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Dois soldados americanos foram mortos e seis outros foram feridos no sábado (8), durante um ataque cometido por um soldado afegão no leste do Afeganistão, evidenciando a insegurança neste país em guerra há 18 anos.

"As informações atuais indicam que um indivíduo usando uniforme afegão abriu fogo com uma metralhadora contra um grupo de soldados americanos e afegãos", declarou neste domingo o porta-voz das forças americanas no Afeganistão, Sonny Leggett.

Ele já havia confirmado que esses soldados haviam recebido "tiros diretos" na província de Nangarhar. Segundo o ministério afegão da Defesa, um soldado afegão também foi morto e três membros das forças de segurança da província feridos.

O ministério indicou que uma investigação está em andamento e garantiu que prosseguirá com os Estados Unidos a luta contra o "terrorismo". O governador da província, Shah Mahmood Meyakil, disse em uma mensagem em áudio à imprensa que três soldados afegãos ficaram feridos.

Ele afirmou que não estava claro se o incidente foi um ato deliberado de uma pessoa "infiltrada" ou se foi um acidente. "Não houve confronto entre as forças. Estamos investigando", disse Meyakil.

O porta-voz das forças americanas também declarou que o motivo do ataque era desconhecido no momento. Não houve reivindicação do ataque.

O porta-voz do Talibã, Zabihullah Mujahid, não quis comentar o ataque, dizendo em uma mensagem à AFP que seu grupo estava "investigando".

Em um tuíte, o 7º Grupo de Forças Especiais do Exército americano apontou que vários de seus soldados foram mortos ou feridos.

O ano passado foi o mais mortal para as tropas americanas no Afeganistão desde o final oficial das operações de combate em 2014.

- Negociações complexas -

Em dezembro, talibãs se infiltraram nas fileiras das forças armadas afegãs e mataram nove soldados afegãos no centro do país.

Em julho, um soldado afegão matou dois soldados americanos em uma base militar afegã no sul da província de Kandahar.

O incidente ocorreu semanas depois que outro soldado afegão matou um coronel do exército afegão na província de Ghazni.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reafirmou no Congresso na terça-feira seu desejo de retirar os soldados americanos do Afeganistão, insistindo que o seu país não tem vocação para manter a ordem em território afegão.

"No Afeganistão, a determinação e o valor de nossos combatentes nos permitiram fazer enormes progressos e as negociações de paz estão em andamento", disse ele durante seu discurso sobre o Estado da União.

"Não é nosso papel servir de agente de manutenção da ordem para outros países", acrescentou, reafirmando seu desejo de "acabar com a guerra americana mais longa e trazer de volta nossas tropas para casa".

"Estamos trabalhando para acabar com as guerras americanas no Oriente Médio", disse ele.

Os Estados Unidos negociam há um ano e meio com o Talibã um acordo que deve permitir que o exército americano inicie uma retirada gradual em troca de garantias na luta contra o terrorismo e a abertura de conversas diretas de paz sem precedentes entre os insurgentes islamitas e o governo de Cabul.

Mas a assinatura desse texto, iminente no início de setembro, foi cancelada no último minuto por Donald Trump, depois de um ataque que matou um soldado americano.

As discussões foram retomadas em Doha, no Catar, mas parecem esbarrar na exigência americana de uma redução significativa da violência por parte dos rebeldes.

As forças americanas e afegãs foram alvo, neste sábado, de "fogo direto" no leste do Afeganistão, disse um porta-voz militar dos Estados Unidos no terreno.

"Uma força combinada dos EUA e do Afeganistão que realizam uma operação na província de Nangarhar foi atacada por tiros diretos em 8 de fevereiro. Estamos avaliando a situação", afirmou o coronel Sonny Leggett em comunicado.

Nenhum grupo reivindicou o ataque até o momento.

Um funcionário afegão declarou, sob anonimato, que o ataque ocorreu no quartel-general militar do distrito de Shirzad e que forças estrangeiras haviam isolado a área.

"Vários helicópteros pousaram e deixaram o complexo da sede causando baixas. Não sabemos quantos mortos ou feridos", disse o oficial à AFP.

O último incidente ocorre em um momento em que os negociadores norte-americanos e o Talibã tentam chegar a um acordo que permita a Washington retirar milhares de soldados do Afeganistão após mais de 18 anos de guerra.

O ano passado foi o mais mortal para as forças americanas no Afeganistão desde que as operações de combate terminaram oficialmente no final de 2014.

Em dezembro, o Talibã se infiltrou entre os militares afegãos e matou nove soldados afegãos no centro do Afeganistão.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reiterou na terça-feira passada, durante o discurso sobre o estado da União, no Congresso, sua promessa de retirar tropas do Afeganistão.

O presidente questiona rotineiramente a utilidade de manter tropas no exterior e descreveu a guerra no Afeganistão, que começou após os ataques de 11 de setembro de 2001, como um sangramento humano e de recursos.

As forças americanas recuperaram nessa terça-feira (28) os corpos dos dois militares que estavam no avião de vigilância que caiu na segunda-feira na Província de Ghazni, em uma área controlada pelo Taleban. Também foi recuperado o gravador de dados do voo.

"A causa da queda ainda está sendo investigada e não há indícios de que a aeronave tenha sido atingida por fogo inimigo", disseram as forças americanas em um comunicado. O Taleban disse na segunda-feira (20) que tinha derrubado o Bombardier E-11A. (Com agências internacionais)

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O avião que caiu nesta segunda-feira (27) no leste do Afeganistão pertencia às Forças Armadas dos Estados Unidos - afirmou o porta-voz do Talibã, Zabihula Mujahid. "Um avião especial dos ocupantes americanos caiu na província de Ghazni", declarou o porta-voz em um comunicado, acrescentando que toda tripulação morreu.

Um porta-voz do Ministério afegão da Defesa, Rohullah Ahmadzai, declarou por sua vez à AFP que a aeronave não pertence às forças afegãs. As forças americanas em Cabul, contactadas pela AFP, não quiseram fazer comentários. A área onde aconteceu o acidente está sob controle dos insurgentes.

As primeiras informações sobre a queda da aeronave foram divulgadas pela Direção da Aviação Civil afegã, que se limitou a dizer que a aeronave não era comercial. O avião caiu ao meio-dia (hora local), conforme o porta-voz da Polícia de Ghazni, Ahmad Khan Seerat. Segundo ele, a zona não é segura, devido à presença de insurgentes.

O acidente aconteceu no distrito de Deh Yak, ao leste da cidade de Ghazni. Fora das cidades, a região é dominada pelos talibãs, o que complica consideravelmente o envio de socorristas e de investigadores.

Acidentes envolvendo voos militares, especialmente de helicópteros, são frequentes no Afeganistão, em razão do grande número de operações e dos ataques talibãs, além das más condições meteorológicas.

Dois militares norte-americanos foram mortos e outros dois ficaram feridos quando o veículo onde estavam foi atingido por uma bomba em uma estrada no sul do Afeganistão, disseram as Forças Armadas dos Estados Unidos em comunicado.

De acordo com as regras do Departamento de Defesa, as vítimas não foram identificadas. O Taleban imediatamente assumiu a responsabilidade pelo ataque. Qari Yusouf Ahmadi, porta-voz do grupo, disse que o atentado ocorreu na província de Kandahar.

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Mais de 2.400 membros das forças armadas dos EUA já foram mortos no Afeganistão. O ano passado foi um dos mais mortais, mesmo quando os Estados Unidos se envolveram em negociações de paz com os insurgentes do Taleban.

Mais cedo, autoridades da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e do governo afegão haviam confirmado a ocorrência do ataque, mas não deram detalhes sobre vítimas. 

Os talibãs afirmaram nesta segunda-feira (30) que não têm planos de implementar um cessar-fogo no Afeganistão, após os rumores sobre um potencial acordo depois de mais de 18 anos de guerra.

"Nos últimos dias, alguns meios de comunicação publicaram informações sobre um cessar-fogo (...) O fato é que o Emirado Islâmico do Afeganistão não tem planos de cessar-fogo", afirma o grupo em um comunicado.

O texto acaba com qualquer esperança de que as negociações em curso dos talibãs com o governo dos Estados Unidos possam acabar com a violência em um país marcado por um longo conflito.

Os combates prosseguem, apesar das negociações de Washington com os talibãs, em uma tentativa de reduzir a presença de tropas americanas no país em troca de concessões dos insurgentes para melhorar a segurança.

O Afeganistão também sofre com a incerteza política depois que as autoridades anunciaram os resultados preliminares das eleições presidenciais, nas quais o atual chefe de Estado Ashraf Ghani está bem posicionado para obter um novo mandato.

A análise das mais de 16.000 denúncias por irregularidades nas eleições de setembro adiou o anúncio dos resultados definitivos.

Os talibãs consideram Ghani um aliado americano e se recusam a negociar com seu governo, o que provoca o temor de prosseguimento dos combates contra as forças afegãs mesmo em caso de acordo para a retirada das tropas dos Estados Unidos.

O Talibã afirmou neste domingo que concordou com um cessar-fogo temporário em todo o Afeganistão. Durante esse período, o grupo deve assinar um acordo de paz com os Estados Unidos, o que possibilitaria a saída das tropas americanas do país após 18 anos. Hoje, cerca de 12 mil soldados americanos estão no Afeganistão. As informações foram dadas por oficiais do grupo familiarizados com as conversas.

A duração do cessar-fogo não foi especificada, mas a expectativa é de que dure 10 dias. Encontros que envolveram membros do Talibã aconteceram durante uma semana antes que a trégua nos combates fosse decidida. Agora, os chefes do grupo precisam aprovar o acordo. O grupo recusou todas as propostas anteriores de cessar-fogo feitas pelo governo afegão, exceto por uma trégua de três dias em junho de 2018, durante o feriado de Eid al-Fitr, ao final do ramadã.

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Os EUA desejam que um tratado inclua promessas do Talibã de que o Afeganistão não será utilizado como base para grupos terroristas. Além disso, os americanos e o grupo desejam negociações diretas entre os afegãos de ambos os lados do conflito. Elas devem acontecer em até duas semanas após a assinatura do tratado de paz, e devem decidir como será o Afeganistão pós-guerra, assim como o papel do Talibã no país. Direitos das mulheres, liberdade de expressão e o destino de dezenas de milhares de soldados do grupo e de membros das milícias armadas são outros pontos a definir.

Ataques

 

Neste domingo, ao menos 17 membros de milícias foram mortos em um ataque do Talibã na província de Takhar, no norte do Afeganistão. De acordo com Jawad Hajri, porta-voz do governo local, o alvo aparentemente era o comandante de uma milícia local, que escapou sem ferimentos. O porta-voz do Talibã, Zabihullah Mujahid, clamou responsabilidade pelo ataque, feito em paralelo às notícias sobre o acordo entre o grupo e os Estados Unidos.

Nos últimos dias, dezenas de mortes aconteceram em meio aos combates entre o Talibã, tropas americanas e afegãs. Na segunda-feira, um soldado americano foi morto em combate na província de Kunduz, também no norte do país. Membros do Talibã afirmaram que estavam por trás de um bombardeio fatal em uma estrada que tinha como alvo forças americanas e afegãs.

No dia seguinte, sete soldados afegãos morreram na província de Balkh, em um ataque do grupo a um posto de controle. Outros seis soldados do país também foram mortos na quinta-feira na mesma região, durante um ataque a uma base do exército. Na sexta, ao menos 10 membros das tropas locais morreram na província de Helmand, no sul do Afeganistão, em outro ataque a um posto de controle.

Sete soldados afegãos foram mortos em um ataque do Talibã nesta terça-feira a uma base no norte do Afeganistão, informou o ministério da Defesa, no momento em que as partes em guerra se preparam para outro inverno mortal.

Segundo o ministério, "terroristas" atacaram uma base compartilhada pelo exército e pela Direção de Segurança Nacional (NDS, serviços de inteligência afegãos) no distrito de Dawlat Abad, na província de Balkh, perto da fronteira com o Uzbequistão.

"Como resultado desse ataque, sete soldados morreram e três outros ficaram feridos", enquanto três agentes do NDS também ficaram feridos, informou o ministério da Defesa em comunicado.

O porta-voz do Talibã, Zabihullah Mujahid, disse que 20 soldados morreram no ataque, incluindo um comandante.

"Seis soldados ficaram feridos e quatro foram presos. A base foi capturada", escreveu ele no Twitter.

As forças de segurança afegãs e os talibãs geralmente exageram as perdas infligidas ao outro lado e minimizam as próprias.

O ataque ocorre um dia depois que o Talibã assumiu a responsabilidade pela morte de um soldado das forças especiais americanas, morto na província de Kunduz, também no norte.

Em um comunicado enviado à AFP por WhatsApp, Zabihullah Mujahid, afirmou que os talibãs "provocaram a explosão de um veículo americano no distrito Char Dara de Kunduz".

Antes da divulgação do comunicado talibã, o exército americano anunciou a morte de um soldado "em ação" no Afeganistão, sem revelar mais detalhes.

Uma fonte americana afirmou que o soldado falecido inspecionava um esconderijo de armas no momento da explosão. "Não foi o resultado de um ataque, como afirma o inimigo", disse, sob a condição de anonimato.

A morte acontece no momento em que Washington e os talibãs tentam alcançar um acordo sobre a retirada das forças americanos, em troca de garantias em termos de segurança por parte dos insurgentes.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, suspendeu o diálogo no início de setembro, após um atentado em Cabul reivindicado pelos insurgentes que deixou 12 mortos, incluindo um soldado americano.

O inverno geralmente marca uma desaceleração nos combates no Afeganistão. Os talibãs retornam às suas aldeias, enquanto a neve e o frio tornam os ataques mais difíceis de realizar. Mas nos últimos anos, a distinção entre as estações praticamente desapareceu.

De acordo com oficiais de inteligência alemães de Camp Marmal, uma base operada pelo exército alemão na província de Balkh, o número de ataques em janeiro de 2019 foi um dos mais altos já registrados no norte.

"Estamos falando de uma média de duas dúzias de incidentes de segurança por dia" no comando norte da OTAN nesse período, observou uma autoridade. "Se não houver desenvolvimento estratégico, será um inverno quente", continuou ele.

"Houveram combates ferozes ao longo de todo o ano, o que significa que o Talibã conseguiu se espalhar para áreas que não eram seus territórios tradicionais", disse a autoridade.

Os talibãs reivindicaram nesta segunda-feira o ataque que matou um militar dos Estados Unidos no Afeganistão e afirmaram que feriram vários soldados americanos e afegãos.

Em um comunicado enviado à AFP por WhatsApp, o porta-voz dos insurgentes, Zabihullah Mujahid, afirmou que os talibãs "provocaram a explosão de um veículo americano no distrito Char Dara de Kunduz".

Antes da divulgação do comunicado talibã, o exército americano anunciou a morte de um soldado "em ação" no Afeganistão, sem revelar mais detalhes.

A morte acontece no momento em que Washington e os talibãs tentam alcançar um acordo sobre a retirada das forças americanos.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, suspendeu o diálogo no início de setembro, após um atentado em Cabul reivindicado pelos insurgentes que deixou 12 mortos, incluindo um soldado americano.

Ao menos 20 soldados americanos morreram no Afeganistão em 2019, o ani mais letal para as Forças Armadas dos Estados Unidos no Afeganistão desde o fim oficial das operações de combate no fim de 2014.

Mais de 2.400 soldados americanos morreram em combate no Afeganistão desde a invasão liderada pelos Estados Unidos em outubro de 2001.

O ataque desta segunda-feira aconteceu um dia após o anúncio de que o presidente afegão Ashraf Ghani teria a reeleição assegurada, após os primeiros resultados das eleições presidenciais celebradas há dois meses.

Os talibãs consideram Ghani um fantoche dos Estados Unidos.

O presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, obteve a maioria absoluta dos votos nas eleições presidenciais de 28 de setembro e está perto de um segundo mandato, de acordo com os resultados preliminares anunciados neste domingo (22).

Segundo a Comissão Eleitoral Independente (IEC), Ghani obteve 50,64% dos votos, contra 39,52% para seu adversário Abdullah Abdullah, que foi seu primeiro-ministro.

Agora, os candidatos têm o direito de apresentar queixas antes da publicação dos resultados finais, provavelmente em algumas semanas.

Assim que a IEC anunciou os resultados preliminares, o escritório de Abdullah disse em um comunicado que os contestaria.

"Gostaríamos de deixar mais uma vez claro para nosso povo, a nossos apoiadores, Comissão Eleitoral e nossos aliados internacionais que nossa equipe não aceitará o resultado dessa votação fraudulenta se nossas demandas legítimas não forem levadas em consideração", afirmou o comunicado.

Os resultados preliminares do primeiro turno das eleições deveriam ter sido anunciados em 19 de outubro. Mas foram adiados pela primeira vez em 14 de novembro, por razões técnicas.

Abdullah pediu a interrupção do escrutínio para "salvar o processo dos fraudulentos", mas sem apresentar provas.

O candidato considerou que cerca de 300.000 votos validados pela IEC tinham problemas e solicitou que fossem examinados.

"Nós, com honestidade, lealdade, responsabilidade e fidelidade, cumprimos nosso dever", disse a presidente da IEC, Hawa Alam Nuristani. "Respeitamos todos os votos porque queremos que a democracia perdure".

A missão da ONU no Afeganistão (Manua) comemorou o anúncio dos resultados em uma declaração, pedindo aos candidatos que "expressem suas preocupações (...) conforme o marco jurídico e procedimentos legais".

- "Proteger a eleição" -

"Agora todas as autoridades e atores afegãos devem demonstrar seu compromisso e conduzir de forma adequada as eleições e proteger a integridade da última etapa do processo", disse Tadamichi Yamamoto, chefe da Manua.

Embora todos os candidatos tenham se comprometido, antes da votação, a respeitar um "código de conduta" eleitoral que os obrigava a aceitar seus resultados ou registrar suas queixas ante as autoridades ad hoc, Abdullah Abdullah reivindicou a vitória três dias após a votação.

"Temos a maioria dos votos nesta eleição", disse ele, correndo o risco de criar tensões políticas.

No dia anterior, Amrullah Saleh, parceiro de chapa de Ghani, também pareceu reivindicar vitória, dizendo à rádio Voice of America que tinha informações de que "entre 60% e 70% das pessoas votaram" no presidente.

Tanto os afegãos quanto a comunidade internacional temem uma repetição do cenário de 2014, quando Abdullah Abdullah contestou os resultados da votação, com graves irregularidades, e desencadeou uma crise constitucional.

Após uma intervenção de Washington, ele foi finalmente designado para o cargo de primeiro-ministro, sob a presidência de Ghani.

Os observadores apontam que as eleições ocorreram em condições de transparência.

Nenhum dos candidatos relatou irregularidades graves no dia da votação, ao contrário das eleições de 2014.

Uma empresa alemã forneceu máquinas biométricas para impedir que as pessoas votassem mais de uma vez.

Mas quase um milhão dos 2,8 milhões de votos iniciais foram eliminados devido a irregularidades.

A IEC levou em consideração 1,8 milhão de votos, o que significa que as eleições foram marcadas por baixa participação, uma vez que havia 9,6 milhões de eleitores registrados.

O governo dos Estados Unidos anunciará planos para retirar cerca de 4 mil soldados do Afeganistão nesta semana, informou a imprensa americana. As conversas entre a administração do presidente Donald Trump e os talibãs foram retomadas há uma semana, com o objetivo de obter um acordo que reduza a violência ou que alcance um cessar-fogo.

No entanto, essas negociações foram interrompidas na quinta-feira, após um ataque reivindicado pelo Talibã perto de Bagram, uma importante base aérea americana de Cabul, que deixou dois civis mortos e mais de 70 feridos.

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Atualmente, 13 mil soldados dos Estados Unidos estão no Afeganistão. Autoridades americanas e ex-autoridades informaram que o governo Trump pretende anunciar a retirada de 4.000 soldados do Afeganistão.

Duas fontes disseram que alguns militares seriam transferidos em breve e outros não seriam substituídos quando terminassem sua missão.

A emissora de televisão CNN citou uma autoridade americana que disse que o anúncio de uma retirada poderia ocorrer esta semana, mas "o momento oportuno está mudando".

O Departamento de Estado não respondeu neste domingo a um pedido da AFP para comentar o assunto, e o Pentágono enviou perguntas à Casa Branca, que não respondeu imediatamente.

De acordo com um projeto de acordo apresentado em setembro, elaboradoapós anos de negociações, o Talibã teria que se comprometer com certas medidas de segurança, concordar em conversar com o governo afegão e prometer uma redução da violência em troca da retirada das tropas americanas.

Em 28 de novembro passado, ao fazer uma visita surpresa à base aérea de Bagram para comemorar o Dia de Ação de Graças com as tropas e se encontrar com o presidente afegão Ashraf Ghani, Trump insistiu na necessidade de um cessar-fogo.

O presidente dos Estados Unidos havia indicado previamente que quer acabar com o envio de militares americanos para o exterior o mais rápido possível.

Dez pessoas, entre elas quatro mulheres e uma criança, morreram nesta sexta-feira (13) no leste do Afeganistão, quando uma bomba explodiu com a passagem de um veículo, informaram as autoridades.

"Explodiu uma bomba junto à estrada quando passava um veículo civil no distrito de Jaghato", disse à AFP o porta-voz do governador da província de Ghazni (leste), Aref Noori.

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"Infelizmente, 10 pessoas, entre elas quatro mulheres e uma criança, morreram", acrescentou, informando também sobre seis feridos. Este saldo de vítimas foi confirmado por Marwa Amini, uma porta-voz do ministério do Interior em Cabul.

A explosão, que não foi reivindicada, acontece dois dias depois a um ataque dos talibãs contra a base militar de Bagram, controlada pelos americanos, no qual morreram dois civis e houve 73 feridos.

Este ataque fez que os Estados Unidos suspendesse temporariamente suas negociações em Doha com os talibãs sobre uma retirada das forças americanas do Afeganistão.

O emissário de Washington para essas discussões, Zalmay Khalilzad, considerou que os talibãs "devem mostrar que querem responder ao desejo de paz dos afegãos, que são capazes disso", e anunciou uma "breve pausa" nas negociações.

Os talibãs liberaram, nesta terça-feira (19), no sudeste do Afeganistão o refém americano Kevin King e o australiano Timothy Weeks, que estavam sequestrados desde 2016, informaram fontes da polícia e dos insurgentes.

"Os dois professores universitários foram liberados na zona de Nawbahar, na província de Zabul", afirmou à AFP uma fonte policial, antes de explicar que os reféns foram entregues às forças americanas.

Três porta-vozes talibãs confirmaram a informação e afirmaram que esperam em troca a libertação de prisioneiros talibãs detidos em penitenciárias do Afeganistão.

O presidente afegão, Ashraf Ghani, confirmou recentemente que a liberação dos reféns estrangeiros permitiria a libertação de Anas Haqqani, filho do fundador de um importante braço dos talibãs, e de outros dois insurgentes.

Um comandante dos talibãs afirmou que espera que o "governo afegão e os americanos libertem os três prisioneiros o mais rápido possível".

Ghani admitiu que libertar os insurgentes seria uma decisão muito difícil, embora seja considerada a "condição principal para iniciar negociações extraoficiais" com o objetivo de acabar com o conflito de 18 anos no país.

Os talibãs rejeitaram até o momento qualquer proposta de diálogo das autoridades afegãs, que consideram ilegítimas.

Os afegãos não devem perceber a retirada de maneira repentina e quase total das forças americanas da Síria, como um precedente do que se pode esperar no Afeganistão - afirmou o secretário da Defesa dos EUA, Mark Esper, nesta segunda-feira (21).

Os Estados Unidos têm um "compromisso de velha data" com o país, destacou Esper, que está no quartel-general da missão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), "Resolute Support" ("Apoio Firme", em tradução livre), no Afeganistão.

À frente de uma coalizão internacional, os EUA expulsaram os talibãs do poder, em 2001.

"Todas estas coisas devem tranquilizar nossos aliados afegãos e os demais para que não interpretem mal nossas operações da semana passada na Síria e as comparem com o Afeganistão", frisou o secretário da Defesa.

Os Estados Unidos anunciaram a retirada de mil soldados do nordeste da Síria e, dias depois, a Turquia lançou uma ofensiva contra as milícias curdas das Unidades de Proteção Popular (YPG). O grupo é considerado "terrorista" por Ancara, mas, até agora, vinha se beneficiando do apoio americano.

Esper reafirmou a vontade dos Estados Unidos de permanecerem no Afeganistão, onde enfrentam "uma ameaça terrorista virulenta". A fonte inicial foi (a rede) Al-Qaeda e, agora, "encontra-se nos talibãs, no ISI-K (grupo Estado Islâmico Província de Khorasan, um braço afegão do EI) e em outros grupos".

Junto com Esper, o comandante das forças americanas e da Otan, general Scott Miller, apontou que os EUA reduziram suas forças em 2.000 homens no último ano.

Ainda restam 13.000 soldados dos EUA no país, segundo o porta-voz das forças americanas no Afeganistão, coronel Sonny Legget.

Pelo menos 62 pessoas morreram e 33 ficaram feridas em um ataque contra uma mesquita na cidade de Jaw Dara, na Província de Nangarhar, no Afeganistão, durante a oração de sexta-feira, um dia após a ONU alertar que a violência no país atingiu níveis "inaceitáveis".

Segundo autoridades, os explosivos teriam sido colocados dentro da mesquita. Nenhum grupo assumiu a autoria do ataque. O Taleban e o Estado Islâmico estão presentes em Nangarhar, na fronteira com o Paquistão. (Com agências internacionais)

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Pelo menos 62 pessoas morreram e 33 ficaram feridas em um ataque contra uma mesquita no Afeganistão durante a oração de sexta-feira, segundo as autoridades, um dia após as Nações Unidas alertarem que a violência no país atingiu níveis "inaceitáveis".

"O saldo do ataque contra a mesquita aumentou para 62 mortos e 33 feridos", disse à AFP um porta-voz do governador da província de Nangarhar (leste), Attaullah Jogyani, que havia informado um primeiro balanço de 28 mortos.

Segundo Jogyani, o ataque foi realizado com "explosivos que foram colocados dentro da mesquita", localizada na cidade de Jaw Dara, no distrito de Haska Mina, cerca de 50 km da capital da província de Jalalabad.

Outras fontes, incluindo um combatente talibã, mencionaram a possibilidade de um ataque com morteiros.

Um porta-voz do Talibã condenou o ataque e o chamou de "crime grave", aparentemente negando toda a responsabilidade, e culpou o grupo Estado Islâmico (EI) ou as forças do governo.

No momento, nenhum grupo assumiu a autoria deste ataque. O Talibã e o EI estão presentes em Nangarhar, uma província fronteiriça com o Paquistão.

Várias testemunhas disseram que o teto da mesquita desabou após uma forte explosão.

Cerca de 350 fiéis estavam no interior da mesquita, disse à AFP Omar Ghorzang, um morador local.

"Dezenas de pessoas foram mortas e as feridas foram levadas em várias ambulâncias", afirmou à AFP Haji Amanat Khan, um vizinho de 65 anos.

- Extrema violência -

Este ataque ocorreu depois que a ONU publicou um novo relatório na quinta-feira com o número "sem precedentes" de civis mortos ou feridos no Afeganistão entre julho e setembro.

O relatório, que também observa a violência ao longo de 2019, ressalta que "os afegãos estão expostos a níveis extremos de violência há muitos anos", apesar das promessas de todas as partes de "prevenir e mitigar os danos aos civis".

A ONU lamentou o preço cada vez maior que os civis têm de pagar, dada a crença generalizada de que nenhuma das partes pode vencer a guerra no Afeganistão.

"As vítimas civis são totalmente inaceitáveis", disse o representante especial da ONU para o Afeganistão, Tadamichi Yamamoto, acrescentando que demonstram a importância das negociações que levem a um cessar-fogo e a um acordo político permanente.

A ONU atribuiu grande parte da responsabilidade a "elementos antigovernamentais", como o Talibã, que conduz uma insurgência sangrenta há mais de 18 anos no Afeganistão.

Os números, 1.174 civis mortos e 3.139 feridos de 1º de julho a 30 de setembro, representam um aumento de 42% em relação ao mesmo período de 2018.

"É o maior número de vítimas civis registrado durante um único trimestre" desde 2009, de acordo com a missão da ONU no Afeganistão (Manua), em um relatório trimestral.

Julho foi o mês mais sangrento dos últimos dez anos, com 425 mortos, segundo o Manua, que iniciou sua contagem de perdas civis em 2009.

Este ano foi marcado por uma sangrenta campanha eleitoral para as eleições de 28 de setembro, que o Talibã prometeu impedir.

Os Estados Unidos e o Talibã passaram o ano em negociações supostamente para abrir um caminho para o fim do conflito. Mas o presidente americano Donald Trum, encerrou as negociações em setembro, após um ataque sangrento.

Uma explosão em mesquita na província de Nangarhar, no leste do Afeganistão, deixou pelo menos 62 mortos e outros 36 feridos nesta sexta-feira (18), segundo informações das autoridades locais. O ataque ocorreu no distrito de Haska-Mena, em um horário que o local estava repleto de fiéis, inclusive crianças.

As autoridades do país ainda não sabem exatamente o que causou a explosão. A imprensa local diz que provavelmente o telhado da mesquita foi atingido por um morteiro. Já a agência afegã "Tolo", afirma que houveram duas explosões.

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Até o momento, nenhum grupo assumiu imediatamente a responsabilidade do ataque, mas os grupos extremistas Talibã e Estado Islâmico (EI) estão ativos no leste do Afeganistão, como em Nangarhar.

Da Ansa

Mais de 450 civis foram alvos de ataques, com 85 vítimas fatais, durante a campanha eleitoral e o primeiro turno das eleições presidenciais no Afeganistão, executados sobretudo pelos talibãs, anunciou a ONU.

Apenas no dia das eleições, em 28 de setembro, morreram 28 pessoas, informou a Missão das Nações Unidas para o Afeganistão (MINUA).

As ameaças e ataques contra a organização das eleições foram em grande parte responsáveis pelo índice de participação reduzido, de apenas 27% das pessoas registradas para votar.

O relatório da MINUA, que cobre o período que vai do início do registro de candidaturas, em 8 de junho, até o fim de setembro, destaca que as baixas civis nos atentados vinculados às eleições foram "significativamente menores" que nas eleições legislativas de outubro de 2018, com 56 mortos no dia da votação.

A ONU atribui os ataques especialmente aos talibãs, que não esconderam que pretendiam fazer de tudo para evitar uma eleição que consideravam ilegítima.

De acordo com a MINUA, "quase 95% das vítimas civis de atos de violência relacionados com as eleições podem ser atribuídas aos talibãs".

Muitos ataques foram executados com foguetes, granadas e morteiros, assim como bombas de fabricação caseira, colocadas em áreas próximas a locais de votação, incluindo escolas".

Os mais violentos aconteceram em Cabul, em 28 de julho durante um comício (21 mortos), e ao norte da capital, em 17 de setembro, com um ataque suicida contra um ato de campanha que terminou com 30 mortos.

O número de mortes e atentados à integridade física de crianças no Afeganistão aumentou significativamente entre 2015 e 2018, em comparação com os quatro anos anteriores - aponta um relatório da ONU publicado esta semana.

Durante este período, um grupo de trabalho da ONU que investiga sobre os crianças no conflito afegão constatou 14.202 violações graves contra eles em todo o país, relata um informe do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.

"De maneira alarmante, confirmaram-se 12.599 casos de assassinatos e mutilação de crianças, o que representa quase um terço de todas as vítimas civis e um aumento de 82% em vítimas infantis em comparação com os quatro anos anteriores", diz o documento, que estima que a escala de violações graves seja maior do que isso.

O informe identifica "o recrutamento e a utilização de 274 crianças e a violência sexual contra 17 crianças, assim como o sequestro de 231 crianças, 832 ataques a escolas e hospitais e 249 incidentes de negação de acesso humanitário a crianças".

Segundo o documento, os grupos armados são os principais autores das violações graves, salvo nos casos de agressão sexual, com frequência atribuídos às forças de segurança afegãs.

Em suas observações e recomendações, Guterres disse estar "profundamente perturbado pela escala, gravidade e recorrência das violações graves cometidas contra as crianças no Afeganistão e pelo fato de que continuam sendo as mais afetadas pelo conflito armado".

"Peço a todas as partes que parem imediatamente todas as violações", insistiu, acrescentando que está "extremamente preocupado com o significativo aumento no número de vítimas infantis, incluindo os óbitos resultantes das operações aéreas realizadas pelo governo e pelas forças pró-governo".

Quatro civis morreram e outros 12 ficaram feridos nesta quarta-feira (18), depois que um homem-bomba detonou sua carga explosiva em um prédio oficial da cidade afegã de Jalalabad (leste), informou um porta-voz do governador da província de Nangarhar, Ataullah Khogyani.

"O ataque de Jalalabad terminou nesta noite. As forças de segurança mataram três atacantes. Quatro civis morreram e doze ficaram feridos", anunciou o porta-voz do ministério do Interior, Nasrat Fahim.

O ataque aconteceu na primeira hora da tarde. "Um homem-bomba atacou dentro de um centro de documentação eletrônica. As forças de segurança estão na área para ajudar os funcionários", disse um porta-voz do governo na província.

Vários criminosos entraram no edifício e as forças de segurança tentaram retomar o controle, explicou um porta-voz de governo da província, Ataullah Khogyani.

Testemunhas afirmaram que ouviram tiros no local pouco depois da explosão. O ataque, que aconteceu um dia depois de dois atentados em Cabul e na província de Parwan, não foi reivindicado até o momento.

"Cerca de 200 pessoas", entre elas 80 trabalhadores, estavam dentro do edifício no momento do ataque, disse Haji Qudrat, um funcionário que ficou ferido na perna.

"Após a explosão, ouvimos disparos de armas de pequeno calibre nos corredores, e um homem entrou em nosso escritório com uma pistola e começou a disparar", relatou.

"Pulei pela janela, mas alguns de nossos amigos foram assassinados ou ficaram feridos", declarou à AFP.

Os atentados de terça-feira foram reivindicados pelos talibãs, que prometeram fazer o possível para impedir as eleições presidenciais previstas para 28 de setembro.

Jalalabad é a capital da província de Nangahrar - fronteiriça com o Paquistão -, onde os talibãs e o grupo Estado Islâmico (EI) são muito ativos.

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