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O líder do PT no Senado, Humberto Costa, afirmou considerar um “importante marco” para o desenvolvimento de Pernambuco a afirmativa da presidente Dilma Rousseff (PT) de que vai iniciar o processo de licitação do Arco Metropolitano no mês de maio. Segundo ele, essa é uma demonstração de que mesmo com a crise, a presidente Dilma vai dar continuidade ao projeto, iniciado pelo ex-presidente Lula, de garantir o crescimento regional. 

“Nos últimos 12 anos, trabalhamos para reequilibrar a Federação e induzir o desenvolvimento inclusivo do Nordeste, esquecido há muito tempo por Brasília. Recentemente, por exemplo, o Banco Central divulgou que o Nordeste cresceu 3,7% no ano passado, destoando, positivamente, do resto do Brasil, que cresceu 0,1% no mesmo período. É um resultado extraordinário”, destacou. O anúncio foi feito pela presidente na última terça-feira (28), durante evento da inauguração da fábrica da Jeep, em Goiana.

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Apesar da necessidade de reavaliação do projeto, apontada pelo governador Paulo Câmara (PSB), Humberto Costa frisou que a rodovia vai criar uma “moderna” conexão em as cidades pernambucanas. “A obra vai criar uma nova e moderna conexão do norte com o sul de Pernambuco, nas bordas da Região Metropolitana do Recife com a Zona da Mata, fomentando uma arrojada ligação entre os municípios de toda essa área com o Porto de Suape e com o próprio interior do Estado”, disse o senador.

Liderança do governo

O senador Humberto Costa elogiou a escolha do senador Delcídio Amaral (PT-MS) para a liderança do governo. “A indicação não poderia ter sido melhor. Além de compor os quadros do PT, Delcídio é reconhecido por ter trânsito livre em todos os segmentos aqui da Casa, inclusive com a oposição”, disse.

O Brasil está mais próximo de uma política de combate ao bullying nas escolas. Denominado Programa de Combate à Intimidação Sistemática, a proposta (PLC 68/2013) foi aprovada pelo Senado, em turno suplementar, na quinta-feira (19). Como sofreu alterações na Comissão de Direitos Humanos da Casa, terá de voltar à Câmara dos Deputados antes da sanção presidencial.

O texto define bullying como “sequência de episódios de violência física ou psicológica, intencionais e repetitivos, praticados reincidentemente por indivíduo ou grupo contra outro indivíduo ou grupo, em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas, produzindo na vítima prejuízos psicológicos, físicos ou morais”.

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Entre outros pontos, a proposta destaca que  ataques físicos, insultos pessoais, xingamentos, comentários sistemáticos, apelidos, ameaças por quaisquer meios e até grafites depreciativos podem carcterizar a prática.

A proposta não trata de criminalização, mas de ações para prevenir e combater o bullying nas escolas. Além da publicação bimestral de relatórios das ocorrências de violência em escolas e redes de ensino, o texto determina que profissionais de educação deverão ser capacitados para implementar iniciativas de discussão, prevenção e solução do problema.

As famílias e responsáveis também serão orientadas sobre como identificar e enfrentar as situações de bullying, bem como garantir assistência psicológica, social e jurídica às vítimas e agressores.

Para a professora do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília (UnB), Ângela Branco, as maiores vitimas de bullying são as que apresentam maior dificuldade social de se defender. “Essas pessoas são particularmente afetadas no seu desenvolvimento. Elas começam a se sentir inferiores e, às vezes, até culpadas pelas agressões. Vão internalizando, transformando-se em pessoas inseguras, ansiosas e angustiadas.”

Ângela Branco acrescentou que a prática pode levar as vítimas a problemas graves de depressão e até a transtornos que mais adiante se transformarão em profunda agressividade. “Vítimas de bullying podem se tornar agressores futuros”, alertou a professora, destacando a importância da proposta.

Na avaliação da assessora política do Instituto de Estudos Socioeconômicos e especialista em Violência Doméstica Contra Crianças e Adolescentes, Márcia Acioli, o bullying tem dois reflexos principais: o impedimento do desenvolvimento social e naturalização da violência, que, muitas vezes, banaliza o ato.

“Nenhum homem homofóbico começa a ser homofóbico com determinada idade. É um clima que permite que ele cresça não reconhecendo a humanidade do outro. Tem a ver com a educação escolar, mas também está na televisão e família. É a educação no sentido de formação do sujeito cidadão”, concluiu Márcia Acioli.

Um tipo de insulina experimental "inteligente", que atua por 14 horas, demonstrou avanços em ratos de laboratório e pode ser aprovada para provas em pessoas com diabetes tipo 1 em dois anos, afirmaram pesquisadores nesta segunda-feira (9). O produto, conhecido como Ins-PBA-F, e desenvolvido por bioquímicos da Universidade de Utah, se ativa sozinho mesmo quando os níveis de açúcar aumentam, segundo estudo publicado nas atas da Academia Nacional de Ciências americana.

Testes em ratos com diabetes tipo 1 demonstraram que uma injeção pode, "repetida e automaticamente fazer diminuir o nível de açúcar no sangue depois de administrada aos ratos uma dose de açúcar comparável à que consomem na hora de comer", destaca o estudo.

A droga imita a forma como o organismo dos ratos comuns volta a níveis normais de glicemia (açúcar no sangue) após uma refeição. "É um avanço significativo na terapia com insulina", afirmou o coautor do estudo, Danny Chou, assistente do professor de bioquímica da Universidade de Utah.

"Nosso derivado de insulina parece controlar o açúcar no sangue melhor do que qualquer outra coisa disponível para pacientes com diabetes", afirmou. As pessoas com diabetes tipo 1 precisam controlar estritamente seu nível de açúcar no sangue e aplicar manualmente injeções de insulina quando necessário.

Qualquer erro ou lapso pode levar a complicações, que incluem doenças cardíacas, cegueira e, inclusive, a morte. O Ins-PBA-F é uma versão modificada quimicamente de um hormônio de origem natural.

Diferencia-se de outros tipos de "insulina inteligente" em desenvolvimento, que usam barreiras baseadas em proteínas como géis ou revestimentos que inibem a insulina quando o nível de açúcar no sangue está baixo. Os primeiros testes em humanos poderão começar entre dois e cinco anos, assim que forem realizados mais testes de segurança de longo prazo em animais de laboratório.

Forças ucranianas anunciaram nesta segunda-feira (14) a tomada de quatro cidades que estavam sob domínio de militantes e que combatentes do reduto rebelde de Donetsk tentavam fugir usando roupas civis a bordo de carros roubados.

O Ministério da Defesa Ucraniano disse em comunicado divulgado nesta segunda-feira que suas forças haviam retomado as cidades de Metalist, Oleksandrivsk, Bilye e Rozkishne, nas proximidades da cidade de Lugansk e encerrado um bloqueio rebelde a um aeroporto no subúrbio da cidade.

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Os confrontos no leste ucraniano se intensificaram após um violento ataque na semana passada, durante o qual os rebeldes usaram um lançador de foguetes montado sobre um caminhão - aparentemente vindo da Rússia - para destruir um acampamento de soldados ucranianos perto da fronteira, ataque de segundo as autoridades ucranianas matou 19 soldados e feriu 93.

O presidente ucraniano Petro Poroshenko prometeu esmagar as forças rebeldes, que enfrentam as forças ucranianas desde abril. Além dos ataques aéreos e de artilharia no final de semana, as tropas ucranianas avançaram para os subúrbios de Donetsk e Lugansk.

O Ministério da Defesa indicou que o avanço das forças do governo fez com que alguns combatentes fossem embora. "Alguns militantes estão tentando fugir de Donetsk por causa do avanço das forças. Eles têm usado roupas não militares e roubado automóveis dos cidadãos". Um porta-voz dos rebeldes de Donetsk negou a acusação.

As aparentes vitórias ucranianas acontecem em meio a rumores sobre possíveis ataques militares na região. No domingo, Moscou acusou forças ucranianas de matar um civil ao atacar uma casa do lado russo da fronteira na região de Rostov e advertiu sobre "consequências irreversíveis" para Kiev. Autoridades ucranianas negam envolvimento no caso.

O vice-ministro de Relações Exteriores russo, Grigory Karasin, chamou o incidente de "agravamento qualitativo do perigo" para cidadãos russos, algo que exige uma resposta. Nesta segunda-feira, o jornal russo Kommersant informou que a Rússia estuda lançar "ataques retaliatórios de precisão", citando uma fonte anônima do Kremlin.

Vladimir Markin, porta-voz do Comitê Investigativo da Rússia, disse à agência de notícias Interfax, que a Rússia usaria informações de satélite para determinar que unidade das forças ucranianas disparou contra a casa na fronteira.

O porta-voz rebelde na região de Lugansk, Konstantin Knyrik, disse à agência Interfax que 30 militantes morreram com o avanço das forças ucranianas sobre Oleksandrivsk.

A Câmara Municipal de Lugansk informou em comunicado que três moradores locais morreram e 14 ficaram feridos como resultado de confrontos ocorridos no domingo e nesta segunda-feira. Segundo a Câmara, cerca de 5 mil moradores ficaram sem energia elétrica por causa do confronto e algumas vilas estavam sem gás, mas que os trabalhos para a retomada do fornecimento já estavam sendo realizados. Fonte: Associated Press.

O deputado estadual e líder da bancada de oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Sérgio Leite (PT), declarou, nesta quinta-feira (12), que a participação da presidente Dilma Rousseff (PT) na inauguração da Via Mangue, nesta sexta (13), não tem nenhum teor eleitoral, ao contrário do que afirmou o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB). Para o parlamentar, os gestores pernambucanos precisam agradecer ao PT pelo desenvolvimento estadual.

“O PT tem que fazer parte da construção, não tem nada de eleitoreiro. A Via Mangue teve várias etapas, a maior parte foi executada pelos prefeitos do PT (João Paulo e João da Costa). É uma pareceria com o Governo Federal, qualquer obra que tem recursos federais deve ser divulgada e compartilhada no ônus e no bônus”, cravou Leite, em conversa com o Portal LeiaJá. A participação da presidente, segundo o petista, é institucional. Junto com ela, o deputado informou que os ex-prefeitos do Recife João Paulo e João da Costa vão  participar do ato.  

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Entre as afirmativas sobre a liberação do tráfego na via, Geraldo pontuou que os petistas estavam protagonizando rinhas políticas ao afirmarem que houve distorções nas datas da inauguração para que Dilma não participasse. “Criaram muito celeuma, fizeram muita confusão. Querem transformar esse negócio num negócio eleitoreiro, falaram muita bobagem. (...) A rinha, o embate, a baixaria, não é comigo”, afirmou o prefeito. 

Rebatendo o posicionamento do socialista, Sérgio Leite garantiu que não tem “rinha do lado de cá” e deve ter acontecido “um desencontro de agendas”. “Ele tem que acabar com essa conversa que tudo tem rinha, se tem rinha não é do lado de cá. Não estamos procurando brigas, mas o desenvolvimento de Pernambuco. Qualquer gestor de Pernambuco tem que agradecer ao Governo Federal e ao PT por tudo o que já foi feito continuar lutando para que todo o investimento amplie”, frisou. 

De acordo com o deputado, o estado começou a ser tratado com “respeito” após a administração do ex-presidente Lula. “Pernambuco passou toda uma vida sem ter direito a nada, mas a partir de Lula Pernambuco foi tratado com respeito. O PT com Lula e Dilma mudou a vida das pessoas em Pernambuco. São coisas que mudaram e todos temos que agradecer”, destacou. 

 

O empresário Abílio Diniz fez nesta segunda-feira, 19, uma enfática defesa dos avanços econômicos e sociais alcançados pelo governo nos últimos 10 anos. Durante uma palestra para alunos da Fundação Getulio Vargas no Rio, o empresário lembrou que o governo melhorou a condição de vida de cerca de 20 milhões de brasileiros, que antes estavam abaixo da linha da pobreza.

"Houve em uma década realmente uma mudança de patamar", disse, após negar ser um otimista excessivo. O empresário deixou claro que muitas vezes é acusado de ter uma visão otimista por ser próximo da atual presidente da República, Dilma Rousseff, e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ambos do PT.

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"Dizem `ele é amigo da Dilma e do Lula'. Sou, mas tenho que reconhecer (os avanços)", enfatizou. Para o empresário, que preside o Conselho de Administração do Grupo Pão de Açúcar e da BRF, a retirada desses 20 milhões brasileiros da posição abaixo da linha da pobreza elevou o Brasil a outro patamar.

Muito aplaudido, Diniz enfatizou que o Brasil deixou de ser o país do futuro. Apesar dos problemas enfrentados, o País segue muito cobiçado por investidores estrangeiros, afirmou. "A situação não está tão ruim assim (...) Tem muita gente saindo, mas também tem muita gente querendo entrar", garantiu. E completou: "O Brasil é o país emergente mais cobiçado".

Com detalhamento das ações realizadas pelo Estado, o secretário Estadual de Saúde, Antônio Carlos Figueira, apresentou na manhã dessa segunda-feira (17), no auditório da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), um relatório do 1º quadrimestre de 2013. A audiência pública foi realizada em cumprimento a Lei Complementar 141/12 e contou com a presença dos membros da Comissão de Saúde e Assistência Social como o presidente e deputado estadual Sérgio Leite (PT) entre outros parlamentares e a sociedade civil.

Durante audiência, Antônio Figueira exibiu informações sobre a saúde no Estado e pontuou algumas obras como a inauguração de três hospitais metropolitanos, ampliações do Hospital Otávio de Freitas, Regional do Agreste, emergência clínica da Restauração, Câncer, Dom Malan, Ermírio Coutinho e Palmares.

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Outras explanações feitas por ele foram os concursos públicos realizados. Ele 2009 o Estado convocou mais de 1.500 médicos e em 2013 já foram nomeados 350. Figueira também citou obras em todo o Pernambuco, como nas cidades do Recife, Caruaru, Serra Talhada e Petrolina, por exemplo. Apesar de frisar os resultados, o secretário de saúde reconheceu que são necessários mais projetos. “Vamos melhorar. Reconhecemos que ainda temos que avançar”, confirmou.

Após apresentação do relatório, o debate foi aberto para perguntas e uma das indagações partiu do deputado da oposição, Maviael Cavalcanti (DEM). Ele questionou ao secretário se há médicos suficientes para atender toda a população que utiliza a rede pública de saúde. “Sobre a falta de médicos esse é um problema nacional. O que pesa nesse governo é ter feitos dois concursos públicos e esperamos que isso seja um importante avanço, mas claro que em algumas especialidades ainda teremos uma defasagem”, respondeu.

O problema dos profissionais de áreas específicas é uma das grandes dificuldades enfrentadas segundo o gestor da pasta. “Em Garanhuns, por exemplo, não conseguimos fechar contratos com patologistas. Em todo o Pernambuco apenas cinco neurocirurgiões se formam a cada cinco anos e desses, apenas um fica no Estado”, explica. De acordo com o secretário, pediatria e obstretria também possuem deficiência e chegam a sobrar vagas.

Diante do reconhecimento da necessidade de novos profissionais em algumas áreas, Figueira justificou os baixos salários oferecidos. “A baixa remuneração do SUS (Sistema Único de Saúde) não atrai os médicos, mas o Estado tem que melhorar e já estar melhorando”, prometeu.

Presidindo a audiência, o deputado Sérgio Leite explicou que o debate já deveria ter ocorrido, mas devido incompatibilidade de agenda do auditório só pode ser marcado hoje. “É uma forma de a Assembleia Legislativa interagir com os órgãos públicos. A Comissão de Saúde tem a obrigação de fazer essa audiência e sabemos que a Secretaria de Saúde também tem obrigação de comparecer e prestar contas”, ressaltou.

Outros assuntos abordados durante a discussão foram os problemas relatados meses atrás sobre o cartel de medicamentos e a presença de médicos cubanos no Brasil. Sobre o último assunto, Antônio Figueira confirmou que o governo é favorável a proposta.

Milhões de meninas em todo o mundo não são enviadas para a escola, um fato que as condenam a viver na miséria e reforça a pobreza em geral, de acordo com um relatório publicado nesta quinta-feira (11), em Nova York

O documento, intitulado "Porque sou uma menina - as meninas em todo o mundo em 2012", foi publicado pela ONG Plano Internacional, como parte dos eventos do primeiro Dia Internacional das Meninas criado pelas Nações Unidas. "As 75 milhões de meninas, que segundo estimativas, são privadas das aulas no mundo, constituem uma grande violação dos direitos (humanos) e um enorme desperdício de potencial", destaca a ONG.

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O relatório apresentado pela organização centra-se em 39 milhões de meninas entre 11 e 15 anos. "Uma menina instruída é menos vulnerável à violência, menos propensa a se casar e engravidar quando ainda é muito nova, e tem mais possibilidades de saber ler e escrever e entrar na idade adulta com saúde", afirmou Nigel Chapman, que dirige a ONG .

A ONG considera que a longo prazo "uma educação de ensino médio protege as meninas contra o HIV, o assédio sexual e tráfico de seres humanos".

Este estudo é revelado em um momento em que uma paquistanesa de 14 anos, conhecida por sua luta contra os talibãs e os direitos das mulheres à educação, milagrosamente sobreviveu a uma tentativa de assassinato perpetrado na última terça-feira (9) pelos extremistas na saída de sua escola no noroeste do país.

O anos 2000 aproximaram o Brasil dos países que mais investem verbas públicas em educação no mundo, mas a relação de recursos por aluno, a precariedade do ensino superior e da pesquisa e a qualidade duvidosa ainda evidenciam o atraso do País. Essas são algumas das conclusões tiradas da análise de 39 países feita pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) e reunidas em um relatório de 570 páginas sobre a educação, publicado ontem, terça-feira, em Paris.

Segundo seu autor, entre 2000 e 2009 o Brasil foi a nação "mais dinâmica do mundo", melhorando os ensinos fundamental e médio, mas piorando o superior. O estudo, elaborado por Andreas Schleicher, diretor-adjunto da OCDE para Educação, é o mais amplo levantamento anual comparativo sobre o estado da educação no mundo.

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Conforme a instituição - que reúne os países mais desenvolvidos do mundo -, o Brasil realizou um dos maiores aumentos de investimentos de seu Orçamento em educação no período de 2000 a 2009 entre as nações avaliadas - de 10,5% a 16,8% -, tornando-se o quarto no ranking e superando a média, de 13%. Esse resultado foi possível pelo incremento de 149% dos investimentos por aluno nos ensinos fundamental e médio, o que fez do País o que mais elevou as despesas entre 2005 e 2009.

Ao longo da década, o Brasil recuperou parte de seu déficit educacional investindo na área o equivalente a 5,5% de seu Produto Interno Bruto (PIB), embora o dado ainda seja inferior à média da OCDE, de 6,25%. No ensino primário e secundário, esse porcentual já ultrapassa a média - 4,23%, contra 4%.

Déficit

As notícias ruins se concentram no que se refere ao ensino superior, segmento em que o Brasil é o quarto pior da lista, com 0,8% do PIB. Nos anos 2000, o investimento brasileiro em universidades caiu 2% e não acompanhou o crescimento de 67% do número de alunos. Os resultados são ainda mais precários em pesquisa e desenvolvimento, área em que o Brasil é o pior de uma lista de 36 países, com 0,4% do PIB investido.

O problema, adverte a OCDE, é que o ensino superior exerce um papel econômico determinante no Brasil. De acordo com a organização, o mercado de trabalho nacional é o que apresenta a maior diferença entre quem conclui e quem não conclui a faculdade. Além de enfrentar um desemprego menor, quem tem curso superior ganha salários melhores.

Para Nelson Cardoso Amaral, professor da Universidade Federal de Goiás (UFG), a queda do investimento precisa ser vista em relação ao aumento do número de matriculados. "Houve um aumento do investimento bruto, até por conta do Reuni (programa de expansão do ensino superior do governo Lula). Isso foi bom, porque muitos chegaram ao ensino superior. O problema é que os valores gastos não foram suficientes para que não baixasse o valor por aluno. Isso precisa ser cuidado, porque não podemos deixar a qualidade cair."

Outra má notícia é que o acréscimo de recursos na educação, também verificado em vários países emergentes, como a Rússia, não eliminou o retardo da área. No ensino pré-primário, a média de gastos anuais por estudante do Brasil foi a terceira pior dentre 34 países - de US$ 1.696, comparado a US$ 6.670 da média da OCDE. O mesmo déficit acontece no ensino primário, no qual o País investe US$ 2.405, contra US$ 7.719 da média, o quarto pior resultado entre os 35 países avaliados. A relação é pior no ensino secundário, no qual o investimento é de US$ 2.235 - o terceiro pior -, contra US$ 9.312 da média de 37 países avaliados.

Embora a taxa de escolarização tenha aumentado na última década, mais de um em cada cinco brasileiros entre 15 e 29 anos não vai à escola nem tem emprego. Para o autor do estudo, os dados relativos ao País revelam um cenário contraditório. Se o Brasil investe mais nos ensinos fundamental e médio, o mesmo não acontece no superior e na pesquisa. E a melhora dos índices é relativa, pois na maior parte dos parâmetros, o País não chegou ao padrão médio dos países reputados pela qualidade do ensino.

"Por registrar mais investimento, mais participação, mais alunos na escola, mais pessoas completando a formação, diria que o Brasil é o país mais dinâmico do relatório", disse Schleicher ao Estado. Para ele, o aumento do investimento no ensino básico é "um sucesso".

Mas mais dinheiro não é tudo. "Melhorar a qualidade é um ponto crítico que ficou para trás. Há indicadores positivos de que a qualidade melhora, mas ainda precisa avançar muito mais."

Sem comparação

Para o professor Ocimar Alavarse, da Faculdade de Educação da USP, é preciso cuidado para que os números do aumento não sinalizem mais que a realidade. "Diferentemente das nações europeias, o Brasil ainda tem problemas como a carência de instalações físicas, crianças fora da escola. É claro que, nesse cenário, é preciso investir mais."

Uma comparação justa dos investimentos, explica, só será possível a médio prazo, quando o Brasil alcançar a universalização do atendimento - desde a creche até a Educação de Jovens e Adultos (EJA) -, infraestrutura básica, como o laboratório de ciências e plano de carreira docente. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Em países emergentes muito populosos, como o Brasil, os governos são, com frequência, confrontados a uma escolha difícil: aumentar o número de professores por aluno e investir na redução do tamanho das turmas, ou qualificar os mestres e melhorar seus salários. Para Andreas Schleicher, especialista da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a melhor estratégia é dirigir a verba para os professores. Mas o Brasil faz o contrário. A entidade divulgou ontem, terça-feira, em Paris, um relatório de 570 páginas sobre educação em 39.

As constatações de Schleicher foram feitas com base em estatísticas, mas não constam do relatório publicado ontem. Para o pesquisador, o Brasil está no caminho certo ao aumentar o investimento no ensino, aproximando-se da média dos países mais desenvolvidos, mas ainda precisa fazer escolhas na hora de aplicar verbas públicas. E, nessa hora, é preciso apostar na qualidade do corpo docente.

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"Quando há poucos recursos, ou se investe em pequenas turmas ou em professores - e os resultados são melhores quando a opção é em investir no docente", disse Schleicher à reportagem.

O especialista faz questão de elogiar o esforço de sucessivos governos, mas reitera que, após massificar o acesso à escola, o desafio é aprimorá-la. "Dobrar a proporção de pessoas que atingiram o nível de educação fundamental é um número impressionante."

Desafios e avanços

Para o ministro da Educação, Aloísio Mercadante, os resultados do Brasil no levantamento da OCDE refletem os avanços feitos na última década. "Somos o País que mais aumentou os investimentos na área, só que partimos de um patamar muito baixo por causa do déficit educacional histórico que temos. O desafio, agora, é continuarmos nesse ritmo", afirmou.

Para Mercadante, o aumento dos investimentos refletem os repasses do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) - verba da União que chega a Estados e municípios - e a programas como o Pró-Infância.

Quanto à queda de 2% no investimento per capita no ensino superior, dado revelado pela pesquisa da OCDE, o ministro afirma que é preciso levar em consideração o aumento do número de matriculados. "Não se pode ver apenas o valor por aluno. É preciso ver a promoção do acesso, que foi triplicado. Só nas universidades federais, partimos de 300 mil alunos para mais de 1 milhão de matriculados na última década."

O aumento dos gastos per capita nesse nível de ensino, explica, deve acontecer com o investimento integral dos royalties do petróleo, medida defendida pelo governo federal para que se chegue aos 10% do PIB investidos em Educação. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

 

A presidente Dilma Rousseff afirmou que o documento final aprovado na Rio+20 não retrocede em avanços conquistados em conferências anteriores, como a Rio-92. Dilma proferiu, na noite desta sexta-feira, o discurso de encerramento da Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável.

"O documento que aprovamos hoje não retrocede em relação às conquistas da Rio-92, não retrocede em relação a Johanesburgo, não retrocede a todos os compromissos assumidos nas demais conferências das Nações Unidas. Ao contrário, o documento avança", declarou a presidente. "Assim como em 92, a conferência terá um efeito transformador para a sociedade."

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Segundo Dilma, foram tomadas decisões importantes durante a cúpula, como a erradicação da pobreza e o respeito aos direitos humanos fundamentais. "Deixamos as bases de uma agenda para o século 21. Tomamos decisões importantes", ressaltou.

Emergentes

Em seu discurso, a presidente Dilma afirmou também que nenhum País deve ficar aquém do que foi acordado no documento final da Rio+20. Entretanto, os pontos que foram consenso entre os chefes de Estado na conferência não devem ser tomados como limite nos esforços de promover o desenvolvimento sustentável.

"Todos os países precisam e devem avançar em relação ao documento. Mas nenhum tem o direito de ficar aquém em relação aos avanços históricos e compromissos", declarou Dilma, na cerimônia de encerramento da Rio+20. "(O documento) É um alicerce de nosso avanço, não é limite, nem tampouco teto do nosso avanço", afirmou.

Segundo a presidente, merecem menção especial os esforços dos países em desenvolvimento. "Aplauso especial aos países em desenvolvimento que assumiram compromisso concreto em relação ao desenvolvimento sustentável. Mesmo sem a contrapartida financeira prometida por países desenvolvidos", ressaltou Dilma. "O Brasil fez sua parte", afirmou.

Empresas

Para a presidente, a conferência foi um marco da participação empresarial. No discurso de encerramento da Rio+20, Dilma lembrou a participação dos diversos segmentos da sociedade. "A Rio+20 é também marco do engajamento e participação empresarial", lembrou Dilma.

"Aos resultados da conferência dos chefes de Estado de governo somam-se os diálogos e avanços da cúpula dos povos, do fórum das mulheres, da participação de movimentos sociais e organizações não governamentais."

A presidente defendeu o multilateralismo como a melhor forma de se chegar a acordos que irão resultar em efeitos concretos. "Iniciamos uma caminhada que deve ser orientada por muita ambição", disse Dilma.

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