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A Agência Espacial Europeia tenta, na tarde desta quarta-feira, 19, realizar pela primeira uma operação de pouso de uma sonda na superfície de Marte. Até hoje, todos os módulos de pouso que chegaram ao solo marciano com sucesso foram enviados pela Nasa, dos Estados Unidos.

Na missão ExoMars, da ESA, o pequeno módulo de pouso Schiaparelli se separou de sua nave-mãe Trace Gas Orbiter (TGO), no último domingo, 16, e estava programado para pousar em Marte nesta quarta por volta de meio-dia (horário de Brasília).

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Até agora, o módulo ainda não enviou sinais à Terra, mas os astrônomos da ESA afirmam que isso era esperado, já que a natureza do sinal é bastante tênue. O sucesso do pouso deverá ser confirmado nas próximas horas. A missão deverá detectar e identificar gases na atmosfera do planeta vermelho - incluindo traços de metano, que é um dos gases excretados até mesmo pelos menores e mais primitivos organismos vivos.

Mas o propósito central da ExoMars é mesmo testar as tecnologias de descida e pouso na superfície que deverão ser utilizadas na segunda fase da missão, que prevê o envio de um veículo de seis rodas a Marte em 2020. O veículo será capaz de escavar o solo marciano até a profundidade de dois metros, para buscar vestígios primitivos de vida no planeta.

A primeira tentativa da ESA para pousar um módulo em Marte fracassou, em 2003. A missão Mars Express enviou o módulo de pouso britânico Beagle 2 à superfície do planeta vizinho, mas ela perdeu a comunicação e nenhum dado foi enviado à Terra.

A operação de pouso é arriscada, já que nos últimos 121 quilômetros de descida, o módulo Schiaparelli, precisa reduzir a velocidade de 21 mil quilômetros por hora para apenas 10 quilômetros por hora em exíguos seis minutos. A temperatura durante a dramática descida é de cerca de 1500 graus Celsius.

Ao mesmo tempo em que o Schiaparelli fazia sua descida, a nave TGO realizou com sucesso a manobra de entrada na órbita de Marte, depois de percorrer 500 milhões de quilômetros em uma jornada que durou sete meses. A nave foi lançada em março, de uma base no Casaquistão.

"Várias tentativas de aterrissar em Marte falharam exatamente porque há uma longa cadeia de comandos que precisam ser executados sem a menor falha. Não pode haver nem um único elo fraco nesse encadeamento", disse o cientista francês François Forget, um dos responsáveis pela missão ExoMars.

Com cerca de 600 quilos, o módulo Schiaparelli pousará na Planície Meridiani. Um escudo térmico protegerá o módulo das altas temperaturas da entrada na atmosfera, a 121 quilômetros de altitude.

Quatro minutos depois, com a velocidade reduzida de 21 mil para 1.7 mil quilômetros por hora pelo atrito com a atmosfera, com o módulo a 11 quilômetros da superfície, um paraquedas supersônico será acionado. Quarenta segundos depois, o escudo térmico é ejetado e o paraquedas reduz a velocidade do Schiaparelli a 240 quilômetros por hora.

O paraquedas é então ejetado, junto com a cobertura traseira do módulo, que liga seus radares e ativa os propulsores, que reduzem a velocidade a 4 quilômetros por hora. A apenas dois metros da superfície, os propulsores são desligados e o módulo cai em queda livre sobre a superfície, a 10 quilômetros por hora.

Outros pousos

O primeiro módulo a ser enviado para pousar no planeta vermelho foi o Marte 2, da União Soviética, em 1971. Ele foi o primeiro objeto humano a tocar a superfície marciana, mas se espatifou contra ela. Os soviéticos tentaram realizar operações semelhantes novamente ainda em 1971, depois em 1973, mas todas fracassaram.

Soviéticos tentaram ainda sem sucesso enviar um módulo de pouso a Phobos, principal lua de Marte, em 1988. Em 2011, a Rússia, em parceria com a China, tentou mais uma vez pousar em Phobos, mas a nave nem mesmo saiu da órbita da Terra.

Já os americanos obtiveram sucesso em duas operações em 1975, com os módulos de pouso das naves Viking 1 e 2. Em 1996, a Nasa também foi bem sucedida com a missão Mars Pathfinder, que enviou à superfície do planeta o Sojourner, primeiro veículo a circular em solo marciano.

Em 2003, a Nasa enviou mais dois veículos no planeta, o Spirit e o Opportunity, cada um em um local diferente de Marte, ambos com sucesso. No mesmo ano, a missão de pouso da ESA fracassou.

Em 2011, os americanos enviaram ainda a Marte o veículo Curiosity, que está ativo até hoje. A única missão americana fracassada ao planeta vermelho foi a tentativa de envio do módulo de pouso Mars Polar Lander, em 1999, que perdeu o contato com a Terra. Ele provavelmente se espatifou na descida.

Treze anos depois da tentativa fracassada de enviar um robô de exploração a Marte, a Europa vai se dispor, no próximo domingo, a dar um passo importante neste sentido, desta vez junto à Rússia, para buscar indícios de vida no Planeta Vermelho.

O centro de controle instruirá uma sonda espacial a 175 milhões de quilômetros da Terra para que pouse em um módulo explorador, do tamanho de uma piscina de plástico, sobre a árida e fria superfície de Marte.

Programado para chegar em 19 de outubro, o objetivo do módulo de curta vida é permitir a preparação de outro módulo de exploração, que investigará em Marte eventuais rastros de vida extraterrestre.

"Nosso objetivo é demonstrar que podemos alcançar a superfície e arrecadar dados", afirmou o conselheiro da Agência Espacial Europeia (ESA) Mark McCaughrean.

Batizado de Schiaparelli, o módulo de 600 kg se separará da nave mãe, a Trace Gas Orbiter (TGO), depois de uma viage de sete meses e 496 milhões de quilômetros.

- Só os EUA conseguiram -

O módulo e sua nave mãe, que ficará e órbita em torno de Marte para captar odores na atmosfera em busca de gases gerados por organismos vivos, constituem uma primeira etapa do projeto russo-europeu ExoMars.

A segunda, que será lançada em 2020 depois de dois anos de adiamento, será o robô de exploração ExoMars Rover, para o qual Schiaparelli servirá de teste de pouso.

Menos da metade das tentativas das agências espaciais dos Estados Unidos, Rússia e Europa para pousar e operar um módulo na superfície terrestre teve êxito desde os anos 1960.

A última vez que a Europa tentou, o módulo de fabricação britânica Beagle 2 desapareceu deixar rastros depois de separar-se da nave mãe Mars Express, em dezembro de 2003.

Apenas os Estados Unidos conseguiram operar um robô explorador na superfície de Marte.

A busca de vida em Marte, um tema que estimula a imaginação da humanidade há tempos, é uma tarefa complexa, dado o bombardeio da superfície de raios ultravioletas e cósmicos.

- Traços de metano -

Os cientistas acham que os rastros de metano na delgada atmosfera de Marte podem ser um indício de que algo pode estar acontecendo em nível subterrâneo.

O metano não sobrevive muito tempo à ação dos raios ultravioletas solares, explicou McCaughrean.

Outra razão podem ser os micróbios unicelulares denominados metanógenos, que na Terra existem em lugares sem oxigênio como o estômago dos animais, onde convertem o dióxido de carbono em metano.

Espera-se que o explorador ExoMars possa achar explicações para o origem desse metano.

Já as tarefas de Schiaparelli serão decisivas para o designa do explorador e seu sistema de pouso.

O módulo se separará do TGO às 14H42 GMT (11H42 de Brasília) de domingo, a aproximadamente um milhão de quilômetros de distância do Planeta Vermelho.

Ingressará em sua atmosfera na quarta-feira, a uma altitude de 121 km e uma velocidade de 21.000 km/h.

A entrada na atmosfera levará seis minutos e, mediante a alta temperatura, o módulo contará com a proteção de um "aerocasco", que dissipará calor gerado.

Ao chegar à altitude de 11 km e à velocidade de 1.700 km/h, abrirá um paraquedas supersônico.

Quarenta segundos depois, a parte da frente se desacoplará assim como a metade traseira com o paraquedas atado.

Schiaparelli ativará então nove propulsores de controle de velocidade e manobrará até pousar na superfície.

Com 10 minutos de delay - o tempo que demoram para chegar à Terra as ondas de rádio -, Schiaparelli enviará as primeiras informações sobre temperatura, umidade, densidade e propriedades elétricas.

Dotado de baterias sem painéis solares, o módulo terá uma vida de dois ou três dias.

Assim que se separar de Schiaparelli, o TGO mudará de rumo para evitar uma colisão co Marte.

Depois modificará a forma de sua órbita que passará a ser circular em torno do planeta e, a partir de 2018, começará a analisar a atmosfera de Marte de uma altitude de 400 km.

O próximo capítulo da história dos Estados Unidos na exploração espacial terá foco no envio de uma missão tripulada ao planeta Marte na década de 2030. Esse objetivo, estabelecido por Barack Obama, em 2010, foi reiterado em um artigo publicado ontem pelo presidente americano no site da emissora CNN.

"Estabelecemos um objetivo claro, vital para o próximo capítulo da história americana no espaço: enviar humanos a Marte na década de 2030 e trazê-los de volta à Terra com segurança, com o objetivo final de um dia lá permanecer por um tempo maior", escreveu.

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Segundo Obama, chegar a Marte exigirá cooperação contínua entre inovadores do governo e do setor privado. "Já estamos nesse caminho. Nos próximos dois anos, empresas privadas enviarão astronautas pela primeira vez à Estação Espacial Internacional", disse o presidente.

No artigo, Obama lembrou que uma de suas primeiras ações como presidente consistiu em prometer que colocaria "a ciência de volta a seu lugar de direito" e, já nos primeiros meses de governo, sua gestão fez o maior investimento em pesquisa básica da história do país, para revigorar o programa espacial, a fim de "explorar mais o Sistema Solar e olhar o Universo mais profundamente que nunca". "Revitalizamos a inovação tecnológica na Nasa, expandimos a ação na Estação Espacial Internacional e ajudamos empresas americanas a criar empregos no setor privado, capitalizando o potencial inexplorado da indústria espacial."

Ao destacar que o programa espacial está custando cada vez menos para os contribuintes americanos, graças a parcerias privadas, Obama enumerou diversas conquistas científicas feitas no último ano - incluindo a descoberta de água corrente em Marte e gelo em uma lua de Júpiter. 

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, escreveu um artigo para a emissora "CNN" nesta terça-feira (11) em que afirma que seu país fará missões tripuladas a Marte na década de 2030.

"Nós temos uma meta clara e vital para o próximo capítulo da história espacial dos Estados Unidos: enviar humanos para Marte na década de 2030 e trazê-los em segurança de volta para a Terra, com a ambição de ficar por lá por um tempo prolongado", escreveu o presidente.

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Segundo Obama, para atingir o objetivo é preciso "continuar com a cooperação entre o governo e inovadores privados e nós estamos prontos para seguir nosso caminho". "Dentro de dois anos, as empresas privadas vão enviar pela primeira vez astronautas para a Estação Espacial Internacional", acrescentou afirmando que mais de "mil empresas" estão trabalhando atualmente em iniciativas privadas para o Espaço.

O mandatário ainda ressaltou que as missões que vão ser realizadas nos próximos anos, tanto pela Nasa como pelas empresas privadas, "irão nos ensinar como humanos poderão viver longe da Terra - algo que nós precisaremos entender para as longas jornadas para Marte".

Obama ainda falou sobre sua empolgação pelas missões espaciais desde que era criança no Havaí e ressaltou os "grandes investimentos" feitos por seu governo, desde 2008, na modernização da Nasa.

"Eu ainda tenho o mesmo sentimento de admiração sobre nosso programa espacial que eu tinha quando criança. Ele representa parte essencial de nosso caráter - curiosidade e exploração, inovação e ingenuidade, forçando os limites do que é possível e fazê-lo antes de qualquer pessoa", destacou Obama lembrando que os norte-americanos já enviaram missões de reconhecimento a todos os planetas do Sistema Solar e até mesmo para Plutão.

O ator norte-americano Leonardo DiCaprio, vencedor do Oscar de melhor ator pelo filme "O Regresso", anunciou que pode ser a primeira estrela de Hollywood a viajar para Marte.

DiCaprio disse que assinou a intenção de participar da primeira viagem ao planeta vermelho pelo programa de Elon Musk, presidente da Tesla Motors e SpaceX, que é planejada para acontecer em 2025.

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A declaração do ator de 41 anos aconteceu durante encontro com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, na Casa Branca, para tratar sobre mudança climática.

A conversa surgiu enquanto a cientista climática Katharine Hayhoe explicava a necessidade de conectar as pessoas comuns à realidade das mudanças climáticas.

No entanto, DiCaprio interrompeu e disse a Obama e à cientista que está preparado para ir a Marte com o objetivo de colonizá-lo. "Acredito que você esteja reconhecendo que está louco", disse Obama em tom de bronca.

O "projeto Marte", que demandará um investimento US$ 10 milhões, poderá ser iniciado em 2024 "se as coisas forem na direção correta", afirmou Musk, ressaltando que a primeira missão é "perigosa e os primeiros turista deverão estar cientes de todos os problemas, inclusive a morte".

A passagem para Marte custará entre US$ 100 e 200 mil. A viagem acontecerá em uma nave espacial com capacidade de transportar 100 pessoas e deve durar no máximo 115 dias.

Com um foguete gigante, acoplado a uma espaçonave maior ainda - que juntos alcançam 122 metros de altura e têm a capacidade de carregar 100 passageiros -, o bilionário Elon Musk pretende iniciar a colonização de Marte.

Sonho distante? Não pelos planos mirabolantes do engenheiro empreendedor que criou o motor Tesla (para automóveis elétricos) e foi cofundador do PayPal. Em apresentação do modelo de veículo espacial, desenvolvido pela sua empresa SpaceX, ele afirmou que será uma viagem possível nas próximas décadas, com uma jornada de apenas 80 dias. E, a partir dessa viagem, será possível construir uma cidade autossustentável em Marte de 40 a 100 anos.

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O plano foi apresentado ontem, durante o Congresso Astronáutico Internacional em Guadalajara (México). "Temos duas possibilidades para o futuro. Uma é ficarmos para sempre na Terra e, em algum momento, um evento de extinção vai ocorrer. Outra é que nos tornemos uma civilização multiplanetária", disse, atiçando o público no início de sua apresentação.

No sonho de Musk, isso um dia será possível ao preço de uma casa mediana nos Estados Unidos - US$ 200 mil (cerca de R$ 650 mil na cotação atual). Mas, por enquanto, estamos falando de algo em torno de US$ 10 bilhões por pessoa.

Viabilizar essa "popularização" da viagem espacial, disse ele, é a razão pela qual junta dinheiro em suas múltiplos negócios tecnológicos (energia renovável, carro elétrico, transporte espacial). "Ao mostramos que isso é possível, que é um sonho real, acho que poderemos dar as condições para que se torne uma bola de neve com o passar do tempo. O principal motivo pelo qual eu acumulo recursos é para financiar isso", disse.

Mas alertou que os primeiros a vencerem a jornada terão de estar preparados para morrer. "Quem deveriam ser as pessoas a carregar a luz da humanidade para Marte por todos nós?", indagou alguém na plateia. "Acho que as primeiras viagens serão realmente perigosas. O risco de fatalidade será alto. Simplesmente não há maneira de contornar isso. Você está preparado para morrer? Se tudo bem para você isso, então você é um candidato", respondeu Musk, para depois contemporizar. "Mas não se trata de quem chegará primeiro. O que importa é criar uma civilização autossustentável em Marte o mais rapidamente possível." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O diretor da empresa aeroespacial SpaceX, Elon Musk, revelará nesta terça-feira na cidade mexicana de Guadalajara seu ambicioso plano para construir uma colônia humana em Marte, depois de enviar uma nave tripulada ao Planeta Vermelho dentro de uma década.

Musk revelará seu projeto durante a apresentação "Fazer dos humanos uma espécie multiplanetária" no Congresso Internacional de Astronáutica que é realizado em Guadalajara (oeste).

Este empresário americano-canadense nascido na África do Sul deu detalhes de seu projeto a conta-gotas, mas em junho passado prometeu em uma entrevista ao The Washington Post que será algo "alucinante".

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Em sua apresentação, segundo o programa da conferência, exporá "os desafios no longo prazo que precisam ser resolvidos para promover uma presença humana permanente e autossustentável em Marte".

A SpaceX planeja enviar uma cápsula não tripulada Dragon a Marte em 2018 com o objetivo de preparar o caminho para uma missão tripulada que partiria da Terra em 2024 e chegaria ao planeta vermelho no ano seguinte.

Conseguir chegar a Marte, a uma distância média de 225 milhões de quilômetros da Terra, e viver ali exigiria uma verdadeira proeza da engenharia e um orçamento imenso.

"É improvável que (Musk) seja capaz de levar humanos a Marte em 2025", estima John Logsdon, ex-diretor do Instituto de Política Espacial da Universidade George Washington.

Logsdon lembra que Musk já programou erroneamente lançamentos de foguetes SpaceX e afirma que a empresa teria que se associar com uma agência espacial governamental para levar adiante uma missão como essa.

"Em primeiro lugar há o custo. Estamos falando de dezenas de bilhões de dólares e a SpaceX não tem esta quantidade de dinheiro", afirma o especialista.

Mas reconhece que, embora o cronograma de Musk seja ambicioso, "é emocionante que exista alguém com esta visão" e "todos estamos interessados em ver o que tem em mente e como pode apresentar algo convincente".

A agência espacial americana Nasa, que também estuda os efeitos no corpo humano de um voo espacial prolongado, anunciou seus próprios planos para enviar missões tripuladas a Marte para a década de 2030.

Neste domingo, a China anunciou a recuperação de uma sonda experimental lançada a bordo de um foguete de nova geração, marcando mais um marco no seu programa espacial cada vez mais ambicioso, que prevê uma missão a Marte até o final da década.

Autoridades do programa espacial chinês disseram que o pouso da nave espacial, no interior da Mongólia, mantém a China dentro do cronograma para colocar sua segunda estação espacial em órbita até o final deste ano. O lançamento da nave a bordo do foguete Long March 7, no sábado, foi saudado como um avanço no uso de combustíveis mais seguros e mais amigáveis ao meio ambiente. O lançamento também marcou o primeiro uso da nova plataforma Wenchang Satellite Launch Center, na província de Hainan, uma ilha ao sul da China.

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Desde o lançamento de sua primeira missão tripulada em 2003, a China enviou uma estação espacial experimental, o Tiangong 1, promoveu uma caminhada espacial e pousou seu veículo Yutu na lua. Sua segunda estação espacial, o Tiangong 2, deverá chegar ao espaço em setembro.

Depois disso, está programado o lançamento da nave espacial Shenzhou 11, com dois astronautas a bordo, para atracar com a estação e permanecerem por vários dias no local. Administradores sugerem ainda que um pouso tripulado na Lua também pode acontecer no futuro.

Fonte de enorme orgulho nacional, o programa espacial apoiado pelas forças armadas da China planeja um total de 20 missões espaciais este ano, em um momento quando os programas dos Estados Unidos e de outros países estão buscando novos papéis.

A China também está desenvolvendo o foguete Long March 5, mais pesado, que terá a função de lançar o Tiangong 2 e outras cargas de maior volume. O país planeja lançar uma missão para pousar um robô em Marte em 2020, na tentativa de recriar o sucesso da missão norte-americana Viking 1, que conseguiu pousar um veículo no planeta há quatro décadas. Fonte: Associated Press

Os 100 candidatos pré-selecionados para estabelecer uma colônia humana em Marte participarão de uma série de provas na terceira fase do processo de seleção, anunciaram nesta segunda-feira os organizadores do projeto.

Cerca de 200.000 aspirantes de 140 países se inscreveram para o projeto Mars One, criado pela fundação holandesa homônima, que será parcialmente financiado por um 'reality show' televisivo sobre o empreendimento.

As primeiras fases de seleção reduziram o número de candidatos para 100. Após a terceira fase de testes, que durará cinco dias, sobrarão 40 potenciais astronautas amadores, dos quais 24 serão posteriormente escolhidos para participar de viagens só de ida ao Planeta Vermelho, previstas para acontecer a partir de 2026.

Os testes, 90% dos quais são usados pela agência espacial americana (Nasa), serão realizados em equipes, afirmou Norbert Kraft, diretor médico do Mars One e membro do comitê de seleção. "Será a primeira vez que todos os candidatos se encontrarão pessoalmente e demonstrarão suas capacidades como uma equipe", disse Kraft.

A seleção será feita com base em vários critérios: tomada de decisões, atitude diante dos problemas, estado de ânimo, motivação, aspecto psicológico, normas sociais, comportamento durante e fora das provas. Os candidatos deverão "se agrupar em equipes com as pessoas com as quais eles acreditam que podem trabalhar bem", segundo um comunicado dos organizadores.

Como eles não retornarão para a Terra, os astronautas devem ser capazes de viver em pequenos grupos, procurando água, produzindo oxigênio e cultivando alimentos.

A Nasa está trabalhando atualmente em três missões com robôs em Marte junto com a Agência Espacial Europeia. A agência americana não planeja, no entanto, realizar missões tripuladas ao Planeta Vermelho até 2030.

A China quer enviar a Marte um veículo orientado à distância para explorar o planeta vermelho, em uma nova etapa do ambicioso programa espacial de Pequim, anunciou na sexta-feira um alto funcionário espacial chinês.

As autoridades aprovaram em janeiro a missão, declarou o diretor da Administração Espacial Nacional chinesa, Xu Dazhe, em uma coletiva de imprensa em Pequim. A operação deveria ser realizada por volta de 2020, explicou Xu, acrescentando que o prazo era "um desafio" mas que um êxito da tentativa significaria "um passo de gigante" nas capacidades espaciais do seu país.

"Nosso objetivo é entrar na órbita de Marte, aterrissar e pôr em movimento um robô, tudo em uma única missão, o que seria bastante difícil de realizar", afirmou. A China está investindo bilhões de iuanes em seu programa espacial e trabalhando para alcançar os Estados Unidos e a Europa.

Mas também quer competir com a Índia, que em setembro de 2014 se tornou o primeiro país da Ásia a alcançar Marte, com uma sonda de baixo custo que colocou em órbita em volta do planeta vermelho. Uma vez na superfície de Marte, segundo Xu, o robô chinês poderia estudar o solo, a atmosfera, e o meio ambiente do planeta, assim como procurar indícios de água.

"A pesquisa sobre esses temas é uma pesquisa sobre a própria humanidade e sobre as origens da vida", declarou. "Somente após o êxito desta missão, a China poderia afirmar que embarcou de verdade na exploração do espaço profundo", completou.

A China tem um ambicioso e multibilionário programa espacial militar que vê como um símbolo do progresso do país e do seu status global. Em 2013, Pequim conseguiu desembarcar na lua um robô chamado "Coelho de jade", que posteriormente apresentou problemas mecânicos. A China espera poder pousar por volta de 2018 sua sonda Chang'e-4 - cujo nome vem da deusa da lua na mitologia chinesa - no lado escuro do satélite natural da Terra.

Os Estados Unidos já enviaram dois veículos guiados à distância para Marte, e a antiga URSS e a Agência Espacial Europeia também realizaram missões no planeta vermelho. Em 2001, a China fracassou na sua primeira tentativa de por um satélite na órbita de Marte, quando o foguete russo que transportava o material falhou ao tentar sair da órbita terrestre.

O presidente da agência espacial francesa CNES, Jean-Yves Le Gall, comemorou nesta segunda-feira o lançamento bem sucedido da sonda russo-europeia ExoMars 2016 rumo ao planeta vermelho, estimando que trata-se de uma missão "notável".

O foguete russo Proton transportou nesta segunda para o espaço a ExoMars 2016, composta por uma sonda capaz de detectar gases em nível de vestígios, chamada de TGO (Trace Gaz Orbiter). O foguete também transporta um módulo de testes de aterrissagem, batizado de Schiaparelli.

"Era uma missão muito perigosa. Não é todo dia que vamos a Marte. A última vez, para a Europa, foi há treze anos com a missão Mars Express", disse Le Gall à AFP após ter assistido ao lançamento a partir do cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão.

"Foi uma grande sorte termos participado desta missão memorável", afirmou. "O bom resultado de segunda garante o destino da ExoMars 2018", acrescentou.

O conselho da ESA irá discutir essa semana outra missão russo-europeia, ExoMars 2018, que enviará um veículo para que busque sinais de vida passada sobre Marte. A esperança é encontrar moléculas orgânicas que seriam testemunhas de uma vida passada em Marte.

A ExoMars 2018, que ainda não saiu do papel, pode ser atrasada em dois anos, segundo o diretor-geral da ESA, Jan Wörner.

"Acredito que se fizermos esforços, é possível que estejamos em forma para lançarmos em 2018", afirmou Le Gall. "Tudo indica que a data de 2018 é viável".

O orçamento das duas missões ExoMars, que é de 1,2 bilhão de euros em cerca de vinte anos (2002 a 2022) para a Europa, precisaria de uma expansão.

"Se lançarmos a ExoMars 2018 com dois anos de atraso, o prolongamento será ainda maior. É melhor lançar o quanto antes", disse Le Gall.

A morte do cantor David Bowie, no último dia 10 de janeiro, abalou seus fãs ao redor do mundo. Após o anúnico de seu falecimento, os admiradores do artistas lhe renderam todos os tipos de homenagem tanto na internet como na porta de sua residência, em Nova Iorque. Agora, um destes fãs criou uma petição para que o planeta Marte seja rebatizado com o nome de Bowie.

Danny Rapscallion, de Belfast, no Reino Unido, criou a campanha no site change.org. Para o fã, dar o nome de seu ídolo ao planeta vermelho seria justificável pelas constantes referências ao espaço encontradas na obra de Bowie. "David inspirou milhões com sua música, abordando especialmente seu fascínio pelo espaço, planetas e a existência extra-terrestre. ele levou as pessoas a observar as estrelas e o céu para abrir a mente e pensar segundo os princípios da Astronomia", escreveu Danny na página da petição. 

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Em sua justifactiva, Rapscallion diz ainda: "Ele (Bowie) nos deu arte como nenhum outro. O maior elogio que podemos dar a este grande homem é rebatizar Marte com seu nome. Ele nos deu tanto, um pedaço da Galáxia em troca é apenas uma gota no universo". Curiosamente, a petição já tem cerca de 7 mil assinaturas concordando com a mudança. 

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A Nasa revela os muitos desafios que precisa superar antes que os humanos possam fincar a bandeira em Marte e, apesar de achar que esses problemas são solucionáveis, não fixou uma data para uma expedição ao Planeta Vermelho.

Os detalhes atualizados da estratégia marciana da Nasa aparecem num documento de 36 páginas revelados ao público na noite de quinta-feira (8). A publicação do texto ocorre antes de uma audiência no Congresso sobre o orçamento para a exploração extraterrestre e um encontro internacional da indústria espacial em Jerusalém na próxima semana.

Os astronautas que viajarem para Marte podem passar três anos no espaço profundo, onde a radiação é alta e, portanto, são maiores os riscos de desenvolver câncer, perder densidade óssea e sofrer problemas imunológicos, segundo o documento.

"Viver e trabalhar no espaço requer aceitar riscos e a viagem vale esse risco", afirmou o texto, chamando Marte de "um objetivo inalcançável" e a "próxima fronteira tangível para a expansão da presença humana". Mas alguns especialistas consideraram que o informe, que não inclui orçamento nem calendário, é fraco em detalhes importantes.

John Rummel, do instituto SETI, disse que o documento contém "curiosas deficiências" e apontou que só menciona os termos "comida" e "ar" uma vez, sem dar mais detalhes sobre como os astronautas farão para cultivar alimentos no espaço para sobreviver.

Também ignora "o importante assunto do risco de contaminação" caso Marte abrigue pequenas formas de visa ou se os humanos as levarem para lá por acidente, disse Rummel à AFP. "Se não tivermos bastante cuidado, a contaminação proveniente da Terra pode ser interpretada erroneamente como vida marciana", comentou.

- Mais perto do que nunca -

O administrador da Nasa, Charles Bolden, disse em comunicado que a agência espacial norte-americana está "mais perto do que nunca de enviar astronautas para Marte".

"Estamos empolgados em continuar discutindo os detalhes de nosso plano com os membros do Congresso, assim como com nossos parceiros comerciais e internacionais, muitos dos quais participarão do Congresso Internacional de Astronáutica na semana que vem", afirmou Bolden, que também foi astronauta.

O plano divide-se em três etapas, a primeira das quais já está a caminho com experimentos sobre a saúde e o comportamento humanos e sistemas para cultivar comida e reciclar água a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS).

A segunda fase, chamada "Campo de teste", começa em 2018 com o primeiro lançamento da nova cápsula espacial Órion sobre o foguete mais poderoso já construído até então, conhecido como Space Launch System (SLS).

Depois, a agência planeja praticar outras missões na área entre a Lua e a Terra, ou em torno da órbita da Lua. "A Nasa aprenderá a conduzir operações em um ambiente de espaço profundo que permitirá às tripulações voltar à Terra em questão de dias", garantiu o relatório.

A terceira fase envolve viver e trabalhar na superfície de Marte e em trânsito em naves espaciais "que sustentarão a vida humana durante anos, fazendo apenas manutenções de rotina". A Nasa não deu datas precisas nem detalhes para esta fase, embora um gráfico mencione "missões humanas a Marte até 2030".

Os investimentos descritos em cada uma das três fases "são acessíveis dentro do atual orçamento da Nasa", afirma o documento. Mas, a medida que busca ir mais longe, a agência reconhece que os problemas ficarão mais complexos: "as futuras missões enfrentarão desafios cada vez mais difíceis, associados ao transporte, trabalhar no espaço e manter-se saudável".

Após gastar milhares de milhões de dólares para colocar na superfície de Marte um robô destinado a procurar indícios de vida, a Nasa não pode enviá-lo a zonas onde há possibilidade de encontrá-los por temor de que sejam contaminados com micróbios da Terra.

Funcionários da Nasa informaram à AFP que a frustrante situação é resultado da decisão, adotada anos atrás, de baixar o nível de limpeza requisitado pelos protocolos da Nasa para o material que entra em contato com o entorno úmido de Marte onde possa haver vida, se é que ela existe.

"Não queremos ser lembrados como a espécie que chegou a outro planeta e acabou com a vida existente", comentou Jorge Vago, pesquisador do projeto ExoMars da Agência Espacial Europeia (ESA) - que pretende enviar uma sonda a Marte em 2016 e um robô de exploração em 2018.

O espectro desta possibilidade voltou a pairar na segunda-feira com o anúncio de novas provas sobre a presença de água na superfície do planeta vermelho, não apenas num passado remoto, como também atualmente.

Tratam-se de linhas que cortam as encostas de Marte por onde fluem o que parece ser água ultra-salgada.

Curiosity, o laboratório móvel da Nasa que pousou na superfície do planeta vermelho em agosto de 2012, especialmente desenhado para detectar a presença de micróbios.

Sua missão é coletar e analisar amostras de solo em busca de "matéria orgânica e as condições ambientais que possam ter levado à existência de vida, agora ou no passado", de acordo com a ESA.

No entanto, como um cirurgião incapaz de operar por falta de sabão, o robô não pode sequer aproximar-se - muito menos escavar - as ranhuras que apareceram esta semana porque está muito sujo.

- Fora do permitido -

"Curiosity não foi desenhado para ir a um lugar capaz de ter vida microbiana", explicou Michael Meyer, cientista do programa da Nasa de exploração de Marte. "Para isso, precisaríamos de um nível superior de limpeza", disse à AFP.

A presença de uma poderosa bateria de ferramentas capazes de detectar a vida é tão mais irritante para alguns cientistas quanto o primeiro aparato que a Nasa conseguiu pousar com sucesso sobre Marte, há 40 anos, o Viking, caso cumprisse com o requisito.

"As missões que enviamos desde a Viking não foram limpadas no mesmo nível. Viking era essencialmente estéril", admitiu Catharine Conley, que dirige o escritório de proteção planetária da Nasa, encarregado de evitar uma contaminação entre a Terra e outros corpos celestes do Sistema Solar.

"Seria muito bom voltar a ter aquela capacidade, poder ter acesso às ranhuras e coletar amostras", agregou.

Mas o perigo de enviar o Curiosity para uma "zona quente" onde possa existir vida marciana é real.

As zonas de Marte designadas como "especiais" estão fora de jogo, esclareceu Vago.

Cada bactéria que vem do clandestino a bordo de uma nave espacial "pode, em certas circunstâncias, encontrar condições adequadas para prosperar. E isso deve ser totalmente excluído", acrescentou.

A ES, a Nasa e outras agências espaciais estão regidas por um tratado internacional destinado a "evitar uma contaminação danosa" na exploração espacial.

Essa contaminação poderia resultar em outro cenário problemático.

"Nós também tentamos matar todas as bactérias presentes nas sondas para que não acabemos descobrindo a existência de vida em Marte que seria, na verdade, traços de nossa própria imundície", disse Conley.

- Dinheiro, dinheiro, dinheiro -

Há muitas razões pelas quais a Nasa optou por não por elevar o Curiosity e outras missões em Marte aos níveis esperados para entrar em contato com a vida extraterrestre.

"Mas não havíamos confirmado a presença de água na superfície de Marte no momento em que o Curiosity foi criado", destacou Jim Watzin, diretor da agência de exploração marciana da agência espacial norte-americana.

"Curiosity foi desenvolvido para seguir explorando descobertas anteriores que haviam estabelecido, através da geologia, que a superfície de Marte havia abrigado água em um passado remoto mas não no presente", informou o especialista à AFP.

O laboratório móvel pode recorrer a seus sensores remotos para coletar informação nas rachaduras a certa distância, esclarece.

O dinheiro também foi um fator. "É uma questão de pressuposto e prioridades", disse Conley. "As pessoas tendem a preferir que se faça pesquisa científica com baixo orçamento".

Outro fator é que as mesmas técnicas usadas para esterilizar o material da Viking - essencialmente o expondo a altas temperaturas durante dias - poderia danificar ou destruir os novos equipamentos científicos.

A próxima missão da Nasa rumo ao planeta vermelho, Marte 2020, não foi desenvolvida especialmente para condições super limpas, informou Watzin, embora tenha agregado que isso pode mudar.

"O maior desafio para a Marte 2020 é obter o máximo nível de limpeza necessário para garantir as nossas amostras sejam mantidas em condições ideais de limpeza e possam ser estudada na Terra", agregou.

Quem entrar no Google nesta terça-feira (29) será surpreendido por um Doodle animado que comemora a descoberta de água em Marte, um acontecimento revelado nesta segunda-feira (28) pela NASA. Para celebrar a novidade, a empresa trouxe uma animação que mostra o planeta vermelho contente se deliciando com um copo de água.

A água em Marte não é cristalina, como na Terra. É uma salmoura misturada a elementos químicos como o magnésio e o sódio. Para o planeta Marte representado no Google Doodle, no entanto, a quantidade de sal não é um problema. Ele aparece se refrescando com o líquido e faz cara de quem gosta do sabor que provou.

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A descoberta de água líquida na superfície de Marte foi considerada um avanço notável por cientistas de todo o mundo e um estímulo a uma visita - ou seja, a uma missão tripulada. “Parece que quanto mais estudamos Marte, mais nós aprendemos como a vida poderia ser suportada e onde existem recursos para que isso aconteça no futuro", disse o cientista chefe do programa de exploração de Marte da Nasa, Michael Meyet.

A descoberta de água líquida na superfície de Marte foi considerada um avanço notável por cientistas brasileiros e estímulo a uma "visita" - ou seja, a uma missão tripulada.

De acordo com João Steiner, professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP), além da relevância de uma confirmação robusta da presença de água líquida em um planeta do Sistema Solar, a descoberta tem um apelo especial. "Certamente é uma descoberta importante. Do ponto de vista científico, é algo notável, já que a água é condição para a existência de vida - e se torna ainda mais especial por se tratar de Marte", disse.

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Segundo ele, já foi comprovada a existência de água em estado sólido e líquido em diversos objetos do Sistema Solar, como a Lua, Ceres, Europa e Encédalo - respectivamente luas de Júpiter e Saturno. "Mas Marte é um objeto de fascínio para a humanidade, porque é um planeta do nosso sistema que mais oferece condições, em tese, para a existência de vida."

Missão

De acordo com Steiner, o interesse pela possibilidade de vida fez Marte virar objeto de diversas pesquisas e missões não tripuladas. "Existe mesmo a intenção de fazer uma missão tripulada nas próximas décadas. Considerando essa possibilidade, a existência de água por lá é fundamental."

Pierre Kaufmann, coordenador do Centro de Rádio Astronomia e Astrofísica Mackenzie, afirma que a descoberta poderá dar novo estímulo ao projeto da Nasa de levar uma missão tripulada a Marte.

"O projeto para o envio de tripulantes a Marte está relativamente estagnado, mas, com essa descoberta, os esforços para uma missão humana poderão ficar mais concentrados. Até agora, só havia especulações vagas sobre as possibilidades de vida no planeta, mas essa perspectiva se torna muito mais sólida com essa evidência robusta de existência de água em estado líquido em Marte", disse.

Segundo Kaufmann, a nova descoberta só foi possível graças a enormes esforços que envolveram medições diretas feitas por satélites de sensoriamento em órbita ao redor de Marte, enviados por diversos países, além de sondas que analisam amostras do planeta. "Futuras pesquisas serão seguramente feitas com base em experimentos espaciais, com outros sensores e outros experimentos que levem equipamentos para sondar o planeta direta e indiretamente, incluindo o eventual envio de astronautas."

O problema das missões tripuladas, segundo Kaufmann, é que elas impõem obstáculos ainda intransponíveis do ponto de vista financeiro e de sobrevivência dos astronautas. "A viagem é muito longa e um súbito aumento da atividade solar durante esse período poderia submeter os astronautas a radiações extremamente intensas e mortais. A nave precisaria ser excepcionalmente blindada e, por isso, muito pesada, o que aumentaria as exigências em relação a lançadores."

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As curiosas linhas que cortam as encostas de Marte poderiam ser fluxos de salmora, uma solução aquosa saturada de sal, de acordo com novos dados, que apoiam a tese da existência de água líquida extraterrestre, um pré-requisito para a vida.

Cientistas indicam em um estudo publicado nesta segunda-feira na revista Nature Geoscience ter encontrado sinais, nesses traços impressionantes, da presença de minerais hidratados, que requerem a presença de água para a sua formação. "Estes resultados apoiam fortemente a hipótese de que as linhas contenham água líquida em estações quentes de Marte e atualmente", sugere o estudo.

Os astrofísicos evocam há muito a hipótese de que esses traços que aparecem sazonalmente possam ser formado por fluxos de água salgada no Planeta Vermelho.

As linhas, que podem ter até várias centenas de metros por cinco metros de largura, aparecem nas encostas de Marte durante as estações mais quentes, alongam-se e desaparecem quando as temperaturas caem.

Mas as imagens do Mars Reconnaissance Orbiter não são precisas o suficiente para fornecer mais detalhes. Os pixels das imagens são maiores do que a largura dos traços. Em abril, cientistas relataram na revista Nature Geoscience que percloratos de cálcio eram "generalizadas" na superfície do nosso planeta vizinho.

O perclorato, um tipo de sal idêntico ao discutido hoje, é muito absorvente e reduz o ponto de congelamento da água de modo que permaneça líquido a temperaturas mais baixas. O novo estudo, co-escrito por alguns dos mesmos cientistas, fornecem mais evidências da existência deste fluxo de salmoura.

A exploração de Marte pelo veículo robótico Curiosity da Nasa reacendeu as esperanças de que exista água perto da superfície do planeta vermelho - revelaram nesta segunda-feira cientistas da ​​missão espacial.

Os indícios consistem na presença de perclorato de cálcio no solo marciano, explicaram os astrofísicos.

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Este tipo de sal altamente absorvente diminui o ponto de congelamento da água, o que lhe permite permanecer em estado líquido, de acordo com o estudo publicado na revista Nature.

"Quando a noite cai, parte do vapor d'água na atmosfera se condensa na superfície marciana como geada", explicou o pesquisador do Insituto Niels Bohr, da Universidade de Copenhague Morten Bo Madsen, co-autor do artigo.

"No entanto, o perclorato de cálcio é muito absorvente e quando combinado com água reduz seu congelamento e a geada pode novamente virar líquido", prosseguiu. "O solo é poroso, e o que estamos vendo é que a água pode se infiltrar até embaixo", afirmou.

O Curiosity também enviou imagens de sua turnê pela área do Monte Afiado mostrando aparentemente sedimentos depositados num passado distante por algum curso de água.

Se confirmada, a cratera no sopé do Monte Sharp poderá ter sido um lago.

No mês passado, a Nasa informou que quase metade do hemisfério norte de Marte já foi em algum momento um oceano, alcançando profundidades superiores aos 1600 metros.

No entanto, 87% do líquido capaz de promover o aparecimento da vida foi perdido no espaço.

Uma teoria é que Marte tenha perdido seu campo magnético que protegia sua superfície do bombardeio por partículas de alta energia enviadas pelo sol.

Na ausência desse escudo, esta hipótese sugere que os prótons tenham simplesmente destruído a atmosfera lentamente.

Ainda que a presença de água perto da superfície marciana seja descoberta, as condições são tão hostis que a vida seria impossível, afirmam os pesquisadores.

"É muito seco, muito frio e a radiação cósmica é tão poderosa que penetra pelo menos um metro abaixo da superfície e mata toda a vida, pelo menos como a conhecemos na Terra", informou a universidade.

O veículo robótico Curiosity, que custou 2,5 bilhões de dólares à Nasa, pousou no planeta vermelho em agosto de 2012 com o objetivo de explorar o terreno e procurar sinais que permitirão descobrir se houve ou não vida em Marte.

O robô norte-americano Opportunity concluiu a primeira maratona extraterrestre percorrendo um pouco mais de 42 km em Marte desde que chegou, em dezembro de 2004 - anunciou a Nasa nesta quarta-feira (25).

"É a primeira vez que uma máquina humana excede a distância da maratona na superfície de outro mundo", ressaltou John Callas, chefe do programa Opportunity no laboratório Jet Propulsion(JPL) da Nasa em Pasadena, Califórnia.

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Opportunity, alimentado por energia solar, percorreu um total de 42,19 quilômetros em onze anos e dois meses.

Em 2014, o Opportunity tornou-se o campeão da distância extraterrestre percorrida, superando o recorde estabelecido pelo robô soviético Lunokhod 2, que pousou na Lua em 15 de janeiro de 1973 e cobriu 39 quilômetros em menos de cinco meses.

Opportunity, que pesa 180 kg e tem seis rodas pequenas, e seu irmão gêmeo, Spirit, agora fora de uso, descobriram ambientes úmidos em Marte - alguns dos quais poderiam ter sido propícios para a vida. Inicialmente, sua missão deveria durar apenas alguns meses.

No momento, a nave robô explora a cratera Endeavour.

O veículo Curiosity da Nasa descobriu nitrogênio na superfície de Marte, algo significativo que contribui para evidenciar que o Planeta Vermelho poderia ter sustentado vida no passado - informou a agência espacial americana nesta terça-feira (25).

Ao perfurar rochas marcianas, o rover Curiosity encontrou evidências de nitratos, compostos contendo nitrogênio que pode ser usado por organismos vivos.

A equipe do Curiosity já encontrou evidências de que outros ingredientes necessários à vida, como água em estado líquido e matéria orgânica, já existiram no local conhecido como cratera Gale. "Encontrar uma forma bioquimicamente acessível de nitrogênio é mais um argumento para a tese de que o antigo ambiente marciano na cratera Gale seria habitável", disse Jennifer Stern, do Goddard Space Flight Center da NASA, em Greenbelt, Maryland.

O nitrogênio é essencial para todas as formas de vida conhecidas, porque é um bloco de construção de DNA e RNA.  No entanto, "não há nenhuma evidência para sugerir que as moléculas de nitrogênio encontradas pela equipe foram criadas pela vida", alertou a Nasa. "A superfície de Marte é inóspita para as formas conhecidas de vida", lembrou a agência.

A equipe de pesquisa sugeriu que, ao invés disso, os nitratos são antigos e provavelmente vieram de impactos de meteoritos, raios e outros processos não-biológicos. Na Terra e em Marte, o nitrogênio é encontrado na forma de gás de dióxido de nitrogênio - dois átomos presos juntos com tanta força que não reagem facilmente com outras moléculas.

Os átomos de nitrogênio devem ser separados ou "fixados" para que possam participar nas reações químicas necessárias à vida. "Na Terra, certos organismos são capazes de fixar o nitrogênio atmosférico e esse processo é fundamental para a atividade metabólica", disse a Nasa. "No entanto, quantidades menores de nitrogênio também são fixadas por eventos energéticos como os relâmpagos".

O veículo Curiosity está atualmente no sopé do Monte Afiado, uma montanha de 5.500 metros, formado por camadas sedimentares. Em dezembro, o robô detectou emissões de metano regulares perto da superfície marciana, mas a origem do fenômeno é desconhecida.

Os cientistas não esperam que o rover Curiosity encontre alienígenas ou seres vivos em Marte, mas esperam usá-lo para analisar o solo e as rochas em busca de sinais dos elementos-chave para a vida que o Planeta Vermelho pode ter abrigado no passado.

O veículo de 2,5 bilhões de dólares também tem como objetivo estudar o ambiente marciano para se preparar para uma eventual missão humana por lá nos próximos anos. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, promete enviar humanos para o Planeta Vermelho até 2030.

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