Tópicos | VOTO ÚTIL

Uma parte da esquerda decidiu deflagrar movimento pelo voto útil em Flávia Arruda (PL), ex-ministra da Secretaria de Governo de Jair Bolsonaro (PL), na disputa pelo Senado no Distrito Federal. O apoio inusitado acontece diante da possibilidade de outra ex-ministra de Bolsonaro, Damares Alves (Republicanos), ganhar a eleição. De acordo com a pesquisa Ipec divulgada nesta terça-feira, 27, as duas estão com 28% das intenções de voto. A candidata do PT, Rosilene Correa, pontuou 12% no levantamento.

A disputa também divide a base bolsonarista no DF. A primeira-dama Michelle Bolsonaro apoia Damares, já a ex-mulher de Bolsonaro, Ana Cristina Valle, mãe de Jair Renan Bolsonaro, postou uma foto ao lado da ex-ministra da Segov e anunciou apoio a ela para o Senado. O presidente tem evitado se envolver na eleição e não declarou voto em nenhuma das duas.

##RECOMENDA##

Nomes como Antonio Tabet, fundador do Porta dos Fundos, e Joanna Maranhão, ex-nadadora olímpica afirmaram que a candidata do PT deve ser esquecida e pregaram um "voto útil".

Embora as duas tenham sido ministras de Bolsonaro, Damares, que comandou a pasta de Mulher, Família e Direitos Humanos causa mais oposição dos eleitores progressistas. A candidata do Republicanos é conhecida por entrar em confronto com pautas caras à esquerda e critica de forma recorrente o aborto e feminismo. Na pesquisa anterior do Ipec, divulgada na semana passada, Damares estava com 21% das intenções de voto. Nesta semana, ela cresceu sete pontos enquanto Flávia manteve os mesmos 28% da semana passada.

A ideia do voto útil na ex-ministra da Secretaria de Governo, porém, não é unanimidade nos partidos de oposição a Bolsonaro. Pedro Ivo Batista, candidato a senador pela federação Rede-PSOL, disse no Twitter que "votar em Damares ou Flávia Arruda é perpetuar a destruição do nosso Cerrado". Em resposta, Flávia declarou que, se eleita, pode "construir um diálogo" com Pedro Ivo, algo que, na avaliação dela, Damares não faria. Em outra postagem, a deputada do PL procurou se distanciar do bolsonarismo e disse que é "indepedente" e não carrega "ismos" na sua história. Procurada pelo Estadão, a candidata do PL disse que não tinha conhecimento das postagens em sua conta na rede social e depois apagou as mensagens.

A deputada Flávia Arruda é do mesmo partido de Bolsonaro, mas costuma se afastar das pautas ideológicas identificadas com o bolsonarismo e não se envolve com confrontos com movimentos sociais. Embora o PL seja hoje a legenda que abriga o presidente, a sigla já foi base do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A legenda faz parte do Centrão, grupo de partidos que apoiam qualquer governo em troca de cargos.

Em resposta ao movimento de voto útil na adversária, Damares reforçou que é "a candidata da direita, do conservadorismo e do bolsonarismo". O Distrito Federal é uma das poucas unidades da federação onde Bolsonaro tem a preferência das intenções de voto. De acordo com Ipec divulgado na terça, o presidente pontuou 46% contra 32% de Lula. "Brasília é Bolsonaro e Damares. O meu crescimento nas pesquisas é explicado pelas minhas propostas, pela minha história, pelas minhas lutas e por representar as famílias do DF", disse a ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos ao Estadão.

Após o movimento favorável à candidata do PL, a petista Rosilene Correa teve que se manifestar nas redes sociais para conter a debandada. A candidata do PT publicou uma foto de Flávia e pediu para que ela não seja votada.

Flávia Arruda é mulher do José Roberto Arruda, ex-senador e ex-governador do DF. O marido de Flávia tenta uma vaga como deputado federal. Ele foi preso e perdeu o cargo de governador no escândalo político em que foi flagrado em vídeo recebendo dinheiro não declarado.

Pesquisa Genial/Quaest divulgada nessa quarta-feira (21), mostrou que 26% dos eleitores aceitam mudar de voto para eleger o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no primeiro turno, enquanto 64% rejeitam fazê-lo. Embora os que descartam migrar para o petista sejam maioria, o dado já representa um trunfo à a campanha do ex-presidente, uma vez que, se confirmado, amplia a margem sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL).

Lula, que almeja sair vitorioso já na primeira rodada de votação e trabalha para atrair apoios ao que vem sendo chamado de "voto útil", precisa da adição de poucos pontos para ter êxito. O Média Estadão Dados, agregador de pesquisas do Estadão, mostra Lula com 50% dos votos válidos. Para vencer em primeiro turno, é preciso ter maioria absoluta, ou seja, 50% mais um.

##RECOMENDA##

Aliados do candidato do PT fazem pressão para que eleitores de Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) desistam de sua primeira opção de voto e apertem 13 nas urnas, de modo a evitar que o presidente Jair Bolsonaro (PL) vá ao segundo turno contra o petista e, assim, tenha mais tempo de campanha.

Segundo o levantamento, 24% dos eleitores de Tebet admitem deixar de votar na senadora para ajudar o ex-presidente, enquanto 72% negam. Entre os que preferem Ciro Gomes, 33% dizem que migrariam para o candidato petista no primeiro turno; 63%, não.

Mudanças

Contudo, a pesquisa mostra que, a despeito da campanha pelo "voto útil" em Lula, vem crescendo a taxa de convicção dos eleitores de Ciro Gomes. Nesta rodada, 47% dos eleitores do ex-governador dizem que seu voto é definitivo e não deve mudar; na semana passada, eram 42%; no início do mês, eram 35%. Ainda são maioria os que afirmam que podem mudar de voto, 51%.

Os que pretendem votar na senadora de Mato Grosso do Sul têm índice inferior de convicção. A maioria (56%) diz que ainda pode mudar de ideia até 2 de outubro, enquanto 44% alegam que Tebet é sua escolha definitiva.

Em eventual segundo turno, metade dos eleitores de Ciro Gomes defende que o candidato apoie Lula (50%), enquanto 18% preferem que o pedetista embarque na campanha de Bolsonaro e 29% preferem que ele fique isento. Entre os eleitores de Simone Tebet, há empate técnico: 35% querem apoio ao petista; 34%, ao presidente.

A pesquisa Genial/Quaest foi realizada entre os dias 17 e 20 de setembro e entrevistou 2 mil eleitores presencialmente, em 120 municípios. O levantamento está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-04459/2022. A margem de erro do levantamento é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos.

Ao ser questionado se temia perder o apoio que historicamente sempre teve da esquerda, mas também sem conseguir atrair eleitores antipetistas, o candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT) respondeu que o pleito deste ano "é uma luta de extermínio. Por quê? Porque o senhor tem que votar num corrupto entre Bolsonaro e Lula. Eu considero comovidamente que são dois corruptos".

Irritado com a pergunta, Ciro voltou a criticar o voto útil, afirmando que seria tirar a liberdade de escolha do eleitorado. "Sempre vem um jornalista me perguntar de voto útil", disse.

##RECOMENDA##

Em seguida, explicou que no primeiro turno vale um grupo de interesse, que "cada grupo de ideologia, de valor, por isso se represente. Se ele for majoritário, ele vai pro segundo turno. Se ele não for, ele vai cumprir o papel errado, o tamanho que ele tem de cobrar as promessas de chamar as contradições, de vigiar aquilo que aconteceu. Isso é democracia. Quando você tem que tirar a liberdade do povo, isso é puro fascismo", completou.

O candidato esteve reunido com embaixadores de países-membros da União Europeia, em Brasília, na manhã desta quinta-feira (22). Segundo ele os embaixadores pediram que lhes fossem apresentada uma análise da conjuntura econômica e as eleições no País. "Eu fiz isso. Eu mostrei pra eles que o Brasil está mergulhado numa crise que tem caráter orgânico modelar e que a minha proposta é a única infelizmente no Brasil, que propõe uma mudança do modelo econômico e do modelo de governança política", afirmou.

Ciro disse que os embaixadores demonstraram preocupação com a forma com que o Brasil está tratando a política econômica e o modelo de governança. "Aqui e ali uma pergunta sobre a possibilidade de ruptura democrática no Brasil, outros naturalmente preocupados em como nós vamos resolver essa gravíssima questão da Amazônia, não é? E a outros ainda preocupados com o destino dos investimentos diretos estrangeiros no Brasil", concluiu.

O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, voltou a rejeitar o "voto útil" em Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e argumentou que, se for seguida a tese defendida pelos petistas, "daqui a pouco vamos abolir a eleição". Opositores do presidente Jair Bolsonaro (PL) tentam convencer os eleitores de Ciro Gomes (PDT) a desistirem do voto no pedetista para tentar eleger em primeiro turno o candidato do PT, que lidera as pesquisas.

"Voto útil só serve aos inúteis. Quem imagina que eleição é corrida de cavalo, para escolher o que a pesquisa diz que vai ganhar, daqui a pouco, com esse pensamento de inutilidade, nós vamos abolir a eleição. Se a pesquisa diz quem vai ganhar, para que votar?", afirmou ao Estadão.

##RECOMENDA##

Descartando a hipótese de Ciro Gomes desistir da disputa, Lupi disse que defenderá até o "último minuto" o Projeto de Desenvolvimento Nacional, nome dado ao plano de governo do presidenciável do PDT.

Ele opinou, ainda, que a defesa pelo voto útil pode ser um "tiro no pé". "A população começa a pensar: ‘Vem cá, por que estão querendo tirar esse cara? Ele deve ter valor".

O principal argumento usado para defender a adesão a Lula no primeiro turno é evitar que o presidente Jair Bolsonaro siga na disputa até o fim de outubro, com maiores chances de vitória. Segundo os favoráveis a essa tese, o chefe do Executivo poderia se beneficiar de mais tempo de propaganda no rádio e na TV e da campanha nas ruas; no segundo turno, o horário eleitoral é dividido igualmente entre os concorrentes.

A tese ganhou adesão até mesmo entre brizolistas históricos e ex-integrantes do PDT. Ex-liderança da Juventude Socialista do partido, Gabriel Cassiano, hoje no PSB, foi às redes defender que "o maior bem que Ciro Gomes poderia fazer não só pela nação, mas para si mesmo, é retirar sua candidatura e apoiar Lula ainda no primeiro turno." O mesmo argumento é reproduzido por Francisco Carlos Teixeira da Silva, ex-secretário de Educação de Brizola no Rio de Janeiro.

Lupi descartou que essas pessoas possam ser chamadas de "dissidentes" do partido. "Quando você fala dissidente, a pessoa tem que estar dentro do partido, fazendo movimento de dentro para fora. Ninguém ali é do PDT mais".

Terceiro mais bem avaliado entre os candidatos à Presidência, mas ainda longe de estremecer a polarização dos dois primeiros colocados, nesta quinta-feira (15), Ciro Gomes (PDT) descreveu que a campanha pelo 'voto útil' é um instrumento de covardes e autoritários. Em agenda no Recife, o pedetista vai visitar o Porto Digital à tarde e transmite à noite a CiroTV em uma comunidade na Zona Norte. 

##RECOMENDA##

A campanha pelo 'voto útil' é defendida por militantes bolsonaristas e petistas para concentrar os votos em seus candidatos e evitar a vitória precoce do adversário. Quem mais sofre com essa configuração é Ciro Gomes, que desde o início da campanha tenta se estabelecer entre 10% dos eleitores. 

Para o candidato, a orientação reforçada pelos apoiadores dos concorrentes limita a liberdade do voto e evita que o debate político se aprofunde. Essa realidade foi caracterizada por ele como a "Ciência da insanidade", a qual se repetem os mesmos erros com objetivo de alcançar um resultado diferente.

"Voto útil é o instrumento que os autoritários e os covardes têm para tirar a liberdade do povo, por que eles querem que as pessoas deem a eles todo o poder cegamente, e os covardes não querem que o debate se aprofunde para que a gente não mostre para o povo quem são os vendilhões da pátria, quem são aqueles que produziram o desastre que o Brasil tá vivendo", apontou o pedetista. 

Ciro ainda voltou a atacar diretamente Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL), mas dessa vez foi mais incisivo contra o atual presidente e o definiu como " a pior tragédia da política brasileira". 

Sem deixar de atingir o ex-presidente, o candidato disse mais uma vez que Lula é o responsável pelo surgimento da ideologia bolsonarista. "Se o Bolsonaro é uma tragédia, e de fato o Bolsonaro é a pior tragédia que já se abateu sob a vida pública brasileira, ele vem na sequência de quatro mandatos que nosso povo generosamente deu ao PT e ao Lula. Será que a solução para a tragédia do Bolsonaro é voltar àqueles que deram causa pela corrupção e pela crise econômica que o Lula produziu no Brasil?", questionou.

O último resultado da pesquisa do Ipec divulgado nesta semana, que mostra o ex-presidente Lula (PT) com reais chances de vencer o pleito já no 1º turno, com 46% dos votos válidos, fez iniciar um movimento nas redes sociais conscientizando os eleitores sobre o voto útil. O voto útil é uma estratégia utilizada pelos postulantes que estão à frente nas pesquisas para conseguir mais votos de pessoas que não necessariamente votariam neles. 

Já na madrugada no dia 13 de setembro, um dia após a divulgação do resultado, um dos assuntos mais comentados do Twitter era “Lula subiu”. O candidato a deputado federal André Janones (Avante) também iniciou um coro pelo voto útil e foi seguido por vários políticos da coligação e apoiadores. 

##RECOMENDA##

Isso gerou uma reação de Ciro Gomes (PDT), que afirmou que “voto útil é tornar o seu sonho inútil”, e de Simone Tebet, que disse que se acontecer de Lula vencer no 1º turno “a diferença seria tão pequena que a gente teria que enfrentar quatro anos de discussão de resultado de urna, se as urnas são seguras ou não, de contestação”, com relação a Bolsonaro. 

Em visita ao Recife nesta quarta-feira (14), Tebet voltou a falar sobre o assunto. Ela disse que é “um desrespeito com o cidadão brasileiro a gente apostar no voto útil de ‘o menos pior’ no momento da maior crise do Brasil, de tantos retrocessos civilizatórios e ameaças a democracia”. 

Questionado pela reportagem do LeiaJá, o cientista político Alex Ribeiro explicou que o voto útil “não é um desrespeito”. “É uma estratégia eleitoral feita em qualquer pleito. O candidato pode tentar atrair esse eleitorado de uma forma de competição natural que ocorre em qualquer eleição. Tebet comenta essa questão, como o próprio Ciro Gomes pode também comentar, é porque eles estão com o percentual baixo de votos para a eleição deste ano e como aconteceu nos outros anos, o voto útil pode acontecer nessa eleição. Diante de toda a porcentagem dos dois, a diminuição da votação pode ser pouca”, explicou. 

Para o especialista, pelo fato de os outros competidores (Ciro e Tebet) estarem com a porcentagem baixa, o voto útil vindo deles para Lula talvez não seja o suficiente para o 1º turno. “Os votos dos principais competidores, que são Lula e Bolsonaro, estão bem consolidados. Ou seja, a mudança de voto, a desistência de votar nesses candidatos está com um percentual baixo”, disse. 

“Diante disso, não sei se o voto útil conseguiria ser o suficiente para o ex-presidente Lula. O ex-presidente Lula terá esses quase 20 dias ainda para tentar atrair o eleitorado desses dois, mas como eles têm uma porcentagem baixa, a luta por esses votos pode não ser suficiente e ele tem que estar preparado para um segundo turno, sim”, alertou Alex Ribeiro. 

O candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, reagiu contra um possível voto útil em Luiz Inácio Lula da Silva e acusou o PT de fazer "terrorismo e fascismo de esquerda" ao pregar que a eleição seja encerrada em primeiro turno.

"O fascismo está saindo do bolsonarismo doente para o petismo fanático. É fascismo puro do Lula e do PT, e isso nós temos que derrotar", afirmou em entrevista à imprensa ao participar de agenda de campanha em Salvador (BA) na manhã desta quarta-feira, 14.

##RECOMENDA##

Como mostrou o Broadcast Político, a campanha de Lula pretende iniciar uma ofensiva para atrair o eleitorado de Ciro e de Simone Tebet (MDB), em uma estratégia para evitar o segundo turno contra o presidente Jair Bolsonaro (PL), segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto.

Ciro comparou o discurso petista ao célebre vídeo em que a atriz Regina Duarte diz ter medo da vitória do ex-presidente Lula nas eleições de 2002.

"Quando a Regina Duarte fez aquela propaganda dizendo 'eu tenho medo' para degradar a possibilidade do Lula ser candidato, todos nós democratas denunciamos porque isso é terrorismo. Nosso povo humilhado, faminto, não tem sequer o direito de votar no sistema de dois turnos?", questionou o presidenciável.

O pedetista ainda acusou o sistema financeiro de estimular o voto "por medo" e disse que Lula e Bolsonaro promovem a "economia política da banqueirada".

"O PT e o Bolsonaro querem que eu fique calado para eles fazerem esse jogo combinado de comadre para manterem esse sistemão, porque os dois são diferentes, mas promovem rigorosamente a economia política da banqueirada com que eu quero me confrontar", criticou.

Ataques diretos

Ciro intensificou os ataques frontais ao ex-presidente nas últimas semanas, em reação ao discurso do voto útil pregado pela campanha petista. As críticas têm sido endossadas pelo entorno de Bolsonaro. Na segunda, 12, o ministro das Comunicações Fábio Faria republicou um vídeo em que o pedetista acusa Lula de instalar o clima de "violência e truculência na política brasileira".

Coordenador de comunicação da campanha petista, Edinho Silva reagiu em publicação no Twitter na semana passada e acusou Ciro de fazer "alianças com o fascismo" e de "rasgar a sua biografia".

Ao falar sobre o assunto hoje, o presidenciável afirmou não fazer críticas a Lula "por esporte" e voltou a comparar o ex-presidente a Bolsonaro.

"Bolsonaro é neoliberal corrupto da direita e o Lula neoliberal corrupto da esquerda. (Quero) salvar o Brasil do fascismo de esquerda que o Lula representa, do fascismo de direita que o Bolsonaro representa, da corrupção de esquerda que o Lula representa, da corrupção de direita que o Bolsonaro representa", atacou.

Um dia depois de a última pesquisa Ipec mostrar que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem chances reais de vencer a eleição no primeiro turno, apoiadores petistas iniciaram uma campanha extraoficial pelas redes sociais pelo voto útil. Por volta das 17h, o assunto mais comentado em política no Twitter era ‘Lula subiu’. Personalidades que já declararam voto ao ex-presidente, como os ex-jogadores de futebol Walter Casagrande e Raí, além do jornalista esportivo Juca Kfouri postaram vídeos afirmando que dá para acabar com a disputa já em 2 de outubro. O próprio Lula foi às redes dizer que "nunca fez eleição para ganhar no segundo turno".

No Twitter, afirmou: "Eu, que tenho 46%, tenho que acreditar que é possível nos próximos dias conquistar a porcentagem que falta, sem desprezo a ninguém". O candidato também pediu ajuda dos seguidores para divulgar o material de campanha com essa missão.

##RECOMENDA##

Raí pediu diretamente: "Ciro (Gomes), Simone (Tebet), venham com a gente, sem medo de ser feliz. Venham colaborar, venham reconstruir, do lado certo e na hora certa. Ninguém solta a mão de ninguém, depois a gente apara as arestas antes que não sobrem arestas para aparar." Kfouri foi na mesma linha: "Se você mantiver seu voto em Ciro ou Simone, o máximo que vai conseguir é colocar Bolsonaro no segundo turno. Pense nisso. O que se trata aqui não é ser pró-Lula ou pró-PT, mas ser contra Bolsonaro."

Considerado especialista em marketing digital, o ex-candidato André Janones (Avante) puxou o coro pelo voto útil pouco depois da divulgação da pesquisa, ainda na madrugada desta terça, 13. Foi seguido imediatamente por políticos da coligação petista, que nesta terça ainda puxaram outra hashtag: "Lula subiu, o gás caiu", em referência à queda do preço do gás de cozinha um dia após o IPEC.

A rede bolsonarista reage com imagens das manifestações em favor do presidente realizadas em 7 de Setembro. Apoiadores e candidatos da aliança formada por Bolsonaro usam as ruas lotadas para desacreditar os institutos de pesquisa e afirmar que a decisão em primeiro turno será pela reeleição.

Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) também reagiram. "Voto útil é tornar o seu sonho inútil", afirmou Ciro em propaganda veiculada no início desta noite. Durante agenda de campanha em Salvador, a senadora afirmou que é hora de eleitor escolher aquele que considera o melhor para o Brasil. "Um primeiro turno, se acontecesse, a diferença seria tão pequena que a gente teria que enfrentar quatro anos de discussão de resultado de urna, se as urnas são seguras ou não, de contestação."

Diante de um cenário indefinido, com três candidatos empatados tecnicamente no segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, postulantes à Prefeitura de São Paulo ajustaram suas estratégias para tentar alcançar o voto útil. Alguns deles já falam abertamente em contar com eleitores dos adversários para chegar ao segundo turno. Faltando um dia para a votação, candidatos miram também os indecisos. Segundo o Ibope, quando o entrevistador não fala quem são os concorrentes, 38% dos eleitores respondem que não sabem em quem votar.

Citado por 10% dos eleitores no último levantamento Ibope/TV Globo/Estadão, Márcio França (PSB) é quem tem feito os avanços mais explícitos. No seu perfil verificado de uma rede social postou uma foto com a frase "voto útil no único que já venceu o PSDB em São Paulo". Com a tese de que pode bater, no segundo turno, o prefeito Bruno Covas (PSDB), que lidera o levantamento com 32%, o candidato do PSB mira votos à esquerda e à direita. Anteontem, durante debate organizado pela TV Cultura, França disse que aceitaria o apoio de todos os outros concorrentes.

##RECOMENDA##

"Acho que essa história do voto útil vai pegar cada vez mais", afirmou o deputado estadual Caio França (PSB), filho do ex-governador, que também publicou a mensagem sobre voto útil em França nas redes sociais.

Numericamente à frente de França, com 13% no Ibope, Guilherme Boulos (PSOL) ajustou o discurso em busca do voto tanto do PT quanto de França.

Sempre que possível, Boulos tem emulado o discurso de Lula repetindo que "a esperança vai vencer o ódio". Na campanha de 2002, Lula disse que "a esperança vai vencer o medo". A busca pelo voto útil petista causou atritos com o partido. Boulos chegou a falar com os presidentes nacional e estadual do PT, Gleisi Hoffmann e Luiz Marinho, para que Jilmar Tatto desistisse da candidatura e o apoiasse. Gleisi, com o aval de Lula, pressionou Tatto, que resistiu. Anteontem de manhã Boulos teve que ligar para Tatto e aparar as arestas. À noite o candidato do PT chamou o adversário do PSOL de "irmão mais novo" e disse que "com certeza" estarão "juntos no segundo turno".

Em outra frente, o candidato tenta associar França ao PSDB por ter sido vice do ex-governador tucano Geraldo Alckmin e ter apoiado João Doria para a prefeitura quatro anos atrás. Indagado pelo Estadão sobre voto útil na reta final, ontem, Boulos virou as baterias contra França. "O PSDB tem dois candidatos nessa eleição. O candidato do Doria, que é o Bruno Covas, e o candidato do Alckmin, que é o Márcio França", disse o candidato.

Ele não deixou, porém, de fazer um aceno aos partidos que apoiam a candidatura de França. "PSB e PDT são partidos que estão na oposição ao governo Bolsonaro e eu respeito", disse. Ainda ontem, a direção do PSOL vai iniciar conversas com dirigentes dos demais partidos de esquerda com vistas ao segundo turno. Na capital paulista há esperança de uma frente com PT, PC do B, Rede e PDT. Carlos Lupi e Ciro Gomes serão procurados. A possibilidade de apoio do PSB é considerada remota.

Já Celso Russomanno (Republicanos), em trajetória de queda e com 12% das intenções de voto, tem mirado Boulos nos debates. Em duas oportunidades nesta semana, Russomanno atacou Boulos criticando sua atuação em movimentos de moradia e divulgando uma informação que foi considerada "inverídica" pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A campanha mira eleitores da periferia, onde, segundo o Ibope, está parte dos indecisos - público também cobiçado por Boulos. A maior parte dos indecisos têm Ensino Fundamental e ganha até dois salários mínimos.

A estratégia do voto útil poderia beneficiar, ainda, o próprio Covas. Embora não haja uma articulação oficial, postagens nas redes sociais incentivavam eleitores que não querem candidatos da esquerda no segundo turno a escolherem Covas.

Críticas

Outros candidatos criticam a tática do voto útil. "Isso pode fazer o jogo do Covas e do PSDB. Tem gente de inocente útil nesse jogo", disse Orlando Silva (PCdoB). Andrea Matarazzo (PSD) é outro que reclama. "O voto útil é do contra, como na última eleição nacional. O voto útil ajuda o líder", afirmou. O PT se agarra à fama de partido de chegada e questionamentos quanto à credibilidade dos institutos de pesquisa para evitar que Tatto seja cristianizado pelo eleitorado petista. O vazamento da informação de que Gleisi com aval de Lula agiu para que o candidato desistisse da candidatura foi um golpe duro na autoestima dos petistas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A investida de Guilherme Boulos (PSOL) pelo voto útil dos eleitores de Jilmar Tatto na reta final da disputa pela Prefeitura de São Paulo incomoda o PT da capital e ameaça o apoio do partido ao líder do MTST em um eventual segundo turno contra Bruno Covas (PSDB). Segundo fontes petistas, Boulos procurou a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e o presidente estadual do partido em São Paulo, Luiz Marinho, para pedir que Tatto declare apoio a ele ainda no primeiro turno.

Em jantar nessa terça (9), em São Paulo, Gleisi teria falado sobre o assunto com Tatto e Marinho, que negaram a possibilidade de apoio a Boulos no primeiro turno. Antes, Gleisi conversou com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se mostrou simpático ao pleito de Boulos, mas disse que a decisão cabe a Tatto - ele negou que vá abrir mão da candidatura, e Gleisi disse em suas redes sociais que a campanha em São Paulo continua de pé.

##RECOMENDA##

O PT de São Paulo viu uma tentativa de tirar Tatto da disputa "por cima", com apoio de Lula e Gleisi, sem dialogar com as instâncias municipais. Para o coordenador de comunicação da campanha de Tatto José Américo Dias, "Boulos deveria buscar o voto dos indecisos em vez dos petistas".

Enquanto Celso Russomanno (Republicanos) e Bruno Covas (PSDB) aparecem nos primeiros lugares nas mais recentes pesquisas de intenção de voto para a Prefeitura paulistana, Guilherme Boulos (PSOL) e Márcio França (PSB) brigam pelo voto útil da esquerda. Neste início de campanha, os dois tentam provar ao eleitor mais alinhado com as pautas da esquerda que merecem apoio, já que outros nomes desse campo político, como Jilmar Tatto (PT) e Orlando Silva (PCdoB), têm 1% da preferência dos entrevistados, segundo a última pesquisa Ibope/Estadão/TV Globo.

No levantamento, Boulos tem 8% e França, 7%. Como a margem de erro é de três pontos porcentuais, eles estão empatados tecnicamente.

##RECOMENDA##

Nesta segunda-feira (12), após participar de missa no Santuário Nossa Senhora de Fátima, na zona oeste de São Paulo, França se colocou como opção para esse eleitorado. "Lá na frente todo mundo acaba se juntando no voto mais útil da esquerda. Os outros candidatos desse campo têm mais dificuldade de vencer no segundo turno. As pessoas vão no que tem mais chance", disse.

A declaração gerou reação de Boulos, que participou de uma reunião com pais e mães de alunos da rede pública em Itaquera, na zona leste. Ele afirmou que está apto a combater, num eventual 2.º turno, o que chama de "Bolsodoria", referência ao lema da campanha de 2018 para designar apoiadores do presidente Jair Bolsonaro e do governador João Doria (PSDB).

Indagado se incluiria França no rol de candidatos da esquerda, Boulos respondeu: "Depende do dia, né? Se no dia ele resolver ir para São Vicente tirar foto com o Bolsonaro, não. Se resolver apoiar o João Doria para prefeito, não. Se resolver ser progressista, muito bom. O problema do Márcio França é esse. É uma biruta de aeroporto", afirmou, lembrando que França participou de visita de Bolsonaro à cidade do litoral paulista em agosto e foi vice do tucano Geraldo Alckmin. "É uma coisa muito da política tradicional", acrescentou o candidato do PSOL.

Orlando Silva fez, também ontem, uma analogia parecida, ao falar de França. "É bom tomar cuidado com candidato camaleão, que está louco para chegar ao 2.º turno para abraçar Bolsonaro", disse Silva ao Estadão. Ele ponderou que ainda não é hora de falar em voto útil.

Para o PT, a avaliação é de que França ficou com menos opções depois que Russomanno se lançou atrelado ao bolsonarismo. "Russomanno jogou água na estratégia do França ao se colocar de forma incisiva como candidato do Bolsonaro. Nunca acreditei que o França se posicionaria como candidato bolsonarista, mas ele dava sinais para uma fatia deste eleitorado", afirmou o coordenador da campanha de Tatto, Laércio Ribeiro.

Direita

Do outro lado do campo político, nomes como Joice Hasselmann (PSL) dizem não haver discussão. "Márcio França de direita? Só se ele nascer de novo. É um comunista pintado de laranja", disse Joice após agenda na zona sul. "É o 'Marcinho Pingue-Pongue': não se sabe de que lado está a bolinha."

Ao contrário de Boulos, Tatto e Silva, França vinha evitando fazer críticas ao Planalto e centrou ataques a Doria. "Minha posição histórica sempre foi de centro para esquerda. O Doria disse que eu era lulista. Hoje dizem que fui bolsonarista. A verdade é que não tenho rabo preso com ninguém."

França ponderou que "esse assunto" de esquerda é do meio acadêmico e a população quer saber se a escola vai funcionar. Disse acreditar que Tatto vai crescer e lembrou que, há quatro anos, o candidato petista Luiz Marinho teve 16% dos votos no primeiro turno. "Não é desprezível. Em 2018, o somatório de PT e PSOL foi 19%. A partir da TV é que a coisa começa a esquentar."

O candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, declarou nesta terça-feira, 18, que, apesar de terem um passado de proximidade e aliança, seu projeto de governo não é o mesmo do PT de Fernando Haddad. O pedetista também considera o apelo ao voto útil, pregado desde já por parte dos adversários, um "insulto à experiência popular".

Mais cedo, em entrevista à rádio CBN, Haddad havia dito que, pela relação histórica, ele e Ciro poderiam estar juntos em um possível segundo turno, independentemente de qual dos dois avance.

##RECOMENDA##

Questionado por jornalistas sobre a declaração, o ex-governador do Ceará tentou se desvencilhar. "Sim, se olhar para os últimos 16 anos, estivemos juntos e tentei ajudar. Mas o projeto que eu advogo para o Brasil não é o mesmo do PT. Quero ajudar a população a por um fim nessa violência odienta, nesse sectarismo e radicalização política que infelizmente está levando nossa economia para o brejo", disse.

Ciro participa, nesta manhã, de um encontro na Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), na região central da capital paulista. Antes da reunião, o pedetista também rebateu qualquer estratégia para atrair o voto de Geraldo Alckmin (PSDB) e Marina Silva (Rede) para evitar a vitória do PT ou de Jair Bolsonaro (PSL). "Para um democrata, a presunção é confiança no voto popular. Então, acredito que essa história de voto útil é um insulto à experiência popular", criticou.

"Eu não quero ser eleito por alguém que botou a mão no nariz e votou em mim porque não queria votar em outro. Quero ser eleito porque represento a saída para o Brasil, que precisa restaurar o diálogo e acabar com essa ameaça fascista que não é nem tanto o Bolsonaro, mas o vice dele, que está deixando clara essa posição", disse, enumerando as declarações dadas na véspera pelo General Hamilton Mourão.

Na segunda-feira, Mourão disse, por exemplo, que famílias pobres "onde não há pai e avô, mas, sim, mãe e avó" são "fábricas de desajustados" que fornecem mão de obra ao narcotráfico.

O presidenciável do PSDB, Geraldo Alckmin, está sendo pressionado por tucanos e integrantes do Centrão a mudar a estratégia de campanha após recente divulgação de pesquisas de intenção de votos. Na do Ibope do dia 11, Alckmin tinha 9% das intenções de votos, oscilando negativamente um ponto porcentual em comparação com o levantamento anterior.

"O foco principal do PSDB não deve ser o (candidato do PSL, Jair) Bolsonaro, mas o PT", disse ao Estado o ex-governador e ex-presidente nacional do PSDB Alberto Goldman. O tucano, que atualmente é secretário de relações internacionais do PSDB, foi neste domingo, 16, ao comitê central da campanha de Alckmin, no centro de São Paulo, para tentar convencer o candidato a mudar de estratégia.

##RECOMENDA##

Como Alckmin estava em campanha, a conversa deve ocorrer ao longo da semana. Após Bolsonaro ser esfaqueado na semana retrasada, a campanha de Alckmin suspendeu os ataques ao candidato do PSL nas inserções de TV, rádio e internet.

A trégua, porém, durou pouco. A avaliação de que a esquerda deve emplacar um nome no segundo turno fez a campanha tucana retomar a ofensiva contra Bolsonaro, sobretudo nas inserções de rádio.

Deputados

Goldman verbalizou a mesma avaliação que é feita em caráter reservado por deputados do PSDB ouvidos pela reportagem. Os aliados pregam que o voto útil antipetista é o único caminho para Alckmin crescer nas pesquisas e disputar uma vaga no segundo turno.

Fiador da candidatura de Alckmin à Presidência, o Centrão também está desnorteado com o imobilismo do tucano nas pesquisas de intenção de voto. Em conversas reservadas, aliados avaliam que, se o tucano não reagir nem mostrar fôlego em uma semana, a campanha entrará em fase de agonia.

Formado por DEM, PP, PR, PRB e Solidariedade, o Centrão se divide agora sobre a estratégia a ser adotada, na tentativa de fazer o ex-governador de São Paulo decolar. A maior parte do grupo acha que é preciso concentrar o ataque em Bolsonaro e pregar o voto útil com mais vigor, deixando a artilharia pesada contra o petista Fernando Haddad para o final.

De acordo a mais recente pesquisa do Ibope, metade dos eleitores antipetistas declara voto em Bolsonaro. O deputado do PSL detém 53% das intenções de voto nessa fatia do eleitorado, que soma 44 milhões de pessoas, ou 30% do total de votos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A 25 dias da eleição, candidatos empatados em segundo lugar na disputa pela Presidência decidiram antecipar a estratégia do voto útil e passaram a recorrer à tática do medo para assegurar uma vaga na próxima etapa da campanha.

Com a percepção de que Jair Bolsonaro (PSL) caminha para garantir lugar no segundo turno, Geraldo Alckmin (PSDB), Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede) modularam nos últimos dias o discurso de desconstrução dos adversários, muitas vezes associando a imagem deles a outros rivais.

##RECOMENDA##

Alckmin, por exemplo, investe na mensagem de que é o único concorrente capaz de derrotar o PT numa etapa decisiva da campanha. Atrás do voto da centro-esquerda, Ciro Gomes tenta passar a ideia de que poderá vencer Bolsonaro em um embate direto com o candidato do PSL e tenta associar o candidato do PT, Fernando Haddad - que substituiu na chapa Luiz Inácio Lula da Silva, preso e condenado na Operação Lava Jato - ao governo da presidente cassada Dilma Rousseff.

Crítico do que chama de "polarização odienta" representada por Bolsonaro e um postulante petista, Ciro tem dito que "Haddad não é Lula, Haddad é Dilma". O pedetista compara o ex-prefeito a um poste de Lula - algo que remete à própria Dilma. Nesta quarta-feira, 12, durante sabatina do jornal O Globo, Ciro disse que, se Haddad for eleito, será "presidente por procuração de Lula", comparando o ex-prefeito de São Paulo a Dilma em termos de "inexperiência" para ocupar o Palácio do Planalto.

"O Brasil não precisa de presidente por procuração. Sou amigo de 30 anos do Lula, estive na luta contra o impeachment, dois terços dos votos do Ceará foram contra, fui ministro dele. Mas o Brasil não aguenta outra Dilma", declarou o pedetista.

Mesma tática tem sido adotada pela campanha da Rede para conter a tendência de queda de Marina nas pesquisas de intenção de voto - no mais recente levantamento do Ibope, ela caiu 3 pontos porcentuais. A candidata da Rede tem se apresentado como alternativa à "polarização extremista" na busca por votos úteis nos campos da centro-esquerda e da centro-direita.

A ex-ministra do Meio Ambiente de Lula, que foi filiada ao PT por 30 anos, insiste no discurso de mulher, mãe, negra, de origem humilde, num aceno claro ao eleitorado lulista, mas passou a centrar críticas ao novo candidato petista. "O Haddad terá que responder por que, nos anos de governo Dilma-Temer, o Brasil acabou com as coisas boas que o governo do PT tinha feito", afirmou nesta quarta, durante agenda em Belo Horizonte.

Também cumprindo agenda na capital mineira, Alckmin foi questionado sobre como atrair votos de eleitores de João Amoêdo (Novo), Henrique Meirelles (MDB) e Alvaro Dias (Podemos). A campanha tucana precisa do voto útil dos três adversários que se situam no campo ideológico da centro-direita e arregimentar até os menos fiéis seguidores de Bolsonaro.

'Volta do PT'

Alckmin procura se consolidar como candidato antipetista e reforça a ideia de que o voto em Bolsonaro é "um passaporte para a volta do PT" - dizendo que votar no candidato do PSL é dar chances a Haddad no segundo turno.

"Temos uma eleição (que tem), de um lado, o candidato do PT, e os adoradores do PT e do Lula. Pega o Ciro: foi ministro do Lula, sempre apoiou o PT, até a Dilma. O Meirelles foi também, se vangloria de ter sido presidente do Banco Central do PT, a Marina Silva foi 24 anos filiada ao PT e, agora, o Haddad, que também é inacreditável, você lançar uma candidatura na porta da penitenciária", afirmou Alckmin. "De outro lado, o que precisamos verificar é quem pode vencer para não retrocedermos, não voltar atrás. Eu vejo que o Bolsonaro é um passaporte para voltar o PT. Esse é o fato", disse o tucano.

A estratégia da busca pelo voto útil foi antecipada nesta quarta pela colunista do Estado Vera Magalhães. Na pesquisa Ibope divulgada na terça-feira, 11, Bolsonaro subiu quatro pontos e alcançou 26% das intenções de voto. No segundo lugar aparecem, embolados, Ciro (11%), Marina (9%), Alckmin (9%) e Haddad (8%).

Na eleição de 2002, uma estratégia parecida foi adotada pela campanha do então candidato José Serra (PSDB), que levou ao ar, durante o horário eleitoral gratuito, um depoimento da atriz Regina Duarte afirmando ter medo de um eventual governo Lula. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando