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O prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB), saiu na manhã de hoje de uma reunião com o presidente do PT, Rui Falcão, dizendo que "pode acontecer de tudo" nas negociações para a eleição do ano que vem na capital mineira. Candidato à reeleição, Lacerda está rompido com o vice, Roberto Carvalho (PT), que trabalha pela candidatura própria, com o argumento de que os petistas não podem aceitar a presença formal do PSDB na aliança. O prefeito pediu pressa na decisão do PT sobre ficar na aliança ou lançar candidato próprio. "Vamos aguardar que a executiva municipal tome a decisão o mais rápido possível, até o fim de janeiro", disse o prefeito.

O prefeito, no entanto, reiterou a presença dos tucanos na coligação da reeleição. "Essa hipótese (de saída do PSDB da aliança) não existe. O PSDB de Minas foi convidado pelo PSB nacional para estar formalmente na aliança", disse Lacerda. O prefeito disse que o grupo de Carvalho é "minoritário" no PT de Belo Horizonte e "está muito associado a um projeto pessoal do vice-prefeito".

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Em jantar com Rui Falcão na noite de ontem, o vice Roberto Carvalho disse que vai "até o fim" na tentativa de aprovar a tese da candidatura própria para a prefeitura. A estratégia do vice-prefeito é fazer um discurso anti-tucano que mobilize a militância petista, apesar da preferência do comando nacional do PT pela manutenção da aliança com o PSB de Lacerda.

No café da manhã de hoje, Rui Falcão sugeriu que Márcio Lacerda trabalhe pela inclusão do PMDB na coligação. "O presidente Rui Falcão entende que a presença de partidos da base do governo Dilma Rousseff, como o PMDB, seria útil. Entende também que o PT tenha espaço na TV (durante a campanha), o que é legítimo", afirmou Lacerda.

Falcão levou ontem à executiva nacional do PT a proposta de que o prazo final para definição de candidaturas próprias e alianças nas capitais seja antecipado de março para janeiro, para evitar o prolongamento de impasses como o de Belo Horizonte, Recife e Fortaleza. Questionado se uma possível candidatura própria do PT na capital mineira possa atrapalhar o apoio do PSB ao PT em outras capitais, Lacerda disse que é "natural que haja consideração na estratégia a nível nacional".

Depois da reunião da executiva nacional, ontem, o diretório nacional do PT se reúne hoje em Belo Horizonte. A senadora Marta Suplicy (SP), o ex-deputado e assessor do Ministério da Defesa José Genoino e parlamentares de vários Estados chegaram hoje à capital mineira

As relações entre o PT e o PDT azedaram de vez. Um dia depois de o presidente do PT, Rui Falcão, dizer que há "aparelhamento" do Ministério do Trabalho, comandado por Carlos Lupi, o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) não escondeu o incômodo e partiu para o contra-ataque. "O PT quer tirar o Lupi a fórceps", disse ele. Presidente da Força Sindical, Paulinho, como é conhecido, lembrou que o PDT foi o primeiro partido aliado a apoiar Dilma Rousseff na disputa pela Presidência, no ano passado. Sugeriu, porém, que seu partido pode virar as costas para o PT na eleição para a Prefeitura de São Paulo, em 2012.

"Estamos a 10 meses das próximas eleições. Será que Rui Falcão já está desprezando o eventual apoio da central e do partido em São Paulo?", provocou o deputado, que pode concorrer à sucessão do prefeito Gilberto Kassab, numa referência à candidatura do ministro da Educação, Fernando Haddad. Na entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, publicada hoje, Falcão disse que não deveria haver representação das centrais sindicais nas delegacias regionais do Trabalho. Foi mais longe: criticou a concessão de cartas sindicais "sem critério" e defendeu o fim do imposto sindical.

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Nos últimos dias, o Ministério dirigido por Lupi - que é presidente licenciado do PDT - foi alvo de denúncias envolvendo pagamento de propina para obtenção de registros sindicais. "O presidente do PT, ao primeiro sinal de água, está se curvando ao denuncismo sem provas e deixando o ministro do Trabalho na chuva, e sem guarda-chuva", insistiu Paulinho.

Pelas contas de Falcão, filiados ao PDT ocupam 20 das 27 delegacias regionais do Trabalho. Disse, porém, não estar reivindicando cargo para os petistas. "Mesmo que fosse o PT no Ministério não deveria haver uma ocupação partidarizada das delegacias do Trabalho, nem pelo partido nem pela CUT, e muito menos essa política de proliferação de cartas sindicais", argumentou Falcão.

Furioso, o presidente da Força Sindical afirmou que foi o PT quem montou uma república de sindicalistas na Esplanada. "Nas gestões dos ministros Jaques Wagner, Berzoini e Marinho todas as secretarias e diretorias do Ministério do Trabalho eram ocupadas por sindicalistas e economistas da CUT", insistiu Paulinho. Wagner (hoje governador da Bahia), Marinho (prefeito de São Bernardo do Campo) e Berzoini, atualmente deputado, foram ministros do Trabalho no governo Lula. Na tentativa de rebater acusações de que o PDT adota uma política de "porteira fechada" no Trabalho, controlando todos os cargos, Paulinho fez questão de destacar que a Secretaria de Economia Solidária é ocupada pelo petista Paul Singer.

Em silêncio, o governador Eduardo Campos avançou sobre o eleitorado do PT em Recife. Apesar do PT comandar a prefeitura da capital pernambucana e ter um senador da República, é visível o processo de enfraquecimento da legenda.

Os conflitos internos entre João Paulo e João da Costa, a dependência irracional ao capital eleitoral do ex-presidente Lula, a não valorização do capital eleitoral de João Paulo e o desejo de apresentar candidato ao governo de Pernambuco em 2014 possibilitaram a perda de força eleitoral do PT em Recife.

Políticos precisam pensar estrategicamente. Alguns acreditam que assim pensam. Outros desconsideram a estratégia e permite que o senso comum e a intuição os guiem. A perda de força do PT, apesar de não ser visível para alguns, mostra que o PT errou sucessivamente após a aliança com Eduardo Campos e, claro, logo em seguida a eleição de João da Costa.

A administração do PT em Recife não é bem avaliada. Entretanto, mais uma vez friso: João da Costa é, neste instante, o melhor candidato do PT. Estratégias emocionais e de gestão caso sejam utilizadas poderão possibilitar o sucesso eleitoral de João da Costa. Mesmo diante desta possibilidade, o PT não confirma a candidatura de João da Costa – erro estratégico.  

Em Recife, a administração do governador Eduardo Campos é muito bem avaliada. Com intenção ou sem intenção, Eduardo Campos conseguiu anular, provisoriamente ou não, a força eleitoral de João Paulo, já que este optou por permanecer no PT. Eduardo Campos, em um curto intervalo de tempo, anunciou várias obras viárias, além de um parque, na cidade do Recife.

O governador Eduardo Campos sabe que dificilmente será candidato a vice-presidente numa chapa com Dilma. Ele sabe também que a sua candidatura a presidente será minada, lentamente, pelo PT nacional. Além disto, o governador Eduardo Campos tem ciência de que Fernando Bezerra Coelho (FBC) tornar-se-á com o seu apoio um candidato competitivo. Então, indago: por que Eduardo Campos precisa apoiar o PT em Recife?

Desconfio que a possibilidade existe, embora pareça sonho. Mas Daniel Coelho e Silvio Costa Filho são opções eleitorais do governador Eduardo Campos. Ambos podem vir a integrar a chapa de FBC. A ida de um ou outro para a chapa de FBC pavimenta, em parte, a manutenção do governo de Pernambuco em 2014 por parte do PSB.

Algum sábio dirá: Eduardo Campos faz parte do campo político do ex-presidente Lula. Sim, admirável sabedoria. Mas, Eduardo, de modo estratégico, poderá dizer a Lula: “Diante das condições atuais, é mais adequado que a Frente Popular tenha dois candidatos a prefeito do Recife. No caso, João da Costa e FBC. Com isto, mantemos a prefeitura em nosso controle”. O que Lula irá dizer? “Argumento plausível governador”.

Enfim: qual é a razão de Eduardo Campos apoiar o PT em Recife?

O PT e o PMDB anunciaram uma aliança para concorrer à Prefeitura do Rio de Janeiro em 2012. Segundo o acordo, o atual prefeito, Eduardo Paes (PMDB), vai disputar a reeleição tendo como candidato a vice o vereador petista Adilson Pires. Na atual gestão, Paes tem como vice Carlos Alberto Muniz (PMDB). A oficialização da aliança, porém, deve ocorrer apenas em junho.

Durante a reunião promovida ontem pelo diretório municipal do PT no Rio para anunciar a aliança, porém, o acordo foi questionado pelo deputado federal Alessandro Molon, candidato do PT à prefeitura em 2008. "O PMDB quer usar o PT como burro de carga, como ferramenta para manter o poder. O PT não vai ter nenhuma participação nas decisões e não pode se submeter a isso", diz Molon, que pretende mobilizar militantes contra a aliança. "Muita água ainda vai rolar, não há nenhuma garantia de que essa aliança realmente será firmada".

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Em 2008, PMDB e PT também cogitaram uma aliança, que teria Molon como cabeça de chapa e o presidente estadual do PMDB, Jorge Picciani, como candidato a vice. Mas o PMDB acabou lançando Eduardo Paes, que venceu. "Molon tem direito de questionar e discutir isso, mas não acredito que consiga reverter essa posição do partido, porque a posição dele é solitária", afirma o deputado estadual Gilberto Palmares (PT-RJ). "A concretização da aliança depende de duas outras coisas: da flexibilidade do PMDB para incluir propostas do PT em seu programa de governo e de acordos em outros municípios", disse.

"Caso a aliança seja feita, será a primeira vez desde que as eleições municipais voltaram a ser promovidas, em 1985, que o PT não terá candidato próprio no Rio. Então, em outros municípios, como São Gonçalo, os candidatos petistas devem ser apoiados pelo PMDB", disse Palmares, ele mesmo pré-candidato a prefeito na cidade da região metropolitana do Rio.

O presidente do Diretório Estadual do PT de São Paulo, Edinho Silva, disse hoje que a estratégia do seu partido é fechar um amplo leque de alianças nas eleições municipais de 2012. Apesar disso, salientou que há um respeito pelos nomes que já estão sendo colocados pelos partidos que compõem a base aliada do governo da presidente Dilma Rousseff, citando especificamente o PMDB, que vem apostando suas fichas no deputado federal Gabriel Chalita.

Ao falar do peemedebista, Edinho destacou: "Há um esforço de aproximação com o PMDB em todo o Estado, mas respeitamos a decisão (dessa sigla). Além disso, a presidente Dilma já disse que considera Chalita uma importante liderança." Mesmo com a afirmativa, lideranças do PT e do PMDB discutem, nos bastidores, a possibilidade das duas siglas se unirem em torno de uma chapa única no pleito do ano que vem, em São Paulo.

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O líder do PT na Câmara dos Deputados, Paulo Teixeira (SP), disse hoje acreditar que o novo marco regulatório para as comunicações, atualmente em discussão no Ministério das Comunicações, deve ser enviado ao Congresso Nacional no primeiro semestre de 2012. Teixeira lembrou que o governo pretende, até o fim do ano, lançar uma consulta pública para discutir os principais pontos do projeto.

"A discussão em torno do marco regulatório é uma demanda dentro do PT", afirmou, ressalvando que a sigla é contrária à regulação do conteúdo produzido pela mídia. O debate no partido, segundo ele, tem como objetivo regulamentar a Constituição. Teixeira disse esperar que o governo estabeleça até o fim do ano um prazo para o encerramento da consulta pública.

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O deputado fez as declarações durante o seminário "Por um Novo Marco Regulatório para as Comunicações", promovido na capital paulista pela direção nacional do PT. Os dirigentes da sigla se reuniram para discutir temas como monopólio no setor das comunicações, proibição de propriedades cruzadas, produção regionalizada de conteúdo informativo e o advento das novas mídias.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva gravou, na sexta-feira, participação no programa partidário do PT, que será veiculado em cadeia nacional no mês de dezembro. A gravação foi feita na residência do petista, na região central de São Bernardo do Campo (SP), onde se recupera da primeira sessão de quimioterapia a que foi submetido no combate contra um câncer na laringe.

A presença do ex-presidente na propaganda partidária ainda era dada como incerta no início da semana passada, em decorrência dos primeiros efeitos colaterais do tratamento contra a doença. O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), relatou na sexta-feira, após visita ao petista, que o tratamento médico gerou efeitos tanto no ânimo como no paladar do ex-presidente. A próxima sessão de quimioterapia a que o petista será submetido está programada para o início da próxima semana.

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A agenda pública do ex-presidente foi cancelada, mas ainda há a expectativa de que ele participe, na quarta-feira, de um encontro com empresários brasileiros na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na capital paulista. O evento é organizado pelo Instituto Lula e visa a estimular os empresários brasileiro a investir na África.

No encontro, são esperadas ainda as presenças de embaixadores de países africanos, membros de organismos internacionais, técnicos e acadêmicos. A presença do petista dependerá de seu estado de saúde. Na última semana, o embaixador brasileiro Mauro Vieira representou o ex-presidente na entrega do Prêmio Africare, em Washington, nos Estados Unidos. As viagens tanto nacionais como internacionais do ex-presidente foram suspensas até o final de janeiro de 2012.

Discursando para uma plateia de centenas de militantes no 2º Congresso da Juventude do PT, em Brasília, o ex-ministro da Casa Civil, deputado cassado e réu no processo do mensalão José Dirceu criticou o que chamou de "luta moralista contra a corrupção". Ele foi homenageado pelos organizadores com uma camiseta em que aparece sua imagem, a frase "contra o golpe das elites" e a palavra "inocente". O julgamento do processo do mensalão pode acontecer no próximo ano.

Para criticar os movimentos que tem cobrado combate à corrupção, o ex-ministro afirmou que ações semelhantes levaram às eleições de Jânio Quadros e Fernando Collor para a presidência da República. "Nossa luta tem que remontar o passado. Nas duas vezes em que houve lutas moralistas contra a corrupção deu no Jânio e no Collor, um renunciou e o outro sofreu impeachment".

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Para ele, a intenção das denúncias é somente atacar o governo. "Nesse momento o que pretende construir é isso, a pretexto de combater a corrupção". Na visão de Dirceu, a pressão que é feita sobre os ministros não é a mesma em relação a escândalos em São Paulo, onde o PSDB está a frente da administração. "Quando dizem que tem de responsabilizar o ministro e o partido por problemas no ministério, então tem que se responsabilizar o PSDB, o Geraldo Alckmin e o José Serra pelo escândalo das emendas em São Paulo".

Logo no início de sua exposição, de cerca de 30 minutos, Dirceu falou do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está em tratamento de um câncer na laringe. "Vamos enviar energia e força para o companheiro Lula para que ele saiba que estamos ao lado dele e ele está conosco".

O ex-ministro valorizou as ações do governo Dilma Rousseff como a aprovação da Comissão da Verdade e do fim do sigilo eterno de documentos, mas destacou que é preciso avançar nas áreas de transporte público, cultura e educação. "Enquanto professores e professoras ganharem R$ 1,2 mil de salário, alguma coisa está muito errada no Brasil". Segundo ele, as eleições ganhas pelo PT foram "sem o apoio das elites e dos meios de comunicação". Afirmou que cabe ao PT discutir a regulamentação da mídia e as reformas políticas e tributárias. Disse ainda que os que reclamam da política de alianças do governo precisam trabalhar para fortalecer os partidos de esquerda no país.

Já no fim de sua fala, Dirceu fez questão de mencionar o ex-ministro do Esporte Orlando Silva, que deixou a função em meio a denúncias de desvios de recursos na pasta. Enviou uma mensagem de "ânimo, força e afeto" ao ex-ministro que, na visão de Dirceu, representava muito bem a juventude no governo.

Após o discurso, o secretário nacional da juventude do PT, Valdemir Pascoal, entregou a Dirceu a camiseta em apoio a ele. "Não aceitamos golpe. A juventude do PT está aqui para dizer que é tudo mentira", disse Pascoal referindo-se as denúncias contra o ex-ministro.

Em mais um movimento para retomar o controle do governo, abalado pela maior crise desde que tomou posse, o governador Agnelo Queiroz ampliou o espaço do PT ligado ao ex-ministro José Dirceu na equipe e designou o sindicalista Jacques Pena para a Presidência do Banco de Brasília (BRB). Petista de carteirinha, egresso do Banco do Brasil, ele vai tomar conta da chave do cofre do governo, cujo orçamento, de cerca de R$ 25 bilhões anuais, é todo centralizado no banco.

Principal provedor de serviços bancários da administração direta e das empresas públicas do DF, o BRB centraliza ainda o recebimento de todos os impostos, multas e taxas locais, como IPTU e IPVA. Mais da metade do orçamento do governo circula pelas contas dos 250 mil servidores ativos e inativos do GDF.

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Pena é ligado ao Construindo um Novo Brasil, corrente mais forte do partido, que tem como maior expoente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e entre seus caciques Dirceu, que comanda, em nível nacional, uma operação de socorro ao governador, alvo de denúncias de recebimento de propina quando foi ministro do Esporte (2003-2006) e diretor da Anvisa (2007-2010). Em Brasília, a corrente é comandada pelo próprio Agnelo e pelo deputado distrital Chico Vigilante.

Espécie de coringa do governo, Pena substituirá um técnico, Edmilson Gama, da Caixa Econômica Federal, que sai desgastado por resistir às tentativas de aparelhamento político do banco. A última delas foi protagonizada, em agosto, pelo policial militar João Dias, delator do esquema de propina que derrubou o ministro do Esporte, Orlando Silva.

Dias teve rejeitadas as contas de convênios, no valor de R$ 3,4 milhões, assinados com duas ONGs que ele dirige - uma federação e uma associação de kung-fu. Para saldar a dívida, cobrada pelo Ministério, o policial indicou um afilhado, Manoel Tavares, como diretor da corretora de seguros do BRB. A corretora fatura mais de R$ 400 milhões ao ano e 5% desse montante, cerca de R$ 20 milhões, são distribuídos entre dirigentes da instituição mediante critérios pouco transparentes.

Dias esperava, com isso, drenar uma fatia da comissão que corre solta pelos diretores e assim liquidar a dívida com o Ministério. Gama vetou o esquema e demitiu Tavares, que ficou apenas uma semana no cargo. O policial foi à forra e tornou público o escândalo dos convênios do programa Segundo Tempo.

Pena começou como secretário do Gabinete Civil, ponto nevrálgico do governo. Em março, foi deslocado para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico. Foco frequente de denúncias de desvio de recursos para financiamento de campanhas eleitorais, o BRB foi alvo de auditorias do Banco Central e esteve a um passo de ser vendido ao Banco do Brasil no governo José Roberto Arruda (ex-DEM), afastado e preso em 2010, durante a operação Caixa de Pandora.

Recentemente o banco recuperou-se e registrou lucro nos últimos dois semestres. Ouvido pelo Grupo Estado, Pena disse que a venda do banco está totalmente fora da agenda do atual governo e prometeu uma gestão "com os seguintes atributos: moralização, seriedade e profissionalismo, rigor técnico e competência". Prometeu ainda desenvolver um trabalho livre de ingerências políticas e sanar os esquemas que sangraram as finanças do banco nos governos anteriores.

A blindagem do governador tem o aval do Palácio do Planalto e envolvimento direto da cúpula do PT. Na quinta-feira, a Comissão Executiva Nacional do partido divulgou resolução convocando a militância a se engajar na defesa de Agnelo. Em nota, o partido explica que Brasília foi alvo de esquemas de corrupção e que Agnelo é vítima da retaliações. "Os operadores e beneficiários desta corrupção sistêmica são os responsáveis pela campanha difamatória contra o governador, nosso governo e nosso Partido", enfatiza. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O PSDB reagiu hoje às ironias contidas na resolução da Executiva do PT ao lema proposto pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Para o comando tucano, o PT está "desesperado" e a autoridade da presidente Dilma Rousseff está "em xeque" diante dos casos de corrupção.

Na quinta-feira, a direção petista ironizou a sugestão do ex-presidente para que o PSDB adote como bandeira o lema "Yes, we care" ("Sim, nós nos preocupamos"), numa adaptação de "Yes, we can" ("Sim, nós podemos"), usado na campanha de Barack Obama à Presidência dos EUA, em 2008.

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"Enquanto a oposição conservadora macaqueia em seminários um slogan americano, imaginando assim aproximar-se do povo, o governo vem mantendo a iniciativa das ações dando prioridade à garantia de continuidade das conquistas econômicas e sociais do povo brasileiro", disse a resolução da Executiva petista.

O texto afirma, ainda, que foi "igualmente frustrada" a tentativa dos adversários de "gerar crises" no âmbito dos ministérios e na base de sustentação do governo no Congresso.

Em nota divulgada ontem, o presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra, disse que "apesar dos ataques despropositados do PT, o PSDB vai cumprir o seu papel de fazer uma Oposição que o Brasil espera. Não vamos abrir mão de desenvolver abordagens e estudos sobre o quadro atual do País e do mundo."

Segundo a direção tucana, "o desequilíbrio e destempero do PT, aprisionado em um ambiente negativo, que já provocou a saída de seis ministros de Estado" demonstraria que não são apenas as denúncias da Oposição e da imprensa, mas "sim os fatos que estão deixando o governo vulnerável à corrupção e aos desmandos." Na nota, Guerra diz que o PSDB vai continuar fazendo oposição e que espera que o PT e o governo sejam capazes de responder às denúncias que atingem o Governo de Brasília, com uma perturbadora onda de corrupção.

O presidente nacional do PT, deputado estadual Rui Falcão, negou hoje que a candidatura do ministro da Educação, Fernando Haddad, para a Prefeitura de São Paulo tenha sido fruto da imposição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Lula nunca impôs sua vontade no PT, ele expressa a sua opinião", disse o dirigente, reconhecendo, contudo, que a opinião de Lula "tem um peso muito grande", mas não foi o fator determinante na escolha de Haddad. Segundo Falcão, a escolha é resultado de um consenso interno.

"Diferente de outros partidos que escolhem seus candidatos numa mesa de restaurante, o PT sempre foi reconhecido como partido que escolhe seus candidatos pela via democrática, seja como se deu aqui (por acordo), seja nos encontros de delegados ou em prévias, como já tivemos, sem que isso representasse fracionamento do PT", completou.

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Após o anúncio da escolha da candidatura de Haddad, Falcão reforçou o peso da militância na decisão. Ele lembrou que os cinco pré-candidatos - os senadores Marta e Eduardo Suplicy, os deputados federais Jilmar Tatto e Carlos Zarattini, além de Haddad - participaram de plenárias em 33 regiões da cidade. "O peso do Lula foi significativo na escolha, mas também foi significativa a manifestação da militância nas 33 plenárias na capital", disse.

Após o processo que se estendeu ao longo do segundo semestre desse ano, o dirigente petista afirmou que a legenda saiu da seleção mais forte e unido. "Nós temos unidade e os outros partidos ainda discutem data de prévia e se vão se coligar. Essa é a diferença do PT", disse Falcão, em clara referência ao PSDB, que ainda tem quatro pré-candidatos, não definiu data das primárias e nem confirmou se fará aliança com o PSD do prefeito Gilberto Kassab.

Perguntado sobre a inexperiência de Haddad em disputas eleitorais, Falcão lembrou que a presidente Dilma Rousseff também era inexperiente nas urnas quando foi eleita. "Experiência nas urnas se adquire quando você se candidata. A companheira Dilma nunca havia sido candidata e se revelou uma excelente candidata", disse.

Ao final do anúncio, o candidato petista afirmou que as prioridades de sua campanha serão as áreas de transporte e educação, setores que foram destaque na gestão de Marta Suplicy (PT). "Foram bandeiras importantes da gestão Marta que precisamos resgatar", justificou.

O PT ironizou hoje a sugestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para que o PSDB adote como bandeira o lema "Yes, we care" ("Sim, nós nos preocupamos"), numa adaptação de "Yes, we can" ("Sim, nós podemos"), usado na campanha de Barack Obama à Presidência dos EUA, em 2008. "Enquanto a oposição conservadora macaqueia em seminários um slogan americano, imaginando assim aproximar-se do povo, o governo vem mantendo a iniciativa das ações dando prioridade à garantia de continuidade das conquistas econômicas e sociais do povo brasileiro", diz a resolução da Executiva petista. O texto afirma, ainda, que foi "igualmente frustrada" a tentativa dos adversários de "gerar crises" no âmbito dos ministérios e na base de sustentação do governo no Congresso.

O diretório municipal do PT em Belo Horizonte promoveu na noite de hoje um ato em protesto contra as demissões de 17 integrantes do partido que trabalhavam com o vice-prefeito e presidente da legenda na capital, Roberto Carvalho. O grupo de assessores foi demitido na sexta-feira (4), por determinação do prefeito Marcio Lacerda (PSB), transformando em guerra aberta a disputa que há entre os dois em torno da eleição municipal de 2012.

Lacerda será candidato à reeleição e quer a participação do PT em uma aliança que contará também com a presença do PSDB, a exemplo do que ocorreu em 2008. Na ocasião, o socialista foi eleito com apoio do então prefeito e atual ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, e do ex-governador e hoje senador Aécio Neves (PSDB-MG).

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Carvalho é contrário à aliança com os tucanos e defende uma candidatura exclusiva de partidos da base aliada da presidente Dilma Rousseff, mas a própria direção estadual do PT manteve silêncio sobre as demissões. O partido também pretende enviar a Lacerda uma solicitação para readmissão dos funcionários demitidos, todos integrantes do PT.

"O ato é em defesa do PT, em solidariedade aos companheiros demitidos e em defesa do diálogo", disse Carvalho. "Queremos uma aliança dos partidos da base da presidente e não excluímos o PSB. Mas não aceitamos o PSDB e, se o PSB optar por manter a aliança, é uma decisão deles", acrescentou.

Sob fogos de artifício e prestigiado por "estrelas" petistas, como o ex-ministro José Dirceu e o deputado Rui Falcão, presidente nacional do partido, o governador Agnelo Queiroz (PT) comemorou ontem, numa churrascaria, seu aniversário de 53 anos. O evento, que teve a presença de dirigentes de 14 partidos da base aliada, serviu de desagravo a Agnelo, alvo de pedidos de impeachment e abertura de CPIs por denúncias de corrupção e desvio de dinheiro público.

Mais de mil militantes compareceram à festa, que se prolongou até altas horas e abarrotou o salão, com capacidade para 600 pessoas. Embora o cardápio fosse churrasco com arroz, os cartazes sugeriam pizza. Houve saudações do presidente da Câmara Distrital, deputado Cabo Patrício (PT), com faixas de "parabéns, companheiro". À tarde, a Casa havia arquivado dois pedidos de abertura de CPI e até a convocação de testemunhas para depor.

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Agnelo, que foi ministro do Esporte de 2003 a 2006, é acusado de envolvimento em irregularidades do Programa Segundo Tempo que derrubaram o ministro Orlando Silva e de receber propina de uma indústria farmacêutica quando foi diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), de 2007 a 2010. O lobista Daniel Tavares entregou à Polícia Federal (PF) o extrato de um depósito de R$ 5 mil na conta do governador e um áudio em que confessa que entregava propina regularmente a Agnelo.

Para Dirceu, foi tudo armação da oposição e a crise está superada, após o recuo do lobista, que disse ter sido subornado para denunciar Agnelo. "Que crise?", indagou o ex-ministro, réu no processo do escândalo do mensalão petista, que corre no Supremo Tribunal Federal (STF). "É denúncia vazia, desmoralizada, de um denunciante que voltou atrás", enfatizou. Para ele, governo do DF retornou aos trilhos. "Era tudo uma patacoada de derrotados".

O público retribuiu o apoio do ex-ministro com o brado que mais o agrada: "Dirceu/ guerreiro/ do povo brasileiro". Para agradar Agnelo, os militantes, na falta de uma rima original, apelaram para um jingle da seleção brasileira: "A copa do mundo é nossa/ Com o Agnelo/ Não há quem possa!".

Oradores se revezaram em discursos triunfalistas. "Acabou seu inferno astral, companheiro", bradou o deputado Chico Vigilante (PT), líder da tropa de choque que blinda o governador na Câmara Distrital. Rui Falcão lembrou que sua presença simbolizava "a solidariedade integral do PT do Brasil inteiro" a Agnelo. "Não nos acuarão com calúnias e mentiras torpes. Eles nos atacam de forma covarde, protegidos pelo anonimato. Você age à luz do dia, de forma transparente", disse o dirigente petista.

Animado, Agnelo comparou-se a Juscelino Kubitschek que, conforme destacou, também foi alvo de calúnias e difamações. "Isso nada mais é que uma mentira da UDN do passado, repetida pela direita do presente", afirmou. "Acham que destruindo a imagem das pessoas, nivelam todos por baixo e assim podem voltar ao poder. Mas nesse caso, foi desmascarada a testemunha comprada".

O governador começou o discurso saudando o vice, Tadeu Filipelli (PMDB), o maior beneficiário de uma eventual derrocada do titular. E reafirmou seu compromisso com uma mudança radical no modo de governar Brasília. "Hoje a cidade está em outro patamar, tem uma agenda positiva com a Copa e os grandes eventos que ocorrerão nos próximos cinco anos", disse. "Tudo dentro da legalidade, ética e compromisso público."

Ele afirmou ainda que, em dez meses de governo, não houve um só escândalo ou denúncia contra seu governo, insinuando que os problemas com a Justiça são coisa do passado. O que ocorre agora seria fruto de revanche sórdida da oposição de extrema direita. "O nosso rigor em investigar as maracutaias do passado incomoda. Daí os ataques para desestabilizar o governo. Não vamos abrir mão um milímetro do caminho que adotamos para a cidade", afirmou.

O ministro da Educação, Fernando Haddad (PT), disse que irá manter negociações para tentar evitar as prévias do partido para a escolha de um nome único para a Prefeitura de São Paulo. O primeiro turno das prévias está marcado para o próximo dia 27. "Vamos continuar com o diálogo aberto com todos os pré-candidatos", afirmou Haddad, o favorito para a disputa ao cargo pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

No evento do PT, realizado hoje na região de Guaianases, na zona Leste da cidade, Haddad recebeu o apoio do senador Eduardo Suplicy, que desistiu da disputa.

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Durante discurso, Haddad prometeu incorporar propostas dos demais candidatos do PT que desistirem da pré-candidatura. A inclusão da "renda mínima", de Suplicy, garantiu o apoio do senador, como havia sido negociado na noite de sábado.

O deputado Jilmar Tatto, um dos pré-candidatos, avaliou que a desistência de Suplicy à pré-candidatura fortalece a candidatura dele próprio. Tatto acredita que, por militar há bastante tempo em São Paulo, sua candidatura vai incorporar apoio tanto de Marta Suplicy (que desistiu da disputa a pedido da presidente Dilma Rousseff), quanto de Eduardo Suplicy.

Tatto avaliou que a saída de Suplicy da disputa representa a realização do desejo do ex-presidente Lula, de o PT apresentar um nome novo para eleição de São Paulo. "Agora é uma disputa entre iguais".

O deputado Carlos Zarattini, o terceiro pré-candidato do PT ao cargo, avaliou que a desistência de Suplicy era natural devido à proximidade com Haddad. Segundo ele, a decisão do senador diminui a chance de segundo turno dentro nas prévias. "Quanto mais candidatos, mais as prévias são fortalecidas", afirmou.

O ministro da Educação, Fernando Haddad, e os deputados federais Carlos Zarattini e Jilmar Tatto mantiveram seus nomes como pré-candidatos para a Prefeitura de São Paulo pelo PT. O senador Eduardo Suplicy anunciou a desistência dele e o apoio a Haddad, o preferido do ex-presidente Lula à corrida eleitoral do ano que vem para o cargo.

Pouco antes de ter anunciado oficialmente a desistência durante debates promovidos pelo partido, Suplicy sinalizou que queria surpreender os mais de mil militantes presentes no evento. "Vocês vão ter uma surpresa", disse, antes do discurso. Muitos acreditavam que ele manteria o nome na votação marcada pelo partido para o dia 27, já que do encontro de hoje não saiu um nome único para a disputa. "A partir de hoje me incorporo na campanha do ministro Haddad", afirmou, no final do seu discurso. "Espero contribuir para levá-lo a vitória".

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Suplicy contou à reportagem da Agência Estado que sua desistência foi selada no final da noite de ontem, quando ele ligou para o deputado Paulo Teixeira e pediu que ele intermediasse um acordo. Suplicy renunciaria e apoiaria Haddad se este incorporasse sua principal bandeira, que é o programa "renda mínima". Segundo Suplicy, ele recebeu, por volta das 23h30 de ontem, a ligação de Teixeira confirmando que Haddad havia aceitado o pedido.

O senador contou que foi convencido a desistir da disputa por militantes. "Recebi dezenas de e-mails e mensagens de aliados defendendo o meu trabalho no Senado e pedindo que eu não deixasse o cargo."

O ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou hoje que vai procurar a senadora Marta Suplicy para discutir o engajamento da parlamentar em sua pré-campanha para a Prefeitura de São Paulo. "Vou procurar pessoalmente a senadora nos próximos dias, em São Paulo ou em Brasília. Todos estamos entendendo o sinal que ela deu. Como ela tem relação com os quatro (pré-candidatos), a senadora manifestou o desejo de apoiar qualquer um do partido", afirmou o ministro. Na quinta-feira, Marta Suplicy desistiu de sua pré-candidatura, ao atender pedidos da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Durante almoço realizado em um restaurante na região central de São Paulo, Haddad recebeu manifestações de apoio de deputados federais e estaduais aliados da senadora. O ministro informou que selará amanhã, em Guaianazes, sua pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo pelo PT, durante a última caravana zonal para discutir as propostas que o partido defenderá em 2012. De acordo com o deputado federal Vicente Cândido, que coordena a pré-campanha do ministro, Haddad já conseguiu até o momento 16,5 mil assinaturas para validar sua candidatura. Pelas regras do partido, são necessárias pouco mais de 3 mil assinaturas para a validação de um nome para as prévias.

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Ao comentar sobre se o apoio de aliados de Marta ao seu nome evitaria as prévias no PT, Haddad disse não trabalhar com essa hipótese, devido ao grande número de pré-candidatos, mas afirmou que pretende deixar um canal aberto para um entendimento dentro do partido. O almoço de hoje contou com as presenças dos deputados estaduais Antônio Mentor, João Antônio, Donizete Braga e Luiz Claudio Marcolino, além dos deputados federais Cândido Vaccarezza, José Mentor e Vicente Cândido.

O ex-ministro e deputado cassado José Dirceu acredita que a senadora Marta Suplicy (SP) terá participação fundamental na campanha do PT à Prefeitura de São Paulo. "O importante não é ela ter desistido. O importante é que ela é fundamental para nós vencermos as eleições", disse Dirceu, ao ser questionado sobre a retirada da pré-candidatura da senadora e ex-prefeita, anunciada anteontem.

O ex-ministro foi uma das principais lideranças do PT a defender uma "saída honrosa" para Marta deixar a disputa interna do partido. Publicamente e em conversas reservadas, Dirceu vinha dizendo que a participação da senadora da campanha será fundamental em 2012 e que sua saída das prévias não poderia ser traumática.

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Na noite de quinta-feira, ao lançar o livro Tempos de Planície em Fortaleza, Dirceu expôs o mesmo raciocínio. "Com o apoio dela, seguramente o PT vai vencer as eleições e vai voltar a governar São Paulo", afirmou. Ele disse acreditar que, com a desistência de Marta, o ministro Fernando Haddad (Educação) "será o candidato" petista à Prefeitura. "A tendência é que ele seja apoiado por uma ampla maioria do partido. Eu acredito que ele será o candidato."

Choro

Dirceu também disse estar convencido de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá condições de saúde para participar da campanha eleitoral de 2012. Dirceu acredita que Lula já estará comandando as articulações na Semana Santa de 2012.

"Ele está muito otimista, com muita energia, e vai continuar, como sempre esteve, na liderança do PT e das eleições. Ele (Lula) vai superar esse câncer. O tratamento está sob controle", disse Dirceu. Ele contou que estava em Fernando de Noronha quando recebeu a notícia do tumor de Lula e que se emocionou. "Eu realmente não consegui controlar a emoção e a melancolia." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) afirmou hoje que não tem motivos para retirar sua pré-candidatura à prefeitura de São Paulo e que não acredita num possível apelo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que desista de concorrer nas prévias internas do PT, a exemplo do que teria feito com a senadora Marta Suplicy (PT-SP). Suplicy disse não saber se Marta, sua ex-mulher, com quem conversou no domingo, atendeu ao pedido de Lula, transmitido pela presidente Dilma Rousseff.

O senador disse que tem rezado pela recuperação da saúde de Lula, mas que a enfermidade do ex-presidente não deve refletir no compromisso com os filiados que apoiam seu nome para a prefeitura de São Paulo. "Tenho o maior carinho e respeito pelo Lula. Ainda hoje fiz um pronunciamento dizendo das minhas orações, acendi vela para ele no altar de Nossa Senhora Aparecida, na igreja de São José, no domingo, onde fui à missa", afirmou.

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A favor de sua candidatura à sucessão do prefeito Gilberto Kassab, ele lembrou que, nos 31 anos e 8 meses de existência do PT, foi no partido quem obteve maior quantidade de votos, na capital e no Estado. "Disputando com um grande número de candidatos, tive 51,37% em 2006, na minha última eleição, no município de São Paulo, e de 48% no Estado", lembrou. "Tenho confiança de que, se for candidato, terei um apoio muito significativo".

Suplicy disse que o ex-presidente Lula conversou com três outros pré-candidatos defendendo o nome de seu favorito, o ministro da Educação, Fernando Haddad, mas que não fez o mesmo com ele, por conhecer sua decisão de antemão. Como exemplo, citou o que ocorreu no ano 2000, quando anunciou que era candidato e que, em vez de repreendê-lo, Lula o aconselhou a seguir adiante, em respeito a "tudo o que ele fez na vida e pelos méritos que tem".

A entrada do Partido Comunista do Brasil (PC do B) no século 21 foi marcada pela contradição, a palavra preferida de seus dirigentes quando se referem ao capitalismo, segundo eles "agonizante", ao jogo de poder e aos parceiros das alianças que o levaram para o governo e até lhe reservaram um ministério, o do Esporte. Ministério que na última semana foi alvo de denúncias de irregularidades na distribuição de verbas, aparelhamento por parte de entidades de seu círculo íntimo e supostas cobranças de propinas.

Nesse processo de contradição política e ideológica, ao mesmo tempo em que o PC do B mantinha em seu estatuto a doutrina marxista-leninista (artigo 1.º) como princípio de tudo, adaptava-se rápida e facilmente aos tempos da social-democracia do PT. A mesma social-democracia que usa o "welfare state" (Estado do bem-estar social), sistema criado nos países escandinavos justamente para brecar o avanço das revoluções comunistas.

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O estatuto do PC do B mostra que o partido dá importância vital à ocupação dos cargos públicos, o que pode servir de explicação para o aparelhamento dos órgãos que ocupa. Diz o artigo 59.º do documento que os cargos eletivos ou comissionados dos governos dos quais a legenda participe constituem "importante frente de trabalho e está a serviço do projeto político partidário, segundo norma própria do Comitê Central". Os mandatos eletivos alcançados pela legenda do PC do B pertencem ao coletivo partidário soberanamente.

Entre os deveres dos militantes do PC do B, está a obrigatoriedade de destinar, pelo menos, 1% do salário mensal ao partido. Os que detêm cargos eletivos ou em comissão pagam contribuições especiais a serem especificadas pelos órgãos partidários. Embora o PC do B não revele o montante, há a informação de que, nesses casos, pode chegar a 40% do salário.

Ainda na clandestinidade, no fim dos anos 70 e início dos 80, o PC do B atuou dentro do MDB e PMDB, na ala denominada "Movimento Popular".

Depois da redemocratização, tornou-se um parceiro avançado de Luiz Inácio Lula da Silva, tanto nas derrotas quanto nas vitórias do ex-presidente, sempre numa aliança de "apoio crítico". Na base da coligação nas eleições proporcionais - ora com o PMDB, ora com o PT e outras legendas de centro-esquerda -, triplicou sua bancada de deputados desde 1985, ano do registro definitivo do partido.

Hoje o PC do B diz ter 14 deputados federais, 18 estaduais, 2 senadores, 42 prefeitos, 66 vice-prefeitos e 608 vereadores. Números modestos para a força que o partido adquiriu no governo de Lula e, depois, no de Dilma Rousseff, se comparados aos de outras legendas aliadas.

No governo Lula, o PC do B lutou pelo Ministério da Defesa, mas ganhou o do Esporte e a Agência Nacional do Petróleo (ANP). Na gestão Dilma, obteve a Embratur, entregue ao ex-deputado Flávio Dino (MA).

Juventude

Embora tenha 89 anos - fundado em 1922, passou por um racha com a ala de Luiz Carlos Prestes e tem a idade contestada pelo PPS, sucedâneo do PCB - e carregue uma história marcada por tragédias, mortes e massacres, o PC do B exerce forte atração na juventude, por causa da máquina partidária que conta com o aparelhamento da UNE, nas universidades, e células que atuam principalmente entre os operários.

Em 2001, o PC do B tinha 33.948 militantes filiados; em 2005, 69.638; e em 2009, data da última contagem e do último congresso, 102.330. O partido tem sede própria, um prédio de oito andares no centro de São Paulo. O imóvel custou R$ 3,3 milhões, comprado, segundo o partido, com verba do Fundo Partidário (em 2010, recebeu R$ 4,3 milhões; neste ano, até setembro, R$ 6,6 milhões) e com a contribuição de militantes.

Nenhum militante está dispensado de uma severa disciplina partidária. O partido é estruturado nas chamadas Organizações de Base (OBs) e todos têm tarefas, nem que seja ler e divulgar o jornal do partido, A Classe Operária, e se aprofundar no estudo do marxismo-leninismo.

As OBs devem formar-se nos locais de trabalho, moradia ou escolas. O partido adota o centralismo democrático leninista. De acordo com o estatuto, "o partido age como um todo uno, sob o primado de uma disciplina livre e conscientemente assumida. A unidade é a força do partido" (capítulo 5.º do estatuto). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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