”, disse o professor.

Respostas incorretas

A questão modificada na prova de inglês foi uma das que mais causou revolta, polêmica e reações quando foi divulgada antes de sua correção. Para o professor João Gomes de Andrade Neto, a prova do Enem vem sofrendo com problemas internos há muito tempo. 

“Erros vêm aparecendo cada vez mais e isso vai fazendo os candidatos perderem a fé nesse sistema que já não é justo desde a premissa”, disse ele. João destaca também um agravamento dos erros do Inep no Enem 2020, com uma demonstração de racismo na prova. 

“Este ano foi absurdo, é importante reiterar que não foi somente a questão de inglês que teve o gabarito modificado. Outra questão de Linguagem também foi modificada com basicamente o mesmo objetivo de apagar o racismo”, argumentou o professor.

Falando especificamente da questão de inglês que cuja resposta foi alterada, João conta que foi “uma surpresa” ver questões tão conectadas à atualidade e também “tão complexa com um vocabulário tão rico quando essa questão de Americanah, de Chimamanda, o que pode ter sido injusto principalmente para alunos que não têm acesso a ensino de língua estrangeira”.

A surpresa, porém, veio acompanhada por uma decepção três dias depois. “Daí o Enem se propõe a discutir tais questões e no gabarito, de forma covarde, fugir furtivamente de textos que claramente falam sobre raça, resistência e sobretudo racismo só escancara o absurdo que é o atual governo, que não tem mais nem vergonha de esconder”, pontuou o professor. 

Antes das mudanças de resposta, o professor de português e redação Isaac Melo também discordou do gabarito divulgado pelo Inep e considera um ponto positivo que a mudança tenha sido rápida, mas criticou a divulgação de um edital desatualizado no lugar da versão corrigida que deveria ter sido disponibilizada. 

“Foi um erro. Postaram um gabarito errado em algumas questões. Quanto a esses erros, eles corrigiram. Então é um ótimo sinal, isso é uma coisa positiva. Corrigiram em tempo recorde. Nunca o Inep foi tão rápido na hora de fazer uma correção. O problema é que quando se lança um gabarito errado, mexe com o emocional do aluno. Muitos alunos me procuraram para saber que gabarito é esse, e o professor discorda também, então fica essa coisa um tanto quanto fora de controle, por assim dizer”, relatou o professor.

O docente também comentou que, acerca das polêmicas envolvendo a questão sobre discriminação contra negros em processos seletivos, ele não enxerga um ato de racismo do Inep, pois acredita que tenha sido, de fato, uma falha técnica, embora também questione a possibilidade da alegação do Instituto não ser verdadeira. 

“Não acho que teve ato de racismo, acho que foi mesmo um erro do Inep. Acho que eles foram muito corretos em retificar isso em tempo recorde e que isso é comum em processo seletivo, não era comum no Enem. O Enem sempre mandava um gabarito e não corrigia ainda que houvesse questionamentos. É positivo entender que este ano eles ouviram os apelos desse erro, foram lá e jogaram esse discurso que a gente não sabe se é verdadeiro ou falso. Mas corrigiram, e eu concordo muito com as correções que eles fizeram”, disse o professor Isaac.

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Na tarde desta quarta-feira (27), o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou os gabaritos oficiais da edição impressa do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020. Para surpresa dos feras, havia duas questões anuladas entre as provas do segundo domingo, uma em Ciências da Natureza e outra de matemática. 

Segundo o Inep, “a anulação de um item não compromete o processo de estimação da nota das participantes. Isso porque o cálculo estatístico da nota do Enem, de acordo com a metodologia da Teoria da Resposta ao Item (TRI), considera a combinação da coerência do padrão de resposta com o pressuposto da cumulatividade, e ainda, as características (parâmetros de complexidade) de cada item”. 

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Confira, a seguir, o número das questões anuladas em cada caderno de prova: 

Ciências da Natureza e suas Tecnologias:

Caderno 5 - Amarelo - Questão 114

Caderno 6 - Cinza - Questão 129

Caderno 7 - Azul - Questão 135

Caderno 8 - Rosa - Questão 94

Caderno 11 - Laranja - Questão 94

Caderno 12 - Verde - Questão 94

Matemática e suas Tecnologias:

Caderno 5 - Amarelo - Questão 141

Caderno 6 - Cinza - Questão 156

Caderno 7 - Azul - Questão 157

Caderno 8 - Rosa - Questão 143

Caderno 11 - Laranja - Questão 143

Caderno 12 - Verde - Questão 94

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Nesta quarta-feira (27) se encerra o prazo de três dias úteis após a última prova dado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) para divulgar os gabaritos da edição impressa do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020.

Aguardado por diversos participantes que compareceram às provas, já passava das 15h e o gabarito não havia sido divulgado, o que irritou diversos estudantes que, ansiosos e nervosos, dirigiram reclamações e até mesmo xingamentos ao Inep nas redes sociais. Confira:

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As provas da versão impressa do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020 foram realizadas neste domingo (24), quando os alunos responderam questões de Ciências da Natureza (química, física e biologia) e matemática. Essa última, segundo o professor Edu Coelho, foi “extremamente boa para quem estudou com as questões antigas do Enem”. 

Para Edu, alunos que estudaram bem ao longo do ano não tiveram dificuldades em uma prova “sem surpresas”. “Os assuntos ficaram dentro daquela mesma abordagem que se esperava. Muitas questões com razão, de gráfico, de função. Teve questão de logaritmo, mas de fácil resolução. Geometria espacial também sempre presente, com questões fáceis e medianas, além de análises combinatórias  e probabilidade sempre presente. Ou seja, foi uma prova clássica”, disse o professor.  

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Segundo o professor Ricardinho Rocha, a prova de matemática “foi nivelada de forma tranquila”. “Tem questões consideradas muito simples, de nível fundamental mesmo como cálculo de operações básicas”, avaliou o docente.

Ricardinho apontou surpresa apenas com a presença de questões sobre volumes e, de forma geral, o aumento do espaço dado pela prova a questões de geometria. “O tópico geometria está crescendo com muita evidência na prova do Enem, geometria está presente com muita força. Outros conteúdos que caíram: como sempre, razão e proporção. Análise de gráfico, logaritmo, probabilidade e anagramas, que faz muito tempo que não caía na prova. No geral, foi uma prova com conteúdos previsíveis, nada diferente”. 

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A prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) impresso 2020 foi realizada neste domingo (24), composta pelas disciplinas de matemática e Ciências da Natureza (química, física e biologia). Em química, de acordo com professores da disciplina, a avaliação foi bem feita e apresentou um bom nível de dificuldade.

Na opinião do professor Francisco Coutinho, os alunos se depararam com assuntos já esperados em uma prova de nível acentuado. “Foi uma prova bem distribuída entre os assuntos já previstos de cair, que são comuns na prova, como combustão, química verde, estequiometria, radioatividade, separações de mistura e química orgânica”, disse ele. 

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No que diz respeito à dificuldade, o professor afirma que o aluno “precisa ter estudado pelo menos um pouco”. “Ao meu ver, uma prova com um nível acentuado, um nível bom. Não tão difícil, não achei a prova complexa, difícil. Uma prova que o aluno precisava ter estudado pelo menos um pouco, mas a grosso modo, uma boa prova que abordou muitos temas importantes”, disse Francisco.

O professor de química Berg Figueiredo afirmou que “como de costume, foi uma prova bem conteudista, cobrando do aluno conhecimentos específicos para poder responder às questões”, mas ainda a considera bem elaborada e atual. 

“Foi uma prova bem elaborada, trabalhando conteúdos bem atuais como óleos essenciais que está na moda e relacionou com identificação dos grupos funcionais. Teve também uma questão de cinética química, que nos últimos anos do Enem foi muito presente. Há três anos consecutivos, quatro com esse, vêm questões de cinética química”, disse o professor. 

Berg também apontou a presença de outros quesitos bem conectados com o presente. “Outras questões também bem atuais, como questões de carro elétrico, fazendo uma comparação de carros elétricos com carros a combustível, a etanol. Uma prova bem elaborada, o aluno que estudou, se dedicou, tenho certeza que fez uma boa prova”, disse ele. 

Já o professor Josinaldo Lins destacou a questão sobre química verde, pontuando que ela é um conjunto de princípios e não necessariamente sinônimo de química ambiental. “Tem que se enxergar que a química verde não é um sinônimo de química ambiental, mas sim um dos ramos da química ambiental que trabalha em cima da eficiência na produção. Por exemplo, um medicamento pode ser produzido, de acordo com os preceitos da química verde, em menos etapas, causando menor dano ao ambiente, além de um descarte menor de substâncias tóxicas”, disse ele.

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Neste domingo (24), se encerra a aplicação da edição impressa do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020, iniciada no último dia 17 em meio a diversas polêmicas e judicialização em torno da prova. Os participantes que compareceram poderão acessar os gabaritos até a próxima quarta-feira (27), uma vez que o prazo dado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) para divulgação das respostas oficiais foi de 3 dias úteis após a última prova, no site ou app do Enem para Android e IOS

Já os resultados individuais (notas) de cada participante do Enem Impresso estão previstos para 29 de março, uma vez que a expectativa do Ministério da Educação (MEC) é abrir as inscrições do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) em abril de 2021. 

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Segundo o edital, os participantes treineiros só receberão suas notas um pouco depois, 60 dias após os resultados de estudantes que já concluíram o ensino médio. Em ambos os casos, o login só será feito na página do Participante ou aplicativo do Enem mediante inserção do número do CPF e da senha do participante. Após a divulgação dos resultados, os participantes poderão ter acesso à vista de sua prova de redação exclusivamente para fins pedagógicos, também por meio da Página do Participante, em data a ser definida pelo Inep. 

É importante lembrar que os candidatos do Amazonas deverão fazer a reaplicação da prova nos dias 23 e 24 de fevereiro. O Estado não teve condições sediar as provas nesses domingos devido aos aumentos nos casos de Covid-19. Também em 23 e 24 de fevereiro, farão o Exame os alunos que sofreram problemas de logística.

 Novo formato

O MEC e o Inep anunciaram, em 2019, o projeto de digitalização do Exame Nacional do Ensino Médio a partir da edição 2020, quando não se imaginava que a prova seria realizada em meio a uma pandemia. 

A aplicação piloto do novo formato de prova, com aproximadamente 100 mil participantes em cidades selecionadas, será no próximo domingo (31) e no dia 7 de fevereiro, a partir das 13h30 e término às 19h no primeiro dia e às 18h30 no segundo. No Recife, serão 840 vagas. Não há possibilidade de fazer a prova em casa e todos os participantes deverão se dirigir ao local de aplicação determinado no seu respectivo cartão de confirmação de inscrição.

Segundo o Inep, o plano é expandir o exame digital gradativamente ano após ano, até chegar à digitalização completa em 2026. A única exceção à transição está no Exame Nacional do Ensino Médio para Pessoas Privadas de Liberdade (Enem PPL), que só será digitalizado em 2026. 

Na primeira aplicação, não haverá recursos de acessibilidade para pessoas com deficiência, nem serão permitidas inscrições de treineiros (estudantes que não concluíram o terceiro ano do ensino médio). As provas terão a mesma estrutura do Enem Impresso, com 45 questões de múltipla escolha em cada prova e redação feita a mão, como é feito no exame tradicional. 

Opiniões

As diversas possibilidades de elaboração de questões interativas no formato digital animam muitas pessoas para a novidade, mas há receio por parte dos estudantes que não têm hábito de resolver provas on-line, temem problemas logísticos na aplicação e/ou se sentem mais à vontade e seguros com a prova impressa. O LeiaJá ouviu professores e estudantes para saber o que esperam do processo de transição para o modelo digital e como enxergam essa mudança. 

Giovana Nascimento tem 19 anos, mora no município de Carpina (PE) e deseja fazer o curso de licenciatura em ciências biológicas. A jovem vê com incertezas e receio o processo de digitalização do Enem por desconfiar da capacidade do Inep de cuidar de sua eficiência logística.  

“Eu acho a transição para o modelo digital uma verdadeira incógnita, visto que eu tive problemas no início do ano para gerar o boleto [de pagamento da taxa de inscrição], assim como muitos tiveram, e não sei se a plataforma vai ser de fato boa. Eu acho que não temos estrutura para um Enem 100% digital nas escolas. E se travar? Não confio nesse Inep que não aguenta nem muitos acessos durante a inscrição (visto que muitos até um dia antes, não tinham acesso ao local de prova), imagina aguentar um Enem digital? Contudo, nos resta esperar para ver”, disse a estudante.

Algumas questões mais pessoais no que diz respeito à resolução de provas também fazem com que Giovana prefira o modelo tradicional no papel. “Gosto de riscar tudo e marcar tudo na questão, eu sempre vou preferir impresso, mas se só tiver opção on-line, vou me adaptar bem, acho que a EAD me preparou para o Enem digital. Muitos pdfs eu respondi on-line, pois não tinha como imprimir todos”, explicou ela.

Outro receio da aluna, que atinge tanto o formato digital quanto o impresso, é a correção da prova. O medo de falhas na atribuição das notas se deve a erros do Inep nos resultados de parte dos participantes do Enem 2019. “Estudante reza todo dia por uma correção justa, meu maior medo é ter uma correção injusta. Eu espero muito que não tenha erros, porque eu não tenho saúde mental para isso, não”, disse Giovana.

O professor de matemática Erotides Marinho vê a introdução do modelo digital no Enem 2020 com ressalvas, devido ao ano letivo difícil e atípico para estudantes e educadores e à alta abstenção de estudantes inscritos no modelo tradicional. “Este momento, afetado por tanta abstenção, não deveria ser o adequado para testagem do modelo digital”, opinou Marinho. 

O tempo escolhido pelo Inep para a transição digital, na visão do professor, só será suficiente se vier com a garantia de “uma política de implantação da tecnologia de modo irrestrito, atingindo escolas de todas as camadas sociais, sem gerar exclusão, atrelando a isso a capacitação dos professores também". "Cumprindo esses requisitos, esse tempo é suficiente para implementar a prova digital”, completou o docente.

Na visão do professor, agora que a transição será iniciada, para que haja a correta adaptação dos estudantes ao novo formato de prova, “é preciso redesenhar o formato de aulas online para os jovens estudantes da educação básica, pois não funcionam de modo tão linear como na realidade de nível superior, com EAD”. 

Igor de Angeli tem 21 anos, mora em Vitória (ES) e faz provas do Enem desde 2016.  Ele, que já faz medicina em uma instituição privada e tenta uma vaga em universidade pública, acredita que a mudança de modelo de provas do Enem vai causar muitas polêmicas. 

“Há inúmeros lares e estudantes pelo Brasil afora que não possuem internet ou até mesmo um dispositivo para estudar. Então, essa adesão pode ser bem mais lenta do que aparenta ser. E mesmo que na aplicação das provas haja uma grande estrutura preparada pelo Inep, creio que os estudantes ficariam receosos de fazer uma prova pelo computador por medo de não salvar as respostas, pane no sistema ou até mesmo falta de energia elétrica”, afirmou o estudante. 

Igor afirma que se sente preparado para esse tipo de prova, pois o curso onde estuda introduziu o modelo digital durante o ano letivo de 2020, diante da necessidade de ter aulas e provas a distância. Apesar de estar adaptado ao formato, o jovem ainda prefere provas tradicionais. “Gosto de rabiscar na prova. Gosto de ir grifando as partes mais importantes de um texto, por exemplo, ou até mesmo marcar dados essenciais para uma prova de matemática. Não que eu sinta dificuldade, mas sinto que meu rendimento cai. Realmente, sou fã do bom e tradicional papel na hora da prova”, disse ele.

A segurança de correção de provas digitais é outro fator que preocupa Igor. “Durante esse ano de preparação, fiz provas pelo computador através do meu cursinho preparatório aqui em Vitória. Havia momentos de sobrecarga no sistema e o envio de respostas ficava comprometido. Tive até amigos que ficaram com a nota comprometida, pois algumas respostas não foram computadas”, contou ele.

Para o professor de biologia Carlos Bravo, a digitalização da prova é um processo “inevitável”. Com cerca de 35 anos de experiência preparando alunos para o Enem e outros vestibulares, ele alega que há grande preocupação com a operacionalização do Exame após o período de transição. “Este ano é piloto, com poucos candidatos. O futuro vai ser essa parte digital, ninguém pode sair desse caminho, principalmente depois da experiência que foi adquirida nesse período de pandemia. São coisas que vieram para ficar. Claro, vai ter que ser aprimorado. Essa prova digital é uma economia muito grande, mas temos que ver os critérios de acesso e sigilo para evitar que a prova vaze”, analisou Bravo.

Carlos Bravo é professor de biologia há mais de 30 anos. Foto: Cortesia 

Já André Luiz Vitorino, também professor de biologia, vê a mudança com bons olhos, mas lamenta pelo momento em que a aplicação será testada. “Pena que chegou em um momento de pandemia. Acho que pode atrapalhar um pouco, mas é uma tendência mundial as coisas serem digitalizadas. Vejo com muito bons olhos e acredito que dentro do possível será um bom Enem Digital”, comentou.

André conta que ainda prefere o formato impresso, mas vê vantagens na possibilidade de fazer um bom uso da tecnologia aplicada à educação. “A vantagem é o bom uso da tecnologia e a desvantagem é que eu acho que nosso país, em termos de tecnologia, está bem aquém para fazer uma prova desse nível. Estão falando que a prova digital vai ter uma segurança maior. Não sei se isso vai condizer com a verdade”, argumentou o professor.

As provas impressas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), edição 2020, não abordaram a pandemia da Covid-19 no primeiro e no segundo dia de aplicação. Nem mesmo matéria de biologia, onde mais se tinha expectativas de menção à doença, tocou no assunto.

Segundo o gerente de Inteligência Educacional e Avaliações do Poliedro, Fernando da Espiritu Santo, a prova de Ciências da Natureza teve um bom equilíbrio no número de questões para cada disciplina. Na parte de biologia, segundo ele, o que mais chamou atenção foi uma questão sobre manipulação genética. 

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“Sem abordar a pandemia, o segundo dia do Enem seguiu a tendência de ser uma prova neutra e cobrou arroz com feijão dos alunos. Não teve questões com vírus e doenças relacionadas, a não ser uma questão sobre manipulação genética de uma variação de soja capaz de prevenir a contaminação pela Aids”, disse ele. 

Além de genética, Fernando também destacou outros temas comuns à prova que apareceram nesta edição. “Na prova de biologia destaca-se a presença de três questões, abordando os impactos ambientais da exploração do petróleo, e os demais temas foram dentro do esperado: tipo sanguíneo, genética, dinâmicas das populações de seres vivos. Foi uma prova bem equilibrada”, afirmou. 

Com a ausência de questões sobre a pandemia, a prova do Enem vai seguiu uma linha diferente da prova da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que abordou questões sobre Covid-19, racismo, desmatamento, SUS e feminismo negro, entre outros temas atuais.

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A chegada da pandemia de Covid-19 fez com que, ao longo do último ano, toda a população tivesse que se adaptar a protocolos e novas regras com o objetivo de evitar o contágio pelo vírus SARS-CoV-2 nas mais diversas situações. A pandemia não acabou e, com o número de casos e mortes indicando que o País atravessa uma segunda onda da doença, se torna mais importante ainda adotar e seguir rigorosamente as normas de higiene, uso de máscara e o distanciamento social, especialmente em ambientes fechados.

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), versão impressa, prova responsável por selecionar estudantes para cursos de nível superior, será aplicado no domingo (17) e no dia 24. O processo seletivo gera muitas expectativas e também divide a população no que diz respeito à segurança de sua realização durante a pandemia. Para a próxima aplicação, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC), instituiu um conjunto de novas regras que todos os participantes devem obrigatoriamente seguir, sob pena de eliminação.

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De acordo com os editais das versões impressa e digital do Enem - a ser aplicado nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro -, os participantes só poderão entrar e permanecer nos locais de prova e salas de aplicação se estiverem utilizando máscara e portando documento oficial com foto. Segundo o tópico 12.7.1 do edital, “caso o participante precise aguardar o recebimento de documento válido listado nos itens 12.2 ou 12.4 e/ou da máscara de proteção à Covid-19, deverá fazê-lo fora do local de aplicação”. 

Vale ressaltar que, segundo o texto do edital, os participantes são obrigados a utilizar a máscara corretamente, ou seja, cobrindo do nariz ao queixo, que é a única forma de proteger verdadeiramente a si e aos demais. Ainda de acordo com o edital, “o participante que não utilizar a máscara cobrindo totalmente o nariz e a boca, desde sua entrada até sua saída do local de provas, será eliminado do Exame”. Os participantes são autorizados a levar máscaras extras para realizar a troca durante a prova e, em caso de precisar descartar o equipamento de proteção, as lixeiras dos locais de prova deverão servir para este fim. 

Apenas no Enem impresso haverá uma exceção à regra sobre o uso de máscara. De acordo com o edital, “para os casos previstos na Lei nº 14.019, de 2 de julho de 2020, será dispensado o uso da máscara, conforme item 13.1.42 deste Edital, para pessoas com autismo, deficiência intelectual, deficiências sensoriais ou com quaisquer outras deficiências que as impeçam de fazer o uso adequado de máscara”.

No momento de se identificar, a orientação é que o participante retire o equipamento de proteção pelas tiras - jamais toque a frente da máscara - para permitir a visualização do rosto, recolocando em seguida e higienizando as mãos com álcool gel, seja próprio ou fornecido no local da prova. Caso o participante precise usar o banheiro, a ida deverá ser acompanhada pelo fiscal e, ao retornar, será necessário novo procedimento de identificação. O edital também determina que o aplicador realizará a coleta de dados biométricos de cada participante de acordo com as regras estabelecidas para a proteção contra a Covid-19. 

No que diz respeito à fiscalização dos objetos dos alunos, todo estudante que participará do Exame deverá ter materiais religiosos (como burca, quipá e outros), lanches e materiais próprios (máquina de escrever em braille, lâmina overlay, reglete, punção, sorobã ou cubaritmo e outros, menos cão-guia, medidor de glicose e a bomba de insulina) inspecionados dentro das regras estabelecidas para prevenção do contágio. A recusa injustificada à inspeção de materiais, assim como à revista eletrônica nos locais de provas, a qualquer momento, por meio do uso de detector de metais, respeitando os protocolos de proteção à Covid-19, acarretará em eliminação.

Diante da necessidade de proteger a saúde de todos os participantes, fiscais de sala e outros membros da equipe de aplicação das provas, será proibida a entrada de pessoas com doenças infecto-contagiosas, como Covid-19, Coqueluche, Difteria, Doença Invasiva por Haemophilus Influenza, Doença Meningocócica e outras meningites, Varíola, Influenza humana A e B, Poliomielite por poliovírus selvagem, Sarampo, Rubéola e Varicela. Os participantes que comprovarem ter contraído qualquer uma dessas enfermidades terá direito de solicitar a reaplicação do Enem

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