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Após uma exaustiva negociação, Reino Unido e Comissão Europeia chegaram nesta quinta-feira (17) a um novo acordo para permitir um Brexit ordenado e o menos traumático possível.

O principal entrave nas tratativas era a questão da Irlanda. A ilha é repartida entre a Irlanda do Norte, território britânico, e a República da Irlanda, Estado-membro da União Europeia, e só foi pacificada em 1998, com o Acordo da Sexta-Feira Santa.

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Um dos pilares desse tratado é a ausência de fronteira física entre as Irlandas, o que acabou virando o ponto mais delicado nas negociações do Brexit. Na gestão de Theresa May, Londres e Bruxelas chegaram a um acordo que previa um mecanismo chamado "backstop".

O sistema tinha como meta evitar o ressurgimento de barreiras físicas na ilha e mantinha a Irlanda do Norte na união aduaneira europeia caso o Reino Unido e a UE não concluíssem um acordo de livre comércio no período de transição do Brexit.

    Os críticos do backstop argumentavam que o mecanismo enfraqueceria Londres nas futuras tratativas comerciais e arriscaria criar duas regulações diferentes no mesmo país.

Em teoria, May teria os votos necessários para seu acordo ser aprovado, mas o backstop desagradou à ala eurocética do Partido Conservador, liderada pelo agora primeiro-ministro Boris Johnson, e ao Partido Unionista Democrático (DUP), legenda norte-irlandesa que dá maioria aos "tories" no Parlamento.

O que mudou? - O acordo alcançado por Johnson enterra o backstop e estabelece um novo modelo para a relação entre as Irlandas.

O novo texto mantém o Reino Unido sob regras europeias até o fim de 2020, com possibilidade de prorrogação desse prazo para eventuais ajustes. Após a transição, a ilha da Grã-Bretanha sairá da UE e da união aduaneira, mas a Irlanda do Norte terá uma espécie de status duplo.

Por um lado, Belfast permanecerá no território aduaneiro do Reino Unido e será incluída em qualquer futuro acordo comercial fechado por Londres. Por outro, será um ponto de entrada para a zona aduaneira europeia.

Ou seja, o governo do Reino Unido aplicará, em nome da UE, tarifas europeias sobre produtos estrangeiros que arrisquem entrar na República da Irlanda e, por consequência, no mercado comum do bloco.

Esse sistema valerá inclusive para bens que sejam modificados. O jornal britânico The Mirror deu um exemplo: se uma empresa da Irlanda do Norte importar açúcar de um país terceiro, colocá-lo em um refrigerante e depois exportar a bebida para a UE, a matéria-prima será taxada em Belfast de acordo com as regras de Bruxelas.

    Um comitê conjunto entre Reino Unido e União Europeia determinará quais bens correm risco de entrar no mercado único.

Não haverá aduanas na ilha, e todos os controles alfandegários serão feitos nos portos. Também haverá isenções para bens pessoais ou de consumo imediato levados por indivíduos que cruzarem a fronteira entre as Irlandas.

Além disso, a Irlanda do Norte continuará alinhada a um número limitados de regras europeias, inclusive no aspecto sanitário.

Esse sistema vigorará até 31 de dezembro de 2024, nos quatro anos após o período de transição. Ainda antes de 2025, a Assembleia da Irlanda do Norte, suspensa desde janeiro de 2017, decidirá por maioria simples se mantém ou não as regras da UE.

O órgão poderá prorrogar o sistema vigente em votações a cada quatro ou oito anos, dependendo do percentual de aprovação. Se as regras europeias forem rejeitadas, elas deixarão de valer depois de dois anos.

Reações - O primeiro-ministro da Irlanda, Leo Varadkar, disse que esse complexo mecanismo é um "bom acordo" tanto para Dublin quanto para Belfast, uma vez que desfaz a hipótese de uma fronteira física e "protege o mercado único". "Recomendarei a aprovação desse compromisso ao Conselho Europeu", acrescentou.

Por outro lado, o DUP, que é essencial para a aprovação do tratado no Parlamento britânico, afirmou que a proposta "não é aceitável", uma vez que manteria parte das mercadorias em circulação na Irlanda do Norte sob regras europeias.

Além disso, o partido afirma que a proposta de dar à Assembleia de Belfast o poder de decidir por maioria simples sobre a questão viola o Acordo da Sexta-Feira Santa, que determina que as deliberações tenham sempre apoio de unionistas e nacionalistas.

Sem os votos do DUP, é improvável que o acordo de Johnson seja aprovado no Parlamento.

Da Ansa

Chegar a um acordo sobre o Brexit nesta semana ainda é possível, embora esteja se tornando cada vez mais difícil, afirmou nesta terça-feira (15) o principal negociador da União Europeia para o Brexit, Michel Barnier.

Ao falar com repórteres antes de uma reunião de chanceleres europeus sobre o Brexit em Luxemburgo, Barnier comentou que houve discussões intensas no fim de semana e ontem com autoridades do Reino Unido para tentar selar um acordo sobre o Brexit.

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"Mesmo que o acordo seja difícil - cada vez mais difícil, para ser sincero - ainda é possível esta semana", disse ele. "Obviamente, qualquer acordo precisa funcionar para todos. Para todo o Reino Unido e para toda a União Europeia", acrescentou.

As negociações sobre o Brexit se intensificaram no fim de semana antes de uma reunião de cúpula de líderes da UE na quinta e sexta-feira (17 e 18). O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, vem dizendo que o Brexit será implementado na data-limite de 31 de outubro "com ou sem acordo".

Autoridades de ambos os lados dizem que as divergências diminuíram. No entanto, a proposta do Reino Unido para um acordo sobre Brexit que evite uma fronteira física na ilha da Irlanda ainda apresenta dificuldades para a UE. Diplomatas dizem que o governo britânico ainda não apresentou um plano escrito de sua proposta de parceria alfandegária.

"Está mais do que na hora de transformar boas intenções em texto legal", disse Barnier.

As conversas sobre o Brexit prosseguem nesta terça-feira. Fonte: Dow Jones Newswires.

O primeiro-ministro britânico Boris Johnson considera que suas negociações com a União Europeia vão fracassar e ele terá que "fazer todo tipo de coisa" para impedir outro adiamento do Brexit, de acordo com uma fonte do governo citada pela revista The Spectator.

"Se o acordo morrer nos próximos dias, não o reviveremos", disse esta fonte próxima a Johnson, que reiterou que ele retirará o Reino Unido da UE em 31 de outubro, sem pedir um terceiro adiamento.

Há semanas crescem as especulações sobre a intenção do primeiro-ministro de encontrar uma brecha na lei aprovada pelo Parlamento britânico em setembro para forçá-lo a solicitar um novo adiamento, na ausência de um acordo em 19 de outubro, logo após a cúpula europeia.

Se for forçado a um novo adiamento, Johnson deve optar por fazer campanha por um Brexit caótico sem acordo nas próximas eleições legislativas antecipadas, segundo afirmou a mesma fonte à revista conservadora.

"Teremos que lutar nas eleições com base em 'não mais demora, que o Brexit seja feito imediatamente'" para evitar a perda de assentos a favor do Partido do Brexit de Nigel Farage, disse a fonte.

Um porta-voz de Downing Street não quis negar ou confirmar as informações, o que levantou suspeitas de que se trata de um vazamento intencional para deixar claro aos outros 27 países europeus a determinação do governo britânico.

Segundo a ex-ministra do Trabalho Amber Rudd, que renunciou ao governo de Johnson em setembro, a fonte parece ser Dominic Cummings, consultor especial do primeiro-ministro e arquiteto da vitória do Brexit no referendo de 2016.

"Peço ao primeiro-ministro que assuma o controle e nos dê alguma clareza, dignidade e diplomacia sobre o que está acontecendo", disse Rudd à rádio BBC.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, apresentou nesta quarta-feira (2) sua "proposta final" sobre o Brexit à União Europeia e pediu a Bruxelas "alguma concessão" para alcançar um acordo. O plano de Johnson não foi bem recebido na Irlanda e muito criticado pelos europeus.

"Hoje, apresentamos em Bruxelas o que acredito que sejam propostas razoáveis e construtivas", disse o premiê no encerramento do congresso anual do Partido Conservador, em Manchester. "Sim, o Reino Unido está fazendo concessões e espero que nossos amigos europeus entendam e façam alguma concessão."

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Seu principal objetivo é substituir a controversa "salvaguarda irlandesa" por outro sistema que permita evitar uma fronteira física entre a Irlanda do Norte, território britânico, e a República da Irlanda, membro da UE, para preservar o acordo de paz de 1998 que acabou com três décadas de conflito sectário na região.

De acordo com a proposta, a Irlanda do Norte conservaria as regulamentações do mercado único europeu sobre a livre circulação de produtos, incluindo os gêneros agroalimentares. Isso teria o efeito de eliminar a necessidade de controles regulatórios entre a Irlanda do Norte e a Irlanda. A proposta não menciona pessoas, capitais e serviços, que no mercado único também têm livre circulação.

"Isso não é aceitável para o governo irlandês, mas tampouco para a UE em seu conjunto", afirmou a ministra irlandesa de Assuntos Europeus, Helen McEntee. A Irlanda informou ontem que o primeiro-ministro, Leo Varadkar, falou com Johnson por telefone. Para a Irlanda, apesar de "as propostas não alcançarem os objetivos acordados previamente, Varadkar iria estudá-las mais detalhadamente".

A UE tampouco recebeu bem a proposta de Johnson. De acordo com o eurodeputado liberal Guy Verhofstadt, coordenador do Brexit na Câmara Europeia, as alternativas apresentadas por Johnson não foram convincentes. "A primeira avaliação de quase todos os membros não foi positiva", disse Verhofstadt após reunião com o negociador-chefe da UE, Michel Barnier. Ele ainda acrescentou que hoje o bloco dirá o que não é aceitável na proposta".

Para Barnier, houve "progresso" nas propostas, mas ainda é insuficiente para um acordo. "Sinceramente, ainda há muito trabalho a ser feito", disse. O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, elogiou a "determinação" de Johnson para evoluir, mas ressaltou que ainda há pontos "problemáticos" na proposta.

As concessões citadas por Johnson a serem feitas pela UE referem-se principalmente ao prazo do Brexit, o qual o premiê britânico não pretende adiar. Ele garantiu ontem que o Reino Unido "abandonará a UE em 31 de outubro, aconteça o que acontecer", ao mesmo tempo em que disse que a alternativa a sua proposta é uma saída do bloco sem acordo.

Mais de três anos depois do referendo de 2016, o complicado processo do Brexit levou o Reino Unido a uma profunda crise política. Negociado com dificuldades pela ex-primeira-ministra Theresa May, o acordo foi rejeitado três vezes pelo Parlamento britânico.

Inicialmente previsto para março, o Brexit já foi adiado duas vezes, uma decisão que exige a aprovação unânime dos outros 27 membros da UE. Os adiamentos levaram à renúncia de May.

Em setembro, o Parlamento britânico aprovou uma lei que obriga Johnson a solicitar outro adiamento na ausência de um acordo até 19 de outubro, pouco depois de uma reunião de cúpula europeia. O primeiro-ministro não explicou de que maneira pretende superar esta barreira. Johnson, que perdeu a maioria parlamentar, deseja convocar novas eleições. (Com agências internacionais).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O primeiro-ministro britânico Boris Johnson apresentará nesta quarta-feira (2), durante o congresso do Partido Conservador, sua "proposta final" sobre o Brexit à União Europeia (UE), com a advertência de que se a oferta for rejeitada o Reino Unido abandonará o bloco sem um acordo no final do mês.

Downing Street afirmou que a proposta, que será detalhada durante o discurso de encerramento do congresso em Manchester, norte da Inglaterra, permitiria um acordo "justo e razoável".

"Mas se Bruxelas não iniciar o diálogo a respeito, este governo deixará de negociar até a saída da UE em 31 de outubro", advertiu em um comunicado.

O principal objetivo da proposta é substituir a controversa "salvaguarda irlandesa" por outro sistema que permita evitar uma fronteira dura entre a província britânica da Irlanda do Norte e a República da Irlanda – país membro da UE – para preservar o acordo de paz de 1998 que acabou com três décadas de conflito violento na região.

O plano de Johnson, que teve alguns trechos vazados e foi recebido com frieza em Dublin, foi chamado nesta quarta-feira de "ultimato" pelo jornal The Sun e de "ameaça" pelo The Guardian.

Mais de três anos depois do referendo de 2016, o complicado processo do Brexit levou o Reino Unido a uma profunda crise política, que inclui a ameaça de uma saída brutal da UE, o que teria consequências caóticas para a economia e a sociedade.

O acordo, negociado com dificuldades pela ex-primeira-ministra Theresa May, foi rejeitado três vezes pelo Parlamento britânico: os eurocéticos consideram que faz concessões "inaceitáveis" à UE, enquanto os pró-europeus afirmam que suas condições são piores que aquelas que o país tem atualmente como integrante do bloco.

O jornal Daily Telegraph informou que a proposta de Johnson consistiria em deixar a Irlanda do Norte no mercado único europeu até 2025, mas mantendo a região em uma união alfandegária com o Reino Unido.

Desta maneira existiriam duas fronteiras: controles alfandegárias entre as duas Irlandas e controles regulamentares entre as ilhas da Irlanda e da Grã-Bretanha.

"Isto não será aceitável para o governo irlandês, mas tampouco para a UE em seu conjunto", afirmou a ministra irlandesa de Assuntos Europeus, Helen McEntee.

A perspectiva de reinstaurar uma fronteira na ilha da Irlanda em caso de Brexit sem acordo preocupa particularmente o governo de Dublin, que considera a medida uma ameaça à frágil paz estabelecida há duas décadas entre os republicanos católicos – partidários da reunificação da ilha – e os unionistas protestantes, leais à coroa britânica.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, ameaçou neste domingo, 29, ignorar a lei e se retirar da União Europeia mesmo sem um acordo comercial. No início do mês, os deputados aprovaram um projeto que obriga o premiê a pedir um adiamento do Brexit - marcado para o dia 31 de outubro. Se não cumprir, Johnson poderia ser enquadrado em desacato ao Parlamento - e inclusive ser preso.

Em entrevista ao programa The Andrew Marr Show, da BBC, Johnson foi questionado se era possível deixar a União Europeia sem um acordo no dia 31 de outubro. "É claro que sim", respondeu. Advogados vêm alertando, desde o início de setembro, que a única saída do premiê para driblar a lei é a renúncia - o que ele rejeita.

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Entre assessores mais próximos e defensores radicais de um Brexit sem acordo, existe uma discussão se valeria ou não a pena Johnson assumir uma pena leve de prisão por desacato para se tornar uma espécie de "mártir" do movimento.

Neste domingo, Johnson voltou a prometer concretizar o Brexit a qualquer custo em 31 de outubro. Ele deu a declaração antes do início da conferência anual do Partido Conservador, em Manchester. Durante a reunião, o primeiro-ministro garantiu que não deixará o cargo, mesmo que não consiga um acordo para tirar o Reino Unido da UE. "Não vou renunciar. Eu me comprometi a liderar o partido e meu país em um momento difícil e vou continuar fazendo isso. Acredito que é minha responsabilidade."

Johnson, que conta com apoio da maior parte da base do Partido Conservador, chegou ao poder em julho com a promessa de concluir o processo do Brexit - decidido por 52% dos britânicos no plebiscito de 2016 - mesmo sem um acordo comercial com a UE e ainda que o Parlamento o proíba.

Consequências

Além de enfrentar um Parlamento hostil, Johnson começa a semana envolvido em outros escândalos. O primeiro é uma investigação, aberta no fim de semana por autoridades de Londres, sobre sua relação com Jennifer Arcuri, ex-modelo e empresária americana que teria recebido privilégios da prefeitura comandada por ele entre 2008 e 2016.

Outra questão incômoda é o relato da jornalista Charlotte Edwardes, editora do Sunday Times, que acusa Johnson de assédio durante um jantar, em 1999 - ele teria colocado a mão na coxa de Charlotte por debaixo da mesa. O governo foi obrigado neste domingo a emitir um comunicado negando tudo.

O premiê, porém, também recebeu boas notícias no fim de semana. Uma pesquisa de opinião publicada pelo jornal Observer mostrou que o Partido Conservador lidera com folga as intenções de voto, mesmo diante de tanta turbulência. Johnson obteria hoje 36% dos votos - 1 ponto porcentual a menos do que ele tinha na semana passada.

O maior partido de oposição, o Trabalhista, teria 24% - um crescimento de 3 pontos porcentuais, mas ainda longe dos conservadores. Em terceiro lugar vem o Partido Liberal-Democrata, com 20% das intenções de voto. Até o momento, os liberal-democratas são os que mais ganharam apoio entre os eleitores que defendem a permanência na UE. (Com agências internacionais).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Parlamento Europeu aprovou nesta quarta-feira, 18, por 544 votos a 126 uma resolução reafirmando que continua apoiando um Brexit ordenado que seja baseado no acordo de retirada já negociado. O Legislativo da União Europeia (UE) pontuou no documento que está aberto a uma possível extensão da data-limite para a separação se ela for solicitada pelo Reino Unido e tiver "um propósito específico, como evitar um desembarque sem acordo, realizar eleições gerais ou um referendo, revogar o Artigo 50 (que acionou o Brexit) ou aprovar o acordo de retirada".

De acordo com o texto aprovado na votação, o Parlamento ressalta que o Reino Unido teria de assumir responsabilidade completa por uma eventual saída sem acordo e as "sérias consequências" que ela implicasse.

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Em discurso no plenário da Casa, o negociador-chefe da UE para o Brexit, Michel Barnier, afirmou que Bruxelas precisa de "uma solução legalmente operacional" no acordo do Brexit "que responda integralmente a cada um dos problemas e riscos criados" pelo divórcio.

"O novo governo do Reino Unido delineou em Luxemburgo os aspectos do backstop de que não gosta. Isso, no entanto, não é suficiente para nos aproximar de uma solução", comentou o francês, referindo-se ao mecanismo, rejeitado por Londres, que, no caso de um acordo ser aprovado por ambas as partes, mas o arcabouço legislativo para a nova relação não estar todo de pé ao fim do período de transição do Brexit, criaria automaticamente uma união aduaneira temporária englobando o Reino Unido.

O premiê britânico, Boris Johnson, negou, nesta quinta-feira, 12, ter mentido para rainha Elizabeth II sobre as razões que motivaram a medida que suspendeu o funcionamento do Parlamento do Reino Unido por cinco semanas, às vésperas do Brexit.

A suspensão até 14 de outubro - que, segundo o porta-voz, acontecerá independentemente do resultado da votação - provocou uma onda de indignação no Reino Unido quando foi anunciada no fim de agosto por Johnson, acusado de realizar manobras para conduzir o país para um Brexit sem acordo no dia 31 de outubro.

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O poder para suspender - ou, no termo técnico, prorrogar - o Parlamento é da rainha - que, segundo a convenção britânica, age sob recomendação do primeiro-ministro.

O questionamento a Johnson vem após o mais alto tribunal da Escócia considerar a suspensão ilegal. A Suprema Corte do Reino Unido vai julgar a questão no dia 17 de setembro.

"Absolutamente não. Não menti", declarou o premiê em resposta.

Cenário

Johnson se reuniu com a rainha Elizabeth no dia 28 de agosto. Na ocasião, ele disse que não queria esperar até depois do Brexit "antes de continuar com nossos planos para levar o país adiante".

Ele também afirmou, ainda, que haveria "tempo suficiente" para os parlamentares debaterem a separação da União Europeia depois da retomada das atividades, no dia 15 de outubro, segundo a BBC.

O prazo para o Reino Unido deixar o bloco europeu é 31 de outubro. Com a aprovação da rainha à suspensão do Parlamento, os parlamentares passaram a ter menos de 20 dias para tentar impedir um Brexit sem acordo.

Antes que a casa fosse fechada, eles conseguiram aprovar um projeto de lei - que recebeu a aprovação final da rainha na segunda, 9 - contra a saída sem acordo em 31 de outubro.

Na prática, isso faz com que o primeiro-ministro seja forçado a pedir uma extensão do prazo para o Brexit se nenhum acordo for fechado até o dia 19 de outubro. Johnson afirmou, entretanto, que não pediria adiamento de prazo.

O Parlamento interrompeu as atividades na segunda-feira. O governo britânico já afirmou que vai recorrer da decisão na Suprema Corte de Londres.

A decisão de Johnson vem causando polêmica e protestos no país. O premiê determinou a suspensão porque temia que o Parlamento tentasse impedir o Brexit sem um acordo. Ele já afirmou que tiraria os britânicos da união com ou sem um trato.

Na quarta-feira, 11, membros do Parlamento publicaram um documento que alertava sobre uma possível escassez de alimentos e combustíveis se o Reino Unido saísse da União Europeia sem o acordo, segundo a BBC. COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Começa a aparecer um vitorioso em meio à briga de poderes em torno do Brexit, como é chamada a saída do Reino Unido da União Europeia: o partido Liberais Democratas. Angela Smith, que era do Partido Trabalhista - principal força da oposição - e que em fevereiro desertou para criar com seis parlamentares o Change UK (Muda Reino Unido), agora chamado de Independent Group (Grupo Independente), anunciou que se juntará ao partido que vem pedindo o fim do processo de divórcio.

Na última semana, Luciana Berger (Independent Group) e Philip Lee (Conservador) também migraram para o partido, que reúne agora 17 deputados. A mudança de Lee foi uma das mais comentadas no Reino Unido nos últimos dias. Tradicional político conservador, ele aguardou o início da fala do primeiro-ministro, Boris Johnson, em sessão no Legislativo, durante a semana, e levantou-se para se sentar com a ala da oposição.

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O ato simbólico foi seguido por uma explicação formal de mudança de partido e, na prática, significou o fim da maioria do governo no Parlamento, que era assegurado por apenas um assento de diferença, já contando os 10 deputados do DUP da Irlanda do Norte, que assegurava a maioria até então por uma coalizão.

Na avaliação de Angela Smith, o LibDem é hoje "o partido mais forte para impedir o Brexit". "Estamos enfrentando uma crise nacional e as pessoas merecem escolha melhor do que dois antigos partidos", argumentou. O líder dos Liberais Democratas, Jo Swinson, comemorou o ingresso da deputada, enfatizando seu compromisso de "interromper o Brexit e construir uma sociedade mais justa e liberal".

Ela já prometeu lutar contra o divórcio e fazer campanha pela "reforma constitucional necessária para consertar nossa política falida". "Precisamos de uma política mais inclusiva e tolerante para o nosso país, que valorize a diversidade", defendeu.

Não é, portanto, apenas o Partido Conservador do governo que vem perdendo espaço - além das saídas espontâneas, o comando do grupo também expulsou 21 parlamentares que votaram contra a orientação do Partido durante a semana.

Já os trabalhistas não conseguem engrenar mesmo em um governo enfraquecido e críticos a seu líder, Jeremy Corbyn, vêm aproveitando para culpá-lo pela atual crise por causa de declarações dadas há alguns meses que foram consideradas antissemitistas.

Em meio a mais uma fase de crise em torno do Brexit, o político britânico Jo Johnson, que é irmão do primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, anunciou nesta quinta-feira, 5, a sua renúncia tanto ao cargo de ministro para Universidades e Ciência, que passou a ocupar no atual governo, quanto ao seu mandato de parlamentar pelo distrito de Orpington.

"Nas semanas recentes, estive dividido entre lealdade familiar e o interesse nacional. É uma tensão impossível de resolver e é hora de outros assumirem meus papéis como membro do Parlamento e ministro", escreveu Jo Johnson em sua conta no Twitter, insinuando que ser leal ao irmão e premiê estava se contrapondo ao interesse nacional.

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Diante da decisão de Boris Johnson de suspender o Parlamento britânico por cinco semanas, encarada amplamente como um passo para forçar um Brexit sem acordo sem que o Legislativo tenha tempo hábil para oferecer resistência, a Câmara dos Comuns aprovou nesta semana um projeto de lei que, se entrar em vigor, obrigaria o primeiro-ministro a pedir à União Europeia uma extensão da data-limite da separação até 31 de janeiro de 2020 caso não se firme um acordo até 19 de outubro.

O rito de tramitação passa nesta sexta-feira, 6, pela Câmara dos Lordes e, se receber anuência por lá, volta novamente aos Comuns, possivelmente na segunda-feira, dia 9.

A possível perda de controle da condução do divórcio fez com que 10 Downing Street tentasse aprovar na quarta-feira, 4, a convocação de eleições antecipadas para o começo da segunda quinzena de outubro, mas a proposta foi derrubada no Parlamento.

O primeiro-ministro Boris Johnson entrou em uma nova queda de braço com o Parlamento britânico nesta quarta-feira (4), após a derrota humilhante na véspera em sua estratégia para o Brexit.

Hoje, os deputados devem se pronunciar sobre um projeto de lei para impedir uma saída da União Europeia (UE) na ausência de um acordo, como defende o premiê. O objetivo é rejeitar a proposta de eleições antecipadas apresentada por Boris Johnson, cada vez mais pressionado.

Após assumir o controle da agenda parlamentar do governo, ontem, um grupo de opositores se preparava para apresentar e votar o projeto de lei que obrigará o Executivo a pedir um novo adiamento do Brexit, desta vez de três meses, até 31 de janeiro. O adiamento aconteceria caso não se chegue a um novo acordo com Bruxelas antes de 19 de outubro.

Depois de atingir na terça-feira seu nível mais baixo em três anos, a libra esterlina subia mais de 1% frente ao dólar por volta de meio-dia (horário local). Os mercados antecipam que o texto será aprovado, já que a oposição conta com o apoio de 21 conservadores rebeldes. Ontem, eles votaram contra o governo para permitir a introdução do projeto de lei na Casa.

Em meio à confusão, os dissidentes foram imediatamente expulsos da bancada parlamentar conservadora por Johnson, que respondeu pedindo a convocação de eleições legislativas antecipadas. Entre eles, estão Nicholas Soames, neto de Winston Churchill, ídole de Johnson, e o ex-ministro das Finanças Philip Hammond.

Para antecipar as eleições - previstas para 2022 -, o governo precisa do apoio de dois terços da Câmara dos Comuns e, nesta quarta, parecia longe de alcançar este número.

- Suspensão "legal" -

Os britânicos decidiram sair da UE com 52% dos votos na consulta popular realizada em junho de 2016.

Inicialmente previsto para ser concluído em março passado, o Brexit foi adiado duas vezes diante da rejeição do Parlamento ao Tratado de Retirada negociado pela então premiê Theresa May.

Johnson chegou ao poder em 24 de julho, com a garantia de que vai tirar o país da UE em 31 de outubro - com, ou sem, acordo.

Muitos deputados de todo espectro político temem as consequências de uma saída brutal do bloco, que deixará o país com escassez de alimentos frescos, medicamentos e outros produtos importados, ao mesmo tempo em que o fará perder milhões de dólares em exportações.

Determinados a conter Johnson, os deputados da chamada "aliança rebelde" votarão sua proposta em três turnos consecutivos e no mesmo dia. Eles correm contra o relógio, já que o premiê anunciou que suspenderá os trabalhos parlamentares entre a segunda semana de setembro e 14 de outubro. E o texto ainda precisar se aprovado pelos Lordes, a Câmara Alta do Parlamento.

Também nesta quarta, a mais alta instância judicial civil da Escócia declarou legal a suspensão do Parlamento decidida pelo primeiro-ministro. "Do meu ponto de vista, não há infração da lei", disse o juiz.

A decisão da Justiça traz um pequeno alívio para Boris Johnson, depois de uma terça-feira infernal, na qual perdeu sua maioria absoluta. Por 328 votos contra 301, foi aprovada uma moção que permite aos deputados assumirem o controle da agenda parlamentar, normalmente da alçada do Executivo.

Graças a esta moção, eles apresentam hoje, até o fim do dia, um projeto de lei que obriga o primeiro-ministro a pedir à UE um novo adiamento do Brexit para 31 de janeiro de 2020, caso nenhum acordo de retirada seja concluído com Bruxelas nas próximas semanas.

Nesta quarta de manhã, a maioria dos jornais britânicos afirmava que Boris Johnson "perdeu o controle" sobre o processo do Brexit.

- Perda de confiança -

Se os parlamentares dissidentes conseguirem impor um adiamento do Brexit, Boris Johnson submeterá à votação da Câmara uma moção para convocar eleições legislativas antecipadas.

Avaliando que um adiamento seria "uma capitulação", o primeiro-ministro desafiou o líder da oposição, Jeremy Corbyn, a apoiar a realização de eleições em 15 de outubro "para permitir ao povo deste país manifestar sua opinião".

"O nível de confiança em Boris Johnson é muito, muito baixo", declarou Keir Starmer, responsável pelo Brexit no Partido Trabalhista, principal sigla da oposição. "Queremos uma eleição geral", mas "não votaremos com Johnson hoje", disse ele à emissora ITV.

"A estratégia evidente para a oposição é deixar o governo cozinhar", avaliou o professor de Ciência Política John Curtice, da Universidade de Strathclyde. Segundo ele, é preciso esperar para ver "se Boris Johnson encontrará outros meios para organizar uma eleição".

Milhares de britânicos devem ir às ruas a partir deste sábado, 31, por todo o Reino Unido para protestar contra a decisão do primeiro-ministro, Boris Johnson, no último dia 21, de suspender o Parlamento.

De acordo com a imprensa local, organizadores apoiam o uso da desobediência civil durante a onda de manifestações previstas para ocorrerem em dezenas de cidades. Um dos pontos de concentração é o portão de Downing Street, rua privada no centro de Londres, que é o endereço do premiê.

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A decisão de Johnson, que já tinha falado abertamente sobre essa possibilidade durante a campanha para o cargo, se deu um dia depois de o líder do principal partido de oposição ao governo, Jeremy Corbyn, escrever um artigo dizendo que sua estratégia era a de colocar um voto de desconfiança contra o primeiro-ministro na volta dos trabalhos parlamentares. Os deputados estão em recesso de verão.

"A indignação pública por Boris Johnson ao fechar a democracia foi ensurdecedora. As pessoas estão certas em ir às ruas - e eu encorajo todos a participar das manifestações em Londres e em todo o país", disse Corbyn na última sexta-feira. A estratégia do líder da oposição, que acaba sendo esfacelada pela ação do primeiro-ministro levava em conta um processo que deveria desembocar em um novo nome para conduzir o Reino Unido - no caso de Johnson não obter o número mínimo de votos - e, no extremo, antecipar mais uma vez as eleições gerais britânicas.

Entre os vários grupos encontrados nas redes sociais para organizar manifestações, está um intitulado: "Pare o golpe, defenda a democracia", que estimula a participação da população nesse momento histórico e definitivo para o Reino Unido. Além de Londres, há protestos previstos em Birmingham, Manchester, Liverpool, Newcastle, Bristol, Glasgow e Swansea. Outros cerca de 100 movimentos são aguardados para ocorrerem ao longo da próxima semana.

Como já temiam uma ação nesse sentido, mesmo antes de BoJo ser escolhido pelo Partido Conservador como o substituto de Theresa May, os deputados votaram uma medida que impediria a suspensão do Parlamento pelo premiê. Assim, o fechamento do Legislativo só poderia ser sdotado se Johnson solicitasse a ação à rainha Elizabeth, que atendeu à demanda para não se colocar politicamente em cena em um ambiente conturbado em relação ao Brexit, como é chamada a saída do Reino Unido da União Europeia. Repelir o pedido seria algo inédito na história do país.

Entenda o impasse do Brexit

 

O Brexit foi definido pelos britânicos em um plebiscito realizado em junho de 2016 e tinha data inicial marcada para 29 de março passado. Em meio às negociações de May com a UE, o prazo foi prorrogado por duas vezes e agora está marcado para 31 de outubro. Ela deixou o cargo após ter sua proposta de acordo com o bloco comum rejeitada pelo Parlamento por três vezes. E, para evitar passar pelo mesmo processo, Johnson decidiu colocar os congressistas de lado. Desde a campanha, ele diz que o divórcio ocorrerá no dia 31 "com ou sem acordo" entre as partes. Apesar de próximo, o processo do Brexit está altamente indefinido. Não há ainda certezas sobre como se darão os negócios, as transações financeiras e a permanência de cidadãos britânicos que moram no restante da Europa e no fluxo contrário. Principalmente, se a separação se der de forma mais radical, sem um acordo, no chamado "Brexit duro".

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A democracia britânica é uma das mais tradicionais e longevas do mundo atual. A Scotland Yard informou que preparou um plano de policiamento "proporcional" às organizações e que "quaisquer incidentes de ordem pública serão tratados adequadamente".

O vice-presidente Hamilton Mourão vai no dia 7 de setembro para Londres. A pedido do presidente Jair Bolsonaro, ele intermediará os entendimentos comerciais entre o Brasil e o Reino Unido, com o novo governo. Para Mourão, a saída do Reino Unido do bloco da União Europeia, o Brexit, pode oferecer excelentes oportunidades para o comércio exterior brasileiro.

“Todos aqueles que estão afinados e com essa visão de mundo têm que começar a pensar como lidar com esse novo governo. Já fui encarregado pelo presidente Bolsonaro. No dia 7 de setembro estou indo a Londres para já estabelecer os primeiros contatos com o novo governo inglês e iniciarmos esse trabalho de aproximação extremamente importante”, disse em palestra na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ).

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Boris Johnson

Ex-ministro do Exterior britânico, Boris Johnson foi eleito como sucessor da premiê Theresa May na liderança do Partido Conservador e, por consequência, assumiu a chefia do governo do país.

Durante a campanha, Johnson prometeu obter sucesso nos pontos em que May falhou e levar o Reino Unido para fora da União Europeia (UE) em 31 de outubro, com ou sem acordo.

May renunciou em 7 de junho deste ano, depois que o Parlamento britânico rejeitou repetidamente o acordo de retirada da UE que ela acertou com o bloco europeu. Johnson insiste que conseguirá levar a UE à renegociação do pacto do Brexit – algo que o bloco insiste que não fará –, caso contrário, ele diz estar disposto a retirar os britânicos da UE "aconteça o que acontecer".

Nesta quarta-feira (28), o governo do primeiro-ministro britânico obteve autorização da rainha Elizabeth II para suspender as atividades do Parlamento do Reino Unido por cinco semanas. A manobra é vista como uma tentativa de bloquear esforços de deputados que não desejam a saída do país da União Europeia (UE), o Brexit, sem um acordo com Bruxelas.

Dessa forma, o Parlamento britânico não vai se reunir entre 10 de setembro e 14 de outubro. Os trabalhos só serão retomados com a abertura da nova legislatura, que ocorre após uma cerimônia chamada "o discurso da rainha". Foi esse discurso que Johnson pediu para que a rainha adiasse.

Argentina

O vice-presidente ressaltou que é preciso manter as relações comerciais com a Argentina, independentemente de quem esteja no governo. Mourão disse que gostaria que o presidente Mauricio Macri permanecesse no cargo, embora o cenário político argentino tenha indícios fortes de uma vitória do advogado Alberto Fernandez, apoiado pela ex-presidente Cristina Kirchner, nas eleições de 27 de outubro. Mourão lembrou que a Argentina é o terceiro parceiro comercial do Brasil.

“Grande parte dos nossos produtos manufaturados são vendidos para a Argentina, então, temos que manter essa ligação, não só por isso, mas também pelas ligações históricas que temos. Gosto de lembrar dos grandes pensadores das relações internacionais. O Lord Palmerston (politico britânico do século XIX) dizia que não tem amizades eternas, nem inimigos perpétuos. Existem os nossos interesses. Então, temos que buscar os nossos interesses e os nossos interesses estão dentro da Argentina também, e temos que nos relacionar com eles”, disse.

 

Não existe chance de um acordo comercial entre os EUA e o Reino Unido ser sancionado pelo Congresso se a separação britânica da União Europeia minar o acordo de paz da Sexta-Feira Santa entre a Irlanda e a Irlanda do Norte, disse ontem a presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi.

O governo Trump negocia um acordo de livre-comércio com o Reino Unido que entraria em vigor após o Brexit. (Com agências internacionais)

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O novo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, conduz nesta quinta-feira (25) seu primeiro conselho ministerial, na primeira etapa de sua batalha pelo Brexit, que ele promete resolver em três meses.

Em uma guinada à direita, o conservador se livrou de uma grande parte do time de sua antecessora Theresa May e nomeou para os principais ministérios fervorosos defensores do Brexit, como Dominic Raab, de 45 anos, que herdou a diplomacia britânica, Priti Patel, 47, nova ministra do Interior, ou Jacob Rees-Mogg, 50, encarregado das relações com o Parlamento.

"É o expurgo mais brutal da história política moderna", disse o jornal conservador Times. "Massacre ministerial", comentou o tabloide Daily Mail.

Este governo é "o mais à direita desde os anos 1980", observou o Daily Mirror (esquerda).

Entre os ministros do gabinete anterior, Steve Barclay, outro eurocético, será encarregado do Brexit, e Matt Hanock no comando da Saúde.

Fiel ao seu estilo impulsivo, Boris Johnson prometeu "deixar a União Europeia [UE] em 31 de outubro, sem condições", durante seu primeiro discurso em Downing Street na quarta-feira.

Nesta quinta, no final da manhã, falará aos deputados britânicos antes do recesso de verão, que começa à noite e termina em 3 de setembro.

O dia 31 de outubro é o prazo limite fixado após duas extensões do Brexit, inicialmente previsto para 29 de março e adiado depois que os deputados rejeitaram o acordo concluído por Theresa May com Bruxelas.

Boris Johnson reiterou que está disposto a deixar o bloco europeu sem acordo, para responder à frustração dos 52% dos britânicos que votaram pela saída da UE em junho de 2016.

O novo primeiro-ministro diz que é capaz de obter um "acordo melhor" do que o negociado por May, sem a polêmica cláusula do "backstop" irlandês, uma solução de último recurso que visa evitar a reimposição dos controles na fronteira entre a província britânica da Irlanda do Norte e a República da Irlanda após o Brexit.

- Menos de 100 dias -

Para Anand Menon, professor de política europeia no King's College de Londres, é "difícil ver como será possível alcançar suas reivindicações" no período de tempo que ele tem.

O prazo para o Brexit é de menos de cem dias e Boris Johnson descartou qualquer novo adiamento.

"Sugerir que pode haver um novo acordo, negociado em poucas semanas ou meses, não é realista", reagiu o primeiro-ministro irlandês Leo Varadkar, que espera para ver se Johnson "poderá fornecer detalhes sobre alguns de seus slogans".

"Estou ansioso pelo nosso encontro para discutir - em detalhes - nossa cooperação", escreveu em uma pequena carta Johnson Donald Tusk, que supervisiona o Conselho Europeu, a instituição que reagrupa os chefes de Estado e de governo da UE.

Enquanto Boris Johnson é muito popular entre os membros do Partido Conservador, que o elegeu com 66% dos votos, gera grande divisão entre a opinião pública e dentro de sua bancada parlamentar.

O ex-ministro das Finanças Philip Hammond que retornou às suas funções como deputado, prometeu impedir uma saída do Reino Unido sem acordo.

Jeremy Corbyn, líder do Partido Trabalhista, convocou uma manifestação na tarde desta quinta-feira para pedir eleições legislativas antecipadas.

Embora tenha apenas uma maioria de dois assentos no Parlamento, graças ao apoio dos dez deputados do partido unionista norte-irlandês DUP, é improvável que Boris Johnson convoque essas eleições.

John Curtice, professor de política na Universidade de Strathclyde, estima que este seria um "erro terrível para os conservadores", em uma análise publicada no site do jornal conservador The Telegraph.

Os conservadores mal alcançam 25% das intenções de voto de acordo com pesquisas recentes.

Boris Johnson se tornou oficialmente, nesta quarta-feira, o novo primeiro-ministro britânico depois de ter sido recebido pela rainha Elizabeth II e prometeu concluir o Brexit "custe o que custar".

"Vamos cumprir a promessa feita pelo parlamento à população e deixar a UE em 31 de outubro, incondicionalmente", declarou Johnson em seu primeiro discurso diante de Downing Street.

Uma foto divulgada pelo Palácio de Buckingham em um comunicado mostra Johnson se curvando e apertando a mão da rainha ao assumir o novo cargo.

Johnson, que é o 14º primeiro-ministro britânico a servir sob o comando da rainha Elizabeth II, teve de passar por um grupo de ambientalistas que formaram uma corrente humana para dificultar seu percurso até o palácio.

Momentos antes, a ex-primeira-ministra britânica Theresa May formalmente apresentou sua renúncia à rainha Elizabeth II.

Mais cedo, ela afirmou que obter um Brexit "aceitável para todo o Reino Unido" é a "prioridade imediata" de seu substituto, Boris Johnson.

May falou à imprensa em Downing Street pela última vez como chefe de governo, antes de entregar sua renúncia à rainha Elizabeth II.

Theresa May deixa nesta sexta-feira a liderança do Partido Conservador britânico e, embora vá continuar como primeira-ministra até a designação de um sucessor, em julho, abandona a coordenação do Brexit, processo que se tornou um pesadelo, após outra noite eleitoral desastrosa para a sua formação.

Após o referendo de 2016 em que 52% dos britânicos votaram a favor do Brexit, o Reino Unido deveria ter abandonado a União Europeia (UE) no dia 29 de março.

Mas a incapacidade de May para obter a aprovação do Parlamento britânico ao acordo que ela negociou arduamente durante dois anos com Bruxelas a obrigou a solicitar dois adiamentos, o segundo deles até 31 de outubro.

Cada vez mais pressionada pelos eurocéticos dentro de seu partido, que consideram que a premier fez concessões inaceitáveis à UE, May anunciou há duas semanas que renunciaria como líder dos Tories em 7 de junho, após a visita de Estado ao Reino Unido do presidente americano Donald Trump.

A renúncia não tem nenhum ato oficial programado, mas será o tiro de largada oficial no Partido Conservado para designar seu sucessor, um processo que deve seguir até o fim de julho.

Nas próximas semanas, May permanecerá à frente do governo, mas não vai administrar mais a questão do Brexit, que provocou a erosão de seu poder em três anos.

"Ouvi a primeira-ministra falar apaixonadamente sobre alguns temas de política interna que a preocupam. Ela continuará concentrada em trabalhar pelo povo britânico, mas em relação com o Brexit disse que já não corresponde a ele levar o processo adiante, e sim ao sucessor", afirmou o porta-voz de May.

A saída de Theresa May, no entanto, não acaba com os obstáculos para um Brexit que até agora se revelou impossível: a UE se recusa a renegociar o acordo e o Parlamento britânico já expressou sua oposição ao texto, assim como a um Brexit sem acordo.

Para os analistas o único modo de superar o bloqueio em um Parlamento no qual o Partido Conservador não tem maioria absoluta é convocar eleições gerais, mas os Tories não querem nem ouvir falar desta possibilidade após três desastrosos resultados eleitorais em um mês.

- Peterborough, uma triste guinda -

O revés mais recente aconteceu na madrugada desta sexta-feira, com o resultado de uma votação em Peterborough, cidade inglesa que compareceu às urnas para substituir uma deputada trabalhista destituída por mentir à justiça após uma infração de trânsito.

Em uma localidade onde tradicionalmente conservadores e trabalhistas se alternam no poder, os últimos conseguiram manter a cadeira no Parlamento, mas com uma vantagem muito pequena para o eurofóbico Partido do Brexit, fundado há alguns meses pelo populista Nigel Farage, que aspira acabar com o sistema bipartidário e deslocou os Tories para uma inquietante posição.

O analista de pesquisas John Curtice afirmou à BBC que o resultado é a prova de que o país entrou em um "mundo político diferente". E que o Partido do Brexit é uma "força significativamente perturbadora" em qualquer disputa eleitoral após sua grande vitória nas eleições europeias.

"Somos um partido que tem oito semanas de vida e avançamos com força. Acredito que o que começará a acontecer é que os conservadores que desejam sair (da UE) vão votar taticamente no Partido do Brexit, afirmou Farage.

Castigados por sua incapacidade de concretizar o Brexit, os conservadores já perderam 1.330 vereadores e 50 governos municipais nas eleições locais de maio. Poucas semanas depois, o partido ficou em uma humilhante quinta posição, com apenas 9% dos votos, nas eleições europeias.

O novo revés acrescenta ainda mais melancolia à saída de May, que deixa de um partido dividido sobre a complexa questão do Brexit, a decisão política mais importante na história recente do país.

Atualmente 11 conservadores aspiram suceder May na liderança do partido, do governo e da negociação do Brexit. Muitos consideram o ex-ministro das Relações Exteriores Boris Johnson o favorito.

Entre os candidatos existem todas as estratégias possíveis a respeito de um Brexit sem acordo: dois são completamente favoráveis, três firmemente contrários - um deles defende inclusive um segundo referendo - e os outros seis o contemplam com diferentes níveis de aceitação ou reticências.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, desembarcou nesta segunda-feira no Reino Unido para uma visita oficial de três dias, com todas as honras e muitos protestos programados, precedida por uma polêmica sobre o Brexit e um confronto verbal com o prefeito de Londres.

O avião de Trump pousou às 9h locais (5h de Brasília) no aeroporto londrino de Stansted. Antes mesmo do desembarque, o presidente publicou mensagens no Twitter com ataques ao prefeito da capital britânica, o trabalhista Sadiq Khan.

"Sadiq Khan, que faz um péssimo trabalho como prefeito de Londres, tem sido de modo insensato 'desagradável' com o presidente dos Estados Unidos, de longe o aliado mais importante do Reino Unido", escreveu.

"Ele é um total fracassado que deveria se concentrar no crime em Londres, não em mim", completou.

O prefeito de Londres, do Partido Trabalhista, criticou nos últimos dias a recepção com tapete vermelho ao presidente americano, uma viagem com todas as honras de uma visita de Estado, que inclui encontros protocolares com a rainha Elizabeth II no Palácio de Buckingham.

Khan comparou no domingo, em um artigo publicado no jornal The Observer, a linguagem de Trump com a dos "fascistas do século XX" e o incluiu no mesmo grupo que os extremistas Viktor Orban na Hungria, Matteo Salvini na Itália, Marine Le Pen na França e Nigel Farage no Reino Unido.

O presidente americano, de 72 anos, afirmou no entanto que deseja ser um "grande amigo do Reino Unido" no início de sua primeira visita de Estado ao país, após uma tentativa em julho do ano passado que se tornou uma simples visita de trabalho em consequência dos protestos, quando milhares de britânicos o chamaram de "misógino, homfóbico e xenófobo".

Para a visita desta semana também foram convocadas grandes manifestações, em particular na terça-feira, quando Trump se reunirá com a primeira-ministra Theresa May.

O presidente e a primeira-dama dos Estados Unidos, Melania Trump, deveriam seguir diretamente para a residência do embaixador americano em Londres, onde permanecerão hospedados durante a visita. Ao meio-dia devem comparecer ao Palácio de Buckingham, onde serão recebidos pela rainha Elizabeth II para uma cerimônia privada, seguida por um almoço e troca de presentes.

No período da tarde, a família Trump deve visitar a Abadia de Westminster, no centro da capital britânica, antes de tomar chá com o príncipe Charles, herdeiro do trono britânico, e sua esposa Camila.

O primeiro dia da visita terminará com um banquete oficial oferecido com todas as honras pela monarca de 93 anos.

Por trás de toda a pompa persiste o incômodo em um país que aguarda a saída oficial da primeira-ministra de seu cargo na próxima sexta-feira. May foi derrotada por sua incapacidade para concretizar o Brexit, decidido por referendo em 2016, mas adiado em duas oportunidades e agora programado para 31 de outubro.

Em entrevistas à imprensa britânica às vésperas da viagem, Trump criticou a maneira como a líder conservadora negociou com Bruxelas, recomendou a seu sucessor que abandone a União Europeia sem um acordo e apontou o ex-ministro das Relações Exteriores, Boris Johnson, como seu favorito para governar o país.

O presidente americano também elogiou o extremista Farage, líder do Partido do Brexit, grande vencedor das eleições europeias no Reino Unido. No avião, ele afirmou inclusive que poderia se reunir com Farage e Johnson, com os quais disse ter "ótimas relações".

"É uma interferência inaceitável em nossa democracia", criticou o líder da oposição trabalhista, Jeremy Corbyn.

O Partido Liberal-Democrata (Lib-Dem) tem tido uma movimentação atípica nos últimos dias. Dezenas de pessoas entram e saem do comitê, na região oeste de Londres, a cada dez minutos. Com um sorriso no rosto, todos cumprimentam jornalistas e curiosos com um surpreendente e caloroso "bom dia".

Os militantes da legenda não escondem a satisfação pelo ótimo resultado obtido nas eleições europeias realizadas na semana passada. "Foi uma vitória bastante simbólica, mas nossa luta para barrar o Brexit está apenas começando. Vem muita coisa pela frente", diz o britânico Peter Ashworth, filiado ao Lib-Dem há oito anos.

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A maior parte dos eleitores liberais é formada por homens e tem entre 25 e 35 anos. São, neste caso, os chamados "jovens adultos". De classe média alta, com nível superior e já com alguma bagagem profissional, eles não se encaixam no radicalismo de mercado da direita ou unicamente nas pautas da classe trabalhadora. O Lib-Dem conseguiu 19,76% dos votos. Dessa porcentagem, mais da metade do eleitorado tem o terceiro grau completo, 13% são homens e 12% possuem emprego formal.

Além disso, são contra a saída da União Europeia (UE). "O Brexit foi muito mal conduzido. Theresa May demonstrou uma incapacidade gigantesca para governar. Eu optei pelo Lib-Dem justamente pela clareza das ideias do partido sobre um tema tão importante para todos. A verdade é que ninguém falou sobre como fica o Reino Unido sem o Brexit. Há muitas coisas em jogo: remédios, abastecimento de produtos e a economia, só para citar alguns poucos exemplos", afirma o médico Rex Melvile, de 29 anos.

"Acho que, quando votamos, temos de levar em conta várias outras questões que afetam diretamente nossas vidas: segurança e saúde. O Lib-Dem ponderou muito bem esses pontos sem nenhum extremismo", afirma o gerente administrativo Eric Hughes, de 33 anos.

No último fim de semana, o partido liderado por Vince Cable elegeu 16 representantes para o Parlamento Europeu. Comparado a 2014, na última eleição, houve um aumento de mais de 30% de eurodeputados. Mesmo com o resultado expressivo, e até certo ponto surpreendente, o Lib-Dem não foi o mais votado. O partido pró-Brexit, liderado pelo nacionalista Nigel Farage, será o de maior representação no Parlamento Europeu, com 29 deputados.

O cenário, porém, é inédito no Reino Unido. Nem o Partido Trabalhista, nem o Conservador - maiores e mais tradicionais legendas britânicas - ficaram nas primeiras colocações. Os conservadores, da premiê Theresa May, foram apenas o quinto mais votado e só levaram 4 dos 73 assentos britânicos no Parlamento Europeu. Mais uma derrota de May, que renunciou após o fracasso nas negociações sobre o Brexit. Ela deixará o cargo no dia 7.

Segundo o professor Guilherme Athia, mestre em relações internacionais pela Fletcher School of Law and Diplomacy, nos EUA, o liberalismo está em alta na Europa. "O continente vive uma onda liberal. Muitos dos eleitores dos partidos mais conservadores migraram para o liberalismo porque há ali um discurso mais diverso e inclusivo. O liberalismo defende a livre concorrência de mercado e a competição, mas não permite o descumprimento de regras da União Europeia", afirma Athia. Os liberais europeus se distanciam do conservadorismo em temas comportamentais.

No caso do Reino Unido, a ascensão dos liberais se deve em grande parte ao Brexit, principal tema de discussão no país. Para o eleitorado britânico conservador, o Lib-Dem foi o único partido capaz de promover um debate inteligente e defender a permanência do Reino Unido no bloco. Cable, que deve se aposentar em julho, e seus dois possíveis substitutos, Jo Swinson e Ed Davey, defendem a convocação de um novo plebiscito sobre o tema antes de 31 de outubro.

Fragmentação

As eleições europeias aumentaram a fragmentação do Parlamento Europeu. Os tradicionais partidos de centro-direita e de centro-esquerda continuam formando os maiores grupos, mas perderam espaço para liberais e ecologistas. Os 751 parlamentares são responsáveis por sugerir emendas ou rejeitar leis propostas por outras instituições, além de fiscalizar as finanças da União Europeia.

O Partido Popular Europeu (EPP), agrupamento de centro-direita, elegeu 179 políticos, 42 a menos que em 2014. A aliança reúne os mais tradicionais partidos de orientação conservadora da Europa, como a União Democrata-Cristã (CDU), da chanceler da Alemanha, Angela Merkel. Apesar da queda, o EPP continuará com o maior número de assentos e deve eleger o próximo presidente da Comissão Europeia.

A Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas (S&D) também teve menos deputados eleitos. Os partidos de orientação social-democrata mantiveram a força na Espanha e em Portugal, onde governam. Mas decepcionaram em países importantes, como Reino Unido, Alemanha e França.

Já a Aliança dos Liberais e Democratas pela Europa (Alde), na qual está incluído o Lib-Dem, teve o maior crescimento: de 67 parlamentares, em 2014, para 105 agora. O grupo defende a União Europeia e conta com o apoio do partido Em Marcha, de Emmanuel Macron, presidente da França, e do Ciudadanos, nova força eleitoral da Espanha, liderado por Albert Rivera.

A aliança entre partidos e políticos ambientalistas da UE, os chamados Verdes-EFA, também obteve votação surpreendente. Eles conseguiram um ótimo resultado na Alemanha, onde ficaram em segundo lugar - enviarão 69 deputados ao Parlamento Europeu (antes tinham 50). O EFA defende que o bloco adote medidas para que todos os países se comprometam com políticas ambientais, sobretudo para combater as mudanças climáticas.

Segundo Athia, os atuais modelos partidários precisam ser revistos. "Essa chamada onda verde e liberal mostra que as pessoas estão buscando outras alternativas para serem representadas politicamente. Os partidos mais tradicionais, que estão em franca decadência, não são mais capazes de externar os desejos do eleitor. A Suíça é um exemplo a ser seguido. Lá eles fazem vários referendos e pedem a opinião da população sobre diversos assuntos. Trata-se, portanto, de um modelo mais rápido que aproxima o povo de pautas importantes para a sociedade", explica. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um tribunal de Londres decidiu convocar o ex-chanceler Boris Johnson, candidato favorito para substituir a primeira-ministra, Theresa May, e acusado de ter mentido deliberadamente durante a campanha do referendo de 2016 sobre o Brexit.

Os advogados do empresário Marcus Ball acusam Johnson, fervoroso defensor do Brexit, de ter mentido deliberadamente em 2016, quando era prefeito de Londres, ao afirmar que o Reino Unido pagava 350 milhões de libras (440 milhões de dólares) por semana a Bruxelas.

Johnson, cuja intervenção na campanha do referendo foi considerada decisiva para a vitória do Brexit por 52%, deverá comparecer ao tribunal para responder a acusações de "má conduta em cargo público" durante uma audiência preliminar que determinará se o caso deve ir a julgamento, decidiu a juíza Margot Coleman.

A data da audiência não foi anunciada.

"O Reino Unido nunca enviou ou deu 350 milhões de libras por semana", afirmou um dos advogados de Ball, Lewis Power, ao defender o caso na semana passada no tribunal londrino de Westminster Magistrate.

Johnson "sabia que o valor era falso e, no entanto, optou por repeti-lo, várias vezes", afirmou. "A democracia exige uma liderança responsável e honesta por parte das pessoas que ocupam funções públicas", completou.

O político, que é o grande favorito entre os 11 candidatos declarados para substituir May na liderança do Partido Conservador e como chefe de Governo, nega a acusação.

O advogado de Johnson, Adrian Darbishire, afirmou que a acusação é inapropriada, uma manobra "política".

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