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Os relatos de violência entre taxistas e passageiros do sistema Uber não param de aparecer nas redes sociais. No último final de semana, a área central do Recife foi palco de mais um embate. Em postagem, o internauta Breno Alencar contou o momento em que ele e sua esposa foram abordados e agredidos física e verbalmente por taxistas que trancaram o veículo que haviam solicitado através do aplicativo, no Recife Antigo, na Avenida Marquês de Olinda. 

“Para evitar confusão, resolvemos nos distanciar, e ir até a Av. Marquês de Olinda, onde estava meio deserto, e de lá chamamos um UBER. Ao embarcar no veículo, mas sem sair do local, fomos trancados por 3 taxistas, que exigiram que saíssemos do carro, e aos gritos dizendo que de lá não iríamos sair a não ser que fossemos de táxi”, relata.

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Com a expectativa de sair do local em que se encontravam encurralados, a esposa do passageiro desceu do carro e mostrou um caminho alternativo para que o Uber pudesse passar. “O motorista do Taxi alterado agrediu minha esposa, a empurrando, dizendo para não encostar no carro dele, enquanto o outro tomou uma garrafa que estava na mão da minha dela, e ameaçou partir pra cima de mim com a garrafa em punho”, explicou a sequência do ocorrido.

Na intenção de se resguardar, o passageiro resolveu filmar as placas dos veículos, momento em que os taxistas foram ainda mais incisivos nas ameaças. Veja o vídeo abaixo:

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“Comecei a filmar as placas dos carros, com medo de sofrer outras agressões. Fui novamente ameaçado, e aos gritos dizendo que eu não filmasse os carros deles não. O número de taxistas se multiplicou rapidamente e muitos que já nem estavam no começo da confusão começaram a agitar e partir para a briga. Com a chegada da polícia, os taxistas quiseram ir embora, e o que tentou me agredir com uma garrafa de vidro, já estava se encaminhava para o táxi discretamente, quando alertamos a polícia”. 

Um dos taxista também registrou a confusão em vídeo. Em seguida, todos os envolvidos, inclusive os passageiros, se encaminharam à delegacia. Durante relatos aos policiais, os taxistas, de acordo com Alencar, ainda acusaram os passageiros de terem proferido palavras de racismo contra a categoria. Apesar disso, quiseram minimizar o ocorrido, solicitando que as vítimas fossem para casa e ainda seriam levados sem custo. 

Outros casos

Outros internautas publicaram vídeos e depoimentos de agressões como perseguição, na Avenida Agamenon Magalhães, carros trancados por veículos de táxi em várias outras áreas da cidade. Além disso, outro condutor foi confundido com motorista de Uber e foi espancado na Zona Norte da capital pernambucana.  

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Na manhã desta sexta-feira (22), mais um assalto foi realizado contra taxistas na Zona Oeste do Recife. A prática era realizada por um casal que em determinado momento da viagem anunciava o assalto com uma faca em punho. A Polícia Militar realizou a apreensão dos suspeitos nesta tarde e o Sindicato dos Taxistas já estima cerca de 20 assaltos à categoria provocados por eles. 

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O relato de um dos taxistas vítima do casal é de que num ponto da corrida, no bairro do Torrões, Zona Oeste do Recife, uma faca foi apontada contra o condutor, sendo obrigado a entregar toda a sua renda, GPS e o carro. No momento da realização do Boletim de Ocorrência e, em seguida, as prisões dos suspeitos, vários motoristas de táxi foram em direção à delegacia e constataram que os suspeitos haviam realizado muitos outros assaltos do mesmo tipo contra a categoria. 

De acordo com Flávio Fortunato, presidente do Sindicato dos Taxistas, os suspeitos vêm realizando assaltos todos os dias. “Há dias que eles assaltam três carros e desovam o automóvel inteiro. A categoria agora deve circular com mais tranquilidade agora”. 

Na abordagem, de acordo com a PM, foram apreendidos mais duas pessoas. Em posse dos suspeitos foram encontradas chaves de automóveis e celulares. Ainda, segundo informações, outros taxistas vítimas de assalto estão comparecendo à delegacia para prestar depoimentos contra o casal. 

Os suspeitos foram levados à Central de Flagrantes para serem tomadas as medidas cabíveis. 

Confira a fala de uma das suspeitas do crime:

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O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, ameaçou cassar a licença de taxistas caso insistam em paralisar a cidade em manifestação, como aconteceu na última sexta-feira. "A gente quer ajudar os taxistas, mas fechar via ninguém vai fechar. Tem que respeitar o direito de ir e vir das pessoas", disse Paes, após evento de inauguração do primeiro trecho da Orla da Guanabara Prefeito Luiz Paulo Conde, ao lado do Museu do Amanhã, no Centro do Rio.

Os taxistas protestam contra a concorrência do Uber, que vem ganhando espaço no mercado ao oferecer o mesmo serviço a preços menores para o consumidor. "Não acho nem inteligente. Se há um combate ao Uber, esse tipo de ação vai tornar ainda mais popular o Uber", avaliou o prefeito, que prometeu ainda multar os motoristas que atrapalharem o trânsito. "A guarda municipal, se não me engano, já aplicou 180 multas de R$ 5 mil (cada)", afirmou.

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Segundo Paes, o atual movimento de taxistas "é mais desorganizado" e, por isso, teve dificuldade de identificar as lideranças da manifestação da última sexta-feira. "Lá pelas 9h30 eles pediram para conversar comigo. Mas foi muito breve. (Eu falei) ou termina imediatamente, ou começo a cassar concessão e a partir daí eles começaram a liberar as vias", contou.

Passageiros que desembarcaram nesta sexta-feira (1°) no Aeroporto Santos Dumont, no centro do Rio não encontraram táxis para se deslocar pela cidade. Desde o início da manhã, motoristas que fazem ponto no aeroporto paralisaram as atividades em protesto contra o aplicativo Uber. Funcionários da Infraero orientavam os passageiros a utilizarem ônibus ou percorrerem a pé o caminho até o centro da cidade. Taxistas que tentavam embarcar passageiros eram hostilizados e o policiamento teve que ser reforçado na região.

O bancário Frederico Tinoco, que chegou de São Paulo, era um dos que cogitavam a segunda opção. "Tenho uma reunião no centro e estou há meia hora tentando um táxi. Se soubesse dessa greve nem teria embarcado para o Rio hoje. Estou pensando em fazer o meu trajeto a pé, mas, com esse calor e usando terno, a caminhada de 30 minutos não vai ser boa. Acho que a luta deles contra um serviço não homologado é justa, mas manifestar parando a cidade acho errado. Vira bagunça", disse.

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A taxista Maria da Graça Fernandes, de 68 anos e há 20 na profissão, passou pelo aeroporto com o carro enfeitado com bandeiras do Brasil. "Não é justo eu, que trabalho na madrugada, ver o passageiro entrar em um carro particular." Gasto R$ 700 reais de taxas todos os anos para manter o custo do carro", reclamou.

Ato

Desde o início da manhã desta sexta, taxistas do Rio de Janeiro promovem manifestações em diferentes pontos da capital fluminense em protesto contra o aplicativo Uber e contra o que consideram lentidão da prefeitura e da Justiça para proibi-lo. Os profissionais seguem em carreata em vias de grande movimento, como Avenida Brasil, Via Dutra, Ponte Rio-Niterói, Rodoviária Novo Rio e nas proximidades dos aeroportos Santos Dumont, no Centro, e Antônio Carlos Jobim (Galeão), na Ilha do Governador.

Na Avenida Atlântica, em Copacabana, após reunião no Posto 6, taxistas ocuparam as três faixas da pista, no sentido centro. Vias expressas foram afetadas com grande congestionamentos, como a Linha Amarela e Linha Vermelha. Taxistas de Niterói e São Gonçalo também se deslocaram para a ato na capital.

O taxista Ernane Nunes contou que participa da manifestação para pressionar o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), a ser mais rigoroso com o Uber. "Nosso dinheiro está sendo tirado por um grupo que ninguém sabe quem é. Enquanto nós fazemos quatro vistorias por ano, eles não fazem nada e não são cobrados como a gente, em toda esquina", argumentou.

Desconto

O Uber divulgou nota em que informa que dará desconto de R$ 20 aos passageiros que tenham como início ou término em uma lista de locais afetados pelo movimento. O Uber também lançou a hashtag #ORIONAOPARA. (Colaborou Wilson Tosta)

Taxistas do Rio de Janeiro promovem nesta sexta-feira (1°) manifestações em diferentes pontos da capital fluminense contra o aplicativo Uber e contra o que consideram lentidão da prefeitura e da Justiça para proibi-lo.

Os profissionais fazem carreata em vias de grande movimento, como Avenida Brasil, Via Dutra, Ponte Rio-Niterói, Rodoviária Novo Rio e nas proximidades dos aeroportos Santos Dumont, no Centro, e Antônio Carlos Jobim (Galeão), na Ilha do Governador. O protesto foi articulada via redes sociais. As concentrações começaram durante a madrugada, em pontos combinados em São Cristóvão, Copacabana e Ilha do Governador.

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Na Avenida Atlântica, em Copacabana, após reunião no Posto 6, taxistas ocupavam, no início da manhã, as três faixas da pista sentido centro. Vias expressas foram afetadas com grande congestionamentos, como a Linha Amarela e Linha Vermelha. Taxistas de Niterói e São Gonçalo também se deslocaram para a manifestação na capital.

A chegada do Uber no Recife, a partir das 14h desta quinta-feira (3), tem dividido opiniões entre a população que utiliza o serviço de táxi e a categoria dos taxistas. De um lado, mais de 90% dos recifenses aprovam o serviço do aplicativo, segundo uma pesquisa feita em parceria pelo Colab.re e a Revista Época. Do outro, os taxistas se dizem unidos e querem impedir o funcionamento do Uber por afirmar que a concorrência é desleal e poderá causar muita diminuição na receita mensal da categoria.

O aplicativo do Uber já está disponível para ser baixado nos celulares de forma gratuita. O serviço chega à capital pernambucana com a promessa de preços até 40% mais acessíveis. Atualmente, a bandeirada dos taxistas, preço pago ao solicitar um táxi, é de R$ 4,75 e o quilômetro rodado é de R$ 2,35. O Uber chega ao Recife com a categoria mais básica, que é a UberX, formada por carros mais populares, que cobram pela chamada R$ 2,50 e o quilômetro rodado sai por R$ 1,15. 

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Com uma grande diferença de valor cobrado, o serviço do Uber é visto pelos taxistas como desleal e prejudicial à categoria. O presidente da Associação dos Profissionais Condutores Auxiliares de Táxi do Recife (APCATRE), Sandro Cavalcanti, afirma que o aplicativo é ilegal e deverá ser impedido. "Nós vamos combater esse tipo de transporte. O Uber é um aplicativo que propõe uma concorrência desleal porque a tarifa cobrada é menor e sem planejamento, eles não tem taxímetro", falou. Sandro ainda comentou que antes de qualquer manifestação, querem uma resposta do poder público. "Não vamos ficar de braços cruzados, estamos unidos para impedir o Uber junto com as autoridades públicas, antes de fazer qualquer protesto", explicou.

A plataforma do Uber já opera nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Goiânia e Campinas, em SP. Recife é a oitava cidade no Brasil a receber o aplicativo e a primeira da região Nordeste. A estudante Katarina Vieira é a favor do serviço do Uber na capital pernambucana e afirma que já utilizou o aplicativo em viagens para a região Sudeste do país. "Estou satisfeita com a chegada do Uber. Os carros chegam em menos de dois minutos, têm comidas para servir ao cliente e os motoristas foram muito atenciosos comigo, diferente dos taxistas de Recife", afirmou.

 

O taxista e membro da diretoria da APCATRE, Márcio Torres, conta que muitas vezes o passageiro também é mal educado. "O passageiro quer melhoria tanto no valor, quanto no serviço prestado pelo taxista. Mas da mesma forma que existe o motorista mal educado, também existe o passageiro. A gente as vezes recusa corrida por medo de que sujem o carro, além de assaltos", contou. Ele também argumentou que o serviço do Uber não vai ser completo. "O motorista não vai querer estar em porta de mercadinho carregando as compras para a mala do carro, por exemplo, eles vão querer se movimentar pelas noitadas nos bairros mais chiques". 

Além dos representantes da APCATRE, o Sindicato dos Taxistas de Pernambuco (Sinditaxi) também se manifestou contra o funcionamento da plataforma norte-americana na cidade. Segundo o presidente do Sindtaxi, Everaldo Menezes, a categoria vai avaliar como vai funcionar o aplicativo na cidade e depois se reunir para discutir a questão. “Estão falando que começa às 14h, mas não se tem certeza disso, de como e onde vai funcionar”, explica Menezes, destacando que é preciso ter cautela.

O presidente da Associação dos taxistas contou que uma denúncia contra o funcionamento do Uber no Recife já foi encaminhada ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE). Ele também informou que já tem uma reunião marcada com João Braga, secretário de Mobilidade e Controle Urbano do Recife. "Não queremos fazer um protesto para parar a cidade do Recife, mas queremos que as autoridades se sensibilizem com nossa causa e entendam que a nossa cidade não consegue acomodar mais outro aplicativo de grande porte para tirar a receita de profissionais que já são regularizados há muito tempo", argumentou Sandro.

Na justiça, o Uber ainda não está com todas as pendências resolvidas. Em outubro de 2015, o prefeito Geraldo Julio (PSB) sancionou a Lei Municipal 18.176/2015, regulamentando aplicativos destinados ao serviço de táxi. A lei determina que as ferramentas existentes sejam registradas no município e cumpram a Lei Federal n°12.468/2011, direcionada ao transporte privado remunerado de passageiros, atividade exclusiva a taxistas. 

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Os taxistas já estão insatisfeitos com o Uber e pretendem impedir que o aplicativo funcione na cidade. O serviço começa a funcionar no Recife nesta quinta-feira (3) às 14h. A capital pernambucana é a primeira do Nordeste a receber o aplicativo.

Segundo o presidente do Sindicato dos Taxistas de Pernambuco (Sindtaxi), Everaldo Menezes, a categoria vai avaliar como vai funcionar o aplicativo na cidade e depois se reunir para discutir a questão. “Estão falando que começa às 14h, mas não se tem certeza disso, de como e onde vai funcionar”, explica Menezes, destacando que é preciso ter cautela.

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O presidente do sindicato diz que não é contra a forma como o aplicativo funciona. “Temos o Easy Taxi, o 99taxi, aplicativos que trabalham diretamente com o taxi e geram receita para o taxista. Agora, o Uber quer trabalhar com carro particular, criando uma concorrência desleal, e isso não podemos ver com bons olhos”, critica.

De acordo com o representante da categoria, os taxistas passam por cursos, pagam taxas e equipamentos obrigatórios, o que não aconteceria com os motoristas do Uber. “Vamos ver com as autoridades, com o prefeito, para impedir esse aplicativo aqui”, conclui Menezes.

Novos desdobramentos da chegada do Uber no Recife devem ocorrer em breve. Em outubro de 2015, o prefeito Geraldo Julio (PSB) sancionou a Lei Municipal 18.176/2015, regulamentando aplicativos destinados ao serviço de taxi. A lei determina que as ferramentas existentes sejam registradas no município e cumpram a Lei Federal n°12.468/2011, direcionada ao transporte privado remunerado de passageiros, atividade exclusiva a taxistas. 

A equipe do Portal LeiaJá foi às ruas para saber a opinião dos taxistas recifenses sobre a utilização do Uber. Assista os comentários:

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Sem saber dirigir e por se recusar a arcar com todos os gastos de ter um veículo, a programadora Maila Manzer Attil, de 28 anos, sempre andou muito de táxi e coleciona situações desagradáveis com o serviço: já foi assediada, perseguida e até deixada na rua por um motorista que se recusou a seguir o caminho que ela pediu. Por isso, quando o Uber chegou a São Paulo, ela não pensou duas vezes para experimentar o aplicativo. "Muitos taxistas nos tratam como se estivessem fazendo um favor e não como clientes pagando por um serviço", disse.

O cineasta Vinicius Lima Costa, de 27 anos, também usa o Uber. Desde que foi hostilizado por taxistas, a opção também é um forma de protesto. "Eu estava chegando a Congonhas com a minha mãe em um Uber e um grupo de taxistas começou a ameaçar o motorista e a questionar por que estávamos andando com ele."

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Violência

Desde o ano passado, foram registrados diversos episódios de ataques de taxistas contra motoristas do Uber. No dia 5 de janeiro, cinco homens armados com barras de ferro depredaram o carro de um ex-taxista que adotou o serviço.

As declarações de líderes do sindicato contra os concorrentes, que motivaram até abertura de inquéritos por apologia à violência, e as ações radicais de alguns grupos têm criado uma divergência mesmo dentro da categoria. Sérgio, que trabalha em uma cooperativa e pediu para não ter o sobrenome divulgado, disse que a ação de um pequeno grupo não pode manchar toda a profissão. "Os taxistas que estão tomando essas ações mais violentas são aqueles que se sentiram mais prejudicados. Por exemplo: quem trabalhava na porta de hotel ou em eventos", disse.

Desde o ano passado, a Prefeitura estuda a regulamentação do serviço. Já o Tribunal de Justiça de São Paulo proibiu a administração municipal de fazer a apreensão de veículos da Über.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os taxistas do Recife irão realizar paralisação na próxima sexta-feira (12), às 9h, marcada para acontecer na Avenida Beira Rio, na Zona Norte do Recife. A categoria reivindica mais segurança aos profissionais. 

Após a morte do taxista José Carlos Rodrigues de Souza Melo, de 56 anos, em Rio Doce, Olinda, os motoristas se sentiram ainda mais inseguros e vulneráveis e levantam a bandeira da segurança como a principal para o ato deste sexta. 

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De acordo com Everaldo Menezes, integrante do Sindicato dos Taxistas, será feita uma reunião para discutir diversos pontos, mas como principal mote a segurança de quem realiza esse tipo de trabalho. O profissional ainda explicou que é possível que os taxistas tomem as ruas do Recife em ato. 

Mensagens de áudio compartilhadas em grupos de WhatsApp usados por taxistas prometem uma guerra contra a Uber. Supostos motoristas de frotas de táxi ameaçam incendiar qualquer carro preto que apareça no caminho deles, como forma de protesto à decisão da Justiça que proíbe o Departamento de Transporte Público (DTP) de apreender carros da Über.

Os áudios foram compartilhados na noite desta terça-feira, 2, e além de incitar a violência, garantem que vão parar os Aeroportos de Congonhas e Guarulhos, rodoviárias e citam o presidente do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores nas Empresas de Táxi de São Paulo (Sintetaxi-SP), Antonio Matias, o Ceará.

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Procurada, a entidade afirmou por meio de sua assessoria de imprensa que as mensagens podem ter sido "plantadas" entre a categoria e que cabe à Polícia Civil investigar os autores das publicações. O Simtetaxi ainda afirmou que "repudia" qualquer tipo de violência e está amparado pelo Legislação trabalhista para realizar manifestações pacíficas contra o aplicativo.

Mas na semana passada, o presidente da entidade compartilhou um vídeo nas redes sociais incitando a violência. "Agora é cacete, prefeito", afirmou. Nos áudios de WhatsApp, a categoria promete violência contra qualquer motorista que esteja dirigindo um carro semelhante aos modelos utilizados pela Uber. Posteriormente, afirmou ter sido "mal interpretado".

Os áudios ameaçam tanto a Uber quanto os motoristas de carros de passeio. "A gente tem que se reunir mesmo e colocar fogo em cada carro preto que a gente vir na rua. Aí eles vão botar fé na gente. F. se é Uber ou não é. Por mim eu já começava a botar fogo agora. Viu o carro preto parado? Bota fogo. Vamos ver se rapidinho eles não dão um jeito", disse um dos supostos taxistas.

Outro responde: "Rapaziada, como sou mais um frotista estou pouco me lixando. Vamos para cima botar fogo. Vamos lutar pelos nossos ideais e que se f. político e polícia. Se a gente não lutar vamos perder espaço e perder tudo."

"Conversa com o Ceará e o Satanás que for. A guerra para o País ser liberto não morreu gente e derramou sangue? Para gente ser liberto dessa maldita empresa (Uber) a gente derruba sangue. Morre alguém vem um outro e assume. Ninguém quer ser herói morto, mas vamos brigar por nossas famílias e nossos direitos. Vamos quebrar", afirma um outro taxista de frota, pedindo para os colegas entrarem em contato com o presidente do sindicato.

A entidade, no entanto, rebateu a mensagem. "O presidente Antonio Matias e nenhum diretor, até o momento foram procurados por taxistas sobre este tipo de ação. E se procurados, não vão apoiar o movimento que vai na contramão da luta pelo respeito à lei municipal que proíbe o uso do transporte clandestino", afirmou o Sintetaxis.

Para um dos integrante do grupo de WhatsApp, os carros do aplicativo já poderiam ter sido queimados na última quinta-feira, 28, quando taxistas cercaram carros da Uber que atendiam passageiros do Hotel Unique, durante uma festa da Revista Vogue.

"É isso aí. Tem que ir para cima. Tinha que ter feito isso no Unique e começar a atacar fogo por lá."

Não ouviram

Dentro de um ônibus no corredor da Avenida Inajar de Souza, zona norte da capital, inaugurado nesta quarta-feira, 3, o prefeito tomou conhecimento por jornalistas dos áudios de taxistas que prometem atacar motoristas do Uber. Haddad manifestou surpresa e, após a coletiva, quis saber de Tatto se as gravações estavam sendo compartilhadas por WhatsApp. O secretário também não sabia da mobilização virtual da categoria.

Em seguida, o petista condenou os ataques e agressões cometidos por taxistas contra motoristas da Uber e afirmou que as ações não são representativas da categoria. Segundo o prefeito, "violência restringe o debate", além de ser "antidemocrática".

Haddad disse que, toda semana, tem dialogado com taxistas por telefone ou pessoalmente. "A categoria entende que a municipalidade está buscando uma alternativa que respeite o trabalho deles, mas abra espaço para regulação. Estamos tentando construir, fazendo isso em diálogo com eles e com a sociedade. Não estamos impondo. Está havendo diálogo amplo".

"Estamos no meio de uma discussão regulatória. É disso que estamos tratando agora. A hora em que chegarmos a uma conclusão de qual é o melhor modelo regulatório, você vai ter o sistema de garantias para todo mundo trabalhar em paz", disse. "Mas antes disso o debate está aberto. Você vai interditar o debate com violência no momento em que esta sendo discutido?".

Em relação às agressões praticadas por alguns taxistas, o prefeito destacou que "nunca viu ninguém" se associar à violência no Brasil e "levar vantagem". "As pessoas não gostam disso", afirmou.

Histórico de violência

Os ataques de taxistas contra motoristas da Uber acontecem desde o ano passado. No dia 10 de agosto, por exemplo, um grupo armou uma emboscada, solicitando o serviço por aplicativo. Quando o automóvel chegou no local, diversos taxistas o esperavam. O motorista de 22 anos foi feito refém dentro de um carro, foi espancado e teve seu veículo depredado.

Em 30 de novembro, foi a vez de dois passageiros do aplicativo serem agredidos, na Rua Voluntários da Pátria, em Santana, na zona norte da capital. Um das vítimas ficou ferida na cabeça após um golpe com uma chave de roda.

No dia 5 de janeiro, cinco taxistas armados de barra de ferro depredaram o carro de Rafael Rodrigues Quessada, de 22 anos, que era ex-taxistas e tinha entrado há pouco tempo na Uber. Ele blindou o carro após o ataque.

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), acusou um "vereador" de incitar a violência entre taxistas e motoristas da Uber na capital paulista, sem, no entanto, citar o nome do parlamentar. O alvo, o vereador Adilson Amadeu (PTB), autor do projeto de lei que proíbe o aplicativo em São Paulo, afirma ser contra violência e disse que Haddad está "desorientado". O prefeito também afirmou que taxistas envolvidos em casos de agressão a motoristas da Uber podem ter o alvará cassado.

Na noite anterior, um grupo de taxistas intimidou motoristas da Uber e passageiros que queriam usar o aplicativo na saída da festa da revista Vogue, realizada no Hotel Unique, na Avenida Brigadeiro Luís Antônio, nos Jardins, zona sul.

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Todos os carros pretos foram cercados e os condutores, hostilizados. Ao menos um veículo foi depredado. Viaturas da polícia acompanharam a situação, sem intervir. Ninguém foi detido.

Em nota, a Uber repudiou a ação dos taxistas. "A Uber repudia qualquer tipo de violência, e lamenta profundamente a selvageria que ocorreu nesta noite de uma festa tão bonita."

Ao comentar o episódio, Haddad lembrou que os taxistas recebem autorização municipal para prestar o serviço na cidade, mas que agressões são casos de segurança pública. "Existe um código de postura que precisa ser observado e a legislação permite a cassação de alvará daquele que tiver uma atitude incompatível com a função pública que exerce", afirmou. "Tem assunto que é caso de polícia: agressão, danos morais, danos patrimoniais, isso é um assunto que cabe à policia apurar. Não cabe à Prefeitura."

Haddad também lamentou que "um vereador esteja incitando a violência na cidade de São Paulo" e o acusou de "interditar o debate" sobre a regulamentação. "A Câmara Municipal é um ambiente de debate. Um ambiente para verificar quais são os modelos mais avançados do mundo, (discutir) como garantir o serviço de taxi, que é antigo e valorizado, sem inibir a assimilação de novas tecnologias", afirmou. Entretanto, o prefeito não quis informar a qual parlamentar se referia. "Eu não quero fulanizar o debate porque acho que é ruim."

Presente no Hotel Unique na noite da confusão, o vereador Adilson Amadeu rebateu as críticas. "Eu não aceito a violência, não está certo parar carro. Por volta da 21h30, fui para a porta do hotel pedir que não fizessem quebra-quebra. O que eu havia dito é que, se o prefeito está querendo confusão, vai ter. Isso vai dar coisa ruim", afirmou Amadeu. "Ele como executivo maior, a chave da cidade, tinha de ter uma postura muita mais forte diante da ilegalidade de uma empresa que não arrecada. O prefeito está desorientado."

Para o vereador, Haddad deu a entender que é favorável ao serviço da Uber ao declarar que os taxistas "desaparecerão pela concorrência predatória" caso o aplicativo não seja regularizado. "Ele deveria solicitar à Justiça o corte de sinal da Uber por pelo menos 30 dias. Se quer regulamentar, precisa começar do zero. Hoje, estão falando em 18 mil carros no Brasil, cinco mil em São Paulo. É uma coisa que perdeu o controle", disse.

Já Haddad é da opinião de que a Prefeitura não está "tomando nenhuma posição sem antes estabelecer um amplo debate". A consulta pública sobre o decreto que regulamenta a Uber na capital recebeu 5.865 contribuição.

De acordo com balanço feito com sugestões publicadas até o dia 18 de janeiro, quando havia cerca de 2,5 mil comentários: 533 contribuições efetivas, 1.720 opinativas e 244 classificadas como "outras", grupo que corresponde a perguntas ou colocações repetidas, por exemplo. Do total, 78% das contribuições opinativas foram favoráveis a regular o aplicativo e 22%, contra.

Um grupo de taxis fez um protesto contra o aplicativo Uber em uma festa da Revista Vogue, em frente ao Hotel Unique, nos Jardins, zona sul de São Paulo, na noite desta quinta-feira (28). Eles cercaram todos os carros pretos em frente ao hotel, que fica na Avenida Brigadeiro Luís Antonio, altura do número 4.700, e hostilizaram os motoristas, evitando que os passageiros fossem embora com o serviço do aplicativo. No mesmo dia, houve confronto entre taxistas e motoristas do Uber na zona sul do Rio.

De acordo com a Polícia Militar, o tumulto em São Paulo começou por volta das 22h e se estendeu pela madrugada, até por volta das 4h40, quando o grupo dispersou. Viaturas acompanharam o protesto mas não fizeram intervenções. Ninguém foi detido.

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Já no Rio, ocorreu uma briga em um posto de gasolina, na Lagoa Rodrigo de Freitas. Dois motoristas do Uber que estavam no local teriam sido abordados por cerca de 20 taxistas. Na confusão, carros foram depredados. Motoristas dos dois lados apresentaram versões diferentes para quem teriam começado a confusão, que foi parar na delegacia. Segundo os condutores do aplicativo, taxistas teriam tentado intimidá-los. Já os taxistas disseram que os motoristas do Über teriam iniciado as agressões. Policiais foram chamados ao local para conter a confusão.

Consulta pública

Horas antes dos confrontos o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), havia afirmado que os taxistas vão "desaparecer pela concorrência predatória" caso não aceitem a regulação do transporte individual. E alertou aos taxistas: "Não temos condições de fiscalizar uma nuvem, que é do que se trata hoje. Quando o transporte clandestino era coletivo, havia os pontos de parada (para fiscalizar)", disse o prefeito, que também classificou como "reducionismo" críticas sobre a Prefeitura ser "contra ou a favor dos táxis". "O que está em jogo não é a existência do táxi, mas do taxista."

A consulta pública do decreto que regulamenta a Uber em São Paulo recebeu, ao todo, 5.865 contribuições entre dezembro e quarta-feira, 27. De acordo com dados apresentados pelo presidente da SP Negócios, Rodrigo Pirajá, 78% das contribuições opinativas foram favoráveis a regular o aplicativo.

O decreto determina que os motoristas só podem pegar passageiros por meio de aplicativo - e não na rua. Os condutores comprariam créditos por quilômetro rodado, com validade de até dois meses, e a Prefeitura estabelece um teto que pode ser cobrado pelo serviço. Também se prevê estímulos para quem trafegar fora do horário de rush, na periferia, tiver veículo adaptado para pessoas com deficiência ou faça corridas divididas. Nesse último caso, o passageiro deve aceitar dividir a viagem com outras pessoas.

Um homem de 35 anos, condutor de um Mitsubishi Pajero, foi morto a tiros por um grupo de taxistas na madrugada deste sábado (16), em Porto Alegre. O crime ocorreu por volta das 5h no Morro Santa Tereza, zona sul da capital gaúcha. A vítima foi identificada como Geovane Pereira Melo.

De acordo com a Polícia Civil, Geovane havia saído de uma casa noturna com uma adolescente de 14 anos. No trânsito, houve uma discussão com um taxista. Na briga, pelo menos outros dois taxistas agrediram o motorista após uma perseguição pelas avenidas de Porto Alegre. Geovane foi atingido com tiros na cabeça. A polícia já ouviu a versão da adolescente, mais ainda apura se realmente o crime foi cometido por taxistas.

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A Empresa Pública de Transportes e Circulação (EPTC), responsável por regular e fiscalizar as atividades relacionadas ao trânsito e transportes de Porto Alegre, afirmou em sua conta no Twitter que busca informações com a polícia sobre os taxistas envolvidos e garante que, se confirmado o envolvimento, todos serão afastados.

Os taxistas de São Paulo querem um reajuste entre 10% e 12% no valor da bandeirada. A demanda vai ser cobrada nesta quinta-feira (7), pelo Sindicato dos Taxistas Autônomos de São Paulo (Sinditaxi) do prefeito Fernando Haddad (PT), com quem se reúnem às 16 horas. O pedido será feito durante encontro com representantes da categoria marcado originalmente para debater o decreto de Haddad que propõe a regulação de empresas de aplicativo, como o Uber. A Prefeitura informou que não há previsão para reajuste da tarifa em 2016.

Com o aumento de pelo menos 10% na tarifa quilométrica, a bandeirada chegaria a quase R$ 5. O último reajuste ocorreu em 6 de janeiro do ano passado. Na ocasião, o valor aumentou 9,8%, passando de R$ 4,10 para R$ 4,50. Já a tarifa quilométrica continuou sendo de R$ 2,75, assim como a tarifa horária, que permaneceu em R$ 33.

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O presidente do Sinditaxi, Natalício Bezerra, disse que há dez dias protocolou na Prefeitura um pedido de reajuste. Segundo ele, o aumento é necessário para suprir gastos com o preço da gasolina, que subiu.

"A Prefeitura já tem ciência do assunto e até o final da semana vai dar uma resposta. Tenho certeza de que Haddad vai analisar com todo carinho. Estou confiante de que vai dar um aumento para a categoria", afirmou. De acordo com Bezerra, São Paulo tem hoje 30 mil taxistas autônomos. Desses, 23 mil são associados ao Sinditaxi.

Uber

Nesta quinta, o prefeito vai sentar com seis representantes de taxistas às 16 horas para discutir o decreto que afeta o setor. O texto prevê que aplicativos como o Uber e empresas de transporte de passageiros deverão adquirir créditos por quilometragem para operar na cidade. Esta é a segunda tentativa de Haddad para regulamentar o serviço na capital. O decreto está em período de consulta pública até o fim de janeiro.

"Tem uma lei aprovada pela câmara e ele (Haddad) não vai passar por cima dos 43 vereadores que votaram a favor da proibição do Uber. E depois o prefeito sancionou. Para ele mudar agora por decreto, isso precisa voltar para a Câmara", disse Natalício Bezerra. Segundo ele, os vereadores vão se empenhar para derrubar o decreto porque "não vão querer se sentir desmoralizados".

A reportagem apurou que a preocupação da administração municipal é que, sem regulação, o serviço do Uber pode causar, em um cenário extremo, a gradativa extinção dos taxistas. Interlocutores da Prefeitura afirmam que os taxistas estão dando um "tiro no pé" ao rejeitar a regulação do Uber, visto que o aplicativo já teria atingido proporções difíceis de mensurar e fiscalizar.

Em outras ocasiões, Haddad declarou publicamente que a tecnologia introduzida pelo aplicativo precisa ser aproveitada para aperfeiçoar o serviço de transporte individual.

O presidente do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores nas Empresas de Táxi (Simtetaxis), Antonio Raimundo Matias, o Ceará, afirmou que a principal preocupação é impedir que o decreto avance.

"O prefeito quer fazer essa consulta pública sem nem fazer comercial nos veículos de comunicação. Somos a favor da consulta, mas tem de avisar em todos os veículos de comunicação para a sociedade estar consciente", disse. Ceará afirma representar 5 mil taxistas.

TCM

Na terça-feira, 5, o vereador Adilson Amadeu (PTB) protocolou no Tribunal de Contas do Município (TCM) um pedido de suspensão imediata da consulta pública. O pedido deve ser analisado pelo conselheiro João Antônio, responsável pela avaliação de projetos da Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras (Siurb). No texto, Amadeu diz que "a Prefeitura, ao emitir esta consulta, reconhece que ajoelhou-se a uma empresa sem escrúpulos". Procurados, a Prefeitura e o Uber não quiseram comentar. (Colaborou Mônica Reolom)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um grupo de taxistas cercou e agrediu dois passageiros do aplicativo de carona Uber e o motorista do veículo, neste domingo, 29, na Rua Voluntários da Pátria, em Santana, na zona norte da capital paulista. De acordo com a Polícia Civil, os agressores estavam em pelo menos dez táxis, deram tapas no automóvel do serviço concorrente, impediram a saída do veículo e xingaram o motorista de 28 anos do aplicativo.

Na última quinta-feira, 26, um motorista de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, já tinha sido agredido e teve seu carro parcialmente destruído por taxistas. No caso de São Paulo, o colaborador do aplicativo tinha ido buscar dois passageiros que se dirigiam a uma formatura. Quando os taxistas cercaram o carro, ambos desceram para tentar acalmar os agressores. No boletim de ocorrências do 13º DP (Casa Verde), a polícia afirma que o grupo foi 'intransigente' e começou a bater nos dois passageiros. Um dos taxistas utilizava uma chave de roda e feriu uma das vítimas da cabeça.

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Os dois entraram no automóvel Uber e o motorista fugiu do local e dirigiu até a região de Alphaville, em Barueri, na Grande São Paulo, e deixou os dois passageiros em um hospital. Em seu depoimento, ele disse não reconhecer os taxistas e que também não conseguiu memorizar a placa dos automóveis. Nenhum dos agressores foi preso.

Em nota, a assessoria de imprensa do aplicativo afirmou que a "segurança é prioridade da Uber" e afirma repudiar qualquer tipo de violência. "Por isso, neste momento, a Uber se solidariza com passageiro, vítima de um ataque nesta manhã de domingo, em São Paulo. O uso de violência de qualquer forma é inaceitável. A Uber está oferecendo todo o apoio ao passageiro e todas as medidas legais cabíveis serão tomadas. Vamos colaborar com as autoridades locais durante a investigação."

Colaborou Alexandre Hisayasu e Juiliana Diógenes

Taxistas protestaram na manhã desta quarta-feira (11)em São Paulo, no Rio e em Brasília contra o aplicativo Uber, serviço de transporte solidário pago, e provocaram lentidão no trânsito nas cidades.

Em São Paulo, taxistas se deslocaram do Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo, para a Praça Charles Miller, no Pacaembu, região central da capital paulista.

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Por volta das 13h30, os taxistas protestavam na frente da Secretaria de Segurança Pública. "Não podemos ter o País invadido por um aplicativo americano que não paga um centavo de imposto. É um serviço ilegal, os motoristas podem dirigir bêbados, drogados", disse um taxista ao microfone. O grupo pedia para ser recebido pelo secretário Alexandre de Moraes.

Em nota, a Prefeitura de São Paulo informou que a fiscalização dos carros é feita por 105 agentes do Departamento de Transportes Públicos (DTP). De 133.184 veículos fiscalizados neste ano (dados até o mês de outubro), 105 eram da empresa Über.

A multa em caso de apreensão é de R$ 1.700, além do pagamento da taxa de remoção do carro de R$ 521 e estadia de R$ 41 por cada hora no pátio do DTP. Além disso, foram abertos 27 processos administrativos com notificação de autuação de infração pela empresa do aplicativo.

A Uber informou que "os motoristas oferecem um serviço de transporte individual privado, que é completamente legal e previsto na Política Nacional de Mobilidade Urbana".

Ainda segundo o Uber, "a Justiça brasileira já reiterou diversas vezes que o serviço prestado por esses parceiros é legal no País. Desta forma, reforçamos que esses profissionais devem ter seus direitos constitucionais de trabalhar preservados".

Rio

Na capital fluminense, os motoristas fecharam pistas de vias importantes da cidade, como a Avenida Radial Oeste, no centro, Avenida Atlântica, na zona sul e o túnel Santa Bárbara, que liga as duas regiões, em protesto contra a decisão da Justiça que liberou o serviço Uber, de carona paga agência da via internet.

O secretário de Coordenação de Governo do Rio, Pedro Paulo, declarou que os taxistas não sofrerão nenhuma sanção por terem tumultuado o trânsito do Rio de Janeiro, na manhã desta quarta-feira.

Segundo Pedro Paulo, os bloqueios não causaram muito impacto no trânsito. Ele declarou que a Medida Provisória publicada nesta terça-feira pela União, que institui penalidades para quem bloqueia rodovias, não se aplica ao caso, porque os taxistas anunciaram um dia antes que fariam a manifestação

"Como as lideranças nos avisaram que fariam o protesto e nos deram informações, como o mapa com os pontos do percurso, conseguimos nos planejar para termos o mínimo impacto possível no trânsito. Não houve nenhum bloqueio sem antes eles terem nos consultado. Também não foi registrado nenhum conflito ou violência. Na democracia temos o direito a manifestação, defendeu o secretário, em coletiva no Centro de Operações Rio.

Apesar da declaração de Pedro Paulo, foram registradas algumas confusões no protesto. Um motorista do Uber foi agredido e um taxista foi atingido com ovos por não participar da manifestação. Os motoristas partiram de sete locais na cidade e fizeram uma carreata até a sede da prefeitura.

A ação teve reflexos no trânsito na Avenida Presidente Vargas e na Praça da Bandeira, no Centro. Pedro Paulo reforçou que a prefeitura é contra o Uber e entrou com recurso na decisão da Justiça.

Brasília

Em Brasília, motoristas fizeram uma carreata pelo Eixo Monumental, com buzinaços e frases de protestos pintadas nos vidros dos veículos. Eles acusam o aplicativo de "pirataria".

Em agosto, o governador Rodrigo Rollemberg vetou integralmente projeto que proibia o uso de aplicativos de transporte individual pagos no Distrito Federal, como o Uber. Segundo o governador, o projeto tem vários vícios de inconstitucionalidade. Na época, Rollemberg determinou prazo de 90 dias para discutir uma possível regulamentação desses aplicativos.

Taxistas protestam em vários pontos do Rio de Janeiro na manhã desta quarta-feira, 11, contra o serviço Uber, de transporte solidário pago agenciado via internet, e provocam lentidão no trânsito em diversos pontos da cidade.

Aproximadamente 100 motoristas se dividem entre a Avenida Dom Hélder Câmara, em Del Castilho, no subúrbio do Rio, e a Avenida Atlântica, em Copacabana, zona sul, desde as 6h.

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Por causa da interdição parcial da Avenida Radial Oeste, na zona norte, sentido centro, eram retenções na região até por volta das 9h. A intenção dos manifestantes é seguir em carreata pelo Aterro do Flamengo, na zona sul, até a prefeitura do Rio. A Polícia Militar acompanha o trajeto.

Por 43 votos favoráveis, 3 contrários e 5 abstenções, a Câmara dos Vereadores aprovou o projeto de lei que torna irregular a utilização de aplicativos de carona remunerada, atendendo a reivindicação dos taxistas que entraram em uma guerra contra o Über.

Do lado de fora do legislativo paulistano, milhares de motoristas que desde as 9 horas ocupam um trecho entre a Praça da República e a Avenida Brigadeiro Luís Antonio comemoram com palavras de ordem e ofensas contra o aplicativo.

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Uma grande queima de fogos com mais de 10 mil tiros financiada por taxistas, sindicatos da categoria e o vereador Adilson Amadeu (PTB), autor do projeto. Amadeu deslocou assessores para acender os pavios - iluminou as ruas do centro da capital paulista.

"Não sou taxista, não. Me mandaram aqui só pra 'tacar' fogo no pavio", disse um desses assessores. Alguns motoristas choraram de emoção, como é o caso de Marcelo Santana, de 43 anos. "Isso aqui foi uma batalha e competir com o Uber estava cada vez mais perigoso para eles", disse.

"Meu dinheiro fica aqui no Brasil para pagar meus gastos com o carro e impostos. O deles vai para os Estados Unidos e volta limpo. Isso aí é lavagem de dinheiro", contou.

Entre os milhares de taxistas estacionados da Praça da República até a Avenida Brigadeiro Luís Antônio para pressionar a Câmara dos Vereadores a votar contra o aplicativo Uber, alguns dirigiram milhares de quilômetros para fazer coro com os colegas paulistanos.

É o caso de Josmar de Souza Alves, de 38 anos, que viajou por 11 horas em um trajeto 1.050 quilômetros entra Brasília e São Paulo para protestar. "A fiscalização do Uber no Distrito Federal é pouca para a quantidade de motorista clandestino", disse. Segundo ele, a categoria da capital federal tem perdido entre 30% e 50% do faturamento para os concorrentes.

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"Não viemos para pressionar ninguém, mas para pedir coerência das autoridades pois hoje, no Brasil, somos 600 mil taxistas que podem ficar desempregados." Em Brasília são cerca de 5.200 taxistas que atendem o Distrito Federal e as cidades satélite.

Os taxistas cariocas em veículos amarelos vieram em um comboio com 20 carros e no Rio somam 33 mil motoristas. Entre os que vieram para São Paulo está Manoel Fernandes Marques Neto, de 48 anos. Ele também reclama da falta de fiscalização na capital carioca e a queda de 30% nas corridas por causa do Uber. "Estamos há um ano e meio, desde antes da Copa do Mundo, sofrendo com a concorrência desleal."

Ele conta que precisa trabalhar 16 horas por dia para concorrer com o aplicativo, fazendo uma média de 40 viagens por dia. "Eu rodo 350 quilômetros para tirar R$ 800. Isso sem descontar meus gastos e os impostos que pago para a prefeitura." No Rio de Janeiro, a briga com o Uber foi judicializada e os taxistas obtiveram vitórias na primeira e segunda instância. O protesto também reúne os carros laranjas de paranaenses e brancos de Minas Gerais.

Um motorista de 22 anos do aplicativo Uber foi sequestrado por taxistas armados na madrugada do último sábado (8), no Itaim-Bibi, na zona sul de São Paulo. Segundo a Polícia Civil, ele recebeu um chamado para atender um passageiro na esquina das Ruas Etelvina e Clodomiro Amazonas, quando se deparou com uma emboscada.

Em depoimento, a vítima alegou que ao chegar no endereço encontrou um grupo formado por cerca de 20 taxistas, tentou dar marcha ré para fugir, mas a via tinha sido bloqueada pelos suspeitos. O carro dele foi apedrejado. Ele desceu do carro e tentou correr, mas foi rendido por um taxista armado e colocado à força de um veículo Chevrolet Cobalt que, segundo ele, era um táxi.

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O motorista contou que por um período de 30 minutos foi agredido por quatro homens que estavam dentro do automóvel. Na Rua Funchal, também no Itaim-Bibi, ele foi libertado e ligou para o 190. A Polícia Militar encontrou o carro dele depredado na Rua Clodomiro Amazonas.

Segundo Carlos Laia, secretário-geral do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores nas Empresas de Táxi de São Paulo (Simtetaxis), um dos taxistas que fizeram a emboscada já foi identificado e o nome dele foi passado para Departamento Municipal de Transportes (DTP). "O sindicato levou o caso para o setor de disciplina do DTP. Também vamos ajudar a polícia", afirmou.

O Uber é considerado ilegal em São Paulo e virou alvo da fúria dos taxistas. O setor cobra mais fiscalização por parte da Prefeitura de São Paulo para coibir a atividade do Uber. Em nota, a administração municipal afirmou que "ao tomar o conhecimento" o prefeito Fernando Haddad (PT) "pediu à Secretaria Municipal de Transportes que inicie o processo administrativo de cassação dos alvará dos taxistas que tenham comprovadamente participado do crime".

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