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O Ministério Público Estadual (MPE) entrou na Justiça com ação de improbidade administrativa contra a Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) e 8 agentes públicos paulistas pelo abandono de 26 trens comprados em 2011 por R$ 615 milhões para operar na Linha 5-Lilás, mas que ainda estão parados nos pátios. Entre os acusados estão o secretário de Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni, o ex-titular da pasta Jurandir Fernandes e o presidente da estatal, Paulo Menezes Figueiredo. O Metrô nega irregularidades.

Para o promotor Marcelo Milani, autor da ação, a assinatura do contrato de compra dos trens com a CAF Brasil Indústria e Comércio, em julho de 2011, quando as obras de extensão da Linha 5 ainda estavam paralisadas por suspeita de fraude na licitação, acabou provocando prejuízo aos cofres públicos. Segundo ele, as composições perderão a garantia, antes mesmo de começar a rodar, e terão de passar por novo processo de manutenção. O contrato do Metrô com a CAF prevê dois anos de garantia para todas as peças das composições.

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"Foi uma má gestão, no mínimo, que está causando esse prejuízo", afirma Milani, que pede a condenação dos acusados por improbidade (mau uso do dinheiro público), perda dos direitos políticos por cinco anos e devolução de R$ 799 milhões referentes ao valor do contrato mais multa por danos morais difusos. "É uma total incompetência. Não dá para deixar chegar aonde chegou", disse o promotor.

O inquérito foi aberto com base em uma representação ao MPE em agosto de 2015, após a reportagem mostrar que os 26 trens entregues para a extensão de 11,5 quilômetros da Linha 5 estavam parados nos pátios. A primeira composição foi entregue pela CAF em outubro de 2013. As obras da linha que ligará o Capão Redondo, no extremo da zona sul, às Linhas 1-Azul e 2-Verde, deveriam ter sido concluídas em 2014, mas apenas uma das 11 estações foi entregue pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB). A promessa agora é finalizar em 2018.

Milani afirma ainda que a bitola (largura entre as faces interiores das cabeças dos trilhos) dos trens comprados da CAF tem 1,371 mm e difere daquela das composições que já operam no trecho em funcionamento da própria Linha 5 (que tem 1,435 mm) e das linhas 1, 2 e 3 do Metrô, o que impede o uso dos trens parados em outros trechos. Segundo ele, "a escolha revela o total desprezo pela coisa pública, eis que, a mesma Linha 5-Lilás do Metrô tem trens com bitolas diferentes", afirma.

O contrato foi assinado quando o secretário de Transportes Metropolitanos era Jurandir Fernandes e quando Sérgio Avelleda era presidente do Metrô, tendo como diretor de planejamento e expansão Laércio Mauro Biazotti e gerente de concepção e projetos de sistemas David Turbuk, todos acusados. Para Milani, eles "assinaram o trato mesmo sabendo que causaria prejuízo à companhia".

Jorge José Fagali, também ex-presidente da estatal, foi incluído na ação por ter dado "prosseguimento" à licitação "sabendo da paralisação das obras", e os sucessores de Avelleda, Peter Walker, Luiz Antonio Carvalho Pacheco, Clodoaldo Pelissioni e o atual presidente Paulo Menezes Figueiredo, por terem se mantido "inertes, mesmo sabendo e tendo consciência do descalabro administrativo, demonstrando total falta de capacidade de planejamento e gestão".

Resposta

Em nota, o Metrô rebateu as acusações do MPE sobre a compra dos 26 trens da CAF e informou que "prestará todos os esclarecimentos" à Promotoria. A estatal afirma que a ação civil pública "contém uma série de equívocos" e lista informações que diz serem falsas, incluindo a acusação de que os trens estão parados e perderão a garantia antes de começarem a operar.

"Não é verdade que os trens estejam parados. Os 26 novos trens adquiridos para a expansão de 11,5 km da Linha 5 estão sendo entregues e passam por testes, verificações e protocolos de desempenho e de segurança. Dos 17 trens entregues, 8 já estão aptos a operar, a partir de setembro, no trecho de 9,3 km entre as Estações Capão Redondo e Adolfo Pinheiro", afirma o Metrô.

"A Linha 5 terá a mesma bitola em toda a sua extensão, da primeira à última estação", emenda a companhia. "O Metrô não tem gastos extras com a manutenção desses novos trens" e o "prazo de garantia só começará a valer após o início de operação de cada composição, conforme previsto em contrato". Segundo o Metrô, todas as informações "já foram encaminhadas reiteradas vezes" ao MPE, "que as desconsiderou para a abertura do inquérito".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O zagueiro Diego Lugano afirmou que pela experiência em atuar pela seleção uruguaia, já testemunhou viradas no futebol que devem impulsionar o São Paulo para enfrentar o Atlético Nacional, nesta quarta-feira, em Medellín. A equipe do Morumbi perdeu por 2 a 0 o jogo de ida, em casa, pelas semifinais da Copa Libertadores, e terá agora que conseguir uma reviravolta para ir à decisão.

"Com o Uruguai conseguimos viradas muito bonitas. O futebol me ensinou que na quarta pode ser tudo diferente. O esporte dá muitas voltas. Quem sabe daqui saíremos classificados na quarta-feira", disse o zagueiro após treino do time no local da partida, o Estádio Atanasio Girardot, na noite de segunda-feira. Por cerca de uma hora o elenco trabalhou na atividade fechada, que foi comprometida por uma forte chuva com trovoadas em Medellín.

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Lugano será uma das novidades da escalação do São Paulo. O defensor de 35 anos vai substituir Maicon, expulso na última quarta-feira, e ao recorrer às memórias dos jogos que fez pelo Uruguai, resgata também a sua ligação com a torcida. O experiente zagueiro é ídolo dos são-paulinos, que costumam levar aos jogos bandeira do país vizinho para homenagear o jogador.

O ex-capitão da seleção uruguaia vivenciou na Copa do Mundo de 2010 uma vitória heroica da equipe contra Gana. Após ter um pênalti marcado contra no último minuto da prorrogação, o time sul-americano conseguiu a classificação para as semifinais com vitória na decisão por pênaltis.

O único remanescente do time campeão mundial em 2005 pelo São Paulo, explicou que tem no elenco atual uma função mais importante do que naquela época. "Agora eu sou muito mais participativo no grupo, tenho mais influência. Vamos tentar fazer o melhor nos 90 minutos que temos para jogar", afirmou.

Apesar de reconhecer a dificuldade, Lugano explicou que pela tradição, o São Paulo não pode se considerar derrotado. "O time deles e o melhor da Libertadores, temos desfalques e tudo parece estar contra. A nossa camisa e a luta ajudarão para brigar por uma virada, que seria histórica", comentou.

O São Paulo mantém o segredo na formação titular que enfrenta os colombianos na quarta-feira. Bauza vai comandar o último treino na tarde de terça no estádio do Envigado, clube de cidade da região metropolitana de Medellín.

Palmeiras e Santos protagonizam nesta terça-feira, às 20h30, no estádio Allianz Parque, em São Paulo, pela 14.ª rodada do Campeonato Brasileiro, mais um capítulo de uma rivalidade que cresce nos últimos anos, com as duas equipes disputando títulos e colecionando polêmicas dentro e fora de campo. Desta vez, a partida marca o confronto de atletas que, em breve, serão companheiros de seleção olímpica e também a disputa pelas primeiras posições da competição.

No lado do Palmeiras, o goleiro Fernando Prass, que completou 38 anos no último sábado, vai defender pela primeira vez a seleção brasileira e terá ao seu lado os santistas Gabriel, Zeca e Thiago Maia. Gabriel Jesus, outro selecionável, está suspenso e desfalca a equipe alviverde.

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"Ano passado, este clássico começou a se tornar algo mais forte. Vai ser diferente esta partida. Não vamos ganhar o campeonato se venceremos o jogo, mas ajuda muito na questão da confiança", disse o volante/lateral-direito Jean.

O técnico do Santos, Dorival Júnior, mostra preocupação com a rivalidade aflorada. "Quando não fomentamos uma ideia, é natural que isso acabe e que disputemos dentro de campo. Isso (provocações) não leva a nada. Temos que respeitar mais. Não temos que valorizar os exageros dos jogos anteriores", pediu o treinador.

As duas equipes vivem grande momento. O Palmeiras é líder, com 28 pontos, cinco a mais do que o Santos, em ascensão na tabela de classificação e com chance de entrar no G4 em caso de resultado positivo.

Como manda a tradição, Cuca e Dorival Júnior não revelaram quem vai jogar, mas no lado do Palmeiras o mistério é por lesões e suspensões. Os atacantes Gabriel Jesus e Róger Guedes e o volante Thiago Santos estão suspensos. Tchê Tchê e Moisés se recuperam de dores musculares e não chegaram a ser vistos no campo nos últimos dias, mas podem aparecer de surpresa.

No Santos, existe apenas uma dúvida importante: Vitor Bueno, titular no início do Brasileirão, ou o colombiano Jonathan Copete, autor de dois gols nos últimos dois jogos. Na defesa, o zagueiro David Braz volta a ser relacionado, mas será opção no banco de reservas. Gustavo Henrique e Luiz Felipe mantiveram o bom desempenho da defesa na ausência do titular.

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) suspendeu, em caráter liminar, o processo de votação na Câmara Municipal que aprovou a revisão do Código de Obras. Com a decisão, o prefeito Fernando Haddad (PT) fica impedido de sancionar o projeto de lei.

O desembargador Alvaro Passos aceitou mandado de segurança impetrado pelos vereadores Andrea Matarazzo (PSD), Gilberto Natalini (PV), Aurélio Nomura (PSDB) e Mario Covas Neto (PSDB). Integrantes da oposição, os parlamentares alegam que a primeira votação, feita em 11 de maio, foi irregular. Segundo eles, um artigo do projeto exigia quórum qualificado, de 37 votos, já que alterava normas estipuladas por outras legislações urbanísticas, mas passou com apenas 28.

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A norma em questão está definida no parágrafo 79 do primeiro texto substitutivo ao projeto original levado em votação. Ela permite que projetos de retrofit de prédios sejam executados com padrões urbanísticos, como recuos, superiores aos definidos tanto pelo Plano Diretor como pelo Zoneamento.

Para tentar "corrigir o erro", a base aliada propôs uma alteração no texto antes de levá-lo para segunda votação, em 1º de julho. Os vereadores aprovaram a retirada do artigo 79 e, em seguida, votaram o projeto final. Mas todo esse processo envolveu de novo 28 votos.

Para Matarazzo, a Câmara optou por não seguir o regimento. "Isso não pode acontecer em matéria tão importante. É preciso haver segurança jurídica."

Segundo Natalini, não são permitidas mudanças em apenas um artigo, mas em todo o texto. "Cheguei a alertar o presidente (Antonio Donato, do PT), mas quiseram votar a lei na marra", disse. Já Nomura afirma que a base de Haddad quis dar "pedaladas no regimento".

De acordo com a liminar, será preciso refazer o processo de votação, que exige duas votações em plenário. A Câmara só vai se manifestar após ser notificada.

O Código de Obras estabelece normas técnicas para construções na cidade. Mas, após pressão da bancada religiosa, o texto final também fez alterações que resultam em "desconto" de 90% no valor das multas aplicadas a igrejas irregulares - sem alvará ou Habite-se.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Há 13 meses, Goretti Bussolo criou o Instituto Todas Marias em Curitiba, com a intenção de prestar apoio e ajudar mulheres que sofreram com violência doméstica. O sucesso é tamanho que até homens já procuram auxílio com a instituição. Hoje, Todas Marias realiza atendimentos em todo o país. 

Goretti contou que foi estuprada coletivamente quando tinha 12 anos de idade, quando trabalhava de empregada doméstica. O seu ex-patrão pedia para que ela entrasse em baixo da mesa e a "tocava". Depois, em seu segundo casamento, sofreu violência física. De acordo com ela, isso gerou depressão em seu filho, que tem 8 anos de idade. "Violência gera violência. Eu quero salvar meu menino", disse. 

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Goretti ainda contou que todos os seus traumas ainda doem, mas que hoje ela consegue separar as suas experiências do que ela escuta. "Hoje eu choro pelas hitórias que eu ouço", afirmou. 

LeiaJá - Como se deu a criação do Todas Marias? 

Goretti Bussolo - Eu fui uma empregada doméstica aos 11 anos de idade e sofri um estupro coletivo aos 12 anos. Eu passei a ser uma menina problema. Eu escondi a violência e acabei vivenciando isso por muitos anos. Eu só me envolvia com relacionamentos adoecidos. 

Tenho um filho de 25 anos, sou mãe solteira. Ou melhor: mãe. E tenho o Eduardo, de oito anos. Cansada, chega um momento da vida que a gente tem que dar um basta. O meu último relacionamento foi traumático. Quando eu vi o meu filho menor com depressão, eu já não tinha mais o que perder. Eu já perdi amigos, família, o amor da minha vida.  

Com a medida protetiva, a Patrulha Maria da Penha me indicou para uma entrevista com o Sou Mais Eu. Teve uma repercussão muito grande. Programas de televisão começaram a me chamar para dar entrevistas. Mais de duas mil mulheres entraram em contato. vinte e um homens também. A demanda foi tão grande, pessoas me contando coisas. Hoje eu sou uma mulher empoderada, estudei, abri meus horizontes. Então decidi criar o instituto. 

LeiaJá - Isso ainda dói? 

Goretti Bussolo - Eu já não choro todos os dias. Hoje eu choro pelas histótias eu que ouço.

LeiaJá - Essas histórias mexem com você pela sua experiência ou pelo próprio conteúdo delas? 

Goretti Bussolo - As duas coisas. Mas hoje eu já consigo me colocar fora, a menina que sofreu, não posso mostrar a minha fragilidade. Com muita meditação, hoje eu já consigo separar isso. 

LeiaJá - Há quanto tempo o instituto funciona? 

Goretti Bussolo - Eu trabalho com mulheres há 11 anos. A gente precisou criar o instituto há 13 meses. 

LeiaJá - Como vocês são procurados? 

Goretti Bussolo - Normalmente pela internet. São coisas tão maiores do que o eu vivi que me espanto. teve um caso que uma criança me disse: "tia, eu não quero mais sentar no colo do vovô, dói". eu tenho um tratamento humanizado, eu vou na casa, eu vou atrás. Já fui para nove estados. Isso me coloca em risco também. 

LeiaJá - Você já foi ameaçada? 

Goretti Bussolo - Sou quase diariamente. 

LeiaJá - Tem medo disso? 

Goretti Bussolo - Eu tenho medo de não ter medo. Eu já tive tanto medo na vida que eu acho que hoje, nós mulheres, não podemos ter medo. Eu procuro colocar isso para elas. 

LeiaJá - Você é ameaçada por ser uma mulher forte ou pelo trabalho que desenvolve? 

Goretti Bussolo - Os dois. Incomoda muito ao machismo eu não ter medo deles. Eles me chamam de "sapatona". Eu brinco que sou "sapatinha", sou vaidosa. É importante ter autoestima. Quase todas as mulheres, meninas e meninos que sofrem, vivem violência, têm obesidade. Encadeia isso. 

LeiaJá - É uma forma do corpo externar a dor que sofre? 

Goretti Bussolo - Eu, por exemplo, tive todos os tipos de compulsão. Hoje é pela leitura. Mas já tive outras piores. Eu tentei usar drogas, mas não consegui. Eu fui de uma criação muito rígida, isso para mim gerava uma culpa enorme. 

LeiaJá - Os homens também te procuram? 

Goretti Bussolo - Nós também cometemos violência. O Brasil está cheio de homens em cárcere privado. Um me ligou, conseguiu fugir e me mostrou o local em que estava preso. O relacionamento doentio vale para os dois lados. Além disso, homens violentos também procuram tratamento. 

LeiaJá - Eles mesmos procuram ajuda? 

Goretti Bussolo - Sim. Eles mesmos. Nós divulgamos: os homens que querem ser tratados, venham. O grande problema da sociedade é a falta de estrutura familiar, de ajuda. Nós vamos nas escolas, nos presídios feminos também. 

LeiaJá - Como se dá o atendimento do instituto? 

Goretti Bussolo - Sempre que posso, eu vou até o local. A ONG estava na minha casa, mas tudo foi destruído por lá mais de uma vez. Eu não tenho mais nada, só coragem. 

LeiaJá - Vocês encaminham essas mulheres para a Delegacia da Mulher? É um serviço que funciona? 

Goretti Bussolo - A Delegacia da Mulher não funciona. Ela é horrorosa. É um desserviço. Você chega lá, fica de três a cinco horas. Eles perguntam: "o que você fez para o seu marido quebrar a medida protetiva?". É aí que eu subo na mesa e divulgo isso. Precisamos melhorar a legislação e o atendimento às mulheres. Isso é necessário. 

LeiaJá - O seu trabalho é ligado ao feminismo? 

Goretti Bussolo - Não. Ele é a favor da igualdade de direitos. Não quero disputar minha força física de um homen com a minha. Embora eu seja muito forte, eu sei da minha limitação. 

LeiaJá - De onde você tira essa força? 

Eu já perdi tanto. Fiz tentativa de suícidio. Fiquei internada em um hospício porque eu tive depressão há 27 anos, quando não existia um diagnóstico sobre isso. Era loucura. Eu carrego esse estígma da loucura. Eu coloco tudo o que é meu, não tenho captador. Somos malucos, poetas, que querem fazer sua parte na sociedade. 

Eu reclamava muito e um dia uma terapêuta me disse: "Goretti, chega de dizer que você não é amada. Você não se ama. Sobe na mesa!". Hojé, eu subo na mesa. 

LeiaJá - A violência gera violência? 

Goretti Bussolo - Sim. A violência gera violência. 

LeiaJá - Tratando o homem, talvez isso gere uma melhora no relacionamento violento? 

Goretti Bussolo - É a grande questão. Estou buscando alguém que banque isso para mim, para descobrir o porquê da violência masculina nas relações. E veja, não estou falando do estuprador. 

LeiaJá - A cidade tem esse histórico de violência contra a mulher? 

Goretti Bussolo - Sim, Guarulhos é uma das cidades de maior violência contra a mulher no Brasil. 

LeiaJá - Os debates nas redes sociais são benéficos ou trouxeram voz para quem deveria ficar calado? 

Goretti Bussolo - Isso me incomoda um pouco. Estamos reconhecendo quem somos socialmente. Essa disputa política mostrou ao Brasil quem somos. Éramos encaixotados, lá fora diziam que éramos muito queridos. Eu tenho tentado me afastar um pouco, porque eu acabo me contaminando. Eu não quero me contaminar com pessoas que eu não vou mudar e que não vão me mudar. Temos que levar isso para as escolas. É esse o nosso trabalho. 

LeiaJá - A violência aumentou ou hoje é mais divulgada? 

Goretti Bussolo - Sobre a pedofilia, por exemplo, sempre existiu. Não era contada. Na classe social ala existem muito casos. Isso porque as classes sociais mais baixas ainda têm coragem de denunciar. 

LeiaJá - Vocês atuam só no Brasil? 

Goretti Bussolo - Já chegaram denúncias do Chile, da Argentina também. Não sabemos o que vai se tornar o Todas Marias, uma vez que homens também estão nos procurando. 

LeiaJá - Você acredita que ajudar essas mulheres é a sua missão de vida? 

Goretti Bussolo - Eu tenho certeza. 

(Rapahel Pozzi) 

 

 

 

 

 

 

O jornalista e escritor Givan Ribeiro lança nesta terça-feira, 12, livro sobre a parceria entre Casagrande e Sócrates, considerada uma das melhores duplas de ataque da história corintiana. O livro também é assinado pelo ex-atacante corintiano Casagrande. Na obra, os autores revelam as memórias de amizade entre os dois ex-atletas, suas lutas por direitos sociais e pelo fim da ditadura militar. 

O desejo de lançar esse livro, segundo Casagrande, era de criar um espaço em que pudesse conversar com o ex-companheiro de campo e amigo como nos velhos tempos, pedir desculpas ao velho amigo por anos de rompimento e criar uma reconcialiação com ex-companheiro de clube. A campanha pelas Diretas Já e a Democracia Corinthiana, o envolvimento de Casagrande com as drogas e o de Sócrates com o alcoolismo também fazem parte da narrativa do livro. 

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De forma fictícia, o último capítulo traz uma conversa entre Casagrande e o espiríto de Sócrates. A conversa tem temas sobre a relação de amizade, as divergências, traumas, sonhos, vidas após a morte e assuntos atuais. 

No sábado, 16, às 11h, está programada uma manhã de autógrafos no Memorial do Parque São Jorge, com as presenças tanto de Gilvan quanto de Casão.

 

No Timão Universitário desta segunda-feira, 11, comandado por Vitor "ZL" Guedes e Ricardo Dias, teve muita conversa sobre a vitória corinthiana sobre o time da Chapecoense por 2 a 0, na Arena Condá, com gols de Rodriguinho e Marquinhos Gabriel. Também rolou uma entrevista com o jornalista Gilvan Ribeiro sobre o lançamento do seu novo livro em parceria com o ex-atacante corinthiano Casagrande, "Sócrates e Casagrande - Uma História de Amor", em que narra as memórias de amizade entre os dois ex-jogadores do Timão. 

Você pode acompanhar o Timão Universitário aqui pelo portal LeiaJá, clicando no player que está disponível na página, pela Web Rádio Coringão, ou direto pelo aplicativo da Rádio Coringão, disponível em Android e IOS. O Timão Universitário é uma parceria entre a Universidade Guarulhos e a Web Rádio Coringão, que vai ao ar todas as segundas-feiras, ao vivo, das 13h às 14h, com apresentação de Vitor Guedes.

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Pelo menos duas bases comunitárias da Polícia Militar foram atacadas por bandidos armados, na madrugada desta segunda-feira (11), nas zonas norte e leste da capital paulista. Policiais militares em viaturas também foram atacados a tiros na zona norte. Ninguém ficou ferido.

O primeiro ataque aconteceu no Jaçanã. Dois homens em um moto passaram em frente à base da PM e atiraram várias vezes. Na fuga, eles também atiraram contra uma viatura que tentava persegui-los.

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Minutos depois, a base comunitária de Guaianases, na zona leste, foi atacada por quatro homens divididos em duas motos. Eles atiraram e fugiram em alta velocidade.

Há informações ainda não confirmadas de ataques contra PMs na área do Butantã, na zona oeste, e em Taboão da Serra, na Grande São Paulo.

Policiais deram alertas aos colegas pelo sistema de comunicação da PM e também pelas redes sociais. A polícia investiga a motivação dos ataques.

Faltando pouco mais de um mês para o início da campanha eleitoral, o prefeito Fernando Haddad (PT) e o empresário João Doria (PSDB) aparecem como donos de mais da metade do tempo de TV reservado à propaganda dos candidatos que disputarão a Prefeitura de São Paulo.

Com a retaguarda de duas máquinas governamentais, a Prefeitura e o governo estadual, o tucano e o petista já reuniram em seus palanques o apoio de 13 legendas que, juntas, contam com mais de cinco minutos em cada um dos dois blocos de 10 minutos na TV aberta e rádio.

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A propaganda começa a ser transmitida em 26 de agosto. Aliado do governador Geraldo Alckmin, Doria já conta com o apoio declarado de PSB, PV, PPS, PMB, PHS e PP. Nesta segunda-feira, 11, ele anunciará a adesão de mais uma sigla, o DEM. A informação foi antecipada neste domingo, 10, pela Coluna do Estadão.

Com esse arco de alianças, o tucano terá o maior tempo. Em sua primeira disputa eleitoral, o empresário conta com 3min2s em cada bloco de 10 minutos. Outros 12min45s diários serão distribuídos diariamente em inserções de 30 ou 15 segundos ao longo do dia.

Já Haddad, que tentará a reeleição, já tem ao seu lado PCdoB, PR, PDT e PROS. Isso lhe garante 2min30s em cada bloco e 10min28s para dividir em pequenas inserções diárias. A polarização entre o tucano e o petista deixou os demais pré-candidatos sem opções para ampliar o tempo de TV.

Mesmo com apoio do presidente interino Michel Temer, a senadora Marta Suplicy, do PMDB, deve contar apenas com o tempo de TV do seu partido, que é de 1min45s em cada bloco de 10 minutos e 5min10s para dividir em propagandas de 15 segundos ou 30 segundos.

O vereador Andrea Matarazzo, que é pré-candidato pelo PSD, terá apenas 43 segundos em cada bloco de dez minutos e pouco mais de 3 minutos para dividir em pequenas propagandas diárias.

Como todos os partidos grandes e médios já fecharam suas posições, os postulantes à Prefeitura de São Paulo tentam agora atrair um bloco de 7 legendas "nanicas". As articulações têm de ser finalizadas até a primeira semana de agosto, quando termina o prazo para as convenções partidárias que oficializarão as candidaturas.

Rearranjo

Emparedado entre o PSDB e o PT, o vereador Andrea Matarazzo (PSD) diz que já esperava a polarização. "São as duas máquinas que estão atraindo esses partidos. Não tem como dizer que são coligações programáticas ou ideológicas", afirma ele.

Tucanos e petistas negam que exista uma troca, mas Alckmin e Haddad promoveram mudanças em seus secretariados para acomodar aliados. Para receber o apoio do PR, Haddad entregou duas pastas à sigla, Esporte e Meio Ambiente.

O PCdoB tem a Educação e SPTuris, o PDT, a secretaria de subprefeituras e o PROS, a de Turismo. "Os partidos que estão com o Haddad compõem o governo faz tempo, já os que estão com Doria foram levados ao governo agora", diz Paulo Fiorilo, presidente do PT paulistano.

Os tucanos rebatem e dizem que a maioria das siglas que declararam apoio ao pré-candidato do PSDB também são aliadas antigas do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. "Todos os partidos que contam com tempo relevante de TV estão conosco faz tempo", diz Julio Semeghini, coordenador da pré-campanha de Doria. A exceção é o PP, que espera assumir uma pasta estadual.

Alckmin conta com três secretarias ainda abertas para contemplar aliados, Turismo, Logística e Transporte e Cultura.

Na última pesquisa IBOPE sobre a disputa em São Paulo, divulgada no dia 21 de junho, Celso Russoamnno (PRB) apareceu na liderança, com 26% das intenções de voto. Marta Suplicy (PMDB), Luiza Erundina (PSOL), Fernando Haddad (PT), João Doria (PSDB) e Andrea Matarazzo (PSD) aparecem em segundo, em situação de empate técnico.

Aliança

A polarização entre PSDB e PT no processo de formação do palanque eletrônico para a eleição municipal de São Paulo levou aliados da senadora Marta Suplicy, pré-candidata do PMDB, a tentar uma aproximação com o PSD, do vereador Andrea Matarazzo.

A ideia de unir os dois postulantes na mesma chapa conta com o aval do presidente em exercício Michel Temer com a simpatia do ministro Gilberto Kassab, fundador do PSD, e com a aprovação da senadora. Uma eventual chapa Marta-Andrea teria cerca de 8 minutos para dividir em inserções ao longo do dia.

A movimentação esbarra em Matarazzo, que não abre mão de ser candidato para ocupar um posto de vice. "Por coerência, não existe nenhuma possibilidade de eu ser vice da Marta. Fui um grande crítico do governo dela", diz o vereador.

Com todos os grandes e médios partidos comprometidos, Marta, Andrea e o líder das pesquisas de opinião sobre a sucessão paulistana, Celso Russomanno (PRB), tentam atrair o apoio de sete legendas nanicas que ainda não se posicionaram.

São elas PSC, PT do B, PSL, PEN, PRP, PMN e PTN. Russomanno esteve próximo de fechar com PTB e SD, mas perdeu o apoio devido à insegurança jurídica de sua candidatura. O deputado decidiu antecipar sua convenção de 31 para 24 de julho. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O relógio se aproximava das 20 horas na última quinta-feira (7), o vento gelado começava a incomodar e a previsão era de que, naquela noite, uma nova frente fria derrubasse a temperatura na capital paulista. Alheio ao presente e às previsões para o futuro, seu Erasmo dormia em uma calçada da Rua Professor Laerte Ramos de Carvalho, na Bela Vista, região central de São Paulo. Sem colchão nem cobertor, o morador de rua podia se tornar vítima de hipotermia se o frio chegasse com força.

A médica Maíra Guedes Jacob, de 36 anos, não teve dúvidas. Era melhor acordar o homem para checar suas condições de saúde e oferecer atendimento médico e abrigo. Naquele momento, ela e a equipe do projeto Consultório na Rua, da Secretaria Municipal da Saúde, já haviam percorrido três quilômetros a pé pelo bairro oferecendo auxílio a moradores de rua e buscando identificar aqueles com maior risco de hipotermia.

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O projeto existe há cinco anos e oferece atendimento especializado à população de rua tanto em unidades básicas de saúde (UBSs) quanto nas vias públicas. No ano passado, foram 205 mil atendimentos. Há 18 equipes distribuídas pela cidade. Todas contam com médico, enfermeiro, psicólogo, assistente social e auxiliares de enfermagem, além de agentes sociais e de saúde. Neste ano, no entanto, com a morte de cinco moradores de rua durante uma onda de frio em junho, a Prefeitura ampliou o horário de atendimento das equipes para além do funcionamento das UBSs. Todos os dias, das 17h às 20h, profissionais de saúde do projeto percorrem as vias da cidade com a missão de identificar e cuidar dos mais vulneráveis.

No caso do seu Erasmo, a checagem das condições de saúde se tornou mais complicada por causa da embriaguez. Nem idade nem sobrenome foram revelados pelo homem que aparentava 50 e poucos anos. "À noite até conseguimos encontrar mais moradores de rua, porque eles ficam mais parados, mas há a dificuldade de fazer o atendimento, porque é o período em que eles costumam estar mais sob o efeito de drogas ou álcool", diz Maíra.

As ações básicas da equipe são medir a temperatura e a pressão do paciente. Se o termômetro marcar menos de 35,8ºC, a orientação é chamar uma ambulância do Samu. "Abaixo de 35ºC consideramos uma hipotermia leve, mas já acendemos o alerta a partir dos 35,8ºC porque, em geral, de madrugada, a temperatura cai ainda mais e não estaremos aqui nesse momento", explica Maíra. "E o pior é que, como o álcool dá a impressão de esquentar o corpo, ele esconde a percepção de frio."

Como a pressão e a temperatura de seu Erasmo estavam normais, o máximo que a equipe pôde fazer foi chamar um veículo da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social para levá-lo a um abrigo, oferta recusada pelo morador de rua após quase 40 minutos de tentativa dos funcionários.

Apoio

Nas abordagens, a médica tem o auxílio de agentes sociais que já foram moradores de rua. A contratação desses profissionais é feita pela ONG Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto, uma das entidades que administram o projeto, em parceria com a Prefeitura.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O São Paulo embarcou na noite deste domingo para Medellín, na Colômbia, com o retorno do argentino Centurión à lista de relacionados para o jogo da Copa Libertadores. O atacante cumpriu as três partidas de suspensão por ter cuspido em um adversário em partida válida pelas oitavas de final e reforça a lista de relacionados do técnico Edgardo Bauza para a partida decisiva contra o Atlético Nacional, na próxima quarta-feira.

A comissão técnica fretou um voo da capital paulista até a cidade no noroeste da Colômbia para evitar o desgaste com a viagem. A equipe vai fazer dois treinamentos em Medellín antes de fechar o confronto da semifinal. O São Paulo precisa reverter a desvantagem de ter perdido por dois gols de diferença na última quarta-feira, no Morumbi, para que consiga chegar pela sétima vez à decisão da Libertadores.

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Centurión não atua na competição desde o confronto de volta das oitavas de final, contra o Toluca. No jogo no México ele foi expulso após cuspir em um adversário e recebeu três partidas de suspensão. Outra novidade na lista é Auro, que após empréstimo fracassado ao Sport, viaja como lateral-direito reserva na vaga de Caramelo, machucado. O atacante Luiz Araújo, de 20 anos, é mais uma novidade, ao ser relacionado pela primeira vez para jogos da competição.

O principal desfalque da equipe é o zagueiro Maicon. Expulso na derrota por 2 a 0 no Morumbi, o defensor cumprirá suspensão. Outras baixas, como Kelvin e Paulo Henrique Ganso, já estavam fora das opções do técnico Edgardo Bauza em partidas anteriores por estarem em recuperação de estiramentos musculares. O provável time titular deve ser formado com: Denis; Bruno, Lugano, Rodrigo Caio e Mena; João Schmidt e Thiago Mendes; Centurión, Ytalo e Michel Bastos; Calleri.

Confira a lista com os atletas relacionados do São Paulo:

Goleiros: Denis e Léo

Laterais: Bruno, Carlinhos, Mena, Matheus Reis e Auro

Zagueiros: Lugano, Rodrigo Caio e Lyanco

Volantes: Artur, João Schmidt, Hudson, Wesley e Thiago Mendes

Meias: Michel Bastos, Daniel e Centurión

Atacantes: Calleri, Alan Kardec, Ytalo e Luiz Araújo

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), sancionou ontem, com mais de um ano de atraso, o Plano Estadual de Educação (PEE). No entanto, o secretário da Educação, José Renato Nalini, já afirmou que será "muito difícil" o cumprimento integral das 21 metas previstas no plano para os próximos dez anos, se não houver uma "flexibilização" da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

"De um lado, temos uma insuficiência de recursos financeiros, que impede o cumprimento do orçamento. De outro, a LRF, que em relação à Secretaria Estadual de Educação é muito mais penosa e aflitiva. Já estamos quase alcançando o limite prudencial da lei", disse Nalini. A lei foi criada no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e prevê, entre outras medidas, como limite prudencial que os gastos com o pagamento de servidores não ultrapassem 46,55% do orçamento do órgão.

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O secretário não especificou quais metas podem deixar de ser cumpridas. Mas duas delas se referem diretamente ao aumento dos gastos com a folha de pagamento dos professores. O plano tem como meta a valorização do magistério, com a equiparação de seus salários aos dos demais profissionais públicos com escolaridade equivalente até o sexto ano de vigência do plano. Também assegura que, no prazo de dois anos, será criado um plano de carreira para todos os professores.

"A LRF é uma coisa que o Brasil precisa flexibilizar. Eu confio nisso para que a educação possa atender a todas as suas demandas, quase todas elas legítimas, justas e compreensíveis", disse Nalini. O secretário mais uma vez disse não ter recursos para o reajuste salarial pedido pelos professores, que estão há 24 meses sem nenhuma proposta, nem ao menos de reposição inflacionária - até o piso salarial dos professores está abaixo do que prevê a legislação federal.

Críticas

A data-limite para todos os Estados e municípios aprovarem um plano local era 24 de junho do ano passado, conforme estabelecia o Plano Nacional de Educação (PNE). Mais de um ano atrasado, o PEE de São Paulo também foi criticado por especialistas em educação por ser praticamente uma cópia do plano nacional, sem trazer metas mais condizentes com a realidade do ensino do Estado.

Outra crítica é a de que o plano não traz projeções orçamentárias estaduais que garantam o cumprimento das 21 metas. O texto de São Paulo prevê apenas o aumento do investimento conforme o Produto Interno Bruto (PIB) nacional, tal como já previa o PNE. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Na pequena Vera Cruz, de 10,7 mil habitantes na região de Marília (SP), seu Totó é uma lenda viva. As pessoas que o veem caminhando a passos lentos na direção da padaria ou ao salão de barbeiro o tratam com reverência. Com 103 anos, Antonio Andrade Guimarães é um sobrevivente da Revolução Constitucionalista de 1932.

Dos 35 mil paulistas que pegaram em armas contra a ditadura de Getúlio Vargas há 84 anos, apenas nove ainda vivem, conforme os cadastros da Sociedade Veteranos de 32 - MMDC e apuração da reportagem. Suas memórias são os últimos registros vivos - o número de sobreviventes diminui ano a ano. Em 2012, restavam 26.

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Hoje, poucos desses centenários têm a vitalidade de seu Totó, embora ele reclame que a saúde está mais ou menos. "De vez em quando, dá alguma tontura. Por isso parei de dirigir e já não ando como antes, mas não sou de ficar parado."

Quando relembra a revolta dos paulistas, porém, as cenas voltam nítidas à sua mente. "Eu era um moço, 18 ou 19 anos, entrei como voluntário e passei 78 dias no campo de batalha, mudando de uma trincheira para outra. Os soldados do Getúlio invadiram nossa trincheira, machucaram alguns dos nossos e fizeram prisões, quando não mataram. Eu escapei por pouco. Meus companheiros foram presos e levados para a Ilha das Flores, no Rio."

As batalhas mais cruentas aconteceram em Eleutério, na divisa com Minas. Ele ainda lembra o estrondo dos canhões e dos rasantes dos aviões inimigos. "Eu era de Sertãozinho e nós fomos em 20. Alguns companheiros eu nunca mais vi."

Nas trincheiras, o ex-combatente passou fome e sede. "Valeu a pena, porque o povo ficou mais unido. Muitas vidas tombaram para que São Paulo fosse essa grandeza que é hoje."

As mulheres

E a história ainda pode ser contada não somente pelas batalhas. Maria de Lourdes Pinto Picarelli, de 103 anos, logo indaga: "Quer que fale de mim ou do meu marido?" Ela só se apresentou como voluntária em 32 depois que o então namorado, Laércio Picarelli, foi convocado para lutar com as tropas paulistas. Incorporado como cabo ao Batalhão 23 de Maio, Laércio seguiu para a frente de batalha na divisa com Minas. "Eu tinha 19 anos e, em vez de ficar rezando por ele, pensei em ser mais útil e me apresentei como voluntária na Casa do Soldado. Ali a gente era um ponto de apoio para os combatentes."

Zuleika Sucupira Kenworthy, de 103 anos, teve trajetória semelhante e fala da revolução como se tivesse sido ontem, destacando o papel do jornal O Estado de S. Paulo. "Os Mesquitas, pode-se dizer que eles fizeram a revolução. O Getúlio estava armando para tomar conta de tudo e, no dia 9 de julho, o jornal publicou 'Estamos em Guerra'."

Lembranças

O ex-combatente Arlindo Leonardo Ribeiro, de 104 anos, é o único constitucionalista ainda vivo em Barretos, mas luta contra o Alzheimer, que vai aos poucos minando as lembranças do campo de batalha. "Lembro pouco, lembro pouco... quem é mesmo o senhor? Os tiros, muitos tiros, a gente se escondia, todos tinham de caminhar muito embaixo da chuva e dos tiros. Falei dos ataques? Muitos feridos."

Já o alagoano Agenor Silva Lima, de 103 anos, mora sozinho no Ipiranga, em São Paulo. O ex-combatente foi condecorado pelos atos de bravura nas batalhas e seguiu carreira no Exército. Quando completou 100 anos, renovou a carteira de habilitação. Hoje, ainda é visto caminhando nos jardins do Museu do Ipiranga. E pediu desculpas por não poder conversar mais. "Estou ouvindo muito mal, você teria de gritar."

Capitão da reserva da PM, o ex-combatente Benedito Monteiro, de 101 anos, o Capitão Benê, ainda vive em Tremembé, no Vale do Paraíba. O presidente da Câmara, Adriano dos Santos (PDT), conta que ele será homenageado no dia 27 de agosto pelo 102º aniversário. Outro ex-soldado constitucionalista ainda vivo também seguiu a carreira militar: Irany Paraná do Brasil tem 102 anos e mora em São Paulo. Ele chegou a coronel da PM e dedicou-se a escrever livros sobre a revolução.

O MMDC e a prefeitura de Santos não tinham informações sobre o ex-combatente João da Cruz Batista, de 104 anos. Em julho do ano passado, ele foi homenageado e estava bem de saúde. A reportagem também não conseguiu contato com o ex-combatente Luiz Ferreira Junior, de Bragança Paulista. No MMDC, seus dados não estavam atualizados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O São Paulo anunciou nesta sexta-feira (8) que vai romper relação com as torcidas organizadas. O clube publicou nota oficial para comunicar que tomou a decisão após a briga do lado de fora do Morumbi ao fim da partida de quarta-feira (6), pela Copa Libertadores, quando um conflito iniciado por membros da Independente, a principal facção, e a Polícia Militar, resultou em três pessoas feridas e outras dez detidas.

O tumulto levou o presidente do clube, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, a repensar a possibilidade de encerrar a ligação com as organizadas, entre elas a Independente e a Dragões da Real. A diretoria já admitiu que mantinha uma relação próxima com a agremiação, com a doação de ingressos para as partidas e a ajuda financeira para desfiles de carnaval - a Dragões está no Grupo Especial.

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"O São Paulo não vai manter mais nenhum tipo de relação com as torcidas organizadas, em qualquer aspecto. Por fim, fará todos os esforços ao seu alcance, junto com as autoridades competentes, para assegurar que cenas lamentáveis como aquelas não se repitam, em respeito à história do clube e à paixão dos torcedores", diz o comunicado da diretoria.

A confusão na quarta-feira teve início, segundo a Polícia Militar, quando membros da Torcida Independente que estavam do lado de fora do estádio começaram a roubar vendedores ambulantes. Logo depois, o alvo foram torcedores comuns que deixavam o Morumbi depois da derrota por 2 a 0 para o Atlético Nacional. A PM reagiu com bombas de gás e tiros de balas de borracha.

Nesta sexta-feira, em nota, o São Paulo manifestou "seu veemente repúdio aos episódios de violência ocorridos no entorno do Morumbi", que, para o clube, "deixam evidente a associação entre os atos lamentáveis e membros identificados como participantes de torcidas organizadas".

A diretoria diz saber que "parte expressiva destes agrupamentos de torcedores é constituída de cidadãos bem intencionados", mas que "não compactua, em hipótese alguma, com o comportamento de uma minoria". "Nossa intenção é sempre prestigiar o verdadeiro torcedor, apaixonado pelo clube, que merece todo respeito", afirma o São Paulo.

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Vereadores de Guarulhos chegaram a gastar quase R$ 80 por eleitor da cidade na busca por votos em 2012. Para efeito de comparação, em São Bernardo do Campo, segunda maior cidade em população, gastou-se por volta de R$ 52. Porém, com as mudanças que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) promoveu em uma resolução de dezembro do ano passado, esse patamar terá que mudar.

De acordo com a Resolução nº 23.459/15, os gastos nas campanhas serão limitados a 70% do maior valor utilizado nas últimas eleições (2012) para o cargo pretendido e, caso tenha havido segundo turno na cidade, o limite será de 50% do maior valor declarado na última campanha. Para prefeito, o arrocho será ainda maior. Caso haja segundo turno, só poderão ser utilizados 30% do valor gasto no primeiro turno, por exemplo: se o candidato utilizou R$ 100 em 2012, este ano poderá utilizar R$ 70 no primeiro turno e R$ 21 caso haja segundo turno.

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Esse corte, que prevê uma economia de 30% nas eleições, tem até o dia 20 de julho para ser reajustado com base no INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) e limita também os gastos em municípios com menos de 10 mil eleitores. Em cidades desse porte, os candidatos a prefeito só poderão gastar R$ 100 mil e os candidatos a vereador R$ 10 mil, no máximo.

Dessa forma, o teto de gastos nas campanhas da cidade de Guarulhos ficarão em R$ 3.462.154,84 para prefeito (no primeiro turno) e R$ 460.456,88 para vereador. Mesmo com os limites estabelecidos, o município ainda será o campeão de gastos nas campanhas de 2016 entre as cidades da Região Metropolitana.

Os dados são da Agência Mural de Jornalismo das Periferias.

 

A Associação Portuguesa de Desportos, a Lusa, irá abrir as portas de seu complexo esportivo para o encontro de torcedores que quiserem acompanhar a final da Eurocopa 2016, entre Portugal e França, neste domingo (10), às 16h. 

O clube prepara uma grande festa para a colônia portuguesa no sonho de conquistar o título inédito. Um telão será instalado nas quadras poliesportivas do Canindé para os torcedores acompanharem o jogo, além de aproveitarem a culinária e danças típicas lusitanas. 

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A última vez que a seleção portuguesa foi para a final do torneio continental foi em 2004. Jogando em casa, os portugueses acabaram perdendo para a seleção da Grécia pelo placar de 1x0. 

Os portões serão abertos a partir das 13h. A entrada é gratuita. 

Os trabalhadores que não sacaram o abono salarial do PIS/Pasep com ano base em 2014 terão uma segunda chance para retirar o benefício. O Ministério do Trabalho divulgou balanço em que afirma que o montante que aguarda os “atrasados” chega a R$ 1,084 bilhão em todo o país. Mais de 400 mil pessoas ainda não retiraram o abono em São Paulo, o estado conta com 33% dos trabalhadores que tem direito, o que corresponde a R$ 357 milhões do total disponível.

Têm direito ao abono salarial quem está inscrito há pelo menos cinco anos no PIS/Pasep, tenha trabalhado pelo menos 30 dias em 2014 com remuneração média de até dois salários-mínimos e tenha seus dados informados corretamente pelo empregador na RAIS (Relação Anual de Informações Sociais). Para retirar o benefício, o trabalhador precisa procurar uma agência da Caixa ou Banco do Brasil entre 28 de Julho e 31 de agosto. O abono tem o valor de um salário-mínimo (R$ 880) e, caso não seja sacado, é repassado ao FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador).

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O PIS (Programa de Integração Social) foi criado em 1970 com o intuito de financiar o pagamento do seguro-desemprego, abonos e a participação dos trabalhadores na receita das empresas. Também foi criado na mesma época o PASEP (Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público), com a mesma função, porém destinado aos empregados do setor público.

Como sacar

PIS – o trabalhador que possuir Cartão Cidadão e senha cadastrada pode sacar o PIS nos terminais de autoatendimento da Caixa ou em uma Casa Lotérica. Se não tiver o Cartão Cidadão, pode receber o abono em qualquer agência da Caixa mediante apresentação de documento de identificação. Informações podem ser obtidas pelo telefone 0800-726 02 07 da Caixa.

Pasep – quem recebe o Pasep precisa verificar se houve depósito na conta. Caso isso não tenha ocorrido, deve procurar uma agência do Banco do Brasil e apresentar um documento de identificação. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 0800-729 00 01, do Banco do Brasil.

 

Estudantes da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) deixaram na madrugada desta quinta-feira, 7, a reitoria da universidade no câmpus de Campinas, no interior de São Paulo, ocupada desde 10 de maio. Os universitários prometem manter as manifestações, motivadas principalmente contra o corte anunciado de cerca de R$ 40 milhões no orçamento, por reposição de professores e funcionários, ampliação da moradia estudantil e pela implantação de cotas raciais na instituição.

Funcionários também estão parados há 45 dias. Professores que estavam em greve desde 1º de junho voltaram ao trabalho no dia 30 de junho. Eles aceitaram a proposta de 3% de aumento, abaixo da reivindicação de 12% feita pela categoria.

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Os estudantes passaram a noite limpando a reitoria e retirando colchões e roupas levadas para o prédio. "Sabemos muito bem de que gênero e cor são as pessoas que vão ter que limpar o lugar depois que sairmos, então vamos tentar deixar o máximo que conseguirmos de organização para não sobrecarregar as terceirizadas", divulgaram os manifestantes na página mantida pelo movimento na internet.

Os estudantes apresentaram à reitoria da universidade uma pauta de reivindicações, mas, após negarem desocupar o prédio após várias rodadas de negociação, a Unicamp decidiu no dia 4 de junho encerrar a tentativa de acordo e comunicar à Justiça que desejava o cumprimento da reintegração de posse já concedida por liminar.

Na tarde de quarta-feira, 6, os estudantes decidiram em assembleia desocupar o prédio e continuar com a paralisação. Após deixar a reitoria, por volta das 5 horas, carregando uma faixa com a inscrição "Não nos calarão", eles realizaram uma manifestação em frente ao Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica (Imecc) contra atos racistas registrados no instituto. Pichações racistas no Instituto de Filosofia e Ciência Humanas(IFCH) também motivaram protestos de universitários no início do ano.

O coronel Washington Luiz Gonçalves Pestana, comandante do Comando de Policiamento da Capital (CPAM-11) determinou que policiais militares que se envolverem em acidentes de trânsito com as viaturas, mesmo em perseguição a suspeitos, passarão a fazer policiamento a pé por tempo indeterminado. PMs ouvidos pela reportagem dizem que a medida incentiva que o policial deixe um criminoso fugir para não correr o risco de ser punido.

A reportagem teve acesso ao ofício do coronel que foi encaminhado para os comandos do 8º, 21º e 51º batalhões, responsáveis pelo policiamento dos bairros do Tatuapé, Móoca e Cangaíba, respectivamente. O texto traz três recomendações. Na primeira constam procedimentos básicos da PM, como preservação do local e a busca por provas que esclareçam os fatos.

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Nas duas últimas, o coronel Pestana diz aos comandantes dos batalhões citados para "escalar os policiais militares envolvidos, no próximo serviço, no policiamento ostensivo a pé, no horário de expediente administrativo, permanecendo nesta escala até ordem em contrário; no primeiro dia últil subsequente aos fatos , comunicar o ocorrido bem como as providências adotadas para conhecimento deste comandante".

Policiais, que pediram para não se identificar por temer represálias, disseram à reportagem que agora, a tendência pode ser deixar de fazer a perseguição a suspeitos. "O risco de bater a viatura existe", afirmou um PM.

Especialista em segurança, o coronel José Vicente da Silva, defende as medidas. Segundo ele, há normas na PM que recomendam que a perseguição deve ser exceção. "A ideia é sempre montar um cerco para prender o bandido. Perseguição, somente com autorização da central de comando".

Silva considera que se a fuga do criminoso for uma opção de menor risco para o policial e também às pessoas que estão próximas, deve ser adotada. "O importante é que o método de abordagem passe sempre por treinamento".

Em nota, a Polícia Militar declarou que a "medida não foi tomada para punir policiais que se envolvam em acidentes". "Trata-se de uma adequação do efetivo às novas condições, uma vez que a viatura será retirada das ruas para reparo. Cabe esclarecer que, em todo acidente envolvendo viaturas, é aberta sindicância para apuração de responsabilidade pela corporação", acrescentou.

A derrota do São Paulo por 2 a 0 para o Atlético Nacional, nesta quarta-feira, no Morumbi, derrubou o ânimo do técnico Edgardo Bauza. O argentino mostrou de desânimo pelo revés na primeira partida das semifinais da Copa Libertadores e admitiu que o placar faz a missão de tentar classificar o time na semana que vem, em Medellín, na Colômbia, ser a mais difícil da sua carreira.

"Já enfrentei situações complicadas, mas não tanto como agora, pela margem dessa situação. O que vamos fazer é trabalhar com a ideia de tentar reverter. Temos muitas dificuldades para enfrentar", comentou o argentino, dono de dois títulos do torneio como treinador. Bauza tem de fazer o São Paulo ganhar por três gols de diferença para que confirme a vaga na decisão da Libertadores sem precisar da decisão por pênaltis ou de uma vitória por dois gols de diferença, mas desde que marcando ao menos três vezes.

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O argentino contou que não conta nem com o meia Paulo Henrique Ganso e nem com o atacante Kelvin para a partida. Os dois sofreram lesões musculares. "Minha experiência nisto me diz que eles não vão jogar. A comissão técnica tem feito o possível, mas nenhum deles deve ter condições", disse.

A equipe não terá também o zagueiro Maicon, que vai cumprir suspensão por ter sido expulso nesta quarta, mas poderá contar com Centurión, que está liberado dos três jogos de gancho por cuspir em um adversário.

O treinador disse que no vestiário, após a derrota, o elenco se reuniu para falar sobre a partida e comentar como pode reagir. "Vamos tentar atacar para chegar ao primeiro gol, para abrir um pouco as chances. Estamos tristes, porque os torcedores encheram o Morumbi, vieram e não pudemos presenteá-los com alegria. Temos que pedir desculpas. Vamos tentar dar a vida na Colômbia", afirmou.

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