A Universidade Federal de Uberlândia (UFU) cancelou ontem o vestibular para o segundo semestre de 2012, após comprovar que um funcionário da instituição vendeu as provas para uma candidata ao curso de Medicina. As identidades de ambos estão sob sigilo.
O reitor da UFU, Alfredo Júlio Neto, explicou que o vazamento foi investigado graças à denúncia do diretor de um cursinho no qual a aluna estava matriculada. Como ela teve acesso às provas das duas fases - a segunda estava sendo realizada neste final de semana -, ele decidiu cancelar ambas as etapas.
##RECOMENDA##Ao chegar para a prova, na tarde de ontem, muitos foram surpreendidos com a notícia de que terão de refazer todo o concurso. Houve protestos na porta da universidade, onde foi colocado às 11 horas um cartaz com o aviso do cancelamento. Alguns estudantes carregavam faixas com dizeres como "A UFU virou circo, mas os vestibulandos não são palhaços". Os manifestantes fecharam duas avenidas no entorno da instituição e a PM foi chamada.
O reitor explicou que, na véspera da primeira fase, a acusada teria apresentado várias dúvidas que caíram nas provas. O fato chamou a atenção da diretoria do cursinho, que acionou o Ministério Público. Júlio Neto disse que, antes da segunda etapa, novamente ela levantou questões que foram exigidas ontem.
Como o caso já estava sendo investigado, por volta das 22 horas de anteontem o MP convocou a universidade e a Polícia Federal. Na manhã de ontem, policiais foram à casa da estudante, que tem entre 30 e 40 anos e já tentou vaga em Medicina em outros vestibulares. Como ela confessou, vai permanecer sob custódia em sua residência. O valor pago pelas provas não foi revelado. O funcionário que vazou os testes está sendo procurado.
O reitor disse que precisará de pelo menos 15 dias até que novas provas sejam elaboradas. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.