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A advocacia do Senado criticou nesta segunda-feira (4), no Supremo Tribunal Federal (STF), manifestação na qual o Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo defendeu, em petição encaminhada à Corte, a legalidade das buscas da Operação Custo Brasil no apartamento funcional da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), em Brasília, no dia 23 de junho.

A senadora não é investigada na operação, mas a busca e a prisão foram feitas na residência funcional porque ela é casada com o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo, alvo da Polícia Federal, que também mora no local. Bernardo foi solto na semana passada por decisão do ministro do STF Dias Toffoli, tomada em outro recurso, protocolado pela defesa.

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Na manifestação, os procuradores do MPF-SP afirmaram que o próprio Supremo desmembrou as investigações e enviou o processo para a Justiça Federal. Além disso, ressaltaram que os mandados expedidos deixaram claro que a senadora não é investigada.

Além de reafirmar que a operação foi ilegal, os advogados da Casa afirmaram que somente a Procuradoria-Geral da República (PGR) pode atuar no Supremo. Segundo o Senado, a manifestação é "descabida" e usurpa competência da PGR. Ao final, o Senado pede que a manifestação seja retirada do processo.

“O fato, inclusive, é muito significativo considerando se tratar de uma reclamação fundada em usurpação de competência do STF. Agora, os membros do MPF em São Paulo pretendem se substituir ao procurador-geral da República em suas atribuições privativas.

A Casa também disse que os mandados de busca não foram apresentados à Polícia Legislativa, responsável pelo patrulhamento das dependências da Casa. “Em acréscimo, e no espírito de lealdade processual e de boa-fé que devem informar a atuação institucional, a Mesa informa que não acostou aos autos o inteiro teor do mandado de busca e apreensão porque dele não dispunha – justamente em virtude da ilegalidade da operação, que suprimiu os direitos do Senado Federal de acompanhamento por intermédio da Polícia Legislativa”, afirmam os advogados.

Anulação

No processo, a advocacia do Senado sustentou que o Juízo da 6ª Vara Federal de São Paulo, responsável pela operação, não poderia ter determinado o cumprimento dos mandados na residência funcional da senadora, por se tratar de uma extensão das dependências do Senado, cuja atribuição seria da Corte Suprema. Para a Casa, Gleisi foi vítima de uma atuação ilegal.

O ministro Dias Toffoli é o relator do pedido do Senado. Ele foi escolhido após Celso de Mello renunciar ao processo.

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF) usou o emblemático processo do Mensalão para embasar a decisão que tomou nesta quarta-feira, 29, de soltar o ex-ministro Paulo Bernardo (Planejamento/Governo Lula e Comunicações/Governo Dilma), preso na Operação Custo Brasil. O ministro sugeriu ao juiz que mandou prender Paulo Bernardo que adote medidas alternativas à prisão, como a colocação de tornozeleira eletrônica no alvo da investigação sobre suposto desvio de R$ 100 milhões de empréstimos consignados.

Paulo Bernardo foi preso em caráter preventivo na quinta-feira, 23, por ordem do juiz Paulo Bueno de Azevedo, da 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo. Segundo Toffoli, nem mesmo na Ação Penal 470 (Mensalão), houve a decretação de prisões provisórias, e todos os réus ao final condenados estão cumprindo ou já cumpriram as penas fixadas.

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"Descabe a utilização da prisão preventiva como antecipação de uma pena que não se sabe se virá a ser imposta. Aliás, nem mesmo no curso da Ação Penal nº 470, vulgarmente conhecida como o caso "mensalão", conduzida com exação pelo então ministro Joaquim Barbosa, houve a decretação de prisões provisórias, e todos os réus ao final condenados estão cumprindo ou já cumpriram as penas fixadas", destacou Toffoli, ao acolher liminarmente Reclamação da defesa de Paulo Bernardo contra ato do juiz federal de São Paulo.

O ministro criticou um dos argumentos do magistrado no decreto de prisão de Paulo Bernardo. O juiz Paulo Bueno de Azevedo citou a crise econômica do País ao revelar perplexidade com o montante desviado do esquema Consist - empresa de software que teria desviado R$ 100 milhões de empréstimos consignados no âmbito do Ministério do Planejamento, gestão de Paulo Bernardo.

"O mesmo se diga quanto ao alegado "risco evidente às próprias contas do País, que enfrenta grave crise financeira", por se tratar de mera afirmação de estilo, hiperbólica e sem base empírica idônea", afirmou Toffoli.

Para o ministro, a prisão preventiva não pode ser utilizada como instrumento para compelir o imputado a restituir valores ilicitamente auferidos ou a reparar o dano, o que deve ser objeto de outras medidas cautelares de natureza real, como o sequestro ou arresto de bens e valores que constituam produto do crime ou proveito auferido com sua prática.

"A prisão preventiva para garantia da ordem pública seria cabível, em tese, caso houvesse demonstração de que o reclamante estaria transferindo recursos para o exterior, conduta que implicaria em risco concreto da prática de novos crimes de lavagem de ativos. Disso, todavia, por ora, não há notícia. Também não foram apontados elementos concretos de que o reclamante, em liberdade, ora continuará a delinquir", destacou.

Toffoli determinou, ainda, que o juiz Paulo Bueno de Azevedo avalie a necessidade, se for o caso, de aplicação de medidas cautelares diversas da prisão, dentre aquelas previstas no artigo 319, incisos I, II, III, IV, V e IX, e no artigo 321, ambos do Código de Processo Penal.

O ministro afirmou também que a decisão que decretou a prisão preventiva de Paulo Bernardo contrasta frontalmente com o entendimento consolidado pela Suprema Corte a respeito dos requisitos da prisão cautelar, e não pode subsistir.

As alternativas que Toffoli sugere ao juiz que mandou prender Paulo Bernardo:

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL - Decreto Lei nº 3.689 de 03 de Outubro de 1941

Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar atividades; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas infrações; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária para a investigação ou instrução; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

IX - monitoração eletrônica. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

Defesa

A defesa de Paulo Bernardo afirmou que, a decisão do Ministro Dias Toffoli, acolhendo pedido da defesa técnica, "desconstruiu todos os fundamentos da prisão de Paulo Bernardo. Deixou claro que os fundamentos eram genéricos e que os requisitos legais e constitucionais não estavam presentes".

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli, mandou soltar nesta quarta-feira, 29, o ex-ministro Paulo Bernardo (Planejamento/Governo Lula e Comunicações/Governo Dilma), detido durante a Operação Custo Brasil.

O ex-ministro havia sido preso preventivamente na quinta-feira passada, dia 23, com outros 10 alvos da investigação sobre o esquema Consist - empresa de software que teria desviado R$ 100 milhões de empréstimos consignados no âmbito do Ministério do Planejamento durante a gestão de Bernardo.

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A investigação mostra que o advogado Guilherme Gonçalves, estabelecido em Curitiba, teria atuado como repassador de propinas do esquema Consist para o ex-ministro e teria, ainda, bancado despesas da mulher de Bernardo, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), na campanha de 2010. A parlamentar e seu marido negam ter recebido valores ilícitos.

A Operação Custo Brasil indica que o advogado Guilherme de Salles Gonçalves, suposto repassador de propinas para o ex-ministro Paulo Bernardo (Planejamento/Governo Lula e Comunicações/Governo Dilma), bancou R$ 32 mil referentes a custos de um loft alugado em Brasília para uso da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) durante a campanha de 2010.

Gonçalves, preso pela Polícia Federal no domingo, 26, no Aeroporto Internacional de São Paulo em Guarulhos, quando chegou de uma viagem a Portugal, teria usado seu escritório em Curitiba para bancar despesas de caráter eleitoral da petista. Gleisi é alvo de investigação no Supremo Tribunal Federal. Ela detém foro privilegiado perante a Corte.

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Nesta segunda-feira, 27, Gonçalves foi ouvido em audiência de custódia pelo juiz Paulo Bueno de Azevedo, da 6.ª Vara Federal Criminal, que deflagrou a Custo Brasil.

Além do advogado tiveram a prisão decretada outros dez alvos da operação, que investiga o esquema Consist, entre eles Paulo Bernardo. O esquema Consist é um suposto desvio de R$ 100 milhões a partir de empréstimos consignados no âmbito do Ministério do Planejamento, na gestão do marido de Gleisi.

Parte daquele montante, em torno de R$ 7 milhões, teria sido repassada para o escritório de Gonçalves, ligado ao PT - do escritório teria saído a propina para Paulo Bernardo, no mesmo valor.

Em agosto de 2015, a Operação Pixuleco II, desdobramento da Lava Jato, fez buscas no escritório e apreendeu documentos que indicam o elo de Gonçalves e campanhas eleitorais do partido e de Gleisi em 2010.

Na segunda-feira, após o depoimento de Gonçalves, a defesa do ex-ministro pediu reconsideração da ordem de prisão preventiva. O juiz federal assinalou que a audiência "não tem por objetivo produção de prova, conforme esclarecido a todos os investigados".

Mesmo assim, o próprio Guilherme Gonçalves "decidiu falar sobre uma série de questões referentes ao caso concreto, negando basicamente as suspeitas e indícios que recaem sobre ele".

O juiz anotou que ainda não foram apresentadas provas documentais, como, por exemplo, uma perícia que demonstraria que os valores da Consist ficaram com o advogado.

"Contudo, o próprio investigado Guilherme, em dado momento, parece ter admitido que, às vezes, o Fundo Consist pagava algumas despesas para PB, que seria Paulo Bernardo", assinalou o juiz na ata da audiência de custódia. "Na sua alegação, isto não seria algo ilícito, porém prática comum de seu escritório, que seria especializado em questões eleitorais."

O juiz federal destacou. "Estamos diante, portanto, de um fato que pode ter múltiplas interpretações, qual seja, o pagamento para Paulo Bernardo retirado do Fundo Consist. A possível justificativa não retira do fato, máxime quando aparentemente admitido pelo investigado Guilherme de Salles Gonçalves, o seu caráter indiciário. Desta forma, os indícios, por enquanto, subsistem."

Na audiência, Gonçalves, espontaneamente, disse que teria concordado com uma redução no valor de seus honorários. "Não caberia ao Juízo formular perguntas nesta fase de audiência de custódia, porém não poderia restringir a fala do investigado, máxime quando ele a considera útil à sua defesa. Assim, posta essa premissa, a princípio, pareceu um pouco estranho ao Juízo que o investigado estivesse prestando um serviço absolutamente regular e, de inopino, concordasse com a redução dos valores, máxime quando os indícios por ora demonstram que a redução dos valores se deu justamente por ocasião da saída de Paulo Bernardo do Ministério do Planejamento."

"Nem se diga que a versão de Guilherme de Salles Gonçalves já confirma plenamente a de Paulo Bernardo. Cumpre notar que esta pode até ser a conclusão após a instrução. Porém, ao menos por enquanto entendo que os indícios de materialidade e autoria delitiva subsistem nos autos, bem como os requisitos cautelares da prisão preventiva dantes mencionados", ressaltou o juiz Paulo Bueno de Azevedo.

O magistrado anotou que Guilherme Gonçalves mencionou encontro com Paulo Bernardo na Polícia Federal. "As negativas dos fatos por ambos é algo natural, diante dos indícios que apontam que eles atuaram conjuntamente no alegado esquema."

"Após o depoimento de Guilherme de Salles Gonçalves, não vislumbro, ao menos por ora, razões para rever a decisão de manutenção da prisão preventiva de Paulo Bernardo. Portanto, mantenho a prisão preventiva de Paulo Bernardo, sem prejuízo de análise de eventual petição escrita a ser apresentada pela defesa técnica", assinalou Azevedo.

O juiz pediu ao Ministério Público Federal manifestação sobre os pedidos de revogação da prisão preventiva apresentados por escrito e sobre os pedidos de desbloqueio de valores dos alvos da Operação Custo Brasil.

Defesas

A defesa do ex-ministro Paulo Bernardo, em nota, disse que "o depoimento de Guilherme Gonçalves deixa claro que Paulo Bernardo não se beneficiou de maneira alguma dos valores que foram recebidos da Consist".

A assessoria de Gleisi Hoffmann também publicou nota. "Nesta segunda-feira, 27, a senadora Gleisi Hoffmann (PT/PR) se manifestou da tribuna do plenário do Senado e criticou a ação da Polícia Federal, que na quinta, 23, prendeu seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo.

"Nem em pesadelos eu teria sido capaz de supor que estaria aqui, nesta tribuna, para defender meu marido de uma prisão", declarou Gleisi, com a voz embargada. "Mas aqui estou para apontar uma injustiça, sentindo na própria pele o que aflige diariamente milhares de pessoas atingidas pelo abuso do poder legal e policial. Aqui estou, serena e humilde, mas não humilhada", continuou.

Gleisi disse que a prisão foi um despropósito, pois Bernardo não apresentava risco de fuga e se colocou à disposição da Justiça diversas vezes para esclarecer os fatos.

A senadora acusou a PF de cometer excessos com o intuito de espetacularizar o processo. Na quinta-feira, 23, agentes da PF fizeram buscas no apartamento funcional em que a petista mora com Paulo Bernardo, em Brasília.

O alvo foi exclusivamente o ex-ministro. A PF não apreendeu documentos da senadora porque tal medida só poderia ser executada por ordem do Supremo Tribunal Federal.

Ainda na tribuna do Senado, Gleisi disse que a Justiça atua de maneira seletiva e promove espetáculos midiáticos contra alguns políticos. "A operação montada para a busca e apreensão em nossa casa e para a prisão do Paulo foi surreal. Até helicópteros foram usados, força policial armada, muitos carros. Para que isso, chamar atenção? Demonstração de força? Humilhação? Gasto de dinheiro público desnecessário, é isso. Foi uma clara tentativa de humilhar um ex-ministro nos governos Lula e Dilma."

O procurador da República Andrey Borges de Mendonça, que integra a força-tarefa da Operação Custo Brasil, disse que "não se podem transformar o foro (privilegiado) por prerrogativa e os imóveis funcionais em bancas de impunidade".

Andrey defendeu a legalidade da missão de busca e apreensão realizada no apartamento onde vive a senadora Gleisi Hoffmann (PT/PR) com o marido Paulo Bernardo, ex-ministro do Planejamento e de Comunicações - ele é apontado como o principal beneficiário do milionário "esquema Consist". "Não há nenhum tipo de imunidade territorial, imunidade de imóveis", afirmou Andrey. "O único tipo de imunidade no Brasil é de embaixadas."

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A Consist é uma empresa de software que teria comandado desvio de R$ 100 milhões de empréstimos consignados a partir de acordo com entidades contratadas pelo Planejamento na gestão Bernardo, em 2010.

O ex-ministro, que teria recebido R$ 7,1 milhões do esquema, foi preso preventivamente na quinta-feira por ordem do juiz Paulo Bueno de Azevedo, da 6.ª Vara Federal Criminal de São Paulo. No mesmo dia, a Custo Brasil fez buscas na residência de Bernardo, o apartamento funcional em Brasília onde também mora a senadora. Ela estava fora do País.

Andrey disse ter "convicção" da necessidade de busca porque Bernardo apontava o endereço do apartamento em notas fiscais e confirmou que aquela era sua residência principal.

A ofensiva da Polícia Federal e da Procuradoria da República provocou protestos no Senado, até mesmo de opositores de Gleisi. A alegação é de que apenas o Supremo Tribunal Federal (STF) poderia autorizar tal medida porque a mulher de Bernardo detém foro privilegiado. "Na prática, nenhum documento (de Gleisi) foi apreendido", disse Andrey. "O Ministério Público Federal não está investigando Gleisi." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Polícia Federal e a Procuradoria da República descobriram que o fundo Consist - cujo mentor e beneficiário maior teria sido o ex-ministro Paulo Bernardo (Planejamento/Governo Lula e Comunicações/Governo Dilma) - continuou operando mesmo depois da deflagração da Operação Pixuleco II, em agosto de 2015, quando foram presos um lobista e um advogado sob suspeita de serem os operadores do esquema de desvios milionários sobre empréstimos consignados.

Paulo Bernardo, preso na quinta-feira, 23, na Operação Custo Brasil, deixou o governo Dilma em 2015. A investigação mostra que, mesmo depois da saída dele do Ministério das Comunicações, o fundo Consist ainda se mantém ativo.

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"Há indícios de que havia uma permanência da organização criminosa e, mesmo após cessarem os cargos públicos esse esquema ainda se mantém em diversos locais, uma gama de contratos ainda está em vigor e diversas pessoas têm uma força política grande", declarou o procurador da República Andrey Borges de Mendonça, da força-tarefa da Operação Custo Brasil.

Deflagrada na quinta-feira, 23, a Custo Brasil culminou com a prisão do ex-ministro e de mais dez investigados por suposto desvio de R$ 100 milhões no âmbito dos consignados.

Na sexta-feira, 24, o procurador defendeu a manutenção da ordem de prisão preventiva de Paulo Bernardo. "Além de casos de tentativa de obstrução da investigação, o Ministério Público Federal entende que a prisão, embora medida excepcional, se faz necessária para neutralizar esse risco, seja de reiteração, seja de novas condutas fraudulentas. E mais: esse valor (desviado) tem que ser recuperado. A finalidade do processo penal também é recuperar o patrimônio obtido ilicitamente. Essa é uma finalidade do processo penal e a aplicação da lei penal, nesse sentido, é de recuperar parcela desses valores."

Quando aponta "casos de tentativa de obstrução da investigação", o procurador da Custo Brasil se refere ao detalhe de que, após a Pixuleco II, que prendeu o ex-vereador do PT de Americana (SP) Alexandre Romano, o Chambinho - suposto lobista da organização criminosa que desviou R$ 100 milhões dos consignados, dos quais R$ 7,1 milhões teriam sido destinados ao ex-ministro -, houve registros de "atitudes fraudulentas para induzir em erro a Justiça".

Naquela mesma ocasião, agosto de 2015, foi alvo de buscas o escritório do advogado Guilherme Gonçalves, em Curitiba, apontado como repassador de propinas a Paulo Bernardo e pagador de contas eleitorais da senadora Gleisi Hoffmann (PT/PR), mulher do ex-ministro.

A petista é investigada no Supremo Tribunal Federal (STF), Corte máxima que detém competência para processar políticos com foro privilegiado.

O advogado Guilherme Gonçalves também teve a prisão decretada na Operação Custo Brasil, mas está foragido. Por meio de sua assessoria ele disse que vai se entregar à Justiça Federal.

A Custo Brasil é um desdobramento da Pixuleco II, a fase da Operação Lava Jato que pegou o fundo Consist, para o qual eram canalizados recursos desviados da trama dos consignados.

A Consist é uma empresa de software que fez acordo com entidades contratadas pelo Planejamento na gestão de Paulo Bernardo, em 2010. Cabia à Consist gerenciar o dinheiro emprestado por milhões de servidores públicos.

Segundo o procurador da República Andrey Borges de Mendonça, que integra a força-tarefa da Custo Brasil, foi verificada a simulação de contratos de serviços após o desencadeamento da Pixuleco II. O plano seria tentar conferir uma aparência de legalidade a transferências de valores sob suspeita.

"Houve atos nesse sentido, de tentar simular uma prestação de serviços", declarou Andrey Borges.

O procurador reafirmou os motivos do decreto de prisão preventiva do ex-ministro do Planejamento. "O esquema permaneceu durante mais de cinco anos. Não era um esquema isolado, um ato isolado. Era um esquema permanente e estável em que havia recebimento de valores altos, valores milionários. Em alguns casos, isso não se aplica a todos, se verificou atitudes fraudulentas para induzir em erro o juízo, como por exemplo por meio da simulação de contratos de serviços após a deflagração da Pixuleco II, em agosto de 2015. Houve atos nesse sentido de tentar simular uma prestação de serviços", declarou Andrey Borges na sexta-feira, 24, após audiência de custódia de Paulo Bernardo e de outros alvos da Custo Brasil.

Na audiência, Paulo Bernardo afirmou que "não recebeu nenhum centavo desse esquema". Ele contestou o recebimento de valores. Seus advogados argumentaram que "não há" motivos para que o ex-ministro permaneça preso. Mas o Ministério Público Federal e o juiz Paulo Bueno de Azevedo, da 6.ª Vara Federal Criminal em São Paulo consideram que os indícios contra Paulo Bernardo são fortes e suficientes para que ele seja mantido em custódia.

A Custo Brasil ganhou força a partir das delações premiadas de Chambinho e do ex-senador Delcídio Amaral (ex-PT/MS). Eles revelaram a extensão do fundo Consist.

Mas não apenas as revelações de Chambinho e Delcídio deram base à operação que pôs atrás das grades o ex-ministro e lança suspeitas sobre outro ex-ministro petista, Carlos Gabas (Previdência), alvo de buscas. A Justiça mandou conduzir coercitivamente Gabas, mas como ele preferiu se manter em silêncio nem foi levado à PF para depor.

"Além das colaborações há diversos elementos de provas, especialmente sobre o chamado fundo Consist, que era o fundo que o senhor Guilherme Gonçalves (advogado de Curitiba) gerenciava", destaca o procurador Andrey. "Esse fundo aponta para pagamentos de despesas pessoais de Paulo Bernardo. Ressalto que estamos tratando aqui de investigação, não de condenação."

O procurador anotou que "as evidências apontam que havia pagamentos pessoais, não só de apartamento, mas banais, celulares, contas básicas".

"O Ministério Público Federal está convencido de que já indícios suficientes para a manutenção da prisão de Paulo Bernardo."

Na quinta, 23, quando Paulo Bernardo foi preso, seus advogados, em nota, alegaram que a medida "é ilegal". "A defesa não teve acesso à decisão ainda, mas adianta que a prisão é ilegal, pois não preenche os requisitos autorizadores e assim que conhecermos os fundamentos do decreto prisional tomaremos as medidas cabíveis", afirmaram os criminalistas Verônica Sterman e Rodrigo Mudrovitsch.

A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) lamentou, em nota, a prisão preventiva do marido, o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo. Gleisi criticou supostos excessos da Polícia Federal (PF) em relação a Bernardo, questionando também a necessidade do mandado de busca e apreensão feito no apartamento funcional do Senado, em Brasília, onde estava com os filhos. A parlamentar acusou a PF de utilizar a operação para desviar a atenção da opinião pública para "garantir" o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.

Gleisi saiu em defesa do marido e disse que ele foi injustiçado. "Hoje foi um dia muito triste na minha vida como mulher, como política e, sobretudo, como mãe. Conheço o pai dos meus filhos. Sei das suas qualidades e do que não faria, por isso sei da injustiça que sofreu", afirmou. A senadora negou que Bernardo tenha recebido propina, e disse que o patrimônio da família foi comprado com os salários do casal. "Quem nos conhece sabe que não fizemos fortuna, não temos conta no exterior, levamos uma vida confortável, porém modesta."

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Segundo a congressista, mais de dez pessoas "estranhas" entraram em sua casa com ordem de busca e apreensão e o pedido de prisão de Bernardo pela manhã. "Busca e apreensão após quase um ano de início do processo? Prisão preventiva para prevenir o que? Uma fuga? Um conluio? Qual risco representa ele?", questionou.

Ela alegou que desde o início do processo, no ano passado, o ex-ministro "se colocou inúmeras vezes à disposição da Justiça, sempre esteve totalmente disponível e tem endereço conhecido".

"Vieram coercitivamente buscá-lo em casa, na presença de nossos filhos menores. Um desrespeito humano sem tamanho, desnecessário. Não havia nada em nossa casa que podia ser levado. Mesmo assim levaram o computador do meu filho adolescente. Fiquei olhando meu menino e pensei sobre a dor que sentia com aquela situação", criticou. Gleisi terminou a nota insinuando que a operação busca "desviar o foco da opinião pública dos desvios do governo" de Michel Temer, pois "garantir impeachment é tudo o que mais lhes interessa".

O ex-ministro Paulo Bernardo (Planejamento e Comunicações) nos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff recebeu pelo menos R$ 7 milhões de propinas do esquema de desvios alvo da Operação Custo Brasil, deflagrada nesta quinta-feira, 23. De 2010 a 2015 o esquema teria gerado R$ 100 milhões em propinas, referentes a contrato da empresa Consist Software, por serviços indiretos para o Ministério de Planejamento.

Bernardo foi preso na manhã desta quinta-feira, alvo central da Custo Brasil - decorrência das descobertas da Lava Jato, em Curitiba. O operador das propinas arrecadadas com a Consist, o ex-vereador do PT Alexandre Romano, o Chambinho, confessou em delação premiada que havia propinas para o PT, para Bernardo, para o ex-ministro Carlos Gabas (Previdência e Aviação Civil), entre outros.

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O delegado regional de Combate e Investigação contra o Crime Organizado da Polícia Federal, em São Paulo, Rodrigo de Campos Costa explicou que Bernardo tinha direito a 9,6% do valor de 70% do contrato da Consist - que era destinado à corrupção. Pelo acerto, alvo da Custo Brasil, a empresa ficava com apenas 30% dos recebimentos.

Segundo o procurador da República Andrey Borges, depois que Bernardo saiu do Ministério do Planejamento e assumiu o Ministério das Comunicações, seu porcentual no bolo da propina caiu para 4,5%, até chegar a 2%.

Defesa

O advogado do ex-ministro Paulo Bernardo, Rodrigo Mudrovitsch, disse que ainda não teve acesso aos documentos que embasaram a prisão, mas adiantou que não vê motivos para a medida. "Desde o início das investigações, ele se colocou totalmente à disposição das autoridades para prestar todos os esclarecimentos", afirmou.

Paulo Bernardo está em casa, em Brasília, e deverá ser transferido nesta quinta-feira de avião da PF para São Paulo.

Em depoimento prestado em 11 de abril deste ano, no âmbito de sua delação premiada, senador cassado Delcídio Amaral (ex-PT-MS) afirmou que o ex-ministro Paulo Bernardo (Planejamento e Comunicações no governo Lula), marido da senador Gleisi Hoffmann (PT-PR), privilegiava a empresa Consist Software Limitada desde o governo no Mato Grosso do Sul. Paulo Bernardo foi preso nesta quinta-feira, 23, na Operação Custo Brasil, desdobramento da Operação Lava Jato.

As investigações da Operação Custo Brasil são decorrentes da Operação Pixuleco, outra fase da Lava Jato, deflagrada em agosto de 2015, que apurou um suposto esquema de pagamento de propina - entre 2010 e 2015 - de R$ 100 milhões. Entre os envolvidos no esquema, segundo a Receita, há agentes políticos, servidores do Ministério do Planejamento, escritórios de advocacia e empresas de fachada criadas para operacionalizar o repasse dos recursos.

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O acordo de cooperação técnica entre o Ministério do Planejamento para gestão da margem consignável dos servidores, alvo da Lava Jato, foi assinado na gestão do ministro Paulo Bernardo. O petista comandou o ministério de março de 2005 a janeiro de 2011 no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff foi ministro das Comunicações.

Sob o comando de Bernardo, o Ministério do Planejamento assinou acordo com o Sindicato Nacional das Entidades Abertas de Previdência Complementar (SINAPP) e a Associação Brasileira de Bancos (ABBC). Essas entidades contrataram a empresa Consist Software Limitada para desenvolver o sistema de gestão da margem consignável. Em troca, a empresa recebia um porcentual por empréstimo consignado fechado por servidores da pasta.

As investigações mostraram que após o contrato, a Consist repassou entre 2010 e 2013 a quantia de R$ 5 milhões ao escritório de advocacia Guilherme Gonçalves & Sacha Reck que respondeu pela coordenação jurídica das últimas três campanhas da mulher do ex-ministro, Gleisi Hoffmann(PT/PR), e atuou para o próprio Bernardo em outras causas não eleitorais.

O escritório de advocacia recebeu, ainda, R$ 1,2 milhão de outra empresa da Consist, a SWR Informática. O advogado Guilherme Gonçalves ainda recebeu R$ 957 mil da Consist após migrar para outra banca em Curitiba, base política do casal.

Na delação, o ex-líder do governo no Senado disse que Paulo Bernardo "sempre foi, desde a época que passou pelo Mato Grosso do Sul e até mesmo antes, considerado um 'operador' de Gleisi Hoffmann". Segundo ele, "Paulo Bernardo sempre foi visto como um operador de muita competência".

Questionado sobre o que quer dizer com a expressão "operador", Delcídio respondeu. "Ele (Bernardo) tinha uma capacidade forte de alavancar recursos para a campanha (de Gleisi)".

"Que diz isto porque acredita que em 2010 Paulo Bernardo já captava recursos para Gleisi Hoffmann; que não há incompatibilidade entre Paulo Bernardo ser ministro do Planejamento à época (2010) e ser operador de Gleisi; que, ao contrário, por ser Paulo Bernardo ministro, ele tinha bastante força para captação de recursos, até porque uma das responsabilidades dele, como ministro do Planejamento, era gestionar o orçamento da União e, como tal, tinha muita força", aponta Delcídio em seu depoimento.

Em nova operação da Polícia Federal, o ex-ministro Paulo Bernardo (Planejamento e Comunicações no governo Lula), marido da senador Gleisi Hoffmann (PT-PR), foi preso nesta quinta-feira, 23, em Brasília. A ação decorre de fatiamento que ocorreu na investigação que estava no Supremo Tribunal Federal.

O ex-ministro, a senadora e o empresário Ernesto Kugler Rodrigues, de Curitiba foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República em maio deste ano. Paulo Bernardo e Gleisi foram denunciados por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

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O inquérito policial concluiu que os dois receberam R$ 1 milhão de propina de contratos firmados entre empreiteiras e a Petrobras. O valor teria sido utilizado para custear as despesas da eleição dela ao Senado em 2010.

A Procuradoria sustenta que o então ministro solicitou a quantia em favor da mulher diretamente ao engenheiro Paulo Roberto Costa, na época diretor de Abastecimento da Petrobras e um dos articuladores do esquema de corrupção na estatal indicado pelo PP. Preso em 2014, Costa fez delação premiada.

O doleiro Alberto Youssef, que também fez delação, operacionalizou o pagamento. Segundo o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o doleiro administrava o caixa de propinas do PP de onde saíram os valores em questão.

Em denúncia oferecida ao Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pede que a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo (Planejamento e Comunicações dos governos Lula e Dilma) e o empresário Ernesto Kugler devolvam R$ 2 milhões aos cofres públicos por envolvimento no esquema de corrupção revelado pela Operação Lava Jato.

De acordo com Janot, R$ 1 milhão do valor a ser devolvido refere-se à multa por danos materiais ao erário; a outra metade deve suprir os danos morais, já que, conforme escreve o procurador-geral da República, "os prejuízos decorrentes da corrupção são difusos, sendo dificilmente quantificados".

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Gleisi, Paulo Bernardo e Kugler são acusados dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Os termos da denúncia relacionam o trio a um esquema que desviou R$ 1 milhão do caixa da Petrobras para financiar a campanha de Gleisi ao Senado em 2010. O valor foi requisitado por Bernardo ao ex-diretor de abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa e os pagamentos foram feitos com ajuda de Kugler.

Segundo Janot, o valor solicitado por Paulo Bernardo foi uma barganha para que tanto a senadora quanto o ex-ministro, nomes importantes nos quadros do PT, apoiassem a manutenção de Paulo Roberto Costa à frente da diretoria da empresa. O procurador-geral da República sustenta também que o ex-ministro das Comunicações agia como um "verdadeiro operador de sua esposa", valendo-se da importância do ministério que ele ocupava.

Delações confirmadas

 

A abertura do inquérito contra o trio tem como base a colaboração premiada do próprio Paulo Roberto Costa, o primeiro delator da Lava Jato. Em seguida, as informações que ele ofereceu contra Gleisi, o marido e o empresário no acordo com o Ministério Público Federal foram sustentadas pelo doleiro Alberto Youssef, que afirmou ter realizado os pagamentos à campanha da petista.

A denúncia de Janot ao Supremo só ganhou forma, no entanto, após o depoimento prestado em acordo de delação premiada do advogado Antonio Carlos Brasil Fioravante Pieruccin. Embora Gleisi, Paulo Bernardo e Kugler negassem todas as acusações contra eles, Pieruccin, que trabalhava como entregador de Youssef, confirmou ter feito repasses para a campanha da senadora diretamente a Kugler. O advogado afirma que usava uma caixa lacrada com uma etiqueta onde se lia "P.B./Gleisi".

A quebra do sigilo telefônico dos investigados sustentou o teor das delações premiadas. Embora negassem contato, Kugler fez 116 ligações para o PT em um período de quatro meses no período das eleições e outras 29 para o número do responsável pela administração financeira da campanha de Gleisi. Há também provas de telefonemas feitos diretamente para a senadora.

A análise da denúncia de Janot deverá ser feita pelo ministro do STF Teori Zavascki, relator da Lava Jato na Corte. Se o ministro considerar haver elementos suficientes contra os acusados, a senadora, o ex-ministro e o empresário amigo do casal passarão de investigados a réus. Se condenada, Gleisi perderá seu mandato no Senado.

Responsáveis pelas defesas de Gleisi e Paulo Bernardo, os advogados Rodrigo Mudrovitsch e Verônica Sterman, rebateram no último sábado, 7, a denúncia oferecida por Janot ao STF. Em nota, a dupla diz ter recebido com "inconformismo" a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal. No caso de Paulo Bernardo, os advogados afirmam que a acusação criminal se baseia em "declarações contraditórias e inverossímeis". A defesa de Kugler não foi localizada.

Citados nas delações premiadas do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef como beneficiários do esquema de corrupção na estatal, o ex-ministro das Comunicações Paulo Bernardo e a senadora Gleisi Hoffmann negaram que tenha havido irregularidades na arrecadação de campanha de Gleisi ao Senado, em 2010.

Em depoimentos feitos nos dias 2 e 14 deste mês à Polícia Federal, Bernardo e Gleisi disseram que nada foi solicitado ao empresário Ernesto Kugler, amigo do casal, para que intermediasse o repasse de dinheiro para financiar a campanha de Gleisi. Em delação, o doleiro Alberto Yousseff disse ter repassado recursos de propina em contratos da Petrobras a Paulo Bernardo, por intermédio de Kugler.

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No depoimento, Paulo Bernardo declarou que, quando ocupava o cargo de secretário da Fazenda no Mato Grosso do Sul, em 1990, conheceu Paulo Roberto Costa, pivô das delações da Lava Jato, em 1990. À época, eles trataram da entrada em operação do gasoduto Brasil-Bolívia.

Bernardo disse que não fez qualquer pedido financeiro a Costa para a campanha de Gleisi em 2010. Sobre as anotações "PB" e "1,0", feitas na agenda de Paulo Roberto apreendida pela PF, disse não ter conhecimento. Paulo Roberto Costa dissera à PF que as anotações aludiam ao valor de R$ 1 milhão repassados a Paulo Bernardo para a campanha de Gleisi ao Senado.

O ex-ministro reforçou que não pediu nenhum valor, nem ao diretor da Petrobras nem a Alberto Youssef. O doleiro, também em delação premiada, relatou que o pedido de R$ 1 milhão feito para bancar a campanha de Gleisi teria partido de Paulo Bernardo, com a orientação de que o repasse fosse feito por meio de um empresário de Curitiba, Ernesto Kugler.

Gleisi negou qualquer tipo de pedido ou de intermediação feita por Kugler. A senadora disse que não conhece Youssef nem Paulo Roberto.

Em suas declarações, Paulo Bernardo e Gleisi disseram que Ernesto Kugler é amigo pessoal da família, simpatizante do PT e muito próximo do deputado federal Angelo Vanhoni (PT-PR), do qual é amigo de infância.

Kugler, segundo eles, chegou a atuar na mobilização do empresariado para participar de reuniões e jantares no período eleitoral quando da apresentação de projetos de candidata, bem como para fins de arrecadação à sua campanha. Gleisi e Paulo Bernardo garantiram, porém, que o empresário não teve participação direta na arrecadação da campanha eleitoral da senadora em 2010.

Bernardo destacou ainda que, em nenhum momento, solicitou a Kugler que entrasse em contato com empresários, ou quem quer que seja, para pedir recursos para a campanha. Em declaração à PF, Kugler disse que não teve nenhuma atuação relacionada à captação de recursos para a campanha de Gleisi em 2010

Doações

Gleisi Hoffmann confirmou que fez solicitações de doação para diversas empreiteiras, com o propósito de financiar sua campanha ao Senado. Recebeu recursos da Queiroz Galvão, Odebrecht, UTC, Camargo Corrêa e OAS.

Ao falar sobre a Odebrecht, Paulo Bernardo disse que o pedido foi feito diretamente ao empresário Marcelo Odebrecht. No caso da UTC, a solicitação também foi apresentada ao presidente da empreiteira, Ricardo Pessoa, que permanece preso pela PF, tido como um dos mentores do cartel das empreiteiras ligadas aos esquemas de corrupção na Petrobras.

Sobre as doações da OAS para a campanha de Gleisi, Paulo Bernardo mencionou que foram solicitados valores "possivelmente ao presidente da empresa Leo Pinheiro, já que a senadora "conhece" o empresário.

Ex-ministro do Planejamento do governo Lula e ex-ministro das Comunicações no governo Dilma, Paulo Bernardo disse que não teve participação na arrecadação de fundos para a campanha de Gleisi em 2010. Havia a orientação de que os ministros não se envolvessem nas campanhas.

Após o pagamento à vista de mais de R$ 5 bilhões pelas empresas de telecomunicações ao Tesouro Nacional, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, reconheceu, nesta sexta-feira, 5, que o depósito das outorgas pelas vencedoras do leilão de 4G na faixa de 700 mega-hertz (MHz) foi importante para o governo.

"As empresas estão sendo vistas como heroínas em alguns blocos da Esplanada. Mas será que as pessoas estão mais preocupadas com o superávit primário do que com a melhoria da qualidade do serviço?", disse após participar do evento de assinatura dos contratos entre a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e as operadoras Claro, TIM, Telefônica Vivo e Algar Telecom.

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De acordo com Bernardo, nos próximos quatro anos, o 4G pode se consolidar como a principal tecnologia de banda larga móvel. "As empresas sabem que na verdade pagaram barato pela faixa, porque esse será o serviço predominante. A frequência de 700 MHz é o filé mignon para se fazer o 4G", comentou.

Já o presidente da Anatel, João Rezende, minimizou a frustração de arrecadação com o leilão de setembro, que resultou em outorgas de R$ 5,1 bilhões, ante os R$ 8 bilhões previstos originalmente pelo governo. "Independentemente de quanto o leilão de 4G arrecadou, temos de olhar a importância do leilão para a indústria de telecomunicações. Até 2018, teremos processo de modernização e avanço tecnológico tanto para a radiodifusão quanto para a os serviços de telefonia e banda larga. Estaremos incentivando indústria brasileira a encontrar soluções para os dois setores", afirmou.

Amadurecimento

Segundo Rezende, apesar do atraso no cronograma do leilão, a negociação feita com as teles e os radiodifusores que atualmente ocupam a frequência fizeram com que a Anatel "amadurecesse". Paulo Bernardo, inclusive, considerou que essa negociação evitou "uma briga de elefantes". "Todos os setores hoje avaliam que fizemos uma modelagem a contento", classificou o ministro.

Também participando da cerimônia, os representantes das teles destacaram o trabalho a ser feito para a complementação do 4G - hoje oferecido na faixa de 2,5 giga-hertz (GHz) em 129 municípios. "Agora teremos muito trabalho a fazer, para a limpeza da faixa de 700 MHz e implantação do 4G. Fomos a primeira empresa a comprar um lote de 3G e também de 4G no Brasil, confirmando o nosso compromisso com o País no sentido de oferecer o melhor serviço para os nossos clientes", afirmou o presidente da Claro, Carlos Zenteno.

Para o presidente da Telefônica Vivo, Antônio Carlos Valente, muitas pessoas acharam que seria impossível que a nova faixa já pudesse ser disponibilizada. "A sociedade pode ficar tranquila, porque os direitos dos radiodifusores estarão garantidos e vamos trabalhar para que a expansão do 4G nessa frequência seja rápida para que ela chegue a mais usuários", comentou.

O vice-presidente de Assuntos Institucionais da TIM, Mario Girasole, disse que o processo que começa a partir da assinatura dos contratos é ainda mais desafiador, com a digitalização de todos os sinais de TV do País e a implantação das novas redes de 4G. "Obviamente, será um benefício enorme para o Brasil e seus usuários", concluiu.

 

#ET

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse nesta quarta-feira (12), que o plano de universalização da banda larga prometido pela presidente Dilma Rousseff durante a campanha eleitoral este ano pode custar até R$ 50 bilhões para ser implantado. O ministro disse acreditar que é possível realizar o plano em quatro anos, mas já adiantou que o governo irá repassar parte da tarefa para a iniciativa privada por meio de leilões que devem começar já em meados de 2015.

De acordo com Bernardo, atualmente 47% dos municípios brasileiros possuem ligações de fibras óticas, e levar essa infraestrutura para os demais municípios custaria cerca de R$ 10 bilhões. Após essa tarefa, para chegar com as fibras até todos os domicílios, o custo seria de mais R$ 40 bilhões. "Esse valor é uma estimativa inicial. Em municípios menores, com menos de 50 mil habitantes, podemos levar a fibra até um centro e de lá usarmos a tecnologia de rádio ou 4G para fornecer banda larga às pessoas, sem precisar levar a fibra até todas as casas. Isso deixa mais barato o processo", disse.

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Além da Telebrás, o governo deve buscar empresas privadas para construir essa infraestrutura. A intenção é realizar leilões de lotes regionais, contratando as companhias que pedirem menos subsídio para explorar a banda larga nessas áreas. "Se o mecanismo for eficaz, é possível concluir o plano em quatro anos. Os primeiros leilões devem ocorrer no meio do próximo ano", afirmou.

Entre as prioridades do governo estariam o atendimento a universidades federais, institutos federais de educação e hospitais universitários. Segundo Paulo Bernardo, caso o plano consiga levar internet rápida a 90% dos domicílios do País, a meta de universalização já será considerada cumprida. "Nem TV e rádio estão presentes em todas as casas. Acho que 90% é um patamar razoável", avaliou.

Antenas

O ministro considerou bom o texto do projeto da Lei das Antenas aprovado na terça-feira, 11, pela Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado e que pode ser levado ao plenário da Casa hoje. De acordo com o ministro, mesmo a retirada da obrigatoriedade de compartilhamento das infraestruturas anteriores a maio de 2009 não deve ser um problema. "Quando as empresas trocarem a tecnologia dessas estruturas e solicitarem novas licenças, elas deverão se enquadrar nas regras de compartilhamento", afirmou.

O projeto da Lei de Antenas unifica e simplifica os processos para obtenção de licenças por parte das companhias para instalação das estruturas em áreas urbanas. Pela proposta, essas autorizações passarão a serem emitidas pelos órgãos municipais e estaduais de licenciamento em até 60 dias.

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, afirmou nesta terça-feira (30) que o leilão 4G da faixa de 700 MHz foi um sucesso. "Estamos em momento de turbulência e apareceram quatro empresas no leilão", afirmou, citando a queda da bolsa nos últimos dois dias. "Acho que o leilão num momento como esse foi um sucesso, ao contrário do que vimos na mídia. Isso demonstra a confiança dos investidores no Brasil."

Segundo ele, o governo já sabia que a arrecadação do leilão seria menor do que a esperada, desde que a Oi anunciou que não participaria da disputa. "Já era esperada a possibilidade de não vender todos os lotes, com a ausência da Oi", afirmou. "A área econômica estava bem informada sobre o que iria acontecer hoje."

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O ministro defendeu vários aspectos do leilão. Segundo ele, a faixa de 700 MHz vai movimentar um volume de R$ 10 bilhões em investimentos. Além da outorga de R$ 5,8 bilhões, o ministro incluiu o valor que as empresas terão que desembolsar para limpar a faixa, de R$ 3,6 bilhões.

Outros R$ 423 milhões em obrigações da faixa de 2,5 GHz podem ser cumpridas na de 700 MHz. Mas o ministro não incluiu o desconto de R$ 890 milhões que as empresas têm direito pelo fato de que dois lotes não terem sido vendidos.

Na avaliação dele, nos próximos 4 anos, o 4G será o serviço dominante no País. "Com o leilão de hoje, consolidamos a possibilidade de massificar o 4G no Brasil", afirmou. "Estou convencido de que o serviço será grande motor para universalizar internet no Brasil", acrescentou, ressaltando que a faixa leiloada nesta terça vai proporcionar um serviço mais barato, com bons preços e alta qualidade. "Vamos consolidar a digitalização da televisão."

Bernardo disse ter "certeza" de que todas as empresas vão optar por cumprir obrigações do leilão da faixa de 2,5 GHz na de 700 MHz. "Isso está na cara", afirmou, ressaltando que, com isso, as despesas das operadoras serão menores.

O ministro disse que o governo ficou muito satisfeito com o leilão. "O leilão não era simples de negociar. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) soube negociar e o Ministério das Comunicações participou disso", afirmou. "Se dependesse da radiodifusão, não teria leilão. Criamos condições para não ter conflito", disse. Se dependesse das teles, avalia o ministro, o "leilão seria adiado para 2029".

Bernardo disse ainda que o lote que não recebeu nenhuma proposta no leilão permanece nas mãos do governo e pode ser leiloado em outra ocasião. "Daqui a um ano ou um ano e meio teremos faixa limpa e disponível, vamos ficar com um lote de porte nacional que não foi vendido, e a faixa é da União."

Aspectos negativos

Bernardo admitiu que o leilão também teve aspectos negativos. "Do ponto de vista do Tesouro, é negativo que arrecadação tenha sido menor", afirmou. "Do ponto de vista do Ministério das Comunicações, não vamos desenvolver o setor como queríamos", disse, em referência à ausência da Oi na disputa.

O ministro criticou as discussões a respeito de uma concentração no setor de telecomunicações. "Esse negócio de consolidação no setor é frenesi, um faniquito que deu no mercado", afirmou. "Acho que isso tem um enfoque muito mais financeiro", acrescentou, ressaltando que três grandes empresas nacionais, no lugar de quatro, significa aumento de margens, lucro e dividendos para os acionistas.

Bernardo ressaltou, porém que a compra da GVT pela Telefônica é outra demonstração da confiança das empresas no País. "Colocar R$ 20 bilhões com certeza é apostar que vai ter um desenvolvimento condizente com o investimento."

O ministro se reuniu com executivos de todas as empresas nesta terça, mas disse não saber se elas vão pagar as outorgas à vista ou de forma parcelada. "Não perguntei", afirmou.

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, afirmou que o preço da outorga do leilão 4G na faixa de 700 Mhz deverá ser elevado em 1%, devido a alterações de parâmetros solicitadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) sobre o edital. "O TCU não falou em preços. Ocorreram alterações de parâmetros que devem ter impacto de 1%", comentou.

De acordo com o ministro, o pedido de esclarecimentos técnicos do TCU, que deverão ser prestados pela Anatel, não deverá provocar mudanças substanciais no edital do leilão. "Há boas condições para fazer o leilão. Se tiver alguma questão onde haja convencimento das partes, pode ser que haja alguma mudança", disse. "Não temos expectativas de que vão mudar questões essenciais, até porque estamos muito adiantados. Se tiver que ser feito algum ajuste, será feito", acrescentou.

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O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, afirmou nesta segunda-feira (14) durante balanço sobre os resultados da Copa promovido pela presidente Dilma Rousseff e por um batalhão de ministros, que foram instaladas 15 mil antenas de telefonia móvel para a Copa, sendo 3.274 em estádios. Bernardo afirmou ainda que 16 mil estrangeiros compraram cartões SIM para seus celulares e que 341,8 mil fizeram ligações via roaming internacional.

Citando que apenas no Facebook a Copa gerou 3 bilhões de interações, o ministro classificou a Copa como o "maior evento nas redes sociais do planeta". Por último, destacou que a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletrônicos (Eletros) informou que houve aumento de produção de 60% neste ano.

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Aeroportos

Outro dos ministros escalados pelo Planalto para apresentar dados e defender o legado da Copa do Mundo, o ministro da Aviação Civil, Wellington Moreira Franco, destacou que o governo proporcionou nos últimos anos "o maior investimento em infraestrutura aeroportuária" já realizado no País.

"A infraestrutura aeroportuária conseguiu atender adequadamente o maior evento esportivo do planeta", destacou Moreira Franco. O titular da Secretaria de Aviação Civil disse que o setor atingiu no País um "outro patamar" e que houve aumento de 70 milhões de passageiros na capacidade dos aeroportos nacionais. "Vamos aumentar essa capacidade até o final do ano."

Mais cedo, a pasta disponibilizou um balanço segundo o qual a movimentação em 21 aeroportos que atenderam a demanda da Copa alcançou 16,7 milhões de passageiros, entre 10 de junho e 13 de julho.

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, viajará de domingo, 22, ao dia 28 deste mês para promover evento de apresentação do setor de comunicações brasileiro e das condições do leilão de concessão da faixa de 700 MHz para transmissão de dados de quarta geração, o 4G.

Durante a próxima semana, Paulo Bernardo viajará para Nova York e Londres, onde participará de reuniões com investidores. A autorização para a sua viagem, concedida pela presidente Dilma Rousseff, foi publicada nesta sexta-feira, 20, no "Diário Oficial da União".

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Em maio, o ministro afirmou que a realização do leilão dificilmente passará de agosto, sendo que a previsão é de que ocorra em meados do mês. A previsão de arrecadação do novo leilão 4G, feita pelo Ministério da Fazenda, é de R$ 7,5 bilhões, mas o valor pode ser maior, caso haja concorrência, afirmou na época Paulo Bernardo.

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse nesta terça-feira (27), que, como as obrigações de cobertura importas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) são gradativas, o Brasil só deve estar totalmente coberto pelo sinal de 3G em 2019. "É razoável que as empresas façam investimentos dos grandes centros para os pequenos centros", disse o ministro, em audiência pública no Senado.

Bernardo mostrou dados que mostram o crescimento do serviço de 3G nos últimos anos, mas reconheceu que existem reclamações em lugares onde a demanda ainda não é atendida pela oferta. "É verdade quando as empresas dizem que é difícil instalar infraestrutura no País, mas o Congresso está votando uma lei de antenas, que inclusive já foi aprovada pelo Senado", comentou. "Isso vai ajudar a melhorar a instalação de infraestrutura. Às vezes, tem cinco mil pessoas usando a mesma antena, é evidente que não vai funcionar", acrescentou.

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O ministro também alegou que o preço médio do minuto de ligação na telefonia móvel tem caído nos últimos anos e garantiu que a Anatel seguirá multando as empresas de telecomunicações que descumprirem as metas de qualidade cobradas pelo órgão regulador. "As estatísticas mostram que o serviço melhorou. Depois das punições impostas pela Anatel, as empresas se incomodaram e procuraram melhorar, mas isso não significa que esteja tudo resolvido", completou.

Gargalo

Bernardo disse ainda que o grande gargalo do setor de telecomunicações no Brasil é a falta de redes de transporte e acesso de fibras ópticas integrando as diversas regiões do País. Ele prometeu que a segunda fase do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL 2.0) ampliará os investimentos em estruturas de alta velocidade.

"Precisamos ter fibras ópticas chegando em todos os municípios e como redes internas das grandes cidades. Atualmente, 47% dos municípios brasileiros não têm nenhuma conexão com fibra óptica e esse é um limitador que precisa ser resolvido", disse o ministro. Segundo ele, cerca de 5% a 7% das cidades brasileiras, principalmente as localizadas na Amazônia, terão que ser atendidas por satélite devido às dificuldades de se construir uma rede de fibras ópticas na floresta.

Após quatro anos do lançamento do PNBL, Bernardo avaliou que o plano trouxe avanços no acesso à internet banda larga, principalmente em terminais móveis, mas reconheceu que ainda há muito o que fazer pela universalização do serviço. "Se olharmos apenas o número de acessos à internet, poderíamos ser induzidos a dizer que o plano foi bem sucedido, mas não concordo em olhar apenas esse parâmetro. Avançou-se muito no interior do País, mas ainda há limitação de infraestrutura", completou.

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, afirmou que 95% dos municípios brasileiros precisam ter cobertura com fibra ótica até os próximos quatro ou cinco anos. Segundo ele, o País depende desse reforço de infraestrutura não só para aumentar a cobertura e a qualidade de transmissão, mas também para reduzir os preços ao consumidor.

"Acho que isso é uma coisa que tem que acontecer nos próximos quatro ou cinco anos, porque pela velocidade com que as coisas andam no Brasil, você não pode ficar sem infraestrutura", declarou Bernardo, após participar da abertura do seminário internacional "A internet das coisas: Oportunidades e perspectivas da nova revolução digital para o Brasil", promovido pelo BNDES.

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O ministro ressaltou que a ausência de cobertura de fibra ótica é um problema que aflige não só as áreas rurais, mas também as periferias das grandes cidades. "Em Brasília, no plano piloto, você compra 10 MB por R$ 50,00, mais ou menos. Aí você vai na periferia, por menos de 1 MB, o pessoal paga R$ 80,00. Por quê? Porque não tem infraestrutura", citou Bernardo.

Segundo ele, o ministério está discutindo a possibilidade de realização de investimentos para dar conta de implantação de infraestrutura. "Ou o governo faz, ou estimula o setor privado, mas é preciso fazer", declarou.

Bernardo lembrou que o BNDES passou a aceitar recentemente pedidos de crédito pelo Finame para investimentos em fibra ótica. Segundo ele, cerca de cinco mil pequenos provedores de internet investiram R$ 1,5 bilhão apenas no ano passado. "Se você tiver uma condição de fazer um financiamento para esse pessoal com os juros que o BNDES financia, que eu acho que são juros bem adequados, você tem condição de dobrar ou até triplicar esses investimentos. Nós conversamos com eles, e eles disseram que têm condição, têm demanda", disse Bernardo.

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