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O prédio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Brasília foi ocupado por manifestantes da União Camponesa e do Movimento Brasileiro Sem-Terra (MBST), na madrugada desta segunda-feira (22). Conforme o 3º Batalhão de Polícia Militar da capital federal, um grupo de cerca de 70 pessoas chegou ao local por volta das 3h e aproveitou um momento de distração de vigilantes para entrar no edifício. Eles chegaram à cidade em ônibus fretados.

A PM monitora a área, mas ressalta que a segurança do prédio do governo é de responsabilidade da Polícia Federal (PF). Não há registro de depredação no local. Os manifestantes alegam que querem ser recebidos por um representante do Incra para tratar da desapropriação de áreas para reforma agrária. A reportagem não havia conseguido, até às 7h30, contato com a assessoria de comunicação do Incra e nem com as entidades de trabalhadores rurais.

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A Polícia Civil em Mato Grosso informou que as nove vítimas da chacina em um assentamento em Taquaruçu do Norte, em Colniza, a 1.062 km da capital Cuiabá, foram torturadas. Corpos foram amarrados e um deles teve uma orelha cortada. O grupo foi assassinado com golpes de facão e tiros de arma calibre 12.

Segundo os investigadores, quatro homens são suspeitos de terem executado os sem-terra. Laudo dos policiais identificou as nove vítimas: Fábio Rodrigues dos Santos; Izaul Brito dos Santos; Ezequias Santos de Oliveira; Samuel Antônio da Cunha; Francisco Chaves da Silva; Valmir Rangeú do Nascimento; Aldo Aparecido Carlini; Sebastião Ferreira de Souza e Edson Alves Antunes.

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Técnicos da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) realizaram exames de necropsia anteontem e confirmaram que, das vítimas, sete são de Rondônia, uma de Mato Grosso e outra de Alagoas. O mais novo do grupo tinha 28 anos e, o mais velho, 58. Todos eles já foram enterrados.

Em nota, a Prelazia de São Félix do Araguaia lamentou a chacina e alertou para risco de novos crimes. Segundo o texto, "as famílias de agricultores da Gleba Taquaruçu vêm sofrendo violência desde o ano de 2004".

De acordo com o bispo emérito da prelazia, dom Pedro Casaldáliga, reconhecido internacionalmente por sua luta em defesa dos direitos humanos, o município já foi considerado o mais violento do País. Segundo a prelazia, na região existem outros conflitos de extrema gravidade, como o da Fazenda Magali, desde 2000, e o conflito na Gleba Terra Roxa, desde 2004.

Governo

O secretário estadual de Segurança de Mato Grosso, Roger Elizandro Jarbas, disse que é prioridade elucidar por completo a chacina. "Estamos com todas as forças de segurança na região, inclusive o helicóptero do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer) auxilia nos serviços de buscas e de investigações", disse.

As equipes especializadas das Polícias Militar e Civil trabalham conjuntamente, afirmou Jarbas. Segundo ele, hoje mais policiais serão enviados à região para ajudar nas investigações. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Cerca de 300 integrantes do Movimento Brasileiro dos Sem Terra (MBST) e da Frente Nacional de Luta (FNL) invadiram ontem o Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário, em Brasília. A Polícia Militar do Distrito Federal foi chamada. Segundo a pasta, vidros foram quebrados e armários foram depredadas durante a ocupação.

Os representantes dos movimentos sociais protestam contra o presidente em exercício Michel Temer, e reivindicam reforma agrária e políticas públicas mais sólidas para os trabalhadores do campo.

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O ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra, afirmou, em nota, que a invasão do prédio é uma agressão à sociedade brasileira. "A violência política precisa ser uma página virada na história brasileira. A invasão e os atos de vandalismo, que se seguiram provocados por movimentos ditos sociais, são agressões ao patrimônio de toda a sociedade brasileira."

Em São Paulo, cerca de 300 integrantes da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL) invadiram nesta segunda-feira, 22, a Fazenda Esmeralda, em Duartina. A propriedade pertence a João Baptista Lima Filho, ex-assessor e amigo do presidente em exercício.

A mesma área já foi invadida outras duas vezes em maio deste ano, primeiro pelo Movimento dos Sem Terra (MST), depois pela FNL. Os sem-terra afirmaram que a ocupação visava a pressionar o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para acelerar a desapropriação de áreas na região para o assentamento de famílias acampadas.

Segundo a Polícia Militar, o grupo chegou em mais de 20 carros e dois ônibus e forçou a entrada, que estava protegida por seguranças. Não houve confronto. Lima Filho, que assessorou Temer quando este era secretário da Segurança Pública em São Paulo, divide a propriedade da fazenda com a empresa de engenharia e arquitetura Argeplan, da qual também é sócio. A empresa informou que as terras são produtivas e que está tomando providências para obter a reintegração de posse. A fazenda tem 1,5 mil hectares.

Em 1º de junho, uma semana após desocupar a fazenda, o líder da FNL, José Rainha Junior, foi recebido por Temer no Palácio do Planalto, em encontro intermediado pelo deputado Paulo Pereira da Silva (Solidariedade). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Cerca de 1.000 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MTST) ocuparam na manhã deste sábado uma fazenda do governo de São Paulo em Ribeirão Preto, no interior do Estado. A fazenda é um dos 16 institutos de pesquisa paulistas cujas áreas o governador Geraldo Alckmin (PSDB) pretende vender.

Cerca de 25 cientistas e funcionários que residem na fazenda foram surpreendidos com a ocupação, que foi feita de forma pacífica. A fazenda, que tem um total de 40 funcionários, pertence ao Polo Regional Centro Leste, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

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Trata-se de um dos institutos de pesquisa mais ecléticos do Estado. Em uma área de 270 hectares, engolida pelo avanço urbano do município paulista, são desenvolvidas pesquisas de vários setores. Entre elas está uma parceria do centro com a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) para o desenvolvimento de um leite biofortificado a ser consumido por humanos, cuja pesquisa se baseia apenas na melhora da alimentação bovina.

O Polo Regional Centro Leste presta, ainda, assistência técnica a pequenos produtores e é referência em citricultura, pois é sede do único laboratório paulista para exames em plantas com cancro, uma das principais doenças dos pomares.

Segundo o projeto de lei 328/2016, encaminhado por Alckmin à Assembleia Legislativa e que prevê a venda das áreas de pesquisa, a fazenda está entre as que são "inservíveis ou de pouca serventia" para o governo do Estado. A tramitação do projeto de lei está parada na Assembleia Legislativa por conta de uma liminar emitida pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

Segundo a Polícia Militar de Ribeirão Preto, há uma negociação com os sem-terra para que eles deixem a área, localizada às margens de uma rodovia que dá acesso à cidade do interior paulista. A assessoria de comunicação do governo do Estado de São Paulo informou que, caso as famílias não deixem o local, haverá um pedido de reintegração de posse na Justiça.

O líder sem-terra Alexsandro dos Santos Gomes, fundador e coordenador geral do Movimento de Resistência Camponesa (MRC), foi morto a tiros por homens encapuzados, na noite de terça-feira, 31, no distrito de São Francisco do Paraguaçu, município de Cachoeira, no Recôncavo Baiano. O pai do sem-terra, Antoniel Cerqueira Gomes, foi ferido com um tiro no pé.

De acordo com a Polícia Militar, cinco homens chegaram ao local de barco pelo Rio Paraguaçu e, depois de atirar em Gomes, que estava em casa, na Baía do Iguape, fugiram na mesma embarcação. Ele foi atingido nas costas e na cabeça. O corpo foi levado para o Departamento de Polícia Técnica (DPT) de Cachoeira. Antoniel foi medicado e recebeu alta.

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Gomes, que já foi integrante do Movimento dos Sem-Terra (MST), havia denunciado desmatamentos ilegais em fazendas da região. Policiais militares foram à região em busca de suspeitos. Movimentos sociais denunciam um recrudescimento da violência no campo e o relacionam com a situação política do País.

De acordo com Luciano de Lima, coordenador nacional do Movimento Social de Luta (MSL), o assassinato de Gomes foi uma retaliação "do latifúndio" à sua luta pela terra. Ele lembrou que, há uma semana, um integrante do MSL foi baleado durante uma ocupação em Água Limpa, interior de Goiás. Em abril, dois integrantes do Movimentos dos Sem-Terra (MST) foram mortos e outros seis ficaram feridos em suposto confronto com a Polícia Militar em Quedas do Iguaçu, no Paraná.

Uma integrante do Movimento Social de Lutas (MSL) foi baleada pela segurança da propriedade durante a ocupação de uma fazenda, em Água Limpa, interior de Goiás, na madrugada deste sábado (21). De acordo com o coordenador nacional do movimento, Hugo Zaidan, a fazenda pertence a Edivan Bataglin, preso por suspeita de ser 'laranja' de Abib Miguel, o 'Bibinho', ex-diretor da Assembleia Legislativa do Paraná e investigado pelo Ministério Público por um esquema de desvio de dinheiro público.

Ele foi condenado, mas seus advogados entraram com recursos. Segundo o líder, durante a ocupação houve reação de pistoleiros contratados para vigiar a fazenda. Veridiana Vieira Barbosa foi atingida por um disparo. A sem-terra foi levada para o hospital de São João da Aliança e não corria risco de morte.

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A Polícia Militar goiana enviou um contingente para a área, mas o atirador ainda não tinha sido identificado. Conforme Zaidan, os integrantes do MSL mantiveram a ocupação da fazenda e o clima é tenso na região. Além de reivindicar a propriedade para a reforma agrária, o movimento se opõe ao afastamento de Dilma Rousseff (PT) da presidência da República.

Pelo menos dois sem-terra morreram e seis ficaram feridos a bala durante um confronto entre policiais militares e integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), na tarde desta quinta-feira, 7, em uma área chamada Fazendinha, em Quedas do Iguaçu, região Centro-Oeste do Paraná.

As informações sobre o número exato de mortos e feridos ainda são desencontradas. Mas, em nota divulgada, a PM (Polícia Militar) informou que o confronto resultou em dois mortos e seis trabalhadores rurais sem-terra feridos, enquanto o MST fala em pelo menos 22 feridos e nove vítimas fatais.

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De acordo com a PM de Quedas do Iguaçu, o confronto teve início no meio da tarde, quando integrantes do MST atearam fogo numa área de reserva ambiental e bloquearam uma estrada rural que dá acesso ao local chamado Fazendinha.

A PM informou que equipes da Rotam (Rondas Ostensivas Tático Móvel) e uma brigada de incêndio da empresa Araupel foram até o local para combater as chamas e desbloquear a estrada. De acordo ainda com a PM, cerca de 20 sem-terra estavam no local e teriam reagido a ação.

Emboscada

Em nota divulgada pelo Governo Estadual, os policiais teriam sido alvo de uma emboscada. Durante o confronto, dois sem-terra morreram e seis ficaram feridos. Com eles, a polícia diz ter apreendido uma pistola 9 milímetros e uma espingarda calibre 12.

O restante do grupo teria se embrenhado na mata. A PM enviou equipes para o local para resgatar as vítimas, incluindo um helicóptero para remover os feridos até Cascavel. A PM enviou reforço para a região. A Polícia Civil já abriu um inquérito para apurar os fatos.

O comando da PM em Cascavel, que fica distante 140 quilômetros de Quedas do Iguaçu, informou que local do confronto fica a 25 quilômetros da cidade. "Os policias que foram averiguar a ocorrência ainda estão na área, a qual não possui sinal de celular e nem rádio",afirmou o tenente Tavares.

Em nota, o comando nacional do MST informou que não se sabe o número exato de mortos e feridos, "pois a Polícia Militar estaria impedindo a aproximação de integrantes do Movimento no local". Porém, integrantes do movimento na região falam em nove vítimas.

O dirigente nacional do MST, Gilmar Mauro, contestou a versão da Polícia Militar de que militantes teriam preparado uma emboscada para um grupo de policiais na área ocupada da empresa Araupel. De acordo com Mauro, ocorreu exatamente o contrário. "As informações que temos de lá dão conta de que a Polícia Militar, junto com pistoleiros da Araupel, emboscou e atacou os sem-terra."

Segundo Mauro, dirigentes do MST foram impedidos pela PM de chegar ao local do conflito. "Vamos aguardar a apuração, mas essas mortes preocupam muito, pois estão em consonância com outras ações contra o movimento. Estamos no mês do massacre de Eldorado dos Carajás (a morte, pela Polícia Militar, de 19 sem-terra na cidade do Pará, em 1996) e estão ocorrendo outras ações semelhantes, como o ataque a um acampamento nosso por pistoleiros em Rondônia e o assassinato, esta manhã, de um sem-terra na Paraíba." Ele disse que o MST vai se posicionar oficialmente assim que tiver mais informações sobre o caso.

Desde o massacre no Pará, em 1996, o MST se mobiliza anualmente no movimento "Abril Vermelho".

Histórico

O confronto entre policiais e integrantes do MST ocorreu próximo de uma área pertencente a empresa Araupel. O movimento mantém no local 2500 famílias, cerca de 7 mil pessoas. A empresa vem sofrendo uma pressão dos sem-terra desde a primeira ocupação de terra em 1996 (Pinhal Ralo). Desde então, boa parte da fazenda foi desapropriada para a reforma agrária.

Em julho de 2014, a fazenda de reflorestamento da empresa foi invadida por centenas de sem-terra. Desde então, o clima é tenso na região. A Araupel estima perdas de aproximadamente R$ 35 milhões com as invasões do MST.

Em quatro dias de invasão, integrantes da Frente Nacional de Lutas (FNL) depredaram e saquearam as instalações da Superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em São Paulo. Quando o grupo de sem-terra deixou o prédio no dia 4 de fevereiro, havia um rastro de destruição: móveis danificados, armários e gavetas arrombados, paredes pichadas, vidros e equipamentos quebrados, além do sumiço de computadores, disquetes e documentos. O prejuízo foi calculado em mais de R$ 1 milhão.

O vandalismo foi tanto que até a tarde desta quinta-feira (18) a sede regional do órgão federal em São Paulo não tinha voltado a atender o público. As ações violentas da Frente liderada por José Rainha Junior já haviam provocado um racha no movimento. Depois de discordar dos métodos empregados pelo líder, seu então braço-direito, Luciano de Lima, criou com outros dissidentes da Frente o Movimento Social de Luta (MSL).

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Lima não tinha concordado com uma depredação anterior na mesma sede do Incra, na capital paulista, ocupada em julho de 2015. "Não somos terroristas e não aceitamos a quebradeira. O Incra já está sucateado, não tem dinheiro, não tem equipamentos." Após a nova ação, ele disse que até a entrega de cestas básicas aos assentamentos está suspensa. "Detonar como fizeram prejudica os trabalhadores e os movimentos sociais. A Frente era para representar os trabalhadores, mas virou um discurso de política e de partidos. O vandalismo e a quebradeira foram a gota d'água."

De acordo com o Sindicato dos Servidores Federais de São Paulo (Sindesf-SP), ao detectar os danos ao patrimônio, a situação foi comunicada à Polícia Federal, que enviou equipe para realizar a perícia do local. Segundo a nota, foi constatado furto de computadores, impressoras de GPS e muitos outros instrumentos de trabalho. "Toda a frota de carros encontra-se danificada, os fios de telefones e de rede (internet) foram cortados. Nem mesmo os extintores de incêndio foram poupados durante a ação."

Ainda segundo o sindicato, em alguns setores, documentos e processos foram revidados e espalhados pelo chão. Em assembleia conjunta, o Sindsef-SP, o Sindicato dos Peritos Federais Agrários (Sindpfa) e a Associação dos Servidores do Incra São Paulo (Assincra-SP) criticaram a ação. "Uma ocupação que pretende chamar a atenção dos gestores e da sociedade sobre o descaso do governo é totalmente diferente do que foi feito pelos integrantes da FNL na sede do Incra/SP."

De acordo com a nota, as condições de trabalho, que já eram precárias antes, se agravaram mais, prejudicando os próprios trabalhadores rurais sem terra e assentados, além de comunidades quilombolas e outros públicos atendidos pelo Incra. Em comunicado público, o Incra esclareceu que a interrupção do atendimento é consequência da ocupação pela FNL. A direção nacional determinou a ida de uma equipe técnica à sede de São Paulo para elaborar plano de ação emergencial para reequipar o local.

Em nota, à reportagem, o Incra informou ter acionado a Polícia Federal tão logo identificou os danos materiais e imateriais causados por integrantes da Frente. A PF instaurou inquérito para apurar a extensão dos danos, bem como para identificar os responsáveis pelos ilícitos cometidos durante a ação. O Incra aguarda a conclusão do inquérito para tomar medidas visando o ressarcimento do patrimônio público. Ainda segundo o órgão, a direção do movimento encaminhou uma pauta nacional de obtenção de terras para criação de assentamentos nos Estados de São Paulo, Goiás, Minas Gerais e Distrito Federal, que está sob análise do Incra.

O líder da FNL, José Rainha Junior, foi procurado por telefone e e-mail, mas não deu retorno. De acordo com outras lideranças, ele não participou da ocupação em São Paulo porque estava em Brasília, discutindo a pauta de reivindicações com o Incra nacional. Durante as negociações, Rainha Junior divulgou nota cobrando a destinação de áreas para assentamentos. "Se o Incra não faz justiça, sobrou para os movimentos fazer com que se cumpra a Constituição", escreveu. Na ocasião, ele defendeu a desapropriação de áreas que foram objeto de lavagem de dinheiro e criticou a corrupção no País.

A Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL), integrada por grupos de sem-terra liderados por José Rainha Júnior, ocupou nesta terça-feira, 20, a superintendência estadual do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em São Paulo e cinco escritórios regionais no interior do Estado. Também foram invadidas quatro usinas de cana-de-açúcar no interior paulista e uma fazenda no Estado de Goiás, além da sede nacional do Incra em Brasília.

A ação faz parte do chamado "janeiro quente", jornada nacional em defesa da reforma agrária, iniciada no final de semana com a invasão da Fazenda Recreio, em Piratininga (SP). A pauta reivindicatória, além da liberação de áreas para a reforma agrária, pede a saída do superintendente estadual, Wellington Diniz Monteiro que, segundo Rainha Júnior, deixou o Incra paulista "engessado". Rainha disse ter mobilizado cerca de três militantes para as ações. No interior paulista, estavam ocupados até a tarde desta terça os escritórios ou representações do Incra em Andradina, Promissão, Araçatuba, Bauru e Iaras.

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Desde a madrugada, os sem-terra invadiram as usinas Santa Fany, em Regente Feijó; Alvorada, em Santo Anastácio; Decasa, em Presidente Venceslau, e Dracena, em Dracena, todas na região do Pontal do Paranapanema. Segundo Rainha, as usinas foram invadidas para pressionar o Incra a cumprir a Constituição que manda destinar à reforma agrária propriedades que tenham dívidas impagáveis com o governo. Em Goiás, cerca de 600 sem-terra invadiram a Fazenda Cerrado, em São João da Aliança. Em todos os casos, as invasões foram registradas na Polícia Civil para embasar pedidos de reintegração de posse.

Incra

O superintendente do Incra em São Paulo, Wellington Monteiro, disse que a Frente liderada por José Rainha, que é dissidente do Movimento dos Sem-Terra (MST), está radicalizando a luta pela reforma agrária. "Acho estranho (as ocupações), porque estamos com negociações muito avançadas, tanto com eles, como com outros movimentos." De acordo com Monteiro, em 2014 foram assentadas 850 famílias em São Paulo, um número considerado muito bom para o Estado. "No final do ano, fizemos portarias para três imóveis que os movimentos reivindicavam."

Para o superintendente, a pauta da Frente é pouco objetiva e tem motivação política. "Acho esquisita a pauta deles. Nos assentamentos, nas prefeituras e no próprio MST a gente não sente essa insatisfação", afirmou. Ele disse que uma possível adjudicação das terras das usinas por dívidas está sendo negociada pelo governo federal. "É um processo complicado, mas possível." Até o final da tarde, segundo ele, o Incra negociava a pauta dos sem-terra e a desocupação de suas unidades. As negociações eram acompanhada pelas ouvidorias estadual e nacional.

Fazendeiros e sem-terra fazem atos distintos nessa segunda-feira, 15, com um objetivo comum: protestar contra o governo da presidente Dilma Rousseff e contra a indicação da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) ao Ministério da Agricultura. Representantes do agronegócio querem que a senadora deixe a presidência da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) ao assumir o ministério no governo do PT.

A Frente Produtiva do Brasil, criada no início deste mês em Araçatuba, realiza um encontro na segunda, em Presidente Prudente, para protestar contra a indicação da senadora e contra o "projeto de poder" do PT. De acordo com o agropecuarista Luiz Antonio Nabhan Garcia, presidente da União Democrática Ruralista (UDR), a frente deixou de ser integrada apenas por produtores rurais e recebeu a adesão de empresários, profissionais liberais, médicos e líderes de vários segmentos. "O objetivo é impedir democraticamente o projeto de poder desse partido que se tornou a marca da corrupção no Brasil", disse.

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O convite para o encontro, marcado para as 10 horas no Rancho Quarto de Milha, convoca interessados em discutir soluções para "a grave crise que assola o Brasil".

No mesmo horário, em Brasília, sem-terra ligados à Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL) fazem um protesto em frente ao prédio da CNA contra a nomeação da senadora Kátia Abreu para o Ministério da Agricultura. A senadora é considerada pelos sem-terra "inimiga" da reforma agrária. De acordo com José Rainha Junior, coordenador da Frente, após a manifestação, centenas de sem-terra acampam na Esplanada dos Ministérios para reivindicar mais ações pela reforma agrária que, segundo ele, parou no governo da presidente Dilma Rousseff.

Integrantes da Frente Nacional de Lutas Campo e Cidade (FNL) ocuparam na manhã desta segunda-feira, 20, os escritórios do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em São Paulo e em quatro cidades do interior. A frente, liderada por José Rainha Júnior, ex-integrante do Movimento dos Sem-Terra (MST), reivindica a obtenção de áreas para novos assentamentos no Estado e mais apoio às famílias assentadas.

Além da capital, os sem-terra invadiram as unidades de Andradina, Iaras, Bauru e Promissão. As ocupações ocorreram após marcha dos sem-terra de quatro dias por rodovias do oeste paulista. De acordo com Rainha Junior, um convênio entre o Incra e o Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp), órgão do governo estadual, assinado em fevereiro para a retomada de áreas devolutas no Pontal do Paranapanema não saiu do papel. Enquanto isso, 1,5 mil famílias estão em barracos de lona à beira de rodovias.

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A assessoria do Incra em São Paulo confirmou a ocupação na capital que e estava em negociações com os sem-terra. Em razão da invasão da superintendência, ainda não era possível confirmar, segundo a assessoria, a situação nas outras unidades do Estado.

Cerca de mil integrantes da Frente Nacional de Lutas Campo e Cidade (FNL) iniciaram na manhã desta sexta-feira (29) uma marcha em direção a Presidente Prudente, no Pontal do Paranapanema, oeste paulista, para protestar contra a paralisação da reforma agrária. Os sem-terra seguem em duas colunas pela Rodovia Raposo Tavares, escoltados por viaturas da Polícia Militar Rodoviária.

Um grupo saiu de Presidente Venceslau e, às 9h, caminhava na altura do km 626 da rodovia. Outra coluna marchava na altura do km 514, em Rancharia. A marcha ocupa o acostamento e uma das pistas da rodovia, deixando o trânsito lento.

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As colunas se encontram no dia 1 de setembro em Presidente Prudente. Haverá manifestação na cidade para cobrar ações dos governos estadual e federal.

Na tentativa de resistir à reintegração de posse de um terreno pertencente ao Cotonifício Moreno, no município metropolitano de Moreno, na Grande Recife, famílias ligadas ao Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST) e do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) atearam fogo a pneus na manhã desta quarta-feira (30), em dois acessos da área. Logo depois, porém, desistiram de resistir.

"Nossas forças foram poucas e a gente saiu", explicou o líder do MST no município, José Severino da Silva, ao destacar que a força da Polícia Militar, que deu apoio ao cumprimento da ordem judicial da 1ª. Vara Cível, era muito mais forte. Não houve confronto nem violência física na ação.

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De acordo com o MST, 500 famílias ocuparam há quatro meses a área de 390 hectares dividida em lotes, quatro deles na área urbana da cidade. O Cotonifício Moreno faliu e os movimentos sociais querem que o poder público implemente um projeto habitacional para as famílias sem terra e sem moradia. "Vamos voltar a ocupar, vamos pressionar", avisou Silva.

O Movimento dos Sem Terra (MST) foi condenado a pagar R$ 28,5 mil à Administração Pública Federal por perdas e danos decorrentes da invasão da sede regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Brasília. A ação foi proposta pela Advocacia Geral da União (AGU) no ano 2000, logo após a invasão. Além do MST, foram condenados quatro líderes do grupo invasor. O texto da sentença diz que ação foi " contrária à ordem pública e o regime democrático de direito". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma caravana com 1,5 mil sem-terra sai em marcha, domingo, dia 8, de Assis, no oeste paulista, em direção à capital para protestar contra os gastos da Copa. A marcha, que também vai cobrar a reforma agrária e apoio do governo à agricultura familiar, percorrerá 430 quilômetros em 18 dias por algumas das principais rodovias do Estado, como a Raposo Tavares e a Castelo Branco.

A chegada em São Paulo ocorre ainda durante a Copa e estão previstas manifestações na capital. "Não será um posicionamento contrário à Copa, pois sem-terra também gosta de futebol, mas a questão está na inversão das prioridades. É contraditório aplicar bilhões num evento de âmbito mundial e não atentar para a realidade de milhões de pessoas que vivem em extrema pobreza no campo", disse José Rainha Júnior, coordenador da Frente Nacional de Luta (FNL), que organiza a marcha.

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Japão.

Em Sorocaba (SP), integrantes do comitê "Copa Pra Quem?" realizam manifestação de protesto contra os gastos da Copa em frente ao estádio municipal no domingo às 14 horas. Uma hora depois, está previsto um jogo treino da seleção japonesa, hospedada em Itu, no estádio de Sorocaba. O porta-voz Marcelo Santos disse que os japoneses não serão alvo do protesto e, sim, o governo. "Não foi dada uma resposta às manifestações de rua que ocorrem desde o ano passado, então vamos cobrar."

A convocação está sendo feita pelas mídias sociais. Nesta sexta-feira, 6, houve um princípio de tumulto no estádio durante a distribuição de ingressos para o jogo treino do Japão. O número de ingressos era bem menor que o de pessoas na fila de espera.

Telão.

Em São Roque, moradores protestam contra o gasto de R$ 632 mil para transmitir os jogos da Copa num telão instalado na Praça da Matriz. De acordo com o estudante Gustavo Ortiz, o dinheiro seria suficiente para construir uma creche. "Falei com alguns vereadores, mas parece que eles também estão de acordo com a gastança." A prefeitura informou que a verba será repassada pelo Departamento de Apoio ao Desenvolvimento das Estâncias (Dade), órgão da Secretaria de Estado do Turismo, e só pode ser aplicada com essa finalidade.

Segundo a prefeitura, a maior parte do recurso será usada na divulgação das atrações do município, que é estância turística. Já a estrutura para a Copa ficará montada durante um mês na praça, com telão para transmitir todos os jogos, não apenas os do Brasil. Haverá ainda estandes de gastronomia, decoração, palco com shows, sistema de som e segurança. "O projeto foi aprovado pelos vereadores e pelas comissões turísticas do município, pois o objetivo também é atrair visitantes", informou a prefeitura. Apesar do projeto estar pronto, até a tarde desta sexta-feira, o dinheiro não tinha sido liberado.UU

Integrantes do Movimento dos Sem-Terra (MST) provenientes de várias regiões do interior do Estado marcham na manhã desta terça-feira, 6, em direção à capital paulista.

Cerca de mil manifestantes se concentraram em Itapevi, na grande São Paulo, segundo a prefeitura do município, durante a madrugada. Às 9h30, eles seguiram em marcha até Jandira, outra cidade da região metropolitana. O grupo deve chegar à noite em Osasco, devendo montar acampamento no Jardim das Flores. Na manhã de quarta-feira (7) a marcha segue para São Paulo.

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O deslocamento acontece por vias internas, com reflexos no trânsito. Os sem-terra se concentram no Centro Esportivo Educacional, no bairro do Butantã, zona sul, e desenvolvem uma série de manifestações na cidade - detalhes sobre os atos não foram divulgados.

De acordo com o MST, os sem-terra lutam pela retomada da reforma agrária, que o movimento avalia ter sido paralisada nos últimos três anos, durante o governo da presidente Dilma Rousseff. A marcha faz parte da jornada nacional do movimento pela reforma agrária que inclui ocupações de terras em vários Estados.

Depois de uma tarde de passeata em vias do centro do Recife, integrantes do Movimento Sem Terra (MST) se reuniram com o governador João Lyra Neto, nesta terça-feira (15), no Palácio do Campo das Princesas, no bairro de Santo Antônio. Os representantes integraram uma pauta com 20 reivindicações ao gestor estadual, com questões sobre habitação, saúde, educação e cultura, entre outras. 

Por conta das várias demandas, o Governo decidiu estabelecer uma equipe de coordenação para acompanhar a execução das ações propostas. Tais procedimentos serão acompanhados por três secretários do Govern; Lyra garantiu que vai acompanhar as reuniões para manter a relação de integração com o MST, estabelecida desde 2007. 

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Líder do movimento em Pernambuco, Jaime Amorim se mostrou satisfeito com o encontro. “Não foi só uma entrega de pauta, houve tranquilidade, o governador ouviu todos os nossos pontos. Já é algo concreto e, neste ponto de vista, saímos satisfeitos, animados", disse Amorim. Segundo o coordenador do MST,  na próxima semana, ainda sem data, haverá uma reunião com a Secretaria de Saúde e definição de novas ações junto ao Governo.

Cerca de 400 integrantes do MST da Base, dissidência do Movimento dos Sem-Terra (MST), invadiram na madrugada deste sábado, 5, uma área da Usina Cocal, produtora de açúcar, etanol e energia, no município de João Ramalho, no Pontal do Paranapanema, extremo oeste do Estado de São Paulo. Entre os invasores, havia também integrantes de outros movimentos e sindicatos rurais ligados à Frente Nacional de Lutas, articulada por José Rainha Júnior, antiga liderança dos sem-terra. O grupo cortou a cerca e acampou numa área com plantação de cana-de-açúcar.

De acordo com o líder Luciano de Lima, há indícios de que as terras são devolutas e foram ocupadas irregularmente pela usina. "Queremos que os títulos da propriedade sejam investigados." Em razão do fim de semana, diretores da Cocal não estavam na empresa e não foram localizados. Funcionários informaram que a Polícia Militar foi comunicada da invasão e compareceu ao local. Assim que a ocorrência for registrada pela Polícia Civil, a empresa deve entrar com pedido de reintegração de posse. Entre o fim de fevereiro e o início de março, a Frente Nacional de Lutas promoveu o 'Carnaval vermelho' na região, invadindo 38 propriedades rurais. Todas foram desocupadas por ordem judicial.

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Desde o início de março, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e a Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) desenvolvem um convênio assinado entre o Governo de São Paulo e a União para arrecadar áreas para novos assentamentos no Pontal. O Itesp propõe acordo aos possuidores de terras que já julgadas devolutas e o Incra libera recursos para o pagamento das benfeitorias, caso a proposta seja aceita.

Movimentos de sem-terra reunidos na Frente Nacional de Lutas (FLN), articulada por José Rainha Júnior, invadiram até uma fazenda doada para a Igreja Católica, neste sábado (1°) durante o "Carnaval vermelho". A fazenda Vista Alegre, em Marabá Paulista, com cerca de 400 hectares pertencia à família de duas freiras que a doaram à Diocese de Presidente Prudente.

A igreja arrendou as terras para criação de gado e plantio de melancia. De acordo com um dos líderes da Frente, Rubens Germano, a intenção é obter a gleba para assentar famílias. "Terra de Deus é terra do povo", disse. É a primeira vez que uma área da Igreja Católica é invadida na região com a maior concentração de conflitos fundiários no Estado.

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Através da Comissão Pastoral da Terra (CPT), a Igreja tem dado franco apoio aos movimentos de luta pela terra e protagonizado diretamente ações contra o latifúndio. No Pontal, em ocasiões anteriores, a diocese manifestou apoio à liderança de José Rainha, mesmo nas ocasiões em que ele foi preso por crimes ligados à questão agrária. Procurado pela reportagem, o bispo de Presidente Prudente, d. Benedito Gonçalves dos Santos não foi encontrado.

Na tarde deste sábado, a Frente anunciava ter ocupado vinte propriedades rurais nas regiões do Pontal do Paranapanema, Alta Paulista e Noroeste do Estado, mas a Polícia Militar só tinha informação sobre onze invasões. Entre as áreas tomadas pelos sem-terra estão as fazendas São Luiz e Urupê, do grupo sucroalcooleiro Decasa, em Marabá Paulista.

De acordo com Rainha Júnior, o objetivo é chamar a atenção dos governos estadual e federal para o descaso com a reforma agrária. Um documento com reivindicações foi encaminhado à presidente Dilma Rousseff. A Frente é composta por grupos dissidentes do Movimento dos Sem-Terra (MST), como o MST da Base, e sindicatos rurais ligados à Confederação de Agricultores Familiares e Empreendedores Rurais (Conafer).

No mesmo dia em que a Justiça deu ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) a posse da Fazenda Esperança, em Iepê, no Pontal do Paranapanema, 50 famílias de integrantes do MST da Base ocuparam a propriedade. O proprietário, José Carlos Garla, foi surpreendido pela chegada do comboio com os sem-terra. O MST da Base, dissidência do Movimento dos Sem-Terra (MST) liderada por José Rainha Júnior, já invadiu essa propriedade seis vezes desde 2006. "Estamos entrando com autorização do Incra", disse o líder Luciano de Lima ao fazendeiro.

A fazenda estava em plena atividade, com lavoura, gado, funcionários e máquinas. Numa vistoria realizada em 2006, as terras foram consideradas improdutivas pelo Incra, que deu início ao processo de desapropriação para fins de reforma agrária. Nesta sexta-feira, 07, enquanto os sem-terra iniciavam a montagem dos barracos, o antigo proprietário acertou com as lideranças um prazo para a retirada dos seus pertences. Ele se comprometeu a esvaziar a fazenda até o dia 10 de março.

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O Incra informou que obteve decisão favorável da Justiça Federal de Presidente Prudente em relação à desapropriação, tendo sido cumprida a imissão de posse na área. Informou ainda ter autorizado a entrada das famílias na fazenda, enquanto inicia os trâmites de criação de um assentamento e de seleção dos futuros assentados. O imóvel de 467 hectares, segundo o órgão federal, tem capacidade para 31 famílias. Já o líder do MST da Base disse que as 50 famílias que entraram na propriedade é que serão assentadas.

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