O projeto da Lei Orçamentária Anual (LOA), aprovado no mês de agosto sem apresentar a criação de novos certames, criou a incerteza sobre a realização de concursos em 2019. Apesar disso, o Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão estima que 2.095 cargos públicos sejam criados no ano que vem.
Essas vagas serão voltadas para a composição do quadro de pessoal de universidades em Catalão (GO), Delta do Parnaíba (PI), Rondonópolis (MT), Jataí (GO) e para a região Agreste de Pernambuco (PE), além da Agência Nacional de Águas (ANA). Além deles, outras 40 mil oportunidades para ocupar funções que estão vagas ou para substituição de terceirizados já estão previstas na LOA.
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Do total de 40.632 vagas a serem ocupadas em 2019, 36.056 são para funções civis, sendo 70% delas para o Ministério da Educação. Outras 230 para substituição de terceirizados, 2.320 para a área militar e 2.026 para policiais civis, militares e bombeiros do Distrito Federal.
Segundo o professor Nelson Carnaval, o panorama é favorável para os concurseiros. “A LOA de 2019 já tem, pelo menos, essas 40 mil vagas autorizadas. Isso é praticamente o dobro da LOA de 2018. Além disso, vários certames já estão com bancas organizadoras definidas”, conta o docente. Segundo ele, os tribunais e as áreas de seguranças pública serão os grandes fomentadores de oportunidades em 2019.
“Temos os tribunais de Tocantins, Amazonas, Roraima, Bahia, além do TRT [Tribunal Regional do Trabalho] do Espírito Santo que vão abrir vagas neste ano. Acima disso também estão os concursos da Polícia Militar, que sempre precisam de vagas, e da grande quantidade de oportunidades para compor o Corpo de Bombeiros Militares do Distrito Federal”, explica Nelson Carnaval.
Por outro lado, o professor ainda salienta para outros certames que ficarão na espera. “Eu creio que concursos nas áreas de educação vão ficar em ‘stand by’ [espera]. Outros na área de segurança também, mas apenas porque certames como o da PRF [Polícia Rodoviária Federal] já estão acontecendo”, completa.
Já para o professor Tiago Xavier, outros certames serão realizados. “Existem outros concursos que vão sair. INSS [Instituto Nacional do Seguro Social], Polícia Federal, PM [Polícia Militar] de Pernambuco; segundo o governador Paulo Câmara, todos os anos haverá concurso para PMPE.]. Além disso, também terão para a área de saúde da Prefeitura do Recife, IBAMA [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis] e Guarda Municipal do Cabo de Santo Agostinho”, aponta.
Novo governo
Apesar dos rumores de que o novo Governo Federal iria reduzir significativamente a quantidade de certames, os professores acreditam que a história será diferente. “Isso que de que não ter concurso é balela. Existem cargos que não podem ser ocupados de outra forma se não por meio de seleção pública”, esclarece Nelson Carnaval.
“A grande preocupação sobre a nova gestão é porque a gente fica preocupado sobre como o novo governo vai se posicionar sobre concursos”, crava Tiago Xavier. Para o professor, há possibilidade de que outros certames federais não sejam realizados, mas a esperança é de que sejam. “O importante também é focar em concursos que estão com inscrições abertas, além daqueles que já têm bancas confirmadas e que vão definitivamente sair”, salienta Xavier.
Preparação antecipada
Os professores ainda salientam para a preparação dos concurseiros. “Muitos alunos deixam para estudar em cima de hora e aí fica difícil, principalmente para concursos muito concorridos. Então, a preparação deve começar para agora em janeiro, fevereiro e assim por diante”, aconselha Tiago Xavier. O docente ainda salienta para uma problemática. “Os alunos acham que estudar em sala de aula, isto é, fazer um preparatório para concurso público, é o suficiente para que ele seja aprovado no certame”, diz.
Para o professor, o momento em sala de aula, junto ao professor, é para organização das ideias. “O trabalho mesmo é casa, resolvendo questões. É importante que aquele aluno faça provas da banca que vai realizar o certame para ele ter noção de como ela trabalha enunciado, alternativas”, explica Xavier.
Já para o professor Nelson Carnaval, é importante que o aluno persista. “Concurso é uma fila, se você sair dela, você volta para o último lugar”, compara o docente. Ele ainda explica que é preciso manter o foco. “É preciso que o aluno saiba o que quer. Se, por exemplo, ele deseja ser policial militar, ele deve estudar os concursos passados de carreiras militares”, aconselha o professor.