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Um dos ministérios mais importantes e com o maior orçamento governamental, que nos últimos meses sofreu com sucessivos cortes e bloqueios, o Ministério da Educação (MEC), em 2022, último ano do governo de Jair Bolsonaro (PL), contou com episódios de interferência no repasse de verbas, exoneração de Milton Ribeiro e nomeação de Victor Godoy, que encerra como quinto ministro da Educação do atual Chefe do Executivo.

Com a não reeleição de Bolsonaro, o MEC, em 2023, terá uma nova equipe. Escolhido pelo governo Lula (PT), o senador eleito e ex-governador do Ceará Camilo Santana (PT) comandará a pasta. A transição traz uma expectativa de que a Educação volte a ser prioridade e políticas públicas sejam novamente fortalecidas pelos próximos quatro anos.

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De Ribeiro a Camilo, relembre e conheça os ministros que estiveram e vai estar à frente do MEC:

20 meses de polêmicas: Milton Ribeiro, o ministro que Bolsonaro "botava a cara no fogo”

Milton Ribeiro. Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens/Arquivo

Pastor, teólogo, advogado e professor. Milton Ribeiro foi anunciado como 4º ministro do governo Bolsonaro em julho de 2020, 22 dias após a saída conturbada de Abraham Weintraub. No comando do MEC, Ribeiro precisou lidar com a crise sanitária da Covid-19. Negacionista, o ex-ministro era defensor da reabertura das escolas, mesmo com um grande quantitativo de pessoas infectadas, mortes e sem perspectiva de vacina.

Dono de falas homofóbicas e capacitistas, Milton Ribeiro estava sempre no centro das polêmicas. Em agosto de 2020, durante entrevista ao “Sem Censura” da TV Brasil, ele afirmou que crianças com deficiência “atrapalhavam” os demais alunos sem a mesma condição quando colocadas no mesmo espaço educacional.

No mesmo mês, em passagem pelo Recife, Milton tentou justificar a colocação. "Nós temos, hoje, 1,3 milhão de crianças com deficiência que estudam nas escolas públicas. Desse total, 12% têm um grau de deficiência que é impossível a convivência”, defendeu na ocasião. Veja o vídeo:

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Em setembro, em entrevista ao jornal Estado de S.Paulo, ele alegou que a homossexualidade é uma "opção" e resultado de "famílias desajustadas". Na época, o ex-ministro bolsonarista pediu desculpas depois que o vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros, pediu a abertura de um inquérito contra ele por homofobia.

Na gestão de Milton Ribeiro, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) registrou o menor número de inscritos desde 2005. Além disso, por seu viés conservador afinado ao Governo Federal, o ex-ministro disse que "temas sensíveis ao governo" ficariam de fora da avaliação, no entanto, salientou que não houve interferência governamental.

Já em 2022, ele foi responsável por anunciar mudanças no Enem, que passarão a valer a partir de 2024 e seguem o modelo do Novo Ensino Médio. Em março, o quarto ministro da pasta foi acusado de repassar verbas do ministério para cidades indicadas por pastores a pedido do atual presidente Jair Bolsonaro, que chegou a defender Ribeiro. "Eu boto a minha cara no fogo pelo Milton", disse na época o presidente não reeleito. Diante da repercussão, Milton Ribeiro, por meio de carta pública, pediu exoneração do cargo, que foi aceita por Bolsonaro. 

Victor Godoy: de secretário-executivo do MEC a ministro interino

Victor Godoy. Foto: Billy Boss/Câmara dos Deputados

Quinto e último ministro da era Jair Bolsonaro, Victor Godoy é formado em Engenharia de Redes de Comunicação de Dados pela Universidade de Brasília (UnB), e, desde 2020, indicado por Ribeiro, ocupava o cargo de secretário-executivo do Ministério da Educação.

Mais comedido que seu antecessor, mas não menos afiado ao bolsonarismo, Victor Godoy assumiu o minstério na condição de interino em março deste ano. Falando pouco com a imprensa, ele preferia espaços afinados ao governo, como emissoras e podcasts veladamente bolsonaristas, ou realizava postagens nas redes sociais.

Sob a gestão de Godoy, a Educação sofreu sucessivos cortes e bloqueios orçamentários. Ademais, foi o período em que os estudantes mais alegaram problemas com o Programa Universidade Para Todos (Prouni) e Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) - atraso na divulgação de resultados e lista de espera. Assim como ocorreu com Ribeiro, o Enem 2022 também registrou poucos participantes, o segundo menor número de inscritos desde 2005. 

Com Camilo Santana, governo Lula espera o sucesso do Ceará na Educação brasileira

Camilo Santa. Foto: José Cruz/ Agência Brasil

A partir de 1º de janeiro, Camilo Santana, ex-governador do Ceará e senador eleito em 2022, assumirá o Ministério da Educação (MEC). Professor e engenheiro agrônomo, Camilo, durante os dois mandatos, apresentou no Estado um modelo de alfabetização que foi responsável pela melhora na aprendizagem de alunos em situação de vulnerabilidade social.

Antes de deixar o governo para se lançar candidato ao Senado, o futuro ministro da Educação anunciou que todas as escolas de ensino médio cearenses devem funcionar em tempo integral até 2026. O modelo, que é bastante conhecido em Pernambuco, é visto como uma das políticas de sucesso no mundo todo.

Faltando poucos dias para deixar o cargo de ministro da Educação, Victor Godoy, nesta quinta-feira (22), usou as redes sociais para criticar o relatório final de transição de governo sobre a atuação do Ministério da Educação (MEC). Na publicação, em formato de ‘fio’, Godoy classifica as pontuações presentes no documento como “rasas e desconexas da realidade” o que, segundo ele, “desenham o futuro preocupante da Educação no Brasil”.

Tecendo críticas ao PT, o ainda ministro afirma que o partido deixou mais da metade dos estudantes do 5º, do ensino fundamental, “sem saber ler e escrever”. De acordo com Victor Godoy isso refletiu na posição do Brasil no Programa Internacional de Avaliação de Alunos, indicativo que sempre é utilizado pelo atual governo para criticar as ações educacionais da época petista.

“O Governo PT foi quem deixou, em 2016, 55% das crianças do 3o do EF sem saber ler e escrever, que colocou o Brasil nas últimas posições do PISA em 2018 e que deixou, em 2019, 45% dos estudantes do 3o ano do EM com proficiência muito baixa ou baixa em português ou matemática”, escreveu.

Em outro trecho, o responsável pela pasta justificou a má condução do MEC durante a crise sanitária de Covid-19 à gestão do PT, pois, o partido deixou de “preparar a rede pública de ensino com tecnologia, equipamentos e formação docente para enfrentar a pandemia, condenando milhões de crianças a ficarem sem condições de manterem as atividades escolares durante o fechamento das escolas”. Vale ressaltar que tanto o antigo ministro da Educação, Milton Ribeiro, quanto Godoy foram defensores da reabertura das escolas antes mesmo de todos os profissionais da Educação e alunos estarem vacinados.

Negligenciando os atuais cortes orçamentários nas universidades públicas e institutos federais ocorridos na gestão Bolsonaro, Victor Godoy também culpabilizou o PT. “Foi o Governo do PT que deixou milhares de obras da educação básica e do ensino superior paralisadas sem recursos”, afirmou. Em 2022, universidades públicas e institutos federais foram impactados três vezes por cortes nos recursos destinados à Educação por parte do Governo Federal.

Em junho, as instituições foram impactadas por uma perda orçamentária de 7,2%. No início de outubro, foi anunciado um bloqueio de R$ 2,4 bilhões. No entanto, diante da pressão das instituições e estudantes, o valor foi liberado. O mesmo ocorreu no final de novembro, em que um novo bloqueio no orçamento das universidades públicas e institutos federais, e, mais uma vez, diante de pressão, foi revogado.

A publicação do ministro da Educação finaliza ressaltando que as políticas educacionais adotadas pelo MEC não são um retrocesso, mas, “políticas que estão transformando a alfabetização brasileira, trazendo tecnologia e inovação e recuperando os conhecimentos dos estudantes. Políticas premiadas e reconhecidas internacionalmente”, disse.

E complementa: “Espero que a educação brasileira seja conduzida por pessoas que tenham a hombridade de reconhecer os avanços e seguir no caminho da prosperidade”. Confira, a seguir, a publicação:

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O ministro da educação, Victor Godoy, falou em entrevista a Jovem Pan News nesta sexta-feira (11) sobre o processo de elaboração da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que será realizado no domingo (13). 

 Godoy co nta como todo o procedimento é bem pensado para que ocorra com segurança.“A gente tem uma equipe de professores, que é escolhida dentro de um banco de professores, e essa equipe se reúne em uma sala segura, que ninguém tem acesso, é toda filmada, ninguém entra com pen drive. E nessas salas que são feitas as discussões para escolha dos itens.” 

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 O ministro ainda explica que existe uma metodologia científica para que os níveis de dificuldade das questões sejam padronizados, e ainda afirma que é estruturado de maneira que nem mesmo ele possui acesso.   

O tema da redação, um dos maiores questionamentos dos candidatos, também não é revelado antes do dia de aplicação do Enem. 

“O tema da redação, ele só vai ser conhecido por mim no momento em que os portões dos locais de aplicação são fechados, e uma prova que também vai para o Inep lacrada vai ser aberta naquele momento, e aí nós vamos tomar conhecimento daquele tema da redação”, declara.   

O primeiro dia de provas compreende 90 questões de linguagens e humanas, além da redação. Já no segundo dia, que acontecerá no próximo domingo (20), os candidatos serão submetidos a avaliações de matemática e ciências da natureza.

Foi cancelada a audiência pública da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados que ouviria o ministro da Educação, Victor Godoy Veiga, sobre cortes no orçamento da pasta para 2023. 

A reunião havia sido solicitada pelos deputados Rogério Correia (PT-MG), Kim Kataguiri (União-SP) e Dr. Jaziel (PL-CE), que pedem esclarecimentos do ministro sobre os seguintes pontos:  - confisco de recursos das universidades federais, institutos federais e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes);  - corte de 96,6% do orçamento das políticas públicas destinadas à educação infantil em 2023; e  - redução de repasses à educação e pedido do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) a uma prefeitura para solicitação de liberação de verba com data retroativa. 

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Ainda não há nova data para a realização do evento.  Fonte: Agência Câmara de Notícias

O minstro da Educação, Victor Godoy, durante participação no Josi TV Podcast, no YouTube, nesta quinta-feira (27), afirmou que os preparativos para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) estão "bem avançados". Questionado pelo LeiaJá sobre a logística adotada para realização do certame, nos dias 13 e 20 de novembro, Godoy tranquilizou os alunos e garantiu que a prova está pronta e em local seguro.

"Nós já estamos bem avançados nos preparativos. As provas já estão impressas nas gráficas (...) é uma operação de guerra. São 500 mil pessoas envolvidas no Enem. É uma operação de guerra. Muitas vezes a gente tem que acionar o exército", salientou.

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Na ocasião, o ministro disse que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) possui uma sala de monitoramento em tempo real para o acompanhamento da entrega das provas aos Correios, que é responsável pela distribuição das avaliações. "Desde o dia 1º de outubro que nós já começamos a tirar as provas da gráfica e levar para esses centros de distribuição. Esse processo se conclui no dia 1º de novembro".

E complementa: "Então, está tudo tranquilo, está tudo garantido. As salas estão reservadas, todo mundo vai ter lugar para sentar. Vai ser um Enem muito bem aplicado. Fiquem bem tranquilos. Nós trabalhamos bastante para ser uma prova para todo mundo. O estudante tem que ficar calmo, tranquilo."

De olho nas orientações

Victor Godoy reforçou que os participantes desta edição do Enem devem seguir as orientações estipuladas no edital do certame. "Não pode usar chapéu, boné, nenhum dispositivo eletrônico. Se levar o celular, vai ser colocado no saquinho, isso vai ser colocado na frente da entrada da sala, se levar mochila, não vai poder sentar com a mochila, mas ela vai ficar ali guardada. Levar caneta [de material] transparente", pontuou. 

O atual ministro da Educação, Victor Godoy, afirmou, nesta quarta-feira (22), que o governo do presidente Jair Bolsonaro não compactua com desvios. "Nunca tive conhecimento dos fatos que levaram à prisão de Ribeiro", disse ele, em rápida entrevista, ao comentar sobre a prisão efetuada pela Polícia Federal, na manhã de hoje, do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro no âmbito da investigação sobre o 'gabinete paralelo' instalado na pasta, com suposto favorecimento de pastores na distribuição de verbas. Na mesma linha do que disse o presidente Jair Bolsonaro, mais cedo, o atual titular do MEC disse que, "se alguém for culpado, quem quer que seja, que seja responsabilizado".

O mandado de prisão preventiva foi expedido por ordem do juiz Renato Borelli, da 15ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal, e cita supostos crimes de corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência. A operação que apura a prática de tráfico de influência e corrupção para a liberação de recursos públicos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação foi batizada como 'Acesso Pago' e ainda busca cumprir outras quatro ordens de prisão.

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Os agentes que participam da ofensiva vasculham 13 endereços em Goiás, São Paulo, Pará e Distrito Federal. Entre os alvos das buscas, estão o próprio Milton Ribeiro e os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos - dupla que está no centro do esquema sob suspeita e que foi revelado pelo Estadão. O juízo da 15ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal também deferiu medida cautelar de proibição de contatos entre os investigados e envolvidos.

O ministro da Educação, Victor Godoy, anunciou, nesta sexta-feira (3), que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2022 teve 3.396.597 inscritos. As candidaturas puderam ser feitas entre os dias 15 e 21 de maio, pela Página do Participante.

Segundo o comandante do Ministério da Educação (MEC), o total de candidatos superou em 10% o número de inscritos na edição de 2021, que contou com 3.109.800 confirmações de participação. O Enem 2022 será realizado nos dias 13 e 20 de novembro.

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Sobre as isenções, houve um acréscimo de 40% das solicitações deferidas, o que significa que mais de 2 milhões de pessoas não precisaram pagar a taxa de inscrição. Do total de inscritos, 1.368.244 (40,28%) são pagantes e 2.028.353 (59,72%) são isentos.

"A edição deste ano do Enem será um sucesso. Lembro a todos os candidatos que o MEC e o Inep se anteciparam e já publicaram todo cronograma da prova. Estudem e se preparem. Boa sorte a todos!", escreveu Godoy, em publicação no Twitter.

O ministro da Educação, Victor Godoy Veiga, disse, nesta quinta-feira (19), que acredita que a plataforma Avaliações Diagnósticas e Formativas, que visa monitorar e classificar o ensino em todos os níveis no Brasil, poderá se tornar “um dos maiores bancos de dados para avaliação da educação básica no mundo” em pouco tempo. A afirmação foi feita durante a abertura do 1º Fórum de Discussão de Resultados das Avaliações Diagnósticas e Formativa do Ministério da Educação.

“Essa ferramenta muito em breve, vai se tornar um dos maiores repositórios de dados de avaliação da educação básica em todo o mundo. E esses frutos representam uma esperança. Esperança de que possamos não só enfrentar os efeitos da pandemia na qualidade da educação brasileira, mas também enfrentar outras deficiências que nós temos na nossa educação”, disse.

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O ministério aposta na plataforma para avaliar quanto os estudantes aprenderam em determinado período. No ambiente virtual estão disponíveis 579 cadernos de avaliação, compreendendo os componentes curriculares de Língua Portuguesa, Matemática, Ciências da Natureza, Língua Inglesa, Fluência e Produção Textual. As avaliações correspondem ao primeiro ciclo de 2022 e abrangem toda a etapa do ensino fundamental (1º ao 9º ano) e ensino médio (1º ao 3º ano).

Os primeiros resultados serão tornados públicos pelo ministério para serem discutidos. As possibilidades de enfrentamento das defasagens encontradas, inclusive as intervenções pedagógicas focalizadas nos pontos de maior fragilidade fazem parte dessa discussão.

Ainda neste ano, serão disponibilizados 4 ciclos de avaliações diagnósticas e formativas, permitindo o acompanhamento do desempenho dos estudantes bimestralmente e uma melhor organização do trabalho pedagógico das escolas com objetivo de recuperar, efetivamente, as dificuldades de aprendizagem mapeadas pela plataforma.

Nesta quarta-feira (11), o atual ministro da Educação, Victor Godoy, compareceu à Comissão de Educação da Câmara dos Deputados para falar sobre as ações e propostas do ministério, assim como prestar esclarecimentos sobre os recursos destinados para a compra de kits de robótica superfaturados. Na ocasião, Godoy foi questionado pela deputada federal Tábata Amaral (PSB) sobre a escassez do Banco Nacional de Itens (BNI) e reutilização de questões no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2022.

Defendendo a pasta sobre as acusações de censura de itens na edição anterior, o ministro salientou que "não houve nenhum tipo de censura ou escolha dos itens. Até porque, é importante que todos saibam, a escolha dos itens é feita por uma comissão de professores, que não são servidores do Inep. Isso tudo é feito de maneira sigilosa, em um ambiente seguro. Todo esse processo dos itens da prova do Enem mantém toda uma questão de governança".

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Ao explicar sobre a possível repetição de quesitos no exame deste ano, Victor Godoy justificou a reutilização com o período em que as escolas estavam fechadas, devido ao agravamento da pandemia da Covid-19 no Brasil. "O Banco de Itens já tinha nove anos sem atualização. Para que a gente possa incluir novos itens, nós precisamos de escolas abertas, porque eu preciso que o professor elabore o item e eu preciso fazer a pré-testagem. Com as atividades presenciais suspensas não havia como fazer pré-testagem", afirmou. E acrescentou: "O presidente do Inep, o Danilo [Dupas] já tem adotado todas as providências para a composição [da prova]".

O novo ministro da Educação, Victor Godoy, chegou à pasta em julho de 2020, mesmo mês em que foi nomeado seu antecessor, Milton Ribeiro. Ele ocupou o cargo de secretário-executivo do MEC por pouco menos de dois anos, até ser oficializado como titular nesta segunda-feira, 18. Antes, passou 16 anos na Controladoria-Geral da União (CGU), onde começou sua carreira como auditor federal.

Godoy possui uma graduação e duas especializações, nenhuma delas na área da Educação. Segundo informações do ministério, ele é formado em Engenharia de Redes de Comunicação de Dados pela Universidade de Brasília (UnB). Concluiu o curso em 2003, um ano antes de ingressar na CGU.

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O ministro tem especialização em Defesa Nacional pela Escola Superior de Guerra. O tema de sua monografia nessa formação é a "competência dos órgãos públicos no combate à corrupção". Vale destacar que o ex-ministro Milton Ribeiro, seu antecessor, foi afastado após denúncias de corrupção reveladas pelo Estadão, envolvendo o gabinete paralelo de pastores que interferiam no empenho de verbas da pasta.

Ao anunciar Godoy como seu número 2, em 2020, Ribeiro destacou que o novo secretário-executivo trabalhava na área da CGU que auditava o Ministério da Educação. Uma de suas primeiras ações na pasta foi exonerar quatro ex-assessores especiais do ex-ministro Abraham Weintraub.

Em 13 de janeiro de 2021, Godoy participou de reunião do MEC com os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos, a dupla que compunha o gabinete paralelo da pasta. A agenda foi um café da manhã com diversos prefeitos. Entre eles, estavam alguns dos que relataram ao Estadão só ter conseguido acesso ao ministério por meio dos pastores, como Nilson Caffer (PTB), Adelícia Moura (PSC), Laerte Dourado (PP) e Fabiano Moreti (MDB). A pauta do encontro foi "alinhamento político".

Godoy também tem especialização em Globalização, Justiça e Segurança Humana pela Escola Superior do Ministério Público. Segundo seu currículo na plataforma Lattes, o ministro tem somente um artigo publicado em periódico científico. Ele é coautor de um estudo sobre acordos de leniência.

Até 2020, sua experiência profissional também não esteve relacionada ao campo da educação. Na Controladoria, foi chefe de divisão, coordenador-geral de auditoria e chefe da Diretoria de Acordos de Leniência. Fez carreira em funções administrativas, como a que ocupou no Ministério a partir de 2020.

O presidente Jair Bolsonaro confirmou Victor Godoy Veiga como novo ministro da Educação. Ele já exercia o cargo interinamente desde o fim de março, após a saída de Milton Ribeiro devido a denúncias de corrupção na pasta reveladas pelo Estadão. A nomeação foi publicada na edição do Diário Oficial da União desta segunda-feira (18).

O cargo mais recente de Veiga foi como secretário-executivo do MEC. Antes, atuou como auditor federal de finanças e controle da Controladoria-Geral da União (CGU), onde trabalhou de 2004 a 2020. Ele é o quinto titular a assumir o Ministério da Educação. Todos os seus antecessores no governo Bolsonaro se envolveram em controvérsias ou foram alvos de denúncias enquanto chefiavam a pasta.

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A nomeação de forma efetiva, após breve período como interino, deixa mais distante a volta de Ribeiro ao cargo, possibilidade que foi considerada na ocasião de sua exoneração. Como revelou o Estadão, o ex-ministro mantinha uma agenda paralela com os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, que, segundo denúncias, cobravam propina de prefeitos para encaminhar demandas ao Ministério. Este, por sua vez, priorizava as demandas da dupla por meio de repasses do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Prefeitos confirmaram no Senado os pedidos de propina.

A Comissão de Educação do Senado aprovou nesta quinta-feira, 31, a convocação do ministro interino da Educação, Victor Godoy, para prestar esclarecimentos sobre as suspeitas de corrupção no ministério, reveladas pelo Estadão. O requerimento foi aprovado na mesma sessão em que o ex-titular da pasta, Milton Ribeiro, afastado do cargo após as denúncias de corrupção, deveria dar explicações aos parlamentares - ele não atendeu ao convite.

A ausência do ex-ministro foi informada na noite de quarta-feira pela assessoria parlamentar do MEC à secretaria da comissão, o que causou críticas do colegiado. Durante a sessão, Ribeiro foi acusado de fugir das explicações.

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Integrantes do colegiado agora coletam assinaturas para instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), onde ele pode ser convocado e obrigado a comparecer. O líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse já ter reunido 10 das 27 assinaturas necessárias parra a instalação da comissão pelos senadores.

No início de março, o Estadão revelou a atuação de dois pastores, que não tinham cargo no MEC, mas geriam uma espécie de "gabinete paralelo", com cobrança de propina até em barras de ouro, em troca da liberação de recursos federais a municípios. A revelação do esquema resultou no afastamento de Ribeiro, investigado pela Polícia Federal.

Godoy era secretário executivo do MEC e assumiu a pasta interinamente após a saída do titular. Os senadores aprovaram um requerimento de convite, ao qual ele não é obrigado a atender, e outro de convocação, que o obriga a comparecer à comissão. A comissão enviará um ofício convidando o ministro e deixará a convocação na "gaveta". Em caso de convocação, um ministro de Estado é obrigado a comparecer. Se houver a recusa, o chefe da pasta pode até ser alvo de um processo de impeachment.

A comissão pediu informações ao Ministério da Educação e à Controladoria-Geral da União (CGU) sobre as investigações e o processo de liberação de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Os senadores também decidiram chamar os prefeitos que revelaram a atuação dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura. Ao Estadão, o prefeito do município de Luís Domingues (MA), Gilberto Braga (PSDB), relatou que Moura pediu R$ 15 mil antecipados para protocolar demandas do município e mais um quilo de ouro após a liberação dos recursos.

Bolsonaro

Ao discursar ontem, o presidente Jair Bolsonaro lamentou a saída de Ribeiro do MEC, e disse que ele deixou o governo "temporariamente". A declaração foi feita na cerimônia de troca de ministros, no Palácio do Planalto. Antes da exoneração, Bolsonaro chegou a dizer que colocava "a cara no fogo" por Ribeiro.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ministério da Educação tem, a partir desta quarta-feira (30), um novo ministro. Quem assume a pasta é o engenheiro de redes de comunicação formado pela Universidade de Brasília (UnB) Victor Godoy que, durante a gestão de Milton Ribeiro, ocupava o cargo de secretário-executivo da pasta.

A mudança ocorre após a abertura de uma investigação contra Ribeiro, suspeito de favorecer prefeituras na liberação de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), tendo dois pastores como intermediários. O caso levou Ribeiro a pedir exoneração do cargo, no último dia 28.

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A nomeação do novo ministro foi publicada no Diário Oficial da União de hoje.

Currículo

O currículo de Victor Godoy publicado no site do MEC informa que ele é servidor público da carreira de Auditor Federal de Finanças e Controle da Controladoria-Geral da União (CGU), onde trabalhou desde 2004 até ser convidado ao cargo de secretário-executivo do MEC, em julho de 2020.

Na CGU, Godoy atuou como auditor federal de Finanças e Controle, coordenador-geral; e diretor de Auditoria da Área Social e de Acordos de Leniência.

Inquéritos contra ex-ministro

Na semana passada, a Polícia Federal (PF) abriu um inquérito para investigar o ex-ministro Milton Ribeiro. A medida foi autorizada pela ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia, após a divulgação de um áudio, pelo jornal Folha de S.Paulo, no qual Ribeiro diz favorecer, a pedido do presidente Jair Bolsonaro, prefeituras de municípios ligados aos dois pastores.

O ex-ministro já era alvo de um outro inquérito da PF, que tem por base suspeitas levantadas pela CGU relativas à irregularidades que estariam ocorrendo em eventos realizados pelo MEC e, também, sobre o oferecimento de vantagem indevida, por parte de terceiros, para a liberação de verbas do mesmo fundo.

A apuração ocorreu entre setembro de 2021 e março de 2022. O órgão, então, concluiu que agentes públicos não estavam envolvidos nas supostas irregularidades e enviou o caso para a PF, que abriu um inquérito criminal.

O caso está também na esfera cível, pela Procuradoria da República no Distrito Federal. É também alvo de uma fiscalização extraordinária que está a cargo do Tribunal de Contas de União (TCU).

Após a divulgação do caso, o então ministro Milton Ribeiro divulgou uma nota à imprensa, na qual disse não haver nenhum tipo de favorecimento na distribuição de verbas da pasta. Segundo ele, a alocação de recursos federais segue a legislação orçamentária.

O secretário-executivo do Ministério da Educação, Victor Godoy Veiga, assumiu, de forma interina, a cadeira de chefe do MEC após a exoneração do então ministro Milton Ribeiro, nesta segunda-feira (28). A saída de Ribeiro foi decorrente de diálogos entre ele e o presidente Jair Bolsonaro (PL) no fim de semana. Quem ocupar o cargo, já será o quinto a assumir o Ministério na gestão Bolsonaro. 

Victor Godoy

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Victor Godoy é formado em engenharia de redes de comunicação de dados pela Universidade de Brasília (UnB); ele tem pós-graduação em altos estudos em defesa nacional pela Escola Superior de Guerra (ESG), e em globalização, justiça e segurança humana pela Escola Superior do Ministério Público em parceria com o Institut für Friedenssicherungsrecht und Humanitäres Völkerrecht der Ruhr-Universitat Bochum (Alemanha) e a University of Johannesburg (África do Sul).

Durante a sua carreira, Godoy foi auditor federal de Finanças e Controle da Controladoria-Geral da União, onde ficou quase 20 anos (2004-2020), até ser convidado ao cargo de secretário-executivo do Ministério da Educação, em julho de 2020. 

Ele também participou de cursos, congressos, seminários e conferências nos 16 anos de trabalho na CGU. Também foi palestrante na Conference on Public Internal Control in the European Union, Paris (Comissão Europeia) em 2015, e palestrante na Conferência de Controle Interno no Brasil - Desafios e Oportunidades de Melhoria (Banco Mundial), em 2016. 

Já em 2019, Godoy foi painelista no lançamento do estudo Resolving Bribery with Non-Trial Resolutions da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e participante na mesa de discussão sobre a revisão da Recomendação de 2009 da OCDE para o combate ao suborno transnacional, além de ter sido membro da delegação brasileira no Working Group on Bribery- WGB (OCDE), de 2018 a 2020. 

Demissão

Milton Ribeiro está sendo investigado por suspeita de envolvimento com pastores que cobravam propina para intermediar recursos para escolas. Ele deixou o cargo nesta segunda-feira (28), e, em carta ao presidente, ele contou que as reportagens revelando a corrupção na pasta “provocaram uma grande transformação em sua vida”, e disse suspeitar que alguma pessoa próxima a ele “poderia estar cometendo atos irregulares e devem ser investigados com profundidade”. 

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