Quem já não ouviu falar da “Alma das Organizações”? Para Javier Fernandez, escritor que trabalha com este tema, quando se trata de gestão de pessoas nas empresas é preciso considerar o modelo antropológico, isto quer dizer, a realidade das empresas deve ser analisada como se analisa as pessoas, ou seja, considerar o seu aspecto intangível, pois entende-se que “o essencial é invisível aos olhos” (Saint-Exupêry). Com base no pensamento do Javier, abordaremos sobre este assunto neste breve artigo.
Mas antes, é preciso também aprender o que é essencial. Primeiro, saber diferenciar o essencial do que é fundamental, como destaca o filósofo Mário Sérgio Cortella: "Muitas pessoas confundem o essencial com o fundamental. O essencial é aquilo que dá sentido à Vida: amorosidade, amizade, fraternidade, lealdade, vitalidade etc.; por sua vez, o fundamental é o que nos ajuda a chegar ao essencial: trabalho, ciência, técnica, ferramentas, bens materiais, dinheiro etc” (veja mais sobre este assunto em: https://www.youtube.com/ watch?v=v7taUR-nWUI)
Vivemos, portanto, quer seja no trabalho ou em qualquer outra esfera da vida, essencialmente na base do intangível. As nossas decisões diárias geralmente são fundamentadas no intangível. O que ocorre infelizmente é que muitas pessoas e organizações não dedicam tempo para refletir sobre o invisível, o intangível, o essencial. Provavelmente existem empresas – creio que as que verdadeiramente desenvolvem suas práticas com base na adequada gestão do conhecimento – costumam refletir sobre sua existência e seus objetivos, considerando assim sua intangibilidade, a sua alma.
Alma e Projeto Coletivo
Sim, as organizações possuem alma, assim como as pessoas. A diferença entre pessoas e organizações é que mesmo sem almas as organizações continuam a funcionar (por quanto tempo não sabemos), enquanto as pessoas quando perdem seu espírito, morrem.
Muitas empresas não atentam para sua alma, seu espírito, que é formado pelos sentimentos coletivos, desta forma não fortalecem o trabalho coletivo voluntário, e tendem a desaparecer por não ter projetos coletivos.
É preciso estar coletivamente conectados uns aos outros. Para tanto, a empresa deve oferecer aos funcionários mais do que um salário, oferecer “alma”, ou seja, um projeto coletivo para as pessoas. Alma e projeto coletivo é o que mantém uma organização viva. Pense nisso!
Nosso Convite
Para refletir um pouco mais sobre o assunto, convido você a assistir esta entrevista com Eugênio Mussak, diretor de pesquisa da ABRH-Nacional, e Fernando Ariceta, presidente da Federação Interamericana das Associações de Gestão Humana (Fidagh), que falam sobre o conceito de "alma das organizações", conceito apresentado pelo palestrante Javier Aguado, do Mindvalue Group no CONARH 2012: