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Sob o lema "Basta!", milhares de pessoas contrárias à independência da Catalunha e também aos episódios de violência que se seguiram à condenação de líderes separatistas protestaram nas ruas de Barcelona, neste domingo.

De acordo com a polícia local, cerca de 80.000 pessoas carregando bandeiras da Espanha e da Catalunha e gritando "as ruas pertencem a todos" percorreram o Paseo de Gracia, convocados pela Sociedade Civil Catalã (SCC) e apoiado pelos partidos antisseparatistas espanhóis.

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Uma semana após os violentos confrontos em decorrência da condenação de líderes separatistas, milhares de catalães voltaram às ruas de Barcelona, no sábado, 26. Agitando bandeiras pró-independência da Catalunha e aos gritos de "liberdade", "independência", "liberdade aos presos políticos", 350.000 pessoas se reuniram perto do Parlamento da Catalunha, segundo a polícia local. Os protestos foram convocados pelas associações Assembleia Nacional da Catalunha e Omnium Cultural, que organizam regularmente manifestações em massa.

Em 2017, um referendo sobre a independência da região espanhola foi considerado inválido pela Espanha, que dissolveu o Parlamento catalão. Este ano, nove líderes do movimento separatista foram julgados e, em 14 de outubro, condenados a penas que vão de 9 a 13 anos. Desde então, separatistas radicais entraram em choque com a polícia todas as noites em Barcelona e ocuparam o aeroporto El Prat provocando o cancelamento de mais de 100 voos.

Um grupo de 25 manifestantes tentou invadir o Congresso do Chile, que fica na cidade portuária de Valparaíso, nesta sexta-feira, 25. A polícia impediu a entrada deles no prédio e isolou a sede do Parlamento, que cancelou as atividades previstas para o longo da tarde, segundo o diário El Mercúrio.

Todo a equipe de funcionários não essenciais do Legislativo foi retirada do prédio. Uma reunião da Comissão Trabalhista da Câmara - a única atividade prevista do dia - foi cancelada.

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"A situação é de risco e é melhor ir para casa", disse o presidente da Câmara, Iván Flores, ao determinar o fim da sessão, segundo o diário.

Alguns parlamentares, assessores e jornalistas ficaram no prédio à espera da polícia liberar o local.

Caminhoneiros bloqueiam estradas em Santiago

Apesar das concessões oferecidas pelo presidente Sebastián Piñera, que incluem uma série de benefícios sociais e econômicos, os protestos continuam no Chile. Pela manhã, caminhoneiros de todo o país aderiram às manifestações. No começo do dia, eles fizeram caravanas para interromper o fluxo nas principais rodovias de acesso à capital, Santiago.

Os protestos fizeram Piñera colocar o país em estado de emergência e ordenar toque de recolher, além de recorrer aos militares para controlar as manifestações, incêndios e saques registrados em Santiago e outras cidades na mais grave onda de violência no Chile em três décadas.os protestos.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou que o governo tem monitorado reuniões para se antecipar a possíveis manifestações no Brasil. Embora o direito ao protesto seja garantido pela Constituição, o presidente considera que os atos só são legais "quando você reivindica respeitando o direito do próximo".

Bolsonaro também voltou a demonstrar preocupação com os protestos no Chile, que classificou como atos terroristas. "Praticamente todos os países da América do Sul tiveram problema. O do Chile foi gravíssimo. Gravíssimo. Aquilo não é manifestação nem reivindicação. São atos terroristas", declarou o mandatário brasileiro durante conversa com jornalistas, em Pequim (China).

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Bolsonaro reforçou que tem mantido conversas com o Ministério da Defesa para, além do monitoramento, ter as tropas "preparadas" para reprimir protestos semelhantes aos do Chile no Brasil. "Tenho conversado com a Defesa nesse sentido, a tropa tem que estar preparada porque, ao ser acionada por um dos três Poderes, de acordo com o artigo 142, estarmos em condição de fazer a manutenção de lei e da ordem."

O presidente disse que recebeu vários informes sobre como os manifestantes se organizam, além de possíveis reuniões e atos preparatórios para atos contrários ao governo que ele considera "não legais". "Porque as manifestações são legais, tudo bem, quando você reivindica respeitando o direito do próximo", afirmou.

Vazamento também é ato terrorista

O presidente também classificou como ato terrorista o vazamento de petróleo na costa brasileira - caso fique comprovado que foi um ato intencional.

As grandes manifestações no Líbano contra as autoridades continuam a ganhar força, apesar das medidas anunciadas pelo governo, e o Exército aumentou sua presença nas ruas.

A mobilização, longe de diminuir após as reformas apresentadas pelo governo na segunda-feira, ganhou terreno em Beirute, onde desde o amanhecer se multiplicaram as barricadas dos manifestantes nas ruas que levam ao centro da cidade.

Os soldados e as forças de segurança também são mais numerosos nos arredores dos pontos de conflito, de acordo com jornalistas da AFP, que constataram a presença de veículos blindados.

"Foi tomada a decisão de abrir as principais estradas para facilitar a circulação dos cidadãos", disse uma fonte militar à AFP.

Uma barricada foi retirada para desbloquear o acesso norte de Beirute e o Exército, até agora bastante discreto, começou a se mobilizar.

Bancos, escolas e universidades permanecem fechados até novo aviso.

Hassan, de 27 anos, e seus amigos não se deixaram impressionar pelos soldados, quando estes retiraram as barreiras que haviam instalado no meio da rua. Os jovens sentaram-se quietos no chão, com bandeiras libanesas, e os militares recuaram. A rua permaneceu bloqueada.

"O sentimento de medo desapareceu!", gritou Hassan.

Michel Khairallah, um jovem garçom, quer "bloquear o país até a vitória". O que significa até o estabelecimento de um novo governo "sem ministros corruptos", composto por "pessoas jovens e competentes" capazes de levar o país adiante.

Pelo sétimo dia consecutivo, estão previstas manifestações no norte e no sul do país.

Na terça-feira, dezenas de milhares de pessoas se reuniram em Beirute e Trípoli, no norte.

O plano de reforma econômica apresentado na segunda-feira pelo primeiro-ministro Saad Hariri não mudou a situação, apesar de incluir medidas muito simbólicas, como a redução dos salários dos ministros e deputados.

"Muito pouco, muito tarde?", questionou o jornal L'Orient le Jour.

Por enquanto, nenhum líder emergiu da mobilização. Na terça-feira, surgiu um "comitê de coordenação da revolução", que fez um discurso na Praça dos Mártires em Beirute, mas sua representatividade não convenceu completamente.

Um grupo de economistas propôs seus serviços para tentar encontrar soluções.

Os protestos surgiram após o anúncio, em 17 de outubro, de uma nova taxa sobre as chamadas feitas através do serviço de mensagens WhatsApp.

Este novo imposto atingiu em cheio a população de um país cuja vida cotidiana não para de degradar, com cortes incessantes de água e eletricidade, 30 anos após o fim da guerra civil (1975-1990).

Sem esquecer uma classe política no poder há décadas, acusada de corrupta e de ser incapaz de encontrar soluções.

Por sua parte, Hariri, que mantém boas relações com a comunidade internacional, crê num apoio financeiro do exterior para ajudar a avançar o país.

Na terça, ele se reuniu com os embaixadores da França e dos Estados Unidos, dois países amigos, para convencê-los da solvência de seu plano de emergência.

Ele espera, acima de tudo, desbloquear um fundo de 11 bilhões de dólares, prometido em abril de 2018 em uma conferência em Paris em troca de reformas estruturais.

O homem acusado de assassinato cuja extradição para Taiwan deu início ao movimento de protestos em Hong Kong há quase cinco meses foi colocado em liberdade nesta quarta-feira (23) na ex-colônia britânica, onde será obrigado a permanecer.

A crise em Hong Kong começou com os protestos contra um projeto de lei, atualmente suspenso, que permitiria extradições para a China continental.

O Poder Executivo de Hong Kong apresentou o projeto de lei após o assassinato de uma mulher, supostamente cometido por seu namorado Chan Tong-kai em fevereiro de 2018 em Taiwan, onde o casal passava férias.

Chan fugiu e retornou para Hong Kong, já que a polícia de Taipé não poderia prendê-lo devido à falta de um acordo de extradição entre a ex-colônia britânica e Taiwan.

O suposto assassino, que cumpriu pena de 18 meses por ter roubado pertences de sua namorada, pediu desculpas à família da vítima.

"Estou disposto a me entregar (...) e retornar a Taiwan para enfrentar o julgamento e cumprir minha pena", declarou Chan Tong-kai, de 20 anos, ao deixar a prisão.

No momento ele não retornará a Taiwan: as autoridades da ilha afirmaram que ele não seria admitido como visitante comum. A presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, afirmou que o suspeito seria detido e não poderia entregar-se às autoridades.

Taipé solicitou na terça-feira autorização para enviar funcionários a Hong Kong e buscar o suspeito, mas as autoridades da ex-colônia britânica rejeitaram o pedido, que consideraram desrespeitoso e inaceitável.

O secretário de Segurança de Hong Kong, John Lee, declarou que Chan cumpriu sua pena em Hong Kong e que agora é um "homem livre".

O projeto de lei sobre extradições foi o estopim para as gigantescas manifestações na ex-colônia britânica, com protestos quase diários há cinco meses. A mobilização provocou a crise política mais grave em Hong Kong desde sua devolução a China em 1997.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou que os protestos no Chile contra o governo de Sebastian Piñera, seu aliado, têm origem no fim da ditadura chilena, há quase 30 anos, e em governos de esquerda. Ele também demonstrou preocupação com a situação de outros países vizinhos como Bolívia, Equador, Peru e Paraguai.

"O problema do Chile nasceu em 1990, que ninguém dá valor para isso. Naquela época, as Farc fizeram parte, Fidel Castro, isso tudo. E qual o espírito dessa questão? Primeiro é bater contrário às políticas americanas, imperialistas, segundo eles. E depois são os países que se autoajudam para chegar ao poder", disse Bolsonaro após tomar café da manhã em Tóquio, nesta terça-feira, 22.

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Em entrevista à imprensa, o chanceler Ernesto Araújo afirmou que o governo acompanha o conflito no Chile com "bastante atenção", mas que o momento exige tranquilidade. Araújo contou que tem mantido contato com o chanceler chileno, Teodoro Ribera, e que ele tem dito que a situação no país está sob controle.

Segundo integrantes do Itamaraty, a Embaixada do Brasil no Chile também envia informes e análises diretamente para o governo brasileiro. Tem sido feito, ainda, um acompanhamento das manifestações pela imprensa.

Na segunda-feira (21), Bolsonaro admitiu que os conflitos no Chile contra a gestão de Piñera preocupam o governo brasileiro, mas evitou se estender no assunto. "Tudo o que acontece na América do Sul a gente se preocupa", disse o presidente.

O único caso da América do Sul que Bolsonaro considera ter a situação controlada é a Argentina. E, na visão dele, justamente porque a chapa de Cristina Kirchner, sua adversária política, é favorita. "A Argentina está tranquila porque a tendência é elevar o pessoal da Cristina Kirchner", afirmou.

A situação no Chile, com protestos e toque de recolher decretado pelo Exército, levou a companhia aérea Latam a cancelar todos os voos com origem na capital do país, Santiago. A decisão afeta as partidas marcadas desde às 19h desse domingo (20) até as 10h desta segunda-feira (21). Segundo a empresa, as condições têm afetado a locomoção dos passageiros assim como dos funcionários da companhia.

As decolagens com destino a Santiago também estão sujeitas a alterações ou cancelamentos. O voo que sairia de Guarulhos às 10h45 de hoje para a capital chilena está entre os cancelados. A Latam recomendou aos passageiros que tiverem voos cancelados a não irem ao aeroporto. Aos que tem passagens saindo ou chegando em Santiago, a empresa pede que verifiquem a situação do voo antes de irem ao terminal na página da companhia - latam.com

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A Latam oferece para todos os passageiros com viagens programadas com origem ou destino na capital chilena, entre os dias 20 e 22 de outubro, a possibilidade de alterar as passagens sem multa. A mudança poderá ser feita até 20 dias após a data original do voo pela página da empresa.

A empresa informa ainda que para embarcar no aeroporto de Santiago, os passageiros precisam apresentar o cartão de embarque como salvo-conduto, para serem liberados para as autoridades para acessar o terminal. Ao aterrizarem na capital chilena, os passageiros receberão das autoridades do aeroporto um salvo-conduto para deixarem o local.

O Exército decretou ontem (20) toque de recolher a partir das 19h até as 6h de hoje. Assim, todas as pessoas ficam impedidas de circular por espaços públicos no período determinado a menos que tenham um salvo-conduto concedido pela polícia. De sábado para domingo a medida vigorou entre às 21h e as 7h.

Protestos

As medidas foram tomadas na tentativa de conter os protestos iniciados na última sexta-feira (18) contra o aumento das tarifas do metrô em Santiago. Os manifestantes passaram a incendiar e saquear supermercados, lojas e agências bancárias. Em um pronunciamento na noite de ontem (20), o presidente do Chile, Sebastián Piñera, classificou a situação como uma “guerra”. Os confrontos já causaram, segundo o governo chileno, ao menos sete mortes.

O governo do Líbano aprovou nesta segunda-feira (21) uma lista de reformas econômicas e o orçamento para 2020, anunciou o primeiro-ministro Saad Hariri.

A aprovação acontece em meio a um crescente movimento de protesto, que começou há cinco dias, depois que o governo anunciou um imposto sobre as ligações feitas através de aplicativos de mensagens - medida que foi cancelada com a pressão das ruas.

Desde então, a mobilização ampliou as críticas para a situação econômica e política em geral do país.

Confrontos violentos entre a polícia do Chile e manifestantes ocorreram neste domingo (20) em vários pontos de Santiago, mesmo após o presidente Sebastián Piñera suspender no sábado (19) o aumento do preço das passagens do metrô, questão que havia desencadeado os protestos. Autoridades decretaram toque de recolher pelo segundo dia, em meio ao "estado de emergência". Até a publicação desta matéria, sete pessoas morreram, segundo o Ministério do Interior, e 1.462 foram detidas nas manifestações, as mais violentas desde o retorno da democracia após o fim da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).

Um novo "panelaço" de manifestantes realizado no domingo se transformou novamente em confrontos com as forças especiais da polícia e militares, que repeliram os ataques com bombas de gás lacrimogêneo e jatos d'água. "Nós estamos preocupados com a situação. Eu e minha mulher estamos como turistas aqui em Santiago e vimos as imagens na TV. Ficamos apreensivos com a segurança. Estamos tendo problema com alimentação", disse o brasileiro José Ailson Baltazar, de 59 anos.

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O país amanheceu com praticamente todo o comércio fechado, vários voos cancelados no aeroporto e ruas vazias, após os protestos iniciados na sexta-feira em razão do aumento do preço das passagens do metrô. O centro de Santiago virou um cenário de destruição: semáforos no chão, ônibus queimados, lojas saqueadas e destroços nas ruas. A Associação de Bancos Chilenos informou que 130 agências foram danificadas em todo o país, 30 estão fora de serviço. A rede de supermercados Walmart informou que vai manter todas as lojas em Santiago fechadas, pois 125 supermercados foram saqueados. A população tem tentado se abastecer como pode, já que somente os mercados menores estão funcionando durante parte do dia.

Em alguns bairros de Santiago, os moradores se organizam para proteger suas casas dos saques, que já não são mais somente em supermercados, farmácias e lojas. A brasileira Fernanda Camargo, de 39 anos, mora na capital e classifica a situação como inédita. "Moro no Chile há 16 anos, nunca tinha visto uma manifestação durar tanto tempo e ter muita violência. Estamos com medo de sair na rua. No meu condomínio, os vizinhos estão unidos resguardando a entrada. Há muita delinquência tirando proveito da situação, saqueando lojas e entrando nas casas para roubar", disse Fernanda. "Acredito que são legítimas as manifestações, não apoio a violência, porém o povo está cansado de tanta desigualdade, salários baixos. O custo de viver aqui no Chile é alto! Para ter saúde e educação de qualidade, tem de pagar. Está tudo privatizado."

Apesar da decretação do toque de recolher e da mobilização de quase 10 mil militares nas ruas, os distúrbios prosseguiram durante a madrugada de domingo em Santiago e outras cidades, como Valparaíso e Concepción, que também foram afetadas pela medida que restringe a movimentação. O balanço oficial do governo informou que já são mais de 60 policiais feridos nos dias de violentos protestos. "Acredito que em uma semana as coisas estejam resolvidas. Porém, o reflexo disso tudo ainda estará presente", afirmou Magda Rosa de Oliveira, de 30 anos.

As vítimas morreram queimadas em supermercados ou lojas que foram saqueadas e pegaram fogo. Não se sabe se os incêndios foram propositais.

O ministro do Interior e Segurança, Andrés Chadwick, informou que durante a madrugada duas pessoas foram feridas a tiros após incidente com uma patrulha policial entre Puente Alto e La Pintana. Manifestantes também atacaram ônibus e estações do metrô. De acordo com o governo, 78 estações foram atingidas e algumas ficaram completamente destruídas.

O prejuízo ao metrô de Santiago supera US$ 300 milhões e algumas estações e linhas vão demorar meses para voltar a funcionar, afirmou o presidente da companhia estatal, Louis de Grange. Com quase 3 milhões de passageiros por dia, o metrô sofreu uma "destruição brutal", disse.

Pressão social

Aos gritos de "basta de abusos" e com o lema que dominou as redes sociais "#ChileAcordou", o país enfrenta críticas a um modelo econômico em que o acesso à saúde e à educação é praticamente privado, com elevada desigualdade social, valores de pensões reduzidos e alta do preço dos serviços básicos. A venezuelana Ana Villarroel, de 27 anos, teme por sua segurança, mas considera os protestos legítimos. "Nós imigrantes viemos com nossas famílias ao Chile apostando em uma boa qualidade de vida. Os protestos são legítimos, mas o vandalismo não", disse.

As manifestações não têm um líder definido ou uma lista precisa de demandas. Até o momento, aparece como uma crítica generalizada a um sistema econômico neoliberal que, por trás do êxito aparente dos índices macroeconômicos, esconde um profundo descontentamento social.

A Câmara dos Deputados do Chile aprovou no domingo um projeto de lei para anular o aumento do preço da tarifa de metrô de Santiago, que o presidente Sebastián Piñera suspendeu no sábado depois do início da violência. A iniciativa legal foi aprovada por 103 votos a favor, 1 contra e 1 abstenção, e será vista pelo Senado nesta segunda para sua total ratificação.

Milhares de pessoas ficaram neste domingo presas no aeroporto de Santiago, depois que as companhias aéreas anunciaram atrasos e cancelamentos dos voos. Até o início da noite de domingo, havia 95 voos cancelados e 20 reprogramados. A GRU Airport, concessionária responsável pelo Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, informou que foi alterada a programação dos voos para chegar ou partir para Santiago e cerca de 990 passageiros podem ter sido prejudicados por conta de cancelamento ou atraso de seis voos previstos para chegarem ou saírem do GRU Airport. A LATAM Airlines cancelou seus voos com origem no aeroporto de Santiago entre as 19 horas de domingo e as 10 horas de hoje, com exceção dos voos LA530, LA704 e LA2364. (Com agências internacionais).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em meio à onda de protestos no Chile, o presidente Sebastián Piñera afirmou neste domingo (20) que o país está "em guerra" contra um "inimigo poderoso e implacável".

Durante um encontro com a imprensa, o mandatário insistiu no caráter "organizado" das manifestações, afirmando que o "único objetivo" dos responsáveis é "causar o maior dano possível".

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"Estamos bem cientes do fato de que [os protestos] têm graus de organização e logística típicos de uma organização criminal", disse Piñera, acusando os manifestantes de quererem "destruir a democracia" chilena.

Os protestos começaram por causa de um aumento de 30 pesos (R$ 0,20) no preço das passagens de metrô, já suspenso pelo governo, mas também miram a desigualdade econômica e o sistema de aposentadorias do país.

Piñera decretou estado de emergência e impôs toque de recolher na capital Santiago, além de ter colocado o Exército para patrulhar as ruas da cidade. Poucos dias antes, o presidente havia dito que o Chile era um "oásis" em uma América Latina "convulsionada".

Cerca de 10 pessoas já morreram, a maioria delas carbonizadas em incêndios em lojas saqueadas. Cerca de 1,46 mil indivíduos foram detidos. As manifestações também interromperam serviços de transporte público e cancelaram voos no aeroporto de Santiago.

Da Ansa

Milhares de manifestantes libaneses de todas as idades encheram grandes cidades neste domingo, 20, exigindo o fim da corrupção e o domínio da elite política do país. A cada hora, centenas de pessoas chegavam às ruas para os maiores protestos contra o governo até agora nos quatro dias de manifestações.

Manifestantes dançavam e cantavam nas ruas, alguns hasteando bandeiras do Líbano e cantando "o povo quer derrubar o regime". Pela manhã, jovens carregavam sacolas azuis e limpavam as ruas da capital Beirute, recolhendo o lixo da noite anterior.

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As demonstrações espontâneas são as maiores do Líbano nos últimos cinco anos, se espalhando além de Beirute. Elas ganham força com a fúria que já vem de algum tempo contra a classe política dominante que dividiu o poder entre si e acumulou riqueza por décadas, mas fez pouco para melhorar uma economia em apuros e uma infraestrutura dilapidada.

A agitação explodiu após o governo propor novos impostos, parte de medidas de austeridade em meio à crescente crise econômica. Políticos agora correm contra o tempo para propor um plano de resgate econômico que, eles esperam, ajude a acalmar o povo. Muitos manifestantes já disseram que não confiam nas reformas do atual governo, e pedem a renúncia do Ministério e sua substituição por um grupo menor composto por tecnocratas.

Em discurso na noite de sexta-feira, o primeiro-ministro Saad Hariri tinha dado a seus parceiros de governo um ultimato de 72 horas para apresentar soluções convincentes para a crise econômica. Um dia depois, Hariri disse que estava se reunindo com ministros para "alcançar algo que sirva os libaneses". No domingo, Hariri continuou suas reuniões para receber as últimas sugestões para reanimar a economia do país, que sofre com alto desemprego, baixo crescimento e dívida que chega a 150% do PIB.

Protestos no Chile continuam neste domingo mesmo após o presidente, Sebastián Piñera, cancelar um aumento na tarifa do metrô que causou grandes e violentas manifestações.

O governador da região de Santiago disse que três pessoas morreram em incêndio num supermercado na manhã de domingo. Foi em uma das lojas que pertencem ao Walmart e que foram vandalizadas. A companhia diz que muitas lojas não abrirão.

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Ao menos duas companhias aéreas cancelaram voos para a capital chilena.

Piñera anunciou na noite de sábado que estava cancelando o aumento na tarifa imposta há duas semanas. A alta havia causado grandes protestos, incluindo demonstrações que causaram milhões de dólares de prejuízo em estações do metrô, escritórios e lojas vandalizadas.

Estado de emergência e toque de recolher permanecem em vigor em seis cidades chilenas.

A liga que organiza o Campeonato Espanhol pediu nesta quarta-feira à Real Federação Espanhola de Futebol que mude a sede do clássico entre Barcelona e Real Madrid. A entidade quer alterar o local, do Camp Nou para o Santiago Bernabéu, estádio do Real, porque a Catalunha vem enfrentando seguidos protestos desde a segunda-feira (14).

A partida, válida pela 10ª rodada do Espanhol, está marcada para o dia 26 (um sábado) deste mês. A liga que organiza o campeonato teme que os protestos em Barcelona sigam fortes até a data do clássico, o que afetaria a logística e toda a estrutura relacionada ao jogo, considerado um dos maiores clássicos do mundo.

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A Real Federação Espanhola de Futebol ainda não se manifestou sobre o pedido. O objetivo da liga é inverter o mando de campo dos clássicos. Assim, o jogo válido pelo primeiro turno seria disputado em Santiago Bernabéu e a partida entre os dois grandes no segundo turno, somente em março do ano que vem, aconteceria no Camp Nou.

A preocupação se deve às manifestações que tiveram início na segunda-feira, em Barcelona. Milhares de pessoas ocuparam o Aeroporto de El Prat, em protesto contra a condenação de 12 líderes separatistas catalães. As principais ruas da cidade foram bloqueadas e os serviços de trens urbanos e do metrô foram interrompidos. A polícia reprimiu com violência as manifestações. Mais de 100 voos foram cancelados, ao menos 70 pessoas ficaram feridas nestes últimos dois dias. Nesta quarta, o terceiro dia seguido de protestos já começou.

O caos começou assim que o Tribunal Supremo da Espanha condenou nove líderes separatistas a penas de prisão que variam de 9 a 13 anos por sedição em razão do referendo de outubro de 2017, realizado apesar de uma proibição do governo em Madri. Outros três réus foram considerados culpados de desobediência e não receberam penas de prisão.

As sentenças foram consideradas pesadas. O ex-vice-governador catalão Oriol Junqueras recebeu pena de 13 anos de cadeia, a maior entre os separatistas. Ele afirmou que o movimento voltará mais forte. "Voltaremos e voltaremos mais fortes. Não tenham nenhuma dúvida, voltaremos e venceremos", afirmou Junqueras, em carta escrita na prisão e publicada pelo partido Esquerda Republicana da Catalunha (ERC).

Cinquenta e uma pessoas foram detidas em diversas áreas da Catalunha na madrugada de quarta-feira (16), durante protestos contra a condenação de nove líderes separatistas, anunciou o governo da Espanha.

De acordo com o ministério do Interior, 29 pessoas foram detidas na província de Barcelona, 14 em Tarragona e oito em Lleida. Além disso, 54 policiais regionais e 18 policiais nacionais ficaram feridos. Alguns deles sofreram fraturas, de acordo com o ministério.

O centro de Barcelona foi cenário de uma batalha campal entre a polícia e independentistas. Várias ruas foram bloqueadas por barricadas em chamas e algumas amanheceram fechadas em consequência da destruição.

No total, 40.000 pessoas participaram na manifestação de Barcelona antes dos confrontos entre centenas de manifestantes, alguns deles com os rostos cobertos, e policiais, que tentaram dispersar a multidão à força.

Também foram registrados confrontos nas cidades de Girona, Tarragona e Lleida, onde foram organizadas concentrações diante das respectivas sedes das delegações do governo espanhol.

Após quatro meses de julgamento e outros quatro de deliberação, os juízes do Tribunal Supremo condenaram na segunda-feira, por sedição, nove dos 12 líderes catalães processados a penas de entre nove e 13 anos de prisão.

Os protestos devem prosseguir nesta quarta-feira e uma greve geral foi convocada para sexta-feira na Catalunha.

Milhares de manifestantes indígenas começaram nesta segunda-feira (14) a deixar Quito após o presidente do Equador, Lenín Moreno, concordar em substituir o decreto que cortava os subsídios aos combustíveis. Líderes de organizações indígenas celebraram o que disseram ser uma "vitória" na queda de braço contra o governo.

O acordo foi anunciado na noite de domingo (13) e consolidado nesta segunda. Além de revogar o decreto, Moreno suspendeu o estado de exceção e o toque de recolher na capital equatoriana. "Fizemos uma escolha pela paz", disse o presidente. "Faremos um novo decreto que garanta que os recursos cheguem a quem realmente precisa."

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Por mais de uma semana, Moreno rejeitou se encontrar com os líderes das manifestações, defendendo os cortes nos subsídios como medida fundamental para os esforços de recuperar as finanças do Equador após assinar um pacote de empréstimo de US$ 4,2 bilhões com o FMI.

Em troca do crédito, Moreno adotou uma política de ajustes que, além de acabar com subsídios, previa a redução dos direitos de funcionários públicos, como a diminuição do período de férias (de 30 para 15 dias). Anualmente, o Equador gasta US$ 1,3 bilhão em subsídios ao diesel e à gasolina.

Em 11 dias de protestos, sete pessoas morreram, 1.340 ficaram feridas e mais de mil manifestantes foram presos. A onda de violência fez o governo equatoriano mudar sua sede de Quito para Guayaquil. Mas, no fim, Moreno cedeu à forte pressão popular. Pelo menos em parte, já que a ideia de um corte dos subsídios não foi abandonada completamente - aparentemente, o governo buscará agora um meio-termo, que significará uma economia menor.

Ao jornal O Estado de S. Paulo, o sociólogo e cientista político Edison Hurtado, da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), afirmou que a substituição por um novo decreto é uma "manobra arriscada". "Quiseram tirar vantagem depois que o primeiro decreto perdeu legitimidade. Quem ficou feliz foram os setores empresariais, que estão a favor do pacote econômico fechado com o FMI", disse.

Hurtado não acredita que a credibilidade de Moreno com o FMI tenha sido abalada. "O grupo de poder dentro do governo que é favorável às medidas do FMI está intacto. Moreno segue mantendo uma estratégia de ajustes estruturais."

Acosta Burneo, da consultoria Grupo Spurrier, disse que restam poucas alternativas ao governo. "O Equador tem de cumprir os compromissos com o FMI, pois ninguém vai emprestar dinheiro se o país continuar gastando e vivendo com dívidas, a estratégia aplicada desde 2014", declarou.

Enquanto o novo decreto não vem, a população comemora. Assim que a revogação foi anunciada, fogos de artifício foram lançados em Quito e carros tocaram buzinas em comemoração. Vários moradores agitaram bandeiras do Equador em locais públicos para marcar o que parecia ser o fim dos distúrbios.

Apesar de comemorar o acordo como uma "vitória", a Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie), principal grupo indígena do país, alertou no Twitter que o movimento "não está terminado até que um acordo definitivo seja totalmente concretizado".

Não ficou claro o que especificamente será alterado com a nova lei elaborada pelo governo ou quando ela entrará em vigor. "No entanto, Moreno está comprometido em trabalhar com grupos indígenas para elaborar a nova política", disse Arnaud Peral, representante da ONU no Equador, que ajudou a mediar o acordo ao lado de representantes da Igreja.

No fim de semana, a capital equatoriana parecia uma zona de guerra, com veículos militares blindados patrulhando algumas ruas em meio a sons de explosões e tiros. No centro histórico, homens se abrigavam atrás de barricadas improvisadas para se proteger de bombas de gás lacrimogêneo.

No sábado, Moreno acusou seu antecessor e ex-mentor político, Rafael Correa, e o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, de estar por trás da violência. "Forças obscuras, vinculadas à delinquência política organizada e chefiada por Correa e Maduro causaram desalento e uma violência nunca antes vista", expressou.

Nesta segunda, Correa voltou a criticar o presidente. "Temos um governo clinicamente morto, não há governo. Ninguém vai reconhecer sua autoridade", disse o ex-presidente, que vive em Bruxelas, na Bélgica. "Moreno deveria ser julgado por crimes. Há mortos, feridos e abusos."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Confederação de Nacionalidades Indígenas (Conaie), principal organização indígena do Equador, rejeitou nesta quinta-feira (10) a possibilidade de diálogo com o governo do presidente Lenín Moreno para resolver a crise provocada pelo pacote de ajuda econômica pactuado com o FMI. "Nada de diálogo com um governo assassino", disse a Conaie em comunicado assinado por seu presidente, Jaime Vargas.

O acordo com o FMI prevê acesso a uma ajuda de US$ 4,2 bilhões. Em troca, o governo adotou medidas de ajuste, entre elas o corte dos subsídios aos combustíveis, que aumentou em até 123% o preço do diesel. Em uma semana de protestos, 400 pessoas ficaram feridas, 800 foram presas e 5 morreram, incluindo Inocencio Tucumbi, líder indígena da Conaie da Província de Cotopaxi.

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Nesta quinta, manifestantes indígenas que protestam contra Moreno detiveram oito policiais na Casa da Cultura Equatoriana, em Quito. "Do lado de fora, nos disseram que o governo vai jogar bombas de gás aqui dentro. Então, não vamos soltá-los porque exigimos respeito", disse Fabián Mazanda, um dos representantes da Conaie.

De acordo com Mazanda, se os manifestantes forem reprimidos pela polícia dentro da Casa de Cultura, os policiais presos serão submetidos à "Justiça ancestral indígena", em um sinal de que os agentes poderiam sofrer algum tipo de violência.

Nesta quinta, os oito agentes foram exibidos em um palco no Parque El Arbolito, em Quito, e pediu-se que retirassem seus capacetes, coletes à prova de balas e botas, para delírio do público que festejava a detenção.

Ao lado no palco, o presidente da Conaie informou: "ordenei nossos parceiros na Amazônia a fecharem todos os postos de petróleo". As declarações do líder indígena frustraram a expectativa aberta pelo presidente de um possível acordo com mediação da Igreja e da ONU.

Ao jornal O Estado de S. Paulo, a socióloga da Pontifícia Universidade Católica do Equador, Natalia Sierra, explicou que está prevista na Constituição a declaração de um estado plurinacional, onde várias lideranças são permitidas.

"Os povos indígenas têm o direito do exercício da Justiça indígena em seus territórios. Eles também declaram estado de exceção em suas regiões, o que permite que qualquer pessoa que eles considerem que esteja atentando contra sua resistência podem ser detidas, não importa se são militares ou policiais."

Sierra afirma que o Parque El Arbolito, onde se concentram os indígenas em Quito, é um local histórico que já foi palco de mobilizações em governos anteriores e, por isso, está sob a regra do estado de exceção indígena. Segundo ela, a aplicação da "justiça ancestral" é um ritual espiritual não violento. "Não há o sistema ocidental de detenção sem cura. Neste sentido, não é um castigo, é uma bênção. O ritual é feito com banhos de ervas, que os próprios indígenas também tomam para purificar. Eles têm a própria lógica, que não é o cárcere, mas a cura espiritual."

Nesta quinta, a polícia prendeu 17 pessoas, a maior parte delas venezuelanas, que teriam informações sobre os itinerários de Moreno e do vice-presidente, Otto Sonnenholzner. "Os 17 foram detidos no aeroporto de Quito. A maioria é da Venezuela. Eles tinham informações sobre a movimentação do presidente e do vice-presidente", escreveu no Twitter a ministra de Governo, María Paula Romo.

Moreno acusa seu antecessor e ex-aliado, Rafael Correa, de estar por trás dos protestos, que teriam ainda apoio do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. Correa e Maduro negam. Na quinta, um funcionário de alto escalão do governo dos EUA acrescentou Cuba à lista. "Lamentavelmente, o pessoal do Correa, com seus amigos na Venezuela e em Cuba, estão provocando manifestações e certo grau de violência no Equador", disse o funcionário, que pediu para não ser identificado, à agência France Presse.

Apoio a Lenín Moreno

Os presidentes do Peru, Martín Vizcarra, e do Chile, Sebastián Piñera, reafirmaram nesta quinta seu apoio ao colega equatoriano, Lenín Moreno, e rejeitaram qualquer tentativa de desestabilização da democracia no Equador. "Peru e Chile apoiam o estado de direito no mundo, mas especialmente da América Latina", diz um comunicado conjunto emitido nesta quinta após uma reunião entre os dois em Lima.

Na terça-feira, Vizcarra já havia manifestado apoio a Moreno em outro comunicado, assinado também por Argentina, Brasil, Colômbia, Guatemala e Paraguai. O chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, escreveu no Twitter uma mensagem de apoio ao presidente equatoriano.

"Reiterei (ao chanceler equatoriano José Valencia) o total apoio do Brasil à institucionalidade democrática no Equador em torno do presidente Lenín Moreno, contra aqueles que querem restabelecer ali o regime do Foro de São Paulo", afirmou o ministro brasileiro na Quarta-feira. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Manifestantes entraram nesta quarta-feira (9) em choque com a polícia no centro de Quito, em meio a uma greve geral convocada por grupos indígenas que se opõem ao presidente do Equador, Lenín Moreno, e às reformas econômicas de seu governo que provocaram o aumento do preço dos combustíveis.

Uma multidão de indígenas avançou para o centro da capital equatoriana, enquanto grupos de trabalhadores e estudantes atiravam pedras perto do palácio presidencial contra a polícia, que respondeu com bombas de gás lacrimogêneo.

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O Equador, que recentemente deixou a Opep, interrompeu nesta quarta a produção de petróleo em razão dos protestos, que também provocaram o bloqueio de estradas, paralisações no transporte público e o fechamento do comércio em Quito e em outras cidades do país.

Os indígenas, liderados pela Confederação Nacional Indígena do Equador (Conaie), marcharam de pontos da Amazônia e da Cordilheira dos Andes em protesto contra as reformas econômicas de Moreno, que provocaram um aumento de até 123% no preço dos combustíveis.

Em Guayaquil, para onde transferiu a sede do governo depois de decretar estado de exceção, Moreno descartou a possibilidade de renunciar e de revogar as medidas, anunciadas após um acordo com o FMI no valor de US$ 4,2 bilhões.

Moreno retornou nesta quarta a Quito para, segundo a ministra de governo, María Paula Romo, supervisionar a situação "diante do risco de incidentes". O vice-presidente, Otto Sonnenholzner, que permaneceu em Guayaquil, afirmou que, com o apoio das Forças Armadas, da Polícia Nacional e dos municípios, estava conseguindo "conter" a intenção de "desestabilizar" o governo. Ele ameaçou prender e deportar estrangeiros que tentam desestabilizar o presidente.

Sem entrar em detalhes, Paula Romo disse que continuam "as mesas de diálogo" instaladas em Quito com as organizações indígenas, tendo a ONU e as universidades como mediadoras. Na terça-feira, o governo se mostrou disposto a aceitar a mediação da ONU e da Igreja para resolver a crise no país.

Na manhã desta quarta-feira, os militares, que apoiam Moreno, pediram que a manifestação ocorresse sem violência. Nos últimos dias, ao menos 700 pessoas foram presas nos protestos contra o presidente, que assumiu o governo em 2017 e se distanciou de seu padrinho político, o ex-presidente Rafael Correa, ao adotar uma política econômica pró-mercado.

A Conaie acusou o governo de atuar como uma ditadura militar ao reprimir os protestos. Na noite de terça-feira, o presidente decretou toque de recolher em alguns bairros de Quito que abrigam prédios públicos, depois de um grupo de manifestantes ter invadido a Assembleia Nacional.

"O governo tem dado dinheiro aos bancos e punido os equatorianos mais pobres", disse o presidente da Frente Unida dos Trabalhadores, Messias Tatamuez, um dos sindicatos que apoiam a paralisação. "Pedimos a todos que sejam contra o FMI, o responsável pela crise. Que se juntem à greve."

Indígenas

Historicamente, os grupos indígenas têm papel de protagonistas na política equatoriana. Durante a instabilidade dos anos 90 e 2000, a Conaie apoiou a destituição dos presidentes Jamil Mahuad, Abdalá Bucaram e Lucio Gutiérrez. Na época, o Equador teve oito presidentes em dez anos.

Com a chegada de Correa ao poder, em 2007, o país viveu um período de estabilidade econômica e política graças ao boom das commodities e às políticas sociais do presidente, que reformou a Constituição para se reeleger.

No começo do mandato, Correa se aproximou de lideranças indígenas. Adotou símbolos quíchuas - etnia da maioria dos indígenas do país - em seus discursos e aparições públicas e aprovou leis de interesse da comunidade. A partir do segundo mandato, a exploração mineral da Amazônia equatoriana abriu uma cisão entre Correa e a Conaie. Uma marcha similar à atual foi convocada contra o então presidente, em 2015.

Em 2017, Correa surpreendeu todos ao desistir da reeleição e indicar Moreno, que foi seu vice-presidente. Logo depois de assumir o poder, ambos romperam e Moreno se aproximou da oposição.

Hoje, o presidente acusa Correa de tentar derrubá-lo. O ex-presidente chama o antigo pupilo de traidor e, apesar de viver no exílio na Bélgica e de ter uma ordem de captura contra ele no Equador por corrupção, disse estar disposto a voltar ao país se houver eleições.

Correa rejeitou nesta quarta as acusações de que estaria por trás das manifestações de grupos indígenas e dos protestos contra as medidas econômicas. No entanto, ele pediu ao povo que siga "defendendo seus direitos com firmeza, mas em paz". (Com agências internacionais).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Cerca de 200 pessoas ocupam o pátio do edifício do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no centro do Rio, em protesto ao modelo de venda de ações do Banco do Brasil com a intermediação do BNDES, na posição de agente de privatização.

O protesto é organizado pela associação dos funcionários do banco, a AFBNDES, que questiona a opção pela venda dos papéis em ofertas públicas, o que exige o pagamento de comissão a bancos contratados na condição de intermediários na transação. Segundo a associação, se a opção fosse pela venda via mesa de operações do BNDES, o custo desse processo seria menor, pois não seria necessário pagar as comissões.

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As tensões em torno da venda das ações levou à destituição da superintendente jurídica, Luciana Tito, cuja atuação estava focada na transparência das movimentações do banco, a partir da observação de uma série de procedimentos jurídicos antes de ser tomada qualquer decisão de investimento e desivestimento de grande porte, como essa.

Segundo fontes, regras internas do BNDES exigiriam pareceres jurídicos e técnicos para justificar a precificação dos papéis do BB. Divergências em torno dessas regras entre a diretoria do BNDES e Tito teriam levado à destituição da funcionária do cargo. O BNDES não comentou a destituição da executiva.

"Questionamos a forma como estão sendo feitas as coisas no banco atualmente. Sempre tivemos orgulho de pertencer a essa instituição justamente porque sempre foram respeitados os procedimentos e normas técnicas", afirmou Arthur Koblitz, em seu discurso, aos manifestantes.

Hong Kong registrou mais um domingo (6) de protestos, com manifestantes mascarados em passeata pelas ruas, desafiando a proibição para o uso de coberturas faciais. "Usar uma máscara não é crime", gritavam. A polícia jogou bombas de gás lacrimogêneo para conter as manifestações e efetuou prisões. Comícios pacíficos degeneraram novamente em violência.

Em vez de dissuadir a realização de protestos e acalmar os manifestantes, a proibição governamental que criminalizou o uso de máscaras nos comícios apenas reforçou a determinação de manifestantes. Bombas de gasolina foram lançadas e estações de metrô e instalações de bancos ligados à China foram destruídas.

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Pela primeira vez em quatro meses de crise, homens no telhado de um dos quartéis militares chineses em Hong Kong levantaram uma faixa amarela alertando os manifestantes de que estavam violando a lei quando luzes de laser foram apontadas para o prédio, de acordo com vídeo divulgado pela mídia de Hong Kong.

A polícia disse que os manifestantes mascarados também atacaram observadores, incluindo dois homens que ficaram inconscientes após espancamentos e uma mulher que tirou fotos de tumultos.

Uma marcha pacífica em direção ao distrito comercial ocorreu quando o Supremo Tribunal de Hong Kong rejeitou uma segunda tentativa de invalidar o proibição de máscaras. O parlamentar Dennis Kwok disse que o tribunal se recusou a conceder uma liminar, mas concordou em ouvir no final deste mês um pedido de 24 legisladores contra o uso de poderes emergenciais pela líder de Hong Kong, Carrie Lam, para impor a proibição sem aprovação legislativa. O governo de Lam diz que a proibição da máscara facilitará a identificação de manifestantes e que outras medidas serão possíveis se a violência continuar.

Os críticos temem que o uso da Regulamentação de Emergência, que dá a Lam amplos poderes para implementar quaisquer medidas que considere necessárias, possa abrir caminho para movimentos mais drásticos. A lei foi promulgada pelos governantes coloniais britânicos em 1922 para conter a greve de marinheiros e foi usada pela última vez em 1967 para encerrar tumultos. "Esta lei de emergência é tão antiga e draconiana. Carrie Lam está usando-a como algum tipo de arma de destruição em massa para destruir Hong Kong", disse a legisladora Claudia Mo.

Lam diz que buscará o apoio legislativo para a proibição de máscaras em reunião no próximo dia 16 de outubro. A proibição torna o uso de máscaras e até pinturas faciais puníveis com pena de até um ano de prisão.

Um policial que falou sob condição de anonimato, porque não estava autorizado a conversar com a imprensa, disse que algumas prisões foram feitas no domingo por violar a proibição, mas não informou números. Fonte: Associated Press

A chefe do governo de Hong Kong, Carrie Lam, anunciou nesta sexta-feira (4) que o uso de máscaras durante as manifestações na região estará proibido a partir deste sábado (5), e pode ser punido com até um ano de cadeia.

A medida representa o endurecimento da postura do governo diante dos protestos violentos em Hong Kong, que já se estendem por quatro meses e têm sido marcados por crescente violência policial contra manifestantes.

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Na última terça-feira (1°), um rapaz de 18 anos tornou-se o primeiro participante das demonstrações a ser baleado pela polícia. O jovem está internado em condições estáveis e foi denunciado por causar tumulto, podendo ser condenado a até dez anos de prisão.

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