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Pelo menos 18 pessoas, a maioria civis, foram mortas neste sábado (27), quando um carro-bomba atacou um comboio de forças de segurança provinciais no leste do Afeganistão, disse um funcionário do Ministério do Interior.

Najib Danish, porta-voz adjunto do ministério, disse que o alvo do atentado era um grupo de guardas que fornecem segurança para as forças americanas na província de Khost, mas a maioria das vítimas no ataque eram civis.

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Zabihullah Mujahid, porta-voz do Talibã, reivindicou a responsabilidade pelo ataque em um comunicado à imprensa. Os insurgentes do Talibã aumentaram seus ataques contra as forças de segurança afegãs desde que anunciaram sua ofensiva de primavera no mês passado.

As forças de segurança foram atacadas perto da principal estação rodoviária da província, disse Danish. "Seis outros civis, incluindo duas crianças pequenas, foram feridos no ataque", disse ele.

O ataque, que ocorreu em uma estrada entre a estação de ônibus e o estádio de futebol provincial, danificou ou destruiu cerca de uma dúzia de lojas e vários veículos. O ataque ocorreu no primeiro dia do Ramadã, o mês sagrado muçulmano.

Mubariz Zadran, porta-voz do governador provincial, disse que o número de vítimas poderia aumentar porque alguns dos feridos estavam em estado crítico.

Enquanto isso, pelo menos seis civis e 15 combatentes de um grupo afiliado do Estado Islâmico foram mortos na província de Nangarhar, disse Attullah Khogyani, porta-voz do governador provincial.

Separadamente, dois policiais foram assassinados e mortos em Kandarhar por homens armados desconhecidos na noite desta sexta, disse Samim Khpolwak, porta-voz do governador provincial. Segundo ele, outro policial foi ferido no tiroteio e uma investigação está em andamento. Ninguém reivindicou a responsabilidade pelo ataque. Fonte: Associated Press.

Um grupo de homens armados atacou nesta quarta-feira (17) a sede da emissora estatal do Afeganisão, localizada no centro da cidade de Jalalabad.

De acordo com o porta-voz do governo local, Attaullah Khughyani, houve confronto entre policias, agentes de segurança e os homens armados. Ao menos quatro pessoas teriam morrido na ação, sendo dois suicidas que detonaram bombas e dois militantes que foram atingidos pela polícia. Outras seis pessoas ficaram feridas e estão hospitalizadas.

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"Podemos confirmar que um número impreciso de militantes conseguiu entrar no edifício da 'National Radio Television (RTA)', que fica perto do prédio da sede do governo da província oriental afegã de Nangarhar", disse.

O grupo terrrorista Estado Islâmico (EI) assumiu a autoria do ataque por meio da agência de notícias Amaq, filiado aos jihadistas. Jalalabad fica na fronteira com o Paquistão e é considerada uma zona de alto risco.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estuda uma nova estratégia para o Afeganistão que inclui o envio de 3 mil soldados, informou nesta terça-feira (9) o jornal The Washington Post.

De acordo com funcionários americanos consultados pelo jornal, o envio de mais tropas tem como objetivo devolver à mesa de negociação os talibãs, "cada vez mais seguros" e combativos.

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Se Trump autorizar o novo plano, o número de soldados americanos aumentaria de 8,4 mil para 11,4 mil, e seriam a partir de agora os militares do Pentágono, e não a Casa Branca, os responsáveis de retirar ou enviar novos militares.

Segundo o jornal, a nova estratégia foi idealizada pelo tenente-general H.R. McMaster, assessor de Segurança Nacional do presidente. Os Estados Unidos tinham 100 mil soldados no Afeganistão durante a presidência de Barack Obama, quando, em 2011, no vizinho Paquistão, foi morto o líder da Al Qaeda, Osama Bin Laden.

Os que se opõem a esta nova estratégia intervencionista argumentam que, mesmo assim, nem sequer Obama atingiu concessões militares dos talibãs.

Trump chegou na Casa Branca com a promessa de reduzir o intervencionismo militar dos Estados Unidos no exterior, mas também de combater o terrorismo.

No mês passado, utilizou pela primeira vez a maior bomba não nuclear, um gigantesco míssil de 10 toneladas, para destruir um complexo sistema de túneis do Estado Islâmico no Afeganistão.

O uso da tortura aumentou no Afeganistão dentro da luta contra os insurgentes e se estende também aos menores de idade detidos, segundo um relatório da ONU publicado nesta segunda-feira (24).

A situação no Afeganistão deverá ser examinada nesta segunda e terça-feira em Genebra pelos especialistas da Convenção contra a Tortura, que o país ratificou em 1987.

Entre os 469 detidos e interrogados pelos investigadores, "39% ofereceram relatos concretos sobre torturas e outras formas de maus-tratos humanos e degradantes durante a detenção", segundo o estudo.

"Estes dados estão aumentando em comparação com os do último informe de 2015, no qual 35% dos detidos afirmaram ter sido torturados", indicam os autores, que lamentam a ausência de punições.

A investigação da Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão (MANUA) e o Escritório do Alto Comissariado dos Direitos Humanos se baseia em 469 entrevistas com os detidos entre 1º de janeiro de 2015 e 31 de dezembro de 2016.

A polícia é acusada em quase metade (45%) dos casos registrados pelos investigadores.

O relatório documenta também os casos de torturas de crianças. Dos 85 menores detidos e interrogados, 38 (45%) se referiram a torturas e maus-tratos.

A ONU cita agressões com pedaços de pau, tubos, cabos, descartas elétricas, queimaduras de cigarros nos pés e nos órgãos genitais, simulações de afogamento, assim como estupro e agressões sexuais.

O ataque perpetrado nessa sexta-feira (21) por um grupo de talibãs vestidos como militares contra uma base do Exército afegão provocou a morte de pelo menos 140 pessoas e deixou 160 feridos, segundo informado oficialmente neste sábado (22).

O atentado aconteceu em um centro de comando do Exército a poucos quilômetros de Mazar-e Sharif, capital de Balkh, quando um grupo de talibãs aproximou-se de três veículos militares portando documentos falsos e lançou um projétil contra a entrada da base militar.

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Em seguida, dez homens do grupo dirigiram-se a uma mesquita dentro da base, onde soldados participavam das tradicionais orações de sexta-feira antes da ceia, conforme informou o presidente do Conselho Provincial de Balkh, Mohammad Ibrahim Jair Andesh à agência alemã de notícias DPA.

Os talibãs, por sua vez, asseguram ter matado e ferido mais de 500 soldados. O grupo jihadista indicou que quatro autores do ataque eram antigos soldados que haviam servido naquela base e, portanto, conheciam as instalações. As informações ainda não foram confirmadas.

Chega a 94 o número de militantes do Estado Islâmico mortos pela bomba lançada pelos Estados Unidos no Afeganistão, na última quinta-feira (13), informou uma agência de notícias afegã, com informações do porta-voz da província de Nangarhar, Ataullah Khogyani.

Segundo Khogyani, o número de mortos é muito superior aos 36 divulgados anteriormente. "Felizmente, não há notícias de civis mortos com o ataque", informou Khogyani. Na província de Helmand, no entanto, há informações de 11 civis mortos e um ferido.

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A ofensiva dos Estados Unidos atingiu túneis na remota província oriental de Nangarhar, perto da fronteira com o Paquistão.

O ex-presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, criticou, no entanto, os governos norte-americano e afegão pelo ataque. Ele disse que permitir que os EUA fizessem o bombardeio era "uma traição nacional" e um insulto ao Afeganistão.

Os Estados Unidos estimam que entre 600 e 800 membros do Estado Islâmico estão no Afeganistão, a maior parte em Nangarhar.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também dá mais liberdade ao exército na luta contra o grupo extremista, à medida que autoriza decisões por conta própria no campo de batalha.

Comandantes do exército relatam que tem mais liberdade para tomar decisões, sem a necessidade de consultar Trump. Eles implementam a visão, articulada pelo Secretário de Defesa, Jim Mattis, de dizimar o Estado Islâmico do Oriente Médio e garantir que os militantes não estabeleçam novas posições, como no Afeganistão e Somália.

"Não há nada formal, mas começa a tomar forma", disse um oficial da defesa. "Há um consenso entre os comandantes de que podem fazer um pouco a mais e eles estão fazendo", disse. Fonte: Dow Jones Newswires

O grupo terrorista Estado Islâmico (EI) negou nesta sexta-feira (14), por meio da agência de notícias Amaq, que tenha perdido homens no ataque dos Estados Unidos ontem. Com sua mais potente bomba não nuclear, os norte-americanos atacaram a província de Nangarhar, no Afeganistão.

Em um comunicado divulgado pela internet, a agência, ligada aos extremistas, assegurou que não houve "nenhum morto nem ferido após o ataque americano em Nangarhar com um míssil de tipo GBU-43/B".

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Anteriormente, o porta-voz do Ministério de Defesa afegão, Muhammad Radmanish, disse à Agência EFE que pelo menos 36 membros do EI morreram no bombardeio, que destruiu ainda uma importante instalação da organização radical.

O chefe do contingente americano no Afeganistão,  general John Nicholson, confirmou hoje que, até o momento, foram contabilizados 36 mortos do Estado Islâmico e que não houve baixas civis.

Além disso, explicou que o objetivo do bombardeio era acabar com um complexo de túneis, cavernas e bunkers no distrito de Achin, na província de Nangarhar, que o EI utilizava como uma base de operações.

Um ataque com um morteiro na província de Takhar, norte do Afeganistão, matou cinco civis, entre eles quatro crianças, todos da mesma família. Porta-voz do governo provincial, Sunatullah Timor disse nesta sexta-feira (31) que o incidente do dia anterior ocorreu quando militantes do Taleban atacaram um posto de segurança.

Um dos morteiros lançados pelo grupo fundamentalista atingiu uma casa próxima, matando as cinco pessoas. No mesmo distrito de Khwaja Bahuddin, membros do Taleban mataram um agente de segurança local, a mulher e a mãe dele, segundo o porta-voz.

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A presença do Taleban nas províncias do norte afegão tem aumentado, conforme melhora o tempo na região. Fonte: Associated Press.

O porta-voz do governo do Afeganistão, Gul Islam Seyal, disse neste sábado (11) que ao menos oito membros das forças de segurança do país foram mortos por dois policiais na província de Zabul. Segundo Seyal, os dois policiais fugiram da área depois de atacarem seus colegas na noite de sexta-feira.

Ele disse, ainda, que os dois policiais também levaram todas as armas e munições ao posto de controle no distrito de Shinhai. Seyal afirmou que uma investigação está em andamento para descobrir o que causou o incidente ou se eles tinham ligações com grupos terroristas. Fonte: Associated Press.

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Mais de 30 pessoas morreram e 50 ficaram feridas em um ataque contra um hospital militar de Cabul, no Afeganistão, realizado hoje (8) pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI). O Ministério da Defesa do Afeganistão confirmou o atentado, cometido por um quatro jihadistas ligados ao EI que invadiram o hospital vestidos de médicos e carregando armas e granadas. O porta-voz ministerial, Dawlat Waziri, disse que os quatro foram mortos pela polícia.

"O ataque terminou somente quando as forças de segurança afegãs entraram no edifício com o apoio de tropas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e mataram os quatro militantes armados", informou. O alvo do atentado foi o princial hospital militar do Afeganistão, o Sardar Mohammed Daoud Khan, que conta com 400 leitos.

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O presidente do país, Ashraf Ghani, em um discurso por ocasião do Dia Internacional da Mulher, comentou o ataque, dizendo que os afegãos testemunharam "um atentado terrorista que viola todos os valores de direitos humanos". "Em todas as religiões, os hospitais são locais intangíveis. Esse ataque a um hospital é um atentado a todos os afegãos e a todas as mulheres", criticou. 

Ao menos dez policiais e a esposa de um comandante de polícia foram mortos em uma emboscada do Estado Islâmico na província de Jowzjan, no Afeganistão.

Segundo o porta-voz do governo local, Mohammad Reza Ghafori, os policiais foram abordados na saída de uma mesquita. A esposa do comandante ouviu que seu marido tinha recebido tiros e correu para o local, onde também foi assassinada.

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Militantes ligados ao Estado Islâmico tem sido ativos no leste do Afeganistão, mas recentemente começaram a operar no norte do país também.

Ao mesmo tempo, o Ministério do Interior disse em um comunicado que cerca de 38 militantes, incluindo 23 combatentes do Estado Islâmico, foram mortos em operações separadas conduzidas pelas forças de segurança do Afeganistão no leste e sul do país nos últimos dois dias. Outros oito militantes foram feridos e seis foram presos. Fonte: Associated Press.

Autoridades afegãs informaram que pelo menos sete pessoas morreram e 22 ficaram feridas em um ataque de um homem-bomba a soldados afegãos na cidade de Lashkar Gah, capital da província de Helmand.

O porta-voz do exército em Helmand, Mohammad Rasoul Zazai, confirmou que três soldados estão entre os mortos e sete ficaram feridos. Já o porta-voz do governador provincial em Helmand, Omer Zwak, informou que um total de 22 pessoas se feriram.

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Nenhum grupo reivindicou a responsabilidade pelo ataque, mas insurgentes talibãs frequentemente usam bombas e ataques suicidas para atacar as forças de segurança afegãs, bem como autoridades do governo em todo o país. Fonte: Associated Press

Um bombardeio à beira da estrada matou o alto funcionário do governo de um distrito no oeste da província de Farah, no Afeganistão, informou um porta-voz da polícia, Iqbal Baher. Os talebans reivindicaram a responsabilidade pelo ataque.

Baher disse que Abdul Khaliq, o alto funcionário do distrito de Khak-e-Safed, morreu no bombardeio que aconteceu perto de sua casa na cidade de Farah, capital da província, na terça-feira (7).

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Ele diz que Khaliq estava voltando de uma mesquita no início da manhã quando a explosão ocorreu.

O porta-voz do Taleban, Qari Yusouf Ahmadi, assumiu a responsabilidade pelo ataque a Farah. Fonte: Associated Press

Um homem cortou as orelhas de sua mulher em um distrito no norte do Afeganistão - informou o diretor do hospital que cuida da paciente, nesta quarta-feira (1º), à AFP.

Zarina, a vítima de 23 anos, foi atacada na terça-feira (31) à noite na província de Balkh por seu marido, que cortou suas orelhas com uma faca, relatou o diretor do Hospital de Mazar-i-Sharif, Noor Mohamad Faiz. Não se sabe a razão da agressão.

Segundo Faiz, a jovem, casada quando tinha 13 anos com um homem conhecido por seu consumo de drogas, chegou ao hospital "em estado crítico, depois de ter perdido muito sangue".

"Suas duas orelhas foram cortadas. Vamos tentar curá-la aqui e, se não conseguirmos, vamos enviá-la para o exterior", completou.

"O homem fugiu, e abrimos uma investigação para prendê-lo", assegurou o porta-voz do governo de Balkh, SherJan Durrani.

Em seu leito no hospital, Zarina disse à AFP: "não quero continuar morando com ele, quero me divorciar e que ele vá para a prisão".

Tremendo de raiva, Shirin mostra uma foto de seu cunhado sequestrado por policiais afegãos que o transformaram em seu brinquedo sexual, uma tradição centenária no Afeganistão e socialmente tolerada.

Seu desespero é compartilhado por inúmeras famílias que lutam por arrancar os adolescentes dessa condição de escravidão sexual institucionalizada.

Shirin faz parte de uma das 13 famílias entrevistadas pela AFP em três províncias do Afeganistão, que contaram como um filho ou um sobrinho foram sequestrados para a prática do "bacha bazi", que consiste em manter um menino pré-pubere como parceiro sexual.

A história dessas famílias destaca o combate, geralmente solitário, contra esta forma de estupro socialmente tolerada e estendida entre as forças afegãs apoiadas por governos ocidentais.

Shirin se recorda de como gritava e se debatia o menino de 13 anos que foi retirado à força de sua casa há vários meses por um comandante da polícia da província de Helmand.

"Quando supliquei a ele, seus homens apontaram suas armas e ele: quer que sua família morra? Melhor esquecer dele", conta Shirin à AFP, em Lashkar Gah, capital de Helmand.

"Nossos filhos são sequestrados à vista de todos para o 'bacha bazi'. A quem deveríamos pedir ajuda, aos talibãs?'", se desespera.

Estes testemunhos, recolhidos em Helmand e nas províncias de Uruzgán e Baglán, fazem parte de uma investigação da AFP, que revelou, em junho, como os talibãs empregam o 'bacha bazi' contra as forças de segurança, recrutando meninos para lutar contra quem abusa deles.

Os talibãs negam ter feito isso, mas o governo abriu uma investigação sobre os abusos.

A AFP decidiu não publicar o nome dos meninos nem dos policiais acusados porque as vítimas continuam em cativeiro, em sua grande maioria.

Impotência das famílias

Um sentimento é recorrente entre as famílias envolvidas: a impotência.

A maioria das vítimas foram raptadas em plena luz do dia, enquanto brincavam, na rua ou dentro de casa.

Uma vez sequestrados, são obrigados a coabitar com os policiais nos postos de controle e inclusive, há ocasiões em que são vistos nas cidade, que representa uma grande vergonha para eles e suas famílias.

Depois de meses de buscas infrutífera,s Sardarwali encontrou seu filho cercado de policiais em um mercado de Gereshk.

Queria abraçá-lo, mas não teve coragem de se aproximar. "Eu fiquei vendo-o se afastar e desaparecer", recordou.

As famílias temem que seus filhos se viciem nos opiáceos que seus captores os forçam a usar.

Pior ainda, que sejam enviados para combater os talibãs ou que moram em um ataque contra a delegacia em que se encontram detidos.

Para algumas famílias, saber que não estão sozinhas é uma espécie de consolo. Em suas aldeias, há muitos ex-bacha bazi, que são devolvidos quando a barba começa a crescer.

Competição pelo 'bacha' mais bonito

Esta prática retornou de forma preocupante ao Afeganistão pós-talibã, sem que seja considerada pedofilia ou homossexualidade e portanto, contrária ao Islã.

Os meninos imberbes, de traços mais finos, vestidos de forma feminina, são um sinal apreciado de masculinidade e de status em uma sociedade em que homens e mulheres vivem separados.

Isso implica uma competição nas fileiras da polícia entre certos comandantes, que exaltam a beleza se seus "bachas", explica um ex-chefe de segurança de Helmand.

"Com frequência, a única saída para esses meninos reduzidos a escravos passa por um acordo com os talibãs: 'vocês me libertam e eu trago a cabeça e as armas de meu captor'", afirma a fonte.

O governo afegão, por sua parte, se apressa a negar que tolere esse tipo de prática.

Mas o porta-voz do governador de Uruzgan, Dost Mohamad Nayab, reconhece que há 'bacha' quase em cada posto policial da província. Explica que qualquer tentativa de liberar os meninos desata a revolota dos policiais e estes abandonem seus postos, abrindo as portas para os talibãs.

Para o pesquiador Charu Lata Hogg, do instituto Chatham House, é indesculpável não fazer nada em nome da segurança.

"A ONU e o Afeganistão assinaram em 2011 um plano de reabilitação que prevê explicitamente a reabilitação de meninos vítimas de abusos sexuais", destaca. "Por que não se fez nada?", questiona.

'Recrutamento'

O ativista Sardar Hamdar considera que a prática compromete o apoio popular às forças de segurança e favorece as campanhas de recrutamento dos talibãs.

"Esta prática cria estragos em nossa sociedade. Nossos filhos crescem pensando que é normal estuprar meninos", alerta..

Ante a cultura do silêncio e da impunidade, sem recursos legais possíveis, inúmeras famílias perderam toda esperança. Apenas os com mais contatos nas altas esferas ousam pedir uma intermediação para salvar seus filhos.

O imã Haji Mohammad se dirigiu a um alto funcionário da Inteligência afegã duas semanas depois do sequestro de seu filho por parte de um chefe da polícia de Helmand.

O menino de 11 anos, libertado depois de 18 dias, voltou para casa aterrorizado. Sua família contou à AFP que, ante a falta de ajuda psicológica profissional, o menino continua traumatizado depois de dois anos.

"A família quer justiça, mas eu disse a ele: fuja ou voltarão para pegar seu filho'", explica a fonte a inteligência. "O bacha bazi não é um crime que seja castigado".

Atiradores desconhecidos mataram cinco mulheres empregadas do sistema de segurança do aeroporto de Kandahar, no Afeganistão. Elas estavam a caminho do trabalho e o motorista que as levava também foi morto.

As mulheres eram empregadas do Olive Group, uma companhia estrangeira responsável pela segurança do aeroporto da segunda maior cidade afegã.

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Nenhum grupo assumiu responsabilidade pelo ataque imediatamente. O Taleban, que já organizou ataques contra trabalhadoras mulheres da polícia e do governo, negou qualquer envolvimento.

Os atiradores abordaram o veículo em que as mulheres estavam quando ele estacionou para que a quinta vítima entrasse. Segundo o diretor do aeroporto, Ahmadullah Faizi, as funcionárias trabalhavam há anos na companhia. As mulheres assassinadas eram responsáveis por revistar outras mulheres, passageiras transitando pelo aeroporto.

Katy Pultz, gerente de comunicação da Constellis Group, companhia que se fundiu com a Olive no ano passado, afirmou que o grupo não tinha conhecimento de qualquer ameaça a suas funcionárias mulheres e afirmou que está dando assistência às autoridades afegãs nas investigações sobre o ataque.

No Afeganistão, muitos consideram que empregar mulheres é algo vergonhoso. Trabalhadoras de segurança em províncias do sul do país, onde a população é especialmente conservadora, tem sido alvo de represálias. Fonte: Dow Jones Newswires.

Um suicida matou pelo menos 28 pessoas dentro de uma mesquita xiita na capital do Afeganistão, Cabul, afirmaram autoridades e testemunhas. Porta-voz do Ministério da Saúde, Ismail Kawasi disse que pelo menos 45 pessoas se feriram no ataque.

Kawasi disse também que pelo menos uma criança pequena está entre os mortos. Diretor do departamento de investigação criminal da polícia de Cabul, Faredoon Obiadi afirmou que o autor do ataque detonou o colete de explosivos que levava em meio às pessoas que estavam dentro da mesquita Baqir-ul Ulom, no oeste da capital afegã. O ataque ocorreu no primeiro andar do prédio, onde fiéis se reuniam para lembrar a morte de Imam Hussein, neto do profeta Maomé e um mártir icônico para os xiitas, em Kerbala, no Iraque, no ano 680 d.C.

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Até agora, nenhum grupo reivindicou a autoria do ataque, mas militantes fundamentalistas sunitas como o Taleban e o Estado Islâmico veem os xiitas como apóstatas e frequentemente atacam mesquitas e reuniões públicas deles.

A Anistia Internacional condenou o ataque deliberado contra os civis. As autoridades afegãs disseram que investigarão o crime e levarão os responsáveis à justiça.

Os xiitas representam cerca de 15% da população de cerca de 30 milhões do Afeganistão. Durante os anos de domínio do Taleban, as celebrações públicas dos xiitas estavam banidas, mas eles ganharam mais espaço após a queda do grupo sunita. Fonte: Associated Press.

Um ataque suicida do Taleban contra uma base dos Estados Unidos no Afeganistão deixou pelo menos quatro mortos e 14 feridos neste sábado. Não está claro como o terrorista conseguiu entrar na unidade Bagram Air Field, que fica ao norte de Cabul e é altamente protegida. Ainda não foram revelados os nomes e nacionalidades das vítimas.

"Aos amigos e familiares daqueles que perderam a vida hoje, nós lamentamos o ocorrido e enviamos nossas preces", disse o mais alto comandante militar dos EUA no Afeganistão, general John Nicholson. O Taleban assumiu a autoria do ataque e disse que matou um número maior de soldados norte-americanos do que o divulgado pelas forças de segurança.

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O terrorista se disfarçou de funcionário civil e detonou os explosivos perto de um galpão onde são realizadas refeições, por volta das 5h30 (horário local), segundo uma fonte com conhecimento do assunto. A base, que abriga milhares de funcionários e soldados, é um alvo tradicional de ataques do Taleban com foguetes, mas ninguém nunca havia conseguido entrar na unidade antes.

Em dezembro do ano passado, um terrorista matou seis soldados norte-americanos nas proximidades da base e, em junho daquele ano, um foguete do Taleban atingiu um veículo civil dentro da unidade, matando uma funcionária. A base também foi atacada por combatentes em 2010, mas eles não conseguiram passar do primeiro perímetro de segurança.

O ataque desse sábado se segue a outro episódio recente contra estrangeiros no Afeganistão. Na noite de última quinta-feira, um terrorista do Taleban jogou um carro cheio de explosivos contra o consulado da Alemanha na cidade de Mazar-e-Sharif, no norte do país, matando pelo menos sete pessoas e ferindo mais de 100. Fonte: Dow Jones Newswires.

O consulado da Alemanha no norte do Afeganistão foi atacado por um carro-bomba com um suicida, em uma ação que deixou pelo menos seis mortos e mais de 120 feridos, informaram nesta sexta-feira (11) a polícia afegã e o Ministério das Relações Exteriores alemão. O ataque ocorreu na cidade de Mazar-i-Sharif, por volta das 23h10 (hora local) da quinta-feira.

O médico Noor Mohammad Faiz, do hospital Balkh, disse que quatro dos mortos foram levados ao local. Segundo ele, dois eram civis e dois ainda não haviam sido identificados. Em comunicado, o ministro das Relações Exteriores alemão, Frank-Walter Steinmeier, disse que os funcionários alemães e afegãos do consulado não se feriram.

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A explosão destruiu o Hotel Mazar, onde fica o consulado, e também danificou prédios próximos. Moradores disseram que houve menos vítimas porque o ataque ocorreu tarde, embora posteriormente tenha ocorrido um confronto a tiros que durou cerca de cinco horas.

O ministro alemão disse que os autores do ataque entraram em confronto com o pessoal da segurança do consulado, com as forças alemãs, da Geórgia, Bélgica e Letônia que estão na cidade como parte da brigada de apoio ao governo local. O presidente afegão, Ashraf Ghani, qualificou a ação como um "crime contra a humanidade e todas as leis internacionais". A Organização das Nações Unidas também condenou o ataque, que segundo ela deixou entre os feridos 19 mulheres e 38 crianças.

O Taleban reivindicou a responsabilidade pela ação. A Alemanha tem 983 soldados no Afeganistão, a maioria deles na província de Balkh, como parte da missão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Mazar-i-Sharif é a capital provincial e uma das mais ricas e importantes cidades do Afeganistão. Fonte: Associated Press.

Dois soldados americanos da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) foram mortos nesta quinta-feira (3) no norte do Afeganistão, enquanto lutavam contra o grupo terrorista Taleban, ao lado de tropas locais.

"A perda de hoje é dolorosa e oferecemos nossas mais profundas condolências às famílias e amigos de nossos membros que perderam suas vidas hoje", disse o general John Nicholson, principal comandante dos Estados Unidos no Afeganistão, em um comunicado.

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Segundo um relatório da operação da Otan no Afeganistão, "os militares se viram presos sob o fogo cruzado durante uma missão com nossos aliados afegãos, contra uma posição do Taleban no distrito de Kunduz". Fonte: Associated Press.

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