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A Itália bateu um novo recorde negativo em nascimentos em 2021, registrando apenas 400.249 bebês no período, queda de 1,1% (-4.643) na comparação com o ano precedente, informou o Instituto Nacional de Estatísticas (Istat) nesta segunda-feira (19).

Ainda conforme o relatório, os dados preliminares de 2022 seguem a mesma tendência. Entre janeiro e setembro, já são cerca de seis mil nascimentos a menos do que no mesmo período do ano passado.

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O número médio de filhos por mulheres teve uma pequena alta, passando de 1,24 em 2020 para 1,25 em 2021 - muito por conta também da queda na população total do país. No período entre 2008-2010, o índice era de 1,44.

O Istat aponta que desde 2008, início da série histórica, os nascimentos na Itália diminuíram 30,6% - 176.410 em números totais -, o que pode ser atribuído quase que totalmente pela queda dos nascimentos quando os pais são ambos italianos (314.371 em 2021, quase 166 mil a menos do que há 14 anos).

A maior queda ocorreu quando os pais são casados formalmente, com 240.428 nascimentos, quase 20 mil a menos do que em 2020 e 223 mil a menos do que em 2008.

Um dos motivos apontados pelo Istat para os nascimentos "fora" do casamento é o fato que muitas pessoas adiaram o matrimônio formal em 2021 por conta das restrições sanitárias da pandemia de Covid-19. Em números preliminares, a retração foi de 47,4%.

Os dados dessa segunda-feira corroboram com outro relatório divulgado pelo Istat no último dia 15, que apontou que, em 2021, a população total do país manteve a tendência de queda vista nos últimos anos. Ao todo, a Itália tinha 59.030.133 pessoas em 31 de dezembro do ano passado, 0,3% a menos do que em 2020. 

Da Ansa

A taxa de natalidade da China despencou no ano passado, atingindo seu nível mais baixo em mais de quatro décadas, apesar dos esforços do regime comunista para convencer as famílias a "crescerem".

Embora o governo tenha passado a autorizar, em 2016, que os chineses tenham dois filhos, e até três este ano, Pequim enfrenta o risco do envelhecimento de sua população e da diminuição no número de sua população economicamente ativa.

Em 2020, a taxa de natalidade caiu drasticamente, chegando a 8,52 nascimentos por cada 1.000 habitantes, segundo o anuário estatístico de 2021. Trata-se do valor mais baixo desde que o anuário foi publicado em 1978.

O número do ano passado seria o mais baixo desde a fundação do regime comunista em 1949, de acordo com o Escritório Nacional de Estatísticas.

Comparativamente, em 2019, a taxa de natalidade foi de 10,41 nascimentos por 1.000 habitantes.

Os incentivos do governo parecem ter pouco efeito sobre as famílias, que enfrentam o aumento crescente do custo de vida, em particular, da educação e da moradia.

O número de casamentos também despencou no ano passado, atingindo seu piso em 17 anos, com apenas 8,14 milhões de casamentos.

O número de divórcios caiu, pela primeira vez em mais de 30 anos, após a imposição, no início de 2020, de um período de reflexão de um mês para casais que desejarem se separar. Ainda assim, foi maior do que o total de casamentos.

No ano passado, 4,34 milhões de casais se divorciaram, ou seja, mais da metade do número de casamentos.

As estatísticas chinesas podem levantar dúvidas. Segundo a agência Bloomberg, baseando-se nas diferenças entre os números anuais do Escritório Nacional de Estatísticas e nos resultados dos censos decenais, calculou, por exemplo, que o número de nascimentos registrou uma queda de 11,6 milhões entre 2000 e 2010.

Com a pandemia de Covid-19, o número de nascimentos no País em 2020 foi o menor desde 1994, segundo dados do Sistema de Informações de Nascidos Vivos (Sinasc), do Ministério da Saúde, tabulados pelo Estadão. Foram 2.687.651 recém-nascidos no ano passado, ante 2.849.146 em 2019, queda de 5,66%.

Os nascimentos já estavam em queda ou estabilidade nos últimos anos, mas em ritmo menos acelerado. Entre 2018 e 2019, por exemplo, a diminuição no número de novos recém-nascidos havia sido de 3,2%. Já entre 2017 e 2018, o País tinha registrado leve alta de 0,7% nos nascimentos.

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O impacto da pandemia no número de recém-nascidos foi maior até mesmo que o do surto de zika e microcefalia que afetou o País entre 2015 e 2016. Naquele período, em que muitos casais adiaram a gravidez por medo das sequelas deixadas pelo zika em algumas crianças, a queda de nascimentos foi de 5,3%. A última vez que o Brasil registrou um número menor de nascimentos do que em 2020 foi há 26 anos, quando, em 1994, 2.571.571 bebês nasceram.

Os dados de 2020 analisados mês a mês demonstram que as maiores quedas porcentuais ocorreram em novembro e dezembro, justamente nove e dez meses depois de o coronavírus ser confirmado no Brasil. Nesses meses, a queda foi de 9%, quase o dobro da média do ano.

A queda de nascimentos é algo que costuma ocorrer em períodos críticos, mas não significa que ela se manterá constante com o passar dos anos, explica Joice Melo Vieira, professora do Departamento de Demografia (DD/IFCH) e pesquisadora do Núcleo de Estudos de População Elza Berquó (NEPO) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). "Se nos voltarmos para casos semelhantes ao longo da história humana, é esperado que o número de nascimentos decline durante pandemias, mas há certa recuperação depois que esse período crítico terminar", observa. "É claro que sempre existem os casos de mulheres que atravessam períodos de crise já nos anos finais de seu período reprodutivo e podem ter vivenciado dois abalos grandes - o zika e agora a covid-19 - e que terão menores chances de recuperação da fecundidade desejada."

Segundo Joice, a retomada dos planos para ter filhos, quando a pandemia passar, vai depender de políticas que vão além do controle da circulação do vírus. "As pessoas, especialmente as mulheres, vão querer ter filhos se e quando se sentirem confortáveis para tê-los, se encontrarem condições propícias para isso. Políticas de redução de desigualdades e que proporcionem maior estabilidade financeira às famílias, políticas que promovam equidade de gênero no âmbito público e privado, políticas que favoreçam melhor gestão do tempo dedicado à vida laboral e pessoal, tudo isso favorece a recuperação da fecundidade", destaca.

Para Raquel Zanatta Coutinho, professora adjunta no Departamento de Demografia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), ainda não é possível saber se as pessoas vão desistir do plano de ter filhos ou se isso terá um efeito inverso. "Pode ser que uma pandemia desse porte mude para sempre o desejo por crianças. Diante das inseguranças do mundo, pode ser que quem já estivesse tentado a não ter filhos decida de uma vez que a maternidade não é um bom caminho", diz Raquel. "Por outro lado, a pandemia pode aumentar a fecundidade na medida em que as mulheres perdem o pouco acesso que tem aos métodos de controle. Talvez tenha um ‘baby boom’ para alguns grupos."

A emergência do zika vírus, de acordo com a professora da UFMG, teve seu impacto e afetou principalmente as mulheres em situação de vulnerabilidade. "Em nível nacional, o efeito foi pequeno, mas importante, cerca de 5% menor do que no ano anterior. Para alguns Estados, como Pernambuco, onde os casos de microcefalia se concentraram, a redução foi de 23% em 2016. Isso mostra que o medo da microcefalia e sua proximidade geográfica foram cruciais para despertar respostas reprodutivas. Mas o que mais chama atenção na zika é o fato de que mulheres mais jovens, com menos de 25 anos, apresentaram maior probabilidade de postergar, enquanto as mais velhas mantiveram os planos, muito por medo de não terem tempo biológico para engravidar", explica Raquel. "Além disso, as mais escolarizadas e as mais estáveis financeiramente conseguiam manter seus planos. Não tenho a menor dúvida de que as piores consequências da covid-19 serão sentidas pelas mulheres, especialmente as de baixa escolaridade e menor renda."

A pandemia teve diferentes efeitos sobre o número de nascimentos ao redor do mundo. Uma análise feita pela The Economist em outubro observou uma tendência de queda nos nascimentos nos países de renda mais elevada, como Cingapura, enquanto o número estava em alta em regiões de renda mais reduzida, como Uganda.

Congelamento de óvulos. No ano passado, em relação a 2019, chegou a ocorrer um movimento de queda de congelamento de óvulos, porque muitas clínicas interromperam atendimentos ou focaram em pacientes que tinham mais urgência em preservar a fertilidade, caso das mulheres com câncer.

Depois, ocorreu a retomada. "Toda vez que restringe, cria-se uma demanda reprimida, a procura para as clínicas aumentou bastante", diz Emerson Cordts, médico ginecologista e membro da Sociedade Brasileira de Rerodução Assistida (SBRA).

Em clínicas de fertilização, o movimento de mulheres buscando o congelamento de óvulos cresceu até 25%, segundo especialistas. O principal perfil é o de mulheres que não estão em um relacionamento estável. "A pandemia intensificou esse processo por causa da insegurança quanto ao futuro reprodutivo", diz Daniel Suslik Zylbersztejn, urologista e coordenador médico do Fleury Fertilidade. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

No Brasil, a Covid-19 tem deixado rastros preocupantes nos índices demográficos. A pandemia alterou a qualidade de vida da quase totalidade da população, assim como aumentou taxas de mortalidade e diminuiu as de natalidade. São menos bebês nascendo. Aproximadamente 300 mil a menos só em 2020.

Segundo expectativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estavam previstos 2,9 milhões de nascimentos no ano passado, que chegou a pouco mais de 2,6 milhões. As projeções foram feitas por José Eustáquio Diniz Alves, doutor em demografia e pesquisador aposentado do IBGE, à correspondente da BBC News no Brasil.

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Alves explica que essa redução deve se aprofundar ainda mais neste ano, porque os adiamentos de gestações provavelmente continuaram ao longo do ano passado e do primeiro semestre deste.

"A pandemia provocou uma queda na natalidade no mundo inteiro", diz. "Quem pôde adiar a maternidade, no caso de casais jovens, adiou. (...) Mesmo que tivesse havido mais sexo (entre pessoas quarentenadas em casa), hoje em dia existe uma separação entre sexo e reprodução. Houve muito medo de a mulher grávida ficar doente, medo de o hospital estar sobrecarregado. Basta adiarem-se 20% dos nascimentos para haver um impacto grande na taxa de natalidade”, explicou o pesquisador ao jornal.

Esse impacto já foi sentido em 2020, de gestações possivelmente adiadas logo nos primeiros meses do ano. Enquanto houve em 2019, quase 2,8 milhões de bebês nascidos no país, no ano passado esse número caiu para pouco mais de 2,6 milhões, segundo o Portal da Transparência do Registro Civil. Considerando que a projeção do IBGE era de que o Brasil teria 2,9 milhões de bebês nascidos no Brasil em 2020, o país teve, na prática, 300 mil bebês a menos do que o esperado.

O aumento no número de divórcios (15% a mais apenas no segundo semestre de 2020, em relação ao mesmo período de 2019) e a queda no número de casamentos também contribuem para menos concepções de bebês.

Vale lembrar que esse fenômeno não é inédito: por exemplo, quando eclodiu a epidemia de síndrome congênita da zika em bebês, entre 2015 e 2016, também houve um recuo momentâneo na natalidade do Brasil, diante do medo das mulheres em engravidar. A expectativa, prossegue Diniz Alves, é de que, passado o coronavírus, a taxa de natalidade brasileira volte aos patamares anteriores à pandemia, na casa dos 2,8 milhões de bebês por ano.

Diniz Alves analisou o comportamento da população brasileira no último ano e meio e identificou fatos importantes - alguns deles inéditos em um país que cresce sem parar desde que foi colonizado pelos europeus, cinco séculos atrás. Confira as demais observações:

Crescimento da população bem menor do que o previsto

Antes de a pandemia eclodir, o IBGE havia projetado que o Brasil veria sua população aumentar em 1,574 milhão de pessoas no ano passado. No entanto, diante da baixa na taxa de natalidade, das mortes por covid-19 e da sobrecarga do sistema de saúde, o país terminou 2020 com 1,159 milhão de pessoas a mais, segundo o Portal da Transparência do Registro Civil.

"Portanto, a grosso modo, podemos dizer que o impacto da pandemia foi reduzir o crescimento populacional em 415 mil pessoas em 2020", explica Diniz Alves.

Isso deve se intensificar neste ano: com ainda mais mortes por covid-19 do que no ano passado e menos nascimentos, "o Brasil deve ter 1 milhão de pessoas a menos do que estava previsto nas projeções do IBGE para 2021", prossegue o demógrafo.

Brasileiros vivem quase dois anos a menos do que antes

Em entrevista à BBC News Brasil em abril, a demógrafa Márcia Castro, professora da Faculdade de Saúde Pública de Harvard (EUA), apontou que a pandemia fez o brasileiro perder quase dois anos de expectativa de vida em 2020.

Em média, bebês nascidos no Brasil em 2020 viverão 1,94 ano a menos do que se esperaria se não tivesse havido a pandemia. Ou seja, 74,8 anos em vez dos 76,7 anos de vida anteriormente projetados.

A queda interrompe pela primeira vez um ciclo de crescimento da expectativa de vida no país que havia se iniciado em 1945, quando nossa esperança de vida era de 45,5 anos em média.

Será que essa queda na expectativa vai ser revertida no pós-pandemia? José Eustáquio Diniz Alves explica que alguns demógrafos acreditam que sim; outros, como ele, são mais céticos.

Há um alto número de brasileiros infectados com o coronavírus - mais de 19 milhões de pessoas -, e uma parcela deles pode sofrer da chamada covid longa, que são as complicações de longo prazo na saúde provocadas pela covid-19.

Esse impacto da covid longa na mortalidade é que vai influenciar se os óbitos vão voltar aos patamares anteriores, pré-pandemia, ou continuar a sofrer as influências dela, opina Diniz Alves.

Um possível impacto sobre a transição demográfica

Mesmo antes da pandemia, a população brasileira já estava em transição demográfica e tornava-se cada vez mais envelhecida - ou seja, está diminuindo a proporção de crianças e jovens enquanto aumenta a proporção de adultos idosos.

As projeções indicam que, por volta de 2047, as curvas de natalidade e de óbitos vão se encontrar. É a partir daí que a população brasileira deve começar a encolher: vai nascer menos gente do que vai morrer anualmente.

A covid-19 antecipou momentaneamente esse fenômeno, explica Diniz Alves, embora a expectativa é de que esse impacto da pandemia seja temporário, mas tudo depende de como e quando o vírus será controlado.

"O efeito da pandemia é conjuntural, mas pode manter os óbitos elevados e a natalidade mais baixa, dependendo do pós-pandemia - se ela acabar de vez, é uma coisa. Se (a covid-19) virar algo endêmico, daí o efeito na população pode ser mais permanente", afirma o demógrafo.

RJ e RS: os Estados onde a população chegou a encolher

Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, os Estados com maior proporção de população mais velha, registraram mais mortes do que nascimentos entre janeiro e maio de 2021. Foi uma variação breve e temporária - decorrente do pico de mortes por covid-19 -, mas muito importante: trata-se da primeira vez que isso acontece na história do país.

"É uma grande e inédita novidade para a demografia brasileira, (...) que tem uma história de 521 anos de crescimento demográfico contínuo e ininterrupto", escreveu Diniz Alves em artigo.

Eis os dados: segundo o Portal da Transparência do Registro Civil, o Estado fluminense teve 79.038 nascimentos e 79.570 óbitos de 1° de janeiro a 29 de maio deste ano. Ou seja, houve uma redução vegetativa de 532 pessoas no período, explica o demógrafo. No Rio Grande do Sul, foram 53.832 nascimentos no período, e 54.218 óbitos. Na ponta do lápis, uma população com 386 pessoas a menos.

O número de nascimentos registrados na China diminuiu quase 15% interanual em 2020, pelo quarto ano consecutivo, um sinal de que o relaxamento do planejamento familiar no país está tendo pouco impacto.

A China, que desde 1979 exigia que os casais tivessem apenas um filho para limitar o então rápido crescimento demográfico, permite desde 2016 ter dois filhos para limitar o envelhecimento do país.

Segundo os dados publicados na segunda-feira (8) pelo ministério da Segurança Pública, em 2020 foram registrados 10,04 milhões de nascimentos, 14,8% a menos que o número oficial de nascimentos registrados em 2019. A proporção de sexos ficou em 52,7% meninos e 47,3% meninas.

O número oficial de nascimentos totais, anunciado separadamente, foi de 14,65 milhões em 2019. Este número, que ainda não está disponível para 2020, é tradicionalmente maior que o número de nascimentos registrados porque nem todos os pais registram o filho imediatamente.

O número anunciado ontem de nascimentos registrados é "menor que o número de pessoas que se apresentam à prova de acesso a universidade" e o envelhecimento se tornará um problema crescente, segundo um usuário da rede social Weibo

Para outro usuário da Weibo, é "a crise mais grave enfrentada pela nação chinesa".

A mudança na política demográfica desde 2016 não incentivou significativamente os casais a ter mais bebês, principalmente devido à urbanização e ao custo de vida. A taxa de natalidade do ano passado foi inclusive a mais baixa desde a fundação da República Popular em 1949.

"Se toda a sociedade considera que ter filhos é um sofrimento, então existe um problema nesta sociedade", alerta outro usuário da Weibo.

O anúncio desses últimos dados chega após um ano em que a pandemia de covid-19 causou estragos na economia mundial e aumentou a preocupação com o emprego em muitas famílias.

Em novembro, a China lançou seu primeiro censo para determinar se o fim da política do filho único provocou um aumento significativo da população. A análise dos resultados deve durar dois anos.

De acordo com as estimativas do governo, o censo deve apontar uma população de 1,42 bilhão de habitantes (5,99% a mais em 10 anos).

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) estima que hoje (1º)  nasceram mais de 370 mil crianças em todo o planeta, metade delas em dez países, entre eles a Índia, China e Nigéria.

Segundo as previsões do Unicef, nasceram 371.504 bebês no primeiro dia de 2021, dos quais 60 mil na índia, cerca de 35.6 mil na China e mais de 21.4 mil na Nigéria.

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Além destes, 14.161 vieram ao mundo no Paquistão, 12.336 na Indonésia, 12.006 na Etiópia, 10.312 nos Estados Unidos da América, 9.455 no Egito, 9.236 em Bangladesh e 8.640 na República Democrática do Congo.

A organização prevê também que durante 2021 nascerão 140 milhões de crianças, que terão uma esperança média de vida de 84 anos.

"As crianças que nascem hoje chegam a um mundo muito diferente do que há um ano e um Ano-Novo traz novas oportunidades de ser reinventado", declarou a diretora executiva da Unicef, Henrietta Forre, que também recordou que em 2021 a organização cumprirá 75 anos de vida.

 

Os nascimentos nos Estados Unidos chegaram ao nível mais baixo em três décadas e meia no ano passado, anunciaram nesta quarta-feira (20) funcionários americanos, que destacam parte de uma "redução de bebês" em curso, que não deve melhorar em meio à pandemia do novo coronavírus.

Em 2019 nasceram 3,75 milhões de bebês no país, 1% a menos do que no ano anterior e o menor número desde 1985, segundo o Centro Nacional de Estatísticas de Saúde (NCHS, na sigla em inglês).

A taxa de natalidade nos Estados Unidos diminuiu principalmente depois da crise de 2008. Os especialistas indicam que os períodos de declínio econômico levam os casais a fazerem uma pausa antes de procriar.

Com mais de 30 milhões de empregos destruídos, pelo menos temporariamente, devido à paralisação das atividades para evitar a propagação da Covid-19, a geração do Milênio, que alcançou a maioridade durante a Grande Recessão e agora está no pico de sua vida reprodutiva, pode atrasar o começo ou a expansão de uma família.

Segundo o informe, as taxas de natalidade em 2019 diminuíram para quase todos os grupos de mulheres menores de 35 anos, mas aumentaram para as de 40 anos. Enquanto isso, a taxa de natalidade para adolescentes de 15 a 19 anos diminuiu 5%.

A redução da taxa de natalidade é oposta à ocorrida nos anos posteriores à Segunda Guerra Mundial, um período no qual os Estados Unidos viveram uma considerável prosperidade econômica.

Os que retornaram da guerra geraram uma explosão de nascimentos, o que deu lugar aos "baby boomers", como são denominados os nascidos entre 1946 e meados da década de 1960.

As novas cifras publicadas nesta quarta-feira representaram o quinto ano desde 2014 de diminuição no número de nascimentos nos Estados Unidos.

Os dados também mostraram que a taxa de fertilidade total, ou o número de nascimentos que uma mulher teria durante a vida, caiu para 1,7.

Quando Ashley Park começou a trabalhar no departamento de marketing de uma farmacêutica em Seul, tinha um histórico universitário quase perfeito, um inglês impecável e se dava bem com seus colegas, mas nada disso importou para sua empresa quando ela ficou grávida.

Nove meses depois de ser contratada, "me disseram na cara que na empresa não havia espaço para uma mulher com um filho, por isso eu tinha que ir embora", conta Park.

Então percebeu que todas as mulheres que trabalhavam na empresa eram solteiras ou sem filhos, e a maioria tinha menos de 40 anos.

O caso de Park é um exemplo de porque muitas mulheres sul-coreanas adiam o casamento e a maternidade, reduzindo ainda mais a taxa de natalidade do país, uma das mais baixas do mundo.

No início deste mês, o governo anunciou uma série de medidas para tentar inverter a tendência, mas os críticos consideram que terá pouco ou nenhum efeito devido às causas mais profundas do problema.

Muitas empresas sul-coreanas hesitam em contratar mães porque duvidam de seu compromisso com a companhia e temem que não estejam dispostas a cumprir as longas jornadas de trabalho que são comuns no país. Além disso, assim evitam ter de pagar a licença maternidade.

Quando Park se negou a pedir demissão, seu chefe a assediou sem parar e tentaram demitir seu marido, que trabalhava na mesma empresa.

Após seis meses de luta, acabou apresentando sua demissão um mês antes de dar à luz sua filha.

Desde então, Park não voltou a trabalhar fora de casa, exceto por um breve período em uma start-up de tecnologia que não cumpriu sua promessa de horários flexíveis.

Aos 27 anos, foi rejeitada em várias entrevistas de trabalho por ter uma filha e parou de procurar emprego para tentar abrir seu próprio negócio.

"O governo não para de dizer às mulheres que tenham mais filhos. Mas como, em um país como este?", questiona.

Mulheres trabalhadoras

A taxa de fertilidade — o número de filhos que se espera que uma mulher tenha ao longo da vida — caiu para 0,95 no terceiro trimestre de 2018. É a primeira vez que a cifra é inferior a 1 e muito longe de 2,1, a taxa necessária para manter o equilíbrio demográfico.

O resultado desta "greve de nascimentos" é que a população da 11ª economia mundial, hoje de 51 milhões, deve começar a diminuir em 2028.

O fenômeno se explica, em parte, pelo alto custo da educação, pelo desemprego juvenil, pelas longas jornadas de trabalho e pela falta de creches.

Paralelamente, os valores patriarcais continuam muito arraigados na sociedade sul-coreana. Quase 85% dos homens apoiam a ideia de que as mulheres trabalhem, mas esta porcentagem diminui para 47% quando se trata de suas próprias esposas.

Além disso, as taxas de emprego de homens e mulheres continuam sendo muito diferentes (82% e 53%, respectivamente).

Para lidar com esta situação, o governo sul-coreano gastou o equivalente a 121 bilhões de dólares desde 2005 para impulsar a taxa de natalidade com várias campanhas, sem sucesso.

O governo anunciou este mês outra série de medidas, como o aumento para até 300.000 wons (270 dólares) do subsídio mensal por um filho e uma autorização para que os pais de crianças menores de oito anos trabalhem uma hora a menos por dia para cuidar delas.

Também serão criadas creches, e os homens poderão tirar dez dias de licença paternidade, embora não sejam obrigados, em vez dos três atuais.

Mas a maioria destas medidas não são vinculativas e as empresas que se recusarem a aplicá-las não serão sancionadas.

"As políticas do governo se baseiam no pressuposto simplista de que se damos dinheiro as pessoas terão mais filhos", apontou em um comunicado a Associação de Mulheres Trabalhadoras Coreanas.

Segundo a associação, o governo teria que abordar primeiro "a incessante discriminação de gênero no trabalho e a dupla carga do trabalho e das tarefas domésticas" para as mulheres.

Os registros de nascimento cresceram 2,6% entre 2016 e 2017, ano em que o Brasil ganhou 2,87 milhões de bebês. Os dados integram parte da pesquisa Estatísticas do Registro Civil 2017, que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou hoje (31), no  Rio de Janeiro.

O estudo reúne dados sobre o número de brasileiros nascidos vivos, de casamentos, óbitos e óbitos fetais remetidos anualmente ao IBGE por cartórios de registro civil e pelas varas de família, foros, varas cíveis e tabelionatos de notas de todo o país.

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Importante instrumento de acompanhamento da evolução populacional do país, a pesquisa é um subsídio para a implementação de políticas públicas.

Argumentação

O levantamento analisa o retrato fiel das mudanças da sociedade brasileira. “O que os números indicam é que as notificações relativas aos totais de nascimento de crianças aumentaram, se aproximando mais da realidade; que os brasileiros estão casando menos e permanecendo casados cada vez por menos tempo; e que o número de divórcios é cada vez maior”, revelou - em entrevista à Agência Brasil - a coordenadora da pesquisa, Klivia Oliveira.

Ela disse que o estudo demográfico mostra “a nova realidade do país, refletindo todas essas mudanças da sociedade: as mulheres tendo cada vez menos filhos e mais tarde, em geral depois dos 30 anos, além de alterações significavas no que diz respeito à inversão das faixas etárias de registros de óbitos, o que retrata, por um lado, o envelhecimento da população, e por outro, a redução das taxas de mortalidade infantil.”

Registros de Nascimentos

Em 2017, houve 2.867.711 nascimentos, um crescimento de 2,6% em relação a 2016, recuperando parte da queda nos nascimentos ocorrida em 2016.

O aumento decorre da redução dos chamados registros tardios, efetuados em anos posteriores ao do nascimento, que representaram 2,7% em 2017 contra 3,5% em 2016. Apenas o Rio Grande do Sul apresentou redução no total de nascimentos em 2017 em relação a 2016.

Na outra ponta, entre os estados que tiveram crescimento acima de 5% nos nascimentos figuram Tocantins (8%), Mato Grosso do Sul (6,3%), Acre (6,3%), Espírito Santo (5,9%), Rondônia e Rio de Janeiro (5,8%).

A pesquisadora do IBGE, ao falar do percentual de Tocantis, disse que a taxa de expansão nos estados do Norte é quantitativamente baixa quando comparada ao Sudeste.

“Nos estados da região Norte as mulheres têm filhos mais cedo e em maior número, diferentemente da região Sudeste onde elas têm menos filhos e mais tarde, geralmente depois dos 30 anos”, afirmou.

O estudo constatou, ainda, ao considerar o total de nascimentos cujas mães possuíam menos de 30 anos, que a proporção desses registros caiu de 74,3% para 64,9%, no período analisado.

“Em todas as grandes regiões do país, mas especialmente no Centro-Oeste, com redução de 11 pontos percentuais, houve queda na proporção de registros de nascimento de crianças cujas mães possuíam menos de 30 anos no período considerado”, disse Klivia.

A pesquisa também constatou que a taxa de fecundidade entre as mulheres mais jovens vem caindo. Entre 2007 e 2017, a proporção dos filhos de mães que tinham até 19 anos de idade na ocasião do parto passou de 20,22% em 2007 para 15,95% em 2017.

No grupo de 20 a 29 anos, passou de 54,1% para 48,98%, e no grupo de 30 a 39 anos, de 23,4% para 32,2%. Já na faixa de 40 anos ou mais, o percentual avançou de 2,2% para 2,9%.

União Homoafetiva

Enquanto o número de registros de casamentos em 2017 foi de 1,7 milhão, com uma queda de 2,3% em relação a 2016, no sentido oposto as uniões homoafetivas aumentaram 10% no período, passando de 5.354 para 5.887.

Os casamentos entre cônjuges femininos foram os que mais contribuíram para o aumento de casamentos de pessoas do mesmo sexo. Representaram 57,5% das uniões civis dessa natureza em 2017. Enquanto os registros de casamento entre cônjuges masculinos cresceram 3,7%, os casamentos entre cônjuges femininos cresceram 15,1%.

“Apesar desse crescimento, [os cônjuges femininos] representaram apenas 0,5% do total de registros. Mas cresceram quase 6 mil em relação a 2016, um aumento importante”, enfatizou Klivia.

Os dados da pesquisa Estatísticas do Registro Civil 2017 indicam que a taxa de nupcialidade legal (número de casamentos em relação à população de 15 anos ou mais de idade) foi de 6,6 casamentos para cada mil habitantes, sendo mais alta no Sudeste e Centro-Oeste (em torno de 7,5%).

Enquanto o número de registro de casamento caía, o de divórcio chegou a aumentar 8,3% frente a 2016, com uma taxa de 2,48 divórcios para cada mil pessoas com 20 anos de idade ou mais no país. A Região Sudeste apresentou o maior percentual geral de divórcio (2,99%).

Entre 2007 e 2017, o tempo médio entre a data do casamento e a data da sentença ou escritura do divórcio caiu de 17 para 14 anos. Analisando a variação entre os estados em 2007, esse tempo médio variou entre 16 e 21 anos. Para 2017, o intervalo observado variou entre 11 e 18 anos de duração.

Óbitos

No Brasil, segundo o IBGE, um dos primeiros componentes da dinâmica demográfica a sofrer mudanças significativas foi a mortalidade.

Até meados de 1940, os níveis de mortalidade eram altíssimos, principalmente nos grupos de menores de 1 ano e de 1 a 4 anos de idade, grupos muitos suscetíveis às más condições sociais, econômicas e sanitárias vigentes na época, onde mais de 60% da população viviam em áreas consideradas rurais com saneamento precário e o acesso à saúde mais difícil.

Ao longo das últimas décadas está havendo uma reversão. No ano passado, o total de óbitos aumentou 0,3% em relação a 2016, crescendo 23,5% nos últimos dez anos.

Em 2017, houve 1,27 milhão de óbitos no país, a maioria (59,3%) de pessoas de 65 anos ou mais de idade.

“Esse aumento foi em virtude da diminuição da mortalidade infantil, o que fez com que um maior contingente de indivíduos atingisse idades mais avançadas”, justificou o IBGE.

Em 1977, os óbitos de menores de 1 ano e de menores de 5 anos representaram 27% e 33,4%. Após 40 anos, os avanços conseguidos em termos de diminuição da mortalidade de crianças menores de 5 anos foram significativos e estes percentuais passaram a representar 2,4% e 2,8%, respectivamente.

A cada cinco segundos, uma criança ou adolescente morre vítima de violência, doenças ou acidentes no mundo, informou nesta terça-feira (18) um relatório elaborado em conjunto pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Banco Mundial.

Segundo o documento, apesar dos avanços dos últimos 25 anos no combate contra a pobreza no mundo, o número de mortes de crianças ainda é "inaceitável". Somente em 2017, 6,3 milhões morreram e, de acordo com o relatório, grande parte dos falecimentos poderia ter sido evitada.

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Além disso, o boletim revelou que 5,4 milhões das vítimas eram crianças com menos de cinco anos de idade. Apesar da situação ser grave, o número é muito inferior às 12,6 milhões que morreram em 1990.

"Sem uma ação urgente, 56 milhões de crianças morrerão até 2030. Fizemos enormes progressos para salvar crianças desde 1990. Mas milhões ainda estão morrendo por quem são e onde nasceram. Soluções médicas fáceis, água limpa, eletricidade e vacinas podem mudar a vida de muita gente", alertou Laurence Chandy, responsável pelo levantamento.

Metade das mortes registradas em 2017 aconteceu nos países da África Subsaariana, como Níger, Burundi, Chade e República Centro-Africana, que são algumas das nações com os piores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do planeta.

Nos países da Europa, por exemplo, uma em cada 185 crianças morre com menos de cinco anos. Na África, por sua vez, essa proporção é de uma para 13.

Além disso, a pesquisa apontou que um recém-nascido na África ou em algum país do sudeste asiático possui nove vezes mais chances de morrer no primeiro mês de vida em comparação com crianças de países ricos.

"Devemos priorizar o fornecimento de acesso universal a serviços de saúde de qualidade para todas as crianças, particularmente no nascimento e nos primeiros anos, para que elas tenham a melhor chance possível de sobreviver e prosperar", disse Nono Simelela, diretora geral de saúde da família, da mulher e da criança da OMS.

Já o Brasil, por sua vez, registrou 25 mil mortes de crianças em 2017, nove para cada mil nascimentos. A taxa teve um pequeno aumento em relação a 2016, quando 23 mil mortes foram registradas.

Da Ansa

Mulheres que evitam a dor, médicos que ajustam seus horários e falta de fiscalização. As cesarianas aumentam de maneira desenfreada na América Latina, região onde mais se realiza esta prática em um mundo já cheio de intervenções muitas vezes desnecessárias.

A quantidade de cesáreas injustificadas estão aumentando sem nenhuma razão médica, colocando em risco desnecessário milhares de mulheres e seus bebês.

"Nós não temos nenhuma evidência para justificar esse enorme número de cesarianas", disse à AFP Bremen De Mucio, médico assessor para a América Latina em Saúde Sexual e Reprodutiva da Organização Mundial da Saúde (OMS).

De acordo com um comunicado da OMS emitido na última sexta-feira, na América Latina quase quatro em cada dez nascimentos ocorrem por cesarianas (38,9%), bem acima do recomendado há quase 40 anos pela organização: entre 10% e 15%.

Embora a região ostente o título de maior número de cesarianas, outros países como os Estados Unidos e a Espanha também produzem altas taxas de parto cirúrgico: 33% e 25%, respectivamente, segundo um relatório detalhado da OMS de 2014.

O Brasil, com 200 milhões de pessoas, tem uma média de 54% de partos feitos por cesarianas. Nos serviços privados, a cifra chega a ser maior que 80%, tornando-o o lugar do mundo onde mais se realiza o procedimento.

O contrário acontece no Haiti, onde a falta de acesso aos serviços de saúde coloca a taxa de cesarianas em 5,5%, abaixo do recomendado. Os números crescem mesmo em países com maior predominância indígena e histórico de nascimentos naturais, como a Bolívia, onde as cesarianas aumentaram de 14,6% em 2008 para 19% em 2012, e o Peru, que saltou de 15,8% para 25%.

As altas taxas de cesarianas também foram registradas na República Dominicana (44%), na Colômbia (43%), no México (39%) e no Chile (37%).

Risco oito vezes maior

O que leva os médicos e as mulheres latino-americanas a optarem pela cirurgia com um risco oito vezes maior do que um parto normal? As respostas são muitas, mas a principal está ligada a uma maior comodidade e ganho econômico para as equipes médicas.

"O aumento não tem nada a ver com uma necessidade médica, e sim com uma equipe médica que pensa mais em seu conforto do que no bem-estar das mulheres", afirma à AFP Ana Quirós, diretora do Centro de Informação e Consultoria de Serviços de Saúde da Nicarágua, país que tem uma das mais altas taxas de cesarianas na América Central, com 30%.

Mesmo em países onde o custo de um parto natural e de uma cesariana foram equiparados, o número de cirurgias continua a aumentar.

"Ainda quando o médico recebe por um parto normal o mesmo que recebe por uma cesariana, o tempo que o último leva o torna muito mais rentável para o profissional", explica De Mucio.

Um trabalho de parto pode durar até 24 horas. No mesmo período, o médico poderá agendar várias cesarianas, exemplifica.

Um novo papel das mulheres, mais ativas profissionalmente, com medo da dor do parto, mais estáveis e que têm adiado a maternidade, são outros fatores que influenciam este aumento.

"Eu escolhi ter meu filho por cesariana porque estava com medo do parto natural. Especialmente de sofrer durante longo tempo", disse à AFP a designer de interiores carioca Luana Martines, 26 anos, que acaba de ter o primeiro filho numa maternidade particular.

"Se uma amiga minha quisesse fazer cesariana, é claro que eu recomendaria", acrescenta.

O excesso de prevenção por parte de médicos e familiares para minimizar os riscos atenta também contra o número de partos vaginais. Em quase todo o mundo, a ginecologia é a especialidade médica mais acionada na justiça.

Além disso, "há uma cultura incompreendida de que pagando se tem mais atenção", diz à AFP Anita Roman, do Colégio de Doulas do Chile.

Partos humanizados

Várias tentativas de regular o número de cesarianas falharam na região, com o argumento de uma maior segurança para a mãe e o bebê.

"Sob o pretexto de segurança, muitos médicos dizem: 'não posso deixar que em minha maternidade as mulheres tenham partos após as duas da tarde, porque não fica mais nenhum especialista. Então, eu faço antes dessa hora para que não corram risco'", exemplifica De Mucio.

Na Europa, a taxa de cesarianas chega a 24%, graças a um maior estímulo ao parto natural.

Na maioria dos partos de baixo risco na Europa, por exemplo, o parto é quase exclusivamente feito por doulas, sem médicos.

Como solução, na América Latina pretende-se levantar uma segunda opinião médica para justificar cada uma das cesarianas e o fornecimento de mais informações às pacientes, para que elas avaliem os riscos.

A OMS, alarmada com o que chamou de uma "epidemia de cesarianas", pediu, pela primeira vez, que o recurso ao parto cirúrgico seja feito apenas quando "medicamente necessário".

Desde 2012, o número de bebês batizados com nomes como “Apple”, “Mac” e “Siri” aumentou. O site Baby Center fez a análise de 450 mil bebês nascidos em 2012 registrados por suas mães no site.

Segundo a pesquisa, o nome “Apple” aumentou 15% para meninas em 2012, enquanto o nome “Mac” subiu 12% para os meninos.

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Na hora do batismo, os pais também estão usando "Siri" (referente ao assistente pessoal de voz da Apple), nas meninas o termo cresceu 5% na lista de nomes.

Na lista geral, os nomes mais populares de meninas foram “Sophia”, “Emma”, “Olivia”, “Isabella” e “Ava”. Na lista de meninos, os mais usados foram “Aiden”, “Jackson”, “Ethan”, “Liam” e “Mason”.

Na contramão do encolhimento da população em geral, o número de gestações de gêmeos, trigêmeos e até quadrigêmeos aumentou no País, impulsionado pela popularização do uso de métodos de reprodução assistida.

Em sete anos, houve um aumento de 17% nesses nascimentos. Os dados são da Pesquisa do Registro Civil 2010, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Eles mostram que a proporção de brasileiros nascidos de partos múltiplos passou de 1,59% em 2003 para 1,86% do total de partos em 2010. Ou seja, a cada ano, nascem mais de 51 mil múltiplos.

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Estatisticamente, a chance de uma mulher engravidar naturalmente de dois bebês de uma só vez é de 1 para cada 80 gestações. Mas em Estados com maior acesso a tratamentos de alta complexidade, como Rio de Janeiro e São Paulo, a ocorrência tem sido bem maior que a média. Entre os 599 mil paulistas nascidos no ano passado, 13.215 eram gêmeos - 1 para cada 45. No Rio de Janeiro, onde nasceram 200.257 bebês no mesmo período, a proporção de gêmeos foi de 1 para cada 51.

De acordo com o médico Renato Fraietta, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o aumento do número de gestações múltiplas está diretamente relacionado ao uso de técnicas de reprodução assistida. "Uma em cada cinco mulheres que engravida por meio de tratamento dá à luz mais de um bebê", afirma. Isso acontece porque, para aumentar as chances de gravidez, os médicos "turbinam" o organismo da paciente com hormônios para estimular a ovulação ou implantando vários embriões de uma vez. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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