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Os grandes vencedores do Oscar 2014 serão conhecidos apenas no próximo domingo (2). No entanto, é possível saber quais são os atores, diretores e filmes que mais despertam a curiosidade dos brasileiros na internet, já que o Google Brasil divulgou uma compilação do interesse dos usuários nos últimos três meses. Pelo menos na web, Leonardo DiCaprio é o grande vencedor entre os intérpretes e o Lobo de Wall Steet, protagonizado pelo americano, é o filme mais procurado.

Além disso, o filme que conta a história do corretor de títulos de Nova York também rendeu ao seu diretor, Martin Scorsese, o posto de mais procurado pelos internautas brasileiros. No recorte por atores, Christian Bale — que interpreta Irving Rosenfeld em Trapaça — ocupa a segunda posição, seguido por Matthew McConaughey, de Clube de Compra Dallas.

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Entre os filmes, 12 Anos de Escravidão ocupa a segunda posição, seguido por Trapaça. Já entre as atrizes, Amy Adams encabeça a lista, deixando Cate Blanchett e Sandra Bullock em segundo e terceiro lugar, respectivamente.

Confira a lista completa:

Filme

1. O Lobo de Wall Street 

2. 12 Anos de Escravidão 

3. Trapaça 

4. Nebraska 

5. Philomena

Ator Coadjuvante

1. Jonah Hill

2. Jared Leto

3. Bradley Cooper

4. Michael Fassbender

5. Barkhad Abdi

Atriz Codjuvante

1. Jennifer Lawrence

2. Julia Roberts

3. Sally Hawkins

4. June Squibb

5. Lupita Nyongo

Filme estrangeiro

1. A Grande Beleza

2. A Caça

3. Alabama Monroe

4. Omar

5. The Missing Picture

Ator

1. Leonardo DiCaprio

2. Christian Bale

3. Matthew McConaughey

4. Bruce Dern

5. Chiwetel Ejiofor

Atriz

1. Amy Adams

2. Cate Blanchett

3. Sandra Bullock

4. Meryl Streep

5. Judi Dench

Diretor

1. Martin Scorsese

2. Steve Mcqueen

3. David O. Russell

4. Alfonso Cuarón

5. Alexander Payne

Animação

1. Frozen: Uma Aventura Congelante

2. Vidas ao Vento

3. Os Croods

4. Meu Malvado Favorito 2

5. Ernest & Celestine

Para que a festa do Oscar não sofra os xingamentos clássicos de chata e insuportável necessita-se de alguns elementos que a transformem no oposto dessas constatações. Os apresentadores e as inserções musicais são essenciais para que o ritmo do evento se torne agradável e divertida. Nada pior que apresentadores sem graça, músicas sonolentas e sem inspiração. Mas o principal elemento, e que foge do controle dos produtores, são os vencedores e os seus discursos. Inspirados, emocionantes e bem humorados são tudo aquilo que os organizadores desejam, e que consequentemente tornam a festa inesquecível. Então, pensando nisso, elaboramos uma lista dos discursos mais memoráveis da premiação.

Com as estreias desta sexta-feira (21), de 12 Anos de Escravidão, de Steve McQueen, e Clube de Compras Dallas, de Jean-Marc Vallée, completa-se a lista de nove indicados para o Oscar principal nos cinemas brasileiros. Sete estarão em cartaz no fim de semana, dois já saíram para dar espaço a novos lançamentos - Capitão Phillips, de Paul Greengrass, e Gravidade, de Alfonso Cuarón. Hollywood divulgou no outro dia sua lista de maiores bilheterias em 2013. O número 1 foi Homem de Ferro 3, de Shane Black, que não é lá essas coisas. Dos filmes do Oscar, só um entrou na lista, e foi Gravidade.

Todo mundo conhece as celebridades que desfilam pelo tapete vermelho e a Academia incentiva o glamour associado ao prêmio mais cobiçado e popular do cinema. O mais importante? Há controvérsia. O Oscar foi criado ainda nos anos 1920 e, com o tempo, se consolidou como o reconhecimento que uma indústria sólida como a do entretenimento nos EUA oferece a seus artistas e técnicos. Após a 2ª Grande Guerra, Hollywood começou a reconhecer que havia cinema além de suas fronteiras, e surgiu o Oscar de melhor filme em língua estrangeira.

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Se o tapete vermelho é bem conhecido, os integrantes da Academia - os votantes - são quase secretos. Sabe-se, por exemplo, que são homens (77%), brancos (94%) e que a idade média anda em 62 anos. Isso poderia fornecer, quem sabe, um perfil nitidamente conservador, mas já faz tempo que a Academia, concedendo liberdade de escolha a seus membros, se desalinhou da Casa Branca e de suas políticas. E uma coisa é certa - a Academia, consciente de suas atribuições, costuma esnobar os grandes sucessos, estabelecendo, como qualquer crítico, diferença entre filmes de mercado e de arte.

O melhor filme norte-americano do ano - entrou na lista dos cinco mais do jornal O Estado de S.Paulo - foi Gravidade, mas se nem Stanley Kubrick ganhou o Oscar com 2001, Uma Odisseia no Espaço, não há muita surpresa em ver o favoritismo deste ano pender para 12 Anos de Escravidão. Embora o jornal USA Today sustente que a polarização entre 12 Anos e Trapaça, de David O. Russell, poderá favorecer Gravidade, mais vale apostar nas chances de Steve McQueen, o diretor, homônimo do astro. Quer dizer - nas suas chances para melhor filme, porque é provável que, no final, 12 Anos leve o prêmio principal, mas McQueen veja o Oscar de direção ser entregue a Cuarón, por que não?

Numa entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, o tradutor do livro de Salomon Northup no Brasil - Drago, na edição da Seoman - disse que o mais impressionante no testemunho do negro emancipado que foi vendido e escravizado de novo, é que a escravidão, sob outras formas, ou com outros nomes, permanece viva e continua sendo a base de muitas economias, em pleno século 21. Nos EUA e na Inglaterra, McQueen e a Penguin Books estão empenhados numa campanha para que 12 Anos, o livro, seja adotado como leitura obrigatória, apesar de ser, obviamente, muito cru em certas partes.

No que não parece haver muitas dúvidas é que Matthew McConaughey e Jared Leto vão ganhar os Oscars de melhor ator e ator coadjuvante, por Clube de Compras Dallas, e que Cate Blanchett e Jennifer Lawrence serão, respectivamente, a melhor atriz e a melhor coadjuvante, por Blue Jasmine, de Woody Allen, e Trapaça. São considerações de ordem geral. Cate pode muito bem ganhar, como vai, mas o prêmio de coadjuvante ficaria muito melhor atribuído a Julia Roberts, por Álbum de Família, de John Wells, ou a Sally Hawkins, no filme de Woody Allen. Conjeturas à parte - e ainda haverá muito tempo e espaço até o dia 2 de março -, o público deve ver os indicados e fazer suas apostas.

Nunca houve um filme sobre a escravidão nos EUA como 12 Anos, e esse é o grande diferencial do longa de Steve McQueen. O diretor aborda a escravidão do ponto de vista econômico, social, mas também, e principalmente, do ponto vista físico - e sexual. Nunca as punições foram tão brutais. Nunca a capa civilizatória caiu tanto como nas sucessivas violações a que esse sinhozinho submete sua escrava. Uma das questões que o filme levanta se refere ao itinerário espiritual de Salomon, e talvez seja o motivo pelo qual, na sua batalha por dignidade e liberdade, ele não mate a pobre Patsey por piedade.

Redenção, segunda chance são temas faróis do cinema de Hollywood. A história de Ron Woodroof tinha tudo para satisfazer a mitologia hollywoodiana da segunda chance, mas o diretor Jean-Marc Vallée não fez uma biopic como as outras, em Clube de Compras. Em 1985, a aids está devastando a comunidade gay e se estende para a de drogados. Woodroof, macho típico, contraiu o vírus e o médico lhe diz que vai viver 30 dias. A luta de Woodroof é um pouco contra os preconceitos dos antigos camaradas - todos homofóbicos -, mas, principalmente, para ampliar suas data de validade. Ele quer viver, e isso significa combater a indústria farmacêutica e o próprio organismo que patentiza medicamentos nos EUA. Enquanto trava essas batalhas, Woodroof contrabandeia, e não só para ele, via México, os remédios que estão sendo usados em outros países.

Uma cena é admirável, determinante para o prêmio de Jared Leto. É quando o transformista vai pedir dinheiro ao pai, para ajudar Woodroof. O diálogo é impossível. Pai e filho, cada um à sua forma, sentem vergonha. Querem encurtar a entrevista, mas sabem que é a última vez que vão se ver. Sentimentos confusos, opostos, estão no ar. A quem atribuir esse Oscar, senão a Jared? E a McConaughey, como Woodroof? O galã virou ator (o melhor de sua geração?). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

"Clube de Compras Dallas" retrata o início da pandemia de Aids nos Estados Unidos, com a história real de um doente que luta de modo incansável contra as autoridades para ter acesso ao melhor tratamento possível, papel que pode render o Oscar a Matthew McConaughey.

O filme, com previsão de estreia no Brasil para 21 de fevereiro, foi indicado ao prêmio da Academia em seis categorias, incluindo filme, ator para McConaughey e ator coadjuvante para Jared Leto, ambos vencedores do Globo de Ouro e do SAG (Sindicato dos Atores) por suas interpretações e favoritos em suas categorias.

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McConaughey perdeu 22 quilos para encarnar Ron Woodroof, um eletricista e participante de rodeios no Texas, heterossexual, homofóbico, libertino e viciado em cocaína, que recebe a notícia de que tem apenas 30 dias de vida depois de ser diagnosticado com HIV em 1985.

Decidido a lutar, ele descobre que um médico no México utiliza um coquetel de medicamentos e vitaminas muito mais eficaz contra a doença que o AZT, a única terapia então permitida nos Estados Unidos.

Sem o apoio da FDA, a agência federal reguladora de medicamentos, ele decide importar os novos tratamentos e funda um "clube de compradores", o "Dallas Buyers Club". Para isto recebe a ajuda de Rayon (Jared Leto), um jovem transexual com HIV, sob o olhar cético, mas benevolente de sua médica (Jennifer Garner).

"Falar da doença da perspectiva de um heterossexual nunca havia sido feito antes. Woodroof não estava em uma cruzada, ele tentava apenas sobreviver", disse McConaughey ao promover o filme nos Estados Unidos.

Woodroof, que sobreviveu por sete anos à doença, nem sequer percebeu que era um pioneiro da batalha contra a Aids, uma doença nova contra a qual os médicos não sabiam o que fazer.

"Aqui você tem um cara que não terminou o ensino secundário, um eletricista que vira especialista na doença e aprende como prolongar sua vida de uma maneira saudável", explicou o ator, de 44 anos e nascido no Texas, para quem o filme não trata da morte, e sim da vida.

Dificuldades de financiamento

"Cada vez que lia o roteiro, pensava: 'Este é um filme que deve ser feito'. Mas ninguém queria financiar", contou McConaughey, que ao receber o Globo de Ouro disse que "Dallas Buyers Club" foi rejeitado 86 vezes.

Como destacou o diretor do filme, o canadense Jean-Marc Vallée, o texto "ficou em uma gaveta durante 18 anos".

"O roteiro foi escrito em 1992. O que aconteceu? Talvez os anos 1990 não tenham sido um bom momento, talvez ainda era muito recente", disse.

O filme foi rodado em 25 dias e custou cinco milhões de dólares, um valor mínimo para os padrões de Hollywood, sem luz artificial e sem uma equipe de eletricistas.

Para interpretar Ron Woodroof com a maior fidelidade possível, McConaughey escutou suas entrevistas com os roteiristas, que começaram a conceber o filme quando o ativista ainda estava vivo. Mas foi a leitura do diário de Ron que proporcionou a chave do personagem.

"Tive a impressão de estar sentado ao lado deste cara em um sábado à noite, enquanto cheirava cocaína", disse.

Jared Leto, muito elogiado pelo papel de Rayon, revelou que a decisão de fazer o filme foi "quase imediata".

"Pensei que era uma oportunidade incrível, dar vida a um personagem muito original. E eu imediatamente vi o papel como um transexual e não como um travesti", contou.

Vallée contou que sua primeira reunião com Leto aconteceu por Skype.

"Usava uma peruca, um vestido, tinha os lábios pintados e paquerava", recorda.

O ator permaneceu dentro do personagem durante todo o período de filmagem.

"A primeira vez que conheci o verdadeiro Jared Leto foi na apresentação do filme no Festival de Toronto", disse o cineasta.

Confira a relação dos ganhadores nas principais categorias disputadas na 67ª cerimônia do Bafta, o Oscar do cinema britânico, neste domingo (16), em Londres:

- Melhor filme

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"Doze anos de escravidão", de Steve McQueen

- Melhor diretor

Alfonso Cuaron ("Gravidade")

- Melhor atriz

Cate Blanchett ("Blue Jasmine")

- Melhor ator

Chiwetel Ejiofor ("Doze anos de escravidão")

- Melhor atriz coadjuvante

Jennifer Lawrence ("Trapaça")

- Melhor ator coadjuvante

Barkhad Abdi ("Capitão Phillips")

- Melhor filme em língua estrangeira

"A grande beleza", de Paolo Sorrentino

- Melhor atriz/ator em ascensão

Will Poulter

- Melhor roteiro original

David O. Russell ("Trapaça")

- Melhor roteiro adaptado

Steve Coogan, Jeff Pope ("Philomena")

- Melhor filme britânico

"Gravidade", de Alfonso Cuaron

- Melhor documentário

"O ato de matar", de Joshua Oppenheimer

- Melhor filme de animação

"Frozen - uma aventura congelante", de Chris Buck e Jennifer Lee

As pessoas fazem tradições que começam bem despretensiosas e quando você vê já tá há uns dez anos na mesma rotina de só comer chocolate com um pacote de salgadinho do lado, só por costume mesmo (e porque o salgado quebra o gosto do doce e vice-versa!). Acho que foi assim que eu comecei com a minha maratona de filmes do Oscar, sei lá quando, mas que vou mantendo ano a ano porque continua sendo divertida. Ah. Tem isso, né? Uma tradição que passou a ser trabalhosa não vale mesmo a pena ter, tipo usar camisa-suja-véa-de-guerra-de-time só porque faz 20 anos que ele não perde fora de casa, precisamente desde que você esqueceu de botar ela pra lavar.

Em Cannes, no ano passado, quando conversou com o repórter, Alexander Payne, pelo retrospecto de sua carreira - Sideways, Os Descendentes -, poderia imaginar, secretamente, que quase um ano depois estaria no Oscar. Mas era arriscado garantir, com certeza, que Nebraska, Bruce Dern e ele estariam entre os indicados para o prêmio da Academia. O filme que estreia na sexta-feira (14) concorre em cinco categorias - filme, diretor, atriz coadjuvante, roteiro e fotografia. É o melhor do diretor.

O longa conta a história de um velho que começa a apresentar sintomas de demência. Ele acha que ganhou US$ 1 milhão num desses folhetos promocionais, que vivem prometendo o mundo às pessoas. Mas há um problema - ele mora em Montana e terá de buscar o prêmio em Nebraska. Como não tem mais licença para dirigir, resolve caminhar, e obriga seu filho a embarcar nessa viagem com ele.

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Fotografia em preto e branco, grandes interpretações - Bruce Dern, June Squibb -, Nebraska desafia classificações. Foi a primeira coisa que Payne disse. "Quando li o roteiro, pensei nele como uma comédia. É sempre meu primeiro movimento, na vida como nos filmes. Tirar partido da adversidade pelo humor. Mas não se pode levar tudo na brincadeira. Nebraska tem momentos de gravidade e de drama, e são os que ancoram na realidade."

É outro filme sobre pais e filhos - outro, porque o belíssimo filme do japonês Hirokazu Kore-eda segue em cartaz. Payne diz que falar sobre pais e filhos toca a universalidade. "Nunca encontrei uma pessoa que falasse de seu pai como sendo seu herói. Na vida, todos temos uma fase de contestação da autoridade e ela começa em casa. Édipo já ensina que é preciso matar o pai para crescer - matar, metaforicamente. Tive um pai que era comunicativo, mas eu nunca consegui decifrá-lo. Pensava comigo: "de que planeta ele veio?". O filme está carregado desse sentimento. Mas eu nunca pendo nos temas, enquanto estou filmando. Minha preocupação é sempre mais técnica. O que preciso saber, e resolver com meus técnicos e atores, é se a cena vai funcionar, se tem ritmo. Só depois que o filme fica pronto é que começo a me distanciar. E só com distanciamento é que consigo descobrir os temas e a necessidade profunda que me levou a contar a história."

Talvez o espectador que vai ver agora Nebraska identifique certa similaridade do filme de Alexander Payne com História Real, de David Lynch. Faz uma diferença enorme que no filme de Lynch Richard Farnsworth faça sua jornada sozinho, enquanto Dern a divide com o filho. Mas são ambos velhos, com dificuldade de locomoção.

Bruce Dern, pai de Laura Dern, foi ator de Alfred Hitchcock (em Trama Macabra), mas talvez fosse necessário todo o espaço desse texto para enumerar os westerns de que participou. Dern foi melhor ator em Cannes, no ano passado, mas quando deu a entrevista ele ainda não sabia que isso ia ocorrer - nem que seria indicado para o Spirit Award, o Globo de Ouro e o Oscar. Mas ele já sabia de uma coisa. "Ninguém passa impunemente pelos grandes papéis, e esse é o melhor de minha carreira. Só posso agradecer a Alexander (Payne) por haver pensado em mim. Esse homem não sou eu e, ao mesmo tempo, tem muito de mim. Quem não vive na corda bamba do sonho e da desilusão?"

June Squibb também ainda não sabia que seria indicada para melhor atriz coadjuvante, mas também intuía que Nebraska era um filme importante para ela. "Já fiz teatro, cinema e televisão. Nada me é estranho, mas quando o filme é bem escrito, e esse é, fica mais fácil viajar nas personagens." De tudo o que Payne disse na entrevistas, nada foi mais revelador que as suas brigas com o estúdio para fazer o filme em P&B. "Eles queriam que fosse colorido, para aproveitar a paisagem, e não entendiam quando eu dizia que ia estragar o clima. Queriam astro, alguém bem conhecido, e Bruce (Dern), por melhor que seja, fez sua carreira em pequenos papéis. Finalmente, concordaram, mas o orçamento teria de ser baixo. E já que o orçamento era reduzido, eu pude fazer o filme como queria, sem interferências."

Gente

Isso lhe permitiu, inclusive, fazer uma mistura muito atraente. "Desde o começo, quando li o roteiro, percebi que o filme só seria efetivo se tivesse gente com cara de gente. Se pudesse misturar atores com não profissionais. Esse foi o maior desafio, que tomou cerca de um ano. Os irmãos de Bruce e suas mulheres são fazendeiros de verdade, a maioria pelo menos. Os sobrinhos, os amigos, os antigos desafetos. A cada etapa, eu tinha de voltar e fazer testes, verificar como seria a interação dos já contratados com os novos que estavam chegando. Era uma coisa que sempre quis fazer e, em alguns momentos, antes, quase consegui. Dessa vez, é todo o conceito do filme."

Alexander Payne é uma raridade - um diretor que também é cinéfilo. Ele contou na entrevista que gosta de viver em Los Angeles, em Hollywood. "Adoro caminhar e descobrir as antigas locações de filmes clássicos que admiro. Moro perto da casa em que Billy Wilder filmou Pacto de Sangue (o cult filme noir com Barbara Stanwyck e Fred MacMurray). Minha imaginação viaja e eu chego a pensar que os eflúvios da criatividade daqueles grandes talvez tenha permanecido no ar." Dias depois da entrevista, o repórter reencontrou o diretor, que assistia a O Sol por Testemunha, de René Clement, em Cannes Classics. Estava fascinado. "Ninguém mais filma bem assim. E (Alain) Delon! What a wonderful actor! Que ator maravilhoso!" As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Depois do sucesso de Um Corpo que cai de Hitchcock, o clássico de Stanley Kubrick Laranja Mecânica retorna às telonas no Cinema da Fundação, bairro do Derby, com cópia restaurada. O local também continua com a exibição de Quando eu era vivo, Tatuagem e o sucesso Ninfomaníaca.

Nas redes UCI, a programação inclui a estreia de filmes indicados ao Oscar 2014: Trapaça, Philomena e 12 Anos de Escravidão, que ganha sessão de pré-estreia. Outros destaques são Operação Sombra Jack Ryan, Hércules e a animação Uma aventura lego.

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A programação completa pode ser conferida nos sites da UCI e da Fundaj.

A Academia das Artes e Ciências Cinematográficas cancelou nesta quarta-feira (29) a indicação de um dos cinco temas na disputa pelo Oscar de melhor canção, alegando que seu autor promoveu a obra de forma "desleal", informou a instituição.

A canção excluída é "Alone Yet Not Alone", do filme de mesmo título. Ao contrário dos concorrentes, esse filme, um drama histórico que acontece na Grã-Bretanha no século XVIII, era totalmente desconhecido do público.

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Os indicados foram anunciados em 16 de janeiro, em Los Angeles.

Nesta quarta, a Academia anunciou a retirada da lista de indicados da canção escrita por Bruce Broughton (música) e Dennis Spiegel (letra).

Broughton é um ex-governador da Academia e atual membro votante de seu comitê musical.

"A decisão (de revogar a indicação) se deve à descoberta de que Broughton (...) enviou e-mails aos membros de seu comitê para lhes informar, durante o período de votação aos indicados, que sua canção era candidata", explicou a Academia, em uma nota.

"Não importa se essa comunicação era bem intencionada, ou não", afirmou a presidente da Academia, Cheryl Boone Isaacs.

"Usar sua posição como ex-governador e atual membro-executivo do comitê para promover pessoalmente sua própria candidatura ao Oscar cria a aparência de uma vantagem desleal", justificou.

O comunicado acrescenta que uma nova canção não será incluída. Agora, os quatro temas musicais na disputa são "Happy", da animação "Meu vilão favorito 2"; "Let It Go", do sucesso da Disney "Frozen"; "The Moon Song", do filme de Spike Jonze "Her"; e "Ordinary Love", interpretado por U2 para o filme histórico "Mandela".

As estatuetas do Oscar serão entregues em uma festa em 2 de março, no teatro Dolby, em Hollywood.

Todo mundo sabe que já saiu a lista dos indicados ao Oscar 2014, e muito do que era esperado, está lá. Contudo, como ocorre em toda premiação, alguns são esquecidos e ignorados pela Academia; gente e obras que não deveriam ter sido deixadas de lado, mas o foram, ou por falta de espaço, ou por falta de lobby.

A premiação do Oscar movimenta o mundo do cinema neste início de ano. No Brasil, alguns filmes indicados à premiação chegam às salas brasileiras a partir desta sexta (24). 

O filme de ficção científica Gravidade retorna ao circuito da rede UCI após ser lançado em outubro de 2013. Já o aguardado Trapaça ganha pré-estreia neste sábado (25), com sessão às 22h30 no UCI Kinoplex Plaza Casa Forte. O mesmo local recebe o filme Renoir, longa francês indicado na categoria estrangeira do Oscar. 

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Outra estreia desta sexta (24) é O Herdeiro do Diabo, filme de terror que conta a história do casal Jack e Samantha, que terá um bebê. Depois de muita tensão, eles descobrem que uma força maligna se apoderou do corpo de Samantha.

Cinema da Fundação

O Cinema da Fundação também entra no circuito de estreias. Os destaques ficam com 3x3D, de Peter Greenaway, Godard e Edgar Pêra; e Doce Amianto, de Guto Parente e Uirá dos Santos.

Uma novidade é o retorno do filme pernambucano Tatuagem ao Cinema da Fundação, com sessão na terça-feira (28). Os longas Ninfomaníaca, Um corpo de cai e Azul é a cor mais quente continuam sendo exibidos.

Na última semana, quando a academia divulgou os indicados ao Oscar 2014, a maioria das pessoas se concentrou nos grandes concorrentes, como Trapaça e Gravidade, que receberam dez indicações cada um, e podem não ter notado um candidato que aponta a nova tendência do entretenimento mundial: The Square.

A produção é um documentário dirigido por Jehane Noujaim e aborda fatos da Revolução Egípcia sob a perspectiva dos ativistas, mostrando como um grupo de revolucionários conseguiu libertar seu país por intermédio de mídias sociais e vídeos.

Até aí, nada de muito especial num concorrente na categoria de melhor documentário, exceto pelo fato de que o filme não pertence a nenhuma tradicional distribuidora cinematográfica e sim ao serviço de vídeos sob demanda Netflix, que pode ganhar o seu primeiro Oscar.

Apesar de ser a primeira indicação ao principal prêmio do cinema mundial, a Netflix já recebeu prêmios importantes, como o Emmy, que ganhou pela direção de David Fincher em House of Cards, e o Globo de Ouro, pela atuação de Robin Wright também em House of Cards.

E o investimento dos serviços de vídeo sob demanda em produções originais tem gerado bons frutos e movimentado o mercado, que ganhou novos investidores, mais janelas de exibição e novos, e bons, produtos. 

Confira o trailer do documentário The Square.

O veterano ator americano Robert Redford disse nesta quinta-feira (16) que não está chateado com a falta de indicação ao Oscar, mas destacou que os distribuidores de seu último filme, All Is Lost, nada fizeram nada para promovê-lo. Os especialistas em Oscar acreditavam que Redford seria indicado ao prêmio de Melhor Ator por All Is Lost, mas seu nome não apareceu na lista da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas divulgada nesta quinta-feira.

Em declarações no festival do cinema independente Sundance, Redford disse que está orgulhoso de All is Lost, um filme praticamente sem diálogo sobre a luta de um homem pela sobrevivência após um naufrágio. "Estava tão despojado de todos os elementos que aparecem na maioria dos filmes (...) que, para mim, foi uma experiência cinematográfica pura. Amo isto, estou muito contente com este filme", disse Redford em entrevista coletiva no festival Sundance, no estado de Utah.

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"Hollywood é o que é, um negócio, e quando estes filmes recebem votos, geralmente foram promovidos por enormes campanhas dos distribuidores. Há uma campanha, é uma questão política, mas tudo bem, faz parte do negócio". "No nosso caso, acredito que tivemos pouca ou nenhuma promoção. Nossos distribuidores, não sei quem, não quiseram gastar dinheiro (na campanha) porque tiveram medo, talvez não acreditassem na oportunidade, não sei", disse o ator.

"É claro que seria maravilhoso ser indicado, mas não estou chateado com isto, porque como já disse, é um negócio". Redford não citou a empresa envolvida, mas segundo a revista Variety, trata-se da Lionsgate.

A 86ª cerimônia de entrega do Oscar será uma celebração dos heróis do cinema, informaram nessa terça-feira (14) os produtores do evento, previsto para o dia 2 de março, em Hollywood.

A cerimônia honrará os heróis do cinema, assim como os super-heróis, heróis populares e heróis dos desenhos animados, tanto do passado quanto do presente, anunciou a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.

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Assim como no ano passado o Oscar homenageou a música, este ano "quisemos unificar o espetáculo com um tema divertido e emocional", revelaram os produtores Craig Zadan e Neil Meron.

"Isto inclui os cineastas e atores que assumem riscos e nos estimulam com temas provocativos e pessoas audazes. Ao celebrar a grande gama de heróis que enriquecem nossa experiência cinematográfica, esperamos criar uma noite de diversão e prazer" durante a entrega do Oscar.

Craig Zadan e Neil Meron, especializados na produção de musicais para o cinema - entre eles "Chicago", "Footloose" e "Hairspray" - foram contratados novamente devido ao sucesso obtido na cerimônia do Oscar em 2013.

Seth MacFarlane, que foi o anfitrião do Oscar no ano passado, será substituído pela apresentadora de TV Ellen DeGeneres, que já assumiu a mesma missão em 2007.

A cerimônia está prevista para 2 de março, no teatro Dolby (antigo teatro Kodak), com transmissão para mais de 225 países.

O PGA (Producers Guild of America), sindicato que réune os produtores americanos, divulgou a lista dos indicados ao prêmio de 2014. Dez filmes foram indicados ao Darryl F. Zanuck, prêmio que consagra desde 1989 a melhor produção do ano. Os grandes favoritos - 12 Anos de Escravidão e Trapaça - concorrem com filmes como Capitão Phillips, Dallas Buyers Club e O Lobo de Wall Street, entre outros.

Os vencedores serão anunciados no próximo dia 19 de janeiro. Após 24 cerimônias, o vencedor do premio PGA de melhor filme foi o vencedor, em 71% dos casos, na mesma categoria no Oscar. A última vez em que houve uma dissonância entre o PGA e o Oscar foi em 2007, quando o filme Pequena Miss Sunshine levou o prêmio do sindicato dos produtores e Os Infiltrados foi o escolhido do Oscar.

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O PGA anunciará também os vencedores nas categorias melhor animação e melhor documentário. A televisão não será deixada de fora, com troféus reservados para os melhores produtores de séries, assim como os de talk shows e game shows.

Confira os filmes indicados ao PGA Awards 2014:

12 Anos de Escravidão

Trapaça

Blue Jasmine

Capitão Phillips

Dallas Buyers Club

Walt nos Bastidores de Mary Poppins

Gravidade

Ela

O Lobo de Wall Street

Nebraska

O filme brasileiro Uma História de Amor e Fúria pode disputar o Oscar de melhor animação este ano. O longa é pré-candidato à premiação com mais 19 nomes e venceu, em junho de 2013, o Festival de Annecy, considerado o "Cannes da animação". Os cinco finalistas da categoria do Oscar serão anunciados no próximo dia 16.

O longa de Luiz Bolognesi conta uma história de amor que dura 600 anos, abordando também a história política do Brasil. A dublagem brasileira foi feita por Selton Mello e Camila Pitanga. Uma História de Amor e Fúria concorre à vaga com animações dos Estados Unidos, Japão, França, Coreia do Sul, Espanha, África do Sul e Canadá. Confira a lista completa de candidatos.

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Candidatos:

O Apóstolo

Aviões

Bons de Bico

Os Croods

Ernest and Celestine (Ernest et Célestine)

The Fake (Saibi)

Frozen: Uma Aventura Congelante

Uma História de Amor e Fúria

The Legend of Sarila (La Légende de Sarila)

A Letter to Momo (Momo e no Tegami)

Meu Malvado Favorito 2

Puella Magi Madoka Magica The Movie Part III: The Rebellion Story (Gekijôban Mahou Shojo Madoka Magica Shippen: Hangyaku no Monogatari)

Reino Escondido

Os Smurfs 2

Tá Chovendo Hambúrguer 2

Turbo

Universidade Monstros

The Wind Rises

Era fim de 1973, mas precisamente 26 de dezembro. Nesse dia foi lançado O exorcista, considerado até os dias atuais como o maior clássico do terror. O filme de William Friedkin é baseado no best-seller de William Blatty e conta a história de uma menina possuída pelo demônio.

Considerado o primeiro blockbuster de horror de Hollywood, o filme alavancou nada mais que 10 indicações ao Oscar, incluindo a de melhor filme- fato inédito para o gênero terror. O longa acabou conquistando duas estátuetas, a de melhor roteiro adaptado e melhor som.

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Para realizar o filme, o diretor utilizou métodos que despertaram uma verdadeira reação de horror nos atores. Friedkin chegou a disparar armas dentro do estúdio para captar as reações de choque e ainda mandou aumentar a força das cordas que arremessava a atriz Ellen Burstyn pelo quarto.

O filme choca e inova ao construir cenas de masturbação com crucifixo e uma descida invertida pelas escadas, além de um giro de 180° da cabeça da personagem possuída pelo demônio. O longa chegou a ser proibido em alguns países como a Inglaterra e só chegou ao Brasil em novembro de 1974.

A atriz que dubla a voz de Regan com o espírito, personagem principal interpretada por Linda Blair, não teve seu nome nos créditos finais e chegou a processar a Warner. O exorcista é o 9° filme mais rentável dos EUA e faturou cerca de R$ 2 bilhões, superando Avatar que teve R$ 1,8 bilhão. 

Contemplativa, a câmera  de Paolo Sorrentino desfila entre a beleza clássica e concreta da cidade de Roma. Os movimentos sutis, a iluminação inebriante e a fantástica trilha diegética são o prelúdio de uma obra de múltiplos olhares à arte, ao estupor cultural, desde os plenamente devotos aos que, buscando sucção de sentido em cada novo objeto, relevo, som, imagem, encontram no “não encontrar” o inexpressivo sentimento de frustração típica de nossas sociedades pós-modernas. Um choque. Uma grandíssima hecatombe de sentido humano, bela em todo o momento, mas, como uma droga - que do prazer leva a morte - nos conduz à visão de nossa (in)existência pueril, insignificante e banal.

Todos os sorrisos ou expressões de felicidade nos cerca de 140 minutos de projeção, soam como estranhas sensações de falseamento, escapismo ilusório, fantástico e trágico. Quem são estes seres? O que eles estão fazendo? Enchendo-se de vazio? Mas, aparentemente, nada os enche. Fantasmagoricamente, estes personagens que surgem, e somem, simplesmente circulam. Circulam e circulam. Para quê? A estranheza pujante do viver destes indivíduos põe-se em oposição a tudo que, aparentemente, remete à beleza da convencional e conservadora arte, ao suspiro revigorante dos célebres italianos precedentes, aos ditos e costumes de outrora.

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Fazendo uso de uma montagem que determina elementos específicos a serem vistos, vezes pontualmente revistos, mas nunca repisados por um longo período de tempo em tela, Sorrentino problematiza a sociedade em seu mosaico de referências, críticas e assertivas pessoais. Um tiro de canhão lançado ao mundo a ser aplaudido pelos amantes da grande beleza da arte cinematográfica.

De todos, o “eles” ou “nós” do filme  é o jornalista Jep Gambardella, incorporado magistralmente pelo ator Toni Servillo, que já havia trabalhado com o cineasta italiano em Il Divo e As Consequências do Amor. Desde a apresentação de seu personagem, passa a guiar os encontros, desencontros e reflexões traçadas na obra. O ar superior, repleto de conflitos inexplicáveis e inenarráveis, de postura miscelaneada entre frustração e altivez, aliado aos tradicionais trajes regularmente sociais, nos remete à construção moral e característica dos sujeitos dirimidos pelo maestro Federico Fellini.

O olhar interior, cheio de putrefações veladas, de A Doce Vida, e a investigação sócio-ideológica de Oito e Meio inundam o trabalho de Sorrentino que, mesmo admitindo visualmente suas referências, não abre mão de imprimir seu ritmo, repleto de travellings, zooms in e out, primeiros planos fechadíssimos que nos lançam em seus personagens, para constatarmos, através de seus olhares, o bizarro, o belo, o belo no bizarro e o bizarro no belo. Sorrentino decide invadir o espaço onírico, o surreal, imageticamente enrubescido, e banhá-lo com uma beleza inocente inexplicavelmente não traduzida e que estaciona num declive sensorial de Jep, que se, muitos anos depois de seu último livro de algum sucesso, não mais conseguiu produzir arte é porque deixou de, ou perdeu a razão de, alcançar a beleza na grande beleza que o cerca.

A cena em que assiste, inerte, a apresentação radical da personagem que expõe-se a extremos por seu fazer artístico, leva-o e leva-nos, a refletir no que há além do próprio ato realizado, que seria o mérito, a beleza, da obra, em paralelo à completa ausência de força ativa, vontade, de saber ou considerar o pano de fundo do simples feito. Mas Sorrentino é um grande jogador. Na realidade, um arquiteto digno das grandes e belíssimas construções italianas. Molda e amálgama sua obra com um liame denso de quem conhece a sociedade de aparências em que vive. A frivolidade lúdica e artística, a mesma retratada por Fellini, aqui volta e explode como uma bomba de vibrações extra-sensoriais:

- “Sou uma artista, não preciso explicar nada.”          

- “Então eu vou escrever: vive de vibrações, mas não sabe o que são.”

E sob a alcunha do afiado texto, Sorrentino destila em tela perfeição técnica e formal. Os ambientes revelam pequenos e grandes detalhes da ricalhada italiana, desde os rebuscados sistemas de acesso à festas, à decoração das luxuosas casas, numa direção de arte que vai do esplêndido ao propositalmente caricato e pitoresco, na contínua crítica aos costumes da burguesia. Como uma verdadeira obra de arte, o cineasta constrói grafismos impressionantes, desde o plano que escolhe para mostrar um um jardim, a como filma um jogo de escadas. Em tela, o sentido vai muito além das pinturas ou esculturas expostas.

Os figurinos revelam detalhes pontuais na constituição emocional dos personagens. O começo com preto, a passagem para o cinza, a soltura surrealista no vermelho, marrom, e enfim, o branco num propício encontro noturno. A gradação das cores ainda fica mais explícita após o contato, fantástico, real, de Jep com a mulher que encheu seu passado, vazio, de cor, de azul, amarelo, e desestabilizou até sua postura de Bom Vivant, nas situações corriqueiras.

A grande obra ainda nos faz viajar, como numa carruagem, na encantadora Itália dos séculos passados, ainda viva, pela arte de reis e rainhas, representando dominação e preponderância que resvalam, porém, no encantador sorriso frouxo, e sem antagonismos, do personagem principal. Tendo trabalhado de forma tão precisa com Sean Penn em Aqui é o Meu Lugar, agora Sorrentino constrói camadas e mais camadas de um sujeito que, em seus mínimos gestos, mostra-se interessante e interessado. Olha a arte, olha a vida, disseca-a, por vezes, não vendo nada lá. Deixa a visão infantil de realidade, mesmo sendo aconselhado pela sua chefe de redação, Dandina, na realidade uma das mais importantes e lúcidas personagens da trama, a não fazê-lo, já que é unicamente a partir desta que se desenrola o exercício poético. Jep tudo pode, mas o fato de tudo poder parece deixá-lo desgostoso de tudo, já que tudo parece não ter o tão grandioso sentido da beleza enxergada pelos completamente cegos.

Nos fazendo ver além da cor, arte, pele, A Grande Beleza propõe uma imersão subconsciente que pondere nossos dogmas, questione nossas convenções sociais e nos faça avaliar o que, realmente, é belo em nossa existência. Através de Jep e suas relações, extraímos, episódica e esporadicamente, nosso modo de enxergar a arte e as contradições que imprimimos à nossa própria vista, enquanto fatores externos cerram-nos ou escancaram-nos os olhos para a verdade. Para a grande beleza.

O filme mexicano Heli, um cruel retrato de Amat Escalante sobre um México corroído pelo narcotráfico, levou o Prêmio Coral do XXXV Festival Internacional do Novo Cinema Latino-Americano de Havana, anunciou o júri.

Heli representará o México na disputa pelo Oscar de melhor filme estrangeiro. Também valeu o prêmio de melhor diretor a Escalante no Festival de Cannes.

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Ainda não será nesta quarta-feira que o zagueiro David Luiz voltará a defender a camisa do Chelsea. Em recuperação, o jogador da seleção brasileira é desfalque certo na partida contra o Sunderland, em rodada do Campeonato Inglês.

O defensor se recupera de um edema ósseo no joelho direito, resultado de uma pancada sofrida durante amistoso da seleção com o Chile, no dia 19. A expectativa era de que David Luiz voltasse a jogar nesta semana, porém o técnico José Mourinho revelou nesta terça-feira que ele ainda não retomou os treinos.

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"David Luiz ainda não voltou a treinar, ele está com o departamento médico. Espero poder contar com ele em breve para poder fazer um rodízio [na defesa]", disse o treinador, que deve repetir a dupla Terry e Cahill na zaga.

Outra baixa será o meia Oscar, também da seleção. O brasileiro deixou o gramado mais cedo no domingo, com dores, na partida contra o Southampton. Oscar será poupado nesta quarta, segundo informou Mourinho, sem dar detalhes sobre a situação física do meio-campista.

Em compensação, o treinador poderá ter o retorno de Samuel Eto'o. Descartado anteriormente por Mourinho, o atacante voltou a treinar nesta semana ao mostrar rápida recuperação de uma lesão e deve ser relacionado para o jogo desta quarta.

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