O Museu do Homem do Nordeste acolheu em seu acervo, nesta quinta-feira (24), a escultura de São Brás, santo padroeiro da Igreja do Engenho São Brás, no município do Cabo de Santo Agostinho. A doação foi feita pela família Carneiro Lins e Mello, conduzida por Flávio Lins e Mello e outros representantes da família.
"Esta é uma obra que deve ser de domínio público. Escolhemos a Fundaj pela estrutura, pela capacidade de restauração e por ser uma instituição pública, que recebe escolas. A história do homem do Nordeste está aqui no Museu. A imagem será, então, devidamente apresentada à população", explica Flávio. A obra tem aproximadamente 1,2m de altura e remonta ao século XVII, esculpida em madeira por meio de técnica barroca secular.
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Inicialmente, seguirá para o Laboratório de Pesquisa, Conservação e Restauração de Documentos e Obras de Arte (Laborarte) da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), onde passará por uma análise das condições de conservação e pelos devidos procedimentos de restauração. A intenção, após todo o processo, é mantê-la em exposição permanentemente no Muhne.
O diretor de Memória, Educação, Cultura e Arte (Dimeca), Mario Helio, reforça a importância do gesto dos Carneiro Lins e Mello, que em conjunto, decidiram depositar a peça onde ela pode ser devidamente restaurada, armazenada e difundida: "A graça não tem preço. Este é um gesto com diversas camadas, em especial a inversão de poder mostrar o que era privado de forma pública".
Betty Lacerda, Coordenadora Geral de Estudos da História Brasileira (Cehibra), da Fundaj, celebra pela importância que a escultura tem como patrimônio cultural e artístico e que deve ser usufruído pela comunidade.
"É uma obra importante que vai enriquecer o acervo do Museu do Homem do Nordeste e da Fundação Joaquim Nabuco, que já tem muitas peças dessa temática do açúcar, que foi uma economia tão importante em todo o Nordeste, especialmente em Pernambuco. É uma representação da arte sacra e dessas famílias que viveram da economia açucareira", pontua Betty.
Não há registros da época em que foi esculpido, mas o item representa a arte barroca secular. A doação foi feita "com a certeza de estarem atendendo ao interesse de manutenção e efetiva apresentação da riqueza da arte barroca desenvolvida no Brasil entre os séculos XVI e XVIII", afirmam os representantes da família Carneiro Lins e Mello.
*Da assessoria