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O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), defendeu nesta quarta-feira (25), durante café da manhã com dirigentes sindicais, a necessidade de apressar a análise das medidas provisórias (MPs) 664 e 665 que alteram as regras para o pagamento de benefícios como o seguro-desemprego, abono salarial e pensão por morte.

“Independente ou não de concordar com o conteúdo [das MPs], existe a necessidade do debate. Alguma medida tem que ser adotada isso já está lá [nas MPs]. É mais importante eles [sindicalistas] focarem no conteúdo, para ver o que pode ser aperfeiçoado, do que ficarem contra o processo”, disse Cunha.

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Já os sindicalistas defenderam, como condição para a negociação, a revogação das MPs, sob o argumento de que elas retiram direitos dos trabalhadores. “Queremos que suspendam as medidas, revoguem, pra gente poder começar com o pé no chão”, afirmou o presidente da Força Sindical, Miguel Torres.

Cunha disse que as comissões mistas – formadas por deputados e senadores – destinadas a analisar as medidas provisórias devem ser instaladas na próxima semana. Caso aprovadas nas comissões, seguirão para votação nos plenários da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. A partir do dia 19 de março, as MPs começam a trancar a pauta da Casa.

As medidas que, de acordo com o governo, devem gerar economia de R$ 18 bilhões em 2015, vêm sendo duramente criticadas pelas centrais sindicais, que acusam o governo de promover o ajuste fiscal (economia destinada a pagar juros da dívida pública) à custa da retirada de direitos trabalhistas. “O governo partiu da premissa que, por uma dor de cabeça em uma pessoa, corta-se a cabeça e depois vai ver o que faz. Nós queremos que dê um remédio, vamos trabalhar as questões com o pé no chão, pois com certeza a gente pode achar um caminho”, defendeu o presidente da Força Sindical Miguel Torres.

Segundo Torres, os sindicalistas apresentaram alternativas às propostas do governo que representam economia de até R$ 111 bilhões. “As centrais sindicais têm propostas para corrigir as distorções, têm propostas de fazer economia de caixa do governo. Deixei na mão do presidente da Câmara uma análise que dá, grosso modo, R$ 111 bilhões de economia, se quiser fazer desde taxação de grandes fortunas e de remessa de lucro [para o exterior], taxação de veículos aeronáuticos, aviões, navios e helicópteros” apontou o sindicalista.

Ainda de acordo com o sindicalista, centrais sindicais como a Central de Sindicatos Brasileiros (CSB), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brsail (CTB), Central Única de Trabalhadores (CUT), Nova Central e a União Geral dos Trabalhadores (UGT) vão realizar, na próxima segunda-feira (2), atos em frente às delegacias regionais do Trabalho (DRTs) contra as medidas. A data coincide com a entrada em vigor das alterações na concessão do seguro-desemprego. “Dia 2 de março estaremos nas DRTs fazendo manifestações e 23 de março uma paralisação em nível nacional, mostrando a insatisfação dos trabalhadores”, apontou.

Desde sua publicação no Diário Oficial, no final de 2014, as medidas têm gerado controvérsias. Até o momento, elas já receberam 750 emendas de deputados e senadores. O Congresso Nacional tem até o dia 2 de abril para votar as MPs. Se não forem votadas até lá, perdem a validade.

Para o oposicionista e líder do PPS, Rubens Bueno (PR) a demora na instalação das comissões mistas poe diminuir a possibilidade de busca de um consenso. “Quando o tempo passa, perde-se a oportunidade do diálogo, de buscar consensos e quando o consenso for atropelado em Plenário é evidente que não sai o melhor dispositivo legal”, avaliou.

Ainda nesta quarta-feira, os sindicalistas devem se reunir com os ministros Pepe Vargas, de Relações Institucionais; Manoel Dias, do Trabalho; Nelson Barbosa, do Planejamento; Carlos Gabas, da Previdência;  e Miguel Rossetto, da Secretaria-Geral da Presidência, para discutir as MPs.

O deputado Tadeu Alencar (PSB-PE) foi eleito, nessa terça-feira (24), 3º vice-presidente da comissão especial da Câmara que analisa os projetos relacionados à reforma política. Os demais dirigente do colegiado já haviam sido eleitos: o presidente é o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ); Rubens Otoni (PT-GO) é o 1º vice; e Marcus Pestana (PSDB-MG), o 2º vice. A relatoria está a cargo de Marcelo Castro (PMDB-PI).

“A eleição para vice-presidente fortalece a representação do meu partido e aumenta a nossa responsabilidade de lutar por uma reforma política que atenda à expectativa da sociedade e que, melhorando a política, possa melhorar o Brasil”, ressaltou. Favorável ao financiamento público das campanhas e ao fim da reeleição, o parlamentar disse que vai aguardar o posicionamento oficial do partido para defendê-lo na comissão - uma reunião será realizada nesta quinta-feira (26) para definir a posição do PSB aos temas polêmicos da reforma.

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Nessa terça, a comissão aprovou o plano de trabalho. O primeiro momento será reservado para discussão com a sociedade civil e autoridades. Serão convidados, por exemplo, representantes da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e de sindicatos. Também serão convidados para os debates o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes; o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Dias Toffoli; e o procurador-geral eleitoral, Rodrigo Janot.

 

O deputado Mendonça Filho (PE), líder do DEM na Câmara dos Deputados, apresentou uma moção de repúdio ao governo da Venezuela pelos atos de repressão e perseguição aos opositores. A previsão da legenda é de que a proposta seja votada ainda nesta quarta-feira (25).

No texto, o parlamentar mencionou o caso da prisão do oposicionista e prefeito de Caracas, Antônio Ledezma, detido por uma suposta conspiração ao regime comandado pelo presidente Nicolas Maduro. Mendonça Filho lembrou que Ledezma foi preso por uma operação em que houve uso da violência pelo serviço de inteligência da Venezuela corroborando sua prática de reprimir qualquer resistência ao governo ditatorial implantado por Hugo Chavez e mantido por Maduro.

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“O Brasil vive sob um regime democrático de direito e não pode, de forma alguma, ficar calado diante de atos ditatoriais do regime bolivariano da Venezuela. O governo brasileiro, lamentavelmente, se omite, mas essa Casa não pode ter uma atitude passiva diante das arbitrariedades cometidas por um presidente que usa da violência para massacrar qualquer oposição ao regime bolivariano”, disparou.

 

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou nessa terça-feira (24) o projeto de lei complementar 177/12, que cria normas de finanças públicas para repasses ou parcerias de órgãos públicos com entidades não governamentais (ONGs) e organizações da sociedade civil (Oscips).

A matéria recebeu 442 votos a favor, 22 contrários e duas abstenções, e agora segue para a deliberação do Senado.

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O texto aprovado visa dar mais transparência e permitir maior controle e fiscalização da execução de parcerias e convênios da União, estados, Distrito Federal, municípios e seus órgãos, com ONGs e Oscips, estabelecendo requisitos, responsabilizando agentes públicos e criando regras de prestação de contas.

O projeto determina, por exemplo, que, para se candidatar a receber recursos públicos, as entidades terão de comprovar capacidade gerencial e técnica e não poderão ter a participação de agentes públicos na sua gestão nem funcionar como meras intermediárias de prestação de serviços. A ONG também terá de comprovar que está em atividade regular nos últimos três anos.

Para o autor da proposta, o deputado Esperidião Amin (PP-SC), a aprovação representa um grande passo já que criminaliza o mau uso do dinheiro público repassado às ONGs. “Com o regramento proposto neste projeto, esperamos conter a onda de corrupção que tem envolvido ONGs e setores do Poder Público, com graves prejuízos para a Nação e para os cofres públicos”, frisou ele, na justificativa do projeto.

As entidades ficarão obrigadas a divulgar na internet informações referentes a todos os projetos executados e em execução, bem como informações relativas a seus dirigentes e atribuições especificas.

Pauta

Os deputados também aprovaram o projeto de lei do Senado que tipifica como crime a venda de bebidas alcoólicas a menores de 18 anos. O projeto prevê detenção de dois a quatro anos e multa de R$ 3 mil a R$ 10 mil pelo descumprimento da proibição. Como o texto já havia sido aprovado no Senado e não foi alterado na votação dos deputados, ele segue agora à sanção presidencial.

Com informações das agências Câmara e Brasil.

O vice-presidente da República, Michel Temer, reuniu na manhã desta quarta-feira (25) a bancada do PMDB na Câmara, em um café da manhã, para pedir apoio do partido ao pacote de ajuste fiscal. O encontro foi marcado de última hora e, dos 68 deputados do PMDB, 56 compareceram.

Segundo parlamentares que participaram da reunião, Temer afirmou que o momento do País e da economia é "delicado" e que o PMDB tem importância fundamental na governabilidade e equilíbrio. O vice-presidente afirmou que todos os peemedebistas têm que entender a importância do momento.

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O encontro com Temer ocorre após a reunião que a bancada do partido teve com a equipe econômica na última segunda-feira (23). "Temer disse que essa era apenas uma reunião rápida e preliminar para tratar da importância do PMDB e que mais a frente ele vai reunir senadores, deputados e ministros dos partidos. Disse que todos da bancada têm que entender que os ministérios comandados pelo partido estão abertos ao PMDB", contou a deputada Elcione Barbalho (PMDB-PA), que esteve no café realizado no Palácio do Jaburu, residência oficial da vice-presidência.

O líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), participou do encontro, quando foi apresentado como líder do partido. Temer e Picciani prometeram trabalhar em conjunto.

A Câmara dos Deputados aprovou, na noite desta terça-feira (24), o projeto de lei que criminaliza a venda de bebida alcoólica a menores de 18 anos. A proposta, que já foi apreciada no Senado e agora segue para a sanção da presidenta Dilma Rousseff, torna crime ainda o ato de fornecer, servir, ministrar ou entregar bebida a criança ou adolescente, mesmo que gratuitamente. O texto é de autoria do senador Humberto Costa (PT).

"A aprovação dessa lei é uma grande vitória. Vamos aumentar a rede de proteção sobre nossas crianças e nossos adolescentes, ajudando a afastá-los do risco do álcool", disse Humberto. O Projeto de Lei do Senado nº 508/2011, que agora será sancionado, estabelece pena de detenção de 2 a 4 anos para quem descumprir a norma, além de multa para casos menos graves que variam de R$ 3 mil a R$ 10 mil. O estabelecimento comercial será fechado até que o valor seja pago.

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Atualmente, de acordo com a legislação brasileira, a comercialização de bebida alcoólica a menores é considerada uma contravenção penal. O entendimento é do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que, ao julgar um habeas corpus, considerou que o artigo do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) que trata do tema prevê como crime somente a “conduta de quem vende ou fornece produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica” e não a venda de “bebida alcoólica”.

Dessa maneira, o tribunal decidiu que a única opção que o ordenamento jurídico apresenta para punir aquele que vende bebida alcoólica a menor é o artigo 63 da Lei das Contravenções Penais. O artigo estabelece que servir bebidas alcoólicas a menor de dezoito anos resulta em pena de prisão simples, de dois meses a um ano, ou multa.

A bancada do PT na Câmara dos Deputados vai indicar Luiz Sérgio (RJ) para a relatoria da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras. A CPI será instalada na próxima quinta-feira (26).

Além de Luiz Sérgio, que foi ministro das Relações Institucionais e da Pesca do governo Dilma Rousseff, os titulares da sigla na comissão serão Afonso Florence (BA) e Valmir Prascidelli (SP). Os suplentes da bancada serão Maria do Rosário (RS), Leo de Brito (AC) e Jorge Solla (BA).

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A comissão terá 27 membros titulares e será presidida pelo peemedebista Hugo Motta (PB).

As presidências das 22 comissões permanentes da Câmara dos Deputados serão definidas nesta semana. Os líderes partidários se reunião na quinta-feira (26) para confirmar os nomes.

A escolha é baseada na proporcionalidade dos blocos partidários formados no dia da posse - 1º de fevereiro. Por esse critério, o maior bloco da Casa, liderado pelo PMDB, terá nove comissões. O segundo maior bloco, que inclui o PT, ficará com a presidência de sete. Já o bloco do PSDB presidirá cinco, enquanto o PDT, que só se integrou ao bloco liderado pelo PT após o prazo regimental para o cálculo da divisão das comissões, ficará com uma.

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Tradicionalmente, a primeira comissão a ser escolhida é a de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), considerada a mais importante da Câmara, pois tem a prerrogativa de analisar a constitucionalidade e a admissibilidade das propostas.

 

Quando menores cometem infrações, as unidades socioeducativas são os destinos mais corriqueiros para eles. Em Pernambuco, por exemplo, a Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase) é a principal instituição que trabalha nesse sentido. Entretanto, um projeto de lei de Câmara dos Deputados tem uma nova proposta: inserir entre as medidas a obrigação de inscrição em curso técnico-profissionalizante.

O autor do projeto é o deputado Heuler Cruvinel (PSD-GO). Ele também prevê a entrada do adolescente infrator em curso de formação técnico-profissionalizante ou em curso regular de ensino como forma de garantir perdão da pena na razão de um dia de internação por cinco dias de estudo. De acordo com Cruvinel, a proposta é uma maneira de corrigir a atual forma de punição. “A medida corrige uma falha do sistema de aplicação das medidas socioeducativas, pois oferece às Varas da Infância e Juventude a possibilidade de imputar ao adolescente infrator o cumprimento de sua pena por meio dos estudos”, argumenta o deputado, conforme informações da Agência Câmara de Notícias. 

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O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) determina atualmente, quando confirmada a prática de ato infracional por adolescentes (12 a 17 anos), que sejam aplicadas algumas medidas, tais como advertência, internação em estabelecimento educacional, obrigação de reparar o dano, prestação de serviços à comunidade e liberdade assistida. O projeto do deputado Heuler Cruvinel, antes de seguir para o Senado, receberá análise das Comissões de Seguridade Social e Família; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Com informações da Agência Câmara de Notícias

 

A Coalizão pela Reforma Política Democrática e Eleições Limpas, com apoio de parlamentares, vai realizar um ato no próximo dia 25, na Câmara dos Deputados, para debater a proposta de iniciativa popular para reforma política (PL 6316/13), batizada de Eleições Limpas.

A coalizão conta hoje com 103 entidades e movimentos sociais. O grupo se opõe ao texto (PEC 352/13) que dará início às discussões sobre a reforma política na comissão especial instalada pela Câmara na terça-feira (10). O grupo pretende assegurar o debate, em paralelo, da proposta de iniciativa popular.

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Nesta quarta-feira (11), deputados e representantes da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) estiveram reunidos na liderança do PCdoB na Câmara para discutir uma agenda de mobilização em torno do projeto.

“O ponto de partida desse plano de mobilização será o ato aqui na Câmara, do qual participarão os presidentes da CNBB, cardeal Raimundo Damasceno; da OAB, Marcos Vinícius Furtado Coêlho; e de entidades do movimento social”, afirmou o ex-deputado Aldo Arantes, representante da OAB na reunião.

“Vamos convidar todos os parlamentares, deputados e senadores para expor o significado desse projeto de iniciativa popular, que sugere uma reforma política que amplia o processo democrático”, continuou Arantes. “Consideramos que a sociedade brasileira e o Parlamento estão diante de duas propostas, a PEC e o projeto de iniciativa popular.”

Financiamento

Arantes ressalta que o projeto de iniciativa popular exclui o financiamento de campanhas por empresas, propõe um sistema eleitoral com maior participação da sociedade e, especialmente, das mulheres, ampliando os mecanismos de democracia direta.

Já a PEC 352/13, na avaliação dele, é um retrocesso. “Essa PEC constitucionaliza o financiamento de campanha e não leva em conta a aspiração da sociedade que, nas ruas, exige o fim da influência do poder econômico nas eleições. E, mais, contrapõe-se a uma decisão praticamente tomada pelo Supremo Tribunal Federal.”

Em abril de 2014, ao analisar uma ação direta de inconstitucionalidade da OAB contra financiamento privado a candidatos e a partidos políticos, 6 dos 11 ministros do Supremo decidiram a favor da proibição de doações de empresas. Apesar da maioria formada, o julgamento está suspenso desde então, devido a um pedido de vista do ministro Gilmar Mendes.

Mobilizações

“Não basta falar em reforma política. Tem que falar qual reforma política”, disse a deputada Jandira Feghali (RJ), líder do PCdoB, justificando a necessidade de mobilizações em favor do projeto de iniciativa popular.

Para a deputada Luiza Erundina (PSB-SP), terceira suplente da Mesa Diretora, a pressão popular será necessária. “O embate tem que se dar internamente na comissão especial, mas com uma pressão externa, sem o que será difícil conseguir demover a maioria dos parlamentares de aprovar uma PEC absolutamente contrária ao fortalecimento da democracia no País”, disse.

“Estamos confiantes que a Câmara apoiará nosso projeto, afastando o financiamento privado, causa de corrupção e escândalo nas eleições”, afirmou o advogado Marcelo Lavenère, representante da CNBB na reunião. Também participaram do encontro os deputados Henrique Fontana (PT-RS), Orlando Silva (PCdoB-SP) e Chico Alendar (RJ), líder do Psol na Câmara.

Relator

O deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), relator da comissão especial sobre a reforma política, disse ver com naturalidade as manifestações em torno do tema. “Sou um incentivador de que a sociedade se mobilize para que façamos uma reforma o mais próxima possível do que a sociedade quer”, afirmou.

“Esses movimentos todos terão amplo espaço para o debate. Democracia é isso aí, o que não significa que A ou B vá ser vitorioso na sua tese. Todos teremos que nos submeter à vontade da maioria”, disse. Segundo Castro, se, ao final, a reforma política diminuir “drasticamente” a influência do poder econômico no resultado eleitoral, terá havido um salto de qualidade.

*Com informações da Agência Câmara

Após cerca de 60 emendas serem rejeitadas, a Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (10) a redação final de um projeto de lei que tem por objetivo diminuir a burocracia para a realização de pesquisas científicas com recursos genéticos brasileiros ou que usem conhecimento de povos tradicionais. Essa proposta, que beneficia principalmente as indústrias farmacêutica e de cosméticos, segue agora para o Senado Federal. Passaram pontos polêmicos, como a anistia a empresas que haviam sido multadas por levar adiante pesquisas sem autorização do órgão competente.

A proposição tem urgência constitucional e estava trancando os trabalhos do Plenário da Casa desde agosto do ano passado. O presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ) manobrou para garantir a votação entre ontem e hoje e, assim, conseguir colocar em votação outras matérias, entre elas a criação de uma "quarentena" para a fusão de novos partidos políticos. Nesta segunda-feira (9) à noite, o texto base da chamada "lei da biodiversidade" foi aprovada, deixando para hoje apenas as emendas.

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O principal objetivo do projeto é "desafogar" o Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGen), órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente que concentra os pedidos para que pesquisadores façam estudos com material genético nacional. A "lei da biodiversidade" cria um banco nacional de registros para pesquisas que dependam de extração de recursos genéticos. Mas, para agilizar o processo, os estudos sem fins comerciais deixam de depender do aval do CGen, sendo necessário apenas um cadastro no Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação.

Outra inovação da proposta é um dispositivo que prevê o pagamento de royalties pelo uso do material genético depois que o produto acabado estiver em comercialização. Nas regras atuais, as empresas e as instituições de pesquisa precisam realizar esse pagamento assim que for identificada viabilidade comercial.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) defende a "aprovação urgente", pelo Senado Federal, das novas regras para acesso ao patrimônio genético. Na avaliação da CNI, a partir da legislação será possível alavancar pesquisas com a biodiversidade brasileira e incrementar o desenvolvimento de produtos de uso sustentável em setores como fármaco, têxtil, alimentação, energia e cosméticos.

A Câmara dos Deputados irá votar, em segundo turno, a Proposta de Emenda à Constituição do Orçamento Impositivo (PEC 358/13) na segunda-feira (9). A sessão extraordinária do plenário foi marcada pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para quem a matéria é prioridade.

A proposta foi aprovada em primeiro turno no dia 16 de dezembro. Como ainda não havia completado o prazo regimental de cinco sessões ordinárias entre as duas votações, a PEC não pôde votada essa semana.

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A proposta obriga o governo a pagar as emendas que os deputados e senadores incluem no Orçamento para obras e serviços em suas bases eleitorais. Fica reservado 1,2 % da receita corrente líquida do ano anterior para as emendas parlamentares, só que metade desse valor deve ser aplicado na saúde. Esse montante poderá ser usado inclusive no custeio do Sistema Único de Saúde (SUS), mas não poderá servir para o pagamento de pessoal ou de encargos sociais.

 

Na primeira semana de trabalhos da Câmara, os deputados já protocolaram oito pedidos de criação de comissões parlamentares de inquérito (CPIs) para investigar os mais diversos assuntos. Dessas, apenas a destinada a investigar a prática de atos ilícitos e irregulares na Petrobras entre 2005 e 2015 foi criada, e deverá ser instalada logo após a semana de carnaval.

Os outros sete pedidos de CPI estão sendo analisados pela Secretaria-Geral da Mesa da Câmara, que é responsável pela verificação e conferência das assinaturas e se há fato determinado para a criação da comissão. Feita a análise, cabe ao presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), decidir, com base no estudo da assessoria, se cria ou não a CPI.

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Para que uma CPI seja criada é preciso que haja fato determinado para as investigações objeto do requerimento, e que o mesmo contenha as assinaturas de pelo menos 171 deputados. Pelo Regimento Interno da Câmara só podem funcionar simultaneamente cinco CPIs, obedecendo à ordem de apresentação dos respectivos requerimentos de criação.

O secretário-geral da Mesa da Câmara, Mozart Vianna, informou que na segunda-feira (9) levará ao deputado Eduardo Cunha o estudo sobre os sete requerimentos de criação de comissões parlamentares de inquérito para que Cunha decida se cria ou não as outras quatro CPIs, que poderão funcionar simultaneamente com a da Petrobras.

O primeiro requerimento de CPI apresentado nesta legislatura propõe a criação de comissão para investigar a divulgação de pesquisas eleitorais e seu reflexo no resultado das eleições, a partir do processo eleitoral de 2000. O pedido foi feito pelo deputado Ricardo Barros (PP-PR) e apresentado no dia 2 de fevereiro. O segundo pedido foi feito pelo deputado Ivan Valente (PSOL-SP), em 3 de fevereiro, e propõe que sejam investigadas denúncias de irregularidades nos serviços de planos de saúde prestados por empresas e instituições privadas.

O terceiro pedido de CPI foi apresentado pelos líderes da oposição, na noite do dia 3 de fevereiro, para investigar atos ilícitos e irregulares na Petrobras. Como o pedido atendeu as exigências, Eduardo Cunha já criou a CPI. O quarto pedido foi apresentado pelo deputado Paulo Teixeira (PT-SP) e propõe investigar as causas e razões da violência no Brasil e propor medidas para reduzi-la. A quinta solicitação propõe investigar as causas da violência contra jovens negros e pobres, feita pelo deputado Reginaldo Lopes (PT-MG).

O sexto pedido de CPI foi feito pelo deputado Carlos Zarattini (PT-SP) para investigar a realidade do sistema carcerário brasileiro. O sétimo foi apresentado pelo deputado Geraldo Rezende (PMDB-MG) e visa a investigar a cartelização na fixação de preços e distribuição de órteses e próteses. O último pedido apresentado  é para investigar as causas, consequências e os responsáveis pela atual desestruturação do setor elétrico, feito pelo líder do PSDB na Câmara, deputado Carlos Sampaio (SP).

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), assinou nesta terça-feira (4) o ato de criação da comissão especial que vai analisar a proposta de reforma política (PEC 352/13). Os partidos deverão indicar os integrantes do colegiado até segunda-feira (9), já que a instalação deverá ser realizada na terça-feira (10).

A proposta resultou do grupo de trabalho de reforma política da Casa. A matéria acaba com a reeleição do presidente da República, dos governadores e prefeitos; põe fim ao voto obrigatório, que se torna facultativo; e muda as regras das coligações eleitorais, com o fim da obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, municipal ou distrital.

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A admissibilidade da PEC foi aprovada na noite dessa terça-feira (3) pelo plenário da Câmara. Cunha garantiu que será um debate amplo – outras propostas serão apensadas para discussão pela comissão especial, enquanto projetos de lei serão votados em plenário junto com o resultado da comissão.

“Se nós não sinalizarmos que queremos votar uma reforma política, todos aqueles que discursaram e falaram que a reforma política é prioritária teriam cometido um engodo. É preciso que a gente dê um passo. Se esse passo, por si só, não for suficiente, deveremos dar tantos passos quantos necessários para que seja suficiente”, ressaltou Cunha.

Com informações da Agência Câmara.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), considera página virada a disputa que travou com o PT e o Planalto ao longo do processo de eleição para comandar a Mesa Diretora da Casa, mas declarou que vai colocar em votação nesta terça-feira (3) o Orçamento impositivo - uma pauta sem adesão do governo.

Depois da acirrada disputa pela presidência da Câmara, o senhor acha que o PMDB e o PT devem continuar como parceiros na próxima eleição presidencial?

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Isso é uma coisa partidária. Eu, como presidente da Câmara, não posso falar sobre isso. Seria passar por cima da posição partidária. Isso é uma coisa que o partido vai ter que responder no seu devido tempo e na sua devida forma.

Mas o governo trabalhou na campanha do Arlindo Chinaglia (PT-SP). No discurso, o senhor citou essa interferência.

Eu fui muito claro quando me perguntaram sobre isso. E a Casa já respondeu.

Na avaliação do senhor, onde o governo errou ao interferir no processo da disputa pela presidência da Câmara?

Errado é a interferência de um poder no outro. Eu reclamei.

Ficarão sequelas da eleição?

Eu tenho que tratar das questões que cabem ao presidente do Poder. Eu não vou passar no exercício da presidência da Câmara qualquer tipo de resquício que seja gerado pela disputa. E agora, o que houver de sequela já é problema partidário.

Qual é o primeiro passo de sua pauta de votação na Câmara?

Amanhã (hoje), nós vamos votar o Orçamento impositivo. Vou pôr para votar. Se houver acordo, vai votar.

Não é o primeiro confronto? O governo não quer essa votação.

O texto da emenda constitucional que será votado foi aprovado pelo governo. Não teve contestação. Pode votar com tranquilidade. Se não der, cada um vota do que jeito que lhe convier.

Como o senhor viu a inferência do governo para fortalecer, por exemplo, o PSD do ministro Gilberto Kassab em prejuízo do PMDB?

Eu não falo pelo PMDB. Quem tem que falar é o Michel Temer (vice-presidente da República e presidente do PMDB).

A presidente Dilma Rousseff ligou para o senhor na segunda-feira. Foi um sinal de início do diálogo do Planalto com o senhor?

Ela ligou para me cumprimentar. Só isso.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em seu segundo mandato como deputado federal, Tiririca (PR-SP), avalia que circo é mais organizado que a Câmara dos Deputado. Mais experiente na política, Tiririca espera ver desta vez seus projetos aprovados e disse que "ficou meio maluco" quando chegou no Congresso.

"Nos três primeiros meses foi difícil, você vem de outra escola, chega aqui e assusta. Você vem de um negócio hiper organizado. O circo é coisa organizadinha, tem hora para entrar e para sair. Aí chega aqui, o cara está discursando e neguinho não está nem aí. Até você entender que é assim", comentou.

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O deputado prometeu fazer seu primeiro discurso no plenário neste mandato e avaliou como "sensacional" seus primeiros quatro anos na Câmara. Ele lembrou que não teve nenhuma falta na última legislatura e que apesar do "massacre", respondeu aos críticos trabalhando.

Já o novato Sérgio Reis (PRB-SP) tomou posse nesta manhã defendendo a melhora da imagem da Casa frente à opinião pública. O cantor disse que vai se dedicar às funções legislativas de terças, quartas e quintas-feiras, sendo sextas, sábados e domingos voltados para os shows.

O novo deputado disse que as bandeiras de seu mandato serão a saúde e as políticas para os aposentados. "Eu sou aposentado e se não fosse cantor, não teria dinheiro para comprar os dez remédios que tomo por dia", justificou.

Após reunião nesta sexta-feira (30), o PSDB confirmou o apoio a Julio Delgado (PSB-MG) e a Luiz Henrique (PMDB-SC) para as presidências da Câmara e do Senado, respectivamente. Embora houvesse dissidências, especialmente com a bancada de São Paulo, os parlamentares reafirmaram o posicionamento.

“No momento que existem duas candidaturas da base governista e uma candidatura que se coloca como independente e que surge a partir da iniciativa de um partido político que, inclusive no segundo turno esteve conosco na última eleição presidencial, o caminho natural do PSDB é fortalecer a candidatura do deputado Júlio Delgado”, explicou o senador e presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (MG). “É a candidatura que, a meu ver, apresenta as melhores condições de garantir a independência fundamental que a Câmara dos Deputados não teve nos últimos anos”, completou.

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Os tucanos também decidiram sobre Luiz Henrique para o Senado. “A candidatura dele, na verdade, atende esta mesma aspiração: não termos um Legislativo acuado, submisso, e principalmente, submetido às vontades e às orientações do Palácio do Planalto, como assistimos durante todo este último período e de forma mais escancarada ainda no final do ano passado”, disparou.

Nas negociações estavam em jogo a disputa por espaços considerados como estratégicos dentro da Casa como a vice-presidência das Casas e principais comissões. "A vice-presidência não é o mais relevante. Não acho que é mais importante para o PSDB ter um espaço na Mesa, mas sim manter a coerência política", ressaltou Aécio. "A pressão individual realizada por Eduardo Cunha diminui com a fala do Aécio", considerou o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), que foi confirmado como líder da bancada na Câmara na próxima legislatura.

Quem assumirá a liderança da bancada no Senado será o senador Cássio Cunha Lima (PB).

Candidato do PSB à Presidência da Câmara dos Deputados, Júlio Delgado (MG) defende uma gestão transparente e participativa, que dê espaço para que a voz da sociedade seja ouvida e que os parlamentares possam participar ativamente das decisões, inclusive das pautas de votações, que atualmente são definidas pelos líderes partidários.

Seguindo para o quarto mandato, o deputado defende a mudança de postura para que o Parlamento volte a “se respeitar e ser respeitado por todo o Brasil”. Ele disse que representa a vontade de “acabar com a mesmice, com o comodismo, com a prática do toma-lá-dá-cá, do quanto pior melhor”. Como matérias prioritárias, o socialista aponta a reforma política, o orçamento impositivo, o pacto federativo e as mudanças trabalhistas e previdenciárias propostas pelo Executivo.

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Confira o trecho da entrevista concedida por Júlio Delgado à TV Câmara.

Quais seriam as suas prioridades caso o senhor seja eleito presidente da Câmara dos Deputados?
A nossa prioridade maior é sintonizar novamente o parlamento com a sociedade brasileira. Fazer com que o Parlamento esteja voltado para os reais interesses da sociedade. Votarmos matéria de cunho legislativo. Fazer com que os deputados justifiquem sua presença aqui. Abrir a transparência para que os deputados possam estar decidindo o que vai ser voltado e não uma pauta que seja estabelecida por quatro, cinco deputados. Na verdade é aposentar a velha política, fazer com que o Parlamento esteja voltado à sociedade, não de costas como está hoje. O Parlamento esteja elevado a uma estatura com os outros poderes, com a independência necessária e verdadeira que precisa para que ele esteja em uma nova ordem de relação com a sociedade e com o povo brasileiro.

Qual seria a relação do Legislativo com o Palácio do Planalto em um possível mandato do senhor durante dois anos?
Nossa relação com os outros poderes será republicana e institucional, a relação que é necessária ser feita. Nós temos que dizer que as eleições já se acabaram, o governo estabelecido está aí. O poder Judiciário é um poder constituído que tem sua forma de escolha de presidente e a nossa relação tem que ser também elevada nesse nível de conversa e de estatura de poderes. O Parlamento não pode estar subjugado aos outros poderes e distante da sociedade. O Legislativo é aquele que melhor representa o povo brasileiro. Ele traz para cá as demandas que ele quer discutir. E as pessoas têm de saber que salário mínimo, aumento de impostos, ajustes, reformas são votados aqui e muitas vezes depois o eleitor reclama. Nós tivemos em junho de 2013 uma grande manifestação e as pessoas usavam placa dizendo o seguinte: você não me representa. É importante que esses deputados novos que chegam, por exemplo, que representam 43% da Câmara, a maior renovação dos últimos 16 anos, estejam trazendo das ruas esse sentimento de mudança que foi expresso aqui no Parlamento. E se nós não mudarmos as nossas práticas, não nos sintonizaremos com a sociedade e esse desejo de mudança da postura do Parlamento.

Do leque de questões no Parlamento, quais deverão ser as prioridades?
Eu posso dizer que a gente tem reforma política a ser votada, clara. Nós temos essas reformas trabalhistas e previdenciárias. Nós temos que discutir o que é possível que venha para o Parlamento, que algumas já entram em vigor agora. Essas medidas econômicas adotadas. O governo não precisa aumentar impostos, ele precisa gastar bem os recursos que tem. Aumentando impostos onera cada vez mais a sociedade. E essas propostas não deixarão de ser votadas pelo Parlamento. Não se pode analisar uma posição, por exemplo, do ministro que anuncia que vai aumentar a Cide sobre gasolina e óleo diesel e dizer que a responsabilidade de um aumento para o consumidor vai ser feito pela Petrobras. Como se a Petrobras fosse um órgão que não fizesse parte do governo. É a maior empresa pública do Brasil e tem essa responsabilidade. Com certeza, isso vai chegar no consumidor. Onde é a pauta e o fórum de discussão? Aqui na nossa casa.

Reforma política e pacto federativo
Nós não vamos começar votando aquilo que mexe no voto do cidadão, por exemplo, a forma de votação. Tem gente que defende o distrital, o distrital misto, o distrital puro, o listão, o chapão. O eleitor precisa estar esclarecido a respeito disso porque ele quer escolher o representante que ele manda para esta Casa. E isso é complicado. Agora, se você fala para ele, que você quer votar o fim da reeleição, o mandato de cinco anos e a coincidência eleitoral, além de você fazer economia nos gastos das campanhas eleitorais, você faz com que o eleitor saiba o que está sendo discutido. Porque não dá para o que está aí. Nós estamos vendo a mostra agora com a CPMI da Petrobras, o escândalo do Petrolão, a forma de financiamento por empresas que tem sacrificado muito a classe política e deixado esse desgaste com a sociedade.

Então é importante que a sociedade esteja preparada, atenta. Como você vai dizer em um plebiscito, por exemplo, que a reforma política vai ser estabelecida começando pela forma de financiamento de campanha se o cidadão fala assim: primeiro eu preciso de um atendimento de saúde aqui na minha cidade, na minha casa? Eu preciso ter reforçado por estados e municípios que é a grande dificuldade a questão que temos hoje que as responsabilidades estarem nos estados e municípios e a arrecadação maior no governo federal. Essa é a grande questão. Eu tenho viajado pelo Brasil e a reclamação dos gestores, governadores, prefeitos de capitais é essa. Eles estão tendo cada vez mais responsabilidades e cada vez menos recursos, porque a arrecadação fica no Executivo. Então, a discussão do orçamento impositivo, o novo pacto federativo serão pautas claras nossas no início de 2015 para que a gente possa voltar a atender onde está o cidadão.

O que fazer para resgatar a imagem do Congresso brasileiro perante a população?
Fazer diferente. Essa que é a questão. A gente tem aqui as gestões. Eu tenho viajado pelo Brasil e levado o discurso e a prática dos últimos quatro, cinco presidentes que presidiram esta Casa. As propostas são sempre as mesmas. A nossa Casa precisa se respeitar, o Parlamento precisa se respeitar e ser respeitado por todo o Brasil. Para isso, as práticas têm que mudar. Eu quando sou avaliado pelo meu eleitor, e qualquer deputado assim o é, ele é bem avaliado. Ele é bem avaliado individualmente. Por que esse mesmo eleitor, esse mesmo cidadão pesquisado, quando avalia o Parlamento como um todo, ele avalia de uma forma diferente da que ele avalia quem o representa. É importante a gente voltar a ter essa sintonia e eu acho que isso se faz mudando a postura que o Parlamento tem.

Por que o senhor entende que é o melhor candidato à presidência da Câmara dos Deputados?
Primeiro, para acabar com a mesmice, com o comodismo, com a prática do toma-lá-dá-cá, do quanto pior melhor, que o Parlamento se apresenta perante a sociedade brasileira. Para que isso possa ser diferente, a postura tem de ser de outra candidatura de verdadeira mudança. E isso a gente tem colocado para os deputados nessas visitas. Nós não podemos desistir do Parlamento brasileiro. E isso é uma função clara. A nossa prioridade será votar pautas que interessam ao povo. Nós estamos prontos a logo no início dos trabalhos legislativos, em 1º de fevereiro, eleito presidente, conduzir a reforma política, assim como alterações aqui no regimento para que a gente possa dar uma dinâmica maior. Fazer com que o Parlamento possa estar dialogando com ele mesmo. A gente possa voltar a ter apartes, discussões que possam ser salutares para o desenvolvimento da sociedade, do parlamento e, consequentemente, do povo brasileiro.

Reunida em Brasília, a bancada do PSDB na Câmara dos Deputados deverá manter o apoio à candidatura de Júlio Delgado (PSB-MG) à Presidência da Casa. Pelo menos é o que garantiu o líder da legenda no Senado, Aloysio Nunes (SP), que também participa do encontro.  Embora haja dissidências, já que alguns deputados preferem votar em Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a legenda deve continuar com essa orientação.

“Nós precisamos de uma Presidência da Câmara com respeitabilidade, com apoio político e com apoio social. E é por isso que vamos encaminhar o nome de Júlio Delgado, porque ele representa essa postura que queremos na Casa”, frisou Nunes, ao chegar ao hotel onde está sendo realizada a reunião.

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Nesta sexta-feira (30), os tucanos também devem definir quem será o novo líder da bancada. Entre os 54 deputados tucanos, o nome de Carlos Sampaio (SP) é quase certo, desbancando postulantes mineiros mais próximos do presidente do partido, Aécio Neves (MG). Nos bastidores, Marcus Pestana, Domingos Sávio e Paulo Abi-Ackel também são candidatos ao cargo.

Senado

Com disputa provável entre Renan Calheiros (PMDB-AL) e Luiz Henrique (PMDB-SC) para a Presidência do Senado, o PSDB também definirá como será orientado o voto dos senadores no domingo (1º). O PMDB terá reunião ainda nesta sexta-feira para definir o candidato. Já os senadores tucanos se reúnem neste sábado (31) para confirmar o apoio.

Ao que tudo indica, a legenda apoiará a candidatura de Luiz Henrique. “Ele é um homem de grande experiência política pelos cargos que já ocupou. É um homem equilibrado”, frisou Nunes. Para ele, Luiz Henrique representa uma gestão mais forte para a Casa. “Ele não vai fazer uma gestão nem da oposição, nem de situação. O apoio que ele receberá, além do apoio dentro do PMDB e de outros partidos da situação e da oposição, garante a ele uma força política, uma base política de modo a valorizar institucionalmente o Senado”, destacou.

Nunes atualmente é o líder da bancada do Senado. Perguntado sobre se pretende permanecer no cargo, ele afastou a possibilidade, mas não adiantou que poderia ocupar essa função.

 

Candidato à Presidência da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), representa a tensão da legenda com o PT, da presidente Dilma Rousseff. Nessa última legislatura, os dois partidos aliados trocaram farpas em vários momentos, especialmente quando o Planalto interferia nas questões legislativas.

Sem deixar a base governista, mas defendendo a independência do Congresso, o deputado disse que a Câmara não pode abrir mão das pautas que considerar importantes e que a autonomia não pode ser confundida com oposição. “Não é pelo fato de você apoiar ou não o governo que você é mais ou menos independente. Independência é ato, é gesto, é exercício de um poder como poder”, frisou ele, que não quer que o Parlamento se torne “um puxadinho do outro poder”.

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Atual líder do PMDB na Casa, o carioca de 56 anos vai para o quarto mandato consecutivo. Como prioridade, ele acredita que a Casa deva discutir a reforma política, além de aprovar mudanças nos tributos e concluir a votação do orçamento impositivo. “A reforma política só não foi votada até hoje porque houve uma obstrução do PT no mandato passado”, disparou.

Confira abaixo a transcrição da entrevista de Eduardo Cunha à TV Câmara.

Deputado Eduardo Cunha, quais seriam as prioridades caso o sr. seja eleito presidente da Câmara dos Deputados?
Em primeiro lugar, temos que introduzir o conceito de que a nossa principal plataforma na campanha à presidência é a independência do Poder Legislativo, a independência da Câmara dos Deputados. A Constituição fala que os poderes são independentes e harmônicos entre si. A gente vai buscar a independência de não ser uma Casa submissa ao governo e nem seja uma Casa de oposição. Que a gente possa elevar a autoestima dessa Casa, uma presidência com altivez, que as pautas possam ser colocadas independentemente da concordância ou não, que a maioria possa se manifestar por meio do voto. Então a principal prioridade é o exercício da independência. Todos os demais pontos serão consequência. Nós vamos apreciar matérias relevantes. Matérias como a reforma politica, a reforma tributária, temos que colocar em votação. Mas o mais importante é o conceito de manter a Casa independente e altiva.

Numa democracia presidencialista, onde a relação entre os poderes exige freios e contrapesos, como seria a relação do Congresso com o Palácio do Planalto no seu mandato?
Institucional como diz a Constituição. Nós não estamos pregando reinventar a roda, nem nenhuma bravata. A gente só quer que os poderes sejam independentes e harmônicos entre si. Então, é a independência da Casa com harmonia com o Poder Executivo e com o Poder Judiciário. Sem qualquer submissão do Poder Legislativo. Seja ao governo, através do Poder Executivo, ou seja até mesmo ao Poder judiciário. A Casa tem que se colocar no seu devido lugar, ser respeitada pela sociedade, pelo exercício do seu papel constitucional e ter esse papel exercido com independência.

Que reformas o senhor elencaria como importantes e factíveis para os próximos dois anos?
Em primeiro lugar, temos que tratar da reforma política, com certeza absoluta. A reforma política só não foi votada até hoje porque houve uma obstrução do PT no mandato passado. O que aconteceu é que havia propostas e essas propostas o PT não queria votá-las. Consequentemente, naquele momento houve uma obstrução parlamentar, se decidiu não por em votação. Uma nova comissão foi constituída, houve uma proposta de emenda constitucional, essa proposta também teve a obstrução do PT na Comissão de Constituição e Justiça, onde ela sequer foi admitida. Então, temos que fazer que isso seja admitido e possa ter uma tramitação célere. A reforma política tem que ser discutida independentemente das opiniões de quem quer que seja, para que a gente encontre um termo, leve à votação e a maioria vença em cada ponto.

Depois da reforma política, outra reforma mais importante que temos, e que todo mundo fala, é a tributária. Mas a reforma tributária é uma reforma que é muito mais complexa porque mexe com a arrecadação de entes federados. Então, precisamos discutir o pacto federativo, porque a discussão do pacto federativo é maior do que a reforma tributária. Temos que discutir que receitas ficam para cada ente federado, que obrigações ele tem por essa receita. Ou o inverso: que obrigação vamos dar para cada ente federado com a receita para o seu financiamento. Então essas duas discussões, se forem levadas a adiante, já teriam sido um grande ganho institucional. Além disso, vamos colocar o orçamento impositivo para as emendas de bancada.

Reforma política inclui um número muito expressivo de variáveis: reforma no sistema político-eleitoral, reformas que combateriam a corrupção. A exatamente que reformas o senhor se refere?
Estou falando de reforma política. Não de combate à corrupção, que já tem legislação para combate à corrupção que você pode aperfeiçoá-la. É uma coisa completamente independente do tratamento da reforma política. A reforma política você tem que discutir como se dará as eleições e como financiá-las. E essa eleição, como ela se dará, ela terá efetivamente uma mudança de legislação eleitoral. A outra, você tem uma legislação dos partidos políticos e até de mudanças constitucionais. Eu tenho o meu pensamento, mas certamente não tenho condições de afirmar se o meu pensamento vai ser o da maioria da Casa, talvez até não seja em alguns pontos. Consequentemente, a Casa, pela sua maioria, vai decidir. O que temos que fazer é debater o fim de coligação proporcional, coincidência de mandatos, se vamos ter ou não cláusula de barreira, se vamos efetivamente diminuir o tempo de campanha, como será o financiamento (público ou privado), como será a eleição proporcional, se ela será distrital, distritão, se será lista ou não lista. Enfim, uma série de temas para serem debatidos que serão debatidos.

A votação do orçamento impositivo ainda não terminou. O que é que o senhor elencaria de novidade para esse ano que se inicia dentro desse tema?
O término da votação da proposta de emenda constitucional que foi votada na Câmara, foi ao Senado, foi modificada, voltou à Câmara, foi votado o primeiro turno da PEC, resta o segundo turno. Mas orçamento impositivo já foi implementado sob a gestão de Henrique Alves [presidente da Câmara], porque a Lei de Diretrizes Orçamentárias [LDO], que foi relatada pelo PMDB, pelo Danilo Fortes [deputado pelo Ceará], para o ano de 2014, e foi relatada pelo senador Vital do Rêgo [PMDB-PB] para o ano de 2015, prevê a implementação e já está em vigor o orçamento impositivo. O que vamos fazer é apenas constitucionalizar a norma que já está sendo aplicada pela LDO. O que eu falei do orçamento impositivo é que nós vamos aumentar esse orçamento impositivo, não vai ficar restrito apenas às emendas parlamentares individuais. Vamos estendê-lo às emendas de bancada.

Em todas as democracias modernas o Congresso enfrenta desafios em relação à popularidade e à aprovação. De que forma o senhor pretende resgatar a imagem do Congresso junto à população?
Exercê-los com independência. Não ser submisso ao governo, não ser um puxadinho do outro poder e ao mesmo tempo também não ser um palanque eleitoral para o exercício de oposição. Esse é o principal ponto: a recuperação da imagem do Congresso passa pelo seu exercício independente e a sua pauta ser uma pauta que vai ao encontro da sociedade, para que a gente possa ter um Parlamento altivo.

Como a gente pode conciliar independência com apoio ao Palácio do Planalto?
Não tem nada a ver uma coisa com a outra. A governabilidade é expressada por matérias que têm a ver com interesse do governo ou com a sua necessidade da sua governança, e que são colocadas, serão pautadas, serão votadas. Se o governo tiver maioria, ele vencerá; se não tiver, ele pode perder. Agora, pautas de natureza ideológica, de programações partidárias, essas são outras pautas que não têm nada a ver com a governabilidade. É perfeitamente possível conciliar qualquer independência com apoio majoritário a uma base de governo que seja maior. Para isso a constituição da base de governo se dá através de coalizões ou através da própria resultante do processo eleitoral. Então, não quer dizer que um parlamento que esteja majoritariamente favorável às propostas de governo não seja independente por isso. O que é ser um parlamento independente? É ele não ter problema de pautar qualquer matéria que não seja de interesse do governo. Não necessariamente ficar contra o governo. Por exemplo: o orçamento impositivo não teria sido pautado se o PT estivesse na presidência da Casa. Ao mesmo tempo que o decreto legislativo que revogava o decreto dos conselhos populares, de autoria da presidência da República, foi pautado por Henrique Alves e foi votado. Dificilmente um presidente do PT votaria um decreto legislativo para revogar um decreto da presidência da República. Isso é o efetivo exercício da independência. Essa independência também foi [vista] no Congresso Nacional, quando aprovamos uma resolução definindo que os vetos trancariam a pauta após 30 dias da sua publicação, também é outro exercício de independência. Assim como quando Michel Temer [atual vice-presidente da República] foi presidente da Casa [2009-2010], ele deu uma interpretação de que as medidas provisórias só trancavam as pautas de projetos oriundos do Poder Executivo. Isso é exercício de independência. Não é pelo fato de você apoiar ou não o governo que você é mais ou menos independente. Independência é ato, é gesto, é exercício de um poder como poder.

Para finalizar nossa conversa, por que o senhor entende que deveria ser o próximo presidente da Câmara dos Deputados?
Em primeiro lugar, já falamos que a Casa não deseja, no momento que você não teve nenhum processo de hegemonia eleitoral, que não houve a hegemonia política do mesmo partido que comanda o poder Executivo comandar o Poder Legislativo. Por outro lado, hoje a Casa, que está comandada por Henrique Alves, que não foi candidato à reeleição, consequentemente está sob meu partido, o PMDB. Terceiro, temos 28 partidos com representação na Casa, o PMDB tem 66 deputados, o próprio PT, que é o partido que tem mais deputados, tem 69, ou seja, os dois juntos têm 135 deputados, a Casa não aceita que 135 dirijam 513. Então é preciso que se construa. O que a gente fez foi construir. Ninguém é candidato de si mesmo. Não é porque um dia alguém já ocupou a presidência que tem que ter o direito de voltar à presidência. Não é porque eu resolvi ser presidente pela minha vontade ou ambição pessoal, que certamente todos os 513 parlamentares podem almejar presidir, tem a legitimidade para isso, mas é preciso construir uma proposta que tenha uma aceitação entre várias correntes da Casa. O que a gente fez foi construir, através do debate, uma plataforma. Essa plataforma foi sendo aceita, foi obtendo apoio e, consequentemente, por isso, nos estimulou e torna quase compulsória uma candidatura, que a gente leve essa plataforma para ser debatida no Plenário e ser submetida a votação dos nossos colegas. E é isso que faremos no dia 1º [de fevereiro, dia da eleição], para buscar uma Casa independente, que funcione com altivez, que não seja submissa a poder nenhum, mas que não seja também palco de um palanque eleitoral.

Com informações da Agência Câmara.

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