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O Iraque viveu nesta quinta-feira (3) seu dia mais sangrento em uma semana de protestos, durante os quais morreram 31 pessoas em uma violência sem precedentes em confrontos entre manifestantes e forças de segurança.

Os protestos visam à renúncia dos políticos corruptos e exigem mais empregos para os jovens, um movimento que foi ampliado para grande parte do sul do país, apesar de um toque de recolher.

A mobilização representa um grande teste para o governo do primeiro-ministro Adel Abdel Mahdi, que completará um ano no cargo.

Hoje, as forças especiais entraram em ação em Bagdá com veículos blindados para conter a multidão, enquanto a polícia atirava para o alto com munição real. Os feridos eram carregados em "tuk-tuks" (triciclos motorizados) pelos colegas, observou um fotógrafo da AFP.

À noite, o premiê Adel Abdel Mahdi pronunciou uma mensagem em rede de televisão na qual defendeu sua gestão governamental e a administração política de uma crise "que ameaça destruir o Estado inteiro".

Na mensagem, o primeiro-ministro não se dirigiu diretamente aos manifestantes, mas prometeu "pensões às famílias sem recursos".

Mahdi, no entanto, pediu mais tempo para aplicar as reformas prometidas quando chegou ao poder.

No entanto, enquanto a televisão transmitia a mensagem do primeiro-ministro, tiros eram ouvidos no centro de Bagdá.

Nas ruas, Ali, um jovem de 22 anos, formado e desempregado, advertiu: "continuaremos até a queda do regime".

"Quero trabalhar, quero poder me casar, mas só tenho 250 dinares no bolso (menos de 20 centavos de euro)", disse à AFP, denunciando que, enquanto isso "as autoridades estão levando milhões".

De bengala, enquanto observava os confrontos, o aposentado Abu Jaafar explicou que se aproximou "em apoio aos jovens".

"Por que os policiais estão atirando em outros iraquianos como eles? Também sofrem como nós. Deveriam nos ajudar e nos proteger", frisou.

O descontentamento social gerado pela corrupção, pelo desemprego e por serviços públicos insuficientes resultou em um movimento espontâneo, sem o comando de um partido, ou de um líder político ou religioso, algo inédito no Iraque.

Os três dias de manifestações deixaram 31 mortos, entre os quais há policiais, e mais de mil feridos, segundo um balanço atualizado.

Em Nassíria (sul), sete manifestantes morreram e dezenas ficaram feridos só nesta quinta-feira.

O protesto virou uma batalha campal nas avenidas que levam à Praça Tahrir, local emblemático para os manisfestantes.

- Toque de recolher -

Manifestantes de um lado e tropa de choque e militares do outro entraram em confronto na cidade com nove milhões de habitantes, em toque de recolher, e os funcionários públicos - a maioria dos trabalhadores do país - foram chamados a ficar em casa, segundo um fotógrafo da AFP.

Para fazer recuar milhares de manifestantes que chegaram ao centro da capital em caminhões agitando bandeiras, forças de segurança dispararam munição letal de veículos blindados.

Na Praça Al Tayaran, os manifestantes investiram contra estes veículos, incendiando dois, informou um fotógrafo da AFP.

As autoridades impuseram um toque de recolher em Diwaniya, 150 km ao sul de Bagdá, tentando forçar o fechamento de estabelecimentos comerciais e escritórios, destacou um jornalista da AFP. Mas, tais medidas, tomadas na véspera em várias partes do país, sobretudo em Bagdá, não tiveram efeito.

Estas manifestações constituem uma prova maior para o governo de Adel Abdel Mahdi, que completará um ano no fim de outubro.

Até agora, o governo só se expressou através de comunicados, elogiando "a moderação das forças armadas" e anunciando o toque de recolher em Bagdá, enquanto seu gabinete informava ter se reunido com "representantes dos manifestantes".

As autoridades, que denunciam "sabotadores" e propõem aos manifestantes usar um número de telefone gratuito para apresentar suas demandas, parecem ter optado pela firmeza, uma decisão criticada nesta quinta-feira pela Anistia Internacional (AI).

A ONG exortou Bagdá a "ordenar imediatamente às forças de segurança que deixem de usar a força, particularmente letal e excessiva" e que se restabeleça a conexão com a internet, cortada em grande parte do país, razão pela qual as redes sociais se tornaram quase inacessíveis.

- Chamado à mobilização -

Os manifestantes afirmam não ter líderes e só reivindicam serviços públicos funcionais após décadas de escassez de energia elétrica e água potável, empregos para 25% dos jovens desempregados e o fim da corrupção, que em 16 anos devorou mais de 410 bilhões de euros.

Mas uma convocação do líder xiita Moqtada Sadr - que se uniu à coalizão governista, mas ameaça frequentemente rompê-la - poderia mudar a situação.

Na quarta-feira, pediu a vários partidários, que já paralisaram o país em 2016 com protestos em Bagdá, que organizem manifestações pacíficas. Se o fizerem e decidirem passar a noite nas praças de Bagdá e do sul do Iraque, a queda de braço será mais intensa.

Enquanto Bagdá está em chamas e as manifestações e a violência afetam as províncias de Najaf, Missan, Zi Qar, Wassit, Diwaniyah, Babilônia e Basra, a calma prevalece no norte e no oeste de Bagdá, majoritariamente sunita e devastado pela guerra contra o grupo Estado Islâmico (EI), assim como no Curdistão autônomo.

O presidente do Equador, Lenín Moreno, decretou estado de exceção em todo o país em meio a protestos contra um aumento de 123% no preço da gasolina. Ao menos 19 pessoas foram presas. Há bloqueio de estradas em Quito e Guayaquil, as duas principais cidades do país.

O aumento decorre da retirada de subsídios da gasolina, que vigorava no país há 40 anos, depois de o Equador ter fechado um acordo de US$ 2 bilhões com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

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"Abaixo o paquetaço", gritavam os manifestantes nos arredores da Praça de Armas de Quito, na qual está localizado o Palácio de Carondelet, sede do Executivo.

A polícia e o Exército foram destacados para proteger o local. O Estado de exceção é válido por 60 dias, prorrogáveis por mais 30.

Manifestantes ameaçam parar o Equador

Motoristas de táxi e caminhoneiros lideram os protestos. Terminais de ônibus estão fechados. Manifestantes ergueram barricadas com pneus queimados e lixo nas ruas de Quito.

"Vamos parar esse país até que o governo desista do decreto", ameaçou o líder dos transportistas Abel Gómez.

Moreno diz que o fim dos subsídios combaterá o contrabando de combustível e incentivará a economia.

Moreno rompeu com Rafael Correa após a posse

Moreno assumiu a presidência em 2017, apadrinhado politicamente pelo ex-presidente Rafael Correa. No poder, rompeu com o antecessor e se aproximou da oposição.

Para reverter a crise econômica produzida pelo fim do ciclo das commodities, tomou medidas econômicas impopulares. / COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O Iraque viveu nesta quinta-feira seu dia mais sangrento da semana durante a qual 28 pessoas foram mortas em confrontos sem precedentes entre manifestantes e forças de segurança.

Os protestos visam à renúncia dos políticos corruptos e exigem mais empregos para os jovens, um movimento que foi ampliado a grande parte do sul do país, apesar de um toque de recolher.

A mobilização, que não dá trégua em Bagdá apesar dos tiros para o alto da polícia, representa um grande teste para o governo do primeiro-ministro Adel Abdel Mahdi, que no fim do mês completará um ano no cargo.

O descontentamento social gerado pela corrupção, desemprego e serviços públicos insuficientes resultou em um movimento espontâneo, sem o comando de um partido ou de um líder político ou religioso, algo inédito no Iraque.

Na quarta-feira à noite, no entanto, o líder xiita Moqtada Sadr decidiu participar e pediu a seus simpatizantes, que paralisaram o país em 2016 com manifestações na capital, que organizem "protestos pacíficos".

O pedido do clérigo pode aumentar ainda mais o número de manifestantes nas ruas.

Na província de Zi Qar, sul do país e que tem a cidade de Nasiriyah como capital, 17 pessoas foram mortas desde terça-feira.

Ao todo, já são 28 mortos , sendo 26 manifestantes e dois policiais.

Além disso, quase 800 pessoas - entre manifestantes e agentes de segurança - ficaram feridas em todo o país.

As autoridades denunciaram a presença de "sabotadores" entre os manifestantes e decretaram um toque de recolher em Bagdá e várias cidades do sul do país.

A conexão à internet foi cortada em grande parte do Iraque nesta quinta-feira, "restrições intencionais" ordenadas pelos provedores, segundo um site especializado, depois que as manifestações foram convocadas por redes sociais.

Durante a manhã, a emblemática praça Tahrir de Bagdá foi cenário de uma operação da polícia contra os manifestantes. Os agentes das forças de segurança atiraram para o alto para dispersar dezenas de pessoas que queimavam pneus.

Manifestantes e policiais se enfrentaram nas imediações de Tahrir, ponto de encontro tradicional dos manifestantes, separada da sensível Zona Verde (onde ficam o Parlamento e a sede do governo) pela ponte Al Jumhuriya.

Para evitar a entrada de manifestantes na zona, as autoridades fecharam o local, que foi reaberto ao público em junho após 15 anos.

A prefeitura da capital liberou os funcionários nesta quinta-feira, o que pode facilitar o controle das forças de segurança em uma cidade de nove milhões de habitantes.

Como na capital, os manifestantes bloquearam várias estradas e incendiaram pneus diante de prédios oficiais nas províncias de Najaf, Misan, Zi Qar, Wassit e Babilônia, assim como na cidade de Basra, a grande localidade do sul do país.

A representante da ONU no Iraque, Jeanine Hennis-Plasschaert, pediu a "redução da escalada".

Os manifestantes exigem melhores serviços públicos em um país afetado por décadas de escassez de água e de energia elétrica, mais empregos para os jovens (25% de desemprego nesta faixa etária) e o fim da corrupção, que dilapidou 410 bilhões de euros nos últimos 16 anos (quatro vezes o orçamento do Estado).

Iraque, que viveu anos de guerra a partir de 2003 e depois enfrentou a violência dos grupos insurgentes islamitas, é o 12º país mais corrupto do mundo de acordo com a lista da Transparência Internacional.

O governo do Iraque decretou toque de recolher na capital, Bagdá, após protestos violentos em várias cidades que em 24 horas deixaram um saldo de pelo menos nove mortos. A medida entrará em vigor na quinta-feira (3) e continuará "até novo aviso" para "veículos e pessoas em Bagdá".

A polícia iraquiana disparou com munição real nesta quarta-feira (2) para dispersar novas manifestações em Bagdá, apesar de o presidente do país e a ONU terem pedido calma.

Submetido ao seu primeiro teste popular depois de chegar ao poder há quase um ano, o governo de Adel Abdel Mahdi acusou "agressores" e "sabotadores" de "terem causado vítimas deliberadamente".

Os protestos continuaram ao cair da noite e o governo anunciou o fechamento da chamada Zona Verde, no centro da capital, onde estão os ministérios e embaixadas.

Nesta quarta-feira, segundo constataram jornalistas da AFP, houve disparos nas manifestações organizadas nos bairros de Al-Shaab, ao norte da capital, e Zaafaraniya, no sul.

Os protestos se estenderam a outras províncias. Seis manifestantes e um policial morreram na cidade de Naritiya e os demais em Bagdá.

Em Zaafaraniya, onde os manifestantes queimaram pneus, um jornalista da AFP ouviu tiros, como aconteceu por várias horas na terça-feira na Praça Tahrir, no centro da cidade, onde o movimento começou.

Os protestos foram dispersos à força: primeiro, com jatos d'água; depois, com gás lacrimogêneo e balas de borracha.

Essas manifestações não têm partido, nem líder religioso, e são motivadas pela deficiência dos serviços públicos e pelo desemprego.

O principal líder xiita, Moqtada Sadr, pediu nesta quarta-feira "protestos pacíficos e uma greve geral" para aumentar a pressão.

Sadr foi o principal incentivador das revoltas de 2016, que paralisaram o governo.

- Anos de reclamações -

Em Zaafaraniya, o jornaleiro Abdullah Walid, de 27 anos, disse à AFP que saiu às ruas nesta quarta "em apoio aos irmãos na Praça Tahrir", fechada pelas forças de segurança.

"Queremos empregos, melhores serviços públicos. Exigimos isso há anos e o governo nunca nos respondeu", justificou, contrariado, em uma rua onde veículos blindados estão estacionados.

Mohamed Al Juburi, que también trabaja como jornalero, se queja a su vez entre las columnas de humo negro que se elevan desde los neumáticos quemados en el barrio de Al Shaab.

"Nenhum Estado ataca seu povo como este governo. Somos pacíficos e eles atiram em nós", lamentou.

O presidente do Iraque, Barham Saleh, pediu no Twitter que as manifestações sejam pacíficas e que a polícia "proteja os direitos dos cidadãos".

"Nossos jovens querem reformas e querem trabalho. É nosso dever satisfazer esses desejos legítimos", disse o chefe de Estado.

A representante da ONU no Iraque, Jeanine Hennis-Plasschaert, mostrou-se "muito preocupada" com essa tensão nas ruas e pediu às autoridades que "ajam com moderação".

O Iraque, que viveu anos de guerra desde 2003 e teve de enfrentar grupos insurgentes islâmicos, está devastado pela corrupção e pelos combates e sofre anos de escassez crônica de energia elétrica e água potável.

Essas manifestações denunciam especialmente a classe política do 12º país mais corrupto do mundo, segundo ranking da ONG Transparência Internacional.

As manifestações pró-democracia em Hong Kong de terça-feira, que coincidem com o 70º aniversário de fundação do regime comunista na China, serão "muito, muito perigosas", advertiu nesta segunda-feira a polícia do território chinês.

"Depois de nossa análise, acreditamos que a situação amanhã (terça-feira) será muito, muito perigosa", afirmou o superintendente John Tse à imprensa.

"Os insurgentes estão aumentando a violência. A profundidade e a amplitude de sua violência e de seus planos demonstram que cada vez mais estão recorrendo ao terrorismo", completou.

Esta região autônoma do sul da China, que vive desde junho sua crise política mais grave desde a devolução a Pequim em 1997, voltou a ser cenário no domingo de graves confrontos entre a polícia e manifestantes radicais, que incendiaram barricadas no centro da cidade.

Há quatro meses acontecem manifestações quase diárias em Hong Kong para exigir reformas democráticas.

Mas nos últimos dias a tensão aumentou, com a aproximação da data que vai celebrar, na terça-feira, os 70 anos da criação da República Popular da China.

Em Nova York, para fazer o discurso de abertura da reunião de líderes mundiais da assembleia-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o presidente Jair Bolsonaro (PSL) foi alvo de protestos na noite dessa segunda-feira (23). Palavras de ordem contra o presidente e ressaltando o cenário vivido pela floresta amazônica foram projetadas no prédio do consulado brasileiro e do hotel que Bolsonaro está hospedado. 

Na projeção na fachada do consulado, foi exposta a seguinte mensagem: “A Amazônia está sendo queimada, florestas estão sendo desmatadas, indígenas estão sendo assassinados. Proteja a floresta e seus guardiões”.

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Um dos vídeos que circula nas redes sociais mostrando o momento em que o texto foi exposto, a ex-candidata a vice-presidente pelo PSOL, Sônia Guajajara, aparece observando que eles estavam nos Estados Unidos para “denunciar a política genocida do governo Bolsonaro”. 

“A Amazônia está em chamas, a destruição nas florestas só crescem. Estamos aqui para trazer a voz legítima que contrapõe e vai continuar enfrentando o governo Bolsonaro”, observou Guajajara. 

Outras projeções com “cancel Bolsonaro”, “Lula Free”, “save the Amazon”, “defend democracy in Brazil” e “Bolsonaro Speaks Tomorrow” também foram expostas, mas no hotel que o presidente se hospeda. 

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Hong Kong reduziu neste domingo as conexões ferroviárias e de ônibus com o aeroporto da cidade e reforçou o controle policial, em uma tentativa de impedir os protestos dos ativistas pró-democracia que pretendem perturbar o funcionamento do terminal aéreo. O aeroporto - o oitavo mais movimentado do mundo - se tornou um alvo frequente do movimento que pressiona as autoridades do território por mais direitos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Cerca de 4 milhões de jovens foram às ruas de mais de 130 países nesta sexta-feira para exigir que os líderes políticos adotem medidas urgentes para interromper as mudanças climáticas, unindo-se em um protesto mundial inspirado pela ativista sueca Greta Thunberg, de 16 anos.

Alarmados com as imagens das camadas de gelo da Groenlândia derretendo e as florestas da Amazônia em chamas, estudantes e trabalhadores abandonaram escolas, lojas e escritórios em quase todos os cantos do mundo, incluindo o Brasil, com o objetivo de impedir o que consideram uma catástrofe ambiental iminente. Os protestos começaram nas ilhas do Pacífico, onde o aumento do nível do mar ameaça o modo de vida, e seguiram o nascer do sol em Austrália, Japão, sudeste da Ásia até Europa, África, Oriente Médio e Américas. Manifestantes na Tailândia invadiram o Ministério do Meio Ambiente e simularam a morte, enquanto ativistas em Berlim e Munique reencenaram o enforcamento, de pé em blocos de gelo com laços no pescoço, para simbolizar a morte quando as calotas polares derreterem.

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Multidões invadiram ruas de Manhattan, com gritos de "Salvem nosso planeta!", enquanto esperavam um discurso de Greta, às vésperas da cúpula climática da Organização das Nações Unidas, que começa na segunda-feira. "Neste momento somos nós que estamos fazendo a diferença. Se ninguém mais agir, então o faremos", disse a sueca, em Nova York, em um parque com vista para a Estátua da Liberdade.

Ontem, os atos já colhiam resultados. O governo da Alemanha anunciou um plano para combater a mudança climática com investimentos até 54 bilhões de euros em energia, transporte, construção, inovação e desenvolvimento. O objetivo é alcançar até 2030 uma redução de 55% das emissões de CO2 (em relação a 1990), em linha com o que foi estipulado dentro da União Europeia.

No Brasil

 

Em São Paulo, manifestantes se reuniram na frente do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista. A preservação da Amazônia foi uma das principais bandeiras dos manifestantes. E, como alvo de críticas, estavam o presidente Jair Bolsonaro e o líder americano Donald Trump. O ato contou até com um grupo de crianças do conselho mirim da Câmara Municipal, que reúne alunos de escolas públicas e particulares. "Sinto que preciso ter essa responsabilidade. Em casa, separo o lixo e evito usar materiais plásticos", disse Gustavo Oliveira Antunes, de 14 anos. Barbara Moreira, de 11, disse que era preciso preservar o planeta e citou a ativista Greta como inspiração. "Ela é incrível, vai ajudar a fazer um mundo melhor", disse, entusiasmada por estar na manifestação.

Quem também se inspira na sueca é o estudante Arthur Prado, de 14 anos. Incentivado por um professor a escrever uma biografia, escolheu a ativista como personagem. "Vi que, assim como ela, podemos chamar a atenção das autoridades para a questão do clima", disse, acompanhado da mãe e do irmão Francisco, de 7 anos.

Em outras cidades, como Rio Brasília, Belo Horizonte e Recife, também ocorreram manifestações ontem. Na capital federal, o protesto contou com a participação da ativista Odenilze Ramos, de 22 anos, líder do movimento Somos Filhos da Floresta. "A Amazônia não é minha causa, é minha casa, não posso deixar de defendê-la", disse.

Odenilze mora em Manaus, onde estuda Gestão Pública, mas sua família é da comunidade indígena do Carão, a 70 km de Manaus, dentro de uma reserva de desenvolvimento sustentável. "Precisamos agir para reverter a crise ecológica."

 

'Nosso futuro está sendo tirado', alerta Greta

 

"Porque parece que você precisa se lembrar de como gelo derretendo se parece." A frase enigmática em um cartaz puxou o olhar da repórter para cima, que viu um bloco de gelo, pendurado numa estaca, derretendo no calor de quase 30ºC que fez em Nova York nesta sexta-feira. O protesto solitário do italiano radicado nos Estados Unidos Lorenzo Fonda, de 40 anos, se somou ao de cerca de 250 mil pessoas - segundo estimativa dos organizadores - que se manifestaram pelas ruas da cidade para pedir ações urgentes de governantes contra as mudanças climáticas.

Os atos foram o ápice de um movimento que começou em agosto do ano passado com Greta Thunberg, então com 15 anos, que, indignada com o que aprendia sobre mudanças climáticas, resolveu ela mesma tomar uma ação.

Passou, então, a fazer greve escolar todas as sextas-feiras para ir à frente do Congresso em Estocolmo e pedir que os líderes do país tomassem medidas concretas para evitar que o planeta sofra consequências ainda piores do que as que já estão ocorrendo. O protesto silencioso dela logo se transformou em um movimento mundial e bem barulhento - as chamadas "Fridays for Future".

"Por que estudar por um futuro que está sendo tirado de nós? Um futuro que está sendo roubado para que alguns lucrem", disse ela nesta sexta, em um palanque montado no Battery Park, no sul da ilha de Manhattan, para onde todos os manifestantes se dirigiram após marcharem pelo centro da cidade.

"Alguns nos dizem que deveríamos estudar para nos tornarmos cientistas do clima, políticos, mas até lá será tarde demais, não podemos esperar", afirmou, levantando o público que, por mais de cinco horas, se manifestou de modo animado, pacífico, mas com mensagens firmes. As palavras de ordem eram principalmente: "Não há um planeta B", "Nossa casa está queimando" e "Justiça climática já", em referência ao fato de que são os mais pobres que mais sofrem.

Diversos jovens e adultos subiram ao palco, incluindo a jovem indígena brasileira Artemisa Xakriabá, de Minas, de 19 anos. "Não existe diferença entre uma jovem indígena como eu e uma jovem sueca como a Greta. Nosso futuro está conectado pelas mesmas ameaças da crise climática", declarou.

Até crianças participaram do ato ontem. Uma turma de cerca de 40 jovens entre 12 e 14 anos da George Jackson Academy era acompanhada por dois professores que entoavam: "Say it louder!" ("Fale mais alto"). E os meninos respondiam: "Solar power!" ("Energia solar").

Enquanto todos gritavam, um bebê de 10 meses engatinhava sobre os cartazes. "Protesto por ele, porque talvez quando ele já possa protestar por si mesmo seja tarde demais", explicou o professor Peter Wright, pai do pequeno Ellis. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A ida do presidente Jair Bolsonaro para Nova Iorque, onde fará discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU, na próxima terça (24) está causando movimentação no exterior. Diversos grupos, de vários países, estão se articulando para promover protestos contra a presença do atual comandante do Brasil no evento. As delegações podem abandonar o plenário ou então virarem de costas enquanto Bolsonaro discursa, entre outras ações.

Segundo o colunista Jamil Chade, grupos de ambientalistas, de defensores de direitos humanos, indígenas, deputados e ONGS apresentarão uma série de denúncias contra o governo brasileiro, enquanto manifestações planejadas previamente começam em diferentes partes da cidade norte-americana. A ideia seria levar os protestos tanto para as ruas quanto para as salas de reunião da ONU. 

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Ainda de acordo com o colunista, estão previstos protestos para a próxima segunda (23), dia que antecede a abertura da Assembleia, e na terça (24), dia em que está marcado o discurso de Bolsonaro, também estariam sendo organizadas ações para expôr a situação da Amazônia e dos povos indígenas, com a hashtag #CancelBolsonaro.

Na última quarta (18), o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, garantiu a presença do mandatário na Assembleia Geral da ONU mesmo tendo passado recentemente por uma cirurgia. Segundo ele, o presidente está em "ótimos termos clínicos" e sua viagem estaria confirmada.

A polícia de Hong Kong reprimiu neste domingo com bombas de gás lacrimogêneo e jatos d'água manifestantes pró-democracia, que lançaram pedras e coquetéis molotov contra as forças de segurança.

Dezenas de milhares de manifestantes tomaram as ruas da ex-colônia britânica nos bairros do centro de Hong Kong, Causeway Bay e Central, apesar de a polícia ter proibido a mobilização.

Em um cenário que começa a se tornar rotineiro após três meses de protestos, a manifestação gerou confrontos entre policiais e grupos radicais que tentaram invadir o complexo que abriga a sede do Executivo.

Canais de TV locais mostraram manifestantes rasgando e incendiando uma faixa que comemorava o 70º aniversário de fundação da China comunista. Também foi queimada uma bandeira chinesa.

Os manifestantes ergueram barricadas e destruíram algumas estações de metrô, antes de fugirem diante da chegada de policiais.

- Ajuda do Reino Unido -

Antes das cenas de caos, manifestantes se reuniram em torno do consulado da Grã-Bretanha para pedir a Londres medidas de proteção aos habitantes da antiga colônia britânica. Alguns cantaram o Hino britânico agitando a Union Jack e a bandeira da antiga colônia de Hong Kong. "É decepcionante que a Grã-Bretanha não tenha feito nada para nos apoiar", comentou o manifestante Alex Leung.

A crise começou com a denúncia a um projeto de lei que propunha a legalização das extradições para a China. Mas o movimento se transformou em uma denúncia do corte de liberdades no teritório, e partiu para a exigência de reformas democráticas.

Ativistas e analistas dizem que o movimento só terminará quando as autoridades aceitarem algumas exigências essenciais, como uma investigação sobre a polícia, a anistia das quase 1,4 mil pessoas presas e o voto universal. Mas nada indica que Pequim aceitará estas exigências.

- 'Tratado vinculante' -

Neste domingo, manifestantes acusaram Londres de não pedir uma prestação de contas suficiente à China. "A declaração comum sino-britânica é NULA", denunciava um cartaz. Manifestantes pediam a possibilidade de habitantes de Hong Kong obterem a nacionalidade britânica ou de outro país da Comunidade Britânica.

Centenas de milhares de habitantes de Hong Kong obtiveram, antes ou depois da devolução da ex-colônia, um passaporte especial emitido por Londres e reservado aos "cidadãos britânicos do exterior" ("British National Overseas", BNO), um título que facilita as entradas na Grã-Bretanha, mas não dá direito a trabalho ou residência.

"Pelo menos com cidadania plena e completa, poderiam proteger os habitantes de Hong Kong frente ao governo chinês", declarou o manifestante Anthony Chau, portador de um passaporte BNO.

Cerca de 130 parlamentares britânicos assinaram nesta semana uma carta aberta pedindo à Grã-Bretanha e aos países da Comunidade Britânica que acolham os habitantes de Hong Kong que desejarem emigrar.

Pequim acusou esta mobilização de ser financiada por capitais estrangeiros, apontando para Grã-Bretanha e Estados Unidos, embora sem apresentar provas.

A Grã-Bretanha, por sua vez, encontra-se em uma situação difícil. Por um lado, deve preservar sua relação com a potência econômica chinesa, principalmente no contexto incerto do Brexit. Por outro, expressou preocupação com a evolução de sua ex-colônia e explicou que tem o dever de velar pelo respeito à declaração sino-britânica.

"A declaração conjunta é um tratado legalmente vinculante entre Grã-Bretanha e China, e é hoje tão vinculante quanto quando foi assinado e ratificado, há mais de 30 anos", assinalou em junho um porta-voz do Foreign Office.

Os manifestantes intensificaram recentemente seus esforços para sensibilizar a comunidade internacional e obter apoio à sua causa.

A chefe de Governo de Hong Kong, Carrie Lam, afirmou nesta terça-feira que não tem a intenção de renunciar, após a divulgação de uma gravação de áudio na qual dizia que queria deixar o cargo e pedir perdão por provocar os distúrbios que abalam a cidade.

Após a declaração, o governo chinês afirmou que apoia Lam.

"Apoiamos firmemente a chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, à frente do governo da região administrativa especial", declarou Yang Guang, porta-voz do Escritório de Assuntos de Hong Kong e Macau do governo chinês.

A ex-colônia britânica é cenário há três meses de manifestações pró-democracia, desencadeadas pela oposição a um projeto de lei que permitiria extradições à China continental, mas que se transformaram em um movimento pró-democracia mais amplo.

As manifestações provocaram alguns confrontos violentos entre os participantes e a polícia e se tornaram a crise mais grave em Hong Kong desde sua devolução à China em 1997.

"Ao longo dos últimos três meses, eu sempre dizia a mim mesma que deveria ficar, junto com minha equipe, para ajudar Hong Kong", disse Lam em uma entrevista coletiva.

A chefe do Executivo local afirmou que "nem sequer contemplou" a opção de abordar sua renúncia com o governo chinês, que concede a Hong Kong uma certa autonomia, mas que no essencial é responsável pelo território.

Lam fez as declarações depois que a agência de notícias Reuters divulgou uma gravação de áudio na qual a chefe do Executivo declarou a líderes empresariais na semana passada que queria renunciar e assumir a responsabilidade pelos distúrbios.

"É imperdoável que um chefe de Governo tenha provocado tal caos em Hong Kong", Lam afirma na gravação.

"Se tiver a opção, a primeira coisa a fazer é renunciar, depois de apresentar um profundo pedido de desculpa", completa.

Lam também destaca que tem margem "muito limitada" para resolver a crise porque se tornou uma questão de segurança nacional e soberania para Pequim.

A chefe do Executivo considerou o vazamento da gravação "inaceitável" e rebateu as acusações de que teria orquestrado a situação.

"O conflito em que eu quero renunciar mas não posso não existe", disse.

As manifestações do fim de semana passado provocaram alguns dos momentos de maior violência da crise. Os manifestantes jogaram tijolos e bombas incendiárias contra a polícia, que respondeu com gás lacrimogêneo e jatos de água.

"Acredito que ela queria que a gravação fosse revelada, quer dar a impressão de que é inocente e que sente muito pelo que acontece", declarou Bonnie Leung, representante da Frente Cívica de Direitos Humanos, que organiza desde junho algumas das maiores manifestações da história da cidade.

"Ou Carrie Lam mentiu aos empresários na semana passada ou mentiu para os cidadãos de Hong Kong esta manhã", afirmou o deputado pró-democracia Lam Cheuk-ting.

Desde o início dos protestos, em junho, mais de 1.100 pessoas foram detidas.

A China respondeu à crise com ameaças e intimidação. Alguns meios de comunicação estatais exibiram vídeos que mostram as forças de segurança do país na fronteira com Hong Kong.

Diversos voos foram cancelados neste domingo, depois que milhares de ativistas pró-democracia bloquearam o caminho para o aeroporto de Hong Kong, um dia depois dos confrontos entre manifestantes e policiais em uma das jornadas mais violentas na cidade desde o início dos protestos há três meses.

Pelo menos 16 voos foram cancelados, informou o site do aeroporto, com o saguão de embarque lotado de passageiros que lutaram para chegar aos terminais.

Mais cedo, os operadores do trem "Airport Express" suspenderam os serviços, enquanto os manifestantes, que esconderam os rostos das câmeras de segurança com o uso de guarda-chuvas, construíram barricadas na estação do aeroporto e tentaram interromper o trânsito na principal estrada de acesso aos terminais.

Os passageiros retidos foram forçados a arrastar suas bagagens pela estrada do aeroporto.

Do lado de fora de um dos terminais do hub internacional, os manifestantes criaram barricadas com extintores de incêndio e carrinhos de bagagem, ao mesmo tempo que quebravam câmeras de segurança.

A polícia anunciou que estava pronta para iniciar uma "operação de dispersão" e afirmou que os manifestantes deveriam abandonar a área do aeroporto "imediatamente".

Os manifestantes estão proibidos de entrar no aeroporto desde que um protesto em agosto no local terminou em confrontos com a polícia.

Mas eles ignoram de forma rotineira as restrições impostas pelo governo.

O sábado foi marcado por verdadeiras batalhas campais em diversos bairros.

- Tiros de advertência -

Um vídeo exibido por uma emissora local mostrou a unidade de elite da polícia avançando contra a multidão e agredindo diversas pessoas em um vagão de trem. As imagens mostram um homem que tentava proteger uma amiga sendo atingido por gás de pimenta. Ele chora, de joelhos. Em seguida, os agentes abandonam o local sem efetuar detenções.

No território, a irritação com as táticas da polícia é cada vez maior.

"A polícia é como um grupo criminoso com licença, licença para atacar e agredir", afirmou Kwok Ka-ki, advogado à AFP. "O governo não é diferente de um um regime autocrático".

A Anistia Internacional criticou a "horrível" ação policial no trem e pediu uma investigação.

Autoridades da área de Saúde informaram que 31 pessoas foram internadas em hospitais após os confrontos de sábado, incluindo cinco em estado grave.

A agência estatal chinesa Xinhua publicou um vídeo no sábado à noite da polícia antidistúrbios em Shenzhen, cidade na fronteira com Hong Kong.

O governo central chinês mescla técnicas de intimidação, propaganda e ameaças econômicas para tentar controlar o movimento, que representa um desafio direto a seu controle.

Na sexta-feira, a polícia anunciou a detenção de políticos e ativistas pró-democracia importantes, uma técnica que consta dos manuais de Pequim.

A polícia negou que as operações teriam o objetivo de enfraquecer os protestos do fim de semana.

Mais de 900 pessoas foram detidas desde junho em relação com os protestos.

O deputado federal do PSL, Filipe Barros (PR), usou as redes sociais para criticar as manifestações que aconteceram em todo o país, nessa terça-feira (13), em defesa da manutenção das verbas destinadas para a educação. 

O líder nacional da juventude do partido do presidente Jair Bolsonaro considerou que os atos foram “uma marolinha”. “O tsunami da educação não passou de uma marolinha”, disparou Filipe Barros no Twitter.

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A referência ao tsunami foi como movimentos sociais e estudantis estavam intitulando a manifestação. De acordo com um levantamento do site G1, ocorreram protestos em 80 cidades brasileiras nessa terça. 

Em Pernambuco, além do Recife, o ato aconteceu em Caruaru, Garanhuns e Petrolina. 

Centenas de pessoas se reúnem ao redor da igreja da Candelária, no centro do Rio de Janeiro, na tarde desta terça-feira, 13, em ato contra os cortes de verba na educação pública, a reforma da Previdência e a política econômica do governo federal.

Realizado simultaneamente em várias cidades brasileiras, o ato foi convocado pelas redes sociais pela União Nacional dos Estudantes (UNE), Central Única dos Trabalhadores (CUT) e outras entidades da sociedade civil.

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No Rio, a maioria dos manifestantes são estudantes de escolas públicas. Às 16h30, lideranças estudantis discursavam em carro de som. A Polícia Militar observava, e o ato transcorria de forma pacífica.

Por volta das 18 horas, os manifestantes devem seguir em caminhada até a sede da Petrobras, também no centro do Rio.

Normalmente o ponto final das manifestações é a Cinelândia ou a estação férrea Central do Brasil, mas o destino foi alterado, segundo os organizadores, para que o ato sirva também como protesto contra a venda de ativos da petroleira estatal.

Torcedores do Paris Saint-Germain expressaram sua raiva em relação a Neymar com cânticos e faixas pedindo que fosse embora do clube, enquanto o time iniciava sua defesa do título do Campeonato Francês, neste domingo, no Parque dos Príncipes. Em campo, vitória por 3 a 0 sobre o modesto Nimes.

O brasileiro, que já havia voltado aos treinos mais tarde que os companheiros de grupo das férias europeias e tem sido alvo de diversos rumores acerca de uma possível saída para Barcelona ou Real Madrid, não foi relacionado pelo técnico Thomas Tuchel para o jogo de estreia na temporada.

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Alguns torcedores, integrantes de organizadas do PSG, levaram para arquibancadas faixas de repúdio direcionadas ao atacante. Em uma delas, estavam os dizeres "vaza, Neymar" - em tradução livre para o português. Em outra, podiam ser lidas mensagens lembrando o episódio em que o jogador foi acusado de estupro pela modelo Najila Trindade.

No mesmo setor onde as faixas foram avistadas, também foram ouvidos diversos cânticos - um deles até em espanhol, como "Neymar filho da p..." - entoados em direção aos camarotes do clube da capital francesa.

Neymar, que tornou-se o jogador mais caro da história ao se transferir do Barcelona para o PSG por 222 milhões de euros (cerca de R$ 822 milhões à época) em 2017, vem deixando claro nas últimas semanas que deseja deixar Paris, muito provavelmente rumo ao futebol espanhol novamente.

Com o camisa 10 ausente, o PSG passeou tranquilamente pelo Parque dos Príncipes neste domingo em vitória que começou com um gol de pênalti anotado por Edinson Cavani na primeira etapa, prosseguiu no segundo tempo com Kylian Mbappe, marcando seu 63º gol na liga francesa, e teve seu placar fechado com Angel Di Maria.

Nas outras partidas do dia, o atacante nigeriano recém-contratado junto ao futebol belga - veio do Charleroi - Victor Osimhen marcou duas vezes para ajudar o Lille, jogando em seus domínios, a bater o Nantes por 2 a 1. Já Strasbourg e Metz ficaram no 1 a 1 em Estrasburgo.

Manifestantes voltaram às ruas de Hong Kong neste sábado, 10, mesmo após a polícia local ter lançado uma proibição às marchas contra o governo neste fim de semana.

Os protestos, que acontecem pela nona semana seguida, começaram em resposta a um projeto de lei sobre extradição, mas passaram a incluir outras queixas contra o governo. Os manifestantes pedem a renúncia da chefe do executivo de Hong Kong, Carrie Lam, e uma investigação sobre as denúncias de abusos por parte da polícia.

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Pequim tem classificado uma ala de manifestantes como "radicais violentos", que estariam sendo estimulados por forças estrangeiras empenhadas em conter o desenvolvimento da China. Fonte: Associated Press

Após a explosão de uma bomba de gás lacrimogêneo, um manifestante corre em direção à mesma com um cone, para neutralizá-la, uma cena cada vez mais comum durante os protestos em Hong Kong, onde técnicas criativas surgem para enfrentar a repressão da polícia.

A megalópole do sul da China atravessa há dois meses sua maior crise política desde que deixou de ser um território britânico e voltou a a ser administrado pela China em 1997.

As manifestações quase diárias geralmente levam a confrontos entre grupos radicais e forças de segurança.

A polícia endureceu sua repressão aos manifestantes cada vez mais violentos. Em apenas um dia de paralisações e bloqueios, as forças de segurança utilizaram na última segunda-feira 800 granadas de gás lacrimogêneo.

Diante da ação cada vez mais virulenta da polícia, os manifestantes criaram novas táticas para se proteger do gás.

Agora, muitos que participantes dos protestos vão às ruas equipados com luvas à prova de fogo para poder recolher as granadas do chão e também com máscaras de gás, apelidadas de "focinho de porco".

Em fóruns de discussão na internet analisam os melhores modelos de máscaras e compartilham os locais onde podem ser compradas.

"Preciso de uma! É muito difícil encontrar uma boa máscara", escreve um internauta.

Também trocam conselhos sobre como utilizá-las nas manifestações.

Tampa de panela

Os manifestantes inclusive criaram "unidades" especializadas em buscar alternativas para combater as bombas de gás.

Alguns ativistas cobrem os braços com filme plástico para evitar as irritações provocadas pelo gás e carregam uma garrafa de soro para proteger os olhos.

Volta e meia devolvem as granadas à polícia ou tentam neutralizá-las com água.

Talvez a técnica mais engenhosa seja a utilização de um cone de sinalização para reter o gás da granada para que um segundo manifestante jogue água pelo orifício superior do cone para "desativá-la".

"O que está acontecendo em Hong Kong permitiu que os manifestantes aprendessem e desenvolvessem novas táticas", explica Tony Davis, especialista em questões de segurança do grupo IHS Jane's, com sede em Bangcoc.

"Eles estão se tornando um exército organizado, algo que não eram no começo", acrescenta.

Apesar de aturarem como um exército, estão equipados apenas com objetos artesanais, muitos deles utensílios de cozinha.

Algumas pessoas vão para as ruas com tampas de wok, uma frigideira tradicional da culinária asiática, que se converteu numa arma eficaz para se defender das bombas de gás.

Guarda-chuvas, para se proteger do impacto das granadas, e óculos de natação, para se proteger do gás pimenta, se tornaram também objetos essenciais.

Antes do início dos protestos em junho, a polícia de Hong Kong raramente usava gás lacrimogêneo.

O uso desse recurso de dispersão era tão incomum que, quando as forças de segurança começaram a lançar as bombas de gás contra os participantes do "Movimento dos Guarda-Chuvas" em 2014, gerou grande controvérsia.

Os manifestantes que protestam há dois meses em Hong Kong promovem uma "situação muito perigosa", afirmou nesta segunda-feira a chefe de Governo local, em um doa marcado pelo caos nos transportes públicos e voos internacionais.

Ativistas ocuparam estações de metrô e deixaram as portas dos trens abertas, o que impediu sua circulação, com direito a muitos gritos e algumas brigas nos meios de transporte lotados.

Em várias partes da cidade os manifestantes também bloquearam o tráfego de veículos e provocaram muitos engarrafamentos.

A polícia usou gás lacrimogêneo para tentar dispersar os manifestantes que bloqueavam uma avenida no bairro de Wong Tai Sin.

No aeroporto de Hong Kong - um dos mais movimentados do mundo - mais de 100 voos foram cancelados.

Com milhares de pessoas impedidas de chegar ao trabalho, a chefe de Governo de Hong Kong, Carrie Lam, convocou uma entrevista coletiva e deixou evidente a disposição de endurecer ainda mais sua posição.

"Eu diria que (os manifestantes) estão tentando derrubar Hong Kong, destruir por completo a vida de mais de sete milhões de pessoas", declarou Lam.

Ela afirmou que a atitude intransigente dos "jovens radicais" está levando Hong Kong, um importante centro financeiro, para uma situação "muito perigosa".

"Ações tão grandes em nome de certas demandas (...) minam seriamente a lei a a ordem de Hong Kong. E estão levando nossa cidade, uma cidade que todos amamos, à beira de uma situação muito perigosa", completou.

Lam disse que "o governo será enérgico na manutenção da lei e da ordem em Hong Kong para restaurar a confiança".

Em uma jornada caótica, a população estava dividida: alguns passageiros não escondiam a irritação, enquanto outros expressavam apoio aos protestos, após mais de dois meses de manifestações para exigir a garantia de liberdades democráticas.

A greve convocada para esta segunda-feira pretende mostrar ao governo da China que o movimento ainda tem apoio popular. Os manifestantes ocupam as ruas há dois meses, mas até agora conseguiram poucas concessões do poder político.

Os protestos começaram depois que o governo local apresentou um projeto de lei - atualmente suspenso - que permitira a extradição de detentos à China continental.

Em pouco tempo, no entanto, as manifestações passaram a adotar demandas mais amplas.

Como os protestos não parecem perder força, as autoridades de Hong Kong e Pequim expressaram a disposição de adotar uma postura mais rígida.

Os militares chineses afirmaram que estão prontos para controlar os distúrbios "intoleráveis".

Dezenas de manifestantes foram detidos, acusados de promover distúrbios públicos, o que em Hong Kong pode resultar em uma pena máxima de 10 anos de prisão.

No fim de semana, a polícia usou gás lacrimogêneo contra os manifestantes em diversos bairros de Hong Kong.

Os manifestantes, que não têm um líder, utilizam as redes sociais para coordenar os protestos.

Em virtude do princípio "Um país, dois sistemas" pelo qual o Reino Unido cedeu Hong Kong a China, a cidade goza de liberdades desconhecidas no restante do país, ao menos até 2047. Mas cada vez mais os moradores de Hong Kong temem que Pequim viole o acordo.

Os manifestantes passaram a considerar os policiais como homens a serviço de Pequim. As autoridades defendem o uso da força, alegando que são vítimas de manifestantes radicais.

O movimento de protesto em Hong Kong organizou uma grande manifestação neste sábado, ignorando as advertências da China, em uma crise cada vez mais aguda no território semiautônomo.

Pequim e as autoridades locais elevaram o tom durante a semana com a detenção de dezenas de pessoas. E o exército chinês anunciou que estava disposto a reprimir distúrbios em caso de necessidade.

Mas os manifestantes não recuaram e prometeram novos protestos para o fim de semana e os próximos dias.

Neste sábado, milhares de manifestantes saíram às ruas em Mongkok, subúrbio densamente povoado e que já foi cenário de confrontos entre a polícia e os ativistas. Em um primeiro momento, a polícia proibiu a passeata na zona, mas acabou autorizando a marcha.

Duas manifestações estão previstas para domingo, uma na ilha de Hong Kong e outra no setor de Tseung Kwan O. Para segunda-feira foi convocada uma greve geral na cidade, assim como protestos em sete localidades.

Neste sábado também aconteceu uma passeata de apoio ao governo, com milhares de participantes, muitos deles exibindo bandeiras da China.

- Aumento da repressão -

A ex-colônia britânica, que enfrenta a pior crise desde a retrocessão em 1997, registra oito fins de semana consecutivos de grandes mobilizações, seguidas em muitos casos por confrontos entre pequenos grupos radicais e as forças de segurança.

A crise explodiu há dois meses, com a oposição a um projeto de lei em Hong Kong - atualmente suspenso - que permitiria extradições para a China. Mas o movimento se transformou em uma campanha de denúncia contra a redução das liberdades na megalópole e para exigir reformas democráticas.

Em virtude do princípio "Um país, dois sistemas" pelo qual o Reino Unido cedeu Hong Kong a China, a cidade goza de liberdades desconhecidas no restante do país, ao menos até 2047. Mas cada vez mais os moradores de Hong Kong temem que Pequim viole o acordo.

Muitos mencionam a detenção na China de livreiros de Hong Kong, a perseguição de políticos famosos e a detenção de líderes do movimento pró-democracia.

Nos protestos, as forças de segurança utilizam de forma recorrente balas de borracha e gás lacrimogêneo para dispersar a multidão. Os manifestantes respondem e jogam objetos contra os agentes.

As agressões a manifestantes no fim de julho por parte de supostos membros das chamadas tríades - grupos criminosos de origem chinesa que operam na China e em Hong Kong - deixaram 45 feridos e aumentaram ainda mais a tensão.

Na quinta-feira, as autoridades anunciaram a detenção de sete homens e uma mulher acusados de posse de explosivos.

A repressão aumenta no território. Esta semana, 44 manifestantes foram acusados por participação nos distúrbios, um crime que pode ser punido com até 10 anos de prisão.

As autoridades advertiram que os funcionários públicos, que protestaram na sexta-feira em uma iniciativa inédita para um setor conhecido por seu conservadorismo e discrição, correm o risco de demissão.

A chefe do Executivo, Carrie Lam, que suspendeu o polêmico projeto de lei, tem feito poucas aparições públicas. Os manifestantes exigem sua renúncia e uma investigação independente sobre a estratégia policial, assim como anistia para as pessoas detidas pelos protestos, a retirada total do projeto de lei e o direito de escolher seus dirigentes.

O governador de Porto Rico, Ricardo Rosselló, anunciou sua renúncia após duas semanas de protestos pelo vazamento de comentários ofensivos sobre mulheres, homossexuais e vítimas do furacão Maria. "Após escutar as críticas e falar com minha família, tomei a seguinte decisão com desprendimento: hoje lhes anuncio que renunciarei ao cargo de governador na sexta-feira, dia 2 de agosto, às 17 horas (local)", disse Rosselló em vídeo postado no Facebook.

Houve comemoração entre a multidão que protestava diante da sede de governo. "Acredito que Porto Rico continuará unido e caminhando em frente como sempre fez", declarou o governador. "Espero que esta decisão sirva como um apelo à reconciliação cidadã."

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Rosselló informou que será substituído temporariamente pela secretária de Justiça, Wanda Vázquez. Os porto-riquenhos aguardavam a notícia durante todo o dia, em meio aos rumores sobre a iminente renúncia do governador e à recomendação de um comitê de juristas de abertura de um processo de impeachment.

O presidente da Câmara dos Deputados, Johnny Méndez, havia convocado uma sessão legislativa extraordinária para esta quinta-feira, 25, para dar início ao processo de destituição do governador.

Rosselló, de 40 anos, enfrenta uma crise política em razão do chamado "Chatgate", vazamento de uma conversa na plataforma de mensagens Telegram, há duas semanas, na qual ele e outros 11 homens fizeram comentários ofensivos contra jornalistas, homossexuais e mulheres. Em um deles, um amigo de Rosselló se referiu com ironia às vítimas do furacão María, que deixou quase 3 mil mortos em Porto Rico.

No dia 10, o Ministério Público pediu a prisão de seis funcionários acusados de desviar US$ 15 milhões de fundos federais para recuperação do território após o furacão. Os protestos recentes contaram com a participação de músicos porto-riquenhos, como Ricky Martin, Bad Bunny e Daddy Yankee. Ricky Martin foi uma das pessoas ridicularizadas nas conversas do chat em razão de sua orientação sexual, que ele tornou pública em 2010. (Com agências internacionais).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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