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A Procuradoria japonesa indiciou o homem suspeito de assassinar o ex-primeiro-ministro Shinzo Abe nesta sexta-feira (13), depois que uma avaliação psicológica determinou que ele está apto para ser julgado — informou a imprensa local.

Tetsuya Yamagami foi preso imediatamente depois que o ex-governante foi morto a tiros em julho, enquanto participava de um comício na cidade de Nara.

O homem de 42 anos passou meses em uma avaliação psicológica que terminou esta semana com sua transferência para uma delegacia de polícia em Nara.

Yamagami enfrenta acusações de assassinato e de violação das leis de controle de armas, de acordo com o jornal Yomiuri e a agência de notícias Kyodo. Se for condenado, pode enfrentar a pena de morte.

A Procuradoria do distrito de Nara não se pronunciou ao ser consultada pela AFP.

Yamagami admitiu o crime, de acordo com a imprensa local, e imagens feitas na época mostram o momento em que dispara o que parece ser uma arma de fabricação caseira.

Ele teria matado Abe por considerar que tinha vínculos com a Igreja da Unificação Segundo relatos, Yamagami ficou ressentido com esta igreja pelas grandes doações que sua mãe fez, levando a família à falência.

Abe não era membro da Igreja da Unificação, mas uma vez discursou para um grupo afiliado, assim como fizeram outros líderes mundiais, incluindo o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump.

Fundada na Coreia em 1954 por Sun Myung Moon, a seita ganhou destaque mundial nas décadas de 1970 e 1980.

A igreja negou envolvimento em atividades ilegais e prometeu evitar doações "excessivas" de seus membros.

As investigações após a morte de Abe revelaram ligações estreitas entre a igreja e muitos legisladores conservadores do partido governista, incluindo um ministro que renunciou.

As revelações causaram revolta no Japão e afetaram a imagem do governo do primeiro-ministro Fumio Kishida.

Seu governo ordenou uma investigação, que pode acabar com os incentivos fiscais da igreja, e pressionou por leis que endurecem as regras para doações religiosas.

Milhares de japoneses e autoridades estrangeiras prestaram homenagem nesta terça-feira (27) ao ex-primeiro-ministro Shinzo Abe, assassinado em julho, em um funeral de Estado que gerou protestos, mas também longas filas de pessoas que desejavam oferecer flores e preces.

As cinzas de Abe, transportadas por sua esposa Akie em um cortejo fúnebre a partir de sua residência na capital japonesa, chegaram ao ginásio Budokan de Tóquio ao som de uma salva de 19 disparos em homenagem ao falecido líder

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Em sua elegia, o atual primeiro-ministro Fumio Kishida descreveu Abe como "uma pessoa de coragem" e citou suas conquistas políticas, incluindo os esforços para fortalecer os laços diplomáticos do Japão.

"Sinto uma dor dilacerante", afirmou Kishida diante de uma enorme fotografia de Abe pendurada, que estava sobre uma grande estrutura de flores.

Abe foi o chefe de Governo do Japão que permaneceu mais tempo no cargo e uma das figuras mais famosas do país, recordado por cultivar alianças internacionais e por sua estratégia econômica, que recebeu o nome "Abenomics".

Ele renunciou em 2020 por um problema de saúde recorrente, mas continuou como uma importante figura pública e fazia campanha pelo partido do governo quando um homem armado o matou a tiros em 8 de julho.

O assassinato estremeceu o país, que tem baixos níveis de crimes violentos, e motivou condenações internacionais.

Mas a decisão de organizar um funeral de Estado, o segundo para um ex-primeiro-ministro no pós-guerra, gerou uma crescente oposição, com cerca de 60% dos japoneses contrários ao evento, segundo pesquisas recentes.

Oferendas de flores 

A cerimônia no Budokan reuniu importantes líderes mundiais como a vice-presidente americana Kamala Harris e os primeiros-ministros da Índia, Narendra Modi, e Austrália, Anthony Albanese.

Do lado de fora do complexo, milhares de pessoas formaram longas filas para deixar flores, geralmente brancas, diante de uma fotografia de Abe e fazer uma oração em duas tendas que abriram uma hora antes do funeral.

Toru Sato, de 71 anos, esperava com o apoio de sua bengala. "Eu só conhecia Abe-san da televisão. Ele trabalhou muito. Sua morte foi tão trágica. Sinto muito por ele", disse à AFP.

Koji Takamori viajou de Hokkaido (norte) com o filho de nove anos. "Eu queria agradecer, ele fez muito pelo Japão", disse o homem de 46 anos.

"Honestamente, eu também queria vir porque existe muita oposição. É como se estivesse aqui para opor-me aos que se opõem ao funeral", acrescentou.

Embora em menor número, os críticos também foram observados na área e pretendiam organizar um protesto diante do Parlamento.

Descontentamento com o funeral 

O homem preso por matar Abe o acusou de ter vínculos com a Igreja da Unificação, com a qual estava irritado devido às grandes doações feitas por sua mãe à chamada "seita Moon".

O assassinato provocou um novo escrutínio desse grupo religioso e seus métodos de arrecadação de fundos, e perguntas desconfortáveis para a classe política japonesa. O partido do governo admitiu que metade de seus legisladores tem ligações com a igreja.

O primeiro-ministro Kishida prometeu que seu Partido Liberal Democrático (PLD) romperá relações com a igreja, mas o escândalo agravou o incômodo com o funeral de Estado.

Milhares protestaram pela cerimônia e um homem ateou fogo a si mesmo perto do gabinete do primeiro-ministro, deixando um bilhete para expressar a objeção ao evento.

Alguns legisladores da oposição boicotaram o funeral.

A polêmica tem várias razões, incluindo a acusação de que Kishida aprovou a cerimônia unilateralmente, sem consultar o Parlamento. Outros reprovam o custo de quase 12 milhões de dólares do funeral de Estado.

Também pesa o legado polarizante da gestão de Abe, marcada por denúncias de nepotismo, e a rejeição a seu nacionalismo e planos de reformar a Constituição pacifista

O governo de Kishida esperava que a solenidade do evento, com quase 4.300 participantes, incluindo 700 convidados estrangeiros, acabasse com a controvérsia.

O imperador e a imperatriz do Japão, Naruhito e Masako, não compareceram porque são figuras nacionais neutras, mas o príncipe herdeiro Akishino e sua esposa deixaram flores flores no final do serviço de 90 minutos.

Falhas "inegáveis" foram registradas na segurança do ex-primeiro-ministro japonês Shinzo Abe, assassinado a tiros na sexta-feira durante um comício, afirmou neste sábado o chefe da polícia do município de Nara (oeste), local do crime, que anunciou uma investigação.

"Acredito que é inegável que houve problemas com as medidas de escolta e de segurança para o ex-primeiro-ministro Abe", declarou Tomoaki Onizuka, que prometeu "examinar por completo os problemas e adotar as medidas apropriadas".

O ataque contra o político mais famoso do país, de 67 anos, aconteceu durante um comício ao ar livre para as eleições do Senado no domingo, na zona oeste de Nara.

A segurança nas campanhas eleitorais costuma ser relativamente frágil no Japão, um país com leis rígidas sobre a posse de armas e com reduzido nível de violência.

"A questão urgente é conduzir uma investigação completa para esclarecer o que aconteceu", acrescentou o chefe de polícia.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) reagiu, nas redes sociais, à morte do ex-primeiro-ministro japonês Shinzo Abe. Destacando o ex-premiê como um "grande amigo do Brasil", Bolsonaro decretou luto oficial de três dias em homenagem ao líder japonês.

"Recebo com extrema indignação e pesar a notícia da morte de Shinzo Abe" publicou. "Líder brilhante e que foi um grande amigo do Brasil. Estendo à família de Abe, bem como aos nossos irmãos japoneses, a minha solidariedade e o desejo de que Deus cuide de suas almas neste momento de dor",emendou.

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Abe morreu nesta sexta-feira (8), após ser baleado enquanto fazia um discurso na cidade de Nara, no oeste do Japão. O responsável pelos disparos foi detido. Bolsonaro classificou o caso como "uma crueldade injustificável". "Que seu assassinato seja punido com rigor", pontuou o presidente.

O ex-primeiro-ministro japonês Shinzo Abe, que marcou a vida política de seu país na última década e que continuava muito influente, faleceu nesta sexta-feira (8) vítima de um ataque a tiros durante um comício eleitoral.

A seguir, o que sabemos até o momento.

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- O que aconteceu?

Abe, de 67 anos, fazia um discurso esta manhã em um comício eleitoral organizado perto de uma estação de trem em Nara (oeste do Japão) antes das eleições para o Senado de domingo.

Ele compareceu ao local para apoiar Kei Sato, um candidato de seu partido político, o Partido Liberal-Democrata (PLD, direita nacionalista), que governa o Japão.

Por volta das 11h30 (23h30 de quinta-feira no horário de Brasília), um homem se aproximou de Abe por trás, de acordo com imagens da televisão japonesa que filmava o discurso.

O homem aparentemente disparou duas vezes, aterrorizando os espectadores que se abaixaram em busca de proteção.

Abe caiu no chão e traços de sangue eram visíveis em sua camisa branca. O atirador foi rapidamente derrubado e preso pela polícia.

- Como Abe morreu?

Abe foi levado às pressas para um hospital na província de Nara, em Kashihara, onde chegou às 12h20 (0h20 de Brasília) em estado de "parada cardiorrespiratória", informou em coletiva de imprensa Hidetada Fukushima, professor de Medicina de Emergência do estabelecimento.

Ele foi atingido por duas balas no pescoço e, apesar dos esforços para reanimá-lo, sua morte foi confirmada às 17h03 (5h03 de Brasília), segundo o médico.

De acordo com a emissora estatal japonesa NHK, Abe conseguiu dizer brevemente algumas palavras para as pessoas que o cercavam após o ataque, antes de perder a consciência.

- Quem é o atirador?

De acordo com fontes policiais citadas pela imprensa japonesa, o suspeito preso é um japonês de 41 anos chamado Tetsuya Yamagami.

Este morador de Nara serviu por três anos na Força de Autodefesa Marítima Japonesa, a Marinha do país, até 2005, de acordo com a imprensa, que citou como fonte o ministério da Defesa.

Ele teria fabricado sua própria arma de fogo - as restrições relativas à posse e porte de armas no Japão são extremamente rígidas.

De acordo com a NHK, ele declarou aos investigadores após sua prisão que estava "frustrado" com Abe e que atirou com a intenção de matá-lo.

A polícia revistou sua casa, onde foram encontrados produtos potencialmente explosivos, segundo a emissora pública de televisão.

- Quais foram as reações?

O ataque contra Abe chocou todo o Japão e provocou uma onda de comoção também no exterior.

Visivelmente afetado, o primeiro-ministro Fumio Kishida, de quem Abe foi mentor político, denunciou um "ato bárbaro" e "absolutamente imperdoável".

A classe política japonesa condenou unanimemente o ataque e os partidos suspenderam a campanha eleitoral para as eleições de domingo.

Kishida declarou que os preparativos eleitorais continuariam porque "é absolutamente necessário defender eleições livres e justas, que são a base da democracia".

Políticos de todo o mundo, dos Estados Unidos à União Europeia e à China, expressaram seu choque e tristeza.

- Como Shinzo Abe era conhecido?

Tanto nacionalista quanto pragmático, Shinzo Abe bateu o recorde de longevidade como primeiro-ministro japonês.

Ele chegou ao poder pela primeira vez em 2006, tornando-se aos 52 anos o mais jovem chefe de Governo em seu país desde o pós-guerra, mas este primeiro mandato durou apenas um ano.

Seu segundo mandato (2012-2020) foi marcante, com sua ousada política econômica apelidada de "Abenomics", combinando grandes estímulos fiscais com uma política monetária ultra-acomodante, uma estratégia que continua em vigor até hoje no Japão, apesar dos resultados desiguais devido à falta de reformas estruturais suficientes.

Abe também se destacou por sua intensa atividade diplomática, fortalecendo em particular a aliança nipo-americana – ele era próximo do presidente americano Donald Trump (2017-2021), com quem compartilhava a paixão pelo golfe.

Abe era casado desde 1987 com Akie, de 60 anos, de uma grande família de industriais. O casal não teve filhos.

"Democrata", "visionário": da Ásia ao Ocidente, os líderes mundiais prestaram homenagem nesta sexta-feira (8) ao ex-primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, e expressaram pesar após seu assassinato durante um comício.

A Índia declarou um dia de luto nacional no sábado (9) em "solidariedade" com os japoneses.

- Estados Unidos -

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, lamentou a perda de um "líder visionário" que "elevou as relações entre (...) os Estados Unidos e o Japão aos mais altos níveis".

- Rússia -

"Desejo a vocês (...) coragem diante dessa perda irreparável", declarou o presidente russo, Vladimir Putin, em um telegrama de condolências dirigido à mãe e à viúva de Shinzo Abe, segundo um comunicado do Kremlin.

"As belas memórias deste homem notável viverão para sempre nos corações daqueles que o conheceram", ressaltou.

- China -

A embaixada chinesa no Japão afirmou que a China estava "chocada" com o ataque. "O ex-primeiro-ministro Abe contribuiu para a melhoria e o desenvolvimento das relações sino-japonesas. Expressamos nossas condolências pela ocasião de seu falecimento e expressamos nossa solidariedade à família", declarou um porta-voz da embaixada.

- Otan e União Europeia -

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse estar "profundamente entristecido por este assassinato hediondo". Ele elogiou "um defensor da democracia", "meu amigo e colega de muitos anos".

O Japão é um parceiro fundamental da Aliança Atlântica.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, denunciou no Twitter o "assassinato covarde e brutal" de um "grande democrata e defensor de uma ordem mundial multilateral", cujo ataque "chocou o mundo inteiro".

"Nunca vou entender o assassinato brutal deste grande homem. Japão, os europeus compartilham seu luto", reagiu, por sua vez, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, na mesma rede social.

- Itália -

"A Itália está chocada com o terrível ataque que atingiu o Japão e seu debate democrático livre", reagiu o chefe de Governo italiano, Mario Draghi.

- Alemanha -

O chanceler alemão, Olaf Scholz, disse estar "atordoado e profundamente entristecido", afirmando estar "ao lado do Japão nestes tempos difíceis".

"É com horror que soube da notícia (...)", reagiu a ex-chanceler Angela Merkel, recordando o seu "prazer em trabalhar" com um homem com quem a relação era "imbuída de confiança".

- França -

"O Japão perde um grande primeiro-ministro, que dedicou sua vida ao seu país e trabalhou para trazer equilíbrio ao mundo", reagiu o presidente francês, Emmanuel Macron.

- Holanda -

"Guardo excelentes lembranças de nossa amizade e do trabalho que fizemos juntos", declarou o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, condenando um ataque "covarde".

- Reino Unido -

"Incrivelmente triste por Shinzo Abe. Muitos se lembrarão da liderança mundial que ele demonstrou em tempos difíceis", tuitou o primeiro-ministro britânico demissionário, Boris Johnson.

- Coreia do Sul -

"Estendo minha simpatia e condolências à família e ao povo do Japão pela perda de seu primeiro-ministro que mais tempo permaneceu no poder e político respeitado", afirmou o presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, em um comunicado, condenando um "ato criminoso inaceitável".

- Índia -

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, decretou um dia de luto nacional no sábado em homenagem a Shinzo Abe.

"Estou chocado e entristecido além das palavras pela morte trágica de um dos meus amigos mais queridos, Shinzo Abe", escreveu no Twitter. "Somos solidários com nossos irmãos e irmãs japoneses neste momento difícil".

- Turquia -

"Lamento profundamente a perda do meu querido amigo Abe", reagiu o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan. "Condeno aqueles que cometeram este ataque odioso".

 

O ex-primeiro-ministro japonês Shinzo Abe morreu, nesta sexta-feira (8), após ser baleado em um ataque durante ato eleitoral em Nara, no oeste do Japão. A morte foi confirmada pelo Partido Liberal Democrático (PLD), ao qual pertencia. Abe, 67 anos, foi atingido enquanto discursava antes das eleições parlamentares. Ele ainda foi transportado de avião para um hospital após sofrer uma parada cardiorrespiratória, mas não resistiu.

De acordo com a NHK, rede japonesa de televisão, Tetsuya Yamagami, de 41 anos, foi preso por tentativa de homicídio e uma arma de fogo foi confiscada. A NHK informou que o suspeito serviu na Força de Autodefesa Marítima por três anos na década de 2000.

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Conforme o jornal The New York Times, a Agência Japonesa de Gerenciamento de Incêndios e Desastres confirmou que o ex-primeiro-ministro sofreu ferimentos de bala no pescoço e no peito.

A emissora transmitiu cenas em que Abe é visto desmaiado na rua e sendo socorrido por seguranças do local. Imagens mostram o ex-premiê apertando o peito ao ser atingido, e desmaiando com a camisa ensanguentada. No momento do ataque, ele estava fazendo um discurso em prol da campanha eleitoral de Kei Sato, do Partido Liberal Democrata (PLD), para a Câmara Alta do Parlamento japonês.

A emissora pública NHK transmitiu imagens dramáticas de Abe dando um discurso do lado de fora de uma estação de trem principal em Nara. Ele está de pé, vestido com um terno azul marinho, levantando o punho, quando um tiro é ouvido. Já um repórter da NHK, informou que aos menos dois tiros foram disparados. Ainda não há confirmação se Abe foi atingido por duas balas.

O primeiro-ministro Fumio Kishida chamou o ataque de "covarde e bárbaro" e acrescentou que o crime ocorrido durante a campanha eleitoral, que é o fundamento da democracia, era absolutamente imperdoável.

Trajetória

Abe foi o primeiro-ministro mais longevo do país e cumpriu dois mandatos - de 2006 a 2007 e de 2012 a 2020. Ele renunciou ao cargo em agosto de 2020, após apresentar problemas de saúde. Enquanto esteve no poder, ganhou notoriedade pela ascensão econômica aplicada no país.

Seu sucessor, Yoshihide Suga, 64, foi indicado pelo PLD. Depois de um ano no cargo, renunciou, em uma saída precipitada pela má gestão da pandemia. O atual líder do Japão, Kishida, foi escolhido para liderar o país com o apoio tácito de Abe.

O ex-primeiro-ministro foi preparado para seguir os passos de seu avô, o ex primeiro-ministro Nobusuke Kishi. Sua retórica política muitas vezes focada em tornar o Japão uma nação "normal" e "bonita" com uma militarização mais forte e maior papel nos assuntos internacionais.

Ele disse aos repórteres na época que foi "doloroso" deixar muitos dos seus objetivos inacabados. Ele falou de seu fracasso em resolver a questão do japonês sequestrado anos atrás pela Coreia do Norte, em uma disputa territorial com a Rússia e uma revisão da Constituição de renúncia à guerra do Japão.

Seu ultranacionalismo irritou as Coreias e a China, e seu esforço para normalizar a postura de defesa do Japão irritou muitos japoneses. Abe não conseguiu reescrever formalmente a constituição pacifista redigida pelos EUA devido ao fraco apoio público.

A primeira passagem de Abe, repleta de escândalos, como primeiro-ministro foi o começo de seis anos de mudança anual de liderança, lembrada como uma era de "porta" política que carecia de estabilidade e políticas de longo prazo.

Quando voltou ao cargo em 2012, Abe prometeu revitalizar a nação e obter sua economia fora de sua estagnação deflacionária com sua fórmula "Abenomics", que combina estímulo fiscal, flexibilização monetária e reformas estruturais.

Ele ganhou seis eleições nacionais e construiu um sólido controle do poder, reforçando o papel e a capacidade de defesa do Japão e sua aliança de segurança com os EUA. Abe também intensificou a educação patriótica nas escolas e elevou o perfil internacional. (Com agências internacionais).

Yoshihide Suga, de 71 anos, novo líder do Partido Liberal Democrata (PLD), que governa o Japão, foi eleito nesta quarta-feira (16) primeiro-ministro pelo Parlamento, em substituição a Shinzo Abe, que renunciou por motivos de saúde.

Quarenta e oito horas depois de sua eleição triunfal como líder do PLD, Suga recebeu 314 votos de um total 462 sufrágios válidos na câmara baixa do Parlamento, onde o PLD e seu aliado de coalizão, o partido Komeito, têm uma ampla maioria.

Pouco depois, a câmara alta do Parlamento também aprovou a eleição de Suga, que era secretário-geral e porta-voz do governo desde o retorno ao poder de Shinzo Abe no fim de 2012.

Filho de um agricultor, com uma trajetória atípica, assessorou fielmente a Abe durante muitos anos, coordenando a política entre os ministérios e as várias agências do Estado.

Ele conhece todos os cantos da poderosa burocracia japonesa, mas não tem o status internacional de Shinzo Abe.

O primeiro-ministro demissionário, de 65 anos, bateu recordes de longevidade no cargo, mas no fim de agosto anunciou que deixaria o cargo devido a uma doença do intestino, que já havia sido uma das causas de sua curta primeira passagem como chefe de Governo (2006-2007).

- Estabilidade -

Suga se comprometeu a seguir a política do antecessor. Desta maneira, ele prometeu uma certa estabilidade aos caciques do PLD, que deram forte apoio a seu nome na eleição interna do partido na segunda-feira.

A formação do novo Executivo não deve reservar grandes surpresas.

Analistas acreditam que os principais nomes da equipe de Abe devem permanecer em seus cargos, como o veterano Taro Aso (Finanças) e Toshimitsu Motegi (Relações Exteriores).

Na Defesa, Taro Kono poderia ser substituído por Nobuo Kishi, irmão de Shinzo Abe que utiliza o sobrenome do avô materno, que foi primeiro-ministro do Japão no fim dos anos 1950.

Taro Kono herdaria a pasta da Reforma Administrativa, considerada por Suga uma prioridade.

O posto de secretário-geral, que era ocupado por Suga, poderia ser reservado ao atual ministro da Saúde, Katsunobu Kato.

Entre os temas que o futuro governo terá que administra figuram a crise do coronavírus, a recessão econômica, a delicada questão da organização ou não dos Jogos Olímpicos de Tóquio - adiados para 2021 - e as repercussões das tensões internacionais, sobretudo entre Washington e Pequim.

Suga é considerado um líder mais pragmático que dogmático. Analistas acreditam que ele dará continuidade à política econômica de Shinzo Abe, caracterizada por uma política monetária ultraflexível e estímulos fiscais em larga escala, além da aceleração de reformas estruturais.

Alguns nomes importantes do PLD se mostraram favoráveis à convocação de eleições legislativas antecipadas, com o objetivo de consolidar a legitimidade de Suga e prolongar a duração de seu mandato além do prazo inicialmente previsto para Abe, no outono (hemisfério norte, primavera no Brasil) de 2021.

Até o momento, porém, Suga considera que as eleições não são uma prioridade, alegando que a convocação poderia ser complicada, pois a pandemia de coronavírus não está controlada.

O Partido Liberal Democrata (PLD), que governa o Japão, escolheu nesta segunda-feira (14) por ampla maioria como seu novo líder Yoshihide Suga, que tem praticamente assegurado o posto de primeiro-ministro em substituição a Shinzo Abe, que anunciou a renúncia ao cargo por motivos de saúde.

Suga, de 71 anos e atual secretário-geral do governo e conselheiro de Abe, recebeu 377 votos, contra 89 para o ex-ministro das Relações Exteriores Fumio Kishida e 68 para o ex-ministro da Defesa Shigeru Ishiba, anunciou o PLD.

Como o partido tem maioria no Parlamento, Suga deve vencer sem problemas a eleição para o cargo de primeiro-ministro prevista para quarta-feira e virar o sucessor de Abe como chefe de Governo.

A votação desta segunda-feira teve a participação de apenas 535 eleitores: os parlamentares do PLD e os representantes do partido nas 47 prefeituras do Japão.

O PLD evitou uma votação mais ampla, com a participação das bases do partido, alegando que teria sido algo muito complexo para organizar de maneira rápida.

O formato reduzido beneficiou Suga, que setores importantes do partido consideram um sinônimo de estabilidade e e continuidade da política de Abe.

"Com esta crise nacional do coronavírus, não podemos nos permitir um vazio político", declarou Suga, antes de destacar que tem como "missão" prosseguir com o programa de governo de Abe.

- Desafios -

Shinzo Abe, 65 anos, que bateu recordes de permanência no cargo de primeiro-ministro (mais de oito anos em dois mandatos), se recusou a expressar apoio a qualquer candidato.

Mas após a votação desta segunda-feira, expressou "apoio total" a Suga, que segundo ele "trabalhou de maneira dura e discreta pela nação e o povo" em seu cargo anterior.

"Vamos construir um Japão que brilhe e supere a crise do coronavírus com Suga como líder", completou.

No fim de agosto, ele surpreendeu o país ao anunciar a renúncia, quando ainda faltava um ano de mandato. Ele explicou que tomou a decisão por causa de uma doença crônica do intestino.

O próximo chefe de Governo terá que administrar uma série de desafios particularmente complexos.

O Japão já estava em recessão antes da pandemia de coronavírus e muitas conquistas da política econômica do atual primeiro-ministro, chamada de "Abenomics", estão em risco.

Suga declarou que a recuperação da economia será uma prioridade absoluta, assim como a contenção do vírus, essencial para a celebração dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, adiados para o próximo ano.

Os desafios diplomáticos também são importantes, sobretudo a preservação da aliança com os Estados Unidos e a atitude que deve ser adotada a respeito da China, enquanto a opinião pública mundial passou a ter uma postura mais rígida com Pequim após a propagação do coronavírus e os distúrbios políticos em Hong Kong.

- Legislativas antecipadas? -

"É um período difícil para o Japão, pois o governo dos Estados Unidos está exercendo pressão sobre a China", destacou Makoto Iokibe, professor de Historia Política e Diplomática na Universidade de Hyogo.

"Ao Japão não interessa simplesmente seguir o caminho de Washington e aumentar as tensões com a China", explicou à AFP.

Ninguém sabe se Yoshihide Suga decidirá convocar eleições legislativas antecipadas para consolidar sua posição e evitar que seja considerado um primeiro-ministro interino até a celebração das eleições previstas para 2021, quando terminaria o mandato de Abe.

Várias autoridades governamentais mencionaram a possibilidade de legislativas antecipadas, talvez a partir de outubro, mas Suga não falou nada sobre o assunto até o momento.

Grande parte da oposição japonesa, que está fragmentada, estabeleceu um novo bloco na semana passada, em sinal de desafio ao PLD, que a maior parte das últimas seis décadas no poder.

No caso de novas eleições, o PLD figura como favorito, apesar de Suga não ser considerado muito carismático.

"Suga é capaz de aplicar políticas para controlar os burocratas, mas tem dificuldade para conquistar o coração das pessoas", disse Iokibe.

O Partido Liberal-Democrata (LDP), no poder no Japão, lançou oficialmente nesta terça-feira (8) a campanha eleitoral interna para escolher o sucessor do primeiro-ministro Shinzo Abe, que renunciou por motivos de saúde.

Yoshihide Suga, atual secretário-geral do governo, é o favorito e conta com o apoio das principais facções do PLD, que elege seu próximo presidente no dia 14 de setembro.

Mas este filho de agricultores, de 71 anos, não é o único na corrida. Um ex-ministro da Defesa, Shigeru Ishiba, e um dos dirigentes do PLD, Fumio Kishida, também concorrem à presidência do partido.

O vencedor desta consulta interna tem praticamente certeza de vitória na votação que ocorre no dia 16 de setembro no Parlamento, onde o PLD tem maioria sólida, o que o tornaria o próximo primeiro-ministro do Japão.

A corrida para suceder Abe, de 65 anos, começou em agosto, quando ele anunciou inesperadamente que renunciaria ao cargo por motivos de saúde depois de quebrar o recorde de longevidade de um chefe de governo japonês.

A situação suscita especulações sobre uma possível convocação de eleições legislativas antecipadas pelo novo líder do PLD, para obter um mandato público e silenciar as críticas da oposição, ainda fragmentada.

Vários partidos de oposição tentam atualmente se unir e formar um contrapeso mais forte aos conservadores no poder.

- 535 eleitores -

Os candidatos do PLD precisam se registrar oficialmente nesta terça-feira para participar da eleição interna.

Dois debates públicos serão organizados na curta campanha, embora a eleição esteja aberta a apenas a 535 eleitores: os deputados do PLD no Parlamento e os representantes do partido nas 47 prefeituras do país.

Uma votação incluindo todos os membros do partido foi rapidamente descartada, pois organizar tal eleição teria demorado muito, quando um processo rápido é necessário.

Entre as grandes tarefas que aguardam o próximo primeiro-ministro estão a gestão da pandemia do coronavírus, uma economia em declínio e a organização dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, adiados para 2021.

Nenhum dos três candidatos oferece alternativas políticas significativamente diferentes a Shinzo Abe.

Suga, que apresentou a sua candidatura como forma de evitar um "vazio político", já avisou que pretende dar continuidade aos programas do primeiro-ministro, especialmente no campo econômico.

Seus dois adversários também destacaram a necessidade de garantir que as medidas de recuperação adotadas durante a crise do coronavírus beneficiem as pessoas mais desfavorecidas.

- Questão militar -

Ishiba, um ex-banqueiro de 63 anos, aposta em uma "grande mudança" e luta contra a "concentração excessiva" do Japão em sua capital.

Este especialista em questões militares e defensor do fortalecimento do status das Forças de Autodefesa japonesas na Constituição pacifista, é popular entre o eleitorado e as pesquisas o colocavam em uma boa posição antes da renúncia de Abe.

Mas dentro do PLD, onde é uma das raras vozes abertamente críticas ao histórico de Abe, Ishiba desperta dúvidas entre aqueles que não o perdoam por ter abandonado temporariamente o partido nos anos 1990.

Kishida, também de 63 anos, foi por muito tempo considerado o herdeiro natural de Abe. Ele defende que as medidas de prevenção à disseminação do vírus e as de apoio às atividades econômicas são indissociáveis.

Por sua vez, Abe se recusou a declarar apoio público a qualquer um dos candidatos.

Suga, parlamentar do PLD desde 1996, tornou-se o conselheiro mais próximo de Abe, como porta-voz de seu governo e um ator-chave entre os ministérios e a administração.

Ele é considerado capaz de dobrar a enorme burocracia japonesa, mas é criticado por suas relações frequentemente tensas com a imprensa.

A eleição interna no Partido Liberal Democrata (PLD) para definir o sucessor do primeiro-ministro Shinzo Abe, que anunciou a renúncia ao cargo por motivos de saúde, acontecerá em 14 de setembro e seu braço direito, Yoshibide Suga, aparece como grande favorito.

A campanha interna começará em 8 de setembro e após a eleição no partido acontecerá uma votação no Parlamento, provavelmente em 16 de setembro, considerada uma mera formalidade, já que o PLD controla as duas Câmaras ao lado de seu aliado, o partido Komeito.

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Suga, de 71 anos e atual secretário-geral do governo, anunciou nesta quarta-feira sua candidatura. A maioria do PLD já teria prometido apoio, o que faz dele o principal nome na disputa.

Na terça-feira, o PLD decidiu optar por uma votação reduzida e rápida, na qual apenas os deputados e líderes regionais do partido poderão participar.

Os outros dois candidatos já declarados para a sucessão de Abe, Shigeru Ishiba e Fumio Kishida, ambos de 63 anos, são prejudicados por este sistema de votação que exclui os militantes da base do partido.

O presidente do conselho geral do PLD, Shunichi Suzuki, afirmou que o partido optou por este sistema porque a situação é urgente, devido aos problemas de saúde de Abe.

O primeiro-ministro, 65 anos, no cargo desde o fim de 2012, anunciou na semana passada a intenção de renunciar devido ao agravamento de uma doença intestinal crônica, colite ulcerosa. Este problema de saúde o obrigou a interromper de forma precipitada seu primeiro mandato como chefe de Governo em 2007.

Abe disse que permaneceria no cargo até a designação do sucessor.

- Grandes desafios -

Suga foi fundamental no retorno ao poder de Abe, em 2012.

Filho de um agricultor da região de Akita (norte), as origens humildes de Suga, que pagou pessoalmente por seus estudos, o afastam dos grandes nomes do PLD, todos integrantes de importantes famílias políticas.

Analistas e empresários esperam que ele continue a linha política de Abe.

Mas os desafios do futuro primeiro-ministro serão colossais e vão da gestão da pandemia de coronavírus à recessão econômica, passando pelas complicadas relações com a China e a Coreia do Sul, além dos Jogos Olímpicos de Tóquio, que foram adiados e continuam com um nível de incerteza.

Ishiba e Kishida fizeram nos últimos dias um balanço crítico da política econômica de Abe, que eles consideram positiva para as grandes empresas e os mercados financeiros, mas que esqueceu as famílias de baixa renda e as zonas rurais.

Shigeru Ishiba, que foi ministro da Defensa entre 2007 e 2008, tem apoio entre a população, mas não entre os pesos pesados do partido, que contestam suas mudanças de opinião constantes e suas críticas a Abe.

Fumio Kishida foi o chefe da diplomacia japonesa de 2012 a 2017, mas não tem a notoriedade nem o carisma que muitos consideram necessários, apesar de ter sido durante algum tempo apontado como o favorito de Abe para substituí-lo no cargo.

O primeiro-ministro japonês Shinzo Abe foi uma estrela da cerimônia de encerramento da Olimpíada do Rio, em 2016, ao desfilar diante do público, no Maracanã, como o personagem "Super Mario", do jogo de videogames da Nintendo, com o convite bem-humorado para que as pessoas fossem ao Jogos de Tóquio sendo um grande sucesso.

Porém, Abe não será uma figura central quando a Olimpíada, que teve seu início adiado para 23 de julho de 2021, começar. Afinal, anunciou nesta sexta-feira (28) que vai renunciar ao cargo por causa de um problema crônico de saúde, só esperando a definição do sucessor para deixar de ser o primeiro-ministro do Japão.

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Abe estava na primeira fila em 2013 em Buenos Aires quando o então presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI) Jacques Rogge abriu um envelope para anunciar Tóquio como o anfitrião dos Jogos de 2020, derrotando Istambul na votação final. Foi ele quem garantiu aos membros do COI na época que o colapso de três reatores nucleares em 2011 após um terremoto e tsunami estavam "sob controle", embora o Japão ainda lide com os efeitos do desastre em Fukushima.

Ele sai do cargo em um momento de indefinição sobre a realização dos Jogos. O COI e os organizadores locais asseguram que o evento ocorrerá, mas até agora não disseram como isso pode acontecer. Há questionamentos sobre quarentenas, presença do público e a logística para levar 15.400 atletas olímpicos e parlímpicos com segurança a Tóquio, além de treinadores, dirigentes e a imprensa, com o controle do surto do coronavírus em estágios bem diferentes nos países e territórios dos 206 comitês olímpicos nacionais.

"É com muita tristeza que soube da renúncia do primeiro-ministro", disse Bach, que atribuiu a Abe o retorno da Olimpíada ao Japão após a realização do evento de verão em Tóquio, em 1964, e do de inverno em Sapporo, em 1972. "Todos os atletas japoneses e os atletas de todo o mundo são muito gratos a ele", acrescentou.

Yoshiro Mori, ex-primeiro-ministro japonês e presidente do Comitê Organizador da Olimpíada de Tóquio, também deu crédito a Abe, garantindo que vai lhe pedir conselhos. "Esperamos a orientação do primeiro-ministro durante o restante de sua tempo no cargo e espero receber seu generoso apoio no futuro independentemente de sua posição oficial", disse em um comunicado.

A governadora de Tóquio, Yuriko Koike, foi reeleita para comandar a capital do país. Yuriko, 67 anos, foi a primeira mulher a chefiar Tóquio e ganhou apoio da população pela forma como lidou com a pandemia da Covid-19, ainda que o recente aumento do número de infectados tenha elevado as preocupações sobre o avanço da doença. "A tarefa mais urgente são as medidas de combate ao coronavírus", disse ela em discurso após o resultado das votações. "Agora é um momento muito importante para se preparar para uma possível segunda onda, e continuarei tomando medidas firmes neste sentido".

Segundo a emissora pública japonesa NHK, 74% dos eleitores apoiavam Koike, com 63% dizendo que aprovaram sua gestão da crise do coronavírus. Os casos de covid-19 voltaram a crescer em Tóquio no fim de junho - 131 novas infecções foram confirmadas neste sábado, o terceiro dia consecutivo com mais de 100 novos casos. As infecções diárias também aumentaram nas últimas semanas em todo o país, para cerca de 19.645, incluindo 977 mortes.

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Yuriko é vista como potencial candidata à sucessão do primeiro-ministro Shinzo Abe quando seu mandato terminar, em setembro de 2021. Por enquanto, ela diz estar focada em proteger a vida dos 14 milhões de moradores de Tóquio, cidade que movimenta US$ 1 trilhão. Ela também tentou ganhar a compreensão do público sobre uma versão mais simples das Olimpíadas de Tóquio, após o adiamento dos jogos neste ano.

Embora não tenha cumprido totalmente suas promessas do primeiro mandato, como aliviar o congestionamento nos trens, garantir a disponibilidade adequada de instalações para cuidados com crianças e idosos e acabar com o excesso de trabalho, Yuriko foi elogiada pelo trabalho frente à pandemia inclusive por críticos. Enquanto isso, o primeiro-ministro Abe foi criticado por fazer muito pouco e muito tarde, assim como pelo severo impacto da crise na economia.

Ex-apresentadora de TV, Koike ganhou o apelido de "Migratory Bird" (ave migratória), por mudar de partidos e formar novas alianças - ao menos sete vezes -, algo raro entre políticos japoneses, conhecidos por sua lealdade a ações de seu partido. Fonte: Associated Press.
 

Após grandes potências como Austrália e Canadá anunciarem que não enviariam seus atletas para as Olimpíadas de 2020, no Japão, o primeiro-ministro do país oriental, Abe Shinzo, pediu ao Comitê Olímpico Internacional (COI) para adiar os jogos por conta da pandemia da Covid-19. A confirmação veio nesta terça-feira (24), após um anúncio a jornalistas.

Esta é a primeira vez, em 124 anos de existência do evento, que ele deixará de acontecer. Além da desistência das duas potências, que serviram para alertar sobre a falta de atletas na competição, a organização do evento sofreu pressões de todo o globo para que não acontecesse. Os Jogos Olímpicos estavam programados para o dia 24 de julho.

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De acordo com a Reuters, Abe teria tido uma conversa telefônica com o presidente do COI, Thomas Bach. Segundo ele, o COI aceitou o pedido. Em comunicado, o governador de Tóquio, Yuriko Koike, afirmou que as Olimpíadas deverão ser realizadas em 2021 e devem levar o nome oficial “Tóquio 2020”

A nova data

Apesar da boa notícia o adiamento dos Jogos Olímpicos representa um duro golpe para o Japão. O país oriental chegou a injetar mais de 12 bilhões de dólares na competição, além de valores oferecidos por patrocinadores e veículos de transmissão que devem deixar de ser investidos.

Para garantir a nova data a Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF) disse na última segunda-feira (23) que está disposta a mudar seu campeonato mundial de 2021, para abrir caminho para a realização dos Jogos Olímpicos Embora tenham sido cancelados em 1916, 1940 e 1944, durante as duas guerras mundiais, esse é o primeiro adiamento da competição. Uma nova data ainda deverá ser anunciada.

O adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 pode se tornar "inevitável", admitiu nesta segunda-feira (23) o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, depois que o Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou que considera esta possibilidade ante a pressão de atletas e entidades esportivas.

Os comentários de Abe foram a primeira admissão de que os Jogos de 2020 podem não começar na data prevista, 24 de julho, já que pandemia de coronavírus afeta todo o planeta e provoca um cenário sem precedentes.

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Alguns minutos depois das declarações de Abe, os Comitês Olímpico e Paralímpico do Canadá anunciaram que não enviarão equipes aos Jogos caso aconteçam na data prevista, alegando a defesa da saúde de seus atletas e do público em geral.

Da mesma forma, o Comitê Olímpico da Austrália recomendou aos atletas do país que se preparem para disputar os Jogos Olímpicos de Tóquio no verão (hemisfério norte) de 2021.

"Está claro que os Jogos não podem acontecer em julho", declarou o vice-presidente do Comitê Australiano, Ian Chesterman.

Durante semanas, os funcionários do governo do Japão e do comitê organizador dos Jogos afirmaram que os preparativos avançavam para a celebração das Olimpíadas de acordo com a agenda programada.

Porém, nas últimas semanas aumentou intensamente a pressão das entidades esportivas e dos atletas, que viram seus treinamentos afetados.

Nesta segunda-feira, Abe afirmou ao Parlamento que ainda estava comprometido a organizar Jogos "completos", mas acrescentou: "Se isto ficar difícil, levando em consideração os atletas em primeiro lugar, pode ser inevitável que tomemos a decisão de adiar".

"O cancelamento (dos Jogos) não é uma opção", disse Abe, repetindo os comentários do presidente do COI, Thomas Bach, que descartou a mudança de data das Olimpíadas e disse que isto "não resolveria nenhum problema e não ajudaria ninguém".

Mas o COI também modificou sua posição a respeito dos Jogos e divulgou um comunicado no domingo para anunciar que estava intensificando o planejamento para diferentes cenários, incluindo o adiamento.

A entidade destacou que pretende manter "discussões detalhadas" sobre a situação da saúde mundial e seu impacto nos Jogos Olímpicos, incluindo o cenário de adiamento".

A decisão deve acontecer "dentro das próximas quatro semanas", afirmou o Comitê. "As vidas humanas têm prioridade sobre tudo, incluindo a organização dos Jogos", escreveu Bach em uma carta aberta aos atletas.

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, advertiu, nesta segunda-feira (13), que um conflito militar com o Irã afetará a paz e a estabilidade no mundo, em declarações durante uma visita à Arábia Saudita para tentar reduzir as tensões regionais.

Depois de desembarcar no sábado em Riade, no âmbito de uma viagem por vários países do Golfo em meio à escalada de tensão entre Estados Unidos e Irã, Abe se reuniu com o príncipe herdeiro Mohamed bin Salman, na província de Al-Ula (noroeste).

"Qualquer confrontação militar na região que inclua um país como o Irã terá um impacto não apenas na paz e na estabilidade regional, como na paz e na estabilidade do mundo inteiro", advertiu Abe, segundo o porta-voz do Ministério japonês das Relações Exteriores, Masato Ohtaka.

O general iraniano Qassem Soleimani morreu em um ataque com drone americano em 3 de janeiro, em Bagdá. Na quarta-feira, o Irã respondeu com o lançamento de vários mísseis contra alvos americanos no Iraque, sem deixar vítimas.

Um avião comercial ucraniano foi atingido por um míssil, porém, pouco depois de decolar de Teerã, rumo a Kiev. As 176 pessoas a bordo morreram.

O primeiro-ministro japonês pediu a "todos os países envolvidos que façam esforços diplomáticos para reduzir as tensões", completou o porta-voz.

Abe e o príncipe Salman estão de acordo quanto a trabalhar em estreita colaboração para a segurança marítima da região. No encontro, trataram da decisão de Tóquio de enviar um destróier para o Oriente Médio, para atividades de Inteligência, assim como dois aviões de patrulha P-3C, disse Ohtaka.

O Japão não participará, porém, de uma eventual coalizão dirigida pelos Estados Unidos na região. Aliado de Washington, Tóquio mantém boas relações com o Irã.

Abe também insistiu na importância de se garantir o abastecimento contínuo e estável de petróleo saudita para seu país.

Durante sua visita à Arábia Saudita, o chefe de governo japonês se reuniu com o rei Salman, relatou a agência oficial de notícias saudita SPA.

Segundo o órgão de imprensa, ambos conversaram sobre a segurança do transporte petroleiro por via marítima, sobre os meios para reforçar as relações bilaterais, assim como sobre a cooperação nos campos do turismo, Inteligência Artificial e energias renováveis.

Depois da Arábia Saudita, Abe segue viagem, rumo aos Emirados Árabes Unidos e a Omã.

Os líderes do G7 estarão neste sábado (24) em Biarritz no centro das atenções da comunidade internacional, que espera soluções concretas para as crises que agitam o planeta: guerra comercial, Irã ou os incêndios na Amazônia.

Um a um, os líderes do clube das grandes democracias liberais chegaram ao sudoeste da França, sendo Donald Trump o último a bordo do Air Force One, que aterrissou ao meio-dia em Bordeaux.

Juntamente com o presidente americano, Angela Merkel, Boris Johnson, Giuseppe Conte, Shinzo Abe e Justin Trudeau marcarão o início da cúpula em um jantar informal organizado por Emmanuel Macron no farol de Biarritz com vista para o Atlântico.

Vão discutir um tema que se impôs de última hora: a multiplicação dos incêndios florestais na Amazônia.

Neste sentido, Macron apelou a "uma mobilização de todas as potências" para ajudar o Brasil e os demais países afetados a lutar contra os incêndios florestais na Amazônia e para investir no reflorestamento das regiões atingidas.

"Devemos responder ao apelo da floresta (...) da Amazônia, nosso bem comum (...) então vão agir"

As negociações podem ser delicadas, depois que Macron acusou o presidente brasileiro Jair Bolsonaro de "mentir" sobre seus compromissos climáticos e de "inação" diante dos incêndios.

Suas críticas podem contrariar Donald Trump, de quem Jair Bolsonaro é um firme defensor no cenário internacional.

Berlim também manifestou relutância ao anúncio de que Paris bloquearia o projeto de acordo comercial entre a UE e o Mercosul, um assunto que será abordado durante a reunião entre Angela Merkel e Emmanuel Macron à tarde.

Mas o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, presente em Biarritz, reconheceu que seria "difícil imaginar" que a UE ratifique tal acordo enquanto o Brasil "permitir a destruição" da Amazônia.

- Trump imprevisível -

Os milhares de diplomatas e jornalistas presentes em Biarritz aguardam para ver qual será a atitude do imprevisível presidente americano sobre outras questões.

Antes de voar para a França, Trump pareceu otimista. "Acho que será muito produtivo", disse ele a repórteres.

Mas o republicano brandiu a ameaça de retaliação à imposição de um imposto francês sobre os gigantes americanos do setor de alta tecnologia.

"Eu não gosto do que a França fez", lançou. "Eu não quero que a França imponha impostos às nossas sociedades, é muito injusto". "Se o fizerem, vamos impor tarifas sobre seus vinhos", disse ele.

Donald Tusk reagiu, dizendo que a UE estava pronta para retaliar se Washington colocar sua ameaça em ação.

Os debates se anunciam acirrados sobre a taxação dos gigantes digitais, o impulso à economia global ou as tensões comerciais entre Pequim e Washington, após a imposição de novas tarifas por ambos os lados.

Sobre o programa nuclear do Irã, outra questão espinhosa, Macron informará seus colegas do conteúdo de seu encontro com o chefe da diplomacia iraniana, Mohammad Javad Zarif.

Outro evento importante, o encontro no domingo entre Donald Trump e o novo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.

A Casa Branca disse que Donald Trump está "muito animado" com a ideia de discutir com Boris Johnson o futuro acordo de livre comércio entre os dois países após o Brexit.

Diante da multiplicidade de temas, os organizadores franceses tentarão avançar questões substantivas que serão tema de sessões especiais: o combate à desigualdade, a educação na África ou a proteção dos oceanos.

Com a esperança de alcançar "iniciativas concretas", compartilhadas com os líderes convidados, como o indiano Narendra Modi ou seis chefes de Estado africanos.

- Opositores mobilizados -

À margem da cúpula, milhares de opositores ao encontro do G7 em Biarritz iniciaram em Hendaye, no sudoeste da França, uma manifestação que os levará à cidade espanhola de Irun, em uma marcha de 4 km autorizada pelas autoridades.

Os organizadores esperam reunir "pelo menos 10 mil pessoas" em um protesto que começou no porto de Hendaye, sob uma atmosfera calma.

Os manifestantes agitavam numerosas bandeiras bascas (ikurriñas vermelhas, verdes e brancas) num protesto que reúne militantes anti-capitalistas, alter-globalistas, ecologistas e nacionalistas bascos, bem como dezenas de "coletes amarelos".

"É importante mostrar que a população está se mobilizando e que não está de acordo com o mundo que eles nos propõem", disse Elise Dilet, manifestante de 47 anos que milita na associação basca Bizi.

"Queremos que a manifestação seja totalmente pacífica e, embora temamos alguns incidentes, faremos todo o possível para que isso não aconteça", acrescentou.

Na sexta-feira à noite ocorreram os primeiros confrontos entre manifestantes e as forças de segurança em Urruña, perto do campo onde é realizada a cúpula alternativa ao G7. Os manifestantes jogaram projéteis na polícia, que usou gás lacrimogêneo e balas de borracha. Dezessete pessoas foram presas e quatro policiais ficaram levemente feridos.

O presidente Jair Bolsonaro postou em suas redes sociais uma foto de um encontro com o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe. O encontro, que acontece durante o Fórum Econômico de Davos, consta da agenda divulgada mais cedo.

"Reunião com o Premiê Japonês. Estive em visita no Japão e sabemos das dificuldades dos brasileiros naquele país. Expondo estas e nos aproximando de países que podem muito fortalecer um processo econômico e social de bilateralidade seguimos evoluindo", escreveu o presidente no Twitter.

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O encontro ocorre após o cancelamento da coletiva de imprensa que Bolsonaro faria esta tarde. De acordo com o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, que acompanha o presidente em Davos, Bolsonaro queria descansar antes de retomar a pesada agenda do dia.

Além de Abe, estavam previstos para esta quarta-feira reuniões bilaterais com o primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, e com o presidente da Suíça, Ueli Maurer.

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, enfrenta novas dificuldades, em consequência de um segundo escândalo de favorecimento e com o descontentamento crescente da opinião pública.

Já enfraquecido por acusações sobre uma operação imobiliária que ressurgiram em março, Abe enfrenta agora a suspeita de que influenciou as decisões do governo a favor de um amigo na criação de uma nova faculdade de Veterinária. Um documento oficial de 2015 circulou esta semana e descreve o estabelecimento como um "caso que diz respeito ao primeiro-ministro".

A popularidade de Shinzo Abe caiu nas últimas semanas e chegou a apenas 31%, segundo uma pesquisa publicada pelo jornal Asahi. Outra pesquisa, da agência Kyodo, mostra uma redução de 5,4 pontos, a 37%, um dos piores índices desde que o primeiro-ministro voltou ao poder em 2012.

No sábado, milhares de manifestantes se reuniram diante do Parlamento e pediram a renúncia do primeiro-ministro, uma manifestação pouco habitual no Japão.

O outro escândalo envolve um lote que teria sido vendido por 10% do valor de mercado em 2016 ao administrador de uma creche nacionalista. Uma escola do ensino básico deveria ser construída no local e o diretor do estabelecimento decidiu transformar a esposa de Abe em diretora honorária.

O caso retornou às manchetes depois da revelação de que o ministério da Defesa falsificou os documentos relativos à operação.

Nos dois casos, Shinzo Abe nega qualquer envolvimento, mas esta série de problemas coloca em dúvidas suas possibilidades de vencer a eleição para a liderança de seu partido, prevista para setembro.

Uma vitória parece "difícil", afirmou seu ex-mentor Junichiro Koizumi, que dirigiu o governo de 2001 a 2006. Em um contexto complicado, Abe viaja na terça-feira aos Estados Unidos para uma reunião com o presidente americano Donald Trump.

O ministro do Japão, Taro Aso, afirmou nesta quinta-feira (17) no Parlamento de seu país que o primeiro-ministro Shinzo Abe se reunirá mais tarde com o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, a pedido do norte-americano. "Eles se aproximaram de nós para propor uma refeição juntos e isso é uma coisa boa", comentou Aso aos parlamentares. Segundo o ministro, é "muito raro" que um presidente eleito escolha um líder japonês para sua primeira reunião com um chefe de Estado após ser eleito.

O premiê japonês deve buscar garantias de que Trump manterá o compromisso do governo norte-americano com a aliança com Tóquio. Durante a campanha, o empresário republicano disse que aliados como o Japão e a Coreia do Sul contribuiriam mais com o custo de manter tropas norte-americanas em seus países. Tanto o governo japonês como o sul-coreano já pagam somas consideráveis pelo apoio dos EUA em bases dos EUA, mas notam também que é do interesse estratégico dos EUA ter presença na segurança do Pacífico.

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Abe também disse que tentará convencer Trump a apoiar a Parceria Trans-Pacífico, um acordo de livre-comércio entre 12 países que foi alvo de críticas do republicano na campanha. Aparentemente, será difícil que o Congresso dos EUA ratifique o tratado. O pacto deve ser discutido no encontro anual da Comunidade Econômica Ásia-Pacífico no Peru, para o qual Abe seguirá após sua passagem por Nova York. Fontes: Associated Press e Dow Jones Newswires.

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