Tópicos | Câmara dos Deputados

Diante da CPI da Petrobras, o ex-diretor de Serviços da estatal Renato Duque preferiu ficar em silêncio, valendo-se do direito constitucional de não falar. Ele foi preso na última segunda-feira (16), dentro da décima fase da Operação Lava Jato, após tentar fazer transferência de dinheiro para contas na exterior.

Autorizado pela Justiça Federal a depor aos deputados, logo no início da sessão, Duque já avisou que não responderia as perguntas. "Estou sendo acusado, me encontro preso, por esse motivo estou exercendo o meu direito constitucional ao silêncio", disse ele, que está preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR) e compareceu à Câmara escoltado por policiais. "Existe uma hora de falar e outra de calar. Ao meu ver, essa é a hora de calar", salientou.

##RECOMENDA##

Em seguida, ele afirmou que todos os esclarecimentos serão prestados em momento oportuno. “Não posso dizer que é um prazer estar aqui, mas uma obrigação e, por orientação da minha defesa técnica na condição de investigado, estou exercendo o meu direito constitucional ao silencio, reservando-me a responder ao Judiciário todas as acusações que foram feitas contra mim”, disse.

Mesmo diante da negativa de falar, os deputados preferiram fazer as perguntas, ao final das quais Duque responde apenas que permanecerá calado.

A operação Lava Jato revelou que o ex-diretor é o elo do PT com o esquema de desvios de dinheiro de grandes contratos da Petrobras, mas ele nega as acusações. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), mais de R$ 650 milhões em propinas teriam sido repassados durante a gestão dele, entre 2004 e 2012. Seis empreiteiras teriam integrado cartel para assumir negócios bilionários.

Duque foi preso no ano passado, mas foi solto após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Nesse período, de acordo com a Polícia Federal, ele transferiu dinheiro de contas na Suíça para os Estados Unidos e Hong Kong. Nessa semana, ele voltou a ser preso após ser flagrado tentando transferir 20 milhões de euros para uma conta no Principado de Mônaco. Esse patrimônio não foi declarado à Receita Federal, o que levantou suspeitas na Polícia Federal.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras irá ouvir, nesta quinta-feira (19), o depoimento do ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque. A oitiva está marcada para as 9h30, no plenário 2.

Até esta quarta-feira (18), o depoimento de Duque estava marcado para o auditório da Superintendência da Polícia Federal, em Brasília. Mas o presidente da Câmara do Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), suspendeu o Ato 82 da Mesa Diretora, de 12 de julho de 2006, para permitir que ele fosse ouvido na Casa. O dispositivo impedia que presos fossem ouvidos na Câmara.

##RECOMENDA##

Duque voltou a ser preso na segunda (16), devido a movimentações de dinheiro no curso das investigações da Operação Lava Jato, que apura o desvio de dinheiro da Petrobras durante os anos de 2005 e 2015 para beneficiamento de partidos políticos e financiamento de campanhas eleitorais.

O juiz Sérgio Moro, responsável pelo processo pela Operação Lava Jato na primeira instância, autorizou a CPI da Petrobras a tomar o depoimento do ex-diretor da Petrobras nesta quinta. O magistrado determinou a apresentação de Duque, mediante escolta da Polícia Federal.

 

A Câmara remarcou para quarta-feira (18) a comissão geral para que o ministro da Educação, Cid Gomes, explique declaração em que se referiu a deputados como "achacadores". Ele deveria ter ido à Casa na semana passada, mas foi hospitalizado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, após o diagnóstico de uma sinusite, traqueobronquite aguda e pneumopatia.

A ofensa aos parlamentares ocorreu durante visita à Universidade Federal do Pará, no final de fevereiro. O ministro teria dado a seguinte declaração: “Tem lá uns 400 deputados, 300 deputados que, quanto pior, melhor para eles. Eles querem é que o governo esteja frágil porque é a forma de eles achacarem mais, tomarem mais, tirarem mais dele, aprovarem as emendas impositivas”.

##RECOMENDA##

A convocação do ministro atendeu ao pedido do deputado Mendonça Filho (PE), líder do DEM. Para ele, Gomes precisa se explicar já que ofendeu aos parlamentares. "Ele tem de dizer ao Brasil quem achacou, de que forma isso aconteceu e em que circunstâncias", frisou.

Cid Gomes recebeu alta na última sexta (13). Ele deu entrada na terça (10) com um quadro de febre, associada a dor muscular, cefaleia intensa, tosse e calafrios. De acordo com a assessoria do MEC, as temperaturas negativas que o ministro enfrentou em viagem aos Estados Unidos, onde participou de evento da Universidade Yale no início do mês, teriam feito com que ele já chegasse doente ao Brasil.

O não comparecimento de Gomes à Câmara na semana passada criou um mal-estar entre os deputados. O presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), chegou a ligar para amigos que são diretores do hospital para confirmar se o ministro estava mesmo internado na unidade. Para Cunha, as declarações de Gomes mostraram um "comportamento agressivo e arrogante".

Na próxima quinta-feira (19), a CPI da Petrobras na Câmara dos Deputados dará continuidade às oitivas. Desta vez, o depoente será o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque. Ele chegou a ser preso em uma das etapas da Operação Lava Jato, mas foi solto devido à decisão do Supremo Tribunal Federal.

Na última terça (10), o ex-gerente-executivo da Diretoria de Serviços da estatal, Pedro Barusco, confirmou o recebimento de propinas desde 1997, período do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Segundo ele, a propina paga pelas empresas contratadas pela Petrobras variava entre 1% e 2% dos valores dos contratos.

##RECOMENDA##

Na quinta (12), foi a vez do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), prestar esclarecimentos ao colegiado sobre a inclusão do nome dele na lista entregue pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF) para abertura de inquéritos. Na CPI, onde compareceu voluntariamente, Cunha criticou o trabalho de Janot, acusando-o de agir por motivação política. O parlamentar também disse estar à disposição para a quebra de seus sigilos telefônico e bancário, caso a CPI tenha dúvida de sua inocência.

No mesmo dia, o ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli disse que, mesmo com a ampliação do trabalho de auditoria na estatal, era difícil detectar irregularidades em relações diretas com fornecedores.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras na Câmara dos Deputados só voltará a se reunir na próxima quinta-feira, 19, para ouvir o depoimento de Renato Duque, ex-diretor de Serviços e Engenharia da estatal. Duque é apontado como um dos articuladores do grupo que teria beneficiado o PT no esquema de corrupção na companhia.

Em depoimento à CPI na última terça-feira, 10, o ex-braço direito de Duque confirmou a "institucionalização" do pagamento de propinas na estatal a partir de 2004. Segundo o ex-gerente de Serviços Pedro Barusco, Duque e o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, eram "protagonistas" do esquema. O PPS já protocolou um requerimento pedindo a acareação entre os três acusados.

##RECOMENDA##

Para o Ministério Público Federal (MPF), teriam sido captados na gestão de Duque cerca de R$ 650 milhões em propinas sobre contratos fechados de 2004 a 2012 com as seis empreiteiras que teriam integrado cartel para assumir negócios bilionários na estatal.

O informe sobre a oitiva já foi encaminhado a Duque, mas seus advogados ainda não responderam. Como se trata de convocação, o ex-diretor é obrigado a comparecer à sessão.

Na próxima terça-feira, 17, os membros da Mesa da CPI, líderes, relator e sub-relatores se reunirão para discutir os 315 requerimentos protocolados até hoje na comissão e que ainda não foram apreciados. O objetivo é fazer uma triagem das solicitações apresentadas e votá-las de forma conjunta. Só 109 requerimentos foram votados no plenário.

Em depoimento voluntário na CPI da Petrobras, nesta quinta-feira (12), o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) criticou o trabalho da Procuradoria-Geral da República e do Ministério Público Federal (MPF). Para ele, a lista de pedidos de abertura de inquérito fruto da Operação Lava Jato teve motivação política.

O parlamentar declarou respeitar o trabalho do MPF, mas condenou o que chamou de "jogo político" na listagem dos nomes a serem investigados. Cunha considerou a peça jurídica apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, fraca e cheia de contradições. "A forma da colocação da petição da PGR é pífia. Incoerências estão em todas as petições", sustentou. Ele também acusou o Palácio do Planalto de estar politizando o processo. "Não vamos aceitar transferir a crise para o outro lado da rua", disparou.

##RECOMENDA##

Em mais de três horas de depoimento, Cunha disse que "Janot escolheu quem incluir na lista". Ele citou a abertura de inquérito contra a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), e considerou que ela foi "a escolhida" em meio a outros nomes que também foram citados nas delações premiadas, como os do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da presidente Dilma Rousseff e do ex-ministro Antonio Palocci.

A petição da PGR, ainda de acordo com o presidente da Câmara, está baseada apenas nas doações oficiais recebidas por ele de empresas e no depoimento do policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, que disse em depoimento ter entregado quantias em dinheiro em uma casa em um condomínio no Rio de Janeiro, que supostamente seria de Cunha. “O procurador não teve o mesmo trabalho de analisar as doações oficiais feitas por empresas a outros políticos, como, por exemplo, o senador Delcídio Amaral”, disse Cunha, citando o parlamentar que teve a abertura de inquérito arquivada no Supremo Tribunal Federal (STF) a pedido da PGR.

Eduardo Cunha disse estar à disposição para a quebra de seus sigilos telefônico e bancário, caso a CPI tenha dúvida de sua inocência. “Não tenho nenhum problema com qualquer dos meus sigilos”, salientou.

Apoio

Durante a reunião, vários deputados manifestaram apoio a Eduardo Cunha e disseram acreditar na inocência dele. O líder do DEM, Mendonça Filho (PE), foi um dos que usou a palavra. "Vossa Excelência não é um deputado. Vossa Excelência representa o Parlamento e ocupa o terceiro cargo da República", exaltou.

O líder da minoria, Bruno Araújo (PSDB-PE), também se manifestou. “O senhor é mais presidente dessa Casa do que à véspera dessa lista", frisou. Para ele, a presença de Cunha na CPI para prestar quaisquer esclarecimentos e a firmeza de suas posições dão aos parlamentares a tranquilidade para dar continuidade aos trabalhos. “É a sinalização ao País de que nós temos plena e absoluta estabilidade nesse processo sob sua presidência, para caminharmos em dos momentos mais delicados e agitados e que chamam atenção da sociedade brasileira”.

Para o líder da oposição, Carlos Sampaio (SP), não há evidência contra Cunha e ele não perdeu a autoridade para presidir a Casa. “Alguns investigados têm provas robustas contra eles, e outros sequer tem indícios contra eles, e os que existem foram desmentidos", comentou. “O depoimento de Cunha devolveu à Casa a convicção de que seu presidente não tem nada a ver com esses episódios", sustentou o líder do Solidariedade, deputado Arthur Oliveira Maia (BA).

Críticas

Mesmo diante das críticas dos colegas, a deputada Maria do Rosário (PT-RS) defendeu o trabalho do MPF. “Eu não acredito em politização do procurador-geral da República”, frisou. “Eu vejo que não é razoável pensarmos que um instrumento autônomo, quase um poder autônomo, esteja aqui fazendo um mero jogo político, interferindo na Câmara dos Deputados”, completou.

A deputada Clarissa Garotinho (PR-RJ) classificou como “vergonhosa” a reunião da CPI na manhã desta quinta. “O que vi aqui foi uma reunião de felicitações. Quando, na verdade, cabe a esta comissão indagar, perguntar, questionar, inquirir. E foi o que menos vi na manhã de hoje”.

 

O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) foi eleito nesta quinta-feira (12) para presidir a Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados. A eleição, prevista no acordo de líderes, durou uma hora, com quórum de 17 votos, sendo 14 favoráveis e 3 brancos. Eram necessários apenas 10 votos para confirmar a eleição de Pimenta, a única candidatura apresentada.

Integrantes de destaque da bancada evangélica, que compõem a comissão, o pastor Marco Feliciano (PSC-SP) e Jair Bolsonaro (PP-RJ) não participaram da votação. "Essa ausência mostra que eles ainda não conseguiram chegar a um acordo", comentou um deputado sobre o impasse para eleição das três vice-presidências - que não devem ser definidas na sessão de hoje.

##RECOMENDA##

Ontem, após desentendimento com a bancada evangélica, o pastor Marco Feliciano (PSC-SP) recuou na negociação com o PT iniciada na tarde desta quarta-feira (11). Feliciano ia dividir espaço com o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), defensor da causa LGBT e adversário político dos evangélicos. Cada um assumiria uma vice-presidência.

A composição com Wyllys e com o PT foi mal vista por parte da bancada evangélica. Alguns deputados não aceitam compartilhar o espaço com figuras de "ideologia" tão diferente e outros acreditam ser importante marcar posição na CDHM.

Feliciano ocupou a presidência da comissão em 2013, quando foi o centro de diversas polêmicas e autor de declarações consideradas homofóbicas, machistas e racistas por movimentos ligados a minorias e direitos humanos.

Eleito para presidir a comissão, o petista Paulo Pimenta disse não estar acompanhando as negociações para composição da mesa. "As comissões são espaços de pluralidade e de proporcionalidade. Eu não veria problema em trabalhar com pessoas de orientações e ideologias diferentes."

Sob pressão, o PP formalizou nesta quarta-feira (11) junto ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados a substituição do deputado Lázaro Botelho (TO), um dos parlamentares investigados na Operação Lava Jato. Botelho, que também compunha a CPI da Petrobras, deixou a comissão nessa terça (10).

Um dia após ter indicado o deputado Covatti Filho (RS) para substituir Botelho na CPI, o PP decidiu hoje trocá-lo por Fernando Monteiro (PE). Covatti é filho do ex-deputado federal Vilson Covatti, que também figura na lista que a Procuradoria Geral da República (PGR) encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF). Covatti foi compensado com a suplência do Conselho de Ética.

##RECOMENDA##

Na CPI, o deputado Beto Rosado (RN) - que entrou na vaga do investigado Sandes Júnior (GO) ontem - hoje foi colocado na suplência. Ezequiel Fonseca (MT) ficou como titular da comissão na vaga de Covatti Filho.

Disputa

Em virtude da realização da sessão conjunta do Congresso Nacional, a reunião de instalação do Conselho de Ética foi adiada para esta quinta-feira, 12. O bloco liderado pelo PMDB ainda tem uma vaga a ser preenchida. O Conselho é formado por 21 membros titulares e 21 suplentes.

O colegiado, onde vão tramitar as representações contra os investigados da Lava Jato por quebra de decoro parlamentar, deve passar por uma disputa acirrada pela presidência amanhã. Aliado do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) deve apresentar sua candidatura. Já Marcos Rogério (PDT-RO) pode deixar a disputa. Os deputados do PSD da Bahia José Carlos Araújo e Sérgio Brito também concorrem à presidência do Conselho.

O ministro da Educação, Cid Gomes, não comparecerá ao plenário da Câmara, nesta quarta-feira (11), para explicar declaração em que se referiu a deputados como "achacadores". De acordo com o MEC, em comunicado enviado ao presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Gomes está internado desde essa terça-feira (10) no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. O motivo da internação, porém, não foi informado.

De acordo com a assessoria de imprensa do MEC, as temperaturas negativas que enfrentou em viagem aos Estados Unidos, onde participou de evento da Universidade Yale no fim de semana, teriam feito com queo ministro já chegasse doente ao Brasil. A assessoria também informou que, por conta do estado de saúde, Cid já havia cancelado participação em evento em Santo André, em São Paulo, na segunda (9). A decisão de interná-lo teria partido dos médicos, que agora conduzem uma bateria de exames.

##RECOMENDA##

A convocação do ministro foi aprovada na semana passada, atendendo ao pedido do deputado Mendonça Filho (PE), líder do DEM. Para ele, Gomes precisa se explicar já que ofendeu aos parlamentares. "Ele tem de dizer ao Brasil quem achacou, de que forma isso aconteceu e em que circunstâncias", frisou.

O caso ocorreu durante visita à Universidade Federal do Pará, no final de fevereiro. O ministro teria dado a seguinte declaração: “Tem lá uns 400 deputados, 300 deputados que, quanto pior, melhor para eles. Eles querem é que o governo esteja frágil porque é a forma de eles achacarem mais, tomarem mais, tirarem mais dele, aprovarem as emendas impositivas”.

Diante das sucessivas derrotas que o governo tem sofrido no Congresso, o Palácio do Planalto tentou adiar a sessão, destacando, inclusive, o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante para convencer Cunha de mudar a data da comissão geral que ouviria Gomes.

Embora o motivo da internação não tenha sido explicado, Mendonça não acredita que essa tenha sido uma manobra para postergar o comparecimento à Câmara. "Ele está doente e eu não acredito que um ministro de Estado recorreria a uma mentira para não vir à Câmara. Não acredito que o governo, o ministro, o hospital e os médicos seriam coniventes com uma mentira", ressaltou o parlamentar, que disse também que a ida de Gomes ao plenário será remarcada, sem data ainda prevista.

O último ministro convocado para falar no plenário da Câmara foi Antônio Cabrera, titular da pasta da Agricultura em 1991. Ele falou sobre os efeitos do Plano Collor 2 no setor rural.

Primeiro depoente da CPI da Petrobras, o ex-gerente-executivo da Diretoria de Serviços da estatal, Pedro Barusco, confirmou, nesta terça-feira (10), o recebimento de propinas desde 1997, período do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Segundo ele, a propina paga pelas empresas contratadas pela Petrobras variava entre 1% e 2% dos valores dos contratos.

“Comecei a receber propina em 1997, 1998. Foi uma iniciativa minha, pessoal, com um representante comercial da empresa”, disse ele, apesar de não querer dar mais detalhes de como era o esquema nesse período. “Existe uma operação em curso e eu me reservo o direito de não comentar", justificou. Durante o depoimento, ele considerou que a propina passou a ser “institucionalidade” num período posterior. “De forma mais ampla, em contado com outras pessoas da Petrobras, a partir de 2003, 2004. Não sei precisar a data”, pontuou.

##RECOMENDA##

Ainda segundo ele, o montante desviado dos grandes contratos era dividido em duas partes: a metade iria para dirigentes da própria Petrobras e a outra metade para o PT, embora também sabia do envolvimento do PP e do PMDB. Os ex-diretores Renato Duque, Jorge Luiz Zelada e Roberto Gonçalves foram citados como pessoas que teriam recebido propina. Já a parte que cabia ao PT seria entregue ao tesoureiro, João Vaccari Neto. "Eu estimo que a parte do partido tenha sido entre US$ 150 e 200 milhões, mas não posso afirmar que o PT tenha mesmo recebido esse dinheiro e nem como. Se foi doação oficial, se foi conta no exterior. Sei que existia uma quantia de propina para o PT”, frisou.

Barusco explicou aos deputados que a propina era transferida para o exterior. "Alguma coisab foi recebida em espécie no Brasil. Mas nunca paguei ou transferi recurso para ninguém", declarou. Para ele, a governança da estatal sempre foi boa. O problema estava na formação de cartéis externos.

Ele confirmou todas as informações prestadas em delação premiada à PF e retificou apenas que recebeu cerca de US$ 97 milhões em propinas de 2003 a 2011, quando trabalhava na Petrobras, e de 2011 a 2013, período em que ocupou uma diretoria na empresa privada Setebrasil, constituída para construir sondas de perfuração do pré-sal e financiada com recursos públicos – do BNDES e fundos de pensão.

Arrependimento

O ex-gerente disse estar colaborando com as investigações da Polícia Federal por estar arrependido dos crimes cometidos. "É um caminho que não recomendo para ninguém. É muito doloroso. Este é um caminho que não tem volta”, destacou. Ele também afirmou ter feito acordo para repatriar US$ 100 milhões que havia desviado para contas na Suíça. "Esse repatriamento que estou fazendo agora me dá um alívio", disse. ”Eu tive a fraqueza de começar. Primeiro, eu fiquei feliz com as contas no exterior e isso virou um pânico. Depois, foi quase um estado de apavoramento”.

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), irá depor na CPI da Petrobras próxima quinta-feira (12). O comparecimento será voluntário e acontece após a inclusão do parlamentar na lista de abertura de inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF), oriundos da Operação Lava Jato, da Polícia Federal.

“Ontem à noite recebi uma ligação do presidente expressando o seu desejo de vir a essa comissão. Já tínhamos alguns requerimentos pedindo a sua presença, mas como não tem sessão deliberativa hoje, nós marcamos para a próxima quinta-feira o seu depoimento”, explicou o presidente do colegiado, deputado Hugo Motta (PMDB-PB).

##RECOMENDA##

No STF, Cunha será investigado pela prática de crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O deputado aparece nas delações do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef. No depoimento do ex-diretor da Petrobras, Cunha aparece como beneficiário de Fernando Soares, o Fernando Baiano, operador do PMDB. O presidente da Câmara teria recebido dinheiro de um aluguel de navio-plataforma.

Nessa segunda (9), ele confirmou que permanecerá na presidência da Casa, enquanto o processo corre na Justiça. Ele criticou o trabalho do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. “Ele escolheu a quem investigar. Consequentemente, a partir de agora, vai ser investigado quem ele quis. Ou seja, essa situação precisa ser esclarecida à opinião pública. São dois pesos e duas medidas. Não é só no caso do senador Delcídio. Quando lerem as outras peças, vão encontrar várias incoerências. Eu mantenho a minha opinião", frisou ele, citando o caso do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), que teve seu nome citado, mas o processo foi arquivado por falta de provas.

Cunha já havia ido à CPI da Petrobras e dito que colaboraria com os trabalhos do colegiado. Ele disse que está à disposição para prestar qualquer esclarecimento a respeito do suposto envolvimento de seu nome nas investigações da Operação Lava Jato. 

 

O Congresso Nacional irá instalar, nesta terça-feira (10), a Comissão Mista de Combate à Violência contra a Mulher. A solenidade será realizada às 15h, no Salão Nobre do Senado, marcando a abertura dos trabalhos.

Também será realizada a eleição dos membros do colegiado. Formada por dez senadores e 27 deputados, a comissão foi proposta pela CPI Mista da Violência contra a Mulher, que investigou até 2012 as agressões diretamente relacionadas ao gênero feminino.

##RECOMENDA##

Entre as atribuições da comissão, estará a de apresentar propostas para a consolidação da Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres. O colegiado também deverá buscar as possíveis falhas nas ações e serviços da seguridade social e na prestação de segurança pública e jurídica às mulheres vítimas de violência, além de apresentar projetos com o objetivo de corrigir essas lacunas.

 

O ministro da Educação, Cid Gomes, estará na quarta-feira (11), na Câmara dos Deputados para explicar declaração em que se referiu a deputados como "achacadores". Caso ele não compareça à sessão, poderá sofrer processo por crime de responsabilidade.

O caso ocorreu durante visita à Universidade Federal do Pará. O ministro teria dado a seguinte declaração: “Tem lá uns 400 deputados, 300 deputados que, quanto pior, melhor para eles. Eles querem é que o governo esteja frágil porque é a forma de eles achacarem mais, tomarem mais, tirarem mais dele, aprovarem as emendas impositivas”.

##RECOMENDA##

Para o deputado Mendonça Filho (PE), que solicitou a convocação do ministro, a afirmação ofende a todos os parlamentares. "Ele tem de dizer ao Brasil quem achacou, de que forma isso aconteceu e em que circunstâncias", exigiu.

O último ministro convocado para falar no plenário da Câmara foi Antônio Cabrera, titular da pasta da Agricultura em 1991. Ele falou sobre os efeitos do Plano Collor 2 no setor rural.

 

Com os ânimos exaltados, após a divulgação da lista de Janot, a CPI da Petrobras dá início, nesta terça-feira (10), às oitivas para aprofundar as investigações sobre desvios de dinheiro da estatal. O primeiro a ser ouvido será engenheiro Pedro Barusco, ex-diretor da Petrobras e delator da Operação Lava Jato.

À Justiça, ele assumiu ter recebido propinas na estatal desde 1997. Barusco também afirmou que o PT recebeu entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões de recursos desviados de grandes contratos da empresa.

##RECOMENDA##

Os próximos depoimentos serão dos ex-presidentes da Petrobras, Sérgio Gabrielli e Graça Foster. Os deputados também aprovaram a convocação da diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Magda Chambriard; do doleiro Alberto Youssef; e do ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa.

Colegiado

Os trabalhos da comissão serão divididos em quatro sub-relatorias, anunciadas pelo presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB-PB). Ele também ressaltou que a comissão só vai investigar os fatos e o período que constam do ato de sua criação. Isso significa que a CPI vai se concentrar no período entre 2005 e 2015.

Sob protestos, as sub-relatorias criadas são as seguintes: superfaturamento e gestão temerária na construção de refinarias; constituição de empresas com a finalidade de praticar atos ilícitos;  superfaturamento e gestão temerária na construção e afretamento de navios de transporte, navios-plataforma e navios-sonda; e  irregularidades na operação da companhia Sete Brasil e na venda de ativos da Petrobras na África. Elas serão comandas pelos deputados Altineu Côrtes (PR-RJ), Bruno Covas (PSDB-SP), Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) e André Moura (PSC-SE), respectivamente.

 

A CPI da Petrobras na Câmara dos Deputados marcou para terça-feira (10) o depoimento do engenheiro Pedro Barusco, ex-diretor da Petrobras. Como ele está em prisão domiciliar, a presença dele depende de autorização judicial.

À Justiça, ele assumiu ter recebido propinas na estatal desde 1997. Barusco também afirmou que o PT recebeu entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões de recursos desviados de grandes contratos da empresa.

##RECOMENDA##

Na última quinta (5), os deputados também aprovaram a convocação dos ex-presidente da estatal Sérgio Gabrielli e Graça Foster; da diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Magda Chambriard; do doleiro Alberto Youssef; e do ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa.

Os trabalhos do colegiado serão divididos em quatro sub-relatorias, anunciadas pelo presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB-PB). Ele também ressaltou que a comissão só vai investigar os fatos e o período que constam do ato de sua criação. Isso significa que a CPI vai se concentrar no período entre 2005 e 2015.

Sob protestos, as sub-relatorias criadas são as seguintes: superfaturamento e gestão temerária na construção de refinarias; constituição de empresas com a finalidade de praticar atos ilícitos;  superfaturamento e gestão temerária na construção e afretamento de navios de transporte, navios-plataforma e navios-sonda; e  irregularidades na operação da companhia Sete Brasil e na venda de ativos da Petrobras na África. Elas serão comandas pelos deputados Altineu Côrtes (PR-RJ), Bruno Covas (PSDB-SP), Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) e André Moura (PSC-SE), respectivamente.

 

Na próxima semana, a Câmara dos Deputados irá votar o projeto de Lei 3771/12, que institui uma política permanente para o reajuste do salário mínimo para os próximos dez anos. A regra é semelhante à atual, que considera a inflação mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB).

A inclusão da matéria na pauta foi confirmada pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), embora o governo não considere que haja necessidade de agilizar a votação da proposta, já que a política atual de reajuste vale até o final do ano. Cunha enfrentou o Planalto e disse que o “governo terá oportunidade de se manifestar e exercer sua maioria no tema, se a tiver”. “Votaremos, com certeza absoluta, na semana que vem, porque a gente quer chegar no Dia do Trabalhador [1º de maio] com a política do salário mínimo sancionada”, frisou.

##RECOMENDA##

O PL é de autoria do deputado Jorge Boeira (PP-SC). Após os primeiros dez anos de vigência, ficará prevista uma fórmula para aumentos maiores baseada na variação do PIB per capita mais a inflação. De 2003 a 2012, o PIB real per capita aumentou 27,8%.

Pauta

As propostas que ficaram pendentes nesta semana também estarão na lista de votação da próxima semana, como a que regulamenta os direitos dos trabalhadores domésticos (PLP 302/13).

Três propostas de emenda à Constituição também podem ser votadas. Uma delas, a PEC 590/06, obriga as Mesas Diretoras da Câmara e do Senado a terem em sua composição ao menos uma mulher. As duas outras (as PECs 206/12 e 386/09) tratam sobre a exigência de diploma para exercício da profissão de jornalista.

Outro tema na pauta é o projeto que institui a Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte (PL 5201/13, também conhecido como Proforte). Os deputados têm até a próxima quarta-feira (11) para apresentar emendas de Plenário ao texto, dez meses após ter sido aprovado em uma comissão especial.

Durante toda essa semana, o meio político aguardou a divulgação da lista com os nomes dos  indiciados na Operação Lava Jato da Polícia Federal. O documento foi entregue pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF), na última terça-feira (3), e divulgado nesta sexta-feira (6). Sob clima de tensão, a presidente Dilma Rousseff reuniu-se com ministros.

Paralelamente, a relação entre o PT e PMDB continuou estremecida, com constantes embates, embora a presidente tenha tentado uma reaproximação ao se comprometer em ouvir mais o PMDB nas decisões do Executivo Federal. No Congresso, o governo sofreu mais uma derrota, com a aprovação, pelo Senado, da chamada PEC da Bengala, que eleva de 70 para 75 anos a aposentadoria compulsória dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), de tribunais superiores e dos componentes do Tribunal de Contas da União (TCU).

##RECOMENDA##

O Senado também aprovou, nesta semana, o primeiro projeto relacionado à reforma política. O Projeto de Lei Complementar (PLC) 4/2015, enviado pela Câmara, estabelece que partidos políticos com menos de cinco anos de criação não podem fazer fusões com outras legendas. Na Câmara, a Mesa Diretora voltou atrás sobre o ato que permitiria o uso da Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar para custear passagens de cônjuges no trajeto entre o estado de origem e Brasília. O recurso voltou a ser permitido apenas para a emissão de bilhetes aéreos para os deputados e assessores de gabinete.

Enquanto isso, a CPI da Petrobras deu início aos trabalhos e aprovou os primeiros convocados a prestar depoimentos ao colegiado. Na lista estão os ex-presidente da estatal Sérgio Gabrielli e Graça Foster; a diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Magda Chambriard; o doleiro Alberto Youssef; o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa; e o ex-gerente executivo de Engenharia da Petrobras, Pedro Barusco. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que está à disposição para prestar qualquer esclarecimento a respeito do suposto envolvimento de seu nome nas investigações da Operação Lava Jato.

Na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), a Mesa Diretora aprovou o requerimento para a criação da Frente LGBT na Casa. Agora o assunto segue para a análise em plenário e para ser aprovado o documento necessita do voto de 25 dos 49 deputados. O deputado estadual André Ferreira (PMDB) prometeu que vai lutar contra a criação da Frente. Em nota, ele disse que não faz sentido criar um grupo para tratar de um assunto pertinente à Comissão de Cidadania, Direitos Humanos e Participação Popular.

A Câmara dos Deputados instalou, nesta semana, a comissão externa que vai fiscalizar o cancelamento da construção de refinarias da Petrobras no Nordeste. A construção das refinarias Premium I (no Ceará) e Premium II (no Maranhão) foi anunciada ainda em 2010. Neste ano, a Petrobras anunciou o encerramento das obras, por não haver atratividade e parceiro econômico para a implantação. O prejuízo é de R$ 2,7 bilhões.

O grupo irá atuar durante 12 meses. A deputada Eliziane Gama (PPS-MA) foi eleita presidente e o deputado Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE), relator. Eles pediram a realização de diligências para verificar a situação das obras nos dois estados, além de reuniões com os deputados estaduais, governadores e prefeitos.

##RECOMENDA##

Os membros da comissão aprovaram ainda a realização de audiência pública com a participação do Ministério de Minas e Energia, de diretores da Petrobras, da Agência Nacional do Petróleo e de lideranças sindicais do Estado.

Matos questionou a responsabilidade da estatal com os gestores públicos do estado e do município e ainda da iniciativa privada que investiram em estrutura nos municípios para receber as refinarias. "O Brasil precisa ter mais unidade de refino. Nós estamos trazendo combustível de outros países. Então, é inconcebível o cancelamento das obras como também o desaquecimento da [refinaria] de Recife”, frisou.

Integrante do colegiado, o deputado Chico Lopes (PCdoB-CE) alega que a crise da Petrobras não pode afetar os projetos da refinaria e reafirma a importância de complexos industriais na região Nordeste. "Nós não queremos que o nosso esforço, a nossa briga de mais de 60 anos por uma refinaria, só por uma crise, seja tirado do plano de governo.” Para Lopes, é preciso discutir não só discutir com a Petrobras, mas conversar também futuramente com a presidente da República.

Com informações da Agência Câmara.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras vai pedir ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o acesso à lista com os nomes dos 54 indiciados na Operação Lava Jato da Polícia Federal. O documento foi entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF), na última terça-feira (3).

A solicitação consta em um dos 109 requerimentos aprovados nessa quinta (5) pela comissão. O primeiro aprovado foi referente à convocação do ex-gerente da Petrobras, Pedro Barusco, cujo depoimento está previsto para terça-feira (10). Como o ex-gerente está em regime de prisão domiciliar, a sua ida à CPI depende de autorização judicial.

##RECOMENDA##

A CPI aprovou a convocação dos ex-presidentes da Petrobras, Graça Foster e Sérgio Gabrielli; dos ex-diretores de Abastecimento, Paulo Roberto Costa, da Área Internacional, Nestor Cerveró, de Serviços, Renato Duque; da diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Magda Chambriard e do doleiro Alberto Youssef.

O presidente da SBM Offshore no Brasil, Phillippe Levy também será chamado a depor. A empresa holandesa é investigada pelo pagamento de propina aos ex-diretores da estatal, entre eles está Barusco que, em delação premiada, disse que recebeu mais de U$ 20 milhões de propina da empresa. O ex-diretor afirmou, que o pagamento por parte da SMB começou em 1997, durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

As convocações fazem parte dos 43 requerimentos listados pelo relator Luiz Sérgio, constantes no plano de trabalho que norteará os trabalhos da CPI. O presidente da comissão, deputado Hugo Motta (PMDB-PB) informou que os trabalhos serão divididos em reuniões para as oitivas, deliberação de requerimentos e análise da documentação. Ontem, a CPI recebeu 334 requerimentos que devem ser apreciados na próxima quinta-feira (12).

A Câmara dos Deputados aprovou nessa quinta-feira (5) projeto que institui o Estatuto da Pessoa com Deficiência, batizado pela relatora, deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP), de Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência. O texto é uma espécie de marco legal das pessoas com deficiência. “Ele tem pontos em todos os setores: educação, saúde, trabalho, infraestrutura urbana, na cultura e no esporte para promover e assegurar os direitos das pessoas com deficiência”, disse a relatora.

A proposta aprovada foi um substitutivo da deputada Mara Gabrilli ao projeto de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS). A matéria define o que é considerado deficiência e prevê atendimento prioritário em órgãos públicos e dá ênfase nas políticas públicas para as pessoas com deficiência.

##RECOMENDA##

A proposta, que trata de vários aspectos do cotidiano das pessoas com deficiência, retorna ao Senado para nova votação. A relatora informou que tem o compromisso do senador Paim de não alterar o texto aprovado pelos deputados e atuar para que a votação seja rápida.

Algumas das inovações do texto aprovado são: a criação do auxílio-inclusão, a ser pago às pessoas com deficiência moderada ou grave que entrarem no mercado de trabalho; define pena de reclusão de um a três anos para quem discriminar as pessoas com deficiência; reserva de 10% de vagas às pessoas com deficiência nos processos seletivos de curso de ensino superior.

O projeto também cria o cadastro de inclusão, com a finalidade de coletar, processar, sistematizar e disseminar informações georreferenciadas que permitem a identificação e a caracterização das pessoas com deficiências e as barreiras que impedem fazer valer os seus direitos. O texto estabelece  aindaque a reforma de todas as calçadas passe a ser obrigação do Poder Público, que deverá tornar todas as rotas acessíveis. Atualmente, essa responsabilidade é dos municípios. 

Como havia prometido, a deputada Mara Gabrilli não mexeu na lei das cotas, que obriga as empresas com mais de 100 funcionários a contratar pessoas com deficiência.   "Eu me comprometi a elaborar um texto que asseguraria direitos e não mexeria na lei de cotas”, disse. Segundo a deputada, o texto aprovado compatibiliza as normas legais brasileiras com os direitos fundamentais para pessoas com deficiência, estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando