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Em um evento encabeçado pela primeira-dama Michelle Bolsonaro ao lado de padre Kelmon, Damares Alves, Marcos Pontes, Carla Zambelli e Tarcísio de Freitas, uma bolsonarista reclamou da desorganização e da falta de cadeiras. A reunião ocorreu nessa quarta-feira (19), em São Paulo, com a participação de pastores evangélicos e bolsonaristas influentes.

Em um vídeo publicado pela Folha de S. Paulo, a mulher conversa com dois rapazes da organização do evento e aponta a falta de controle na entrada. De acordo com o Valor Econômico, a Polícia Federal barrou a entrada de jornalista e de uma grande quantidade de apoiadores que esperavam na porta. Em meio à confusão, algumas pessoas teriam passado mal e uma mulher chegou a desmaiar.

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"Não são qualquer pessoa, tá entendendo? São pessoas que foram no cabeleireiro, que gastaram com motorista. Você entendeu? Pra estar aqui", protestou a apoiadora do presidente.

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Ao lado da embaixadora da Venezuela nomeada por Juan Guaidó, Maria Teresa Belandria, e da esposa Michelle, nessa segunda-feira (17), o presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu desculpas por ter usado a expressão "pintou o clima" quando falou sobre o encontro com um grupo de meninas venezuelanas, em 2021. Ele gravou um vídeo para as refugiadas em que se desculpou por qualquer "mal-entendido ou algum constrangimento". 

Em entrevista a um podcast, o candidato à reeleição havia dito que encontrou as meninas "bonitas e arrumadinhas" quando visitou uma comunidade em São Sebastião, em Brasília, e que elas iam "ganhar a vida".  

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“As palavras que eu disse refletiram uma preocupação da minha parte no sentido de evitar qualquer tipo de exploração de mulheres que estavam vulneráveis”, explicou ao afirmar que a repercussão partiu de militantes da esquerda com objetivo de conseguir ganhos políticos. 

“A dúvida e a preocupação levantadas foram quase que imediatamente esclarecidas pela nossa ministra da Mulher, Damares Alves, que foi ao local e constatou que as mulheres citadas na live eram trabalhadoras”,  frisou Bolsonaro.

Em meio à disputa entre Damares Alves (Republicanos) e Flávia Arruda (PL) por uma vaga no Senado pelo Distrito Federal, a primeira-dama Michelle disse nesta sexta-feira, 23, que a candidata do presidente Jair Bolsonaro (PL) é a ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos. O próprio chefe do Executivo, contudo, não se pronunciou publicamente sobre a divisão do bolsonarismo no DF.

"O meu voto e da minha família é de Damares Alves. E os meus candidatos são os candidatos do meu marido Jair Messias Bolsonaro. Hoje eu louvo e agradeço a Deus pela vida da minha irmã, a minha amiga, a minha eterna ministra e a minha futura senadora do Distrito Federal Damares Alves", disse Michelle, durante evento de campanha num hotel em Brasília.

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"Não mexam com ela. Se mexer com ela, você vai mexer comigo. Eu sempre falo que a dor da Damares é a minha dor e a alegria da Damares é a minha alegria. Meus irmãos tenham muito cuidado com os lobos que estão vestidos em peles de cordeiros", emendou a primeira-dama.

Michelle tem feito campanha para Damares, que é candidata ao Senado em chapa avulsa e enfrenta Flávia Arruda, do PL de Bolsonaro. Ainda assim, a pastora decidiu apoiar a candidatura à reeleição do governador Ibaneis Rocha (MDB), que formou chapa com Flávia.

A volta de Damares à corrida pelo Senado foi mais um capítulo da cisão do bolsonarismo no DF. Por intervenção direta do presidente da República, a pastora teve de abandonar sua candidatura na aliança formal com Ibaneis. Acabou resgatado o acordo firmado em 2021 entre o chefe do Executivo local e Flávia Arruda. A costura deixou a ex-ministra da Mulher sem espaço e irritou o Republicanos, que apoia a reeleição de Bolsonaro.

O Broadcast Político adiantou em 27 de julho que o Republicanos havia se irritado com o presidente e negociava lançar Damares em chapa avulsa. A candidatura da pastora foi oficializada em 5 de agosto, com apoio do União Brasil, que indicou o presidente do partido no DF, Manoel Arruda, como suplente.

Em 18 de agosto, Bolsonaro começou a pedir votos para candidatos ao Senado e a governos estaduais durante sua tradicional live de quinta-feira, mas evitou endossar nomes específicos nos Estados onde há palanque duplo, como é o caso do DF, com Damares e Flávia. Na pesquisa Ipec divulgada nesta quarta-feira, 21, a ex-ministra da Secretaria de Governo apareceu com 28% dos votos, contra 21% da pastora.

O ministro Paulo de Tarso Sanseverino, do Tribunal Superior Eleitoral, determinou nesta quinta-feira, 15, mais uma vez, a suspensão da veiculação, em inserções ou programas em bloco, de propagandas do presidente Jair Bolsonaro em que a primeira-dama Michelle apareça por tempo superior ao permitido pela legislação eleitoral. O magistrado ainda proibiu a veiculação de propagandas com o mesmo teor, sob pena de multa de R$ 25 mil.

A decisão atendeu um pedido da Coligação Brasil da Esperança, que patrocina a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Palácio do Planalto. O grupo sustentou que a campanha de Bolsonaro lançou mão de uma 'trucagem' para seguir veiculando propaganda que já havia sido suspensa por ordem do TSE.

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A peça em questão era protagonizada pela primeira-dama que aparecia por tempo superior a 25% do tempo total da inserção, contrariando a lei eleitoral. A propaganda era narrada integralmente por Michelle, com a alternância entre passagens da mulher de Bolsonaro e de imagens de obras e outros serviços.

De acordo com a Coligação Brasil da Esperança, a propaganda agora questionada usou 'artifício da tecnologia' para continuar veiculando a peça suspensa pelo TSE, ao contar com uma dubladora. Segundo o grupo, a artimanha 'causa, de forma clara, no eleitor a impressão de que as frases estão sendo ditas pela primeira-dama, uma vez que a narradora não alterou sequer as frases'.

Ao analisar o caso, Paulo de Tarso Sanseverino apontou que o teor da fala veiculada na propaganda eleitoral agora questionada é 'idêntico' ao depoimento proferido por Michelle na inserção derrubada pelo TSE. Segundo o magistrado, ao longo do vídeo, são veiculadas cenas diversas contendo mulheres, crianças e o presidente, além de imagens da primeira-dama nos trechos em que a fala se dá em primeira pessoa.

Assim, na avaliação do ministro, 'persiste a participação de Michelle Bolsonaro, na condição de apoiadora, em mais de 25% do tempo da inserção, haja vista a veiculação, durante toda a propaganda, de depoimento com aparência de ter sido por ela proferido'.

"Com efeito, o discurso veiculado, além de igual ao da inserção anterior, apresenta trechos em que as falas na primeira pessoa do singular ("O meu depoimento não é só de uma esposa, que ama o marido" e "Eu sei quem é ele dentro de casa") são exibidas simultaneamente à imagem de Michelle Bolsonaro dizendo-as, dando a entender se tratar de depoimento da própria, sobretudo porque o áudio se mostra contínuo, isto é, sem mudança da voz feminina que o profere", registrou.

Assim, Sanseverino entendeu que o fato de a aparição de Michelle Bolsonaro na inserção ter sido reduzida, dando lugar a outras cenas, 'não afasta a sua participação durante 100% do tempo da inserção via áudio consubstanciado em seu discurso'.

Considerando que, em julgamento anterior que analisou a fala idêntica da primeira dama, o TSE entendeu que o pronunciamento desrespeitou a lei eleitoral, o ministro registrou que, em uma primeira análise, 'verifica-se a probabilidade de reconhecimento da irregularidade da inserção de propaganda eleitoral em questão'.

Segundo a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, a mulher é a "ajudadora" do esposo. Ela também afirmou que por ser "espiritual" e Jair Bolsonaro, "técnico", eles se completam. As declarações foram dadas na quarta-feira (14), durante agenda de campanha do presidente e candidato à reeleição, em Natal (RN). Trecho da fala foi publicado pelo portal UOL.

"Aqui tem um homem talvez um pouco mais técnico, mas aqui tem uma mulher espiritual. Então, eu acho que se completa, né? Tem que ser assim, minhas amadas. A mulher é ajudadora do esposo, não é isso? É a gente que aguenta, né? Mas graças a Deus, Deus tem falado muito ao coração do meu marido", disse.

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Conquistar o voto das mulheres é essencial para Bolsonaro, por isso, Michelle se tornou uma das estrelas da campanha. Conforme mostrou o Estadão, na convenção do PL, a primeira-dama chegou a inflar leis de proteção ao público feminino aprovadas durante a gestão do marido.

Desde o início da campanha, Michelle coleciona uma série de frases e declarações polêmicas. Em agosto, afirmou que o Palácio do Planalto era consagrado a demônios antes da posse de Bolsonaro. No mesmo mês, associou religiões de matrizes afro-brasileiras, como a umbanda e o candomblé, às "trevas".

Em vídeos publicados nas redes sociais, a primeira-dama Michelle Bolsonaro pede votos para o seu irmão e candidato a deputado distrital, Eduardo Torres (PL). A Constituição impede que parentes consanguíneos do presidente de até segundo grau disputem - e isso se estenderia para os irmãos e filhos de Michelle. 

No entanto, a primeira-dama não tem laços biológicos com Eduardo, que é seu irmão de criação. 

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Na última terça-feira (2), a pedido da candidata Simone Tebet (MDB), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) suspendeu uma peça da propaganda eleitoral do presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro com Michelle. Ela é tida como uma das peças chaves para que o mandatário consiga votos do eleitorado feminino, onde ele vai mal das pernas. 

A legislação eleitoral determina que apoiadores não podem ultrapassar 25% do tempo da propaganda na modalidade inserção. A ministra Maria Cláudia Bucchianeri entendeu que a imagem da esposa do presidente poderia proporcionar "inequívocos benéficos ao candidato representado, agregando-lhe valores inquestionáveis". 

Com a primeira-dama Michelle Bolsonaro transformada em uma das principais estrelas da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL), aliados de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiram não fazer dela um alvo de ataques. Há uma preocupação com o risco de vitimizar Michelle ou de Lula ser acusado de machismo. Em vez disso, a estratégia do PT é focar nas críticas ao presidente e aos episódios de machismo que ele protagonizou.

Aliados do ex-presidente reconhecem que a primeira-dama é a "pessoa com mais habilidade" para tentar recuperar a credibilidade de Bolsonaro com o eleitorado feminino. De acordo a pesquisa Datafolha divulgada anteontem, Bolsonaro perde para Lula de 29% a 48% nas intenções de votos das mulheres.

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Petistas avaliam, no entanto, que o impacto da presença de Michelle na campanha de Bolsonaro é limitado. A avaliação é a de que a primeira-dama não seria o melhor modelo para o eleitorado feminino, mais interessado em ter mulheres empoderadas como representantes. A deputada Benedita da Silva (PT-RJ) avalia que a mulher de Lula, Rosângela da Silva, a Janja, tem ligação mais espontânea com a campanha eleitoral. "Ela já era militante", disse. "Michelle se submete às ideias do marido."

Os adversários lembram que Bolsonaro fez declarações consideradas machistas em relação à primeira-dama após a convenção do PL, no Rio, no fim de julho. O presidente disse que Michelle pedia "R$ 5 mil todo dia" e que aprendeu a linguagem de sinais para não "falar alto" em casa.

EVANGÉLICOS

Além do voto feminino, Michelle tem tido um papel importante para a campanha de Bolsonaro em outra frente, o eleitorado evangélico. Como mostrou o Estadão, a primeira-dama é vice-campeã de engajamento neste segmento nas redes sociais, e tem intensificado a participação em eventos, nos quais aproveita para fazer críticas a Lula.

Para atingir este segmento, uma das estratégias da campanha petista é falar diretamente com os fiéis em vez de focar nos grandes pastores, que apoiam o atual presidente. "As pessoas não sabem que quem criou a Lei de Liberdade Religiosa foi o meu governo", disse Lula, em discurso no dia 27.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Sete pastores evangélicos que apoiam a campanha ao Planalto de Jair Bolsonaro (PL) divulgaram um vídeo, nesta sexta-feira (2), convocando os fiéis à realização de uma corrente de jejum e oração em favor da reeleição do presidente. "Do dia 2 de setembro a 2 de outubro, 30 dias de oração e clamor pelo Brasil. Convido você a se juntar a nós. Junte-se a nós e teremos a vitória" afirmam.

A primeira-dama Michelle Bolsonaro também divulgou a mensagem no Instagram, acompanhada de um versículo do livro 2 Crônicas, do Antigo Testamento, que diz: "E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra".

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O jejum é uma prática comum de abstinência praticada por fiéis e não significa exclusivamente ficar sem comer. É considerado jejum, por exemplo, a privação de algum prazer por algumas horas por dia, ou algum alimento específico.

Participam do vídeo os pastores Cláudio Duarte, JB Carvalho, Lucinho Barreto, João Queiroz, Junior Rostirola, Ezenete Rodrigues e Gerson Costa. Juntos, eles falam para mais de 8,7 milhões de seguidores somente no Instagram. Como mostrou o Estadão, pastores também endossaram uma convocação dos fiéis para o 7 de Setembro.

Manifestações da mulher do presidente e de aliados puseram em alerta analistas e políticos para os riscos da intolerância religiosa, enquanto o núcleo de campanha de reeleição de Bolsonaro tenta minimizar o impacto dos episódios.

Em um culto no mês passado, Michelle afirmou que o Planalto, "hoje, é consagrado ao senhor Jesus". Depois, em uma rede social, compartilhou um vídeo que mostra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no ano passado, em um ritual do candomblé, o que foi associado às "trevas". "Isso pode, né? Eu falar de Deus, não", escreveu.

Dois dias após o presidente Jair Bolsonaro (PL) atacar mulheres no debate da Band, realizado no domingo (28), a campanha do mandatário divulgou uma inserção com a primeira-dama Michelle Bolsonaro, que tem o papel de reduzir a rejeição do marido entre o público feminino.

Na gravação, Michelle fala sobre a transposição do Rio São Francisco e cita a "mulher sertaneja", em mais um aceno para as mulheres na região onde Bolsonaro enfrenta bastante resistência. 

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"A água chegou ao Sertão. Trouxe vida, alegria e esperança. A mulher sertaneja, que carregava lata d'água na cabeça, agora pode usar a sua força para voltar à escola ou para tirar o alimento que está brotando na terra. Tem mais tempo para ficar com a família, com os filhos e viver uma nova vida", diz a primeira-dama.

"Um presente para a mulher que merece e deve ser o que ela quiser. Juntas, estamos construindo um Brasil para elas, com elas e por elas", complementou Michelle. 

A primeira-dama Michelle Bolsonaro se tornou uma das figuras mais influentes do segmento evangélico nas redes sociais e tem servido como trunfo da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) para neutralizar a rejeição do marido, principalmente entre as mulheres.

A Casa Galileia, organização que promove ações e campanhas sobre os cristãos no Brasil, fez um monitoramento em milhares de publicações de influenciadores evangélicos, de fevereiro a agosto. E identificou que a primeira-dama passou a figurar entre os campeões de engajamento nesse público, não só por publicações próprias, mas, principalmente, pelos assuntos impulsionados por campeões de seguidores.

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Com perfil apenas no Instagram, as publicações de Michelle têm superado 150 mil interações na semana. Seu maior alcance, no entanto, está nos perfis de pastores e políticos de direita que usam a imagem da mulher de Bolsonaro para impulsionar a campanha. As aparições públicas servem de conteúdo para perfis com altos índices de engajamento nas redes sociais, como é o caso do músico Rafael Bitencourt, do pastor Rodrigo Mocellin, da ex-ministra Damares Alves e do portal Pleno News.

Entre os dias 15 e 21 de agosto, Michelle divulgou o "santinho" da campanha à reeleição do marido e atraiu 570.135 interações. Ficou em segundo lugar no ranking de publicações mais influentes entre perfis evangélicos na rede social, liderado pelo vereador Nikolas Ferreira (PL-MG), candidato a deputado federal.

A primeira-dama também aparece ao publicar apoio à candidatura de Damares para o Senado e ser citada como alguém que a campanha do PT "tem que se preocupar mesmo". Em sete meses, 18 publicações de Michelle ficaram entre os 20 posts de influenciadores evangélicos com maior engajamento na rede.

Em geral, a primeira-dama é vista entre os cristãos como "temente a Deus, que equilibra o temperamento difícil e explosivo do seu marido". A autenticidade da fé virou ferramenta da campanha de Bolsonaro, mostra o levantamento.

ALERTA

O estudo identifica que Michelle mergulhou na campanha do marido a partir de junho, quando pesquisas apontaram baixa adesão do eleitorado feminino ao presidente, além de queda do apoio evangélico. Foi quando a campanha começou a focar nesses grupos nos discursos e agenda do candidato à reeleição.

"Michelle Bolsonaro performa o rosto do evangélico conservador e fundamentalista no Brasil, uma esposa crente e sábia que edifica sua casa, é temente a Deus e equilibra o temperamento difícil e explosivo do marido", disse a pesquisadora Andréa Santos, autora do levantamento.

O atual presidente lidera as intenções de voto entre evangélicos, mas a rejeição cresce quando as mulheres são consultadas. Conforme a última pesquisa Datafolha, o presidente tem 49% das intenções de voto entre evangélicos, ante 32% de Lula. O petista tem 47% entre as mulheres, ante 29% de Bolsonaro.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A primeira-dama Michelle Bolsonaro fez, nessa segunda-feira (22), um discurso contra a eleição de candidatos de esquerda e disse, sem provas, que as igrejas serão perseguidas caso um oposicionista vença a disputa à Presidência.

"Orem para aqueles que estão sendo enganados. Os olhos espirituais, ouvidos espirituais, nós estamos vendo o que o comunismo está fazendo nos países, perseguindo igrejas, queimando igrejas católicas, vão perseguir os cristãos do Brasil", declarou durante um culto liderado pela pastora Camila Barros, em Taguatinga, região administrativa do Distrito Federal.

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Michelle Bolsonaro não citou o favorito nas pesquisas de intenção de voto, o petista Luiz Inácio Lula da Silva. Mas aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) têm insistido nesse discurso. O deputado Marco Feliciano (PL-SP) disse, em entrevista à rádio CBN que o petista fecharia igrejas. O ataque fez com o PT entrasse com uma ação na Justiça do DF para fazer com que Feliciano prove o que acusou.

A pastora Camila Barros compartilha do pensamento da primeira-dama de combate às pautas de esquerda. Em entrevista ao portal Comunidade Evangélica Gilgal, em maio, declarou que não é possível uma mulher ser cristã e feminista ao mesmo tempo. "Não dá para ser cristã e feminista ao mesmo tempo. Por mais que as pessoas digam que sim. Não adiante você ter uma ideia, uma filosofia sobre aquilo e achar que isso tem que ser do jeito que você pensa porque o mundo não funciona como você pensa".

No mesmo dia em que disse que o comunismo queima igrejas, Michelle também participou de um comício da ex-ministra Damares Alves (Republicanos-DF), candidata ao Senado. No evento, a primeira-dama adotou um tom mais comedido e se limitou a fazer elogios a candidata e acusar os governos anteriores ao seu marido de corrupção, mas sem associar Lula a uma intolerância religiosa.

O segmento evangélico é um dos poucos onde Bolsonaro vence Lula, de acordo com a última pesquisa Ipec. O atual presidente tem a preferência de 47% contra 29% que querem o petista.

A fé ultrapassou a pregação do altar para pautar discurso político na campanha eleitoral pelo Planalto - palácio "consagrado a demônios" antes da posse de Jair Bolsonaro (PL), segundo a primeira-dama Michelle. Manifestações da mulher do presidente e de aliados puseram em alerta analistas e políticos para os riscos da intolerância religiosa, enquanto o núcleo de campanha de reeleição de Bolsonaro tenta minimizar o impacto dos episódios.

Em um culto no domingo passado, Michelle afirmou que o Planalto, "hoje, é consagrado ao Senhor Jesus". Dois dias depois, em uma rede social, compartilhou vídeo que mostra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no ano passado, em um ritual do candomblé, o que foi associado às "trevas". "Isso pode, né? Eu falar de Deus, não", escreveu.

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Pela Constituição, Michelle pode falar de Deus, como os adeptos de quaisquer crenças têm o direito de professá-las. A própria primeira-dama já sofreu preconceito, quando, após aprovação de André Mendonça para o Supremo Tribunal Federal, no ano passado, orou em línguas - uma expressão da fé pentecostal - e foi alvo de comentários pejorativos.

As declarações recentes, no entanto, indicam o uso de um equipamento da administração pública - no caso, o Planalto - com objetivos privados e eleitorais, o que, segundo especialistas ouvidos pelo Estadão, fere o Estado laico. Para o cientista político Vinicius do Valle, diretor do Observatório Evangélico, Michelle pôs a relação entre política e religião em um patamar inédito no Brasil.

"Em matéria de religião, ritualística é tudo", afirmou Valle. "Ela (Michelle) faz um discurso com uma prosódia, um vocabulário, toda a performance de um pentecostal conduzindo o culto", disse. Ontem, a primeira-dama foi destaque em evento religioso no Rio. "O Estado é laico, sim, mas eu sou cristã. Nós vamos, sim, trazer a presença do Senhor Jesus para o governo", declarou Michelle na Marcha para Jesus, onde foi mais ovacionada do que o presidente.

BATALHA. O vídeo compartilhado por Michelle, segundo Valle, é tentativa de estimular eleitoralmente uma batalha espiritual. Nessa cruzada, ela não esteve só. Aliado do presidente, o deputado Pastor Marco Feliciano (PL-SP), que também replicou a gravação, escreveu que votar em Lula é fazer pacto com o maligno. Procurados, parlamentar e primeiradama não responderam.

Oscilante entre criticar Bolsonaro e buscar o apoio do presidente na corrida pelo Senado - iniciativa já frustrada -, a deputada estadual Janaina Paschoal (PRTB-SP) afirmou discordar dos posicionamentos de Michelle. "Tenho preocupação com o tom que a nossa primeira-dama está dando (à religião na campanha)", disse ela, que é professora licenciada da USP, lecionou a disciplina Direito Penal e Religião e, mesmo em meio a embates com o presidente, disse poder votar em Bolsonaro.

LIBERDADE. Aliados, por sua vez, chancelaram o desempenho da primeira-dama, nos púlpitos e nas redes. O senador Guaracy Silveira (Avante-TO), líder da Igreja do Evangelho Quadrangular, afirmou que a liberdade a qualquer culto é garantida constitucionalmente, mas, sobre a declaração de Michelle em relação ao Planalto, disse que "todo obscurantismo não pode ser levado ao palácio". "O palácio tem de ser abençoado por Deus, para que os líderes abençoados por Deus possam abençoar a Nação brasileira."

Entidades religiosas querem retratação. O Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-brasileiras (Idafro), em relação ao vídeo compartilhado, avalia cobrar responsabilização do caso, cuja competência de investigação é do Ministério Público. "Do ponto de vista jurídico, é inaceitável", disse Hédio Silva Júnior, doutor em Direito e coordenador executivo do Idafro.

ESTRATÉGIA. Para integrantes do QG de campanha de Bolsonaro, Michelle teria apenas manifestado sua fé. Segundo eles, pesquisas qualitativas mostraram a primeira-dama popular entre as mulheres - segmento no qual o presidente enfrenta dificuldades. Ela atua ainda entre o público evangélico, no qual Bolsonaro tem avançado. De acordo com aliados do presidente, a intenção não é travar batalhas religiosas.

Conselheiro de Lula na comunicação com religiosos, o pastor Paulo Marcelo Schallenberger afirmou temer violência. "A preocupação é que tragédias como a de Foz do Iguaçu entrem no campo da religião", disse, ao se referir ao homicídio do petista Marcelo Arruda pelo bolsonarista José Guaranho. O pastor discute com a campanha petista uma reação "urgente" ao avanço de Bolsonaro. Entre as propostas estão a realização de um culto pentecostal em São Paulo e live na qual Lula exporia ações em favor da liberdade religiosa.

As mulheres, hoje, são a maioria no eleitorado, e os evangélicos, cerca de 30% da população. Em Minas, o presidente reverteu, em um mês, empate técnico com Lula entre evangélicos e, segundo pesquisa Genial/Quaest, está 18 pontos porcentuais à frente.

A cientista política Silvana Krause, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), disse que a questão religiosa é decisiva. "Os neopentecostais têm sido muito mobilizados. Isso fica claro com Michelle Bolsonaro resgatando o bem e o mal, a terra prometida."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) e a primeira-dama Michelle Bolsonaro almoçaram com o pastor Guilherme de Pádua, assassino confesso de Daniella Perez, no último domingo (7), em Belo Horizonte, Minas Gerais. Juliana Lacerda, esposa do ex-ator, também participou do encontro.

Segundo a colunista Fábia Oliveira, o almoço teria acontecido após o culto realizado na Igreja Batista da Lagoinha, onde Guilherme atua como líder religioso. O encontro foi particular, apenas para seletos convidados. Fábia diz que pessoas próximas ao assassino de Daniella e sua esposa especulam que essa aproximação com os Bolsonaro tenha pretensão política de futuramente receberem cargos públicos.

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Por conta dessa pretensão, o casal estaria evitando deixar vazar na mídia essa aproximação com o presidente, para que a imagem do ex-presidiário não seja associada ao mandatário, que é candidato à reeleição. Uma vez que o documentário Pacto Brutal, que aborda o assassinato de Daniella Perez, está repercutindo, a associação de Pádua com os Bolsonaro poderia causar danos na eleição. 

A primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado federal Pastor Marco Feliciano (Republicanos-SP) compartilharam em uma rede social uma publicação que associa religiões de matrizes afro-brasileiras, como a umbanda e o candomblé, às "trevas". O vídeo mostra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante um ritual, realizado no ano passado, em Salvador. "Isso pode, né? Eu falar de Deus, não", escreveu a mulher do presidente Jair Bolsonaro (PL).

O vídeo foi compartilhado pela vereadora Sonaira Fernandes (Republicanos-SP). Nele, Lula aparece diante de uma religiosa recebendo pipoca sobre a cabeça. "Lula já entregou sua alma para vencer essa eleição", escreveu a vereadora bolsonarista no Instagram.

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"Não lutamos contra a carne nem o sangue, mas contra os principados e potestades das trevas. O cristão tem que ter a coragem de falar de política hoje, para não ser proibido de falar de Jesus amanhã", afirmou a integrante do Legislativo da capital paulista.

A publicação foi então replicada nos stories de Michelle, no Instagram. Feliciano divulgou o vídeo tanto no Instagram como no Twitter. "Crente que vota nesse homem apostata da fé! É fazer pacto com o maligno!", escreveu o deputado federal.

Diante da repercussão das publicações nas redes sociais, Feliciano partiu para o ataque, no Twitter. "Lula na umbanda. Roberto Barroso com João de 'deus'. Tudo pode. Mas a primeira-dama Michelle Bolsonaro falar em Jesus causa escândalo… Liberdade religiosa seletiva… Mídia asquerosa!", afirmou, no Twitter.

Em uma fala de pouco menos de dois minutos no evento de lançamento do "Caixa pra elas", um novo serviço do Caixa Econômica Federal voltado a mulheres, o presidente Jair Bolsonaro (PL) defendeu a pauta conservadora, que, segundo ele, "é a defesa da família", e voltou a criticar a oposição.

Ao lado de Michelle Bolsonaro, sua esposa, o presidente criticou a atuação do Ministério dos Direitos Humanos em gestões anteriores, e o programa Humaniza Redes. Segundo o chefe do Executivo, o objetivo de seus opositores são contrários aos do seu governo, que é focado na defesa da família, do cidadão e de Deus.

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O presidente agradeceu a participação de todos no evento, mandando um "abraço nos homens e um beijo pras mulheres".

A primeira-dama Michelle Bolsonaro afirmou que o Palácio do Planalto era consagrado a demônios antes da posse do presidente Jair Bolsonaro (PL). "Por muitos anos, por muito tempo, aquele lugar foi um lugar consagrado a demônios. Cozinha consagrada a demônios, Planalto consagrado a demônios. E hoje é consagrado ao senhor Jesus", disse ela neste domingo (7), ao lado do presidente, durante culto evangélico na Igreja Batista Lagoinha em Belo Horizonte.

Em um discurso de pouco mais de cinco minutos, Michelle chamou muitas pessoas pelo primeiro nome, agradecendo orações feitas a favor do governo.

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Ela ainda disse que o momento está "muito difícil" e repetiu a frase já dita pelo presidente de que as eleições são uma "guerra do bem contra o mal" e alegou que "nossa nação é uma nação rica, uma nação próspera, ela só foi mal administrada". "Podem me chamar de fanática, podem me chamar de louca, mas vou continuar louvando nosso Deus, vou continuar orando", disse.

Também relembrou a facada sofrida por Bolsonaro em 2018. "É uma renúncia estar do outro lado. Nós pagamos um alto preço. Até com a vida, como tentaram tirar do meu marido em 2018?"

Michelle, que falou logo após o presidente, tem intensificado sua presença nos atos de campanha do marido, como estratégia para melhorar a imagem dele junto ao eleitorado feminino e evangélico.

"Eu sempre falo e falo para ele (Bolsonaro), quando eu entro na sala dele e olho para ele: essa cadeira é do presidente maior, é do rei que governa essa nação", disse a primeira-dama. Durante a fala dela, Bolsonaro demonstrou emoção e ficou com os olhos marejados.

O presidente, por sua vez, fez um discurso curto, de menos de dois minutos, repetindo algumas frases que têm marcado suas falas em eventos religiosos.

Ele afirmou que a função que ocupa é "missão de Deus" e que há três frases que ouve muito de seus apoiadores: "não desista" "Deus te abençoe" e "estamos orando por você".

O presidente ainda voltou a dizer que, mesmo durante a pandemia, esteve "no meio do povo" e agradeceu. "Muito obrigado a todos, sabemos o que está em jogo, sabemos o que queremos para o país. Não precisamos errar para saber o que é bom ou não é", afirmou o presidente.

Depois de seus discursos, Michelle e Bolsonaro ajoelharam-se para receber uma bênção.

A ex-ministra Damares Alves pertenceu à Igreja da Lagoinha, onde habitualmente faz pregações, mas não participou do culto deste domingo.

Apesar de a coordenação da campanha à reeleição buscar meios de atrair o eleitorado feminino, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse a apoiadores que a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, só se especializou em Libras por ordem dele porque ela "falava muito alto em casa". Ele ainda afirmou que ela "pede R$ 5 mil todo dia".

Ao falar sobre o quanto ganha de salário como presidente, ele disse que todo dia, quando acorda, Michelle pede dinheiro. "Ganho R$ 33 mil, mas não gasto quase nada, quem gasta é a mulher. Inclusive, todo dia quando levanto, ela me pede R$ 5 mil", declarou nesta quarta-feira (27). Quando um apoiador questionou com o que Michelle gasta o dinheiro, Bolsonaro respondeu: "Não sei, nunca dei".

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Após ouvir elogios a Michelle de algumas apoiadoras no grupo reunido em frente ao palácio, Bolsonaro disse que a primeira-dama havia feito um bom discurso durante a convenção do PL, no último domingo, e rindo, contou que a primeira-dama aprendeu Libras (Língua Brasileira de Sinais) para deixar de "falar alto" com ele. "Como ela falava muito alto comigo em casa, eu disse pra ela aprender libras e ela aprendeu".

As mulheres fazem parte de um dos grupos da sociedade que mais rejeitam a tentativa de reeleição de Bolsonaro. Dados recentes da pesquisa Datafolha apontam que o atual presidente tem 21% da preferência feminina, contra 49% do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Uma das apostas do PL é usar a própria Michelle nas propagandas eleitorais da campanha de Bolsonaro. A primeira-dama discursou na convenção que confirmou Bolsonaro como candidato. No evento, ela afirmou que o presidente sancionou 70 leis dedicadas às mulheres, mas só 46 beneficiam diretamente o público feminino, como mostrou o Estadão. Dessas, nenhuma proposta é de autoria do governo, e Bolsonaro vetou seis propostas, incluindo a que previa distribuição de absorventes para mulheres em situação de vulnerabilidade.

Além dos comentários sobre Michelle, o presidente também fez outras falas desrespeitosas em relação às mulheres, como quando disse que teve uma filha por "fraquejada". Em junho, a Justiça confirmou que Bolsonaro terá que pagar uma indenização de R$ 35 mil a uma jornalista por ter feito uma insinuação sexual sobre seu trabalho.

No esforço para reduzir a rejeição do presidente Jair Bolsonaro (PL) entre o eleitorado feminino, a primeira-dama Michelle Bolsonaro afirmou, durante a convenção do PL, no domingo passado, dia 24, que o presidente "sancionou 70 novas leis de proteção à mulher". Levantamento feito pelo Estadão mostrou, no entanto, a que a primeira-dama inflou o número.

Ao longo de seu mandato, Bolsonaro sancionou 46 projetos, nenhum de autoria do seu governo, e vetou seis propostas que beneficiavam diretamente as mulheres. O Congresso Nacional derrubou dois desses vetos do presidente para fazer valer os projetos.

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De acordo com integrantes do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, a primeira-dama se baseou numa lista produzida pela Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados, comandada por uma aliada do governo, a deputa Celina Leão (Progressistas-DF). Do total de 70 projetos, entretanto, 26 não têm relação direta com as mulheres. A lista inclui, por exemplo, projetos como o que define o crime de acusar falsamente um candidato nas eleições, sem qualquer distinção de gênero.

"Falam que ele não gosta de mulheres, e ele foi o presidente da história que mais sancionou leis para as mulheres, para proteção das mulheres. Setenta leis, setenta leis para proteção das mulheres", disse Michelle na convenção do PL que oficializou a candidatura de Bolsonaro à reeleição.

Dos projetos aprovados pelo Congresso, Bolsonaro foi contra seis deles de forma integral ou parcialmente. Entre eles, o que garante distribuição de absorventes a mulheres carentes e o que concedeu pagamento do auxílio emergencial em dobro para mulheres chefes de família durante a pandemia de covid-19.

'PIADA'

"Essa é uma postura 100% eleitoreira. De uma hora para outra, Bolsonaro quer dizer que se preocupa com as mulheres. Para mim, isso é uma grande piada de mau gosto", disse a deputada Tabata Amaral (PSB-SP). Pesquisas mostram que o público feminino rejeita o nome de Bolsonaro.

"Uma série de projetos foi aprovada pela pressão das mulheres, não teve nada a ver com o governo, foi apesar do governo Bolsonaro", afirmou a deputada Fernanda Melchiona (PSOL-RS), autora do projeto que garantiu o auxílio emergencial em dobro para mulheres, que teve o veto do presidente derrubado pelo Congresso. Nenhum dos projetos foi de iniciativa do governo.

No caso do projeto sobre distribuição gratuita de absorventes, a proposta chegou a ser alvo de chacota pelo presidente. Bolsonaro chamou a iniciativa de "auxílio Modess".

O programa, que atende estudantes carentes dos ensinos fundamental e médio, mulheres em situação de vulnerabilidade e presidiárias ainda não foi implementado pelo governo, mesmo após o Congresso derrubar o veto do presidente. Deputadas defensoras da medida avaliam ações para cobrar a efetividade da lei.

A lista usada para o discurso de Michelle incluiu até mesmo propostas que contrariam a luta das mulheres por direitos na política. Uma das leis sancionadas pelo presidente anistiou os partidos que não aplicaram os recursos exigidos por lei para estimular a participação feminina nas eleições.

VERBA

O orçamento para programas que atendem o público feminino também despencou. As verbas para o enfrentamento da violência contra mulheres caíram de R$ 60,9 milhões em 2018 para R$ 1 milhão neste ano, em valores corrigidos pela inflação. O orçamento do Ministério da Mulher é o menor da Esplanada dos Ministérios, com R$ 978,8 milhões para manutenção das atividades e investimentos.

Na relação dos projetos sancionados, estão a Lei Mariana Ferrer, que pune o constrangimento de vítimas e testemunhas em julgamentos de crimes sexuais, o que criminaliza a violência política contra a mulher, a proposta que tipifica o crime de perseguição e a medida que concede o direito de mães amamentarem seus filhos durante a realização de concursos públicos.

Procurados para comentar a contradição nos dados divulgados pela primeira-dama, a Secretaria de Comunicação da Presidência, o Ministério da Mulher e a assessoria de Michelle não responderam.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) avalia que o discurso da primeira-dama Michelle foi o ponto alto da convenção de lançamento da candidatura à reeleição do chefe do Executivo. O ato político aconteceu nesse domingo (24) no ginásio do Maracanãzinho, no Rio de Janeiro.

Até então resistente a se engajar na campanha, Michelle abriu a convenção com um discurso de tom religioso e recados às mulheres, como queria a equipe de marketing de Bolsonaro. Considerada por auxiliares políticos do bolsonarismo como uma ferramenta para tentar reduzir a rejeição do presidente no eleitorado feminino, ela havia silenciado antes aos apelos para participar de propagandas do PL.

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"Falam que ele [Bolsonaro] não gosta de mulheres. Ele foi o presidente na história que mais sancionou leis de proteção às mulheres. Setenta leis de proteção às mulheres. Quando ele leva água para o Nordeste, ele está cuidando da mulher", afirmou a primeira-dama durante a convenção. "Ela mandou muito bem", avaliou uma fonte da campanha à reportagem.

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A primeira-dama Michelle é mais uma da família Bolsonaro a se filiar ao Partido Liberal (PL). Como filiada, ela vai poder participar de peças publicitárias da legenda nos veículos de comunicação.

Após Jair, Flávio e Eduardo, Michelle desembarcou na sigla de Valdemar Costa Neto, mas não deve ser lançada como candidata. Sua missão seria equilibrar as posições machistas do presidente e atrair tanto o voto feminino quanto o evangélico.

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