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Após o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró passar mal na manhã desta quarta-feira (4), sua defesa afirmou à Justiça Federal que ele sofre de ansiedade e depressão e pediu que o executivo tenha direito a consultas semanais com psicólogo na prisão. Segundo a psicóloga que cuida do ex-diretor, seu quadro depressivo se agravou em abril de 2014, um mês após a deflagração da Lava Jato.

Segundo a defesa, o executivo já vem sendo medicado na carceragem da PF, mas ainda assim precisa de consultas com um psicólogo. "Em decorrência do seu transtorno psicótico (depressão maior), o indiciado precisa de acompanhamento médico para dar continuidade ao seu tratamento, especialmente, de consultas semanais com psicólogo", assinala o advogado Ricardo Ribeiro, que defende o ex-diretor, em petição encaminhada à Justiça Federal no Paraná.

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O documento é acompanhado de atestados da psicóloga Elizabeth Carneiro, da Santa Casa do Rio de Janeiro, que afirma que Cerveró é seu paciente há três anos. "(Cerveró) faz tratamento psicoterápico desde esta época para um quadro de transtorno de ansiedade com sintomas de angustia e inquietação", assinala a psicóloga.

"Desde o mês de abril de 2014, vem apresentando claramente sintomas depressivos severos, necessitando assim de tratamento psicológico para esta patologia", continua Elizabeth que afirma que, atualmente, Cerveró sofre de "depressão maior".

A defesa do ex-diretor da Área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, preso na Operação Lava Jato, apresentou hoje (4) à Justiça um pedido de autorização para que que seu cliente possa iníciar um tratamento contra a depressão. Cerveró está na carceragem da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, e foi atendido nesta quarta-feira por uma ambulância do Samu, após apresentar um quadro clínico de ansiedade com alta de pressão arterial, segundo os advogados. 

No pedido feito ao juiz federal Sérgio Moro, a defesa de Cerveró anexou um laudo assinado pela psicóloga Elizabeth Carneiro. A médica solicita autorização para começar o tratamento dentro da prisão. 

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"Declaro para os devidos fins que Nestor Cerveró é meu paciente a três anos e faz tratamento psicoterápico desde esta época para um quadro de transtorno de ansiedade. Desde o mês de abril de 2014, vem apresentando sintomas depressivos severos, necessitando assim de tratamento psicológico também para esta patologia. Apresenta-se atualmente com depressão maior, sendo extremamente danosas interrupção do tratamento psíquico", diz a médica no laudo. 

Nestor Cerveró está na carceragem da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba desde 14 de janeiro, em função dos desdobramentos da Operação Lava Jato. Ele foi preso sob a acusação de tentar ocultar os seus bens. 

De acordo com relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), no dia 16 de dezembro, Cerveró sacou R$ 500 mil de um fundo de previdência privada e transferiu o valor para a filha, mesmo tendo sido alertado pela gerente do banco de que perderia 20% do valor. Em junho do ano passado, o ex-diretor da Petrobras havia transferido imóveis para seus filhos, com valores abaixo dos de mercado. Na intepretação do Ministério Público Federal, Cerveró tentou blindar seu patrimônio e, por isso, a prisão foi requerida.

A defesa do agente da Polícia Federal, Jayme Alves de Oliveira Filho, conhecido como 'Careca' e apontado como responsável por transportar dinheiro a mando do doleiro Alberto Youssef, afirmou à Justiça Federal do Paraná que Careca atuava como "segurança pessoal" de Youssef e que pode ter "entregue algum envelope a determinados destinatários" a pedido do doleiro.

"Fato é que, na constância da atividade, pode ser que tenha entregue algum envelope a determinados destinatários, a pedido de Youssef, assim como fez com vinhos e documentos. Porém o Denunciado nunca teve acesso ao conteúdo de tais envelopes, eis que sempre os recebeu lacrados", assinala a advogada Tatiana Maia, responsável pela defesa do agente. Segundo as investigações, o valor distribuído pelo agente entre 2011 e 2012 chegou a R$ 16,9 milhões.

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Apesar de admitir que Careca fazia entregas a mando do doleiro, no documento de seis páginas, os defensores do policial afirmam que ele não tinha conhecimento dos crimes praticados por Youssef, "na época empresário bem sucedido, assim como as pessoas com que se relacionava, que consistiam em empresários ou políticos importantes no cenário nacional. Como se levantar suspeita da ilicitude de sua atividade profissional?", conclui a advogada que pede que a denúncia contra Careca seja rejeitada e que ele seja absolvido.

Depoimento

A estratégia da defesa vai na contramão do que o próprio Careca afirmou em depoimentos à PF. O agente afirmou ter entregue R$ 1 milhão em Minas Gerais que teriam sido destinados para a campanha do senador eleito Antonio Anastasia (PSDB-MG), em 2010 e que também entregou dinheiro em uma casa no Rio que teria sido destinado para o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha. Careca ainda afirmou ter entregue dinheiro a mando do lobista Fernando Antônio Falcão Soares, o Fernando Baiano, acusado de ser o operador do PMDB no esquema de corrupção da Petrobras, alvo da Operação Lava Jato.

Na ocasião, Careca revelou que entregou e retirou valores na sede de uma empresa que integra o rol de investigadas pela Lava Jato por pagarem propina a agentes públicos e políticos, em troca de contratos da estatal petrolífera.

"O Fernando Baiano me pediu para pegar um dinheiro na empresa Tomé Guindaste, que fica em São Bernardo do Campo, acho que fui umas duas vezes lá. Não me recordo se fui pegar dinheiro duas vezes ou se fui pegar dinheiro uma vez e levar em outra", afirmou Careca, em depoimento prestado no dia 18 de novembro à PF.

O ex-diretor de Internacional da Petrobras Nestor Cerveró seguiu a estratégia traçada pelos advogados de defesa e permaneceu em silêncio no depoimento realizado na tarde desta quarta-feira, 28, na sede da Polícia Federal em Curitiba. "Ele entrou mudo e saiu calado", disse à reportagem um integrante da PF.

Apesar de ter ficado calado, Cerveró teria sido questionado, por cerca de 2h, por um delegado federal a respeito dos possíveis desvios ocorridos na Petrobras, investigados pela força-tarefa Lava Jato.

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A orientação de não responder às perguntas é uma nova estratégia da defesa traçada nesta semana. De acordo com o advogado do ex-diretor, Edson Ribeiro, Cerveró também permanecerá calado em eventuais novos interrogatórios. "A orientação é de que ele fique calado enquanto não for julgada a suspeição do juiz Sérgio Moro pelo Tribunal Regional Federal", afirmou Ribeiro antes da oitiva.

A defesa de Cerveró ingressou com petição junto à Justiça Federal alegando que o juiz Sérgio Moro, responsável pela condução dos processos no Paraná, não teria competência para dar prosseguimento no julgamento do envolvidos no esquema de desvio ocorrido na Petrobras. Não há previsão de quando poderão ser julgadas as petições.

"Não quero legitimar nada no Paraná. Temos duas exceções: uma de competência e outra de suspeição. Enquanto o tribunal não se pronunciar sobre isso, Nestor Cerveró não falará mais. Sobre nada", ressaltou Ribeiro.

Entre os argumentos apresentados pelo advogado contra Sérgio Moro está o de que a investigação foi realizada na Petrobras, que tem sede no Rio de Janeiro. A defesa também afirma que Moro em ação anterior se autodeclarou suspeito para processar e julgar Alberto Youssef, considerado como peça-chave do esquema de desvios ocorridos na Petrobras.

Acusado de corrupção e lavagem de dinheiro no esquema de desvios bilionários na estatal, Nestor Cerveró foi preso no último dia 14 após desembarcar no Rio de Janeiro. De lá para cá, ele chegou a prestar depoimentos junto à força-tarefa responsável pela condução das investigações da Lava Jato.

Em um deles, ocorrido no dia seguinte à prisão, Cerveró afirmou que a compra dos navios-sonda de perfuração marítima, que teriam sido alvo de propina de US$ 30 milhões segundo a força-tarefa da Operação Lava Jato, foi feita "fora de procedimento licitatório" e aprovada pela Diretoria Executiva da estatal, "composta por seis diretores e o presidente, a quem cabe examinar a compra de equipamentos e construção de refinarias e gasodutos".

O juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações da Operação Lava Jato, rejeitou todos os argumentos preliminares das defesas do ex-diretor de Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró e do empresário Fernando Antônio Falcão Soares, o Fernando Baiano, apontado como lobista do PMDB no esquema de propinas e corrupção na estatal. Eles foram denunciados pelo Ministério Público Federal por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa na aquisição de navios-sondas que teria envolvido uma propina de US$ 30 milhões.

"Não há que se falar em inépcia da denúncia como alegam alguns defensores", advertiu Moro. "Apesar de extensa, é ela, aliás, bastante simples e discrimina as razões de imputação em relação de cada um dos denunciados."

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O magistrado da Lava Jato rechaçou a tese de que o executivo Julio Camargo não teria feito delação premiada voluntariamente.

Com base na confissão de Julio Camargo, que admitiu ter intermediado pagamento de propina na Diretoria Internacional que seria comandada pelo PMDB, a Procuradoria da República denunciou Cerveró, Fernando Baiano e o próprio delator - Cerveró e Fernando Baiano estão presos.

As defesas entregues à Justiça Federal são resposta à acusação do Ministério Público Federal e representam o primeiro passo para a instrução processual das ações abertas contra empreiteiros e lobistas que teriam participado de um cartel na Petrobras.

A defesa de Nestor Cerveró alegou "ilicitude das provas consistentes nas declarações de Júlio Camargo" porque não teriam sido voluntárias. Ele teria sido forçado a colaborar. A defesa de Fernando Baiano questiona a validade dos acordos de colaboração premiada pois seriam involuntários.

O juiz assinalou que Camargo celebrou acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Federal, homologado por ele. "O acordo, embora talvez não espontâneo, foi voluntário, sendo de se observar que, na ocasião, Júlio Camargo sequer estava preso ou ameaçado de prisão iminente. Aliás, sequer tinha ainda a condição de acusado."

Moro destacou, ainda: "É de todo evidente que cabe à própria defesa de Júlio Camargo ou a ele mesmo reclamar de eventual involuntariedade do acordo e do conteúdo dos depoimentos, não fazendo muito sentido que coacusados no mesmo processo aleguem a involuntariedade quando o próprio colaborador declara que escolheu livremente colaborar, como é o caso."

O juiz federal foi categórico. "Rejeito ambos os requerimentos, não havendo qualquer indício concreto de que o acordo de colaboração premiada celebrado entre Ministério Público Federal e Júlio Camargo não tenha sido voluntário, e não havendo necessidade para a defesa de acesso ao vídeo dos depoimentos quando teve acesso à própria transcrição."

Reação

A criminalista Beatriz Catta Preta, que defende Julio Camargo, reagiu com veemência às argumentações e comentários de alguns defensores de outros réus da Lava Jato. Esses defensores têm criticado as delações realizadas no curso da operação, todas sob a tutela de Beatriz Catta Preta.

Todos os clientes da criminalista que fizeram delação estão em liberdade, com exceção de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, que cumpre prisão em regime domiciliar.

Além da delação de Julio Camargo, a advogada Beatriz Catta Preta conduziu o termo de colaboração do executivo Augusto Mendonça e do ex-gerente da Diretoria de Serviços da Petrobras Pedro Barusco.

Em nota, a advogada respondeu a indagações da reportagem do Estadão sobre os comentários de defensores de outros acusados:

"As infundadas argumentações lançadas pelos nobres defensores somente reforçam, de forma contundente, a falta de conhecimento técnico sobre o procedimento da delação premiada. Réus colaboradores perseguem um fim comum, buscam o esclarecimento de fatos e visam um mesmo objetivo. Não há, portanto, que se falar em conflito ou falta de espontaneidade. Comentários como estes apenas trazem, claramente, a absoluta falta de argumentos concretos de defesa. O que surpreende é que os nobres advogados signatários são os mesmos que indicaram a delação premiada e meu nome para um dos colaboradores, seu antigo cliente."

Em depoimento previsto para ocorrer no início da tarde desta quarta-feira (28), na Polícia Federal do Paraná, o ex-diretor de Internacional da Petrobras Nestor Cerveró permanecerá calado. O depoimento foi agendado para que Cerveró falasse sobre o processo de compra da refinaria de Pasadena, Texas (EUA), ocorrido em 2006 pela estatal.

"Está marcado um depoimento mas a orientação é de que ele fique calado enquanto não for julgada a suspeição do juiz Sérgio Moro pelo Tribunal Regional Federal", afirmou ao Broadcast Político o advogado de Cerveró, Edson Ribeiro.

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A defesa de Cerveró ingressou com petição junto à Justiça Federal alegando que o juiz Sérgio Moro, responsável pela condução dos processos no Paraná, não teria competência para dar prosseguimento no julgamento do envolvidos no esquema de desvio ocorrido na Petrobras. Não há previsão de quando poderão ser julgadas as petições. "Não quero legitimar nada no Paraná.

Temos duas exceções: uma de competência e outra de suspeição. Enquanto o tribunal não se pronunciar sobre isso, Nestor Cerveró não falará mais. Sobre nada", ressaltou Ribeiro.

Entre os argumentos apresentados pelo advogado contra Sérgio Moro está o de que a investigação foi realizada na Petrobras, que tem sede no Rio de Janeiro. A defesa também afirma que Moro em ação anterior se autodeclarou suspeito para processar e julgar Alberto Youssef, considerado como peça-chave do esquema de desvios ocorridos na Petrobras. Essa mesma linha de "ataque" ao juiz foi tomada pelos advogados do lobista Fernando Soares, suspeito de operar o desvio de recursos nos contratos de obras em favor do PMDB. Ontem, a defesa do lobista também apresentou petições junto à Justiça Federal alegando "suspeição" de Moro para conduzir o processo tendo como base argumentos similares.

Acusado de corrupção e lavagem de dinheiro no esquema de desvios bilionários na estatal, Nestor Cerveró foi preso no último dia 14 após desembarcar no Rio de Janeiro. De lá para cá, ele chegou a prestar depoimentos junto à força-tarefa responsável pela condução das investigações da Lava Jato.

Em um deles, ocorrido no dia seguinte à prisão, Cerveró afirmou que a compra dos navios-sonda de perfuração marítima, que teriam sido alvo de propina de US$ 30 milhões segundo a força-tarefa da Operação Lava Jato, foi feita "fora de procedimento licitatório" e aprovada pela Diretoria Executiva da estatal, "composta por seis diretores e o presidente, a quem cabe examinar a compra de equipamentos e construção de refinarias e gasodutos".

O ex-diretor da Área Internacional da Petrobrás Nestor Cerveró processará o banco Bradesco por danos morais, após a instituição financeira reconhecer um erro no envio de informações ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), em 2011, indicando que o executivo teria sacado R$ 200 mil em espécie da conta de uma usina de etanol instalada em Paracatu, interior de Minas Gerais, fornecedora da estatal.

"O dano moral foi gravíssimo", afirmou Edson Ribeiro, advogado que defende Cerveró e transferirá a ação por danos morais para outro escritório, especializado na área cível.

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O erro foi reconhecido em petição juntada na última sexta-feira, dia 23, a um dos processos que correm na Justiça Federal do Paraná, sob responsabilidade do juiz Sergio Moro, segundo Ribeiro informou ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado.

Para o advogado, o dano moral é grave porque a suposta movimentação financeira foi um dos argumentos usados pelo juiz Moro para embasar o novo pedido de prisão preventiva contra Cerveró, decretado na quinta-feira, dia 22. Além disso, o caso foi noticiado na imprensa e, como a informação era creditada a um órgão oficial, a versão da defesa ficava com menos credibilidade. "O Bradesco prejudicou em muito a imagem do Nestor", afirmou Ribeiro.

Até a próxima sexta-feira, dia 30, Ribeiro examinará quais os próximos passos da defesa, para agir na segunda-feira. Segundo o advogado, o decreto de prisão preventiva do dia 22 pede que o pedido de habeas corpus em nome de Cerveró seja desconsiderado. Entre as opções da defesa estão recorrer da decisão sobre o primeiro habeas corpus ou pedir um novo, com base no erro do Bradesco.

Cerveró foi preso na madrugada do último dia 13 para o 14, no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio, ao voltar de Londres. A prisão preventiva fora decretada no dia 1º - o decreto do dia 22 veio a substituir esse. O ex-diretor está preso na Superintendência da Polícia Federal de Curitiba.

Procurada, a assessoria de imprensa do Bradesco informou que o banco não iria comentar a petição nem as declarações do advogado.

O Bradesco reconheceu um erro no envio de informações ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), em 2011, indicando que o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró teria sacado R$ 200 mil em espécie da conta de uma usina de etanol instalada em Paracatu, interior de Minas Gerais.

O erro foi reconhecido pelo banco em petição juntada na última Sexta-feira (23) a um dos processos que correm na Justiça Federal do Paraná, sob responsabilidade do juiz Sergio Moro, segundo informações da defesa de Cerveró.

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A informação sobre o saque de R$ 200 mil foi revelada há cerca de dez dias pelo jornal O Globo. Segundo a petição, por "típico erro humano", o Bradesco informou erradamente a movimentação financeira ao Coaf.

"As inconsistências de registro, segundo se apurou, decorreram de lançamento efetuados no dia 07/01/2011, no mesmo lote de processamento, tendo a funcionária que se encarregou dos lançamentos confundido a movimentação de duas empresas, clientes deste banco, que realizaram somente operações de transferências entre contas de mesma titularidade", diz a petição.

Ainda segundo o documento enviado pelo Bradesco à Justiça, "verificado o equívoco, esta instituição financeira cancelou os registros efetuados anteriormente junto ao Coaf".

Menos de duas horas depois de solicitar à Justiça Federal do Paraná que intime a presidente Dilma Rousseff (PT) como testemunha de defesa na ação penal contra o ex-diretor de Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, a defesa do executivo recua e pede a substituição do nome da petista no rol de interrogados.

Em nova petição apresentada na tarde desta segunda-feira, 26, o advogado Edson Ribeiro, que defende o ex-diretor, pede que Dilma seja substituída por Ishiro Inagaki, de Tóquio.

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Na defesa prévia apresentada no início da tarde, Ribeiro alegava a incompetência do juiz Sérgio Moro para julgar a ação. "A denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal narra fatos e condutas pretensamente ocorridos na Cidade do Rio de Janeiro, Estado do Rio de Janeiro, evidenciando-se a manifesta incompetência desse MM. Juízo para processar e julgar a presente demanda", afirma o defensor no documento.

Além disso, ele afirmava que houve cerceamento da defesa, pois até hoje não teve acesso à íntegra da delação premiada de Paulo Roberto Costa, e pedia a absolvição sumária do réu e a rejeição da denúncia "em razão da inexistência de suporte probatório mínimo com consequente extinção do processo sem resolução do mérito". Por fim, o defensor afirmava que "caso não se entenda pela extinção do processo, com ou sem resolução do mérito, requer sejam intimadas as testemunhas indicadas no rol em anexo".

No rol original de testemunhas constavam a presidente e os ex-presidentes da Petrobras José Sergio Gabrielli e José Carlos de Lucca, que dirigiu a estatal na década de 1990 e atualmente é presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP).

Executivos condenados por prejuízos na compra da refinaria de Pasadena dizem nas defesas apresentadas ao TCU estar no mesmo "barco" da presidente Dilma Rousseff, que aprovou o negócio em 2006, quando era ministra da Casa Civil e chefe do Conselho de Administração da Petrobras. Dilma diz ter sido enganada pelo então diretor da área Internacional, Nestor Cerveró, por ele ter apresentado à cúpula da empresa resumo executivo que omitia cláusulas do negócio.

Os executivos que atuavam na empresa em 2006, porém, tentam desmontar essa versão. Em documento de 25 páginas entregue por seus advogados, o diretor Financeiro da Petrobras, Almir Guilherme Barbassa, sustenta que sua situação "é exatamente igual à dos membros do conselho". A defesa diz que Barbassa aprovou a aquisição sem saber da existência do laudo e das cláusulas Marlim e Put Option. A primeira assegurava à Astra Oil, sócia da Petrobrás em Pasadena, uma rentabilidade mínima, mesmo que a planta de refino não fosse lucrativa; a segunda dava a ela o direito de vender sua parte, em caso de desacordo com a estatal.

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"O defendente, de boa-fé, foi ludibriado por aqueles que queriam executar o negócio a qualquer custo e, para tanto, não mediram esforços para montar uma estratégia que, no momento da compra, não gerasse qualquer desconfiança", diz o documento. "Não poderia, jamais, imaginar má-fé ou omissão de informações por parte de colega", prossegue, referindo-se a Cerveró.

O ex-diretor de Exploração e Produção Guilherme Estrella, representado pelo mesmo escritório de Barbassa, afirma na defesa entregue ao TCU que ignorava os mesmos itens. Outros condenados também apresentaram suas manifestações, com argumentações distintas. O ex-diretor Ildo Sauer (Gás e Energia) alega que as cláusulas classificadas como nocivas não trouxeram, de fato, prejuízo.

Sauer, assim como Cerveró, diz que, se os executivos estão sendo responsabilizados, os conselheiros também deveriam responder pela compra. O ex-presidente da estatal José Sergio Gabrielli usa o mesmo argumento em sua defesa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O depoimento do ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, que deveria ser ouvido nesta quinta-feira, 22, por delegados federais da Operação Lava Jato, foi cancelado por questões técnicas da Polícia Federal. Ele falaria sobre a compra da Refinaria de Pasadena, no Estados Unidos, que teria gerado um prejuízo de US$ 792 milhões à estatal petrolífera. Ainda não há informações se a inquirição será feita na sexta-feira, 23, ou na segunda-feira, 26.

O pedido para falar sobre Pasadena, mais emblemático caso do escândalo de desvios na Petrobras, foi feito pela própria defesa do ex-diretor, logo após ele ser preso no dia 14, ao chegar de viagem de fim de ano para Londres, quando desembarcava no Rio. Seus advogados confirmaram que o assunto do novo depoimento seria a compra da refinaria.

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O ex-diretor da área de Internacional da Petrobras Nestor Cerveró vai apontar "negligência, violação do dever de diligência e precipitação desnecessária" do Conselho de Administração da estatal na compra da Refinaria de Pasadena - mais emblemático escândalo da estatal petrolífera, que teria gerado um prejuízo de US$ 792 milhões. A presidente Dilma Rousseff presidia o Conselho da estatal petrolífera na época da compra, 2006.

A informação é de um parecer jurídico particular contratado por Cerveró no ano passado. O documento, feito com base em informações do contratante a respeito do negócio, foi entregue nesta sexta-feira, 16, à Justiça Federal, nos autos da Lava Jato.

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Os advogados de Cerveró sustentam que o cliente não pode ser responsabilizado individualmente pela decisão de compra de Pasadena e eventuais ilegalidades. Do ponto de vista administrativo, a peça de defesa atribui culpa ao Conselho de Administração, que além de Dilma era integrado pelo ex-presidente da estatal José Sérgio Gabrielli e pelo ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci.

"Fica claro que o Conselho de Administração não observou as normas internas, imperativas, da Petrobras que regiam tais tipos de aquisições, o que demonstra uma violação do dever de diligência, uma vez que resta claro que seus membros não procederam com o devido zelo, agindo de forma negligente", informa o parecer do escritório Saddy Advogados, do Rio, concluído em novembro de 2014.

O parecer fala em "grave falha" do Conselho de Administração e cita a aprovação de compra "com base apenas no "Resumo Executivo", como uma desconformidade com as regras internas da petrolífera.

"Este tipo de deliberação deve estar instruído da decisão da Diretoria Executiva, das manifestações da área técnica ou do Comitê competente e do parecer jurídico", afirma o parecer. "Assim, descumpriu o procedimento que deveria ser realizado."

A presidente Dilma, em março do ano passado, argumentou que a decisão do Conselho decorreu de um parecer falho apresentado pelo então diretor de Internacional, Cerveró, ao justificar a aprovação da compra da refinaria.

"O fato de a aquisição ter sido deliberada com base num relato feito 'por Cerveró' não retira a responsabilidade de todo o Conselho", aponta o documento entregue pelo ex-diretor como defesa nos autos da Lava Jato. "Haja vista a expressão do valor envolvido na operação, todo Conselho deveria ter se louvado em dados muito mais elaborados e convincentes em vez de, negligentemente, em um Resumo Executivo e Apresentação em Power Point elaborados por Cerveró."

O parecer aponta a compra de Pasadena como um bom negócio, no entender do ex-diretor, que nega qualquer irregularidade ou recebimento de vantagens no caso. Preso desde terça-feira na sede da PF, em Curitiba, ele já prestou depoimento sobre as acusações de recebimento de propina na compra de navios-sonda, mas não sobre Pasadena. Um novo depoimento deve ser marcado para ele falar do caso.

Precipitação

No parecer que entregou à Justiça, o documento fala em "precipitação desnecessária" ao citar a aprovação da compra pelo Conselho.

"É também de se causar estranheza o fato do Conselho de Administração ter deliberado sobre a aquisição de Pasadena no dia seguinte da reunião semanal da Diretoria Executiva, ocorrida no dia 02 de fevereiro de 2006."

Por dever, o Conselho deveria ter pedido mais prazo para analisar os documentos, aponta o parecer. "Foi, portanto, precipitada a inclusão na pauta de tema de tamanha importância na reunião do dia seguinte.

Deveriam, os conselheiros, ter adiado tal deliberação para a reunião posterior. Como não o fizeram, atuaram em desrespeito ao dever de diligência."

Dilma

Para Cerveró, o caso "ganhou repercussão nacional quando a mídia divulgou que, na época, quem presidia o Conselho de Administração da estatal, que deu aval à operação, era a atual Presidente da República, Dilma Vana Rousseff". E que seu nome, "passou a ficar em evidência quando, segundo a nota da Presidência da República" houve omissão de cláusulas "no Resumo Executivo apresentado por Cerveró".

O depoimento do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, inicialmente previsto para esta segunda-feira, 19, foi adiado por tempo indeterminado. Cerveró, que está preso na carceragem da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba (PR), deverá depor, segundo seu advogado de defesa, Beno Brandão, somente depois que a defesa tiver acesso aos documentos apreendidos nas buscas realizadas pela polícia nas propriedades do ex-diretor da Área Internacional da Petrobras.

Além disso, a defesa do ex-diretor deve ir à Justiça em Brasília, para que ele seja colocado em liberdade. O advogado quer recorrer da decisão do 4º Tribunal Regional Federal (TRF), que negou o pedido de liberdade.

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"A Bombardier Transportation nunca manteve qualquer relacionamento com o Sr. Alberto Yousseff e tampouco realizou pagamentos a quaisquer empresas controladas por ele. A Bombardier opera segundo os mais altos padrões de ética corporativa em todos os países onde está presente."

Delação

Na avaliação da defesa do ex-diretor da área Internacional da estatal, não há motivo para ele fazer acordo de colaboração com o Ministério Público Federal e a Polícia Federal, responsáveis pela condução das investigações no âmbito da Operação Lava Jato.

"Não acredito que o Nestor possa fazer uma delação. Os fatos da Lava Jato são pós 2008 e o Nestor Cerveró saiu em março de 2008 da Petrobras. Quem estava na área Internacional de 2008 até agora não era ele. Então, não vejo como o Nestor possa contribuir com relação a esse período. Quem deveria ser ouvido são os sucessores dele", afirmou ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, Edson Ribeiro, advogado do ex-diretor.

O desembargador João Pedro Gebran Neto, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) negou nesta sexta-feira, 16, liberdade ao ex-diretor da área de Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, detido na Polícia Federal, em Curitiba, desde terça-feira, a pedido da força-tarefa da operação Lava Jato.

"Não se verifica flagrante ilegalidade no decreto prisional, capaz de atrair o deferimento do pedido liminar", informa o desembargador, em sua decisão preliminar sobre o pedido de habeas corpus, impetrado pela defesa de Cerveró.

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Réu em um dos processos da Lava Jato por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, na aquisição de navios-sonda de exploração de petróleo em alto mar, Cerveró teve prisão preventiva decretada após movimentação financeira suspeita.

O desembargador do TRF afirma que "é, no mínimo, estranho, que o paciente procure diminuir seu patrimônio pessoal e transferir aplicações financeiras" quando é alvo de acusação criminal.

O magistrado afirmou ser "imprescindível a requisição de informações" ao juiz federal Sérgio Moro, que conduz os processos da Lava Jato, considerando que a decretação de prisão foi feita por um juiz federal de plantão.

Gebran Neto, porém, refutou o argumento de defesa de que a prisão decretada sem fundamentos. "Ao contrário do que sustenta a defesa, a decisão que determinou a segregação não é genérica, mas sim fundada em fatos concretos."]

Transferência

Cerveró tentou resgatar um investimento de R$ 463 mil, para transferência para a filha, um dia antes de virar réu do um processo da Lava Jato, em 16 de dezembro de 2014.

A movimentação financeira considerada suspeita pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) serviu de base para a força tarefa da Lava Jato pedir a prisão do ex-diretor. Ele foi detido por agentes federais ao chegar da viagem que fez a Londres com a mulher.

Considerada uma tentativa de ocultação de patrimônio, Cerveró apresentou um extrato em seu pedido de liberdade no dia 15 de janeiro mostrando que o dinheiro estava na conta. Também afirmou em depoimento aos delegados da Lava Jato que "não chegou a concretizar essa operação diante da informação por parte da sua gerente quanto ao montante de impostos à ser pago".

Para o Coaf, Cerveró efetivou a operação. "O cliente disse que independente do valor a ser descontado com a tributação, quer fazer o resgate." Segundo o documento, "o resgate foi solicitado pela gerente da conta no mesmo dia".

"Por mais que viajar ao exterior, sacar recursos de aplicação financeira, vender ou doar imóveis, isoladamente sejam fatos corriqueiros para qualquer cidadão, em se tratando de personagem notoriamente relacionado a fatos ilícitos e de grande repercussão, não se pode ingenuamente isolar tais condutas e acreditar que agiu mediante motivações rotineiras", registrou o desembargador.

Para o Ministério Público Federal, a transação com prejuízo de 20% na aplicação financeira ao fazer o resgate, por tributação legal, foi um "estratagema espúrio para retirar recursos do alcance do Estado".

O Ministério Público Federal (MPF) acusa o ex-diretor Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, preso no Paraná, de ocultar sua nacionalidade espanhola para fugir de eventuais punições pelo envolvimento no escândalo de corrupção da Petrobras. Em um documento enviado à Justiça, os procuradores que investigam o caso sustentam que o executivo planejava usar a mesma estratégia do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, que escapou para a Itália após ser condenado no julgamento do mensalão.

Em documento enviado ao juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, o MPF diz ter descoberto, após a decretação da prisão do acusado, que ele tem passaporte espanhol. Os procuradores buscam, com isso, reforçar os argumentos que embasaram a prisão preventiva de Cerveró, decretada em 1º de janeiro. A defesa do ex-diretor já apresentou pedido de habeas-corpus reverter a decisão.

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"Cumpre informar em momento algum o investigado informou a dupla cidadania espanhola, ou seja, omitiu tais informações da Justiça certamente para se beneficiar de tal situação. A ocultação dolosa do passaporte é um indicativo, portanto, de que Nestor planeja usar sua cidadania como meio para escapar de qualquer punição", escreveram os investigadores.

O MPF afirma que, tomando como base fatos passados, réus que praticam crimes graves e têm dupla cidadania tendem a escapar para o exterior e se aproveitar de acordos que impedem a extradição. "Vale lembrar que o Tratado de Extradição entre Brasil e Espanha considera inadmissível a extradição quando a pessoa reclamada for nacional da parte requerida", alegam os procuradores.

Para eles, qualquer medida alternativa à prisão seria incapaz de garantir a aplicação da lei penal brasileira. "Veja-se, por exemplo, no caso Pizzolato, que nem mesmo a apreensão completa de passaportes serviu para garantir que se sujeitaria à Justiça brasileira", diz o documento.

Condenado em 2012, Pizzolato viajou para a Itália usando o passaporte do irmão. Como ele tem cidadania italiana, a Justiça daquele país negou a extradição para o Brasil.

O advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, classificou a acusação de "brincadeira" e "má-fé". Segundo ele, em nenhum momento o ex-diretor foi questionado pelos investigadores sobre cidadania estrangeira. "Fui eu mesmo eu informei que ele tem cidadania espanhola", disse.

A defesa do ex-diretor de Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, preso desde quarta-feira, 14, pela Operação Lava Jato, apresentou à Justiça Federal um extrato bancário para tentar provar que não chegou a sacar R$ 463 mil de seu fundo de previdência para uma da filha, em 16 de dezembro do ano passado, antes de viajar para a Inglaterra.

A movimentação financeira foi considerada suspeita pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e serviu de base para a força tarefa da Lava Jato pedir a prisão do ex-diretor. Ele foi detido ao chegar da viagem que fez a Londres com a mulher, por agentes da Polícia Federal.

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A PF e a Procuradoria da República avalia a operação como uma tentativa de ocultação de patrimônio. Relatório de Inteligência Financeira do Coaf mostra que Cerveró solicitou no dia 16 de dezembro o resgate de uma aplicação em um fundo de previdência privada do banco Itaú, em seu nome, um dia antes de virar réu do esquema de corrupção e desvios na Petrobras.

Em telefonema ao gerente do banco ele informou que assim que o dinheiro entrasse em sua conta corrente iria aplicá-lo em outra previdência privada, mas em nome de uma das filhas. "A gerente da conta informou ao cliente que o resgate implicará em tributação sobre o valor total da previdência e que a perda seria acima de R$ 100 mil", registra o documento do Coaf anexado ao pedido de prisão.

O relatório de inteligência financeira registra que Cerveró efetivou a operação. "O cliente disse que independente do valor a ser descontado com a tributação, quer fazer o resgate." Segundo o documento, "o resgate foi solicitado pela gerente da conta no mesmo dia".

No dia seguinte ao pedido feito ao banco e comunicado ao Coaf, a Justiça Federal aceitou denúncia da Procuradoria contra ele por suposta participação nos desvios de até R$ 140 milhões na Petrobras, entre 2006 e 2012. O ex-diretor é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro.

"A movimentação financeira não aconteceu e, se tivesse acontecido, seria legal", disse o advogado Edson Ribeiro, que defende Cerveró. A defesa levou a argumentação ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) para tentar derrubar a ordem de prisão preventiva da Justiça Federal, em Curitiba.

No pedido de liminar em habeas corpus a defesa anexou fotocópia do extrato de investimento. Com data de 15 de janeiro de 2015, consta um saldo de R$ 468 mil disponível para resgate total da previdência privada.

Em seu depoimento aos delegados da Lava Jato, Cerveró disse que "não chegou a concretizar essa operação diante da informação por parte da sua gerente quanto ao montante de impostos à ser pago". O documento do Coaf não cita o cancelamento do resgate.

Os analistas apontam o "risco identificado" como possível "receio de (Cerveró) que suas contas e recursos disponíveis e aplicados sejam bloqueados judicialmente, haja vista que no dia 17 de dezembro de 2014, o juiz Sérgio Moro aceitou denúncia feita pelo Ministério Público Federal acusando o cliente de participação em crimes como corrupção contra o sistema financeiro nacional e lavagem de dinheiro".

Para o Ministério Público Federal, a transação com prejuízo de 20% na aplicação financeira ao fazer o resgate, por tributação legal, foi um "estratagema espúrio para retirar recursos do alcance do Estado".

"Por implicar perda de mais de 20%, para que a operação possa ser qualificada de racional, a justificativa que a ampara deve propiciar um benefício superior a 20% do valor da aplicação. O único benefício que supera esse valor, equivalente a R$ 100 mil, é colocar o dinheiro a salvo da apreensão por parte do Estado", sustentam os procuradores da Lava Jato.

Por determinação da Polícia Federal, o ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró não poderá se comunicar com o doleiro Alberto Youssef ou com o lobista Fernando Baiano. Os três estão presos em celas separadas na superintendência da PF em Curitiba, acusados de envolvimento no esquema de corrupção da Petrobrás. Apesar de estarem na mesma ala, a ordem é para que não se comuniquem. As celas são divididas por paredes, o que evita o contato.

A medida foi tomada para que não combinem depoimentos nem se devem ou não fazer delação premiada. Baiano tem se recusado a colaborar com as investigações da Operação Lava Jato. Seu novo advogado, o criminalista Nélio Machado, afirmou que vai recorrer a um estratégica "clássica" de defesa, descartando a delação. No primeiro depoimento desde a prisão, Cerveró respondeu anteontem às perguntas dos investigadores até o ponto de não se incriminar.

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Os três só terão companhia na cela quando houver, eventualmente, necessidade de acomodar um preso comum no aguardo de transferência. Os demais 11 presos pela Lava Jato - lista que inclui executivos das maiores empreiteiras do País - dividem o mesmo espaço na superintendência e não têm restrição de comunicação entre si. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-diretor da área de Internacional da Petrobras Nestor Cerveró afirmou que a compra dos navios-sondas de perfuração marítima, que teriam sido alvo de propina de US$ 30 milhões, foram feitas "fora de procedimento licitatório" e aprovada pela Diretoria Executiva da estatal petrolífera, "composta por seis diretores e o presidente a quem cabe examinar a compra de equipamentos e construção de refinarias e gasodutos".

Na época, o presidente da Petrobras era Sérgio Gabrielli, apadrinhado político do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Gostaria de esclarecer de forma espontânea que a aquisição das sondas em questão se deu fora de procedimento licitatório, por ser incabível diante das circunstâncias que cercavam o negócio, que visava atender uma necessidade específica e imediata da Petrobras", disse Cerveró em depoimento de mais de três horas na manhã de hoje.

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Cerveró afirmou ainda que o negócio teve parecer jurídico da estatal. O ex-diretor, preso desde terça-feira, dia 13, acusado de tentar ocultar patrimônio mesmo depois de denunciados por corrupção e lavagem de dinheiro no esquema multibilionário alvo da Lava Jato. Por meio de indicações políticas, partidos da base do governo (PT, PMDB e PP) controlavam um esquema de corrupção, cujas propinas variavam de 1% a 3%.

Fernando Baiano

Cerveró foi questionado em especial sobre seu envolvimento com outro réu da Lava Jato, Fernando Baiano. Ele respondeu que "conheceu por volta do ano de 2000, quando era gerente executivo de Energia" da Petrobras e que ele teve participação ativa no negócio das sondas, sabendo que recebeu comissão por isso.

Trata-se de Fernando Antônio Falcão Soares, apontado como operador do esquema de propina para o PMDB via Cerveró. O ex-diretor diz tê-lo conhecido em 2000 e ter relação de amizade com ele.

"Fernando representava empresas espanholas do ramo de energia térmica", afirmou a quatro delegados da Polícia Federal, que ouvira seu depoimento. Cerveró lembrou que, nesse período, o País passava por uma crise de abastecimento e apontou a Union Fenosa como uma dessas empresas representadas pelo suposto operador do PMDB.

"Tais empresas tinham interesse em entrar no mercado brasileiro e que outras teriam feitos contatos semelhantes a época", disse Cerveró.

Segundo ele, Baiano continuou atuando na Petrobras, "tendo se dirigido a outras diretorias, como a de Abastecimento e Gás e Energia.

A primeira, era ocupada pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa, por intermédio do PP. Preso em março de 2014, ele acabou confessando os crimes e virou delator do caso. A de Gás e Energia era ocupada pela atual presidente da Petrobras, Graça Foster. Cerveró não citou nome no depoimento.

Sua única referência à Graça, foi quando perguntado sobre as transferências de imóveis que fez para as filhas.

"A atual presidente da Petrobras realizou operações semelhantes, transferindo imóveis aos filhos dela", afirmou Cerveró ao ser questionado sobre as informações veiculadas na imprensa em que o nome de Graça foi citado pela sua defesa.

Acompanhado do criminalista Beno Fraga Brandão, Cerveró negou ter recebido propina nas negociações de navios-sonda, que teriam resultado em uma propina de US$ 30 milhões paga pelo executivo Julio Camargo, delator do processo. Ele afirmou também que suas transações financeiras foram legais e feitas para deixar dinheiro para filha, que mora do Rio, durante sua viagem à Londres.

O ex-diretor de Internacional Nestor Cerveró negou em depoimento à Polícia Federal ter feito operação ilegal ao pedir o resgate de R$ 463 mil de uma aplicação para passar para a filha, um dia antes de a Justiça Federal aceitar denúncia contra ele por corrupção e lavagem de dinheiro.

Cerveró prestou depoimento por mais de três horas na Sede da Polícia Federal, em Curitiba (PR). "Ele negou veementemente", disse o advogado Beno Brandão, que defende Cerveró e acompanhou o depoimento.

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O ex-diretor foi preso na madrugada de quarta-feira, 14, ao desembarcar no aeroporto, no Rio. O depoimento começou por volta das 9h. Cerveró foi questionado por delegados da Lava Jato. Eles perguntaram sobre suas movimentações financeiras comunicadas pelo Coaf.

Também foi questionado sobre a transferência de imóveis feitas no ano passado para familiares e os valores declarados.

A defesa disse que um novo depoimento será marcado para os próximos dias. Cerveró é investigado no caso da compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. Ele não foi questionado sobre o assunto nesta quinta, 15.

A Justiça Federal aceitou nesta quarta-feira (17) denúncia contra o ex-diretor Internacional da Petrobras Nestor Cerveró e mais três pessoas por envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras. O ex-diretor responderá a ação penal por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Também são alvos da ação o lobista do PMDB Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, e o executivo Júlio Camargo, da Toyo Setal, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O doleiro Alberto Youssef responderá por lavagem de dinheiro. Camargo e Youssef fizeram acordo de delação premiada e têm colaborado com as investigações. Os dois são réus nas outras ações ajuizadas.

A ação é a sexta e última a ser aberta pela Justiça Federal, a partir de denúncias do Ministério Público Federal (MPF) apresentadas desde a semana passada, o que eleva o número de réus da Operação Lava Jato para 38. A maioria é de executivos de empreiteiras.

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Conforme denúncia do MPF, o ex-diretor Cerveró e Falcão receberam propina de US$ 15 milhões para viabilizar contratos de um navio sonda para a Petrobras. Os pagamentos teriam sido feitos por Camargo, representante da empresa contratada, a Fernando Falcão, que atuaria diretamente na Diretoria Internacional, na época dos fatos comandada por Cerveró.

"No presente caso, reuniu o MPF um número significativo de documentos que amparam as afirmações constantes nas denúncias, especialmente o envolvimento direto de Nestor Cerveró nas contratações dos navios-sondas e as dezenas de transações financeiras relatadas pelo criminoso colaborador e que representariam atos de pagamento de propinas e de lavagem de dinheiro", escreveu o juiz Sérgio Moro em seu despacho.

"Relativamente às transferências realizadas com as contas no exterior, consta da denúncia que o criminoso colaborador procedeu à entrega ao MPF dos extratos respectivos que demonstram as transações que teriam sido efetuadas para contas beneficiárias indicadas por Fernando Soares", acrescentou Moro.

O juiz destacou que há possíveis pagamentos de vantagens indevidas a autoridades com foro privilegiado, não incluídos na denúncia. "Não obstante, quanto a estes fatos, tanto o crime de corrupção ativa, quanto o crime de corrupção passiva, são da competência do Supremo Tribunal Federal", explicou, dizendo que todos os elementos probatórios colhidos, especialmente em delações premiadas, foram enviados à corte. "A denúncia ora oferecida não toca, nem minimamente, nesses fatos de competência do Supremo Tribunal Federal."

O advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, disse que seu cliente refuta veementemente as acusações contidas na denúncia. Segundo ele, os elementos colhidos pelo MPF não são suficientes para provar que o ex-diretor recebeu pagamentos indevidos. "Não passa de ilação do Ministério Público", afirmou. Ribeiro disse que vai questionar nos tribunais superiores a competência da Justiça Federal do Paraná para julgar o caso, uma vez que os crimes alegados teriam ocorrido no Rio de Janeiro, onde fica a sede da Petrobras.

O advogado de Fernando Falcão Soares, Mário de Oliveira Filho, não atendeu às ligações da reportagem que também não localizou os defensores de Youssef e de Camargo.

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