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O Twitter acusou o partido conservador do primeiro-ministro Boris Johnson de "enganar" os britânicos, ao apresentar durante um debate eleitoral na terça-feira uma de suas contas na rede social como se fosse uma conta de verificação de informações.

Enquanto o chefe do governo conservador e seu adversário trabalhista Jeremy Corbyn se enfrentavam em seu primeiro debate televisivo desde o início da campanha para as legislativas de 12 de dezembro, outra briga ocorria na Internet.

A conta no Twitter do serviço de imprensa dos Tories, CCHQPress, mudou repentinamente seu nome para "FactcheckUK".

A rede social, que recentemente parou de aceitar publicidade política em todo mundo, emitiu um aviso contra o partido, anunciando que tomaria medidas em caso de novas tentativas de "enganar as pessoas" durante a campanha no Reino Unido.

A conta em questão tem o selo azul, que significa que foi verificada e é uma garantia de confiança.

"O Twitter está comprometido para que um debate saudável possa ocorrer durante a campanha eleitoral britânica. Internacionalmente, temos regras que proíbem comportamentos enganosos, mesmo com contas certificadas", disse um porta-voz da rede social.

"Qualquer nova tentativa de enganar as pessoas modificando informação certificada, como foi feito durante o debate sobre as eleições no Reino Unido, levará a sanções", acrescentou a rede social.

O porta-voz do partido democrata liberal, Tom Brake, denunciou uma manobra "que saiu diretamente do manual de Donald Trump, ou de Vladimir Putin", presidentes americano e russo, respectivamente.

Os eleitores sabem que não podem "acreditar em uma palavra do que Boris Johnson ou os conservadores dizem", acrescentou.

- Desprezo pela verdade -

O deputado trabalhista David Lammy considerou que esta questão destaca o "desprezo" do Partido Conservador e do governo "pela verdade".

O ministro das Relações Exteriores, Dominic Raab, respondeu, afirmando que o ato foi uma maneira de o partido refutar, em tempo real, os "absurdos" proferidos, segundo ele, por Jeremy Corbyn. Quem viu a controversa conta no Twitter "mais de uma fração de segundo não pode ser enganado", disse ele à BBC.

Desde a noite de terça-feira, a associação independente de controle de informações Full Fact alertou os usuários.

O CEO da Full Fact, Will Moy, estimou nesta quarta-feira (20), em entrevista à Rádio BBC 4, que o Twitter poderia ter renomeado a conta conservadora "à força". Mas, segundo ele, não é a responsabilidade da rede social que está em jogo, mas da parte que "escolheu" se passar por uma conta de "verificação de informações".

"Não publicavam informações precisas", mas "as linhas do partido", denunciou. "Mudaram suas cores, mudaram de nome, mudaram de logotipo para algo que não se assemelhava ao partido conservador", completou.

Já a comissão eleitoral do Reino Unido reiterou seu apelo aos militantes para que ajam de maneira "responsável" e respeitem a "transparência".

Em uma carta escrita antes da polêmica, que poderia colocar em risco a confiança dos eleitores nos líderes políticos, os arcebispos de York e Canterbury pediram ontem que os candidatos "debatam com respeito, sem recorrer a ataques pessoais, e se comportem de maneira responsável, principalmente nas redes sociais".

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, pediu desculpas neste domingo (3) por não ter realizado o Brexit em 31 de outubro, como prometido, na véspera da campanha para as eleições legislativas de 12 de dezembro, nas quais espera alcançar a maioria.

Jonhson chegou ao poder em julho com a promessa de um Brexit "a qualquer custo" no final de outubro, e disse que preferia estar "morto no fundo de uma vala" em vez de solicitar uma terceira extensão.

Mas foi forçado a ceder e pedir aos europeus uma nova data até 31 de janeiro, já que o acordo de divórcio que ele negociou não foi aprovado pelo Parlamento britânico.

O líder conservador expressou seu "profundo pesar" neste domingo diante das câmeras da Sky News e defendeu seu acordo, que tem sido criticado por seu aliado americano Donald Trump e seu rival Nigel Farge, chefe do Partido do Brexit.

Trump estimou na quinta-feira na rádio britânica LBC que o texto não permitia a conclusão de um "acordo comercial com o Reino Unido".

"Não desejo denegrir o presidente (americano), mas, nesse caso, comete um erro evidente. Qualquer pessoa que olhar para esse acordo pode verificar que é um acordo excelente", respondeu Johnson.

Por sua vez, Farage, pediu que ele abandonasse seu acordo e se juntasse a ele em uma aliança em favor de um divórcio franco com a UE, algo que Johnson rejeitou.

Enquanto Farage anunciou neste domingo que não será candidato nas próximas eleições, informou que apresentará outros para enfrentar o Partido Conservador.

- Conservadores lideram -

O principal partido da oposição, o Partido Trabalhista, também pretende jogar suas cartas.

Entre quarta e sexta-feira, subiu seis pontos nas pesquisas, passando para 27% nas intenções de voto, de acordo com uma pesquisa do YouGov para o The Sunday Times.

Apesar disso, ainda segue muito atrás do Partido Conservador, que lidera as pesquisas com 39% das intenções de voto.

Se chegar ao poder, o Partido Trabalhista pretende renegociar um acordo de saída da UE e submetê-lo ao voto britânico, uma proposta que Johnson chamou de "louca".

O primeiro-ministro alerta para o risco de adiar ainda mais o Brexit, pelo qual 52% dos britânicos votaram em 2016.

Os liberais-democratas, determinados a anular o Brexit, têm 16% das intenções de voto, de acordo com o YouGov, enquanto o apoio ao Partido do Brexit caiu de 13% para 7%.

Boris Johnson defendeu seu governo que "propõe um acordo preparado e uma maneira de implementá-lo imediatamente em meados de dezembro, se alcançarmos a maioria".

"Não há razão" - disse ele - para estender o período de transição após o Brexit além da data prevista para dezembro de 2020, pois as negociações comerciais "deverão ser muito simples".

O líder conservador, contrário a um novo referendo sobre o Brexit, também se opõe a uma nova consulta popular sobre a independência da Escócia, manifestada por milhares de escoceses no sábado em Glasgow.

Durante um referendo em 2014, os unionistas venceram com 55%. Mas a primeira-ministra escocesa e líder do partido de independência SNP, Nicola Sturgeon, acredita que o Brexit mudou a situação, já que 62% dos escoceses votaram contra a saída da UE.

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O primeiro-ministro britânico Boris Johnson se prepara para eleições "difíceis", após a votação dos deputados que aprovou a convocação de legislativas antecipadas em dezembro, em mais uma tentativa de resolver a questão do Brexit.

Após três votações contrárias, os deputados aprovaram na terça-feira (29) por ampla maioria a organização de eleições em 12 de dezembro para tentar solucionar a complexa questão do Brexit, que divide o país desde o referendo de 2016.

"É hora de o país se unir, aplicar o Brexit e avançar", disse Boris Johnson a um grupo de políticos conservadores. "Serão eleições difíceis e vamos fazer o melhor possível", acrescentou.

O premier aspira conquistar a maioria absoluta no Parlamento, que seu atual governo não tem, e se apresenta como o grande defensor do Brexit.

Em caso de vitória ampla, Johnson terá o caminho livre para aprovar o acordo de divórcio negociado com a União Europeia (UE) – cuja ratificação fracassou no Parlamento – e cumprir a promessa de retirar o Reino Unido do bloco.

Apesar de sua promessa de aplicar o Brexit "aconteça o que acontecer" em 31 de outubro, o primeiro-ministro foi obrigado a solicitar um novo adiamento de três meses aos europeus.

Johnson lidera as pesquisas, com 10 pontos de vantagem, mas as eleições representam um risco. Muitos 'tories' ainda recordam quando, em 2017, a ex-primeira-ministra Theresa May era favorita, mas os conservadores perderam cadeiras.

Johnson pode perder votos entre a ala mais pró-UE de seu eleitorado, assim como no setor que deseja um Brexit duro, que poderia optar pelo novo partido de Nigel Farage.

John Curtice, professor da universidade escocesa de Strathclyde, resume: "São eleições com duas opções, Johnson sim ou Johnson não".

Os trabalhistas, principal partido de oposição, querem vencer para negociar um novo acordo com a UE e submetê-lo a um referendo. Em caso de rejeição o Brexit seria anulado.

O partido independentista escocês SNP, pró-UE, também deseja um novo referendo e espera retomar o debate da questão da independência da Escócia.

O Partido Liberal-Democrata, em um bom momento nas pesquisas, promete anular diretamente o Brexit.

As eleições gerais, que em tese deveriam acontecer apenas em 2022, serão as terceiras em apenas quatro anos, após a votação antecipada de 2017, também provocada pelo Brexit, dois anos depois das eleições de 2015.

A convocação das eleições ainda depende do aval da Câmara dos Lordes nesta quarta-feira, algo considerado apenas uma formalidade. O Parlamento deve ter a dissolução anunciada em 6 de novembro.

Os deputados britânicos apoiaram o princípio de acordo alcançado por Boris Johnson para o Brexit, mas rejeitaram nesta terça-feira (22) o exame acelerado do texto solicitado pelo primeiro-ministro, o que reduz as possibilidades de uma saída da UE com um acordo até 31 de outubro.

Johnson obteve um aval preliminar à legislação para implementar o acordo de saída da União Europeia, que havia fechado na semana passada com Bruxelas.

Por 329 votos contra 299, os mesmos deputados que haviam rejeitado o tratado em três ocasiões durante o governo de Theresa May, aprovaram agora a análise do projeto.

Mas Johnson queria que o texto fosse votado rapidamente, em apenas três dias, para permitir a efetivação do Brexit até 31 de outubro, o que foi rejeitado pelos deputados (322 a 308 votos).

Destacando que "pela primeira vez nesta longa saga, esta Câmara (...) se uniu e aceitou um acordo", Johnson deixou o futuro do processo nas mãos da UE, devido à dificuldade de encerrar o processo até o dia 31.

O primeiro-ministro disse aos deputados que perguntará a seus sócios europeus sobre suas intenções. "Até que tomem uma decisão, vamos suspender esta legislação".

"De um modo ou de outro, sairemos da UE com este acordo que a Câmara acaba de dar seu aval", afirmou Johnson.

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, recomendou aos líderes do Bloco que aceitem um novo adiamento da data de saída do Reino Unido.

"Recomendo aos líderes dos 27 membros da União Europeia a aceitar a solicitação britânica de um novo adiamento da data de saída e proponho que se decida por um procedimento escrito", sem a necessidade de convocar uma cúpula, ressaltou em mensagem postada em sua conta no Twitter.

Uma reunião entre os embaixadores dos países membros da UE foi programada para a manhã desta quarta-feira para analisar a recomendação de Tusk, disse um dos diplomatas à AFP.

Mas não se trata de decidir nesta quarta-feira. Será preciso verificar se todos os países estão de acordo e se é necessária uma nova prorrogação, destacou o diplomata.

Ao defender nesta terça-feira a rápida aprovação do acordo, Johnson disse que é preciso "virar a página e permitir a este Parlamento e a este país começar a se curar" das divisões que se agravam desde que, em 2016, 52% dos britânicos optaram pelo Brexit em um referendo.

"Se o Parlamento se negar a permitir que o Brexit ocorra (...), o projeto de lei terá que ser retirado, e teremos que avançar para eleições gerais", advertiu antes da votação.

No poder há menos de três meses, Johnson tenta convocar legislativas antecipadas desde que perdeu a maioria, em setembro, após a rebelião de 21 deputados conservadores.

Para antecipar as eleições, previstas para 2022, ele precisa, porém, do apoio de dois terços dos deputados. A oposição se nega a aderir até ter certeza de que evitou um caótico Brexit sem acordo no final do mês.

"Um Brexit sem acordo nunca será uma decisão nossa", tuitou mais cedo Tusk, que consultou os líderes da UE "sobre como responder ao pedido britânico" por mais tempo.

O primeiro-ministro britânico Boris Johnson considera que suas negociações com a União Europeia vão fracassar e ele terá que "fazer todo tipo de coisa" para impedir outro adiamento do Brexit, de acordo com uma fonte do governo citada pela revista The Spectator.

"Se o acordo morrer nos próximos dias, não o reviveremos", disse esta fonte próxima a Johnson, que reiterou que ele retirará o Reino Unido da UE em 31 de outubro, sem pedir um terceiro adiamento.

Há semanas crescem as especulações sobre a intenção do primeiro-ministro de encontrar uma brecha na lei aprovada pelo Parlamento britânico em setembro para forçá-lo a solicitar um novo adiamento, na ausência de um acordo em 19 de outubro, logo após a cúpula europeia.

Se for forçado a um novo adiamento, Johnson deve optar por fazer campanha por um Brexit caótico sem acordo nas próximas eleições legislativas antecipadas, segundo afirmou a mesma fonte à revista conservadora.

"Teremos que lutar nas eleições com base em 'não mais demora, que o Brexit seja feito imediatamente'" para evitar a perda de assentos a favor do Partido do Brexit de Nigel Farage, disse a fonte.

Um porta-voz de Downing Street não quis negar ou confirmar as informações, o que levantou suspeitas de que se trata de um vazamento intencional para deixar claro aos outros 27 países europeus a determinação do governo britânico.

Segundo a ex-ministra do Trabalho Amber Rudd, que renunciou ao governo de Johnson em setembro, a fonte parece ser Dominic Cummings, consultor especial do primeiro-ministro e arquiteto da vitória do Brexit no referendo de 2016.

"Peço ao primeiro-ministro que assuma o controle e nos dê alguma clareza, dignidade e diplomacia sobre o que está acontecendo", disse Rudd à rádio BBC.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, apresentou nesta quarta-feira (2) sua "proposta final" sobre o Brexit à União Europeia e pediu a Bruxelas "alguma concessão" para alcançar um acordo. O plano de Johnson não foi bem recebido na Irlanda e muito criticado pelos europeus.

"Hoje, apresentamos em Bruxelas o que acredito que sejam propostas razoáveis e construtivas", disse o premiê no encerramento do congresso anual do Partido Conservador, em Manchester. "Sim, o Reino Unido está fazendo concessões e espero que nossos amigos europeus entendam e façam alguma concessão."

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Seu principal objetivo é substituir a controversa "salvaguarda irlandesa" por outro sistema que permita evitar uma fronteira física entre a Irlanda do Norte, território britânico, e a República da Irlanda, membro da UE, para preservar o acordo de paz de 1998 que acabou com três décadas de conflito sectário na região.

De acordo com a proposta, a Irlanda do Norte conservaria as regulamentações do mercado único europeu sobre a livre circulação de produtos, incluindo os gêneros agroalimentares. Isso teria o efeito de eliminar a necessidade de controles regulatórios entre a Irlanda do Norte e a Irlanda. A proposta não menciona pessoas, capitais e serviços, que no mercado único também têm livre circulação.

"Isso não é aceitável para o governo irlandês, mas tampouco para a UE em seu conjunto", afirmou a ministra irlandesa de Assuntos Europeus, Helen McEntee. A Irlanda informou ontem que o primeiro-ministro, Leo Varadkar, falou com Johnson por telefone. Para a Irlanda, apesar de "as propostas não alcançarem os objetivos acordados previamente, Varadkar iria estudá-las mais detalhadamente".

A UE tampouco recebeu bem a proposta de Johnson. De acordo com o eurodeputado liberal Guy Verhofstadt, coordenador do Brexit na Câmara Europeia, as alternativas apresentadas por Johnson não foram convincentes. "A primeira avaliação de quase todos os membros não foi positiva", disse Verhofstadt após reunião com o negociador-chefe da UE, Michel Barnier. Ele ainda acrescentou que hoje o bloco dirá o que não é aceitável na proposta".

Para Barnier, houve "progresso" nas propostas, mas ainda é insuficiente para um acordo. "Sinceramente, ainda há muito trabalho a ser feito", disse. O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, elogiou a "determinação" de Johnson para evoluir, mas ressaltou que ainda há pontos "problemáticos" na proposta.

As concessões citadas por Johnson a serem feitas pela UE referem-se principalmente ao prazo do Brexit, o qual o premiê britânico não pretende adiar. Ele garantiu ontem que o Reino Unido "abandonará a UE em 31 de outubro, aconteça o que acontecer", ao mesmo tempo em que disse que a alternativa a sua proposta é uma saída do bloco sem acordo.

Mais de três anos depois do referendo de 2016, o complicado processo do Brexit levou o Reino Unido a uma profunda crise política. Negociado com dificuldades pela ex-primeira-ministra Theresa May, o acordo foi rejeitado três vezes pelo Parlamento britânico.

Inicialmente previsto para março, o Brexit já foi adiado duas vezes, uma decisão que exige a aprovação unânime dos outros 27 membros da UE. Os adiamentos levaram à renúncia de May.

Em setembro, o Parlamento britânico aprovou uma lei que obriga Johnson a solicitar outro adiamento na ausência de um acordo até 19 de outubro, pouco depois de uma reunião de cúpula europeia. O primeiro-ministro não explicou de que maneira pretende superar esta barreira. Johnson, que perdeu a maioria parlamentar, deseja convocar novas eleições. (Com agências internacionais).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O primeiro-ministro britânico Boris Johnson apresentará nesta quarta-feira (2), durante o congresso do Partido Conservador, sua "proposta final" sobre o Brexit à União Europeia (UE), com a advertência de que se a oferta for rejeitada o Reino Unido abandonará o bloco sem um acordo no final do mês.

Downing Street afirmou que a proposta, que será detalhada durante o discurso de encerramento do congresso em Manchester, norte da Inglaterra, permitiria um acordo "justo e razoável".

"Mas se Bruxelas não iniciar o diálogo a respeito, este governo deixará de negociar até a saída da UE em 31 de outubro", advertiu em um comunicado.

O principal objetivo da proposta é substituir a controversa "salvaguarda irlandesa" por outro sistema que permita evitar uma fronteira dura entre a província britânica da Irlanda do Norte e a República da Irlanda – país membro da UE – para preservar o acordo de paz de 1998 que acabou com três décadas de conflito violento na região.

O plano de Johnson, que teve alguns trechos vazados e foi recebido com frieza em Dublin, foi chamado nesta quarta-feira de "ultimato" pelo jornal The Sun e de "ameaça" pelo The Guardian.

Mais de três anos depois do referendo de 2016, o complicado processo do Brexit levou o Reino Unido a uma profunda crise política, que inclui a ameaça de uma saída brutal da UE, o que teria consequências caóticas para a economia e a sociedade.

O acordo, negociado com dificuldades pela ex-primeira-ministra Theresa May, foi rejeitado três vezes pelo Parlamento britânico: os eurocéticos consideram que faz concessões "inaceitáveis" à UE, enquanto os pró-europeus afirmam que suas condições são piores que aquelas que o país tem atualmente como integrante do bloco.

O jornal Daily Telegraph informou que a proposta de Johnson consistiria em deixar a Irlanda do Norte no mercado único europeu até 2025, mas mantendo a região em uma união alfandegária com o Reino Unido.

Desta maneira existiriam duas fronteiras: controles alfandegárias entre as duas Irlandas e controles regulamentares entre as ilhas da Irlanda e da Grã-Bretanha.

"Isto não será aceitável para o governo irlandês, mas tampouco para a UE em seu conjunto", afirmou a ministra irlandesa de Assuntos Europeus, Helen McEntee.

A perspectiva de reinstaurar uma fronteira na ilha da Irlanda em caso de Brexit sem acordo preocupa particularmente o governo de Dublin, que considera a medida uma ameaça à frágil paz estabelecida há duas décadas entre os republicanos católicos – partidários da reunificação da ilha – e os unionistas protestantes, leais à coroa britânica.

O premiê britânico, Boris Johnson, negou, nesta quinta-feira, 12, ter mentido para rainha Elizabeth II sobre as razões que motivaram a medida que suspendeu o funcionamento do Parlamento do Reino Unido por cinco semanas, às vésperas do Brexit.

A suspensão até 14 de outubro - que, segundo o porta-voz, acontecerá independentemente do resultado da votação - provocou uma onda de indignação no Reino Unido quando foi anunciada no fim de agosto por Johnson, acusado de realizar manobras para conduzir o país para um Brexit sem acordo no dia 31 de outubro.

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O poder para suspender - ou, no termo técnico, prorrogar - o Parlamento é da rainha - que, segundo a convenção britânica, age sob recomendação do primeiro-ministro.

O questionamento a Johnson vem após o mais alto tribunal da Escócia considerar a suspensão ilegal. A Suprema Corte do Reino Unido vai julgar a questão no dia 17 de setembro.

"Absolutamente não. Não menti", declarou o premiê em resposta.

Cenário

Johnson se reuniu com a rainha Elizabeth no dia 28 de agosto. Na ocasião, ele disse que não queria esperar até depois do Brexit "antes de continuar com nossos planos para levar o país adiante".

Ele também afirmou, ainda, que haveria "tempo suficiente" para os parlamentares debaterem a separação da União Europeia depois da retomada das atividades, no dia 15 de outubro, segundo a BBC.

O prazo para o Reino Unido deixar o bloco europeu é 31 de outubro. Com a aprovação da rainha à suspensão do Parlamento, os parlamentares passaram a ter menos de 20 dias para tentar impedir um Brexit sem acordo.

Antes que a casa fosse fechada, eles conseguiram aprovar um projeto de lei - que recebeu a aprovação final da rainha na segunda, 9 - contra a saída sem acordo em 31 de outubro.

Na prática, isso faz com que o primeiro-ministro seja forçado a pedir uma extensão do prazo para o Brexit se nenhum acordo for fechado até o dia 19 de outubro. Johnson afirmou, entretanto, que não pediria adiamento de prazo.

O Parlamento interrompeu as atividades na segunda-feira. O governo britânico já afirmou que vai recorrer da decisão na Suprema Corte de Londres.

A decisão de Johnson vem causando polêmica e protestos no país. O premiê determinou a suspensão porque temia que o Parlamento tentasse impedir o Brexit sem um acordo. Ele já afirmou que tiraria os britânicos da união com ou sem um trato.

Na quarta-feira, 11, membros do Parlamento publicaram um documento que alertava sobre uma possível escassez de alimentos e combustíveis se o Reino Unido saísse da União Europeia sem o acordo, segundo a BBC. COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O primeiro-ministro Boris Johnson entrou em uma nova queda de braço com o Parlamento britânico nesta quarta-feira (4), após a derrota humilhante na véspera em sua estratégia para o Brexit.

Hoje, os deputados devem se pronunciar sobre um projeto de lei para impedir uma saída da União Europeia (UE) na ausência de um acordo, como defende o premiê. O objetivo é rejeitar a proposta de eleições antecipadas apresentada por Boris Johnson, cada vez mais pressionado.

Após assumir o controle da agenda parlamentar do governo, ontem, um grupo de opositores se preparava para apresentar e votar o projeto de lei que obrigará o Executivo a pedir um novo adiamento do Brexit, desta vez de três meses, até 31 de janeiro. O adiamento aconteceria caso não se chegue a um novo acordo com Bruxelas antes de 19 de outubro.

Depois de atingir na terça-feira seu nível mais baixo em três anos, a libra esterlina subia mais de 1% frente ao dólar por volta de meio-dia (horário local). Os mercados antecipam que o texto será aprovado, já que a oposição conta com o apoio de 21 conservadores rebeldes. Ontem, eles votaram contra o governo para permitir a introdução do projeto de lei na Casa.

Em meio à confusão, os dissidentes foram imediatamente expulsos da bancada parlamentar conservadora por Johnson, que respondeu pedindo a convocação de eleições legislativas antecipadas. Entre eles, estão Nicholas Soames, neto de Winston Churchill, ídole de Johnson, e o ex-ministro das Finanças Philip Hammond.

Para antecipar as eleições - previstas para 2022 -, o governo precisa do apoio de dois terços da Câmara dos Comuns e, nesta quarta, parecia longe de alcançar este número.

- Suspensão "legal" -

Os britânicos decidiram sair da UE com 52% dos votos na consulta popular realizada em junho de 2016.

Inicialmente previsto para ser concluído em março passado, o Brexit foi adiado duas vezes diante da rejeição do Parlamento ao Tratado de Retirada negociado pela então premiê Theresa May.

Johnson chegou ao poder em 24 de julho, com a garantia de que vai tirar o país da UE em 31 de outubro - com, ou sem, acordo.

Muitos deputados de todo espectro político temem as consequências de uma saída brutal do bloco, que deixará o país com escassez de alimentos frescos, medicamentos e outros produtos importados, ao mesmo tempo em que o fará perder milhões de dólares em exportações.

Determinados a conter Johnson, os deputados da chamada "aliança rebelde" votarão sua proposta em três turnos consecutivos e no mesmo dia. Eles correm contra o relógio, já que o premiê anunciou que suspenderá os trabalhos parlamentares entre a segunda semana de setembro e 14 de outubro. E o texto ainda precisar se aprovado pelos Lordes, a Câmara Alta do Parlamento.

Também nesta quarta, a mais alta instância judicial civil da Escócia declarou legal a suspensão do Parlamento decidida pelo primeiro-ministro. "Do meu ponto de vista, não há infração da lei", disse o juiz.

A decisão da Justiça traz um pequeno alívio para Boris Johnson, depois de uma terça-feira infernal, na qual perdeu sua maioria absoluta. Por 328 votos contra 301, foi aprovada uma moção que permite aos deputados assumirem o controle da agenda parlamentar, normalmente da alçada do Executivo.

Graças a esta moção, eles apresentam hoje, até o fim do dia, um projeto de lei que obriga o primeiro-ministro a pedir à UE um novo adiamento do Brexit para 31 de janeiro de 2020, caso nenhum acordo de retirada seja concluído com Bruxelas nas próximas semanas.

Nesta quarta de manhã, a maioria dos jornais britânicos afirmava que Boris Johnson "perdeu o controle" sobre o processo do Brexit.

- Perda de confiança -

Se os parlamentares dissidentes conseguirem impor um adiamento do Brexit, Boris Johnson submeterá à votação da Câmara uma moção para convocar eleições legislativas antecipadas.

Avaliando que um adiamento seria "uma capitulação", o primeiro-ministro desafiou o líder da oposição, Jeremy Corbyn, a apoiar a realização de eleições em 15 de outubro "para permitir ao povo deste país manifestar sua opinião".

"O nível de confiança em Boris Johnson é muito, muito baixo", declarou Keir Starmer, responsável pelo Brexit no Partido Trabalhista, principal sigla da oposição. "Queremos uma eleição geral", mas "não votaremos com Johnson hoje", disse ele à emissora ITV.

"A estratégia evidente para a oposição é deixar o governo cozinhar", avaliou o professor de Ciência Política John Curtice, da Universidade de Strathclyde. Segundo ele, é preciso esperar para ver "se Boris Johnson encontrará outros meios para organizar uma eleição".

O primeiro-ministro britânico Boris Johnson perdeu sua maioria parlamentar antes de uma votação crucial do Brexit nesta terça-feira, depois que o parlamentar conservador Phillip Lee desertou para as fileiras dos democratas liberais pró-UE.

"Os liberais democratas têm o prazer de anunciar que o deputado Phillip Lee, de Bracknell, se juntou ao partido", afirmou o partido em comunicado.

"O governo conservador está buscando um Brexit prejudicial, colocando vidas em risco ... e ameaçando injustificadamente a integridade do Reino Unido", declarou Phillip Lee, por sua vez, também no comunicado.

Johnson, por sua vez, afirmou que viajará à Irlanda na próxima semana, depois de dizer que o progresso das conversações sobre o Brexit estão centradas na controvertida fronteira irlandesa.

"Discutirei com o primeiro-ministro Leo Varadkar quando o vir em Dublin na segunda-feira", afirmou Johnson ante o Parlamento, anunciando que esta será sua primeira visita ao país vizinho desde que chegou ao poder em julho.

Os líderes do G7 estarão neste sábado (24) em Biarritz no centro das atenções da comunidade internacional, que espera soluções concretas para as crises que agitam o planeta: guerra comercial, Irã ou os incêndios na Amazônia.

Um a um, os líderes do clube das grandes democracias liberais chegaram ao sudoeste da França, sendo Donald Trump o último a bordo do Air Force One, que aterrissou ao meio-dia em Bordeaux.

Juntamente com o presidente americano, Angela Merkel, Boris Johnson, Giuseppe Conte, Shinzo Abe e Justin Trudeau marcarão o início da cúpula em um jantar informal organizado por Emmanuel Macron no farol de Biarritz com vista para o Atlântico.

Vão discutir um tema que se impôs de última hora: a multiplicação dos incêndios florestais na Amazônia.

Neste sentido, Macron apelou a "uma mobilização de todas as potências" para ajudar o Brasil e os demais países afetados a lutar contra os incêndios florestais na Amazônia e para investir no reflorestamento das regiões atingidas.

"Devemos responder ao apelo da floresta (...) da Amazônia, nosso bem comum (...) então vão agir"

As negociações podem ser delicadas, depois que Macron acusou o presidente brasileiro Jair Bolsonaro de "mentir" sobre seus compromissos climáticos e de "inação" diante dos incêndios.

Suas críticas podem contrariar Donald Trump, de quem Jair Bolsonaro é um firme defensor no cenário internacional.

Berlim também manifestou relutância ao anúncio de que Paris bloquearia o projeto de acordo comercial entre a UE e o Mercosul, um assunto que será abordado durante a reunião entre Angela Merkel e Emmanuel Macron à tarde.

Mas o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, presente em Biarritz, reconheceu que seria "difícil imaginar" que a UE ratifique tal acordo enquanto o Brasil "permitir a destruição" da Amazônia.

- Trump imprevisível -

Os milhares de diplomatas e jornalistas presentes em Biarritz aguardam para ver qual será a atitude do imprevisível presidente americano sobre outras questões.

Antes de voar para a França, Trump pareceu otimista. "Acho que será muito produtivo", disse ele a repórteres.

Mas o republicano brandiu a ameaça de retaliação à imposição de um imposto francês sobre os gigantes americanos do setor de alta tecnologia.

"Eu não gosto do que a França fez", lançou. "Eu não quero que a França imponha impostos às nossas sociedades, é muito injusto". "Se o fizerem, vamos impor tarifas sobre seus vinhos", disse ele.

Donald Tusk reagiu, dizendo que a UE estava pronta para retaliar se Washington colocar sua ameaça em ação.

Os debates se anunciam acirrados sobre a taxação dos gigantes digitais, o impulso à economia global ou as tensões comerciais entre Pequim e Washington, após a imposição de novas tarifas por ambos os lados.

Sobre o programa nuclear do Irã, outra questão espinhosa, Macron informará seus colegas do conteúdo de seu encontro com o chefe da diplomacia iraniana, Mohammad Javad Zarif.

Outro evento importante, o encontro no domingo entre Donald Trump e o novo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.

A Casa Branca disse que Donald Trump está "muito animado" com a ideia de discutir com Boris Johnson o futuro acordo de livre comércio entre os dois países após o Brexit.

Diante da multiplicidade de temas, os organizadores franceses tentarão avançar questões substantivas que serão tema de sessões especiais: o combate à desigualdade, a educação na África ou a proteção dos oceanos.

Com a esperança de alcançar "iniciativas concretas", compartilhadas com os líderes convidados, como o indiano Narendra Modi ou seis chefes de Estado africanos.

- Opositores mobilizados -

À margem da cúpula, milhares de opositores ao encontro do G7 em Biarritz iniciaram em Hendaye, no sudoeste da França, uma manifestação que os levará à cidade espanhola de Irun, em uma marcha de 4 km autorizada pelas autoridades.

Os organizadores esperam reunir "pelo menos 10 mil pessoas" em um protesto que começou no porto de Hendaye, sob uma atmosfera calma.

Os manifestantes agitavam numerosas bandeiras bascas (ikurriñas vermelhas, verdes e brancas) num protesto que reúne militantes anti-capitalistas, alter-globalistas, ecologistas e nacionalistas bascos, bem como dezenas de "coletes amarelos".

"É importante mostrar que a população está se mobilizando e que não está de acordo com o mundo que eles nos propõem", disse Elise Dilet, manifestante de 47 anos que milita na associação basca Bizi.

"Queremos que a manifestação seja totalmente pacífica e, embora temamos alguns incidentes, faremos todo o possível para que isso não aconteça", acrescentou.

Na sexta-feira à noite ocorreram os primeiros confrontos entre manifestantes e as forças de segurança em Urruña, perto do campo onde é realizada a cúpula alternativa ao G7. Os manifestantes jogaram projéteis na polícia, que usou gás lacrimogêneo e balas de borracha. Dezessete pessoas foram presas e quatro policiais ficaram levemente feridos.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, se reunirá nesta quarta-feira (31) com os líderes dos principais partidos políticos da Irlanda do Norte, onde tentará acalmar as preocupações sobre o futuro da fronteira irlandesa no caso de um Brexit sem acordo.

Johnson, que chegou a Belfast na terça-feira (30) à noite, discutirá com os líderes partidários na província britânica para encontrar uma solução para a falta de um executivo local, que dura desde janeiro de 2017.

Mas a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) será a questão chave da sua visita.

Quando o Brexit entrar em vigor, os 500 quilômetros que separam a Irlanda do Norte da República da Irlanda, membro da UE, se tornarão a única fronteira terrestre entre o bloco comunitário e o Reino Unido.

Boris Johnson telefonou na terça-feira ao seu colega irlandês, Leo Varadkar, para assegurar que seu governo "nunca" estabelecerá controles físicos na fronteira, mesmo no caso de um Brexit sem acordo e, portanto, sem a "salvaguarda irlandesa" prevista no Acordo de Retirada concluído entre Bruxelas e a ex-primeira-ministra Theresa May.

Este mecanismo é um dispositivo de último recurso para garantir que, se não for encontrada uma solução melhor, não haverá o restabelecimento de uma fronteira física entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda.

Graças a ele, seria criado um "território aduaneiro único", que incluiria a UE e o Reino Unido, e a Irlanda do Norte permaneceria em linha com uma série de regras do mercado único europeu, como normas sanitárias e controles veterinários.

Este é precisamente um dos principais pontos de discórdia sobre o Brexit, principalmente para o pequeno partido unionista norte-irlandês DUP, um aliado indispensável dos conservadores no Parlamento.

A formação é contra a Irlanda do Norte receber um tratamento diferente do da Grã-Bretanha, algo que acredita que abriria caminho para a reunificação com a Irlanda, seu maior pesadelo.

Para Johnson, a "salvaguarda irlandesa está morta". Portanto, quer renegociar o acordo de saída sem este dispositivo, algo que a UE exclui.

Varadkar assinalou na terça-feira que a salvaguarda é "necessária", mesmo que "algumas soluções alternativas" possam ser consideradas no futuro, caso sua eficácia seja demonstrada.

Um Brexit sem acordo deixará a fronteira em uma situação confusa e representará um grande risco à economia da Irlanda, separando-a de seu principal parceiro comercial.

Em sua visita, o primeiro-ministro britânico também planeja discutir o risco de um ressurgimento da violência na Irlanda do Norte.

Varadkar apontou que um Brexit sem acordo tornaria mais provável a reunificação da Irlanda do Norte com a República da Irlanda.

"Nacionalistas moderados ou católicas moderados, que estão mais ou menos felizes com o status quo, olharão com mais atenção para uma Irlanda unida", assegurou.

"A fronteira foi o ponto de convergência de numerosos atos de violência durante o conflito na Irlanda do Norte", declarou em abril à AFP Gemma Clark, professora de história na Universidade de Exeter. "É um símbolo que os republicanos detestam".

O conflito da Irlanda do Norte envolveu republicanos nacionalistas - católicos e partidários da reunificação da Irlanda - contra os unionistas - protestantes e partidários da permanência na Coroa Britânica. Deixou cerca de 3.500 mortos até os acordos da Sexta-Feira Santa de 1998.

A morte, em abril, da jornalista Lyra Mckee em Londonderry, cidade localizada na fronteira com a Irlanda, cuja responsabilidade foi reconhecida pelo grupo dissidente republicano Nova IRA, alimentou ainda mais esses medos.

O novo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, nomeou seu irmão para um cargo no governo. Jo Johnson, de 47 anos, assumiu nesta terça-feira, 30, o cargo de secretário de Estado da Economia, Energia e Indústria durante o mandato de seu irmão mais velho. A decisão de nomear o irmão foi criticada por jornais britânicos e também por parlamentares de oposição.

Não é a primeira passagem de Jo Johnson por gabinetes ministeriais. Em 2013, ele foi nomeado para o cargo de Secretário das Universidades e Ciência pelo ex-premiê David Cameron, e em 2018, na gestão Theresa May, foi Secretário dos Transportes.

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Apesar da experiência, Jo Johnson foi criticado por ter mudado de ideia diversas vezes sobre o Brexit ao longo dos últimos três anos. Primeiro, ele foi contrário à saída do Reino Unido da União Europeia. Depois, em 2018, se posicionou contra uma saída dura, sem acordo, da UE. Agora, ele se juntou ao gabinete de ministros do irmão - que já declarou ser favorável a uma saída sem acordo do Reino Unido.

Além de nomear o próprio irmão como ministro, Boris Johnson exonerou 11 membros do governo anterior. Suas vagas foram preenchidas por políticos conservadores e "eurocéticos" - que não confiam na União Europeia.

Os jornais ingleses repercutiram negativamente as escolhas de Johnson. O The Times afirmou que as mudanças são "o mais brutal purgatório do governo na história política moderna". Enquanto isso, o Daily Telegraph chamou a reformulação do governo de "massacre político". Por fim, o The Guardian disse que as mudanças simbolizam uma "limpeza histórica".

O Financial Times considera que Boris Johnson "rasgou" o executivo anterior e colocou no seu lugar uma formação "hardcore" de 'brexiteers', o nome dado aos defensores da saída do Reino Unido da União Europeia (UE).

O novo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, conduz nesta quinta-feira (25) seu primeiro conselho ministerial, na primeira etapa de sua batalha pelo Brexit, que ele promete resolver em três meses.

Em uma guinada à direita, o conservador se livrou de uma grande parte do time de sua antecessora Theresa May e nomeou para os principais ministérios fervorosos defensores do Brexit, como Dominic Raab, de 45 anos, que herdou a diplomacia britânica, Priti Patel, 47, nova ministra do Interior, ou Jacob Rees-Mogg, 50, encarregado das relações com o Parlamento.

"É o expurgo mais brutal da história política moderna", disse o jornal conservador Times. "Massacre ministerial", comentou o tabloide Daily Mail.

Este governo é "o mais à direita desde os anos 1980", observou o Daily Mirror (esquerda).

Entre os ministros do gabinete anterior, Steve Barclay, outro eurocético, será encarregado do Brexit, e Matt Hanock no comando da Saúde.

Fiel ao seu estilo impulsivo, Boris Johnson prometeu "deixar a União Europeia [UE] em 31 de outubro, sem condições", durante seu primeiro discurso em Downing Street na quarta-feira.

Nesta quinta, no final da manhã, falará aos deputados britânicos antes do recesso de verão, que começa à noite e termina em 3 de setembro.

O dia 31 de outubro é o prazo limite fixado após duas extensões do Brexit, inicialmente previsto para 29 de março e adiado depois que os deputados rejeitaram o acordo concluído por Theresa May com Bruxelas.

Boris Johnson reiterou que está disposto a deixar o bloco europeu sem acordo, para responder à frustração dos 52% dos britânicos que votaram pela saída da UE em junho de 2016.

O novo primeiro-ministro diz que é capaz de obter um "acordo melhor" do que o negociado por May, sem a polêmica cláusula do "backstop" irlandês, uma solução de último recurso que visa evitar a reimposição dos controles na fronteira entre a província britânica da Irlanda do Norte e a República da Irlanda após o Brexit.

- Menos de 100 dias -

Para Anand Menon, professor de política europeia no King's College de Londres, é "difícil ver como será possível alcançar suas reivindicações" no período de tempo que ele tem.

O prazo para o Brexit é de menos de cem dias e Boris Johnson descartou qualquer novo adiamento.

"Sugerir que pode haver um novo acordo, negociado em poucas semanas ou meses, não é realista", reagiu o primeiro-ministro irlandês Leo Varadkar, que espera para ver se Johnson "poderá fornecer detalhes sobre alguns de seus slogans".

"Estou ansioso pelo nosso encontro para discutir - em detalhes - nossa cooperação", escreveu em uma pequena carta Johnson Donald Tusk, que supervisiona o Conselho Europeu, a instituição que reagrupa os chefes de Estado e de governo da UE.

Enquanto Boris Johnson é muito popular entre os membros do Partido Conservador, que o elegeu com 66% dos votos, gera grande divisão entre a opinião pública e dentro de sua bancada parlamentar.

O ex-ministro das Finanças Philip Hammond que retornou às suas funções como deputado, prometeu impedir uma saída do Reino Unido sem acordo.

Jeremy Corbyn, líder do Partido Trabalhista, convocou uma manifestação na tarde desta quinta-feira para pedir eleições legislativas antecipadas.

Embora tenha apenas uma maioria de dois assentos no Parlamento, graças ao apoio dos dez deputados do partido unionista norte-irlandês DUP, é improvável que Boris Johnson convoque essas eleições.

John Curtice, professor de política na Universidade de Strathclyde, estima que este seria um "erro terrível para os conservadores", em uma análise publicada no site do jornal conservador The Telegraph.

Os conservadores mal alcançam 25% das intenções de voto de acordo com pesquisas recentes.

Boris Johnson se tornou oficialmente, nesta quarta-feira, o novo primeiro-ministro britânico depois de ter sido recebido pela rainha Elizabeth II e prometeu concluir o Brexit "custe o que custar".

"Vamos cumprir a promessa feita pelo parlamento à população e deixar a UE em 31 de outubro, incondicionalmente", declarou Johnson em seu primeiro discurso diante de Downing Street.

Uma foto divulgada pelo Palácio de Buckingham em um comunicado mostra Johnson se curvando e apertando a mão da rainha ao assumir o novo cargo.

Johnson, que é o 14º primeiro-ministro britânico a servir sob o comando da rainha Elizabeth II, teve de passar por um grupo de ambientalistas que formaram uma corrente humana para dificultar seu percurso até o palácio.

Momentos antes, a ex-primeira-ministra britânica Theresa May formalmente apresentou sua renúncia à rainha Elizabeth II.

Mais cedo, ela afirmou que obter um Brexit "aceitável para todo o Reino Unido" é a "prioridade imediata" de seu substituto, Boris Johnson.

May falou à imprensa em Downing Street pela última vez como chefe de governo, antes de entregar sua renúncia à rainha Elizabeth II.

Boris Johnson se tornou oficialmente nesta quarta-feira o novo primeiro-ministro britânico depois de ter sido recebido pela rainha Elizabeth II, informou o Palácio de Buckingham em um comunicado.

Uma foto divulgada pelo palácio mostra Johnson se curvando e apertando a mão da rainha.

O presidente Jair Bolsonaro parabenizou nesta terça-feira (23), em sua conta no Twitter, a eleição do ex-ministro do Exterior britânico, Boris Johnson, como sucessor da premiê Theresa May na liderança do Partido Conservador. Por consequência, Johnson será o novo chefe de governo do país.

“Parabéns @BorisJohnson, novo Primeiro-Ministro do Reino Unido, eleito com o compromisso louvável de respeitar os desígnios do povo britânico. Conte com o Brasil na busca por livre comércio, na promoção da prosperidade para nossos povos, e na defesa da liberdade e da democracia”, escreveu Bolsonaro.

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Johnson superou o atual ministro do Exterior, Jeremy Hunt, ao final de uma votação realizada nas últimas quatro semanas, entre 160 mil afiliados da legenda. Durante a campanha, Johnson prometeu obter sucesso nos pontos em que May falhou e levar o Reino Unido para fora da União Europeia (UE) em 31 de outubro, com ou sem acordo.

Vários ministros conservadores do gabinete de May anunciaram preferir a renúncia a colaborar com um governo que vise um chamado Brexit duro, resultado que, segundo economistas, pode levar ao colapso o comércio do Reino Unido e mergulhá-lo numa recessão.

Entre eles, o ministro da Economia, Philip Hammond, e o chefe da pasta da Justiça, David Gauke.

May renunciou em 7 de junho deste ano depois que o parlamento britânico rejeitou repetidamente o acordo de retirada da União Europeia que ela acertou com o bloco europeu.

Johnson insiste que conseguirá levar a UE à renegociação do pacto do Brexit – algo que o bloco insiste que não fará –, caso contrário, ele diz estar disposto a retirar os britânicos da UE "aconteça o que acontecer".

O novo primeiro-ministro presidirá uma Câmara dos Comuns na qual a maioria dos membros se opõe a deixar a UE sem um acordo e onde o Partido Conservador não possui uma maioria absoluta.

O futuro primeiro-ministro britânico Boris Johnson, de 55 anos, gerou muita controvérsia nos últimos trinta anos, o que não impediu sua ascensão ao poder.

- Deslize diplomático -

Boris Johnson estava no comando da diplomacia britânica há pouco mais de um ano, quando cometeu, no final de 2017, um deslize no caso de Nazanin Zaghari-Ratcliffe, cidadã iraniana-britânica detida no Irã e acusada de ter participado de manifestações contra o regime islâmico.

Diante de uma comissão parlamentar, o ministro afirmou que ela estava formando jornalistas no momento de sua prisão em abril de 2016, alimentando as acusações de Teerã, enquanto seus parentes sempre disseram que estava de férias.

Boris Johnson acabou voltando atrás em suas observações, mas não escapou dos pedidos de demissão.

- Erro de contas do Brexit -

O seguinte slogan foi escrito em um ônibus que cruzou o Reino Unido durante a campanha do referendo de 23 de junho de 2016: "Nós enviamos 350 milhões de libras para a UE toda semana, vamos financiar nosso NHS", o serviço de saúde público.

Uma avaliação "razoável", segundo Boris Johnson, para quem a saída da UE permitiria "recuperar o controle" desse dinheiro.

Contudo, de acordo com dados da Comissão Europeia, o montante pago pelo Reino Unido foi em média de 135 milhões de libras por semana entre 2010 e 2014: 2,5 vezes menos que os 350 milhões mencionados por "BoJo".

O populista Nigel Farage, outro ferrenho defensor do Brexit, considerou a situação como um "erro de campanha".

Essa aritmética rendeu a Boris Johnson acusações de mentir. O Supremo Tribunal de Londres acabou por rejeitar as acusações, aceitando os argumentos da defesa de Johnson, que denunciou acusações de natureza "política".

- Conta alta -

A ideia era sedutora: construir uma ponte sobre o rio Tamisa. Seriam 366 metros cobertos de árvores e flores. "Um incrível oásis de tranquilidade" em plena Londres, prometeu Boris Johnson em 2014, então prefeito da capital.

Mas o projeto de financiamento, mal montado, fez tudo desmoronar. Apresentado à primeira vista como um "presente" aos londrinos graças à contribuição de fundos privados, o projeto acabou custando dezenas de milhões de libras aos contribuintes britânicos.

Em 2017, seu sucessor Sadiq Khan, assustado com uma fatura que não parava de aumentar, assinou sua sentença de morte.

Como prefeito, Boris Johnson fez outra extravagância ao comprar três canhões de água usados da Alemanha para equipar a polícia britânica, ao custo de mais de 300.000 libras. Nunca utilizados, foram revendidos por um valor trinta vezes menor.

- Sexo, mentira e política -

"Besteira", respondeu Boris Johnson em 2004 quando perguntado sobre um caso extraconjugal com Petronella Wyatt, uma jornalista do Spectator, o jornal semanal do qual era então editor.

Casado e pai de quatro filhos pequenos, Boris Johnson era na época uma das maiores esperanças dos conservadores.

E então o escândalo aumentou ainda mais: a mãe de Petronella, Lady Wyatt, revelou que sua filha havia engravidado e que teve que fazer um aborto. Flagrado na mentira, Boris Johnson foi excluído da liderança do partido.

"Seus dias na política não acabaram", disse na época, premonitório, um porta-voz dos conservadores.

- Declaração que não existiu -

De acordo com o professor universitário Colin Lucas, o rei Edward II "viveu um reinado de devassidão com seu cigano, Piers Gaveston", em um palácio construído em 1325.

Esta citação, publicada em 1988 em um artigo assinado por Boris Johnson enquanto era jornalista no Times, apresenta dois problemas:

1: Gaveston foi executado em 1312. Seria, portanto, impossível estar em um palácio erigido 13 anos depois.

2: Colin Lucas nunca proferiu essa frase.

O Times afastou Boris Johnson por ter inventado a citação.

Mas "BoJo", que acabara de sair da universidade, entrou no Telegraph e tornou-se correspondente em Bruxelas, onde, por meio de exageros e desordem, sacudiu a cobertura das instituições europeias ao narrar as ações mais insólitas do executivo europeu (tamanho de salsichas, banheiros, etc.).

O ex-prefeito de Londres e um dos artífices do Brexit, Boris Johnson, será o próximo primeiro-ministro britânico depois de derrotar o ministro das Relações Exteriores, Jeremy Hunt, segundo resultados anunciados pelo Partido Conservador.

O ex-chefe da diplomacia britânica obteve 92.153 votos dos 159.000 votos dos membros do partido, contra 46.656 votos de Hunt.

Desta forma, torna-se o líder dos conservadores e receberá as chaves de Downing Street na tarde de quarta-feira após uma visita à rainha Elizabeth II.

Tão logo eleito, Johnson prometeu "concluir o Brexit" até o prazo de 31 de outubro.

"Concluiremos o Brexit em 31 de outubro", declarou Johnson momentos depois de vencer as eleições primárias do Partido Conservador, ganhando o direito de substituir a atual premiê Theresa May.

Os britânicos vão saber na terça-feira (23) o nome do sucessor da primeira-ministra conservadora britânica Theresa May, um cargo que parece assegurado para o polêmico Boris Johnson, cuja vitória reforçaria um possível Brexit sem acordo.

Favorito nas pesquisas e entre os militantes do Partido Conservador, Boris Johnson vislumbrou neste domingo (21) uma das dificuldades que o aguardam. O ministro das Finanças, em desacordo com sua estratégia sobre o Brexit, anunciou que renunciará, caso ele vença.

Boris Johnson, de 55 anos, ex-ministro das Relações Exteriores, enfrenta nesta corrida Jeremy Hunt, 52 anos, seu sucessor à frente da diplomacia britânica.

Os 160.000 membros do Partido Conservador devem decidir entre os dois. A votação termina na segunda-feira e o anúncio dos resultados será na terça-feira.

O vencedor será nomeado chefe do Partido Conservador e se apresentará na quarta-feira perante a rainha Elizabeth II, que confiará a ele a responsabilidade de formar um governo.

Principal protagonista da vitória do Brexit no referendo de 23 de junho de 2016, o ex-prefeito de Londres não descarta uma saída da União Europeia (UE) sem acordo em 31 de outubro, data da partida, inicialmente agendada para 29 de março.

Uma estratégia inaceitável para o ministro das Finanças Philip Hammond.

"Se Boris Johnson se tornar o próximo primeiro-ministro, entendo que as condições para estar no seu governo incluem a aceitação de uma saída sem acordo em 31 de outubro, e isso é algo que eu nunca poderei aderir", disse na BBC.

- "Humilhação" -

O ministro informou que renunciará antes mesmo de ser convidado a deixar a pasta. "Tenho certeza de que não serei demitido porque vou renunciar antes", disse ele.

"É muito importante que o primeiro-ministro possa ter um ministro das Finanças com uma linha muito próxima da dele, então pretendo apresentar minha renúncia a Theresa May antes que ela vá ao palácio [de Buckingham] para apresentar sua própria demissão na quarta-feira à rainha", explicou Hammond.

Embora seja improvável que Hammond permaneça no cargo em caso de vitória de Boris Johnson, suas declarações demonstram a oposição que este enfrenta, mas também o medo que pode inspirar um "não acordo".

Deixar abruptamente o bloco europeu constituiria uma "humilhação", estimou o ministro da Justiça, David Gauke, que também anunciou no Sunday Times que renunciaria se Johnson vencesse.

O futuro primeiro-ministro terá a árdua tarefa de triunfar onde May falhou: aplicar o Brexit em um país ainda profundamente dividido sobre o assunto, três anos após o referendo.

Esta divisão ficou clara no sábado, quando dezenas de milhares de pessoas saíram às ruas de Londres para dizer "Sim à Europa" e "Não ao Boris".

"Ele diz besteira, promete absurdos e faz o que lhe agrada", disse um manifestante, Michael Fowler, em referência a Boris Johnson.

O futuro chefe do governo também terá que lidar com as tensões no Golfo e a captura pelo Irã do "Stena Impero", um petroleiro de uma bandeira britânica.

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