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Cerca de uma hora após o início da sessão extraordinária para apreciação dos destaques à Medida Provisória dos Portos (MP 595/2012), o plenário da Câmara ainda não contava, nesta quarta-feira, 15, com a quantidade mínima de 257 deputados para que ocorra votação. O painel eletrônico indica, neste momento, a presença de apenas 187 parlamentares. O texto-base foi aprovado por volta das 20h de ontem e 12 destaques foram analisados ao longo da madrugada. Ainda restam 14 destaques a serem analisados hoje.

Para a matéria não caducar, o governo batalha pela aprovação ainda hoje na Câmara, de modo que seja possível enviá-la ao Senado em seguida, para leitura, e votá-la amanhã. A MP perde a validade na madrugada de quinta para sexta-feira.

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O líder do PT no Senado, Wellington Dias (PT-PI), considera que "o maior inimigo da regra dos portos é o tempo". "Ou tem acordo ou é real o risco de a Câmara não apreciar em tempo de o Senado votar", disse ao Broadcast, serviço de informações em tempo real da Agência Estado. A esperança dele é que os deputados aprovem o projeto a tempo de ser lido ainda hoje no plenário do Senado.

O senador petista avalia que lá o governo tem "maioria confortável". "E o lado bom é que o projeto já vai chegar no Senado mais desenhado", afirmou. Neste momento, acontece a sessão extraordinária no plenário da Câmara para apreciação dos 14 destaques à MP dos Portos que não foram analisados ontem.

A Secretaria Geral da Mesa cancelou a sessão extraordinária do Senado, que havia sido marcada para as 12h, quando seria feita a leitura da medida provisória dos portos. Como a matéria ainda está em votação no plenário da Câmara, não haverá tempo para o término da deliberação e envio da matéria para o Senado.

Após 18 horas de sessões consecutivas, a Câmara aprovou o texto base da MP dos Portos e uma emenda. Outros 20 destaques foram rejeitados pelo plenário. Ainda há 14 destaques a serem votados.

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A expectativa é de que a votação seja concluída nesta quarta-feira (15) na Câmara. A matéria ainda precisará ser aprovada até esta quinta-feira (16) no Senado ou perderá a vigência.

O secretário do Sindicato dos Estivadores de Santos, Cesar Rodrigues Alves, disse que os trabalhadores do porto devem voltar ao trabalho hoje às 13 horas. O retorno, porém, pode não ser definitivo, já que o sindicato acompanha a votação das emendas à MP dos Portos no Congresso Nacional. "Oficialmente, estamos parados até as 13 horas. Se a votação se prolongar muito lá, vamos voltar ao trabalho. A gente vai acompanhando. Depende das informações de Brasília", disse.

A expectativa do secretário é de que as emendas que interessam aos trabalhadores de Santos sejam votadas nesta tarde. Duas das emendas em pauta, dos deputados Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) e Márcio França (PSB-SP), tratam da situação dos trabalhadores nos futuros portos privados. "Dependendo do resultado da votação dessas emendas, a gente reúne a diretoria e discute nova paralisação", afirmou o secretário. De acordo com o Cesar, entre 300 e 400 estivadores estão parados e há 16 navios atracados sem atendimento.

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Já os números da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) são diferentes. Segundo a Codesp, das 39 embarcações atracadas no porto de Santos, 15 delas estão com as operações paradas por conta da greve. A operação mais prejudicada é a de navios de contêineres, que dependem mais de mão de obra humana. Cargueiros de soja, açúcar e combustíveis são menos afetados pela paralisação.

Ainda segundo a Codesp, há neste momento 44 navios esperando para atracar no porto de Santos, um número abaixo da média, que é de 70 embarcações na fila. O porto recebe, em média, de 15 a 20 novos navios por dia.

Apesar de aprovar o texto principal da medida provisória dos Portos, a Câmara dos Deputados ainda não concluiu a votação da matéria. Após 18 horas de sessões consecutivas, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), precisou encerrar a sessão às 5h desta quarta-feira (15) por falta de quorum. Ainda falta votar 14 destaques, que serão apreciados em mais uma sessão extraordinária, marcada para as 11h.

A MP 595 institui um novo marco regulatório para o setor portuário. O texto cria regras para as futuras concessões, arrendamentos e autorizações para exploração de portos e instalações portuárias no Brasil.

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A matéria precisa ser votada nas duas casas do Congresso Nacional até esta quinta-feira (16) ou perderá a validade. O Senado tem sessão extraordinária marcada para as 12h, mas ao que tudo indica a Câmara não terá terminado a discussão a tempo.

Se a MP caducar - perder a vigência - o governo poderá recorrer a decretos para colocar em prática os principais pontos previstos na medida provisória.

Emendas
Ao todo, nove emendas foram votadas pelo plenário. A única aprovada foi o destaque do DEM, que retira da medida provisória a proibição de excluir área do porto organizado por decreto quando da definição do perímetro desses portos. Na prática, isso pode implicar a diminuição dos portos públicos para ampliar área disponível aos terminais privados.

Outros 20 destaques de bancada foram rejeitados pelo plenário. Desses, 11 eram emendas aglutinativas.

Após um dia inteiro de negociações políticas e duas sessões extraordinárias adiadas, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou na noite desta terça-feira a Medida Provisória dos Portos (MP 595/2012). Em votação simbólica, os deputados deram apoio ao texto aprovado no dia 24 de abril pela comissão mista da MP. Os parlamentares agora vão apreciar os destaques à proposta, que podem modificar radicalmente a essência da MP.

As bancadas do PSDB e do Democratas obstruíram a votação, ou seja, tentaram impedir a apreciação do texto no seu mérito. O Psol, por sua vez, foi contrário à MP. O texto aprovado pelos deputados, que é, na maior parte, de autoria do líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), foi aprovado na comissão após acordo entre base aliada e da oposição.

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O colegiado acabou por aprovar algumas dessas propostas, justamente as que correm risco de sofrer veto do Planalto. Uma delas estabelece que os novos contratos de concessão e arrendamento nos portos devem ter 25 anos de prazo, prorrogáveis por mais 25, condicionados à realização de investimentos. A diferença é que essa prorrogação será automática e não fica mais a critério do poder concedente (o Ministério). Esse trecho, porém, não tem aval do Palácio do Planalto.

Em votação conduzida pelo presidente da Casa, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), o Senado aprovou, nesta terça-feira, requerimento para prorrogar a sessão plenária por mais cinco horas, permitindo que as discussões estendam-se até pouco mais de meia-noite. Isso quer dizer que os senadores farão vigília no plenário, para esperar a votação da Medida Provisória 595, a MP dos Portos, na Câmara ainda nesta terça. O esforço faz parte da estratégia para permitir que a medida seja apreciada nesta quarta-feira, 15, no Senado.

Pelas regras do regimento interno, a leitura da medida provisória tem de ser feita em uma sessão, e a votação em outra. Isso significa que, para viabilizar a deliberação da MP dos Portos nesta quarta, a proposta tem de ser lida na noite de hoje no Senado. A base governista corre contra o relógio para votar a matéria, que perde a validade na próxima quinta-feira, 16.

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O placar foi apertado no Senado. Com menos de 41 senadores no plenário, a sessão seria encerrada. E o placar contabilizou 40 votos: foram 36 votos favoráveis à prorrogação da sessão e 4 votos pelo encerramento. Pelo placar, a sessão teria sido derrubada. Mas Renan Calheiros lembrou que o presidente não votava, mas sua presença contava para o quorum e assim foi obtido o número mínimo.

Mais cedo, Renan havia sido cobrado pelo senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) pela declaração do líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), de que o Senado estenderia a sessão até 23h30 para fazer a leitura da medida provisória.

"Isso é uma desmoralização total e completa do Congresso", protestou Jarbas. "E nós ficamos aqui nesse papel, se não de palhaço, de menino bobo, esperando que dê 23 horas, talvez antes, para ser feita a leitura aqui da MP dos Portos", reclamou.

Renan negou a estratégia, afirmando que Chinaglia não poderia falar pelo Senado. "Evidentemente, com todo o respeito, o deputado Arlindo Chinaglia não fala em nome do Senado Federal. Não há nenhum planejamento com relação a um esforço maior para nós votarmos a MP dos Portos", disse o peemedebista. Mas ressalvou que o Senado faria o possível para votar a medida provisória.

"É evidente que o que for possível fazer, nós faremos, porque essa medida provisória é de interesse do País, mas nós não vamos fazer o que não for possível. Se esta Casa entender que não há como apreciar a Medida Provisória, é evidente que nós não vamos apreciá-la", disse Renan.

A condução da votação do requerimento de prorrogação da sessão, entretanto, mostrou que Renan trabalhou a favor do governo. Porque ele deu tempo suficiente para os senadores que não estavam no plenário chegassem para votar e viabilizar a continuidade da sessão.

O plenário da Câmara dos Deputados rejeitou nesta terça-feira à noite um pedido apresentado pelo Democratas (DEM) para retirar a Medida Provisória dos Portos (MP 595/2012) de pauta. A proposta foi rejeitada por 285 votos contrários, apenas sete favoráveis e ainda ocorreram duas abstenções. Com isso, os deputados, após um dia de intensas negociações e adiamento de duas sessões extraordinárias, poderão finalmente começar a apreciar o mérito do texto.

DEM, PSDB e PPS posicionaram-se contra a análise da medida provisória com o argumento de que a Casa não deveria votar a matéria em razão de, na semana passada, o líder do PR ter levantado suspeitas de que estariam havendo "negociatas" para a aprovação da proposta.

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Contudo, na hora do voto, poucos foram os parlamentares que seguiram a orientação dos partidos para derrubar a sessão de votação da MP. Ainda assim, a oposição vai insistir para tentar levar até depois da meia noite desta terça a sessão de votação da MP dos Portos, de forma a inviabilizar toda a articulação do governo em favor da medida. A MP perde a eficácia na quinta-feira e ainda tem de ser aprovada pelo plenário do Senado.

Em tom de desabafo e frustração, o líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE), tentou mais uma manobra para aprovar a Medida Provisória 595, a MP dos Portos, em plenário na noite desta terça-feira. O petista fez um apelo para que o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), pedisse aos líderes que retirassem os destaques e votassem o texto aprovado pela Comissão Especial Mista, do senador Eduardo Braga (PMDB-AM), mas ouviu um não do peemedebista. "Nosso plano era votar até as 18h. Não votamos nem o texto principal", comentou.

De acordo com o líder, as negociações chegaram a exaustão. "É desanimador. A gente fala, fala, fala... Fizemos uma negociação exaustiva", revelou. Guimarães disse que o governo havia feito concessões e que estava disposto a discutir pontos de possíveis vetos. "Não tem mais acordo. As coisas atingiram um grau de esgarçamento que é difícil avançar", afirmou o líder, admitindo sua "enorme frustração" com o andamento da votação da MP e as discussões entre os deputados.

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O presidente da Federação Nacional dos Estivadores, Wilton Ferreira Barreto, afirmou que diversos portos brasileiros devem aderir a paralisação como forma de pressionar o Congresso e o governo para incluir a questão trabalhista na votação da Medida Provisória 595, a MP dos Portos. "Já temos três portos paralisados: Santos, Paranaguá e Rio. Logo mais o de Belém vai parar e, até as 19 horas, o de Manaus também vai paralisar", afirmou.

Segundo Barreto, a federação está em contato no momento com o porto de Pernambuco, que também deve aderir a greve. "Vai parar de forma crescente", afirmou, ressaltando que o fim do movimento só será avaliado 'depois da votação' da MP, que está prevista para acontecer ainda nesta terça-feira, 14.

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De acordo com o deputado federal e presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, que está no Congresso acompanhando a votação, até as 19 horas pelo menos seis ou sete portos interromperão as atividades. "Estamos em contato com eles", disse.

Santos

A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), que administra o porto de Santos, destacou que não recebeu nenhum comunicado oficial de greve e tem apenas a informação de alguns terminais parados. Segundo o Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmos), a escala da tarde desta terça-feira ocorreu 'normalmente' com apenas alguns terminais parados. O Porto de Santos conta com um total de 6.408 trabalhadores. Deste total, 3.292 são estivadores -- 2.285 estão disponíveis e 1.007 estão inativos, segundo dados do Ogmos.

A Codesp informou, por meio de sua assessoria, que de acordo com último balanço, recebido por volta das 17h20, havia oito navios parados e sete, por serem mecanizados, estavam operando normalmente. Segundo a companhia, dos 43 navios atracados no momento, cerca de 40 são de operações comerciais e outros de manutenção. Em relação as operações dos demais navios, a assessoria disse que 'não tinha informações'.

O porto de Santos é o maior da América Latina e o terminal de Paranaguá é um dos mais importantes para as exportações de grãos do país. Segundo a Federação Nacional dos Estivadores, atualmente, existem cerca de 43 mil estivadores em todo o País. A entidade, no entanto, não precisou o número de trabalhadores que pode parar.

O líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), afirmou nesta terça-feira (14) que não houve acordo com o governo para aprovar a Medida Provisória 595, a MP dos Portos. "Não houve avanços", afirmou. Cunha apresentou quatro emendas aglutinativas à MP, mas apenas a última será votada. Segundo ele, a votação das três primeiras foi inviabilizada, não por acordo com o governo, mas porque elas incluíam emendas individuais apresentadas pelo deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), que, nesta terça, decidiu retirá-las.

Uma emenda aglutinativa que se baseia em uma emenda individual retirada não pode ser acolhida para votação. De acordo com Cunha, embora o assunto seja polêmico e haja dúvidas em relação a essa possibilidade, há uma interpretação do regimento segundo a qual o autor da emenda pode retirá-la a qualquer momento.

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Cunha disse ainda que a bancada do PMDB decidiu retirar apoio a uma das propostas que ele havia apresentado na emenda aglutinativa. Cunha era favorável à exigência de que os terminais de uso privado (TUPs) também fossem obrigados a contratar trabalhadores inscritos nos Órgãos Gestores de Mão de Obra (Ogmos), mas a bancada do PMDB foi contra. "Só tirei da emenda aquilo que era decisão da bancada", afirmou, negando ter cedido aos apelos do governo, que também era contra essa proposta.

Além da emenda aglutinativa, Cunha vai apresentar dois destaques. Um deles estabelece que a prorrogação dos contratos de arrendamento posteriores a 1993 possam ser prorrogados uma única vez, a critério do poder concedente, pelo prazo máximo previsto em contrato. Como esse tema já faz parte da emenda aglutinativa, se ela for aprovada em plenário, esse destaque será retirado.

O outro destaque é o que mantém a validade da Lei 8.630/1993, atual marco regulatório do setor portuário, para todos os casos que não foram abarcados pela nova medida provisória. O governo pretende revogar essa lei e manter apenas a MP para regular o setor.

Tempo hábil

O líder do PSDB na Câmara, deputado Carlos Sampaio (SP), já considera impossível a aprovação em tempo hábil da MP dos Portos. Segundo ele, mesmo que a tramitação seguisse um ritmo normal daqui para diante na Câmara, o tema somente poderia ser votado no plenário do Senado na sexta-feira, 17. O problema é que a proposta perde validade na próxima quinta-feira, 16.

Sampaio disse que "o melhor caminho" para o governo Dilma seria apresentar um projeto de lei sobre o tema. "Em 45 dias estaríamos votando o assunto aqui", disse o tucano. Segundo Sampaio, a MP chegou ao plenário da Câmara, oriunda da comissão mista especial, com "vícios favorecendo quatro empresas". Ele argumentou que embora o PSDB seja favorável à modernização do marco regulatório do setor portuário, atuará em posição contrária ao texto da MP que está sendo analisada nesta terça.

Questionado se haveria tempo suficiente para a MP ser votada na Câmara, o líder do PMDB na Casa evitou se comprometer e disse: "Difícil responder isso, porque este plenário tem componentes outros", lembrando também dos destaques. Afirmou também, em relação aos tumultos que levaram a sucessivas interrupções do debate sobre o MP na Câmara, que "os episódios são lamentáveis, mas o parlamento tem de ser grandioso".

 

O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), abriu, pela terceira vez, sessão destinada à votar a Medida Provisória 595, a MP dos Portos. A sessão anterior havia sido suspensa porque o deputado Toninho Pinheiro (PP-MG) invadiu a Mesa Diretora da Casa e estendeu uma faixa em que cobrava mais recursos para a área de saúde.

Na reabertura dos trabalhos, Henrique Eduardo Alves disse que Toninho Pereira merecia todo o respeito da Casa. Ele, entretanto, admitiu que a segurança do plenário não teve a melhor atitude ao retirar o parlamentar de forma supostamente ríspida. "A segurança também não agiu de forma adequada", disse, ao afirmar que vai analisar o caso depois.

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O presidente da Câmara destacou que a melhor resposta às críticas contrárias aos parlamentares é votar a MP. O episódio envolvendo Toninho Pereira ocorreu no momento em que os líderes do DEM e do PR, respectivamente, Ronaldo Caiado (GO) e Anthony Garotinho (RJ), trocaram acusações no plenário. Garotinho criticou a oposição por se valer da suposta denúncia de corrupção feita na semana passada por ele contra uma emenda apresentada pelo líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), para tentar travar a votação da MP dos Portos.

Caiado rebateu, chamando o líder do PR de "chefe de quadrilha". "Estou convencido de que Vossa Excelência faz parte do chiqueiro, está com a caatinga dos porcos", disse o líder do DEM. Garotinho retrucou. "Não vou descer ao nível das suas palavras. O tempo vai lhe dar a resposta. Eu não abandono amigo meu. Eu não finjo que não conheço Demóstenes, não virei as costas para Demóstenes Torres", afirmou Garotinho, numa referência ao senador cassado no ano passado por envolvimento com o contraventor Carlinhos Cachoeira. Demóstenes era do mesmo partido de Caiado, o DEM.

No momento desse bate-boca, o deputado do PP invadiu a Mesa da Câmara, com uma faixa em que cobrava recursos para a área da saúde. "R$ 8,3 bilhões (empenhados) tiraram da saúde", citava a faixa.

O líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), anunciou no início da tarde desta terça-feira que vai apresentar um pedido de abertura da CPI dos Portos para investigar as suspeitas levantadas na semana passada pelo líder do PR, Anthony Garotinho (RJ), de que estaria havendo "negociata" para a aprovação da Medida Provisória dos Portos (MP 595/2012). Mais cedo, o PSDB, o DEM e o PPS apresentaram pedido de apuração dessas suspeitas à Corregedoria da Casa.

Em discurso da tribuna da Câmara antes do encerramento da primeira sessão extraordinária convocada para votar a MP, Carlos Sampaio disse que seu partido votava na semana passada sem qualquer exigência. Lembrou ainda notícias veiculadas na imprensa nos últimos dias dando conta de que, para "acalmar" a base aliada, o governo teria se comprometido a repassar R$ 1 bilhão em emendas parlamentares.

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"O PSDB não aceita esse tipo de postura e, por essa razão, se aprovada for essa MP, tenho a obrigação, como líder do meu partido, de apresentar uma CPI dos Portos para saber quem ganhou com essa sacanagem, quem ganhou com essa malandragem. O PSDB está fora disso, senhor presidente. O PSDB quer postura dentro desta Casa", afirmou Sampaio, minutos antes de encerrar a sessão extraordinária do plenário convocada nesta terça pela manhã para tentar votar, sem sucesso, a MP dos Portos.

A oposição tem se valido do tumulto ocorrido na sessão da semana passada para tentar inviabilizar a votação da MP. O tucano disse que, caso a MP venha a ser aprovada, todas as "falcatruas denunciadas dentro do governo" se tornarão lei. "Porcos, Tio Patinhas, malandragem, sacanagem fazem parte da mesma MP que aprovamos", criticou.

Mais de duas horas após o início da sessão extraordinária, a Câmara dos Deputados acaba de iniciar a Ordem do Dia, para a votação da MP dos Portos. A expectativa do governo federal é que a matéria seja aprovada na casa ainda nesta terça-feira (14) e depois siga para o Senado, onde precisa ser votada até quinta-feira (16), para não perder a validade.

O presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), está otimista para que a votação seja concluída. "Essa é uma matéria de extrema importância para o país e o povo brasileiro merece de uma resposta desta casa. O povo brasileiro merece o voto", frisou ele.

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Logo no início da Ordem do Dia, o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) criticou a medida provisória 595/2012. "Essa medida provisória é uma farsa. Lula é o responsável pelo atraso na infraestrutura portuária do Brasil, por causa do decreto assinado por ele que impedia o investimento privado no setor. Não precisamos de uma nova lei dos portos. A lei atual já contempla as reivindicações. Basta a presidente Dilma revogar o decreto de Lula", comentou.

O governo Dilma Rousseff decidiu ceder à pressão da bancada do PMDB e aceitou, nas negociações políticas de ontem (13) para hoje, alterar quatro pontos da Medida Provisória dos Portos (MP 595/2012) a fim de aprová-la no Congresso. Ao mesmo tempo, o líder do partido na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), também fez concessões e desistiu de colocar em votação a emenda aglutinativa que havia apresentado na semana passada.

O primeiro ponto diz respeito aos portos administrados pelos Estados. O governo aceitou ceder as licitações desses portos para os governos estaduais. Pela proposta original, todas essas licitações ficariam a cargo da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). A emenda atende a um pedido da bancada do PSB, interessada em manter o controle do Porto de Suape (PE) nas mãos do governador Eduardo Campos. O segundo ponto diz respeito à possibilidade de que as controvérsias em relação aos contratos de arrendamento possam ser resolvidas por meio de arbitragem. Essa emenda foi proposta pelo deputado Luiz Sérgio (PT-RJ).

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Também foi fechado acordo a respeito dos limites da área do porto organizado. Uma emenda proposta pelo deputado Márcio Franca (PSB-SP) queria garantir que os municípios não perderiam a arrecadação caso o governo federal alterasse os limites da área do porto. Agora, os municípios terão de concordar com qualquer mudança em relação a esse tema.

Outro ponto que não fazia parte da proposta original diz respeito à Lei 8.630/1993, que é o atual marco regulatório do setor portuário. Com a MP 595/2012, o governo queria revogar a lei anterior. Mas o líder do PMDB na Câmara queria garantir que os assuntos que não estivessem regulados pela medida provisória continuassem a ser regulamentados pela lei anterior. O governo teria aceitado essa demanda.

Na reunião da bancada do PMDB, que ainda não terminou, o partido mudou de opinião a respeito da demanda dos trabalhadores para os terminais de uso privativo, os chamados TUPs. Os trabalhadores, liderados pelo presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), exigem que os trabalhadores que prestarão serviço nos TUPs façam parte dos Órgãos Gestores de Mão de Obra (Ogmos). O governo não abre mão dessa concessão e afirma que já cedeu muito em relação aos trabalhadores. Agora, o PMDB se alinhou a essa posição.

De acordo com o presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), as negociações para a aprovação da MP dos Portos tiveram andamento da noite dessa segunda-feira (13) para a manhã desta terça (14). A sessão extraordinária para votar a matéria já foi aberta e os deputados estão registrando a presença no plenário, enquanto são feitos os pronunciamentos iniciais.

Alves explicou que a falta de consenso já era esperada diante de uma matéria como essa e que isso não ocorre apenas no PMDB, mas também em outros partidos da base aliada. No entanto, ele está confiante que a medida provisória será votada até a noite desta terça. "Essa é uma matéria de extrema importância para o país e o povo brasileiro merece de uma resposta desta casa. O povo brasileiro merece o voto", frisou.

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Sobre as notícias veiculadas em alguns veículos da imprensa que falavam em negociação da aprovação da MP com base em liberação de emendas parlamentares, ele ressaltou que isso não existe. "Não é assim que se conduz o processo democrático", disse. “Não tem nada a ver uma coisa com a outra. Rechaço em nome da Casa. Por essas coisas distorcidas que aqui e acolá surgem é que se Deus quiser, no mês de junho até o recesso, nós vamos aprovar aqui [na Câmara dos Deputados] uma emenda constitucional, tornando impositivo o Orçamento em relação a emendas parlamentares individuais”, completou.

A MP 595/2012 precisa ser aprovada na Câmara e no Senado até quinta-feira (16) ou perderá a validade.

A oposição entrou na noite dessa segunda-feira (13) com um requerimento de investigação preliminar na corregedoria da Câmara no qual pede a apuração das denúncias feitas pelo líder do PR, deputado Anthony Garotinho (RJ), que na última quarta-feira (8) colocou sob suspeita as negociações para tentar votar, na Câmara, a MP 595, a chamada MP dos Portos. Assinado pelos deputados Carlos Sampaio (SP), Ronaldo Caiado (GO) e Rubens Bueno (PR), líderes do PSDB, DEM e PPS, respectivamente, a oposição quer que a Corregedoria apure "se há indícios suficientes para uma eventual sindicância ou inquérito".

Quando da primeira tentativa de colocar a MP em votação na Câmara, na semana passada, o deputado Anthony Garotinho foi à tribuna da Casa e afirmou que a emenda aglutinativa proposta pelo líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), se aprovada, transformaria a medida provisória na "MP dos Porcos". "Eu, particularmente, votarei no texto. Nessa emenda, eu não voto, porque essa emenda é Tio Patinhas", afirmou o deputado.

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As declarações de Garotinho, que não forneceu detalhes a suas acusações, resultaram em bate-boca entre os parlamentares e contribuíram para que o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), suspendesse a sessão.

"Os eventos que acabamos de descrever (as acusações de Garotinho) deixaram a MP dos Portos sob suspeita. Igualmente, podem configurar eventual quebra da ordem e da disciplina na Câmara dos Deputados, e até quebra do decoro", escrevem os parlamentares da oposição no requerimento. Carlos Sampaio afirmou ontem que seu partido não tem condições de votar a MP depois das denúncias do deputado Garotinho.

"A MP é importantíssima para o País, mas vem com vícios que não sabemos quais são", declarou Sampaio em nota. A MP tem de ser apreciada na Câmara e no Senado até a quinta-feira (16) para não perder a validade.

Pivô do entrave em torno da votação da MP dos Portos, o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), foi convocado no final da tarde de segunda-feira, 13, para uma reunião com o vice-presidente da República, Michel Temer, a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e o da Justiça, José Eduardo Cardozo.

Ao retornar do encontro, Cunha se limitou a dizer ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que apenas trataram de questões "técnicas". Em seguida, ele se reuniu com integrantes da bancada do PMDB para apresentar os pontos em que o governo teria aceito negociar. Além do peemedebista, também participaram da reunião integrantes do PSC e do DEM.

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Entre os trechos que o governo teria sinalizado que cederá está o que trata das Docas estaduais, que devem permanecer sob o comando dos governadores. Essa era uma das reivindicações do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), que não queria perder o gerenciamento do Porto de Suape. Segundo o Broadcast apurou, Cunha também informou aos deputados que o governo aceitou que os contratos feitos depois de 1993 poderão ser prorrogados pelo período igual ao dos contratos. Um dos pontos que não avançaram foi o que trata dos trabalhadores dos portos. Depois da reunião com os deputados, encerrada às 22h30, Cunha ainda iria voltar a se reunir com Michel Temer para os últimos acertos para a votação desta terça-feira, 14, pela manhã.

As discussões no Jaburu não contaram com a presença da ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti. Na mesma hora, ela se reunia com líderes da base aliada na Câmara para tentar chegar a um acordo em relação à proposta. "Ali foi discutido apenas abobrinhas. A ministra jogou para a plateia para dizer que ainda estava participando das negociações, mas não está", disse um deputado da base aliada após o encontro de segunda-feira, 13, à noite, que não quis se identificar.

A votação da MP está prevista para ocorrer nesta manhã após ser adiada por duas vezes. Depois de passar pela Câmara, a matéria ainda precisa ser votada no Senado até a quinta-feira, 16, quando a MP perde o prazo de validade.

Diante das divergências sobre o relatório do deputado Eduardo Braga (PMDB-AM) sobre a MP dos Portos, o governo não descarta a possibilidade de apresentar um novo relatório na forma de emenda aglutinativa.

De acordo com o líder do PT, deputado José Guimarães (CE), muitos pontos do parecer de Braga não tem o apoio do governo nem o consenso dos parlamentares. "Vamos chamar o relator, senador Eduardo Braga (PMDB-AM), para conversar e ver se evoluímos em uma nova aglutinativa, numa proposta do governo negociada com os líderes e também com os senadores", disse.

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A ideia é garantir a aprovação da matéria na Câmara nesta terça-feira (14) e no Senado até a quinta-feira (16) para evitar que a MP perca a validade.

Sem acordo da base aliada para a votação da MP dos Portos, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, convocou para esta terça, às 11h, uma nova sessão extraordinária para votar a matéria.

Sem acordo da base aliada para a votação da MP dos Portos, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, convocou para esta terça-feira (14), às 11h, uma nova sessão extraordinária para votar a matéria. Pouco antes do encerramento da sessão, o número de deputados que registrou a presença era de 258, o que permitiria a votação, já que o quórum mínimo é de 257.

Vários partidos, entre eles o PMDB, já haviam avisado, à tarde, que as bancadas iriam obstruir a votação. Ciente da movimentação no plenário para derrubar a apreciação, Henrique Alves convocou a sessão para esta terça antes mesmo de encerrar a desta segunda. Para ele, o número de deputados presentes foi baixo para a importância da matéria

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Segundo Alves a discussão da medida provisória já foi encerrada e ela vai direto para votação. "Esta Casa não é feita para embromar, para empurrar com a barriga, para silenciar. Esta Casa é feita de propostas como esta, que representa o Brasil do futuro. Esta Casa é para votar, para decidir", disse ele, confiante que a MP será aprovada nesta terça.

Antes de encerrar, ele criticou qualquer notícia ou comentário de que as negociações estariam sendo feitas com base na liberação de emendas parlamentares ao Orçamento. “Esta Casa rechaça qualquer noticiário, procedente ou não, de qualquer negociação menor que venha a interferir na deliberação de qualquer parlamentar", frisou.

Apesar das divergências, o governo continua otimista para a aprovação nas duas casas do Congresso até quinta-feira (16) para evitar que a MP 595 perca a validade. Durante todo o dia, ministros de Estado estiveram em reunião com a base aliada para acertar os acordos. "É um tema naturalmente complexo, porque há divergências quanto ao que foi aprovado na comissão especial. Há partes do relatório que o governo apoia e outros que o governo não apoia porque a comissão votou diferente", declarou o líder do governo, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP).

A ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, acredita que se a Câmara votar a MP até a noite desta terça, o Senado terá tempo hábil para votação.

O presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), acredita que a matéria será votada no plenário sem problemas. “Como é uma matéria de interesse do Brasil, sobretudo nesse momento de crise internacional, em que nós precisamos incrementar nossas exportações, acho que isso ajuda no sentido do convencimento, para que possamos apreciar a matéria num prazo diferente daquele que a gente vem observando ao longo dos últimos anos", explicou.

O líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE), disse nesta segunda-feira que o governo trabalha com duas alternativas para aprovar a Medida Provisória 595, a MP dos Portos na Casa. A primeira alternativa é criar uma nova emenda aglutinativa global, preservando o texto original que veio da Comissão Especial Mista e os interesses dos trabalhadores portuários. A segunda opção é a de fazer a votação nesta noite e deixar para terça-feira, 14, a apreciação dos destaques. "A tática será a de plenário. Não houve uma definição dos líderes da base. É um processo que está sendo construído, mas as coisas evoluíram bem", avaliou o petista.

Guimarães disse que a MP deve ser votada ainda nesta noite, apesar das divergências no mérito. Ele reforçou que os líderes da base não pretendem obstruir a votação. "A MP não caduca. Isso tem de ser um compromisso desta Casa", disse. A bancada do PT está reunida e a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, continua com o líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP). O governo pretende conversar ainda nesta segunda com o senador Eduardo Braga (PMDB-AM), relator da MP na comissão mista, para discutir a viabilidade dessa nova emenda aglutinativa.

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