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A nota enviada anteriormente contém uma incorreção. O dado do mês passado ficou perto do teto do intervalo das estimativas e acima da mediana, e não acima das expectativas, como constou. Segue texto corrigido.

Ajudado pelo crescimento das receitas, o Governo Central registrou um superávit primário de R$ 31,069 bilhões em janeiro, o melhor desempenho para o mês da série histórica, que teve início em 1997.

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O resultado, que reúne as contas do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central, sucede o déficit de R$ 21,029 bilhões de dezembro.Em janeiro de 2017, o resultado havia sido um superávit de R$ 18,005 bilhões.

O resultado de janeiro ficou acima da mediana das expectativas do mercado financeiro, que apontava um superávit de R$ 24,500 bilhões, de acordo com levantamento do Projeções Broadcast junto a 17 instituições financeiras. O dado do mês passado ficou perto do teto do intervalo das estimativas, que foram de superávit de R$ 17,000 bilhões a R$ 31,100 bilhões.

Em 12 meses, o governo central apresenta um déficit de R$ 113,6 bilhões - equivalente a 1,69% do PIB. Para este ano, a meta fiscal admite um déficit de até R$ 159 bilhões nas contas do governo central.

Receitas

O resultado de janeiro representa alta real de 10,7% nas receitas em relação a igual mês do ano passado. Já as despesas também cresceram acima da inflação, com alta de 1,6%.

O caixa do governo federal recebeu R$ 3,6 milhões em dividendos pagos pelas empresas estatais em janeiro, cifra 94,1% menor do que em igual mês do ano passado, já descontada a inflação.

Já as receitas com concessões totalizaram R$ 423,6 milhões em janeiro, alta real de 17,0% ante o primeiro mês de 2017.

Investimentos totais

Os investimentos do governo federal tiveram alta nominal de 24,2% em janeiro de 2018, para R$ 1,489 bilhão no primeiro mês de 2018. O maior volume, no entanto, veio de restos a pagar - despesas de anos anteriores que foram transferidas para o exercício deste ano -, que foram R$ 1,487 bilhão.

Os investimentos no Programa de Aceleração Econômica (PAC) somaram R$ 688 milhões em janeiro, queda real de 14,7% ante igual mês do ano passado.

Despesas executadas

As despesas do governo atingiram 7,39% do teto de gastos no primeiro mês do ano. Neste ano, as despesas sujeitas ao teto de gastos aprovado pela Emenda Constitucional 95 têm um limite de crescimento de 3%.

Diferentemente dos meses anteriores, o Tesouro Nacional não divulgou a taxa de crescimento dessas despesas em janeiro.

Em meio à queda de braço entre o Tesouro Nacional e o BNDES sobre a devolução antecipada de recursos pelo banco de fomento, o Tribunal de Contas da União (TCU) abriu processo para investigar o cumprimento da chamada "regra de ouro" do Orçamento. A corte de contas quer verificar qual é o "buraco" que existe hoje e coloca em risco o cumprimento da norma, bem como o melhor método de apuração dos números.

O levantamento do TCU começou há duas semanas e pode resultar em um alerta ao governo sobre o risco à regra de ouro, principalmente em 2019, primeiro ano de mandato do próximo presidente da República. O descumprimento da norma representa crime de responsabilidade das autoridades. Há a preocupação de que, no futuro, a saída para o problema seja a mudança da Constituição. A regra de ouro é considerado mecanismo importante para barrar déficits fiscais sucessivos e crescentes no Orçamento.

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Prevista na Constituição, ela impede a emissão de dívida em montante superior às despesas de capital da União (como investimentos). O instrumento tem como objetivo evitar que o País se endivide para bancar despesas correntes. O risco de descumprimento decorre da sequência de déficits fiscais, que aumentam a necessidade de financiamento em meio à queda da capacidade de investir.

O Tesouro Nacional diz que faltam R$ 184 bilhões para o cumprimento da regra de ouro em 2018 e, por isso, pede a devolução antecipada de R$ 180 bilhões pelo BNDES. O banco de fomento assentiu com o repasse de R$ 50 bilhões ainda este ano, mas os R$ 130 bilhões solicitados para 2018 têm sido alvo de intensa disputa travada nos bastidores entre os integrantes do BNDES e a equipe econômica.

Diante da situação dramática das contas, o próprio Tesouro resolveu divulgar mensalmente a situação em torno do cumprimento da regra de ouro, uma ofensiva para pressionar o banco a repassar o dinheiro.

Mas, mesmo que o banco de fomento atenda ao pedido do governo no ano que vem, em 2019 os técnicos do TCU veem uma potencial insuficiência superior a R$ 200 bilhões, para a qual "não tem BNDES que salve".

Daí a preocupação da corte de contas, que vê necessidade de o Congresso aprovar medidas que reduzam gastos correntes, sob pena de os brasileiros passarem a conviver novamente com a inflação alta. Entre as medidas que ajudariam nessa direção está a reforma da Previdência.

Em última instância, diante do risco de descumprimento, o governo terá de parar de pagar certas despesas e até provocar um shutdown (apagão) da máquina pública por impossibilidade de emitir nova dívida. Ou criar uma exceção que afaste a regra de ouro em períodos de déficit fiscal. Avaliações preliminares dos técnicos do TCU mostram que essa "regra de transição" apenas jogaria o problema para frente.

O relator do processo sobre a regra de ouro é o ministro Vital do Rêgo, o mesmo que abriu procedimento para acompanhar as discussões sobre a devolução dos recursos do BNDES ao Tesouro. Ele quer assegurar que a antecipação seja feita de acordo com a "missão institucional" do banco e com seus compromissos de concessão de crédito a empresas.

O TCU também vai se debruçar sobre as diferenças metodológicas entre as apurações da regra de ouro pelo Tesouro e pela Secretaria de Orçamento do Ministério do Planejamento. O objetivo da corte de contas é detectar a melhor das duas metodologia ou uma terceira que seja mais adequada.

Transparência

Procurados, o BNDES não se manifestou e o Ministério do Planejamento disse que não comentará as colocações do TCU. A Secretaria do Tesouro Nacional informou, por nota, que "buscou dar transparência às discussões sobre a regra de ouro, alertando de maneira proativa aos órgãos de controle e à sociedade para a existência dessa restrição e para os riscos de não cumprimento da regra". Afirmou ainda que "desenvolveu um modelo para projetar a insuficiência para o cumprimento da regra de ouro a cada ano, o qual está em processo de aperfeiçoamento, principalmente para projeções de médio prazo".

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) confirmou, em nota, o depósito de R$ 33 bilhões ao Tesouro Nacional, como forma de efetivar a liquidação antecipada de dívidas do banco de fomento com a União.

O pagamento foi feito com R$ 18 bilhões em moeda corrente e R$ 15 bilhões em títulos públicos federais. A operação deveria ter ocorrido na quarta-feira, 27, mas atrasou por conta de trâmites burocráticos, conforme antecipou uma fonte ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado.

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Segundo o banco, a diretoria aprovou a operação depois de levar em conta fatores como "contribuir com os esforços para conter a dívida bruta da União". Os diretores também teriam considerado questões como assegurar a capacidade do BNDES de atender à demanda por crédito necessária ao desenvolvimento do País e manter o alinhamento com as determinações do Tribunal de Contas da União (TCU).

A nota diz que a decisão de antecipar a devolução dos recursos foi tomada após entendimentos com os ministérios da Fazenda e do Planejamento, depois de uma "profunda análise das viabilidades e dos impactos financeiros inerentes".

O BNDES ressalta que a operação foi aprovada pelo Conselho de Administração do banco de fomento. O documento destaca ainda que o banco mantém todos os indicadores de prudência financeira e que o alinhamento da instituição com o TCU é absoluto.

Os R$ 33 bilhões fazem parte de um acerto do banco com o governo federal de efetivar a devolução antecipada de R$ 50 bilhões ao Tesouro este ano. Outros R$ 17 bilhões seriam repassados em novembro. O governo espera receber mais R$ 130 bilhões em 2018.

Apesar do aval do governo federal para o plano de socorro financeiro ao Estado do Rio de Janeiro, o Tesouro Nacional apontou fragilidades que podem comprometer o sucesso da recuperação fiscal das contas do governo fluminense.

Mesmo com todas as ressalvas da área técnica, a secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, assinou o parecer com a recomendação do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, de aprovação do Plano de Recuperação, anunciado nesta terça-feira pela equipe econômica.

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Em uma última instância, um conselho de supervisão, formado por três membros, deu o aval final para a operação que envolve um ajuste de R$ 63 bilhões até 2020 e, antes mesmo de entrar em vigor, já leva em consideração a necessidade de prorrogação do acordo.

Ao todo, foram nove pontos levantados que a equipe técnica do Tesouro encontrou nos dados apresentados pelo Estado do Rio ao ministério da Fazenda.

No parecer, que foi publicado sem alarde na página do Tesouro na internet, o Tesouro diz que a análise de diversos pareceres de várias coordenações aponta que existem "fragilidades materiais e formais" no plano. Nove delas com maior potencial para afetar o equilíbrio fiscal estadual ou mesmo a execução do plano. Entre os problemas apontados, o Tesouro colocou em evidência as medidas de gasto com pessoal (inativo e ativos).

De acordo com o parecer, o Estado do Rio considerou premissas para o crescimento dessas despesas com pessoal que fazem o crescimento dessa rubrica aumentar significativamente abaixo da média histórica recente e, alguns períodos, abaixo da inflação esperada.

Outro ponto ressaltado pelo Tesouro mostra que as estimativas de impacto das alterações de alíquotas do ICMS de energia elétrica, telecomunicações, gasolina, cerveja e chope não traz informações suficientes para que os cálculos sejam validados. O valor total do impacto projetado chega a R$ 854 milhões em 2023. Também há dúvida do Tesouro em relação ao cálculo dos juros e amortizações de passivos. De acordo com o parecer, esses cálculos não estão próximos das estimativas do Tesouro.

Os valores também estimados para os impactos da auditoria da folha de Previdência também precisam ser aperfeiçoados, na avaliação dos técnicos do governo federal. Estão na lista ainda das fragilidades as receitas previstas com a realização de leilão de pagamento de restos a pagar e a operação de securitização da divida ativa que depende de aprovação do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Essa medida corresponde à antecipação de recursos de R4 1,07 bilhão em 2017 e 2018.

O parecer deixa claro que existem riscos de implementação das medidas de ajustes e de desvios nas projeções que podem "distanciar o Estado do equilíbrio fiscal desejado". Para compensar esses riscos, o Tesouro sugere a adoção de medidas adicionais. "É importante mencionar a necessidade de outras medidas de ajuste para aumentar as chances de o Estado atingir o equilíbrio fiscal", diz o texto.

O Tesouro apresentou cinco medidas nessa direção: maior esforço de arrecadação com a extinção de mais desonerações e maior revisão de tributos; a extinção de mais empresas públicas; uma reforma do regime jurídico único dos servidores; a demissão de comissionados e servidores ativos; e aumento da contribuição previdenciária com criação de contribuição para inativos acima do teto com alíquota extraordinária.

O Tesouro Nacional honrou em maio R$ 394,32 milhões em garantias de operações de crédito que não foram devidamente pagas pelos Estados e municípios. De acordo com o relatório do órgão, apenas o Estado do Rio de Janeiro deixou de pagar R$ 392,13 milhões no mês passado. O Rio é um dos candidatos ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) criado pela União para socorrer Estados em grave crise financeira.

Os R$ 2,19 milhões restantes deixaram de ser pagos pela prefeitura de Natal (RN), apontou o Tesouro.

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No acumulado deste ano, a União já precisou honrar R$ 1,22 bilhão em garantias de Estados e municípios. A maior parte (R$ 1,20 bilhão) foi desembolsado no lugar do Rio. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um afinador encontrou centenas de moedas de prata e ouro em um velho piano doado a uma escola inglesa, e poderá ficar com parte do tesouro depois que as autoridades não conseguiram determinar quem era o proprietário.

De acordo com o Museu Britânico de Londres, responsável por taxar o tesouro, Martin Rickhouse, de 61 anos, foi chamado para afinar um piano de 110 anos doado a uma escola de ensino médio de Bishop's Castle, oeste da Inglaterra.

O afinador percebeu que as teclas estavam um pouco pesadas e decidiu observar o interior do instrumento, onde encontrou dezenas de pacotes cuidadosamente costurados e uma bolsa de couro, que continham 913 moedas de ouro e prata de entre 1847 e 1915. "Ao abrir, não esperava ouro, pensava que eram moedas comuns", disse Rickhouse ao blog do Museu Britânico.

A imprensa avalia o valor total da descoberta em algo entre 300.000 e 500.000 libras (380.000-640.000 dólares). Especialistas acreditam que foram escondidas no fim dos anos 1920, a julgar pela publicidade de um dos pacotes. "Talvez em razão da Grande Depressão ou dos eventos que levaram à Segunda Guerra Mundial", especula Peter Reavill, do Museu Britânico. "Em qualquer caso, era sem dúvida a economia de toda uma vida".

Todos os esforços para encontrar os descendentes do proprietário do tesouro foram infrutíferos e as moedas passaram ao Estado, que recompensará o autor da descoberta e o dono do piano, mas não o generoso casal que doou o instrumento à escola e que o havia adquirido em 1983 para seus filhos.

O Ministério da Fazenda esclareceu nesta quinta-feira, 23, que não há previsão na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2017 para a correção da tabela do Imposto de Renda. "Não há decisão sobre a correção da tabela do IR para rendimentos obtidos em 2017", disse a pasta em comunicado. Segundo a Fazenda, a declaração de ajuste do IR referente a 2016 não sofrerá impacto.

Em agosto do ano passado, quando o governo apresentou o projeto de lei orçamentária, o secretário-executivo da Fazenda, Eduardo Guardia, afirmou que a proposta contemplava a correção de 5% no IR Pessoa Física. Ele chegou a dizer que a correção da tabela do Imposto de Renda reduziria a arrecadação prevista para este ano, mas que isso já estava incluído nos cálculos feitos para o Orçamento.

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Hoje, em entrevista coletiva, a secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, disse primeiro que não havia tal previsão na lei que foi aprovada pelo Congresso Nacional. Minutos depois, ela retificou essa resposta e ressaltou que havia, sim, previsão de correção da tabela em 5%. Agora, a pasta divulgou o esclarecimento.

Se a tabela for congelada, isso significa na prática que mais pessoas vão pagar imposto sobre a renda, mesmo quem era isento anteriormente.

O Tesouro Nacional honrou R$ 110,4 milhões em dívidas não pagas por Estados e municípios em janeiro. Os débitos que precisaram ser pagos pela União são principalmente do Estado de Rio de Janeiro, que somaram R$ 108,2 milhões. Outros R$ 2,19 milhões foram pagos por conta de atrasos da prefeitura de Natal (RN).

Os valores se referem a empréstimos feitos com garantia do Tesouro Nacional, que são pagos pela União em caso de atrasos nos pagamentos pelos entes. O governo federal, porém, conseguiu recuperar R$ 91,55 milhões (82,9%) desse valor com a execução das contragarantias previstas nos contratos, por meio do bloqueio de repasses de fundos de participação, ICMS, IPI exportação e outros.

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Em 2016, a União teve que honrar R$ 2,37 bilhões em dívidas não pagas por Estados e municípios. Há ainda um saldo de R$ 388,9 milhões a ser recuperado relativo ao ano passado por conta de decisão do Supremo Tribunal Federal que suspendeu o bloqueio de alguns recursos para o Rio de Janeiro.

Embora aprovada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), a devolução de R$ 100 bilhões pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao governo federal ainda enfrenta resistências.

O Conselho de Administração do banco terá de aprovar a operação, e pelo menos um conselheiro já se manifestou contra, ao passo que um dos formuladores da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) ainda lança dúvidas sobre a legalidade da devolução.

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O TCU deu aval à operação na quarta-feira (23), ao aprovar o relatório do ministro Raimundo Carreiro. Horas após a sessão, o banco de fomento informou que devolverá os R$ 100 bilhões de uma só vez, e não em três parcelas anuais, desenho original da operação.

Membro eleito do Conselho de Administração do banco, William Saab declarou ao boletim interno da AFBNDES, associação que representa os funcionários, que a devolução é "equivocada", porque viola "fundamentos de naturezas jurídica e econômico-financeira".

"Sob o aspecto jurídico, o texto disposto no inciso II do Artigo 37 da Lei de Responsabilidade Fiscal é claríssimo", afirmou Saab, que é diretor da AFBNDESo, em nota publicada nesta quinta-feira (24), no boletim online da entidade.

O economista José Roberto Afonso, que atuou na formulação da LRF no fim dos anos 90, tem apontado para a ilegalidade da devolução dos R$ 100 bilhões desde que a medida foi proposta pelo Ministério da Fazenda, em maio.

O aval do TCU não mudou sua posição, disse Afonso ao jornal à reportagem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, confirmou nesta quinta-feira, 24, que, com a devolução imediata de R$ 100 bilhões do BNDES ao Tesouro Nacional, a dívida bruta da União cairá na mesma proporção ainda este ano. A operação foi aprovada na quarta-feira, 23, pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e o banco de fomento anunciou que o repasse ocorrerá em uma só parcela, ao invés das três previstas originalmente.

"Os recursos do BNDES serão utilizados integralmente para o pagamento da dívida pública", enfatizou o ministro.

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Além disso, com a devolução antecipada desses recursos, destacou Meirelles, o Tesouro terá uma economia superior a R$ 30 bilhões com relação as custos implícitos dos empréstimos. De acordo com o BNDES, esse efeito será de R$ 37,3 bilhões.

Após o Tribunal de Contas da União (TCU) autorizar a operação, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou nesta quarta-feira, 23, que devolverá R$ 100 bilhões emprestados pela União de 2009 a 2014 de uma só vez. Em nota conjunta com o Tesouro Nacional, o banco de fomento informou ainda que a devolução imediata reduzirá a dívida bruta da União em R$ 137,3 bilhões, considerando os custos implícitos dos empréstimos.

A ideia inicial da medida, uma das primeiras a ser anunciada pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, ao assumir o cargo, era fazer a devolução em três parcelas anuais, até 2018. "A decisão do BNDES de antecipar a devolução das parcelas de 2017 e 2018 foi tomada considerando sua estimativa do fluxo de desembolsos líquidos para os próximos dois anos", diz uma nota divulgada pela instituição de fomento.

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Na terça-feira, o BNDES anunciou que desembolsou R$ 68,969 bilhões de janeiro a outubro, queda nominal de 35% em relação a igual período de 2015. Além da queda na demanda por crédito para investimentos, o BNDES informou que a devolução dos R$ 100 bilhões de uma só vez "não afetará a estrutura patrimonial" do banco e atende plenamente "às regras prudenciais bancárias".

A nota do BNDES informa ainda que, conforme cálculos da Secretaria do Tesouro Nacional, "o impacto positivo da medida será equivalente a 2,2% do PIB (Produto Interno Bruto)".

"Além do abatimento da dívida bruta na razão de um para um, a antecipação do pagamento de R$ 100 bilhões representa uma redução dos custos com subsídios implícitos de aproximadamente R$ 37,3 bilhões a valor presente nos próximos 35 anos", diz a nota do BNDES. Por isso, nos cálculos do Tesouro, a redução total na Dívida Bruta do Governo Geral (DGBB) será de R$ 137,3 bilhões.

A nota do BNDES traz um comentário da secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi: "A iniciativa é importante e se alinha a outras medidas da equipe econômica para a reversão da trajetória do endividamento público no Brasil e a retomada da confiança".

No texto, a presidente do banco de fomento, Maria Silvia Bastos Marques, reafirma que não faltarão recursos para crédito no futuro: "Caso o ritmo de retomada da economia seja maior do que o previsto e, portanto, haja crescimento da demanda de recursos além do esperado, o banco poderá utilizar os mercados financeiro e de capitais e também estimular parcerias com o setor privado".

O estoque da dívida pública federal (DPF) caiu 0,46% em outubro, quando atingiu R$ 3,032 trilhões. Os dados foram divulgados na manhã desta quarta-feira (23) pelo Tesouro Nacional. Em setembro, o estoque estava em R$ 3,046 trilhões.

A correção de juros no estoque da DPF foi de R$ 22,02 bilhões em outubro. A DPF inclui a dívida interna e externa. A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) caiu 0,40% e fechou o mês em R$ 2,909 trilhões.

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A parcela da DPF a vencer em 12 meses caiu de 18,59% em setembro para 17,41% em outubro, segundo o Tesouro Nacional. O prazo médio da dívida subiu de 4,59 anos em setembro para 4,66 anos em outubro. O custo médio acumulado em 12 meses da DPF passou de 12,75% ao ano em setembro para 12,57% ao ano em outubro.

Já a Dívida Pública Federal externa (DPFe) ficou 1,92% menor, somando R$ 123,61 bilhões no décimo mês do ano.

Estrangeiros

Os estrangeiros diminuíram sua participação no estoque de títulos do Tesouro Nacional em outubro. A parcela dos investidores não-residentes no Brasil no total da DPMFi caiu de 14,97% em setembro para 14,90% em outubro, somando R$ 433,44 bilhões. Em setembro, o estoque nas mãos de estrangeiros estava em R$ 437,38 bilhões.

O grupo previdência, que já era o maior detentor de títulos, aumentou ainda mais sua parcela, passando de 24,26% em setembro para 24,64% no mês passado. Segundo o Tesouro, o aumento contínuo da participação desse grupo no estoque é positivo devido ao seu perfil de investimento em títulos de prazo mais alongado.

A fatia das instituições financeiras no estoque da DPMFi teve queda de 24,14% em setembro para 23,14% em outubro. Os Fundos de Investimentos continuaram aumentando sua participação no mês, passando de 21,40% para 22,08%. Já as seguradores tiveram crescimento na participação de 4,52% para 4,58%.

Prefixados

A parcela de títulos prefixados na DPF caiu de 37,71% em setembro para 35,91% em outubro. Já os papéis atrelados à Selic aumentaram a fatia, de 26,54% para 27,64%.

Os títulos remunerados pela inflação subiram para 32,25% do estoque da DPF em outubro, ante 31,47% em setembro. E os papéis cambiais reduziram a participação na DPF de 4,29% em setembro para 4,21% em outubro.

Após os ajustes no Plano Anual de Financiamento (PAF) no mês passado, os papéis voltaram para dentro das metas estipuladas pelo Tesouro. O intervalo do objetivo perseguido pelo Tesouro para os títulos prefixados em 2016 é de 33% a 37% enquanto os papéis remunerados pela Selic devem ficar entre 27% a 31%. No caso dos que têm índices de preço como referência, a meta é de 29% a 33%, e, no de câmbio, de 3% a 7%.

Expectativas e análises

O coordenador-geral de operações da Dívida Pública, Leandro Secunho, disse que a queda de 0,46% no estoque da DPF em outubro - para R$ 3,032 trilhões - já era esperada devido ao elevado vencimento de títulos programado para o mês.

"Apesar da queda em outubro, a expectativa é de que no fim do ano estejamos dentro do intervalo previsto no PAF, de R$ 3,1 trilhões a R$ 3,3 trilhões, devido ao baixo vencimento de títulos em novembro e dezembro", acrescentou Secunho.

O coordenador destacou que o resgate líquido de R$ 36,04 bilhões em outubro se deveu ao vencimento de um grande volume de títulos prefixados. Esse é um movimento normal nos meses chamados "cabeça de trimestre".

Em outubro, as emissões do Tesouro somaram R$ 77,42 bilhões, enquanto só resgates chegaram a R$ 113,45 bilhões.

"Por outro lado, tivemos segunda maior emissão de NTN-B do ano, com títulos de mais longo prazo que alongam a dívida pública federal", ressaltou.

Tesouro Direto

Ao comentar sobre o desempenho do Programa Tesouro Direto em outubro, com a quantidade de investidores cadastrados ultrapassando o patamar de 1 milhão, Secunho adiantou que o órgão irá anunciar na primeira semana de dezembro medidas para facilitar investimento e resgate no programa. Ele não detalhou quais mudanças seriam essas.

Não-residentes

O coordenador-geral de operações da Dívida Pública repetiu que não existe meta para a participação de investidores estrangeiros nos títulos do Tesouro. Segundo ele, a queda da fatia de não-residentes nos papéis brasileiros estaria concentrada em títulos de curto prazo, com a realização de lucro por esses investidores.

A parcela dos investidores não-residentes no Brasil no total da DPMFi caiu de 14,97% em setembro para 14,90% em outubro, somando R$ 433,44 bilhões, segundo os dados divulgados pelo Tesouro Nacional. Em setembro, o estoque nas mãos de estrangeiros estava em R$ 437,38 bilhões.

Mas, de acordo com Secunho, após a eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos, a tendência do mercado se modificou com o efeito causado pelo pleito americano nas taxas de juros e no câmbio. "Existiu uma realização de lucro permanente ao longo do ano devido à queda nas taxas de juros e no câmbio. Mas a partir de novembro, com a reversão nesses movimentos, os estrangeiros voltaram a aumentar suas compras para aproveitarem os juros mais elevados", salientou

12 meses

O coordenador destacou que o porcentual de vencimentos da DPF nos próximos 12 meses chegou em outubro ao menor nível da história, passando de 18,59% para 17,41%.

"Isso é positivo e da mais tranquilidade ao Tesouro em um momento de volatilidade nos mercados", avaliou.

A cidade de São Paulo é a mais endividada entre as capitais brasileiras, de acordo com boletim divulgado nesta sexta-feira (4) pelo Tesouro Nacional. O órgão considera o endividamento medido pela relação entre a dívida consolidada e a receita corrente líquida, que, no caso de São Paulo, chega a 204,3%.

Em segundo lugar está o Rio de Janeiro, com 87,73%. "São Paulo aparece em primeiro lugar isoladamente como o ente mais endividado entre as capitais", reforça o documento. A capital com melhor indicador é Macapá (AP) (0,22%). A média entre as capitais é de 36,68%. Os dados se referem a 2015.

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Os indicadores de solvência de São Paulo medido pela despesa com pessoal/receita corrente líquida (RCL) foi de 42% - o limite é de 60%. O serviço da dívida sobre a RCL foi de 7%. O Rio de Janeiro apresentou despesa com pessoal/receita corrente líquida em 65%, acima do limite. O serviço da dívida sobre a RCL foi de apenas 4%.

Por outro lado, São Paulo é a capital mais autônoma financeiramente, já que 70% de sua receita total vem de arrecadação própria. Todas as capitais do Sul e Sudeste possuem arrecadação acima da média, que é de 44% - o Rio de Janeiro tem 58%. Macapá é, nesse quesito, a capital menos autônoma, com apenas 18% de arrecadação própria.

O Tesouro analisou também os investimentos feitos pelos entes com recursos próprios, o que indica o nível de dependência de fontes externas de financiamentos para essas despesas.

Entre as capitais, Salvador é a que tem o maior porcentual de investimentos com recursos próprios (93%). São Paulo é a terceira, com indicador de 86%. Recife é a mais dependente de financiamentos externos, com apenas 27% das despesas pagas com recursos próprios. No caso do Rio de Janeiro, o porcentual ficou em (48%).

Outro indicador analisado foi o de rigidez do gasto, medido pelo porcentual de despesas de custeio (gasto com pessoal, serviços da dívida e outras despesas correntes) sobre a despesa total. "A média deste indicador situa-se em 92%, o que demonstra um preocupante quadro de comprometimento das receitas com as despesas de custeio", destaca o documento.

Maceió é o município com a despesa mais rígida (93%) e Boa Vista tem o menor índice (77%). São Paulo apresentou índice de 90% e Rio de Janeiro de 80%.

O indicador de liquidez (disponibilidade de caixa líquida/despesa mensal liquidada média) mostra Palmas (TO) com o melhor número - o município tinha disponibilidade no final de 2015 para arcar com uma despesa média de sete meses. São Luís apresentou o pior índice, com disponibilidade de caixa negativo. São Paulo tem índice de 1,34 mês e Rio de Janeiro 0,54 meses. A média do indicador foi de 0,7 meses.

O estoque da dívida pública federal (DPF) caiu 0,04% em agosto, quando atingiu R$ 2,955 trilhões. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (17) pelo Tesouro Nacional. Em julho, o estoque estava em R$ 2,956 trilhões.

No mês, houve um resgate líquido de R$ 33,17 bilhões, enquanto a correção de juros no estoque da DPF foi de R$ 31,84 bilhões em agosto.

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A DPF inclui a dívida interna e externa. A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) caiu 0,07% e fechou o mês em R$ 2,830 trilhões. Já a Dívida Pública Federal externa (DPFe) ficou 0,53% menor/maior, somando R$ 125,02 bilhões no oitavo mês do ano.

Essa divulgação deveria ter sido feita ainda em setembro, mas atrasou devido à greve dos servidores do órgão no mês passado. No dia 24 deste mês está prevista a divulgação do relatório referente ao mês de setembro.

Estrangeiros

Os estrangeiros diminuíram a aquisição de títulos do Tesouro Nacional em agosto. A participação dos investidores não-residentes no Brasil no estoque da DPMFi caiu de 16,23% em julho para 15,67% em agosto, somando R$ 443,45 bilhões, segundo dados do Tesouro Nacional. Em julho, o estoque nas mãos de estrangeiros estava em R$ 459,52 bilhões.

A parcela das instituições financeiras no estoque da DPMFi teve elevação de 22,85 % em julho para 23,31% em agosto. Os Fundos de Investimentos reduziram a fatia de 21,22% para 21,07%. Já as seguradoras tiveram crescimento na participação de 4,37% para 4,54%.

Parcela de prefixados

A parcela de títulos prefixados na DPF subiu de 35,23% em julho para 36,85% em agosto. Os papéis atrelados à Selic também tiveram a participação aumentada, de 26,16% para 26,94%.

A fatia dos títulos remunerados pela inflação caiu para 31,82% do estoque da DPF em agosto, ante 34,25% em julho. Os papéis cambiais elevaram a participação na DPF de 4,36% em julho para 4,39% em agosto.

Os percentuais dos papéis prefixados e ligados à Selic estão fora das metas do Plano Anual de Financiamento (PAF). O intervalo do objetivo perseguido pelo Tesouro para os títulos prefixados em 2016 é de 31% a 35%, enquanto os papéis remunerados pela Selic devem ficar entre 30% a 34%. No caso dos que têm índices de preço como referência, a meta é de 29% a 33% e, no de câmbio, de 3% a 7%.

Parcela a vencer em 12 meses

A parcela da DPF a vencer em 12 meses caiu de 20,61% em julho para 18,07% em agosto, segundo dados do Tesouro Nacional. Já o prazo médio da dívida subiu de 4,62 anos em julho para 4,67 anos em agosto.

O custo médio acumulado em 12 meses da DPF passou de 13,33% ao ano em julho para 13,15% ao ano em agosto.

Com as finanças em situação de calamidade, o Estado do Rio de Janeiro receberá uma missão técnica do Tesouro Nacional para desenhar uma estratégia de saída da crise e evitar o colapso das contas estaduais. O acerto foi fechado pela secretária do Tesouro, Ana Paula Vescovi, e o governo estadual, segundo o secretário estadual de Fazenda, Gustavo Barbosa. Essa é mais uma tentativa de evitar o agravamento do quadro fiscal e a necessidade de novo socorro da União, que poderia abrir mais um flanco de insatisfação entre os outros governadores que passam também por dificuldades financeiras e reivindicam mais recursos.

Os técnicos do Tesouro vão se debruçar sobre os dados do Estado e buscar alternativas para aumentar as receitas, que deem fôlego de curto e médio prazos. Na prática, esse monitoramento in loco significa uma ingerência mais forte do governo federal, como funcionam as missões do Fundo Monetário Internacional (FMI) nos países que pedem socorro ao organismo multilateral e são obrigados a desenhar um plano de ajuste.

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O programa de trabalho da missão ainda não foi definido e Barbosa prefere não adiantar se o Rio precisará ou não de nova injeção de recursos federais para sobreviver. "Não posso falar que não estou esperando mais dinheiro do governo federal", disse. A União já repassou R$ 2,9 bilhões ao Estado para garantir a segurança durante os Jogos Olímpicos.

Nos bastidores, o discurso do governo fluminense tem sido ou aporte, ou intervenção federal, diante da situação catastrófica das contas. A possibilidade de intervenção sempre foi colocada na mesa pelo Estado e nunca foi totalmente descartada. O déficit estadual previsto para este ano - já minimizado pelo aporte da União - está estimado em R$ 16 bilhões.

O Palácio do Planalto monitora o quadro do Rio, mas a equipe econômica já avisou que não tem mais dinheiro para repassar. Para os analistas, uma nova ajuda poderá abrir uma crise federativa, ampliando os riscos fiscais em 2016 e 2017.

'Boca do caixa'

A situação é tão delicada que a Secretaria de Fazenda do Rio tem feito a gestão do dinheiro disponível na "boca do caixa". "Estamos trabalhando com o caixa diário. Infelizmente, é a pior situação para um gestor financeiro, mas é a realidade. É atrasar pagamento de fornecedor, que é o que vem ocorrendo", disse Barbosa.

A missão do Tesouro não tem ainda data para desembarcar no Rio - os técnicos federais estão em greve por questões salariais - nem prazo de conclusão do trabalho.

Uma das esperanças do Rio para melhorar a situação no curto prazo é obter receitas extraordinárias com a venda de ativos. A maior aposta é a concessão da operação de distribuição da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae).

O governo estadual já enviou carta ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pedindo a inclusão da empresa no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), mas ainda há indefinição sobre como - e se - a desestatização será levada adiante. Embora o governador em exercício Francisco Dornelles seja defensor da medida, o governador licenciado Luiz Fernando Pezão é contra.

"Não vai se privatizar não. O governador Pezão é arcaico e contra, e ele está voltando. Isso não vai para frente", disparou o presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Jorge Picciani, colega de partido de Pezão. Procurado, o governador licenciado preferiu não se pronunciar sobre as críticas. A assessoria do governo do Rio, por sua vez, informou que os estudos estão em andamento, e a intenção do Estado "é analisar várias propostas para que esse objetivo seja atingido". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ministério da Fazenda, por meio de sua assessoria de imprensa, manteve a mesma posição da terça-feira, 16, de não se pronunciar sobre o movimento de greve de gerentes do Tesouro Nacional e nem sobre as incertezas do mercado em relação à realização na quinta-feira, 18, de leilões de títulos do Tesouro. Procurada pelo Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado), a assessoria da Fazenda limitou-se a dizer que não vai comentar.

Na terça-feira, 95 gerentes de projeto do Tesouro entregaram seus cargos para pressionar o governo por aumento salarial. Os servidores do órgão estão em greve há três semanas e reivindicam equiparação com os ganhos dos auditores fiscais da Receita Federal.

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Depois de ceder na queda de braço pelo reajuste dos servidores da Receita Federal, o Ministério da Fazenda agora enfrenta uma rebelião por questões salariais também no Tesouro Nacional. Em busca justamente da equiparação com os ganhos dos auditores fiscais, 95 gerentes do Tesouro entregaram nessa terça (16) seus cargos.

A paralisação já deixa o sistema do Tesouro Direto - de venda de títulos pela internet - instável e pode começar a afetar repasses da União a Estados e municípios. Os gerentes são considerados o "coração" do Tesouro, responsáveis pela parte operacional do dia a dia do órgão, fazendo a interação entre os analistas e os coordenadores, que estão em nível mais elevado de comando.

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Após três semanas de greve, o Sindicato Nacional dos Auditores e Técnicos de Finanças e Controle (Unacon Sindical), que representa os servidores do Tesouro, protocolou no fim da tarde de ontem um ofício no órgão, comunicando a saída de 95 dos 123 gerentes (77% desses cargos). O restante do corpo funcional se comprometeu a não assumir os postos que ficarão vagos.

A ação dos gerentes do Tesouro, que têm cargo comissionado, segue a mesma estratégia adotada pelos auditores da Receita com cargo de chefia, que entregaram os cargos durante a greve do órgão, no mês passado, para pressionar o governo a enviar ao Congresso projeto de reajuste salarial da categoria com a criação de um bônus de eficiência por produtividade na arrecadação de tributos.

Com a pressão, que prejudicou a arrecadação e o trabalho nas aduanas dos aeroportos às vésperas dos Jogos Olímpicos, o governo acabou cedendo e honrou o acordo salarial negociado pela equipe da presidente Dilma Rousseff, o que causou grande insatisfação entre os servidores do Tesouro e do Banco Central, que querem condições semelhantes.

Segundo o documento, a categoria aponta a recusa do governo em manter o realinhamento das remunerações dos servidores do Tesouro com outras carreiras da Fazenda, em especial da Receita Federal. A categoria está inconformada com os ganhos obtidos pelos auditores fiscais e argumenta que não querem virar uma carreira de segunda categoria. O ofício lembra que essa correlação salarial perdura há mais de uma década. "Reconhecemos a situação fiscal do País, mas o governo descumpriu o compromisso com a categoria. Os servidores da Receita conseguiram que o acordo firmado fosse cumprido, e queremos garantir o mesmo para os funcionários do Tesouro", afirmou o presidente do Unacon Sindical, Rudinei Marques, que assina o documento.

Ele reclamou ainda do tratamento dispensado pela secretária do Tesouro, Ana Paula Vescovi, às demandas do corpo funcional do órgão. "A secretária não enxergou a dimensão do problema e nos recebeu por apenas cinco minutos. Agora, que a rebelião está formada, é ela que nos chama para conversar", queixa-se Marques.

Após a pressão dos funcionários da Receita em julho, o governo do presidente em exercício Michel Temer resolveu validar os reajustes salariais de 14 categorias de servidores públicos assinados pela presidente afastada Dilma Rousseff. O projeto de lei enviado ao Congresso contemplou também categorias como a policiais federais, auditores do trabalho e peritos médicos do INSS.

Questionado sobre a entrega de cargos no Tesouro e sobre a possibilidade de reajuste para a categoria, o Ministério da Fazenda respondeu, por meio de sua assessoria de imprensa, que não vai comentar a questão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Tesouro Nacional aprovou o Plano de Contas Aplicado ao Setor Público a ser adotado obrigatoriamente para o exercício financeiro de 2017 (PCASP 2017) e o PCASP Estendido, de adoção facultativa, válido para o exercício de 2071 (PCASP Estendido 2017). A Portaria com a aprovação do plano está publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira (12).

De acordo com informações do Tesouro, o objetivo do PCASP é uniformizar as práticas contábeis. O Plano é adequado aos dispositivos legais vigentes, às Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público, aos padrões internacionais de Contabilidade do Setor Público e às regras e procedimentos de Estatísticas de Finanças Públicas reconhecidas por organismos internacionais.

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Ainda segundo o Tesouro, o plano é formado por uma relação padronizada de contas apresentada em conjunto com atributos conceituais, e permite a consolidação das Contas Públicas Nacionais, conforme determinação da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). O PCASP é atualizado anualmente e publicado exclusivamente na internet para uso obrigatório no exercício seguinte.

De acordo com a portaria, o Plano de Contas Estendido será disponibilizado para os entes que precisem de uma referência para o desenvolvimento de suas rotinas e sistemas contábeis, sendo a adoção facultativa. As relações das contas do PCASP 2017 e do PCASP Estendido 2017 serão disponibilizadas no site do Tesouro. A Portaria tem seus efeitos aplicados a partir do exercício financeiro de 2017.

Na primeira captação externa do governo Michel Temer, o Tesouro Nacional resolveu testar o mercado com a emissão de um título de longo prazo, o Global 2047. A última emissão de um papel da dívida externa com prazo de referência de 30 anos foi feita em julho de 2014, quando o governo brasileiro emitiu US$ 3,550 bilhões do Global 2045. A emissão ocorreu faltando poucos meses para as eleições presidenciais. O papel foi vendido, na ocasião, com taxa de retorno ao investidor de 5,131%.

Dessa vez, o governo Temer aproveita a melhora de confiança dos investidores em relação aos rumos da economia brasileira no dia seguinte da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.

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A última emissão soberana do Brasil foi feita em março deste ano, quando o Tesouro Nacional, ainda sob comando do ex-ministro Nelson Barbosa, emitiu um título de 10 anos, o Global 2026.

O governo deve limitar a R$ 3,5 bilhões o aporte de recursos para ajudar as distribuidoras da Eletrobras no Norte do País. Para evitar uma sangria de caixa, a União fará vetos à Medida Provisória 706/2015, que repassa dívidas bilionárias dessas empresas para o Tesouro Nacional e para as tarifas. Uma nova medida provisória será publicada nos próximos dias, após o prazo final para sanção. O consumidor, porém, não deve se livrar de parte dessa conta. O texto final ainda estava sendo discutido na noite de terça-feira (21).

Da forma como foi aprovada no Congresso, a MP 706 obrigaria o Tesouro a pagar toda a dívida dessas empresas com a Petrobrás, que, segundo cálculos da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), totaliza R$ 9,86 bilhões. São débitos acumulados nos últimos sete anos em compra de combustível para abastecer termoelétricas. Mal administradas e alvo de intervenção política, essas distribuidoras são vistas como um "sumidouro de recursos", principalmente as que atuam no Amazonas, Roraima e Amapá, principais beneficiárias do texto.

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Inicialmente, o Ministério do Planejamento havia reservado R$ 5 bilhões no Orçamento para essa finalidade. Agora, o governo decidiu reduzir em R$ 1,5 bilhão esse repasse. A redação da nova MP vai deixar claro que o Tesouro vai cobrir apenas uma parte do rombo.

O restante dessa dívida, que soma cerca de R$ 6 bilhões, terá que ser assumido pela própria Eletrobras. A nova MP foi revisada por técnicos da Casa Civil, Planejamento, Fazenda e Ministério de Minas e Energia.

Embora a MP 706 tenha incomodado o governo, o custo político de vetar integralmente a proposta pesou contra. As mudanças foram propostas pelo então ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga (PMDB-AM), que voltou ao Senado e agora é o relator do Orçamento de 2017.

Toda a articulação teve apoio dos senadores Romero Jucá (PMDB-RR), que foi ministro do Planejamento de Temer, e Edison Lobão (PMDB-MA), também ex-ministro de Minas e Energia, mas do governo Dilma Rousseff. A equipe de Temer, sabe que precisa do voto desses senadores para aprovar o impeachment da presidente afastada.

Conta de luz

Por essa razão, o consumidor não deve se livrar dos custos extras da MP 706. Não deve sofrer vetos, por exemplo, o repasse às tarifas de todo o País de um passivo de R$ 4,81 bilhões dessas distribuidoras, principalmente com furtos de energia, os chamados "gatos". Essa dívida será paga com aumentos na conta de luz nos próximos anos, com impacto de 0,4 ponto porcentual.

Também não deve sofrer veto o perdão à Eletrobras, que deixará de pagar R$ 7 bilhões em financiamentos subsidiados. A empresa, responsável pela gestão de fundos setoriais, teria se apropriado indevidamente desse valor entre 1998 e 2011, por meio de empréstimos para suas próprias distribuidoras que não foram pagos.

Os fundos arrecadam recursos por meio da conta de luz dos consumidores e bancam subsídios e programas como a Tarifa Social da Baixa Renda e o Luz Para Todos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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